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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO ENGENHARIA FLORESTAL
BLOCO DE MANEIO DE PRODUÇÃO FLORESTAL
MODÚLO DE ENCÊNDIOS FLORESTAIS

1º Grupo

Discente:

Carlos Franscisco Balate

Chababe Domingos Manuel

Domingos da Paz Vasco

Ismênia Elias Pedro


Docente :
Linda Venna António Eng º Moisés de Jesus Pailo Mavaringana M.S.C

Paulo Chale Viramao

Matsinho, Abril de 2020


Índice
1.0 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3

2.0 Justificativa......................................................................................................................... 4

2.0 Objetivos ............................................................................................................................. 5

3.1 Geral ......................................................................................................................................... 5

3.2 Específicos................................................................................................................................ 5

4.0 Metodologia ............................................................................................................................. 6

6.0 Efeitos maléficos do fogo ........................................................................................................ 8

6.1.1 Efeitos do fogo na floresta ............................................................................................. 8

6.1.2 Danos ao solo................................................................................................................... 8

6.1.3 Efeito do fogo na vegetação ................................................................................................. 9

6.1.4 Efeitos do fogo na Fauna silvestre ...................................................................................... 9

6.1.5 Efeitos económicos do fogo................................................................................................ 10

6.1.6 Efeitos do fogo sobre o ar atmosférico ............................................................................. 11

6.1.8 Efeitos do fogo na água ...................................................................................................... 12

6.2.0 Efeitos benéficos do fogo ............................................................................................ 13

6.2.1 Destruição de animais nocivos, insetos e enfermidades .......................................... 13

6.2.2 Favorece a germinação de sementes e regeneração de espécies florestais ............. 13

6.2.3 Limpeza do terreno .................................................................................................... 13

6.2.4 Redução do material combustível ............................................................................. 13

6.2.6 Melhora atributos do solo .......................................................................................... 14

7.0 Conclusão ............................................................................................................................... 15

8.0 Referencia Bibliográfica ....................................................................................................... 16

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1.0 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Durante milhares de anos, o Homem viveu de forma harmoniosa com a Natureza, utilizando o
fogo para satisfação das necessidades alimentares, caçando, pescando e aproveitando frutos e
raízes comestíveis. Quando o Homem abandonou a vida nómada, começou a criar animais e a
favorecer o desenvolvimento de espécies julgadas mais uteis e, depois, com a utilização do ferro
e do fogo, acelerou a prática da agricultura e da pastorícia. Seguiu-se uma evolução regressiva da
vegetação, submetida ao sobre pastoreio e aos sucessivos incêndios para regenerar a flora
forrageira, bem como para o arroteamento dos terrenos (Keely e Brennan, 2012).

Desde sempre os fogos florestais foram uma componente natural do ecossistema, tão natural
como o vento e a chuva, e contribuíram na modelação da paisagem criando variados tipos de
vegetação (SCBD, 2001).

Sem intervenção humana os fogos florestais têm como fonte de ignição os raios, deslizamento de
rochas, erupções vulcânicas, e combustão espontânea (Shakesby, 2011).

Por todo o mundo existem ecossistemas em que os fogos florestais são uma parte crucial na
dinâmica, sendo por isso denominados ecossistemas propensos ao fogo (Shakesby, 2011;
Bradshaw et al., 2011; Bento-Gonçalves et al., 2012). Ao longo do tempo, nestes ecossistemas, a
vegetação evoluiu de forma adaptada à ocorrência de fogos, e até mesmo a estar dependente
destes no seu ciclo de vida (SCBD, 2001; Bento-Gonçalves et al., 2012).
Contudo, é importante enfatizar que a vegetação, bem como todos os organismos que pertencem
a este tipo de ecossistemas, não estão propriamente adaptados aos fogos, mas sim a um regime
particular que compreende padrões de frequência, severidade, combustível consumido, entre
outros (Keely e Brennan, 2012).
Resumindo, a intervenção humana nos regimes de fogos florestais regista-se a nível da ignição, e
a nível da alteração da composição da paisagem para uma maior suscetibilidade aos incêndios
(Krowchuk et al., 2009). Este último termo remete para os fogos mais difíceis de controlar, que
corresponde às situações mais comuns dos dias de hoje.

