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CONTEÚDO DE GRAMÁTICA

Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são


recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.
Dependendo da sua função, elas são classificadas em:

Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das


palavras. Exemplos: metáfora, comparação, metonímia, catacrese,
sinestesia e perífrase.

Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e


pensamentos. Exemplos: hipérbole, eufemismo, litote, ironia,
personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.

Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da


frase. Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto,
anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.

Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras.


Exemplos: aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.

Figuras de Palavras
Metáfora
A metáfora representa uma comparação de palavras com significados
diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na frase.

Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

Uso da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num


deserto inefável"
Comparação
Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são
utilizados conectivos de comparação (como, assim, tal qual).

Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.

U
so da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e
"o amor é como o motor do carro"

Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo,
autor pela obra.

Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras


de Shakespeare.)

Uso da metonímia que substitui o vocábulo boi por "cabeças de gado"

Catacrese
A catacrese representa o emprego impróprio de uma palavra por não existir
outra mais específica.

Exemplo: Embarcou há pouco no avião.


Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo
específico para o avião, embarcar é o utilizado.
O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter outra mais
específica

Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos
diferentes.

Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
A frieza está associada ao tato e não à visão.

Na tirinha, a expressão "olhar frio" é um exemplo de sinestesia

Perífrase
A perífrase, também chamada de antonomásia, é a substituição de uma ou
mais palavras por outra que a identifique.

Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8


quilômetros. (O rugido do leão é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)
Na charge acima, a "Terra da Garoa" substitui "cidade de São Paulo"

Figuras de Pensamento
Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

A
expressão "morrendo de inveja" é uma hipérbole

Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.

Exemplo: Entregou a alma a Deus.


Acima, a frase informa a morte de alguém.
Na charge acima, a explicação de fofoqueira é usada para suavizar o
discurso

Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido,
assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.

Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.


Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más,
também não são boas.

No exemplo acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que
você deveria aperfeiçoar essa técnica"

Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.

Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.


Nota-se o uso da ironia, uma vez que o personagem está zangado com a
pessoa e utilizou o termo "inteligente" de maneira irônicA.

Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos
humanos aos seres irracionais.

Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

A personificação é expressa na última parte do quadrinho onde o Zé Lelé


afirma que o espelho está olhando ele. Assim, utilizou-se uma caraterística
dos seres vivos (olhar) em um ser inanimado (o espelho).

Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.

Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.


Uso da antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo,
negativo; mal, bem; paz e guerra

Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não
apenas de termos (tal como no caso da antítese).

Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.


Como é possível alguém estar cego e ver?

Uso do paradoxo pelas ideias com sentidos opostos realçada pelos termos
que explicam a "certeza": relativa e absoluta

Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente
(clímax) ou decrescente (anticlímax).

Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de


total nervosismo.
No exemplo acima, acompanhamos a progressão da tranquilidade até o
nervosismo.

Na tirinha, o personagem foi explicando de forma crescente a ideia

Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.

Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?

No
tamos a ênfase na segunda parte da tirinha com o uso dos pontos de
exclamação e interrogação: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar" O que faço!? É
o fim!"

Figuras de Sintaxe
Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.

Exemplo: Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)


Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele
começou) a comer sanduíches entre as refeições..."

Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada
antes.

Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a


conclusão.)

A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é)


um descongestionante nasal para o meu nariz"; (você é) um antiácido para
meu estômago!"

Hipérbato
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.

Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns
anjos.)
A ordem direta do nosso hino é "Das margens plácidas do Ipiranga ouviram
um brado retumbante de um povo heroico"

Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos.

Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

Uso do polissíndeto pela repetição do conectivo "se for"

Assíndeto
O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do
polissíndeto.

Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
Anacoluto
o anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.

Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando
zonzo.)

Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar
o significado.

Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está
errado.)
No tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo
"sair" já significa "para fora"

Silepse
A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está
implícito. Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.

Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na
bonita e agitada cidade de São Paulo.)

A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de


número: A maioria dos clientes ficou insatisfeita com o produto.)

Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso


concordância com nós, em vez de eles: Todos terminaram os exercícios.)

Us
o da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos
crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos"

Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.

Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se


você “qualquer coisa”, eu estarei aqui sempre para você.
Uso da anáfora pela repetição do termo "falta"

Figuras de Som
Aliteração
A aliteração é a repetição de sons consonantais.

Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Uso da aliteração em "O rato roeu a roupa do rei de Roma"

Paronomásia
Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.

Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro =


homem que anda a cavalo, cavalheiro = homem gentil)
Uso da paronomásia por meio dos termos que possuem sons parecidos:
"grama" e "grana"

Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.

Exemplo:
"O que o vago e incógnito desejo
de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

N
a tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a"
em: "massa", "salga", "amassa"
Onomatopeia
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.

Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.


No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum,
Bum" e "Buááá...; Buááá...". O primeiro expressa o som do tambor, e o
segundo, o choro do cebolinha

Resumo das Figuras de Linguagem


Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de
linguagem, bem como cada um dos seus tipos.

Figuras de Figuras de Figuras de


Figuras de
Palavras ou Sintaxe ou Som ou
Pensamento
semânticas construção harmonia
Produzem
maior
expressividad
Produzem Produzem maior Produzem

maior expressividade maior
comunicação
expressivida à comunicação expressividad
através da
de à através da eà
inversão,
comunicação combinação de comunicação
repetição ou
através das ideias e através da
omissão dos
palavras. pensamentos. sonoridade.
termos na
construção
das frases.
metáfora hipérbole elipse aliteração
comparação eufemismo pleonasmo paronomásia
metonímia litote zeugma assonância
catacrese ironia hipérbato onomatopeia
sinestesia personificação silepse
perífrase ou ou prosopopeia polissíndeto
antonomásia antítese assíndeto
Figuras de Figuras de Figuras de
Figuras de
Palavras ou Sintaxe ou Som ou
Pensamento
semânticas construção harmonia
paradoxo ou
oxímoro
anacoluto
gradação ou
anáfora
clímax
apóstrofe

Formação de Palavras

As palavras que compõem o léxico da língua são formadas principalmente por


dois processos morfológicos:

Derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria)


Composição (justaposição e aglutinação)

Palavras Primitivas e Derivadas


Antes de mais nada, vale ressaltar dois conceitos importantes para o estudo
de formação das palavras.

Os vocábulos “primitivos” são as palavras que originam outras. Já as


palavras “derivadas” são aquelas que surgem a partir das palavras primitivas

Exemplos:
 dente (primitiva) e dentista (derivada)
 mar (primitiva) e marítimo (derivada)
 sol (primitiva) e solar (derivada)

Afixos
Além do conceito de palavras primitivas e derivadas, temos os afixos. Eles
são morfemas, ou seja, menores partículas significativas da língua.
Juntos a um radical, os afixos formam uma palavra, por exemplo, pedra
(palavra primitiva) e pedreira (palavra derivada). Nesse exemplo, foi
acrescentado o sufixo -eira.

Os afixos são classificados de acordo com sua localização na palavra. Assim,


os sufixos vem depois do radical, por exemplo, folhagem e livraria.
Já os prefixos são acrescentados antes do radical, por exemplo desleal
e ilegal.
Além deles, há ainda os “infixos” que aparecem no meio da palavra, sendo
representados por uma consoante ou vogal, por exemplo, cafe teria e
cafezal.

Radical e Prefixo
Antes de analisar uma palavra e o processo pelo qual ela foi formada, faz-se
necessário o conhecimento de seu radical e de seus prefixos.
Segue abaixo alguns exemplos de radicais e prefixos gregos e latinos, ou
seja, as línguas que mais influenciaram o léxico da língua portuguesa.

Radicais Radicais Prefixos


Prefixos Gregos
Gregos Latinos Latinos
Acro: alto,
ab- (abs-):
elevado a-, an-: negação Agri: campo
afastamento
acrobata
Ambi: ad- (a-):
anti-: ação
Aero: ar ambos, proximidade,
contrária
duplicidade direção
Antropo: dia-: movimento Arbori: ambi-:
homem através árvore duplicidade
Arcaio/
epi-: posição ante-:
arqueo: Avi: ave
superior anterioridade
antigo
Arquia: bem-: bom,
eu-: bem, bom Beli: guerra
governo êxito
hiper-: excesso, Bi, bis: duas
Hidro: água bi-: dois
posição superior vezes
hipo-: Cultura:
Hipo: cavalo in-: negação
deficiência cultivar
Pseudo: meta-: mudança,
Curvi: curvo infra-: abaixo
falso transformação
inter-: entre,
peri-: em torno
Psico: alma Ego: eu posição
de
intermediária
Sofia: pro-: intra-: posição
Equi: igual
sabedoria anteriormente interior
Os processos de derivação de palavras ocorrem de cinco maneiras sempre
com um radical e os afixos (sufixos e prefixos):

Derivação Prefixal (Prefixação): inclusão de prefixo à palavra primitiva, por


exemplo: infeliz, antebraço, enraizar, refazer, etc.

Derivação Sufixal (Sufixação): inclusão de sufixo à palavra primitiva, por


exemplo: felicidade, beleza, estudante, etc.

Derivação Parassintética (Parassíntese): inclusão de um prefixo e sufixo à


palavra primitiva, de forma simultânea, por
exemplo: entardecer, emagrecer, engaiolar, etc.

Derivação Regressiva: redução da palavra derivada por meio da retirada de


uma parte da palavra primitiva, por exemplo: beijar-beijo, debater-debate,
perder-perda, etc.

Derivação Imprópria: ocorre a mudança de classe gramatical da palavra, por


exemplo, O jantar estava muito bom (substantivo); Fui jantar ontem à noite
com Luís. (verbo)

Processos de Composição
Os processos de composição de palavras envolvem mais de dois radicais de
palavras, sendo classificadas em:

Justaposição: Na união dos termos, os radicais não sofrem qualquer


alteração em sua estrutura, por exemplo, surdo-mudo, guarda-chuva, abre
latas, etc.

Aglutinação: Na união dos termos, pelo menos um dos radicais sofre


alteração em sua estrutura, por exemplo, planalto (plano alto), hidroelétrica
(hidro e elétrica), etc.

Neologismo
O neologismo é um processo de formação de palavras em que são criados
novos termos para suprir alguma lacuna de significação. Podemos citar como
exemplo a palavra "internetês", que se refere a linguagem da internet.

