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Comunicação

empresarial
AULA I – COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
- Geral:
Capacitar para o uso da língua portuguesa e recursos
da comunicação empresarial de forma coerente e
precisa
- Específicos:
Desenvolver habilidade para explorar os recursos
expressivos da linguagem;
Exercitar e aprimorar a comunicação e a expressão oral;
Habilitar para a construção do texto empresarial;
Orientar para a preparação da comunicação e
organização de eventos.
Comunicação e linguagem
AULA I
Para que nos comunicamos?
Comunicação: tornar comum uma ação.

O homem sempre encontrou formas de se


comunicar.

Antes da escrita, a comunicação era apenas oral.


Os laços da comunidade eram mais fortes.
A escrita mediou a comunicação.
Com os avanços tecnológicos apareceram outros
meios de comunicação: rádio, televisão, Internet.
Vivemos a Era da Sociedade da Informação.
A informação gera poder.
Os veículos de comunicação estão nas mãos de
poucos.
Somos bombardeados por tantas informações e nem
sempre estamos informados.
Difusão x Comunicação dialógica
Linguagem
Norma culta:
Obedece normas e regras da comunicação.
Ex: Situações formais.
•Coloquial:
Mais próxima da fala.
Ex: Situações informais.
Tipos de linguagem
Linguagem verbal:
 Utiliza palavras quando se fala
ou quando se escreve.
Linguagem não verbal:
Utiliza outros meios comunicativos,
como: placas, figuras, gestos, objetos,
cores, ou seja, signos visuais.
Verbal e não verbal:
Utiliza ao mesmo tempo palavras
e outros meios comunicativos.
Exemplos: Charges, cartoons e
anúncios publicitários.
Elementos da comunicação e funções da
linguagem
Os elementos da comunicação estão presentes no
processo comunicativo.
Emissor ou remetente:
envia a mensagem;
quem fala.
Destinatário ou receptor: a quem
a mensagem é endereçada;
para quem se fala.
Mensagem: conteúdo das
informações transmitidas;
o que se diz.
Canal de comunicação: meio
pelo qual a mensagem
é transmitida.
Código: conjunto de signos
e de regras de combinação
desses signos utilizado para
elaborar a mensagem; o emissor
codifica aquilo que o receptor irá decodificar.
Contexto: objeto ou situação
a que se refere a mensagem.
Intertextualidade: acontece quando há uma
referência explícita ou implícita de um texto em
outro.
Informações implícitas: não está explícito, não é dito
de forma direta ou objetiva.
Ruído: fatores interferem
no entendimento da
mensagem. Ordem técnica
e humana.
Funções da linguagem
Ao transmitir uma mensagem,
temos um objetivo;
A linguagem assume uma função.
Função referencial ou denotativa: transmite uma
informação objetiva, expõe dados da realidade de
modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação;
transmite impessoalidade; não há possibilidades de
outra interpretação além da que está exposta.
Predominante nos textos científicos,
jornalísticos, técnicos, didáticos ou
em correspondências comerciais.
Função emotiva ou expressiva: transmite emoções e
anseios, sob o ponto de vista do emissor; a
mensagem é subjetiva. A pontuação (ponto de
exclamação, interrogação e reticências) é uma
característica da função emotiva, pois transmite a
subjetividade da mensagem e reforça a entonação
emotiva.
Essa função é comum em poemas ou narrativas de
teor dramático ou romântico.
Função conativa ou apelativa: Procura influenciar,
convencer o receptor de alguma coisa por meio de
uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou
apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam
estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados
na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder!).
Muito comum em textos publicitários, discursos
políticos ou de autoridades.
Função metalinguística: Quando
o emissor explica um código
usando o próprio código.
Quando um poema fala da própria ação de se fazer
um poema. Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Carlos Drummond de Andrade
Função fática: Estabelecer uma relação com o
emissor, um contato para verificar se a mensagem
está sendo transmitida ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo.
Função poética: Expressar sentimentos através de
textos que podem ser enfatizados por meio das
formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além
de elaborar novas possibilidades de combinações dos
signos linguísticos.
Está presente em textos literários, publicitários e em
letras de música.