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2.0 Justificativa

Ao longo dos últimos anos os incêndios florestais têm vindo a assumir, uma importância
pertinente em todo o território nacional. Dos incêndios florestais advêm uma grande vertente de
consequências negativas, nomeadamente, prejuízos económicos, agressões ao meio ambiente e a
todo o ecossistema, sendo a consequência mais relevante, a perda de vidas humanas. É de
extrema importância que essas consequências sejam reduzidas ao mínimo possível, para que seja
mantida a ordem e segurança pública.

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2.0 Objetivos

3.1 Geral
 Avaliar os efeitos do fogo sobre a biodiversidade

3.2 Específicos
 Pesquisar os efeitos do fogo
 Compilar os efeitos do fogo na fauna
 Indicar os aspetos positivos e negativos do fogo
 Analisar a incidência do fogo na biodiversidade

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4.0 Metodologia
A realização deste estudo foi baseada na revisão de literatura, que consistiu num apanhado sobre
os principais trabalhos científicos já realizados sobre o tema em estudo e que são revestidos de
importância por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes.
O trabalho teve um procedimento sequencial seguinte:

 Pesquisa bibliográfica
 Recolha de informações nas literaturas
 Análise e discussão dos resultados
 Elaboração do trabalho final

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5.0 Resumo

O trabalho relata os aspetos positivos e negativos do fogo em relação a biodiversidade, partindo


da hipótese de que os incêndios florestais advêm uma grande vertente de consequências
negativas, nomeadamente, prejuízos económicos, agressões ao meio ambiente e a todo o
ecossistema. O objetivo deste trabalho e de compilar e descrever os efeitos do fogo. Para tanto,
foram necessários citar os efeitos do fogo sobre diferentes. O trabalho também dialoga com a
teoria de que o fogo terá surgido pela primeira vez de forma espontânea, consequente de causas
naturais e, só depois, o Homem terá passado a utilizá-lo, após este ter descoberto os mecanismos
da sua ignição, recorrendo a ele como um meio de suporte às suas atividades ligadas à caça e ao
pastoreio, mas também, como instrumento de defesa para a sua sobrevivência.
Palavra chave: biodiversidade, fogo, homem, prejuízos económicos, agressões.

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6.0 Efeitos maléficos do fogo
Os incêndios florestais constituem uma permanente fonte de danos às florestas de todo o mundo.
Anualmente milhares de hectares de florestas são queimados, com prejuízos incalculáveis, de um
modo geral, os danos causados as florestas podem ser classificados. Embora os efeitos sobre a
flora sejam os mais evidentes, o incêndio também tem consequências sobre toda a fauna que vive
e depende da floresta. existem ecossistemas onde os fogos florestais são uma componente
necessária (Dennis et al., 2001) e cujas espécies estão adaptadas e beneficiam destes (Keely e
Brennan., 2012).
Um impacto direto causado por um incêndio é a morte dos organismos. A perda destes,
principalmente aqueles que desempenham o funcionamento base de um ecossistema,
nomeadamente os microrganismos, invertebrados do solo, polinizadores e decompositores, pode
atrasar significativamente a velocidade de recuperação do mesmo (Dennis et al., 2001).
No que diz respeito aos efeitos indiretos, tem-se o caso da emigração dos seres vivos para outros
locais. As diversas transformações no ecossistema modificam as caraterísticas iniciais, às quais
os organismos estavam adaptados. A perda do habitat, dos abrigos e dos recursos indispensáveis
para a sobrevivência leva necessariamente ao abandono do local pelos seres vivos (Dennis et al.,
2001).
6.1.1 Efeitos do fogo na floresta
O fogo é uma fonte de inúmeros de danos a vida num ambiente florestal. Estes não limitam-se
apenas as árvores e outros vegetais, mas também afeta a fauna e demais formas de vida que
dependem daquele meio, além de interferir na dinâmica dos demais recursos naturais existentes
na floresta como água, ar, solo, etc. segundo Schumacher e al. (2005), os danos causados pelo
incendio podem ser classificados conforme segue.
6.1.2 Danos ao solo
Para os solos, o fogo influencia negativamente principalmente nas suas características físicas. A
remoção da cobertura orgânica do solo, expondo-o diretamente as intempéries, provoca grandes
modificações em suas estruturas, alterando a porosidade e permeabilidade da água (Siqueira et al
2010).
Segundo Dartagnam 2010, o solo argiloso torna-se duros dificultando a penetração da água, que
escore sobre a superfície, em forma de enxurrada, provocando a erosão e a degradação deste
valioso recurso. Os solos arenosos tornam-se extremamente friáveis, perdem o poder de retenção