Hibridismo
O hibridismo também é um processo de formação de palavras. Esses termos
são formados com elementos de idiomas diferentes, por exemplo,
“sociologia” (do latim, “sócio” e do grego “logia”).
Exercícios de Vestibular com Gabarito
1. (CESGRANRIO-RJ) As palavras esquartejar, desculpa e irreconhecível
foram formadas, respectivamente, pelos processos de:
a) sufixação - prefixação - parassíntese
b) sufixação - derivação regressiva - prefixação
c) composição por aglutinação - prefixação - sufixação
d) parassíntese - derivação regressiva - prefixação
e) parassíntese - derivação imprópria - parassíntese
R: Alternativa d) parassíntese - derivação regressiva – prefixação

2. (PUC-RJ) Marque a opção que indica os processos de formação, presentes


nas palavras abaixo, pela ordem em que aparecem.
bebidinha - indevassável - banheiro - adormecer.

a) Parassíntese, prefixação, sufixação, sufixação.


b) Sufixação, parassíntese, sufixação, parassíntese.
c) Sufixação, prefixação e sufixação, sufixação, parassíntese.
d) Prefixação e sufixação, sufixação, prefixação, parassíntese.
e) Parassíntese, sufixação, prefixação, prefixação e sufixação.
Resposta: c) Sufixação, prefixação e sufixação, sufixação, parassíntese.

3. (Fuvest-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as seguintes palavras:


a) vendavais, naufrágios, polêmicas
b) descompõem, desempregados, desejava
c) estendendo, escritório, espírito
d) quietação, sabonete, nadador
e) religião, irmão, solidão
Resposta: Alternativa d) quietação, sabonete, nadador

Homônimos e Parônimos

Os Homônimos e os Parônimos são termos que fazem parte do estudo da


semântica (significado das palavras).
Assim, os homônimos são palavras que possuem a mesma pronúncia (às
vezes, a mesma escrita) e significados distintos.
Já as palavras parônimas são muito parecidas na pronúncia e na escrita,
entretanto, possuem significados diferentes.

Homônimos
As palavras homônimas são classificadas em:
 Homógrafas: são palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia, por
exemplo: colher (verbo) e colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo
(verbo); denúncia (substantivo) e denuncia (verbo).
 Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia, por
exemplo: concertar (harmonizar) e consertar (reparar); censo
(recenseamento) e senso (juízo); acender (atear) e ascender (subir).
 Perfeitas: são palavras iguais na grafia e iguais na pronúncia, por exemplo:
caminho (substantivo) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (advérbio de
tempo); livre (adjetivo) e livre (verbo).

Parônimos
Os parônimos são as palavras que se assemelham na grafia e na pronúncia,
entretanto, diferem no sentido.

Por isso, é muito importante tomar conhecimento desses termos para que
não haja confusão.

A seguir, alguns exemplos de palavras parônimas:

 Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)


 Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)
 Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)
 Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)
 Comprimento (extensão) e cumprimento (saudação)
 Coro (música) e couro (pele animal)
 Delatar (denunciar) e Dilatar (alargar)
 Descrição (ato de descrever) e discrição (prudência)
 Despensa (local onde se guardam alimentos) e dispensa (ato de dispensar)
 Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)
 Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)
 Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)
 Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado)
 Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar)
 Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)
 Inflação (alta dos preços) e infração (violação)
 Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)
 Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)
 Osso (parte do corpo) e ouço (verbo ouvir)
 Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)
 Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui
fundamento)
 Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)
 Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)
 Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)
 Soar (produzir som) e suar (transpirar)

CRASE

 crase, marcada pelo acento grave (`), é vista como a vilã. Mas a coitada é
tão simplesmente a + a, ou seja, a soma do artigo definido "a" com a
preposição "a".

Os alunos vivem se queixando dela e perguntando sobre o seu uso depois do


novo acordo ortográfico. Ainda tem aqueles que colocam a crase em tudo
com a ilusão que assim correm menos risco de errar.

Calma, nada mudou com a nova ortografia.

Pronto para abandonar essa ideia temível e começar a ver a crase com
outros olhos?

Quando usar crase

Não esqueça: A crase é usada antes de palavras femininas!

Antes de palavras femininas


 Fui à escola.
 Fomos à praça.

Quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir)


 Vou à padaria.
 Fomos à praia.

Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas


 Saímos à noite.
 À medida que o tempo passa as amizades aumentam.

Exemplos de locuções: à medida que, à noite, à tarde, às pressas, às vezes,


em frente a, à moda de.
Antes dos Pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele
 No verão, voltamos àquela praia.
 Refere-se àquilo que aconteceu ontem na festa.

Antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida


 Veste roupas à (moda de) Luís XV.
 Dribla à (moda de) Pelé.

Uso da crase na indicação das horas


Utiliza-se a crase antes de numeral cardinal que indicam as horas exatas:

 Termino meu trabalho às cinco horas da tarde.


 Saio da escola às 12h30.

Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde, após,


perante, com), não se utiliza a crase, por exemplo:

 Ficamos na reunião desde as 12h.


 Chegamos após as 18h.
 O congresso está marcado para as 15h.

Quando não usar crase

Antes de palavras masculinas


 Jorge tem um carro a álcool.
 Samuel comprou um jipe a diesel
Antes de verbos que não indiquem destino
 Estava disposto a salvar a menina.
 Passava o dia a cantar.

Antes de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo


 Falamos a ela sobre o ocorrido
 Ofereceram a mim as entradas para o cinema.
Os pronomes do caso reto são: eu, tu, ele, nós, vós, eles.
Os pronomes do caso oblíquo são: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, o,
lhe.

Antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa


 Era a isso que nos referíamos.
 Quando aderir a esse plano, a internet ficará mais barata.

Crase facultativa

Dica
Para saber se a crase é utilizada nos verbos de destino, utilize esse macete:
Exercícios
1. (ESAN - Escola Superior de Administração de Negócios de São Paulo)
Das frases abaixo, apenas uma está correta, quanto à crase. Assinale-a:
a) Devemos aliar a teoria à prática.
b) Daqui à duas semanas ele estará de volta.
c) Dia à dia, a empresa foi crescendo.
d Ele parecia entregue à tristes cogitações.
e) Puseram-se à discutir em voz alta.
Resposta:  a: Devemos aliar a teoria à prática.

2. (FCC - Fundação Carlos Chagas) É preciso suprimir um ou mais sinais de


crase em:
a) À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste à televisão sem
sequer atentar para o que está vendo.
b) Cabe à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do
mercado por impulsos que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade
humana de sonhar.
c) Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro
de nós a matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos.
d) Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-
se todas as homenagens àquele que cultiva seus sonhos.
e) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu
pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda
uma geração.
Resposta: Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu
pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda
uma geração.

3. (ESAF - Escola de Administração Fazendária) Assinale a frase em que o


acento indicativo de crase foi empregado incorretamente:
a) Ao voltar das férias, devolverei tudo à Vossa Senhoria.
b) O candidato falou às classes trabalhadoras.
c) Fiquei à espera de meus amigos.
d) Sua maneira de falar é semelhante à de Paulo.
e) Você só poderá ser atendido às 9 horas.
Resposta:  a: Ao voltar das férias, devolverei tudo à Vossa Senhoria.

Para a compreensão acerca do uso da vírgula, inicialmente, deve-se saber


que ela auxilia na construção de textos mais claros, eliminando, inclusive,
a ambiguidade. Nesse sentido, pode separar termos contidos em uma
mesma oração, como o vocativo, o aposto, os adjuntos de circunstância, as
expressões explicativas e as enumerações, ou ainda indicar a ausência de
alguma palavra, como em casos de elipse.
Além disso, esse sinal de pontuação pode ser usado entre orações, a fim de
separá-las, como nas orações coordenadas assindéticas e nas subordinadas
adjetivas explicativas.

Vírgula nas intercalações


Para entender esse tópico, faz-se necessário saber quais são os termos
essenciais e os integrantes contidos numa oração. Os primeiros são o
sujeito, o predicado e o predicativo, enquanto os segundos são
os complementos verbais (objetos diretos e indiretos), os complementos
nominais e o agente da passiva.
Feita essa recapitulação, pode-se afirmar que não é recomendável colocar
vírgula entre os termos essenciais e os integrantes, principalmente se
esses estiverem em ordem direta, ou seja, seguirem a estrutura sintática
padrão da língua portuguesa, que se pauta, entre outros arranjos, na
sequência SVO (sujeito + verbo + objeto).
Eu dedico este livro a minha mãe.

(Sujeito) (Verbo) (Objeto direto) (Objeto indireto)


 
Entretanto, há que se observar se entre esses termos foi inserida
uma intercalação, pois, nesse caso, a presença da vírgula será
obrigatória para isolar a expressão.
Exemplo:
Eu dedico este livro, baseado na minha infância, a minha mãe.
A intercalação é a parte destacada e está isolada por vírgulas.
Além da intercalação, há outra alternativa de emprego da vírgula entre os
termos essenciais e os integrantes: as frases iniciadas com
o pronome “quem”, ou a forma “os que”, ou a forma “aqueles que”, quando
dois verbos estão próximos ou mesmo juntos.

Exemplo:
 Quem ama, educa.

 Os que aqui residem, são íntegros.


 Aqueles que comem, ficam satisfeitos.
Vale ressaltar que, apesar de existir essa possibilidade de se empregar a
vírgula entre os termos essenciais e os integrantes, ela não é unânime entre
os gramáticos, de modo que, caso não haja um problema de clareza, ou
mesmo estilístico, a vírgula é facultativa. Veja abaixo:
 Os que persistem alcançam seus objetivos.
 Quem não chora não mama.
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Além desses casos, seguem abaixo aspectos relacionados ao tópico:

→ Vírgula em elementos explicativos


A vírgula é utilizada para separar elementos ou locuções explicativas ou
corretivas, como “a propósito”, “além disso”, “digo”,” isto é”, “ou seja” etc.

Exemplo:
 O Flamengo é o campeão do Brasileirão de 2019, ou seja, venceu vários
jogos para se consagrar como o melhor time do ano.

→ Vírgula em normas legais


Em razão da mudança da ordem direta, há a necessidade de se separar os
integrantes dos dispositivos de lei.
Exemplo:
 O Código Civil, art. 1º, prevê que todas as pessoas são capazes de
direitos e deveres na esfera civil.

→ Vírgula em “no mínimo” e “pelo menos”


Caso o advérbio de intensidade seja materializado na locução “no
mínimo”, não há necessidade do uso de vírgulas para isolá-la. Tal
configuração se repete no que diz respeito à expressão “pelo menos”.
Entretanto, se o produtor do texto quiser enfatizar qualquer uma das
locuções ou marcar que elas estão muitos distantes do verbo, ele poderá
empregar tanto uma (em início ou fim de oração) quanto duas vírgulas (no
meio de orações).

