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Pesquisa: FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de Som

 Onomatopeia – recurso linguístico para representar os sons.


Exemplo: “Bum bum bum” seria o som do tambor representado no primeiro
quadrinho e no último o “Buáááá...Buáááá” a representação do som do
choro.

 Assonância – ocorre por meio de repetição de vogais


Exemplo:

Onde estão os poderosos?


Eram todos eles fracos?
Onde estão os protetores?
Seriam todos ingratos?
[...]

Romance LX ou Do caminho da forca, poema de Cecília Meireles.

 Aliteração – ocorre por meio de repetição de consoantes ou de sílabas


do enunciado.
Exemplos:
O rato roeu a roupa do rei de Roma. (repetição da consoante “r”)
“Quem com ferro fere com ferro será ferido. (repetição da consoante “f”)
Nos provérbios populares o recurso é utilizado especialmente para fácil
memorização.

 Paronomásia – recurso que acontece quando unem palavras com


significados diferentes que se escrevem e se pronunciam de forma
parecida.
Exemplo: Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.

Figuras de Palavras

 Comparação – expressão de termo comparativo, quase sempre


acompanhado da conjunção “como”
Exemplo: Faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Manuel Bandeira
 Metáfora – comparação implícita, sem a utilização da conjunção “como”.
Transporta palavras ou expressões do seu sentido literal para seu
sentido figurado.
Exemplo: Esse problema é só a ponta do iceberg.

Aqui a palavra Iceberg não está no seu sentido literal, não é um bloco de
gelo, mas sim, como a representação de um problema que se apresenta
pequeno, só que mais coisas ainda estão ocultas ou fora da visão do
momento, igual ao iceberg.

 Catacrese – a analogia que já faz parte do vocabulário, grande utilização


popular, muito comum, tão incorporado na língua que não se recorda
que é uma figura de linguagem e nem apresenta outra termo de grande
uso dos falantes.
Exemplo: Queimei o céu da boca por não esperar o bolo esfriar.

Aqui sabemos que não é um céu estrelado que estamos nos referindo, que
se trata de uma parte do interior da boca.

 Sinestesia – interpretação de planos sensoriais, mistura de sensações


de sentidos diferentes. Como na metáfora, relaciona elementos de
universos diferentes.
Exemplo: Senti um cheiro doce no ar. (Junção de dois elementos
sensoriais: Olfato + paladar)

 Antonomásia – é uma forma de perífrase aplicada aos nomes próprios,


ou seja, na substituição dos mesmos por expressões formadas por
substantivos comuns.
Exemplo: Tirei fotos maravilhosas na viagem para a cidade luz.

Aqui os termos “cidade luz” substitui o termo “Paris”.

 Sinédoque – configura em uma substituição de um termo por outro, o


que acarreta uma diminuição ou ampliação do sentido desse termo
utilizado. Essa redução ou ampliação ocorre devido à relação que o
termo substituído e o termo substituto estabelecem.
Exemplo: O Brasil jogou bem nas Olimpíadas.

Aqui o termo Brasil atua representando os times brasileiro que competiram


nas Olimpíadas.

 Metonímia – designação de um pormenor pelo conjunto de que se quer


falar, ou seja, a parte pelo todo.
Exemplo: Li muitas vezes Machado de Assis (autor pela sua obra)

Figuras de Pensamento
 Antítese – é a contraposição de uma palavra ou frase a outra de sentido
oposto.
Exemplo: A sina dos médicos é conviver com a doença e a saúde.

 Paradoxo – caracterizada pela expressão de uma ideia contrastante e


contraditória, sendo conceitos contraditórios na representação de uma
só ideia. Embora esses conceitos conflitantes possam parecer ilógicos,
acabam formando uma unidade semântica aceitável, passível de ser real
e compreendida pelos falantes da língua.
Exemplo: Mesmo sendo inteligente, se você não tiver uma mente aberta,
viverá para sempre numa sábia ignorância.

 Ironia – caracteriza em dizer algo que pela entonação ou pelo contexto


se nota que o sentido é contrário do que é dito, geralmente com intenção
sarcástica.
Exemplo: Pode ir naquele restaurante do José, lugar limpíssimo, tão limpo
que os ratos fazem a festa.

Aqui claramente não se indica o estabelecimento, usa da ideia contrária de


sujo, justamente para enfatizar a sujeira.

 Eufemismo – emprego de termos considerados mais leves para suavizar


uma informação ou expressão.
Exemplo: A vovó virou estrelinha.

Aqui o termo estrelinha suaviza a informação para falar que alguém morreu.

 Hipérbole – ocorre ao se expressar de forma exagerada.


Exemplo: Eu já te falei mil vezes a mesma coisa.

Aqui não se quer expressar um número exato, mas sim mostrar que já se
falou uma grande quantidade de vezes a mesma informação e que isso
causa uma irritação pela repetição.

 Gradação – apresenta uma ordenação progressiva de palavras ou de


termos relacionados entre si de modo a aumentar ou diminuir a ideia
que se expressa no enunciado. Há dois tipos de gradação: a
ascendente (clímax) e a descendente (anticlímax).
Exemplo:
“Oh, não aguardes, que a madura idade
Te converta em flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sobra, em nada.”
Gregório de Matos

Aqui encontramos uma crescente para a extinção do corpo, passando por


seus processos e finalmente chegando o seu total fim.