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de água e são facilmente erosionaveis pela água das chuvas e até mesmo sob certas condições,
pelo vento.
Os danos também se estendem a química e a microbiologia do solo, uma vez que boa parte dos
nutrientes contidos nos restos vegetais são do fogo, que também destrói grande parte dos
organismos. Alem disso o fogo também tem uma série de efeitos sobre a propriedades da água
do solo. Isso depende de factos como intensidade da queimada, tipos de solo, topografia, clima,
etc. A vegetação a camada de húmus e a matéria orgânicas absorvem impactos da chuva
realizando o transporte de matéria do solo pela água e erosão e, oque torna esta camada de
extrema importância para estabilidade do solo (Dartagnam, 2010).
6.1.3 Efeito do fogo na vegetação
Segundo Batista et al 2009, os danos causados pelos incêndios sobre a vegetação são os mais
visíveis e que mais chamam a atenção após a ocorrência de um incendio. Variam bastante,
dependendo da intensidade e tempo de duração do fogo, da espécie florestal e da idade da árvore.
Geralmente, mudas e plantas de pequeno porte sofrem danos laterias na maioria dos casos.
A morte das árvores geralmente são provocadas pelo aquecimento do câmbio acima da
temperatura letal e por este motivo, árvores mais velhas, por possuírem casca mais espessa dando
maior protecção do câmbio são mais resistentes. A destruição total das arvores pelo fogo não e
muito frequente, a não ser em incêndios de extrema intensidade. Geralmente as árvores de médio
e grande porte ainda podem ser parcial ou totalmente aproveitadas após o incêndio.
Floresta de árvores altas e adultas podem ser completamente destruídas em caso de ocorrência de
um incendio de copas, mesmo estas sendo resistente a acção do fogo. O fogo, quando não causa
a morte das árvores, provoca a debilidade das mesmas, pelas cicatrizes que deixa. Em ambos os
casos favorecem o ataque de insectos e pragas que, encontrando as árvores sem capacidade de
reacção facilmente se instalarão e se multiplicarão, causando grande destruição a madeira
remanescente do incêndio. Por esta razão, sempre que ocorrer um incendio de grandes
proporções deve se ficar alerta a fim de evitar a propagação de insectos e pragas que por ventura
venham a se instalar após o fogo (Heilman et al., 2014).
6.1.4 Efeitos do fogo na Fauna silvestre
A floresta é o abrigo natural dos animais, tanto no solo quanto na parte aérea. Os efeitos sobre a
fauna com a ocorrência de incêndios são diferentes dependendo do local, porte do animal e
hábito de vida, podendo os efeitos ser de forma direta ou indireta. Os efeitos directos são