Exemplo:
 Esperávamos no mínimo respeito.

Adjuntos de circunstância
A princípio, os adjuntos de circunstância ou adjuntos adverbiais (lugar,
modo, meio, tempo, entre outros) não são separados por vírgula quando
estão situados no final da oração, tendo em vista que essa é a sua posição
padrão, e quando se encontram junto do verbo.

Exemplos:
 Eu costumo ler artigos sobre Língua Portuguesa aos sábados.
 Ela não me contou ainda sobre o término do relacionamento dela.

Além desses casos, o uso das vírgulas é dispensável quando os advérbios ou


locuções adverbiais de pequeno porte, ou seja, as compostas por poucas
palavras – em média três –, estão no início das orações, a não ser que haja
um interesse do redator em dar ênfase a esses termos.

Exemplos:
 Felizmente as chuvas cessaram em Belo Horizonte.
 Com certeza a estrada estará congestionada.
 Em 1988 foi editada a Constituição Federal do Brasil.

Na hipótese de os adjuntos de circunstância longos estarem deslocados de


sua posição original, isto é, localizados ou no início da frase, ou no meio
dessa, é recomendado o uso da vírgula. Observe os exemplos abaixo:
 A mãe, durante a fase estressante do pós-parto, pode desenvolver
depressão.
 Na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, aconteceram protestos
contra a gestão do reitor.

Observação 1: Não se deve usar uma vírgula depois do adjunto que está
situado entre duas orações e que já vem precedido por uma vírgula, pois o
leitor não saberá com qual oração ele se conecta.
Exemplo:
 Antes de sair do ônibus, sorrateiramente o ladrão furtou o celular da
moça.
Percebe-se que, caso estivesse isolado entre vírgulas, o termo
“sorrateiramente” poderia se referir à saída do ônibus ou ao furto.

Observação 2: Em orações com verbo de ligação (ser, estar, permanecer


etc.), a expressão que aparenta ser um adjunto adverbial pode ser, na
verdade, predicativo locativo (termo que atribui ao sujeito ou ao objeto uma
característica fundada na ideia de posição), então esse não deve ser
separado por vírgula.

Exemplo:
 No terceiro grupo estão as consequências negativas sobre o organismo
animal.

Observação 3: No início da oração, se um adjunto adverbial de tempo ou


lugar estiver seguido por outro, deve-se separá-los, podendo, inclusive,
colocar uma segunda vírgula, conforme se verifica abaixo.
Exemplo:
 Na quinta-feira, em visita a Belo Horizonte, Bolsonaro sobrevoa a
cidade atingida pelas chuvas.

Primeira vírgula: obrigatória;
Segunda vírgula: facultativa.

Vírgula na omissão de termos


Primeiramente, ao tratar acerca da omissão de termos, é imperativo que se
faça uma revisão de duas figuras de linguagem, a zeugma e a elipse. A
primeira ocorre quando há uma supressão de um verbo mencionado
anteriormente, enquanto na segunda há uma omissão de uma palavra que
será identificada por meio do contexto ou da desinência verbal.
Feita essa retomada, serão apresentados dois casos e como a vírgula
impacta em cada um.

→ Duas orações separadas pela conjunção “e”


Nesse caso, a omissão de um termo pode ser resolvida por meio da
utilização da vírgula no local do verbo, da palavra ou da expressão
subentendida.
Exemplo:
 Coube ao representante de classe contar que, na avaliação de Língua
Portuguesa, alguns alunos se mantiveram concentrados e outros,
dispersos.
Além disso, ela também pode ser solucionada pela colocação de uma vírgula
antes da partícula “e”, desencadeando, assim, a separação das duas orações.

Exemplo:
 Coube ao representante de classe contar que, na avaliação de Língua
Portuguesa, alguns alunos se mantiveram concentrados, e outros
dispersos.
→ Duas orações sem a conjunção “e”
Nessa situação, a utilização de vírgula para evidenciar o termo omitido só se
justificaria na hipótese de as duas orações serem separadas por ponto e
vírgula, pois haveria a necessidade de maior clareza referencial.

Exemplo:
 A internet possibilita contatos com pessoas de todo o mundo; encontrar
ao vivo, verdadeiras conexões.
Perceba que a vírgula omite o verbo “possibilita”, que, assim como está
presente na primeira oração, deveria estar marcado na segunda, dada a
semelhança das estruturas sintáticas e semânticas das duas.

Vírgula nas enumerações


A vírgula é recomendável para dividir uma enumeração, entretanto, há
possibilidade de substituí-la pelas conjunções “e”, “nem”, “ou” e “como” e
pelas locuções “bem como” e “assim como”.

Exemplos:
 Ele comprou pães, bolos e rosquinhas para o lanche.
 O Super-Homem bem como o Batman são heróis.

Observação: Percebe-se, a partir do exemplo acima, que a conjunção


dispensa o uso da vírgula, mas ela se torna imprescindível antes do “e” ou do
“ou” quando se coloca uma intercalação entre os dois termos que eles
coordenam.

Exemplos:
 Adoraria visitar a minha avó paterna, caso não seja um incômodo, ou a
minha avó materna.
 Adquiri uma casa na praia, embora não goste do litoral, e um chalé numa
cidade montanhosa.
Veja que o uso da vírgula não é requerido pelas conjunções, pois, na verdade,
advém da necessidade de marcar a quebra da associação lógica entre os
termos. Nesse sentido, sem a intercalação, não haveria pontuação, conforme
se constata a seguir:
 Adoraria visitar a minha avó paterna ou a minha avó materna.
 Adquiri uma casa na praia e um chalé numa cidade montanhosa.
Observação 2: Diante da existência de um sujeito composto, as locuções
“bem como” e “assim como” podem vir entre vírgulas se o objetivo é enfocar
um dos sujeitos e privilegiar a concordância verbal com o núcleo do sujeito
mais importante.

Exemplo:
 O presidente da República, assim como os ministros do Estado,
administra o país.

Observação 3: No caso de números, é facultativo o uso da vírgula para


separar o milhar da centena.
Exemplo:
 Dois mil trezentos e trinta e três ou dois mil, trezentos e trinta e três.

Vírgula no vocativo
A função do vocativo é chamar alguém, seja uma personagem interpelando a
outra, seja o narrador mantendo contato com o leitor. Em virtude desse
elemento ser estranho ao sistema oracional, ele sempre será separado por
vírgula.

Exemplo:
 Matheus, arrume o seu quarto!
Vocativo

Vírgula entre as orações coordenadas


As coordenadas assindéticas, ou seja, as orações que se relacionam sem
conjunção, são separadas por vírgula.
Exemplo:
 “[...] A caatinga ressuscitaria, a semente do gado voltaria ao curral, ele,
Fabiano, seria o vaqueiro daquela fazenda morta. [...] Encheu a cuia,
ergueu-se, afastou-se, lento […]” (Graciliano Ramos)
As conjunções que iniciam as orações coordenadas sindéticas adversativas,
conclusivas e explicativas são precedidas de vírgula. Além disso, as duas
primeiras podem ser seguidas de vírgulas, a fim de dar ênfase a elas.

Exemplos:
 O Holocausto nos mostrou a necessidade de uma educação voltada para
a autonomia, mas os modelos de ensino ainda se pautam no autoritarismo.
 Acabou o prazo para as inscrições no concurso público e, portanto, não
será possível a sua participação no certame.
 "Sucedeu, porém, que como eu vinha cansado, fechei os olhos três ou
quatro vezes" (Machado de Assis).

É recomendável que as correlações conjuntivas “ora...ora”, “quer...quer”,


“ou...ou” sejam separadas por vírgula ao se passar para a outra oração.

Exemplo:
 Ora sai com Marcelo, ora com Fernando.

No que toca às correlações conjuntivas “tanto...quanto”, “não só...mas


também”, é preferível não utilizar vírgulas para separá-las, entretanto essa
pontuação é bastante vista nas produções textuais.

Exemplo:
 O recrudescimento da aids no Brasil é resultado do aumento de casos
tanto entre os jovens quanto entre as pessoas da terceira idade.

Vírgula nas orações subordinadas


Costuma-se empregar a vírgula quando a oração subordinada precede a
principal, ou seja, quando a ordem sintática está indireta.

Exemplos:
 Por atacar PPPs, empreiteiros criticam Tasso.

 Quando houve o ataque às torres gêmeas no EUA, muitas pessoas ainda


estavam trabalhando nos prédios.
As orações subordinadas adjetivas restritivas não recebem vírgula, tendo
em vista que a função delas é, conforme o nome prediz, restringir o
antecedente.
Exemplo:
 - Olha o ovo que a galinha botou. (Ruth Rocha)
As orações subordinadas adjetivas explicativas recebem vírgulas, a fim de
distingui-las da restritivas, uma vez que a função daquela é apresentar uma
informação sobre o antecedente.

Exemplo:
 As cobras, que são répteis, são responsáveis pela morte de cerca de 200
pessoas por dia.
É indicado o uso de vírgulas entre as orações subordinadas adverbiais
temporais e a oração principal.

Exemplo:
 Quando o tempo está nublado, as pessoas tendem a ficar em suas casas.

Resumo
 Termos e orações que rompem com a união dos termos essenciais e
integrantes devem ser isolados por vírgulas.
 Adjuntos de circunstância, quando estão na posição inicial ou no meio da
oração, podem ser acompanhados por vírgula (uso facultativo), pois a
pontuação traz um destaque a eles. Entretanto, se dois adjuntos
adverbiais estiverem juntos, no início da oração, deve-se inserir uma
vírgula entre eles.
 A omissão de termos é marcada por meio da colocação da vírgula.
 É recomendável utilizar vírgulas para separar enumerações.
 Vocativo deve ser isolado por meio do uso da vírgula.
 Orações coordenadas assindéticas normalmente são separadas por
vírgulas.
 Nas orações coordenadas assindéticas, o uso da vírgula é necessário.
 Nas orações coordenadas sindéticas conclusivas, adversativas e
explicativas, a vírgula precede a conjunção.
 Quando a oração subordinada estiver antes da oração principal, o uso da
vírgula é obrigatório.
 As orações subordinadas adjetivas explicativas são separadas por
vírgula.
Exercícios resolvidos
Questão 1 - (Fuvest) Em qual destas frases a vírgula foi empregada para
marcar a omissão do verbo?
a. Ter um apartamento no térreo é ter as vantagens de uma casa, além de
poder desfrutar de um jardim.
2. Compre sem susto: a loja é virtual; os direitos, reais.
3. Para quem não conhece o mercado financeiro, procuramos usar uma
linguagem livre do economês.
4. A sensação é de estar perdido: você não vai encontrar ninguém no
Jalapão, mas vai ver a natureza intocada.
5. Esta é a informação mais importante para a preservação da água:
sabendo usar, não vai faltar.
Resolução
Alternativa “b”, pois a vírgula marca a omissão da forma conjugada verbal
“são”.