“De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.”
(Vinícius de Morais. Soneto da
fidelidade)
Figuras de linguagem
São recursos que tornam
mais expressivas as
mensagens.
Figuras de som
Aliteração: repetição ordenada de
mesmos sons consonantais.
Ex. O rato roeu a roupa
do rei de Roma.
Onomatopeia: Representar
graficamente os sons.
Ex: O tic-tac do relógio
é muito alto.
Figuras de construção
elipse: consiste na omissão
de um termo facilmente
identificável pelo contexto.
Ex. “Na terra, tanta guerra,
tanto engano.” (Camões)
Omissão do há.
zeugma: consiste na elipse
de um termo que já
apareceu antes.
Ex. Eu fiz os salgados,
Maria os doces.
polissíndeto: consiste na
repetição de conectivos
ligando termos da oração
ou elementos do período.
Ex. Ele fala, e reclama, e bebe, e xinga...
silepse: consiste na concordância não com o que
vem expresso, mas com o que se subentende,
com o que está implícito.
Pode ser:
Silepse
a) Gênero: Vossa santidade estava abatido.
Silepse
b) De número:
A banda Flor chegou ao sucesso
depois de cinco anos.
Já gravaram oito discos.
Silepse
c) De pessoa:
Os brasileiros somos muito otimistas.
)
Pleonasmo ou redundância: consiste
numa redundância cuja finalidade é
reforçar a mensagem.
Ex. Vi com meus próprios olhos
a terrível cena.
antítese: consiste na aproximação de termos
contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
Ex. Cabelos longos, ideias curtas.
ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao
usual, obtendo-se com isso, efeito crítico ou
humorístico.
Ex. Os confiáveis deputados precisam receber o
“mensalão”, pois seus salários são muito baixos.
eufemismo: consiste em substituir uma expressão
por outra menos brusca; em síntese, procura-se
suavizar alguma afirmação desagradável.
Ex. Ele entregou a alma a Deus.
hipérbole: trata-se de exagerar uma
ideia com finalidade enfática.
Ex. Nós chegamos aqui há um século.
prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir
a seres inanimados predicativos que são próprios de
seres animados.
Ex. “As rosas não falam...” (Cartola)
metáfora: consiste em empregar
um termo com significado
diferente do habitual, com
base numa relação de similaridade
entre o sentido próprio e o sentido figurado.
Ex. Maria é uma onça.
metonímia: substituição de
sentido de um termo por
outro que com ele apresente
relação lógica e constante
A) Autor – obra
Ex. Ele nunca leu Machado de Assis.
b) Inventor – invento
Ex. Graham Bell permitiu
que a humanidade se
comunicasse melhor.
c) Conteúdo – continente
Ex. Comi dois pratos.
d) Símbolo
Nunca abandone a cruz.
e) Instrumento
Ele é um grande raquete.
catacrese: ocorre quando, por falta de um termo
específico para designar um conceito, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais
se percebe que ele está sendo empregado em
sentido figurado.
Ex. O pé da mesa está quebrado.
sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão,
sensações percebidas por diferentes órgãos do
sentido.
Ex. Comia o sabor vermelho da fruta.
Vícios de linguagem
Ambiguidade: Quando uma palavra admite duas ou
mais interpretações.
Ex: Flamengo venceu o Palmeiras jogando em casa.
Quem jogou em casa?
Barbarismo: Grafia ou pronúncia inadequada ao padrão
culto da língua.
Ex. probrema, previlégio
Cacófato: formação sonora desagradável.
Ex. A boca dela está machucada.

Pleonasmo vicioso: repetição de sentido.


Ex. Entrar pra dentro; sair pra fora; subir pra cima.
Coesão e coerência textual
Coesão: conexão interna entre os vários enunciados
do texto.
Texto bem construído, bem definido, apresenta
sequência dos fatos e relação entre os conjuntos.
Qualquer elemento que faça a ligação entre os vários
fragmentos do texto possui função coesiva.
Coesão sequencial
Feita por conjunções, ligando termos, orações ou
períodos, estabelecendo entre eles uma relação de
sentido.
Conjunções: todavia, enquanto, porque, então.
Ex: Chovia muito, todavia fui à praia.
Oposição ao que foi citado antes.
Enquanto eu falava, ele dormia.