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ferimentos, intoxicação, queimaduras e morte. Já os indiretos relacionam-se a falta de alimentos,
água, destruição de abrigos e poluição do ar (Anjos e guerreiro, 2009).
Segundo guerreiro et.,al, 2009, a sobrevivência de pequenos mamíferos depende de vários
fatores tais como: uniformidade, intensidade, tamanho e duração do fogo tanto quanto a
mobilidade, posição da animal relativa ao fogo, entre outros. Visto que muitos animais pequenos
como os roedores vivem em buracos abaixo da superfície estando isolados e protegidas da acção
das chuvas (mesmo assim alguns ainda podem morrer sufocados).
Algumas espécies, entre elas pequenos mamíferos, tem sua população reduzida por alguns anos,
apoios uma queimada, pois não resistem as mudanças drásticas provocadas pela ação do fogo.
Porem, existem pequenos mamíferos que apos as queimadas adaptam-se perfeitamente as
condições do habitat, podendo inclusive ocorrer um aumento da população o mesmo observa-se
com esquilos, onde algumas espécies podem desaparecer ao logo apos as queimadas enquanto
outras podem aumentar a sua densidade populacional.
Com relação aos pássaros, os efeitos de uma queimada dependem acima de tudo da estacão do
ano e da intercidade do fogo. Durante uma queimada relativamente leve em uma época inativa
do ano, o aumento de fonte de comida causada pela queima pode ser benéfica para muitos
pássaros. Estudos foram realizados considerando espécies, zonas, alimento dentre outros aspetos,
sendo observado que de uma espécie de pássaro para outra, ocorrem situações particulares após
uma queima (Anjos e guerreiro, 2009).
6.1.5 Efeitos económicos do fogo
Além dos danos directos provocados as florestas pela destruição da madeira, os incêndios podem
também causar danos a outras propriedades tais como: casa, construções, veículos, implementos
e consequentemente prejuízos económicos. Os incêndios florestais de grande intensidade e
proporções, além de destruírem floresta e outros bens matéria, algumas vezes provocam
ferimentos e até mesmo mortes de pessoa envolvidas ou não no combate (Barbosa e Faria 2006).
Em comparação com outras catástrofes naturais que se dão em minutos ou alguns dias, os
incêndios florestais podem durar semanas. Além do impacto ambiental, também se verificam
repercussões económicas e sociais (Dias, 2012; Kim et al., 2013; Davis et al., 2014).
Os impactos directos dos incêndios florestais são descritos por vidas ameaçadas, perda ou
danificação de estruturas, casas ou estradas, danos nos recursos naturais, e, como não podia
deixar de ser, os custos totais na supressão do incêndio (Dias, 2012; Davis et al., 2014).

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6.1.6 Efeitos do fogo sobre o ar atmosférico
A libertação do fumo derivado da combustão da biomassa num incêndio florestal causa bastantes
efeitos adversos à saúde humana e ao sistema natural. Os efeitos do fumo podem causar desde
irritações ao nível dos olhos e do trato respiratório, até redução da função pulmonar, bronquite,
asma e morte prematura. Existe então uma conexão entre as partículas em suspensão e o aumento
de mortalidade, assim como o agravamento dos problemas respiratórios pré-existentes e doenças
cardiovasculares (EPA, 2016). Deste modo, estudos demonstram que os níveis de poluição do ar
nas cidades de muitos países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento estão associados ao
aumento das taxas de mortalidade e morbilidade. Os mesmos indicam ainda que partículas em
suspensão são um componente tóxico na qualidade do ar urbano. Estes estudos toxicológicos
indicam ainda que os efeitos do fumo derivado de incêndios causam lesões ao nível das células
no sistema traqueobrônquial e alterações ao nível da morfologia das células do sistema
imunitário nos pulmões (Faustini et al., 2015).
6.1.7 Efeito do fogo nas Alterações atmosféricas
A atmosfera interage com os solos (Alcamo e Bennet, 2003; Jones et al., 2005; Barrios, 2007).
Os incêndios florestais são uma das causas de poluição da atmosfera e contribuem para o efeito
de estufa. O processo de combustão emite gases e aerossóis, e o ar fica saturado de partículas que
diminuem a visibilidade (Heilman et al., 2014).
Entre as substâncias emitidas, o CO2 e o vapor de água são a componente maioritária. No
entanto encontram-se gases como CO, NOX, CH4, entre outros gases com efeito de estufa, e
poluentes prioritários como as dibenzo-p-dioxinas policloradas, dibenzofuranos (Vergnoux et al.,
2011; Heilman et al., 2014).
As plumas de fumo ascendem verticalmente para níveis superiores da atmosfera onde são
posteriormente arrastadas (horizontalmente) por massas de ar, que transportam os poluentes por
longas distâncias contaminando outros locais. Além disso, as substâncias emitidas, como os
gases do efeito de estufa, sofrem reações químicas na atmosfera que agravam o impacto final
sobre o sistema climático (Heilman et al., 2014).
Ainda assim, a magnitude do impacto das emissões dos incêndios florestais sobre a composição
atmosférica e a sua pressão no efeito de estufa esta depende das componentes abiótica, biótica, e
meteorológica do ecossistema. Uma vez que o fumo é uma mistura rica e complexa de gases e
aerossóis que dependem das características do local (Heilman et al., 2014).