Questão 2 - (IFCE/2016) Há uso inadequado da vírgula em:


a. Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.
2. São somente estas, a não ser que existam outras, as cartas que
deverão ser entregues.
3. E agora, minha mulher, aceito ou não a oferta?
4. A bicicleta está sem freio, e o pneu, está furado.
5. Ele trabalha, e estuda, e faz serviços extras, e ainda encontra tempo
para se divertir.
Resolução
Alternativa “d”, pois não se pode, salvo exceções, separar elementos
essenciais contidos numa oração.

Questão 3 – (UFV/2001) Assinale a alternativa em que a presença/ausência


da(s) vírgula(s) acarreta alteração semântica:
a) A sociedade seria talvez mais feliz se fosse menos egoísta. / A sociedade
seria, talvez, mais feliz se fosse menos egoísta.
b) Na Holanda, houve a liberação geral do uso do tóxico! / Na Holanda houve
a liberação geral do uso do tóxico!
c) O Governo tem, na Colômbia, um problema imenso com o narcotráfico. / O
Governo tem na Colômbia um problema imenso com o narcotráfico.
d) O traficante, que é viciado, precisa de polícia e de família. / O traficante
que é viciado precisa de polícia e de família.
e) Que a sociedade seja mais altruísta, e os jovens mais felizes! / Que a
sociedade seja mais altruísta e os jovens mais felizes!
Resolução
Alternativa “d”, pois o uso da vírgula traz uma explicação acerca do
traficante (oração subordinada adjetiva explicativa), de modo que considera
os traficantes como viciados e, consequentemente, necessitados da
presença da família e da polícia. Caso essa pontuação seja retirada, haverá
uma restrição (oração subordinada adjetiva restritiva), ou seja, apenas os
traficantes viciados precisam da polícia e da família, os demais não.

VERBOS

Os verbos são palavras que indicam acontecimentos, situando-os no tempo.


Nesse contexto, eles variam em pessoa, em número, em tempo, em modo e
em voz. Os verbos compõem a classe de palavras que mais se flexiona.
Vamos observar alguns verbos no texto abaixo?

Nesta madrugada, choveu torrencialmente na cidade de Coronel Augusto.


Casas inundadas, carros arrastados, árvores derrubadas... A população está
aflita com a situação. Alguns voluntários e profissionais do serviço público
transportaram moradores para a igreja, localizada no alto do município.
Além disso, abrigaram outros moradores em uma escola. Ainda não se sabe
se há vítimas. É a segunda vez, em uma década, que um forte temporal
atinge Coronel Augusto.

(Texto criado pela autora deste artigo para a abordagem dos verbos).

No trecho “Nesta madrugada, choveu torrencialmente na cidade de Coronel


Augusto.”, o verbo exprime um fenômeno. No período “A
população está aflita com a situação.”, o verbo foi empregado para
expressar o estado em que se encontra a população naquela situação de
catástrofe. Posteriormente, podemos observar a presença de verbos que
indicam ação, como em “Alguns voluntários e profissionais do serviço
público transportaram moradores para a igreja [...]” e “Além
disso, abrigaram outros moradores em uma escola.”

Flexões (formas) do verbo

Pessoa e número
Número
Pesso Número
(singula
a (plural)
r)
1ª Nós
Eu
pesso dançam
danço
a os
2ª Tu Vós
pesso danças dançais
a
3ª Eles/
Ele/Ela
pesso Elas
dança
a dançam

Modos do verbo
Indicativo (exprime certeza):

Já compraram os brinquedos para a festa das crianças.

Faremos uma reunião com os sócios na próxima terça-feira.

Subjuntivo (exprime dúvida, condição, possibilidade, hipótese, desejo)

Se você fosse ao local, ficaria impressionada!

Que você celebre com muita alegria este dia tão especial!

Imperativo (exprime ordem, pedido, conselho, advertência, sugestão,


convite)

Não conte a ele, pois a festa é uma surpresa! (Imperativo negativo)

Leia as instruções para a montagem do equipamento. (Imperativo


afirmativo)

Tempos do verbo
Os tempos, como o próprio nome evidencia, expressam o momento em que
ocorre o fato indicado pelo verbo. São três tempos verbais: o presente (o
fato ocorre no momento da fala); o pretérito ou passado (o fato ocorre
antes do momento da fala) e o futuro (o fato ocorre depois do momento da
fala). Vale frisar que os tempos pretérito e futuro se ramificam nos modos
indicativo e subjuntivo, conforme veremos a seguir:

Tempos do modo indicativo


Tempo presente
escrevo
escreves
escreve
escrevemos
escreveis
escrevem
.

Tempo Pretérito
Pretérito mais-que-
Pretérito imperfeito Pretérito perfeito
perfeito
(fato inacabado no (fato concluído no
(fato anterior a outro
passado) passado)
passado)
escrevia escrevi escrevera
escrevias escreveste escreveras
escrevia escreveu escrevera
escrevíamos escrevemos escrevêramos
escrevíeis escrevestes escrevêreis
escreviam escreveram escreveram
.

Tempo futuro
Futuro do presente Futuro do pretérito
(fato que acontecerá) (fato que poderia ter acontecido)
escreverei escreveria
escreverás escreverias
escreverá escreveria
escreveremos escreveríamos
escrevereis escreveríeis
escreverão escreveriam

Tempos do modo subjuntivo

Presente Pretérito imperfeito Futuro


escreva escrevesse escrever
escrevas escrevesses escreveres
escreva escrevesse escrever
escrevamos escrevêssemos escrevermos
escrevais escrevêsseis escreverdes
escrevam escrevessem escreverem

Formas nominais do verbo


- o infinitivo

pessoal (tem sujeito):

Se estudarmos bastante, seremos aprovados.

impessoal (não tem sujeito):

Lutar, apesar das adversidades, é um desafio.

- o gerúndio (terminação “ndo”)

Estamos lutando para sermos aprovados!

Ele atravessou a rua correndo.

Indo a pé, iremos curtir as belezas do lugar!

- o particípio (terminação “do” – forma regular)

O professor havia lutado muito pelos alunos!

Eu havia escolhido alguns livros de Jane Austen.

Ele já tinha saído, quando chegamos ao restaurante.

Observação: os verbos que se unem a uma forma nominal de outro verbo (o


principal) são chamados de “verbos auxiliares”.

Tenho lido muito sobre a destruição ambiental.


Ele teve de ir embora, pois não marcou horário.

Estávamos conversando quando o vimos passar.

Vozes do verbo
Na voz ativa, o sujeito é agente da ação expressa pelo verbo, isto é, ele
pratica a ação expressa pelo verbo:

Os alunos não terminaram a prova no tempo previsto.

O professor explica com clareza os complicados conceitos.

A direção da escola adiou a festa junina para o próximo mês.

Na voz passiva, o sujeito é paciente da ação indicada pelo verbo. Isso


significa que ele sofre ou recebe a ação indicada pelo verbo. A voz passiva
divide-se em “passiva analítica” e “passiva pronominal”, como observaremos
abaixo:

- Passiva analítica (Verbo auxiliar “ser” + mais o particípio do verbo


principal):

Os presentes foram escolhidos pelas crianças.

Os moradores não foram ouvidos pelo poder público.

Neste mês, serão inauguradas novas lojas na cidade.

Cabe elucidar que, geralmente, a voz passiva analítica é formada com o


verbo auxiliar “ser”. Porém, há casos em que outros verbos são empregados.
Repare:

A criança ia acompanhada pela avó.

A casa estava infestada de pernilongos.

O jovem está sendo socorrido pelos bombeiros.

- Passiva pronominal (Pronome apassivador “se” junto a um verbo ativo da


3ª pessoa):
Vendem-se lotes no centro da cidade.

Reformou-se a ponte no mês passado.

Ainda não se resolveram os problemas...

Na voz reflexiva, o sujeito é agente e paciente da ação expressa pelo


verbo, ou seja, ele pratica e ao mesmo tempo recebe a ação. Em outras
palavras, a voz reflexiva é um misto das vozes citadas anteriormente:

Aquela aluna destacava-se dos demais colegas de classe.

Os pais aproximaram-se dos filhos na hora da homenagem.

As meninas arrumaram-se rapidamente, pois não queriam chegar atrasadas.

Compare as vozes verbais:

O rapaz feriu com a faca. (Voz ativa)


O rapaz foi ferido com a faca. (Voz passiva)
O rapaz feriu-se com a faca. (Voz reflexiva)

Conjugações do verbo
- Verbos da 1ª conjunção (aqueles que terminam em “ar”):

aproveitar, imaginar, jogar, etc.

- Verbos da 2ª conjunção (aqueles que terminam em “er”):

beber, correr, erguer, etc.

- Verbos da 3ª conjunção (aqueles que terminam em “ir”):

agir, ouvir, sugerir, etc.

Segundo Cegalla (2008, p.197), a conjugação de cada verbo “se caracteriza


por uma vogal temática”. Observe:

amar
(radical “am” + vogal temática “a” = tema “ama”).
mexer
(radical “mex” + vogal temática “e” = tema “mexe”).

abrir
(radical “abr” + vogal temática “i” = tema “abri”).

Tempos primitivos e derivados


Os tempos verbais são “primitivos” quando não derivam de outros tempos da
língua portuguesa, mas dão origem a outros tempos, os “derivados” ”.
Os tempos primitivos são estes:

a) o presente do modo indicativo, do qual derivam:

 o presente do modo subjuntivo


 algumas formas do imperativo

b) o pretérito perfeito do modo indicativo, do qual derivam:

 o pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo


 o pretérito imperfeito do modo subjuntivo
 o futuro do modo subjuntivo

c) o infinitivo impessoal, do qual derivam:

 o pretérito imperfeito do modo indicativo


 o futuro do presente
 o futuro do pretérito
 o infinitivo pessoal
 o gerúndio
 o particípio

Verbos regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes


- Os verbos são regulares quando a conjugação segue um radical (elemento
básico de uma palavra):

“cantar”, “vender”, “dividir”, etc.

