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FGV revisão -

PORTUGUÊS
B&E ASSESSORIA
Figuras de linguagem

Figuras de linguagem são consideradas desvios das formas


gerais da linguagem. Seu uso é justificado na medida em que
servem para dar maior brilho e ênfase à comunicação.

Exemplo: Estar na primavera da vida. O substantivo primavera é


usado, geralmente, para designar uma fase do ano. Na frase, ele
designa uma fase da vida; estar na primavera da vida significa
estar na juventude da vida.
Principais Figuras de linguagem

 Comparação
Consiste em tornar equivalentes coisas diferentes, para realçar
uma possível semelhança entre elas. Na construção dessa figura
pode-se utilizar elementos de ligação entre os termos
comparados: assim como, tão...quanto, como, tal qual, que nem,
feito, e etc

Exemplo: Papai ficou branco que nem cera.


Metáfora
É a mais importante das figuras de linguagem. A metáfora é uma
comparação direta ou implícita, uma comparação à qual faltam
os elementos de ligação.
Exemplo:
Metonímia
É a substituição de um termo por outro, através de determinada
relação:

 Conteúdo pelo continente: Bebi um copo de vinho (Na verdade, não bebi o
copo, mas o vinho)
 O invento pelo inventor ou a obra pelo autor: Estou lendo Machado de
Assis (Na verdade, leem-se os livros de Machado e não o próprio
Machado).
 Causa pelo efeito: Ganhei tudo isso com meu suor. (O suor pode ser o efeito
do trabalho.)
 Parte pelo todo: Pernas bem torneadas subiam a escada. (É claro que era uma
pessoa com pernas bem torneadas que subia a escada.)
Antítese

Há antítese quando uma ideia se opõe a outra, sem impedi-la


nem torná-la absurda. As ideias em si podem ser diametralmente
opostas e até excludentes.

Exemplo: Incêndio em mares de água disfarçado!


Rio de neve em fogo convertido!
Paradoxo

É a reunião de ideias contraditórias num só pensamento, Todo o


paradoxo encerra, em última análise uma antítese, porém uma
antítese especial, que, em vez de opor, enlaça ideias contrastantes.
Também conhecido como oximoro.

Exemplo: O zumbi é um morto vivo.


Diferença entre antítese e paradoxo

Considere os seguinte verso de Cruz e Sousa:


Sorrir ao Céu e bendizer o
Inferno!
O verso inteiro é uma antítese, na medida em que opõe as ideias
contrastantes de se dirigir tanto ao céu quanto ao inferno. Porém, a
expressão “bendizer o Inferno” é um paradoxo já que bendizer exclui
inferno, pois o inferno é um lugar maldito, e não bendito. Compare-se,
nesse sentido, a expressão “sorrir ao Céu”, em que não há figura de
linguagem, e “bendizer o Inferno”, que, como dissemos encerra um
paradoxo.
Ironia

Figura de linguagem na qual aquilo que se diz é o oposto do que se quer dizer, com
intuito jocoso, cômico ou crítico.

Exemplos: Oba, jiló de novo!


Prosopopeia (animismo ou personificação)

Quando um ser inanimado é representado como um animal ou quando um ser inanimado


ou um animal é representado como um ser humano. No primeiro caso, a prosopopeia é
chamada de animismo e no segundo caso, de personificação ou antropomorfização.
Exemplos:
O vento rugia.·
A fumaça era um gato a se esfregar nas casas.
Meu cachorro me sorriu latindo.
Sinestesia

Consiste na associação de palavras referentes a dois ou mais sentidos distintos: audição e


visão, visão e tato, tato e paladar, paladar e olfato, etc.

Exemplos:·
Sentiu um toque doce.
Ele tinha uma voz sombria.
Eufemismo

Consiste na substituição de um termo desagradável ou inaceitável por um termo mais


agradável ou aceitável.

Exemplos:·
Ele não está mais entre nós. (= morreu)
Já era entrado em anos. (= velho)·
Era pouco chegado a higiene. (= sujo)
Roupas para mulheres grandes (= gordas)
Hipérbole

Consiste no exagero ao se afirmar alguma coisa, com intuito emocional ou


de ênfase.

Exemplos: Subi mais de mil e oitocentas colinas.


Chorar um rio de lágrimas.
Hoje eu comeria um boi.
Catacrese
Hipérbato
Na língua portuguesa, a ordem típica das orações é: Sujeito
Verbo Complemento(s) Adjuntos adverbiais. Ex.: Paulo
comprou um livro ontem.
Quando produzimos inversões nessa ordem (Por exemplo: Um
DVD, Paulo comprou ontem), criamos figuras de sintaxe
denominadas, genericamente, hipérbatos.
Pleonasmo
Em alguns casos, o desejo de enfatizar uma ideia leva à utilização de
palavras ou expressões que, à primeira vista, pareceriam desnecessárias.
Observe o verso de Camões:

Vi, claramente visto, o lume vivo

O espanto diante de certo fenômeno fez com que o poeta o expressasse


pela utilização pleonástica do particípio do verbo ver (visto).
Onomatopeia
Chamamos onomatopeias as palavras especiais criadas para representar
sons específicos (“vozes” de animais, ruídos associados a determinadas
emoções e comportamentos humanos, barulhos da natureza)
Funções da linguagem:
Os 6 elementos fundamentais do ato comunicativo
1) O emissor (também chamado de locutor ou remetente).

2) O receptor (locutário ou destinatário).