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6.1.8 Efeitos do fogo na água
Segundo Neary et al., 2005, o ciclo hidrológico consiste nos processos e transferências pelos
quais a água circula perpetuamente na hidrosfera e nos seus três estados (líquido, gasoso e
sólido) circula através de diferentes processos (evaporação, precipitação, infiltração, etc.) entre
diversos sistemas de armazenamento (rios, aquíferos, nuvens, etc.).
Os grandes incêndios florestais afetam e alteram certos processos do ciclo hidrológico, como a
intercepção, infiltração, evapotranspiração, a capacidade de armazenamento de água no solo e o
escorrimento superficial. Estes efeitos são determinados maioritariamente pela severidade do
fogo, pelos níveis de precipitação pós-fogo e pelas técnicas de reabilitação aplicadas.
caracterização destes efeitos pode ser sintetizada e avaliada segundo três critérios, a qualidade da
água, a quantidade e o seu sistema biota (Neary et al., 2005).
Os incêndios causam variados efeitos que por sua vez alteram a qualidade da água de
determinada área afetada, expandindo-se por toda a rede hidrológica. Os efeitos que afetam a
qualidade da água são o aumento da sedimentação e turvação, o aumento da temperatura da água
e o incremento nas concentrações de nutrientes resultantes do escorrimento superficial (Clark,
2001). A qualidade da água refere-se às características físicas, químicas e biológicas da água
para determinado uso ou fim. As características físicas mais relevantes para o estudo da
qualidade da água após incêndio, são a temperatura da água, a concentração de sedimentos e a
turvação (Neary et al., 2005).
O aumento das descargas nas linhas de água influencia os diversos usos da água (humano,
agrícola ou industrial) pois dá-se um maior transporte de materiais sólidos e dissolvidos. Estes
processos do ciclo hidrológico afetam a erosão do solo e consequentemente as propriedades da
água (sedimentação e turvação, e concentração de sedimentos) que determinam a sua qualidade
(Neary et al., 2005).

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6.2.0 Efeitos benéficos do fogo

Sob o ponto de vista silvicultural o fogo pode, em determinadas ocasiões e condições, resultar
em alguns benefícios para a floresta. Porém o uso do fogo deve ser feito sempre com cuidado, de
forma prudente e controlada, para que não fuja do controle e não cause nenhum dano. De um
modo geral, são estes os benefícios que podem ser obtidos de um fogo bem dirigido e controlado
(Brun et al 2005).

6.2.1 Destruição de animais nocivos, insetos e enfermidades

Segundo Fascine 2005, O fogo pode matar alguns animais nocivos ou destruir seus abrigos,
principalmente formigas, cupins e pequenos roedores que danificam sementes ou causam
anelamento na casca e câmbio. Insetos, como o serrador da acácia-negra e muitos fungos são
combatidos com sucesso fazendo a queima dos galhos secos das plantas afetadas.

6.2.2 Favorece a germinação de sementes e regeneração de espécies florestais

Algumas espécies florestais precisam de calor do fogo para o aumento do seu poder germinativo,
que pela passagem do fogo, suas sementes sofrem a quebra da dormência e chegam a germinar 2
milhões de plantas por hectare (AFUBRA, 1990).