- Os verbos são irregulares quando passam por modificações no radical e/ou


terminações, ao serem conjugados em algumas formas:

“dar”, “fazer”, “medir”, etc.


- Os verbos anômalos são aqueles que apresentam radicais diferentes
quando conjugados:

“ir” e “ser”.

- Os verbos defectivos são os que não apresentam conjugação completa. A


defectividade ocorre, normalmente, em verbos da 3ª conjugação:

“colorir”, “demolir”, “falir”, etc.

- Os verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma


para exprimir a mesma ideia e exercer a mesma função. A abundância
ocorre de modo predominante nos particípios:

“aceito/aceitado”, “ganho/ganhado”, “pago/pagado”, etc.

Desafios – algumas questões sobre verbos


Questão 1 – Identifique a frase em que o verbo destacado foi flexionado
corretamente:

a) As testemunhas do crime deporão amanhã.

b) As crianças exporam os desenhos na sala de aula.

c) No mês passado, nós propomos a realização de um bingo.

d) Se ele dispor de muitos recursos, poderá fazer a reforma do local.

Resposta:

A conjugação de “depor”, “expor”, “propor”, “dispor”, etc. segue a


conjugação do verbo de que derivam: “pôr”. Nesse contexto, o verbo na
primeira frase (alternativa “a”) foi flexionado corretamente para indicar o
futuro do presente (“deporão” vem de “porão”). Nas alternativas “b” e “c”,
os verbos exprimem ações concluídas. Por isso, devem ser empregados no
pretérito perfeito: “As crianças expuseram os desenhos na sala de aula.” e
“No mês passado, nós propusemos a realização de um bingo”. Os verbos
citados (“deporão”, “expuseram” e “propomos”) foram flexionados no modo
indicativo, isto, é expressam certezas. Já na última frase (alternativa “d”),
aparece o modo subjuntivo para exprimir uma condição: “Se ele dispuser de
muitos recursos, poderá fazer a reforma do local”.

Questão 2 – O verbo está na voz ativa na oração:

a) Alugam-se casas.

b) Foi solucionado o problema.

c) Eu apresentei-me ao público.

d) Os alunos conversaram com o diretor.

Na primeira oração, o verbo está na voz passiva pronominal e na segunda, o


verbo está na voz passiva analítica, já que os sujeitos são pacientes das
ações expressas pelos referidos verbos. Na terceira oração, o verbo está na
voz reflexiva para indicar que o sujeito é agente e paciente da ação
expressa por “apresentar”. E, por fim, o verbo está na voz ativa na última
oração, exprimindo que o sujeito (“Os alunos”) é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo “conversar”. Portanto, a resposta correta é a
tempos primitivos

Desafios – algumas questões sobre verbos


Questão 1 – Identifique a frase em que o verbo destacado foi flexionado
corretamente:

a) As testemunhas do crime deporão amanhã.

b) As crianças exporam os desenhos na sala de aula.

c) No mês passado, nós propomos a realização de um bingo.

d) Se ele dispor de muitos recursos, poderá fazer a reforma do local.

Resposta:

A conjugação de “depor”, “expor”, “propor”, “dispor”, etc. segue a


conjugação do verbo de que derivam: “pôr”. Nesse contexto, o verbo na
primeira frase (alternativa “a”) foi flexionado corretamente para indicar o
futuro do presente (“deporão” vem de “porão”). Nas alternativas “b” e “c”,
os verbos exprimem ações concluídas. Por isso, devem ser empregados no
pretérito perfeito: “As crianças expuseram os desenhos na sala de aula.” e
“No mês passado, nós propusemos a realização de um bingo”. Os verbos
citados (“deporão”, “expuseram” e “propomos”) foram flexionados no modo
indicativo, isto, é expressam certezas. Já na última frase (alternativa “d”),
aparece o modo subjuntivo para exprimir uma condição: “Se ele dispuser de
muitos recursos, poderá fazer a reforma do local”.

Concordância verbal

Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre


sujeito e verbo. Isso quer dizer que quando o sujeito está no singular, o
verbo também deve estar; quando o sujeito estiver no plural, o verbo
também estará.

Exemplos:
 Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera.
 Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera.
 Cristina e Eva entraram no hospital.

Parece simples, mas há várias situações que provocam dúvidas não só nos
alunos, mas em qualquer falante da língua portuguesa. Vamos a elas!

Regras para sujeito simples


1. Sujeito coletivo
Nesta situação, o verbo fica sempre no singular.

Exemplo:
A multidão ultrapassou o limite.
Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser
conjugado no singular ou no plural.

2. Coletivos partitivos
O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais
como "a maioria de", "a maior parte de", "grande número de".

Exemplo:
Grande número dos presentes se retirou.
Grande número dos presentes se retiraram.

3. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de"


Nestes casos, o verbo concorda com o numeral.
Exemplo:
Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias.
Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.

Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai
para o plural.

Exemplo:
Mais de uma professora se abraçaram.

4. Nomes próprios
Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença
ou não de artigos.

Exemplo:
Os Estados Unidos influenciam o mundo.
Estados Unidos influencia o mundo.

5. Pronome relativo "que"


O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”.

Exemplo:
Fui eu que levei.
Foste tu que levaste.
Foi ele que levou.

6. Pronome relativo "quem"


O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode
concordar com o antecedente do pronome "quem".

Exemplo:
Fui eu quem afirmou.
Fui eu quem afirmei.

7. Expressão "um dos que"


Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no
singular como no plural.

Exemplo:
Ele foi um dos que mais contribuiu.
Ele foi um dos que mais contribuíram.
Regras para sujeito composto
1. Sujeitos formados por sinônimos
O verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar
com o núcleo mais próximo.

Exemplo:
Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência.
Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.

2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração


Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para o plural, como
também pode concordar com o núcleo mais próximo.

Exemplo:
Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde.
Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.

3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes


Nesta situação, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por
ordem de prioridade.

Exemplo:
Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite.
(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do
singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós
chegaremos".

Jair e eu conseguimos comprar um apartamento.


(eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular
que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos".

4. Sujeitos ligados por "ou"


Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal
estiver se referindo a todos os elementos do sujeito.

Exemplo:
Doces ou chocolate desagradam ao menino.

Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com


o último elemento.

Exemplo:
A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.
Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo
permanece no singular.

Exemplo:
Laís ou Elisa ganhará mais tempo.

5. Sujeitos ligados por "nem"


Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural.

Exemplo:
Nem chuva nem frio são bem recebidos.

6. Sujeitos ligados por "com"


Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural.

Exemplo:
O ator com seus convidados chegaram às 6 horas.

Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o
antecedente e o segmento "com" é grafado entre vírgulas:

Exemplo:
O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.

7. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só,
como"
Nesses casos, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais
próximo.

Exemplo:
Tanto Rafael como Marina participaram da mostra.
Tanto Rafael como Marina participou da mostra.

8. Partícula "se"
No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o
verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular.

Exemplo:
Confia-se em todos.
No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser
conjugado concordando com o sujeito da oração.

Exemplo:
Construiu-se uma igreja.
Construíram-se novas igrejas.

9. Verbos impessoais
Os verbos impessoais sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular.

Exemplo:
Havia muitos copos naquela mesa.
Houve dois meses sem mudanças.

10. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um"
Neste caso, o verbo fica no singular.

Exemplo:
Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.

11. Sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como"


O verbo é conjugado no plural.

Exemplo:
O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.

12. Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de"
Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo
fica sempre no singular.

Exemplo:
Três vezes é muito.

13. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s)


O verbo sempre concorda com o sujeito.

Exemplos:
Deu uma hora que espero.
Soaram duas horas.

14. Indicações de datas


O verbo deve concordar com a indicação numérica da data.

Exemplo:
Hoje são 2 de maio.

Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia.

Exemplo:
Hoje é dia 2 de maio.

15. Verbos no infinitivo


15.1 Infinitivo impessoal
Verbos no infinitivo não devem ser flexionados nas seguintes situações:

a) quando têm valor de substantivo.

Exemplo: Comer é o melhor que há.

b) quando têm valor imperativo.

Exemplo: Vá dormir!

c) quando são os verbos principais de uma locução verbal.

Exemplo: Íamos sair quando você chegou.

d) quando são regidos por preposição.

Exemplo: Começamos a cantar.

15.2 Infinitivo pessoal


Verbos no infinitivo devem ser flexionados quando os sujeitos são
diferentes e queremos defini-los.

Exemplo:
Comprei a pizza para eles comerem.

Exercícios comentados
1. (UNG) Assinale a alternativa em que o verbo grifado deve ser pluralizado,
a fim de que a concordância verbal fique correta:
a) Em fevereiro deverá fazer dias melhores.
b) Espero que haja sobrado algumas cervejas.
c) Já começa a haver esperanças.
d) Aqui nunca havia feito verões tão rigorosos.
e) Não pode haver hesitações.
Resposta: Alternativa b: Espero que hajam sobrado algumas cervejas.
Apesar de pouco usada, a forma "hajam" está correta. Neste caso, o verbo
"haver" é um verbo auxiliar, sendo assim possível conjugá-lo em todas as
pessoas

2. (FGV) A única frase em que as formas verbais estão corretamente


empregadas é:
a) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir
vírus perigosos.
b) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato,
o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um participante ativo do jogo
mundial.
c) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora
nenhum fará a sociedade em que eu acredito.
d) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema
se o suprir de carne e o manter na jaula.
e) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por
completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de saber mais do que nos
convinha.
Resposta: Alternativa e: O nome secreto de Deus era o princípio ativo da
criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de
saber mais do que nos convinha.

Correção das alternativas restantes:

a) Especialistas temem que órgãos de outras espécies possam transmitir


vírus perigosos.
b) Além disso, mesmo que seja adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato,
o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um participante ativo do jogo
mundial.
c) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora
nenhum faça a sociedade em que eu acredito.
d) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema
se o suprirmos de carne e o mantivermos na jaula.

3. (Cesgranrio) Assinale a concordância verbal errada.


a) Já é uma hora da tarde, e ele ainda não chegou.
b) Fazia três anos que ele viajara para Belém.
c) Na reunião só havia cinco representantes do Sindicato.
d) Deve existir pelo menos mais de três documentos guardados.
e) Qual dos três cientistas ganhará o prêmio este ano?
Resposta: Alternativa d: Deve existir pelo menos mais de três documentos
guardados.

Correção: Devem existir pelo menos mais de três documentos guardados.


