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DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO ENGENHARIA FLORESTAL
BLOCO DE MANEIO DE PRODUÇÃO FLORESTAL
MODÚLO DE ENCÊNDIOS FLORESTAIS
1º Grupo
Discente:
2.0 Justificativa......................................................................................................................... 4
3.2 Específicos................................................................................................................................ 5
1.1 Contextualização
Durante milhares de anos, o Homem viveu de forma harmoniosa com a Natureza, utilizando o
fogo para satisfação das necessidades alimentares, caçando, pescando e aproveitando frutos e
raízes comestíveis. Quando o Homem abandonou a vida nómada, começou a criar animais e a
favorecer o desenvolvimento de espécies julgadas mais uteis e, depois, com a utilização do ferro
e do fogo, acelerou a prática da agricultura e da pastorícia. Seguiu-se uma evolução regressiva da
vegetação, submetida ao sobre pastoreio e aos sucessivos incêndios para regenerar a flora
forrageira, bem como para o arroteamento dos terrenos (Keely e Brennan, 2012).
Desde sempre os fogos florestais foram uma componente natural do ecossistema, tão natural
como o vento e a chuva, e contribuíram na modelação da paisagem criando variados tipos de
vegetação (SCBD, 2001).
Sem intervenção humana os fogos florestais têm como fonte de ignição os raios, deslizamento de
rochas, erupções vulcânicas, e combustão espontânea (Shakesby, 2011).
Por todo o mundo existem ecossistemas em que os fogos florestais são uma parte crucial na
dinâmica, sendo por isso denominados ecossistemas propensos ao fogo (Shakesby, 2011;
Bradshaw et al., 2011; Bento-Gonçalves et al., 2012). Ao longo do tempo, nestes ecossistemas, a
vegetação evoluiu de forma adaptada à ocorrência de fogos, e até mesmo a estar dependente
destes no seu ciclo de vida (SCBD, 2001; Bento-Gonçalves et al., 2012).
Contudo, é importante enfatizar que a vegetação, bem como todos os organismos que pertencem
a este tipo de ecossistemas, não estão propriamente adaptados aos fogos, mas sim a um regime
particular que compreende padrões de frequência, severidade, combustível consumido, entre
outros (Keely e Brennan, 2012).
Resumindo, a intervenção humana nos regimes de fogos florestais regista-se a nível da ignição, e
a nível da alteração da composição da paisagem para uma maior suscetibilidade aos incêndios
(Krowchuk et al., 2009). Este último termo remete para os fogos mais difíceis de controlar, que
corresponde às situações mais comuns dos dias de hoje.
Ao longo dos últimos anos os incêndios florestais têm vindo a assumir, uma importância
pertinente em todo o território nacional. Dos incêndios florestais advêm uma grande vertente de
consequências negativas, nomeadamente, prejuízos económicos, agressões ao meio ambiente e a
todo o ecossistema, sendo a consequência mais relevante, a perda de vidas humanas. É de
extrema importância que essas consequências sejam reduzidas ao mínimo possível, para que seja
mantida a ordem e segurança pública.
3.1 Geral
Avaliar os efeitos do fogo sobre a biodiversidade
3.2 Específicos
Pesquisar os efeitos do fogo
Compilar os efeitos do fogo na fauna
Indicar os aspetos positivos e negativos do fogo
Analisar a incidência do fogo na biodiversidade
Pesquisa bibliográfica
Recolha de informações nas literaturas
Análise e discussão dos resultados
Elaboração do trabalho final
Sob o ponto de vista silvicultural o fogo pode, em determinadas ocasiões e condições, resultar
em alguns benefícios para a floresta. Porém o uso do fogo deve ser feito sempre com cuidado, de
forma prudente e controlada, para que não fuja do controle e não cause nenhum dano. De um
modo geral, são estes os benefícios que podem ser obtidos de um fogo bem dirigido e controlado
(Brun et al 2005).
Segundo Fascine 2005, O fogo pode matar alguns animais nocivos ou destruir seus abrigos,
principalmente formigas, cupins e pequenos roedores que danificam sementes ou causam
anelamento na casca e câmbio. Insetos, como o serrador da acácia-negra e muitos fungos são
combatidos com sucesso fazendo a queima dos galhos secos das plantas afetadas.
Algumas espécies florestais precisam de calor do fogo para o aumento do seu poder germinativo,
que pela passagem do fogo, suas sementes sofrem a quebra da dormência e chegam a germinar 2
milhões de plantas por hectare (AFUBRA, 1990).
Trazendo benefícios imediatos pela eliminação de espécies competidoras com a cultura objetivo.
O fogo bem controlado pode ser tecnicamente aplicável, tendo um baixo custo no processo de
limpeza de terreno, em práticas silviculturas e de agricultura (Brun et al 2005).
As florestas tendem a acumular sobre o solo e no sub-bosque uma grande quantidade de material
combustível. Utiliza-se como técnica na prevenção da propagação do fogo a redução desse
material vegetal. O fogo controlado é sem dúvida um ótimo auxiliar para se reduzir o material
combustível de uma floresta, evitando e prevenindo maiores danos que por certo aconteceriam,
no caso de um incêndio acidental. Também quando existem áreas de campo nas proximidades da
floresta, a queima controlada desta área (durante o inverno, quando as gramíneas estão
Dentro de certas condições, e em alguns casos especiais, o fogo controlado pode melhorar as
condições físicas do solo, ao queimar os depósitos de “húmus”, proporcionado melhor aeração e
aquecimento do solo. Com isto estimula também a atividade microbiana, favorecendo a
nitrificação. O fogo faz com que a ciclagem de nutrientes seja acelerada, deixando os nutrientes
disponíveis na forma de cinzas, que pela incorporação da mesma, além do fornecimento de
nutrientes, contribui também na eliminação da acidez do solo (Schumacher et al, 2005).
Shakesby, B.-G. (2011, 2012). Efeito dos incêndios florestais sobre os solos da região da Serra
do Caramulo.