3) 3. O canal em que se dá a comunicação. O canal é o meio físico por


onde circula a mensagem entre o emissor e o receptor (ondas sonoras,
papel etc).
4) A mensagem a ser transmitida. A mensagem é o conjunto de enunciados
produzido pela seleção e combinação de signos realizada por determinado
indivíduo.

5) O código em que a mensagem é transmitida. Trata-se do sistema que é utilizado


pelos falantes. Assim, o código deve ser entendido como um conjunto de signos
convencionais e das regras que determinam sua organização.

6) O referente ou contexto a que a mensagem se refere. O contexto é o conteúdo, o


assunto da mensagem.
Funções da linguagem – definição

As funções da linguagem são o conjunto das finalidades


comunicativas por meio dos enunciados da língua, ou ainda, são as
formas como cada indivíduo organiza sua fala dependendo da
mensagem que se quer transmitir.
Enunciado é tudo aquilo que é dito ou escrito por meio de palavras,
delimitadas por marcas formais (entoação, pontuação, e etc).
Função referencial ou denotativa
(Ênfase no contexto)

Quando o objetivo da mensagem é a transmissão de informação sobre a


realidade ou sobre um elemento a ser designado, diz-se que a função
predominante é a referencial ou denotativa.
Exemplo de texto com função referencial predominante:

Assalto gera tiroteio e pânico em banco de SP

CAPITAL REGISTRA QUATRO ASSALTOS A BANCOS NO INTERVALO DE SEIS HORAS E


MEIA. UM ASSALTANTE FOI BALEADO. EM ARUJÁ TAMBÉM HOUVE UM ASSALTO
Uma tentativa de assalto a uma agência do HSBC na Vila Nova Conceição (zona sul) terminou
em tiroteio, ontem, causou pânico e deixou um ladrão ferido. Outras quatro agências foram
alvo de roubo, ontem, na Grande São Paulo -três na capital, nas zonas Sul, Leste e Oeste, e
uma em Arujá. Os cinco crimes ocorreram no intervalo de sete horas e meia das 8h30 às 16h.
Às 12h30, três homens chegaram à agência do HSBC na rua Afonso Brás. Os dois primeiros,
desarmados, entraram no banco. O terceiro ficou preso na porta giratória por causa da arma.
Abordado pelos seguranças, ele disse que estava armado porque era policial, e chamou a
gerente.
Função emotiva ou expressiva
(Ênfase no emissor)

Quando o objetivo da mensagem é a expressão das


emoções, atitudes, estados de espírito do emissor com
relação ao que fala, diz-se que a função de linguagem
predominante no texto é a emotiva.
Amor, então, No poema ao lado, o poeta expressa,
também, acaba? de forma criativa e na primeira
não, que eu saiba
pessoa (o que eu sei), uma opinião
o que eu sei
é que se transforma acerca do fim de um sentimento, o
numa matéria-prima amor, dizendo que acredita que ele
que a vida pode transformar-se em rima (ou
se encarrega seja, funcionar como um elemento
de transformar em raiva motivador da produção poética) ou
ou em rima
em raiva, um sentimento contrário.
(Paulo Leminski)
Função conativa ou apelativa
(Ênfase no receptor)

Quando o objetivo da mensagem é persuadir o destinatário,


influenciando seu comportamento, diz-se que a função
predominante no texto é a conativa ou apelativa.
A linguagem de propaganda é a expressão típica da função conativa.
As expressões linguísticas com vocativos e formas verbais no
imperativo também exemplificam essa função, como é o caso das
preces ou orações.
Outro exemplo de texto com função conotativa predominantes:
Função fática
(Ênfase no canal)

Quando o objetivo da mensagem é simplesmente o de estabelecer ou manter


a comunicação, ou seja, o contato entre o emissor e o receptor, diz-se que a
função predominante é a fática.

As fórmulas de aberturas de diálogos, quase sempre frases feitas, são


exemplos típicos da função fática da linguagem. Nesse caso, sua finalidade é
marcar o início e/ou o encerramento de um diálogo.
Função metalinguística
(ênfase no código)

Quando o objetivo da mensagem é falar sobre a própria linguagem,


diz-se que predomina a função metalinguística.
Um exemplo evidente da função metalinguística são as
definições de verbetes encontradas no dicionário.

verbo
ver·bo
sm

1 Palavra oral ou escrita; discurso.


2 REL [com inicial maiúscula] Segundo a Bíblia, Deus ou a sua
palavra.
3 POR EXT A sabedoria eterna.
4 GRAM, LING Classe de palavras que semanticamente
denotam ação, processo ou estado e que, sintaticamente,
funcionam como núcleo do predicado nas sentenças.
Função poética
(ênfase na mensagem)

Quando o objetivo da mensagem é chamar a atenção para a própria


mensagem, sugerindo que ela é o resultado de um trabalho de
elaboração feito sobre sua forma, diz-se que a função predominante é
poética.

A função poética é marcada por uma maior liberdade no uso das


palavras, exploradas mais pelo seu potencial em evocar imagens e
produzir efeitos sonoros. Nesses casos, há um trabalho com os próprio
signos, cujo objetivo é provocar algum efeito de sentido no receptor.
O nome do perfume é “Quasar”. Percebe-se, então, a função
poética no uso da paronomásia (ou paronomásia), figura de
linguagem que extrai expressividade da combinação de palavras
que apresentam semelhança fônica (e/ou mórfica), mas possuem
sentidos diferentes. (Quasar/casar).

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