O verbo existir é pessoal, logo deve concordar com "mais de três
documentos guardados".
Os verbos "fazer e haver" são impessoais e, por isso, apresentam-se apenas
na 3.ª pessoa do singular.

4. (Unifesp-2013) “O Hatha yoga pradipika, sagrada escritura do hatha


yoga, escrita no século 15 da era atual, diz que, antes de nos aventurarmos
na prática de austeridade e códigos morais, devemos nos preparar.
Autocontrole e disciplina sem preparação adequada _____ criar mais
problemas mentais e de personalidade do que paz de espírito. A beleza
dessa escritura é que ela resolve o grande problema que todo iniciante
enfrenta: dominar a mente.
Devido _____ abordagem corporal, o hatha yoga ficou conhecido – de modo
equivocado – como uma categoria de ioga _____ trabalha apenas as
valências físicas (força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e outras), quase
como ginástica oriental. Isso não é verdade.” (Ciência Hoje, julho de 2012.
Adaptado.)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto


devem ser preenchidas, respectivamente, com

a) pode – a essa – aonde.


b) podem – a essa – que.
c) pode – à essa – o qual.
d) podem – essa – com que.
e) pode – essa – onde.
Resposta: Alternativa b: podem – a essa – que.

"podem" - concorda com o sujeito composto Autocontrole e disciplina.


"a essa" - a palavra "devido" exige preposição (devido a). O "a" não leva
crase porque não há crase antes de pronomes demonstrativos, como é o caso
de "essa".
"que" - o pronome relativo relaciona-se com "ioga" e serve aqui como um
conectivo.

5. (ESPM) Quanto ao uso dos verbos "haver" e "existir", assinale a


alternativa correta.
a) Mas devem haver aqueles que a enxergam com otimismo.
b) Mas deve haver aqueles que a enxergam com otimismo.
c) Mas deve existir aqueles que a enxergam com otimismo.
d) Mas devem existirem aqueles que a enxergam com otimismo.
e) Mas devem haverem aqueles que a enxergam com otimismo.
Resposta: Alternativa b: Mas deve haver aqueles que a enxergam com
otimismo.

O verbo haver (no sentido de existir) é impessoal e, por isso, apresenta-se


apenas na 3.ª pessoa do singular.
O verbo existir, por sua vez, não é impessoal e, por isso, deve concordar da
seguinte forma: "Devem existir aqueles que a enxergam com otimismo"

6. (Fuvest) Complete as frases abaixo com as formas corretas dos verbos


indicados entre parênteses.
I – Os alienados sempre _____ neutros. (manter-se)
II – Quando ele _____ uma canção de paz, poderá descansar. (compor)
III – As provas que _____ mais erros seriam comentadas. (conter)
IV – Quando eu _____ os livros, nunca mais os emprestarei. (reaver)
a) I mantêm / mantiveram, II compuser , III contivessem, IV reouver.
b) I mantêm / mantiveram, II compuser , III conter, IV reouver.
c) I mantêm / mantiveram, II compor , III contivessem, IV reaver.
d) I mantiveram, II compuser , III conter, IV reaver.
e) I mantêm, II compor , III contivessem, IV reouver.
Resposta:Alternativa a: I mantêm / mantiveram, II compuser , III
contivessem, IV reouver.

I) mantêm - 3.ª pessoa do plural do presente do indicativo / mantiveram-se


- 3.ª pessoa do plural do pretérito perfeito.
II) compuser - 1.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo.
III) contivessem - 3.ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do
subjuntivo.
IV) reouver - 1.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Concordância nominal é a relação que se estabelece entre as classes de


palavras (nomes).

É o que faz com que substantivos concordem com pronomes, numerais e


adjetivos, entre outros.

Exemplo:
Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca.

Neste caso, pronome, numeral e adjetivo concordam com o substantivo


"obras". "Estas" e não "estes" obras, pronome que está no plural, já que a
oração refere que são três e não apenas uma obra maravilhosa.

E por que "maravilhosas" e não "maravilhoso"? Porque o substantivo está no


plural e é feminino, ou seja, tudo muito bem combinado.

Regras de Concordância Nominal


1. Adjetivo e um substantivo
O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo.

Exemplo:
 Que pintura bonita!
1.1. Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com
aquele que está mais próximo.

Exemplo:
 Que bonita pintura e poema!
Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no
plural.

Exemplo:
 Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição dos grandes
Roberto Carlos e Erasmo Carlos em homenagem à Caetano Veloso.

1.2. Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos


substantivos, deve concordar com aquele que está mais próximo ou com
todos eles.
Exemplos:
 Que pintura e poema bonito!
 Que poema e pintura bonita!
 Que pintura e poema bonitos!
 Que poema e pintura bonitos!

2. Substantivo e mais do que um adjetivo


Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a
concordância pode ser feita das seguintes formas:

2.1. Colocando o artigo antes do último adjetivo.

Exemplo:
 Adoro a comida italiana e a chinesa.
2.2. Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural.

Exemplo:
 Adoro as comidas italiana e chinesa.
3. Números ordinais
3.1. Nos casos em que há número ordinais antes do substantivo, o
substantivo pode ser usado tanto no singular como no plural.
Exemplos:
 A segunda e a terceira casa.
 A segunda e a terceira casas.
3.2. Nos casos em que há número ordinais depois do substantivo, o
substantivo deve ser usado no plural.
Exemplo:
 As casas segunda e terceira.

4. Expressões
4.1. Anexo
A palavra "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo.

Exemplos:
 Segue anexo o recibo.
 Segue anexa a fatura.
Mas, a expressão "em anexo" não varia.

Exemplo:
 Segue em anexo a fatura.

4.2. Bastante(s)
4.2.1. Quando tem a função de adjetivo, a palavra "bastante" deve
concordar em gênero e número com o substantivo.

Exemplo:
 Recebemos bastantes telefonemas.
4.2.2. Quando tem a função de advérbio, a palavra "bastante" não varia.

Exemplo:
 Eles cantam bastante bem.
4.3. Meio
4.3.1. Quando tem a função de adjetivo, a palavra "meio" deve concordar em
gênero e número com o substantivo.

Exemplos:
 Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo.
 Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo.

4.3.2. Quando tem a função de advérbio, a palavra "meio" não varia.

Exemplo:
 Ele é meio maluco.
 Ela é meio maluca.

4.4. Menos
A palavra "menos" não varia.

Exemplos:
 Hoje, tenho menos alunos.
 Hoje, tenho menos alunas.

4.5. É proibido, é bom, é necessário


4.1. As expressões "é proibido, é bom, é necessário" não variam, a não ser
que sejam acompanhadas por determinantes que as modifiquem.

Exemplos:
 É proibido entrada.
 É proibida a entrada.
 Verdura é bom.
 A verdura é boa.
 Paciência é necessário.
 A paciência é necessária.

Resumo de Concordância Nominal


Exercícios de Vestibular com Gabarito
1. (Cesgranrio) Há concordância nominal inadequada em:
a) clima e terras desconhecidas
b) clima e terra desconhecidos
c) terras e clima desconhecidas
d) terras e clima desconhecido
e) terras e clima desconhecidos
Resposta: Alternativa c: terras e clima desconhecidas.

Quando há mais do que um substantivo, neste caso " clima" e "terras", e o


adjetivo vem depois deles, a concordância pode ser feita de duas formas:

1. Adjetivo concorda com todos substantivos. É o caso de:

b) clima e terra desconhecidos


e) terras e clima desconhecidos
2. Adjetivo concorda com o substantivo que estiver mais próximo. É o caso
de:

a) clima e terras desconhecidas


d) terras e clima desconhecido

2. (Acafe-SC) Assinale a alternativa que completa corretamente os espaços:


A entrada para o cinema foi _____, mas o filme e o desenho _____
compensaram, pois saímos todos _____ .

a) caro – apresentado – alegre


b) cara – apresentado – alegre
c) caro – apresentados – alegres
d) cara – apresentados – alegres
e) cara – apresentados – alegre
Resposta: Alternativa d: cara – apresentados – alegres.

 Cara: o adjetivo "cara" deve concordar com o substantivo "entrada".


 Apresentado: o adjetivo "apresentado" deve concordar com o substantivo
"desenho", que é o mais próximo. Outra alternativa seria concordar o
adjetivo com todos os substantivos, passando-o para o plural,
"apresentados".
 Alegres: o adjetivo "alegres" deve concordar com o pronome "todos".

3. (UFF) Assinale a opção em que ocorre ERRO de concordância nominal:


a) Parecia meio aborrecida a mulher de mestre Amaro.
b) Pagando cem mil-réis, ele estaria quites com o velho.
c) O seleiro sentiu o papel e a nota novos no bolso.
d) Floridos montes e várzeas se sucediam na paisagem.
e) Os partidos de cana mostravam tonalidades verde-esmeralda.
Resposta: Alternativa b: Pagando cem mil-réis, ele estaria quites com o
velho.
Correção: Pagando cem mil-réis, ele estaria quite com o velho.
Isso porque o adjetivo "quite" deve concordar com o pronome "ela".

Quanto às alternativas restantes:

a) Parecia meio aborrecida a mulher de mestre Amaro.

Neste caso, "meio" tem a função de advérbio, por isso não varia.

c) O seleiro sentiu o papel e a nota novos no bolso.

Quando há mais do que um substantivo, neste caso " papel" e "nota", e o


adjetivo vem depois deles, o adjetivo deve concordar com todos os
substantivos. Também estaria correto se o adjetivo concordasse com o
substantivo mais próximo: O seleiro sentiu o papel e a nota nova no bolso.

d) Floridos montes e várzeas se sucediam na paisagem.


Quando há mais do que um substantivo, neste caso " montes" e "várzeas", o
adjetivo deve concordar com aquele que está mais próximo.

e) Os partidos de cana mostravam tonalidades verde-esmeralda.

Este é um caso de plural de substantivo composto. Quando o segundo


elemento é um substantivo, no caso, "esmeralda", a cor fica sempre no
singular.

PRÓCLISE.ÊNCLISE,MESÓCLISE
Próclise, Mesóclise e Ênclise são as diferentes posições que os Pronomes
Oblíquos Átonos podem ocupar em uma oração.

Na tabela a seguir é possível visualizar estas posições de maneira objetiva:

Próclise Ênclise Mesóclise


Quando o Pronome Oblíquo é
Quando o Pronome Quando o Pronome
colocado entre o Radical e
Oblíquo é Oblíquo é
as desinências verbais que
colocado antes do colocado após o
marcam os tempos futuros
Verbo. Verbo.
do presente e do pretérito.
Sentou-se imediatam Realizar-se-á uma
Eles me colocaram na
ente quando o conferência para discutir
fila de espera.
professor entrou. melhor o sobre o assunto.