Os dois fatos acontecem ao


mesmo tempo.
Voltei cedo para casa,
porque estava cansado.

Uma causa para o


acontecimento anterior.
Ele não chegou, então deve
estar parado no trânsito.

Conclusão para algo que


foi citado antes.
Coesão referencial
É a conexão feita através de termos (normalmente os
pronomes) que fazem referência a elementos
anteriormente citados no texto.
Ivete, Pelé e Xuxa são extremamente famosos. Esse
foi o principal jogador de futebol de todos os tempos,
aquela é cantora, e esta é apresentadora de
programa infantil.
Coerência textual
significação do texto, e não mais os elementos
estruturais que o compõem.
Um texto pode estar perfeitamente coeso,
porém incoerente.
Ex.: "As ruas estão molhadas
porque não choveu"
Princípios da coerência
Princípio da não Contradição: em um texto não se
pode ter situações ou ideias que se contradizem
entre si, ou seja, que quebram a lógica.
Princípios da coerência
Princípio da não tautologia: tautologia é um vício de
linguagem que consiste na repetição de alguma ideia,
utilizando palavras diferentes.
Um texto coerente precisa transmitir alguma informação,
mas quando há repetição excessiva de palavras ou
termos, o texto corre o risco de não conseguir transmitir
a informação. Caso ele não construa uma informação ou
mensagem completa, então ele será incoerente.
Princípios da coerência
Princípio da relevância: Fragmentos de textos que
falam de assuntos diferentes, e que não se
relacionam entre si, acabam tornando o texto
incoerente, mesmo que suas partes contenham certa
coerência individual. Sendo assim, a representação
de ideias ou fatos não relacionados entre si, fere o
princípio da relevância, e trazem incoerência ao
texto.
Princípios da coerência
Continuidade temática: quando não se faz a correlação
entre uma e outras partes do texto (quebrando também a
coesão). A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem
avisar ao leitor.
Quebra da progressão semântica: acontece quando não há a
introdução de novas informações para dar sequência a um
todo significativo (que é o texto). A sensação do leitor é que
o texto é demasiadamente prolixo, e que não chega ao ponto
que interessa, ao objetivo final da mensagem
Tipos de textos informativos
Texto narrativo – Representam fatos localizados no
tempo e no espaço, encadeados de forma lógica,
encaminhando-se para um desenlace. A ação
desenvolve-se em três tempos: situação inicial,
complicação e resolução. Os acontecimentos
relatados envolvem personagens. A progressão da
ação é dinâmica.
Tipos de textos informativos
Texto descritivo – Apresentam informações sobre
personagens, espaços, fenômenos atmosféricos e
objetos. As descrições correspondem a momentos de
pausa – ação estática. As sequências textuais
descritivas aparecem interligadas com sequências
narrativas.
Tipos de textos informativos
Texto argumentativo – o objetivo deste texto é
convencer os interlocutores, justificar ou refutar
opiniões. Tem intenção de agir sobre o destinatário
do discurso, para reforçar ou alterar o seu
comportamento. Caracterizam-se pela apresentação
de uma opinião, uma defesa ou uma contestação e
pela exposição de argumentos a favor ou contra uma
tese.
Tipos de textos informativos
Texto expositivo-explicativo – Apresenta análises e
sínteses informativas, através de exposições ou
explicações científicas ou pedagógicas, abordando
conhecimento, problemas, propostas de resolução,
etc., para esclarecimento dos interlocutores.
Tipos de textos informativos
Texto dialogal-conversacional – são produzidos por,
pelo menos, dois interlocutores que alternam o uso
da palavra, numa situação de diálogo. Ambos
colaboram na comunicação, tirando conclusões sobre
o nível cultural e a competência comunicativa de
cada um.
Tipos de textos informativos
Texto injuntivo-instrucional - Tem como objetivo
controlar o comportamento do destinatário – são
textos que incitam á ação, impõem regras ou
fornecem instruções e indicações para a realização de
um trabalho ou a utilização correta de instrumentos.
Signatário: aquele que assina ou subscreve um
documento.
Destinatário: a pessoa que recebe a mensagem;
ouvinte ou receptor.
Produção textual
Noções de: clareza, precisão, concisão,
imparcialidade, simplicidade, expressão gramatical
adequada, ordem e acuidade.
Produção textual