 Prosopopeia/personificação – se caracteriza ao se dar características


humanas para coisas inaminadas, seres não-humanos.
Exemplo: As árvores são os pulmões do mundo.
Aqui foi atribuído uma característica do corpo humano para as árvores, para
assim enfatizar sua importância na purificação do ar e consequentemente
na qualidade de vida humana que depende deu um oxigênio limpo.

 Apóstrofe – consiste numa invocação ou chamamento de algo


personificado ou de alguém, real ou imaginário, quer esteja presente ou
ausente. Ocorre uma breve alteração na narração ou discurso, sendo
invocada a entidade à qual se refere a mensagem.
Exemplo:
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Chico Buarque de Holanda

Figuras de Sintaxe
 Elipse – ocorre quando se omite um termo do enunciado que já se
apresenta implícito no contexto, mesmo que o termo não tenha
aparecido em nenhum momento no enunciado.
Exemplo: Ele fez isso e eu [perguntei]: “Você está louco?”

Aqui claramente se nota que foi feita uma pergunta, ou seja, sem
necessidade de aparecer o verbo “perguntei”, por isso o ocultamento não
causa prejuízo na compreensão.

 Zeugma – ocorre quando se omite um termo no enunciado, pois o termo


já seria subentendido diante do contexto que lhe é apresentado, um
recurso estilístico para evitar repetição, pois o termo em algum momento
já teria aparecido.
Exemplo: Eu prefiro Brooklyn 99, já Joana, The Office.

Aqui não é necessário repetir o verbo preferir, pois já se subentende que é


sobre preferência o enunciado.
 Polissíndeto – se refere ao uso excessivo e repetitivo de conjunções
entre palavras e orações. As conjunções mais frequentemente repetidas
são as conjunções coordenativas e, nem, ou.
Exemplo: Não entendo minha filha: ou chora, ou grita, ou reclama, ou se
entristece, ou se chateia, parece que nunca está bem.

 Assíndeto – se refere no oposto do polissíndeto, ausência de


conjunções, mas sem prejuízo para o entendimento do texto, apenas
deixando mais ágil a leitura.
Exemplo: “Vim, vi, venci.” (Júlio César)

 Pleonasmo – uma figura de linguagem que pode ser considera desvio da


normal padrão ou vicio de linguagem, pois é caracterizada como
repetição de termos óbvios, porém também pode ser usado para
enfatizar a informação dada e não apenas um equívoco da utilização da
língua.

Exemplo1:

Ó mar salgado, quanto do teu sal


São lágrimas de Portugal!
Fernando pessoa

Aqui como se pode notar, explicitar o adjetivo “salgado” para o “mar” é


redundante, porém traz um efeito poético no texto pela ênfase, para
dar mais poeticidade.

Exemplo 2: Amei o livro que o protagonista principal da história é um


grande herói.

Aqui neste outro exemplo já temos a repetição sem necessidade de


reforço pra compreensão, já que ser protagonista é sinônimo de ser o
principal. Uma redundância que não se ocasionou por traço estilístico.

 Hipérbato – é caracterizado pela inversão brusca da ordem direta dos


termos de uma oração ou período. Na construção usual da língua, a
ordem natural dos termos da oração vem posicionada dessa maneira:
sujeito + predicado + complemento. Sendo assim, o hipérbato interfere
na estrutura gramatical, invertendo a ordem natural dos termos, podendo
ocasionar algumas vezes dificuldade na compreensão total.
Exemplo: Morreu meu vizinho. (na ordem direta e mais usual: Meu vizinho
morreu)
 Anacoluto – é caracterizado por alterar a sequência lógica da estrutura
da frase por meio de uma pausa no discurso. Assim, realiza uma
“interrupção” na estrutura sintática da frase.
Exemplo: “Eu, porque sou mole, você fica abusando.” (Rubem Braga)
 Anáfora – é caracterizada pela repetição de uma ou mais palavras no
início de versos, orações ou períodos. Muito utilizada na poesia e na
música, a anáfora aumenta a expressividade da mensagem, enfatizando
o sentido de termos repetidos consecutivamente.
Exemplo:
"É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira"
(Trecho da música “Águas de Março” de Tom Jobim)
 Silepse – caracterizada por estabelecer concordância não com as
palavras que compõem a frase, mas com a ideia que se pretende
transmitir ou com termos subentendidos. Não obedece às regras de
concordância gramatical, estabelecendo uma concordância ideológica.
Há três tipos de silepse: silepse de gênero, silepse de número e silepse
de pessoa.

Exemplos: O casal viajou pela Europa e tiraram muitas fotos. (a


concordância é feita com a ideia de plural transmitida pelo substantivo
casal)

Angra dos Reis é encantadora! (a concordância é feita com a palavra


cidade, feminina, que está subentendida)

Todos preferimos viajar de avião. (a concordância é feita com “nós” e não


com eles: preferem)

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