Orientações gerais da Gramática Normativa sobre a colocação dos


Pronomes Oblíquos Átonos
A colocação pronominal é estudada pela Sintaxe da Gramática Normativa,
a qual admite três diferentes posições sintáticas ocupadas pelos Pronomes
Oblíquos Átonos quando atuam sintaticamente como Complementos dos
Verbos. É o que se chama de: Próclise, Mesóclise e Ênclise. Cada posição
receberá uma denominação dependendo do contexto sintático em que os
Pronomes são colocados.

Embora a Próclise seja a posição mais utilizada pelos usuários da Língua


Portuguesa do Brasil, em contextos de fala e escrita coloquiais, é necessário
conhecermos todas elas, pois constantemente recorremos ao uso da
modalidade escrita formal da nossa língua.

Antes de iniciarmos as reflexões sobre cada uma das posições, relembre o


que são e quais são os Pronomes Oblíquos Átonos da Língua Portuguesa:

Pronomes
Os Pronomes são uma classe de palavras que determinam ou substituem o
substantivo. Existem oito tipos de Pronomes: Pessoal, Possessivo,
Demonstrativo, Interrogativos, Relativos,
Indefinidos, Adjetivos e Substantivos. Os Pronomes Oblíquos Átonos e os
Pronomes Pessoais do Caso Reto são os dois tipos de Pronomes Pessoais.

Pronomes Oblíquos Átonos


Veja a tabela a seguir com os Pronomes Oblíquos Átonos:

Pronomes Oblíquos Pronomes Oblíquos


Pessoa do discurso
Tônicos Átonos
1ª pessoa do
Mim, comigo Me
singular
2ª pessoa do
Ti, contigo Te
singular
3ª pessoa do
Se, o , a, lhe O, a, lhe
singular
1ª pessoa do plural Nos Nos
2ª pessoa do plural Vos Vos
3ª pessoa do plural Se, os, as, lhes Os, as, lhes

Próclise
Próclise é quando o Pronome Oblíquo Átono é posicionado antes do Verbo. O
uso de Próclise é recomendado:

1. Nas orações em que aparecem as Locuções Verbais e tempos verbais


compostos o Pronome aparece antes do verbo principal de depois do verbo
auxiliar:

Ele está me ajudando muito.

2. Nas palavras ou Locuções com sentido negativo:

O dinheiro não vos corromperá.

3. Nas frases exclamativas ou interrogativas diretas:

Quem pode nos ajudar a recolher o lixo?

Não me incomode!

4. Advérbios:

Hoje o vi regando as flores.

5. Pronomes Relativos:

O aluno que lhe desrespeitou foi para a diretoria.

6. Pronomes Indefinidos:

Alguém me diz o que está acontecendo aqui!

7. Pronomes Demonstrativos Neutros:


Aquilo me lembra o dia em que caí de bicicleta.

8. Conjunções e Locuções Subordinativas:

Não ultrapassou porque nos deve respeito.

Ênclise
Ênclise é quando o Pronome Oblíquo Átono é posicionado depois do Verbo. O
uso de Ênclise é recomendado quando o Verbo:

1. Inicia a oração:

Refiro-me ao carregador de celular.

2. Está flexionado no modo Imperativo afirmativo:

Dê-me um copo com água.

3. Está no Gerúndio:

Meu pai veio carregando-me no colo.

4. Está no Infinitivo Impessoal:

Quero dar-lhe uma boa notícia.

Mesóclise
A Mesóclise ocorre quando o Pronome Oblíquo é colocado entre o Radical e
as desinências verbais que marcam os tempos futuros do presente e do
pretérito. Embora pouquíssimo utilizada atualmente, a Mesóclise é
recomenda quando o Verbo estiver flexionado nos futuros do presente e do
pretérito e não vier precedido por qualquer palavra atratora de Pronomes
Átonos.

Ajudar-nos-ia se falasse um pouco mais baixo.

Permitir-lhes-ei mais uma taça de vinho.

REGENCIA NOMINAL E VERBAL


A regência verbal e a regência nominal ocorrem entre os diferentes termos
de uma oração. Ocorre regência quando há um termo regente que apresenta
um sentido incompleto sem o termo regido, ou seja, sem o seu complemento.

O que é regência verbal?


A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece
com o seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma
preposição. Na regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem
preposição) e o objeto indireto (preposicionado).

O que é regência nominal?


A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece
com o seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição.

Exemplos de regência verbal preposicionada

 assistir a;
 obedecer a;
 avisar a;
 agradar a;
 morar em;
 apoiar-se em;
 transformar em;
 morrer de;
 constar de;
 sonhar com;
 indignar-se com;
 ensaiar para;
 apaixonar-se por;
 cair sobre.
Exemplos de regência nominal

 favorável a;
 apto a;
 livre de;
 sedento de;
 intolerante com;
 compatível com;
 interesse em;
 perito em;
 mau para;
 pronto para;
 respeito por;
 responsável por.

Regência verbal sem preposição


Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo
regido, não sendo necessária uma preposição para estabelecer a regência
verbal. 
Exemplos de regência verbal sem preposição:

 Você já fez os deveres?


 Eu quero um carro novo.
 A criança bebeu o suco.

O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?,


indicando o elemento que sofre a ação verbal.

Regência verbal com preposição


Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo
regido, sendo obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a
regência verbal. 
Exemplos de regência verbal com preposição:

 O funcionário não se lembrou da reunião.


 Ninguém simpatiza com ele.
 Você não respondeu à minha pergunta.
O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê?
de quem? para quem? em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a
ação verbal.

Preposições usadas na regência verbal


As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma
simples, bem como contraídas ou combinadas com artigos e pronomes. 
Preposições simples: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,...
Contração e combinação de preposições: à, ao, do, das, destes, no, numa,
nisto, pela, pelo,...
As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e
por.

 Preposição a: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,...


 Preposição de: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,...
 Preposição com: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,...
 Preposição em: participar em, teimar em, viciar-se em,...
 Preposição para: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,...
 Preposição por: interessar-se por, começar por, ansiar por,...

Veja também: Outros exemplos de regência verbal preposicionada.


Regência nominal com preposição
A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de
uma preposição para se ligar ao seu complemento nominal.
Exemplos de regência nominal com preposição:

 Sempre tive muito medo de baratas.


 Seu pai está furioso com você!
 Sinto-me grato a todos.

Preposições usadas na regência nominal


Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma
simples e contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.
As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com,
em, para, por.

 Preposição a: anterior a, contrário a, equivalente a,...


 Preposição de: capaz de, digno de, incapaz de,...
 Preposição com: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,...
 Preposição em: negligente em, versado em, parco em,...
 Preposição para: essencial para, próprio para, apto para,...
 Preposição por: admiração por, ansioso por, devoção por,...

TIPOS DE SUJEITO
As frases podem apresentar sujeito indeterminado, sujeito inexistente ou sujeito determinado. Esse último
subdivide-se, ainda, em três tipos: sujeito simples, sujeito composto e sujeito oculto.

1. Sujeito simples
Quando o verbo principal de uma frase faz referência a um sujeito de núcleo único, temos um sujeito simples.

O núcleo do sujeito é a sua palavra principal e mais importante.

É importante referir que um sujeito simples não é necessariamente representado por apenas uma palavra ou por
um termo flexionado no singular.

Exemplos de sujeito simples:


 Paulo comprou uma bicicleta.
 Os meninos estão brincando no quintal.

Relativamente ao primeiro exemplo, se nos perguntarmos “Quem comprou a bicicleta”?, teremos como
resposta: “Paulo”. Nesse caso, o verbo “comprou” faz referência a um sujeito de núcleo único: Paulo.

Já no segundo exemplo, se nos perguntarmos “Quem está brincando no quintal?”, teremos como resposta “Os
meninos”. Veja que, nesse caso, o sujeito é formado por duas palavras. No entanto, o núcleo do sujeito é o
elemento “meninos”.

2. Sujeito composto
Quando o verbo principal de uma frase faz referência a dois ou mais núcleos do sujeito, temos um sujeito
composto.

É importante referir que um sujeito composto não necessariamente é um vocábulo no plural. Observe abaixo.

Exemplos de sujeito composto:


 Camila e Lorena fizeram os doces da festa.
 A professora e os alunos ensaiaram para a festa da escola.

No primeiro exemplo, se nos perguntarmos “Quem fez os doces da festa?”, teremos como resposta “Camila e
Lorena”, ou seja, um sujeito com dois núcleos; núcleo 1: Camila; núcleo 2: Lorena.

O mesmo acontece com o segundo exemplo. Quando nos perguntamos “Quem ensaiou para a festa da
escola?”, teremos como resposta “A professora e os alunos”. Núcleo 1: professora; núcleo 2: alunos.

No entanto, veja como a frase abaixo é diferente:

Exemplo:
Os netos presentearam a avó.

Se nos perguntarmos “Quem presenteou a avó?”, teremos como resposta “Os netos”. Observe que, as palavras
de tal resposta estão no plural, mas isso não é indicativo de sujeito composto.

Como o sujeito tem um núcleo só (netos), temos um caso de sujeito simples.

Veja também: Sujeito composto: o que é e como se faz a concordância (com exemplos)

3. Sujeito oculto ou sujeito desinencial


Também designado de sujeito elíptico, sujeito implícito e sujeito subentendido, o sujeito oculto/desinencial
é aquele que não aparece na frase de forma explícita. Podemos dizer que sabemos que ele está ali, mas não
conseguimos vê-lo.
No entanto, podemos identificá-lo por conta da desinência do verbo da frase.

A desinência consiste em elementos do final da palavra que permitem identificar a pessoa verbal à qual ela se
refere, compreender se a palavra é masculina ou feminina, singular ou plural, etc.

Ao analisarmos a flexão verbal "estamos", por exemplo, observamos o seguinte: -mos: desinência número
pessoal indicativa da 1ª pessoa do plural (nós).
Exemplos de sujeito oculto:
 Estamos muito orgulhosos de você.
 Deixei minha chave em casa.
Em ambos os exemplos, o que nos indica qual é o sujeito é a desinência da flexão verbal. No primeiro exemplo,
o verbo “estamos” nos indica que o sujeito só pode ser “nós”. Já no segundo exemplo, o verbo “deixei” é
indicativo de que o sujeito da frase é “eu”.
Nesse caso, tanto o sujeito “nós” quanto o sujeito “eu” estão implícitos.