6.2.3 Limpeza do terreno

Trazendo benefícios imediatos pela eliminação de espécies competidoras com a cultura objetivo.
O fogo bem controlado pode ser tecnicamente aplicável, tendo um baixo custo no processo de
limpeza de terreno, em práticas silviculturas e de agricultura (Brun et al 2005).

6.2.4 Redução do material combustível

As florestas tendem a acumular sobre o solo e no sub-bosque uma grande quantidade de material
combustível. Utiliza-se como técnica na prevenção da propagação do fogo a redução desse
material vegetal. O fogo controlado é sem dúvida um ótimo auxiliar para se reduzir o material
combustível de uma floresta, evitando e prevenindo maiores danos que por certo aconteceriam,
no caso de um incêndio acidental. Também quando existem áreas de campo nas proximidades da
floresta, a queima controlada desta área (durante o inverno, quando as gramíneas estão

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completamente secas) é uma excelente técnica preventiva, protegendo efetivamente a floresta no
caso de incêndio (Schumacher, 2005).

6.2.6 Melhora atributos do solo

Dentro de certas condições, e em alguns casos especiais, o fogo controlado pode melhorar as
condições físicas do solo, ao queimar os depósitos de “húmus”, proporcionado melhor aeração e
aquecimento do solo. Com isto estimula também a atividade microbiana, favorecendo a
nitrificação. O fogo faz com que a ciclagem de nutrientes seja acelerada, deixando os nutrientes
disponíveis na forma de cinzas, que pela incorporação da mesma, além do fornecimento de
nutrientes, contribui também na eliminação da acidez do solo (Schumacher et al, 2005).

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7.0 Conclusão
As severas consequências ecológicas e socioeconómicas resultantes dos incêndios florestais,
maioritariamente provocados por causas de natureza antrópica, torna premanente a definição de
estratégias dirigidas para a redução do número de ocorrências. O conhecimento das causas dos
incêndios é fundamental para estabelecer os domínios específicos onde se deve intervir no
âmbito da prevenção, incluindo a sensibilização, a fiscalização e a responsabilização. A
educação da comunidade e funcionários de empresas florestais é considerada o método mais
eficaz de prevenção a incêndios florestais, porem, com resultados a longo prazo. Deve ser
aplicada a todos os grupos de idade da população, tanto em zonas urbanas como rurais.

É possível intervir na alteração de comportamentos e na instrução dos cidadãos para reduzir as


causas de responsabilidade humana. As ações de sensibilização enquadram-se como uma
necessidade transversal em diversas tipologias de causas, com prioridade para o uso de
maquinaria. No entanto, há lacunas também no âmbito da formação, nomeadamente, das técnicas
de execução de rescaldo e da investigação das causas.

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8.0 Referencia Bibliográfica
AC, R. (2008). prevenção de incendios .

Certini, N. e. (2005). OS EFEITOS DOS GRANDES INCÊNDIOS FLORESTAIS .

Clark. (2001). incêdios florestais, efeitos do fogo na água .

Dartagnan, J. S. (2010). APOSTILA DO CURSO TECNICAS DE PREVENçãO E COMBATE


A INCêNDIOS FLORESTAIS.

Dennis, K. d. (2010,2012). PREVENCAO E COMBATE A INCENDIOS FLORESTAIS, efeitos


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Dias, K. e. (2014). APOIO NO GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA, DE


DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO VALE DO PARNAÍBA (PDFLOR-PI).

Faustini, B. A. (2009). tecnicas de prevenção e combate a incêdios florestais.

Filho, W. F. (2010). PREVENÇÃO E CONTROLE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS (IF- 206).

Francine, S. E. (2005). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, UNIVERSIDADE


FEDERAL DE SANTA MARIA, CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS,
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS.

Guereiro, A. e. (2009). Apostila do curso regular de manejo florestal faculdade de manejo


florestal, universidade federal de paraná.

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Heilman, A. e. (2014, 1990). Influência de incêndios florestais na qualidade do ar.

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do Caramulo.

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