Defeitos de estilo:
Períodos longos ou breves demais, repetição de
palavras, frases desconexas, expressões vulgares,
chavões ou clichês, vícios de linguagem, grafia
incorreta das palavras.
Técnicas de leitura
A bagagem de conhecimento que trazemos durante a
vida nos auxilia na construções de nossos sentidos e
de conhecimento de mundo.
Objetivos da leitura: Assimilar conhecimento; Buscar
novos conhecimentos; Preparar o intelecto; Ter
posicionamento crítico diante da realidade; Gerar
novo conhecimento.
Técnicas de leitura
Ler e entender. O entendimento do texto possibilita a
criação de novas ideias e de novos resultados.
Como aproveitar a leitura? Anotando e/ou grifando
todas as informações relevantes.
Crase é a junção da preposição “a” como o artigo
definido “a”(s), ou ainda da preposição “a” com as
iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s),
aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual
(as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é
representada por um acento grave, assinalado no
sentido contrário ao acento agudo: à.
Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é
substituir a crase por “ao” e o substantivo feminino
por um masculino, caso essa preposição seja aceita
sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase.
Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o
“à” por “ao” ficaria Fui ao supermercado. Logo, o uso
da crase está correto.
Importante: a crase é empregada, obrigatoriamente,
nas expressões que indicam horas ou nas locuções à
medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda
na expressão “à moda”.
Importante: A crase não ocorre antes de palavras
masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais,
de nomes de cidade que não utilizam o artigo
feminino, da palavra casa quando tem significado do
próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de
solo e de expressões com palavras repetidas (dia a
dia).
Concordância verbal e nominal
“dá-se em gramática o nome de concordância à
circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de
acordo com o substantivo a que se refere (concordância
nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de
acordo com o seu sujeito (concordância verbal). Há, não
obstante, casos especiais que se prestam a dúvidas”
(MATTOSO CÂMARA)
Concordância vem do verbo concordar, ou seja, é um
acordo estabelecido entre termos.
Concordância verbal e nominal
concordância verbal: diz respeito ao verbo em relação ao
sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou
plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo.
concordância nominal: diz respeito ao substantivo e seus
termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa
concordância é feita em gênero (masculino ou feminino) e
pessoa.
Existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser
estudados particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso.
Regência nominal e verbal
Regência Nominal é o nome da relação entre um substantivo,
adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento
nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição.
No estudo da regência nominal, deve-se levar em conta que
muitos nomes seguem exatamente o mesmo regime dos
verbos correspondentes.
Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos,
conhecer o regime dos nomes cognatos.
Regência nominal e verbal
A regência de um verbo é determinada pela relação do mesmo com seu
complemento.
Logo, o verbo é o termo regente e o complemento é o termo regido.
Observe:
Exemplos: Joana assistiu um paciente no hospital onde trabalha.
Joana assistiu ao jogo da seleção brasileira.
Na primeira oração o verbo assistir é transitivo direto, ou seja, exige
complemento (objeto direto) e tem significado aproximado de “prestar
assistência”.
Já na segunda oração o verbo “assistir” é transitivo indireto, ou seja, exige
complemento, porém precedido de preposição e significa “ver”.
Regência nominal e verbal
Reger é determinar a flexão de um termo, que neste
caso é o complemento, já que o verbo é o termo
regente.
Há uma dependência sintática entre regente (verbo)
e termo regido (complemento), uma vez que o último
completa o sentido do primeiro.
Obrigada!

E-mail: gracielebarroso@gmail.com

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