Veja também: Sujeito oculto

4. Sujeito determinado
O sujeito determinado é aquele que pode ser identificado. Compare os exemplos abaixo:

 Rita disse que vai chover (sujeito determinado).


 Disseram que vai chover (sujeito indeterminado).

Observe que, no primeiro exemplo, podemos identificar o sujeito (Rita). Por isso, temos um caso de sujeito
determinado.

Já na segunda frase, sabemos que alguém disse que vai chover, mas não sabemos quem.

Os sujeitos simples, compostos ou ocultos são sujeitos determinados.

5. Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado é aquele que faz referência a alguém, mas não o identifica.

Esse tipo de sujeito geralmente é acompanhado de verbos flexionados na terceira pessoa do plural, ou de
verbos flexionados na terceira pessoa do singular, acompanhados da partícula -se.

Exemplos de sujeito indeterminado:


 Esqueceram de trancar a porta.
 Precisa-se de vendedores.

Observe que, no primeiro exemplo, sabemos que alguém esqueceu de trancar a porta, mas não exatamente
quem.

Já na segunda frase, identificamos que alguém ou algum lugar precisa de vendedores, mas não
compreendemos quem ou que lugar.

Veja também: Sujeito indeterminado e Índice de indeterminação do sujeito.

6. Sujeito inexistente (oração sem


sujeito)
O sujeito inexistente ocorre no que chamamos de oração sem sujeito, e é acompanhado por um verbo
impessoal.
Os verbos impessoais não são acompanhados por sujeitos e podem indicar: fenômenos da natureza (chover,
nevar, fazer frio, fazer calor etc.); tempo decorrido (ser, fazer, etc.) e existência ou acontecimento de algo
(haver).

Exemplos de sujeito inexistente:


 Nevou o dia todo.
 Faz três anos que estudo nesta escola.
 Há muita gente na praia.
 Na minha família houve um caso parecido.
Veja também: Oração sem sujeito e Verbos impessoais.

Exercícios sobre tipos de sujeito


1. (CESPE/2019 - adaptada)
Texto CB1A1-I
Em 1996, no artigo Contratos Inteligentes, o criptógrafo Nick Szabo predizia que a internet mudaria para sempre
a natureza dos sistemas legais. A Justiça do futuro, dizia, estaria baseada em uma tecnologia chamada
contratos inteligentes.

Os contratos legais com que habitualmente trabalham os advogados estão escritos em linguagem
frequentemente ambígua e sujeita a interpretações diversas. Um contrato inteligente é um acordo escrito em
código de software. Como linguagem de programação, é claro e objetivo. O contrato se executa de maneira
automática quando se cumprem as condições acordadas. Ambas as partes podem ter certeza quase total de
que o acordo se cumprirá tal como foi combinado. E tudo ocorre em uma rede descentralizada de
computadores. Não há nada que as partes possam fazer para evitar o cumprimento do contrato.

Imaginemos que Alice compre um automóvel com um crédito bancário, mas deixe de pagar suas prestações.
Uma manhã, introduz sua chave digital no veículo — e a porta não abre. Foi bloqueada por falta de
cumprimento do contrato. Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave digital. Abre a porta,
liga o motor e parte com o veículo. O contrato inteligente bloqueou de maneira automática o uso do automóvel
por parte de Alice, por causa da falta de cumprimento do contrato. O banco recupera o veículo sem perder
tempo com dinheiro nem advogados. Szabo propôs os contratos inteligentes nos anos 90. Mas durante muito
tempo, a proposta ficou só na ideia. Até que em 2014 um jovem russo-canadense de 19 anos chamado Vitalik
Buterin, usando blockchain, lançou a Ethereum. Trata-se de uma rede que mantém registro compartilhado com
a rede bitcoin, mas tem linguagem de programação mais sofisticada, que permite a gravação de contratos
inteligentes. Os contratos inteligentes prometem automatizar muitas das ações que historicamente se fizeram
por meio de sistemas legais, reduzindo seus custos e aumentando sua velocidade e segurança.

Ainda que o segmento esteja numa fase inicial, aos poucos vão surgindo mais legaltechs para aplicar contratos
inteligentes em diferentes setores da economia. Um dos principais desafios está no ambiente regulatório — em
particular, no reconhecimento legal desses contratos.
“Hoje, contamos com projetos de implementação de contratos inteligentes com validade legal, como OpenLaw,
da ConsenSys (Estados Unidos), Accord Project (EUA e Reino Unido), Agrello (Estônia) e dezenas de pequenos
empreendimentos pelo mundo”, afirma o advogado especializado em novas tecnologias Albi Rodriguez
Jaramillo, cofundador da comunidade LegalBlock, de advogados especialistas em blockchain.
Um segundo desafio é desenvolver a infraestrutura necessária para que os contratos inteligentes possam ser
executados. Isso inclui a criação de fechaduras inteligentes que respondam às ordens desses contratos. Elas é
que farão a hipotética devedora Alice não conseguir abrir o carro por ter deixado de pagar as prestações. No
futuro também será possível que uma casa alugada no Airbnb abra as portas de maneira automática quando
ocorre o pagamento. A empresa Slock.it desenvolve uma rede universal de compartilhamento (Universal
Sharing Network) na qual, espera-se, vão interagir carros, casas e outros ativos da economia compartilhada.
Será uma peça fundamental para o desenvolvimento dos contratos inteligentes na nova economia.
Como faremos justiça? - A chegada dos contratos inteligentes. In: ÉPOCA Negócios.9/12/2018. Internet https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/12/como-faremos-justica.html (com adaptações)
Federico Ast. 

A respeito das propriedades linguísticas e dos sentidos do texto CB1A1-I, julgue o item seguinte.

No trecho “Abre a porta, liga o motor e parte com o veículo”, o termo “o veículo” é sujeito das formas verbais
“Abre”, “liga” e “parte”.

a) Certo
b) Errado
Resposta: Alternativa correta: b) Errado

Podemos compreender que a frase não identifica quem realiza as ações de “abrir”, “ligar” e “partir”. Assim,
temos um sujeito oculto.

Para saber quem pratica as ações referidas, precisamos ler as frases anteriores. Ao observarmos o segmento
“Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave.”, podemos perceber que o sujeito, afinal, é “o
funcionário do banco”.

2. (Fatec-SP/2017)
TEXTO:

“Não havia um segundo a perder. Tirou o machado de sob o capote, levantando-o com as duas mãos e, com um
gesto seco, quase mecânico, deixou-o cair na cabeça da velha. Suas mãos pareciam-lhe não ter mais forças.
Entretanto, readquiriu-as assim que vibrou o primeiro golpe.

A velha estava com a cabeça descoberta, como de hábito. Os cabelos claros, grisalhos e escassos,
abundantemente oleados, formavam uma pequena trança, presa à nuca por um fragmento de pente. Como era
baixa, o golpe atingiu-a nas têmporas. Deu um grito fraco e caiu, tendo tido, no entanto, tempo de levar as mãos
à cabeça.”
(DOSTOIÉVSKI, F. Crime e Castigo. São Paulo: Abril, 2010. p.111.)

No trecho “Deu um grito fraco e caiu.”, o sujeito dos verbos destacados é

a) composto, porque as ações dos dois verbos são atribuídas ao pronome pessoal ela.
b) inexistente, pois o pronome pessoal ela não aparece na sentença.
c) desinencial, pois se subentende a conjugação do verbo com o pronome pessoal ela.
d) indeterminado, pois não se pode determinar a posição do pronome pessoal ela no trecho.
Resposta: Alternativa correta: c) desinencial, pois se subentende a conjugação do verbo com o pronome
pessoal ela.

a) ERRADA. A classificação do sujeito é designada como "composto" quando ele tem dois núcleos, e não
quando ações de dois ou mais verbos são atribuídas a ele.
b) ERRADA. O fato de "ela" não aparecer na sentença é indicativo de um sujeito oculto, e não de um sujeito
inexistente.

c) CORRETA. Também chamado de "sujeito oculto", o "sujeito desinencial" é aquele que não aparece de forma
explícita na frase. Para identificá-lo, devemos observar a desinência do verbo; a terminação que indica a pessoa
verbal que o acompanha, gênero, número, etc.

No trecho referido, "deu" e "caiu" são formas dos verbos "dar" e "cair" flexionadas na terceira pessoa do singular
(ele/ela/você). Ao lermos as frases anteriores ao trecho, podemos perceber que o sujeito é "a velha", que
corresponde a "ela".

"A velha estava com a cabeça descoberta, como de hábito. Os cabelos claros, grisalhos e escassos,
abundantemente oleados, formavam uma pequena trança, presa à nuca por um fragmento de pente. Como era
baixa, o golpe atingiu-a nas têmporas. Deu um grito fraco e caiu, tendo tido, no entanto, tempo de levar as mãos
à cabeça."
d) ERRADA. Um sujeito indeterminado ocorre quando sabemos que há referência a algo ou alguém, mas não
sabemos a quem ou a que. Esse tipo de sujeito nada tem a ver com a determinação do posicionamento do
sujeito na frase.

3. (OSEC) Das orações: “Pede-se silêncio”, “A caverna anoitecia aos poucos”, “Fazia um calor tremendo
naquela tarde” – o sujeito classifica-se respectivamente como:
a) indeterminado, inexistente, simples
b) oculto, simples, inexistente
c) inexistente, inexistente, inexistente
d) oculto, inexistente, simples
e) simples, simples, inexistente
Resposta: Alternativa correta: e) simples, simples, inexistente

Observe as explicações abaixo para compreender a classificação dos tipos de sujeitos de cada frase.

1. "Pede-se silêncio."
Aqui temos um caso de sujeito paciente, ou seja, um sujeito que sofre a ação. Na frase, o silêncio sofre a ação
de ser pedido.

Como se trata de um sujeito de núcleo único (silêncio), ele é classificado como simples.

2. “A caverna anoitecia aos poucos.”


O sujeito da frase é "a caverna". Como apresenta apenas um núcleo (caverna), trata-se de um sujeito simples.

3. “Fazia um calor tremendo naquela tarde”


Na frase, o verbo "fazer" foi utilizado para indicar um fenômeno da natureza (calor). Isso é um indicativo de
sujeito inexistente; o verbo não faz referência a nada nem a ninguém, e não indica que/quem pratica a ação.

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