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Funções da linguagem

As funções da linguagem são maneiras específicas pelas quais a linguagem pode


ser utilizada para atingir diferentes objetivos na comunicação. Roman Jakobson, um
linguista russo, propôs seis funções da linguagem. Elas são:

​ Referencial (ou Denotativa): O foco está no conteúdo da mensagem,


transmitindo informações objetivas e factuais. É comumente associada à
linguagem científica e informativa.
​ Conativa (ou Apelativa): O objetivo é influenciar o receptor, levando-o a
realizar uma ação específica. É comum em comandos, pedidos e persuasões.
​ Expressiva (ou Emotiva): O foco está no emissor da mensagem, expressando
sentimentos, emoções, opiniões e estados de espírito. É comum em textos
pessoais, como cartas e diários.
​ Metalinguística: A linguagem é utilizada para falar sobre a própria linguagem.
Pode incluir definições, explicações e esclarecimentos de termos.
​ Fática: O objetivo é verificar se o canal de comunicação está funcionando
corretamente, estabelecendo ou mantendo o contato entre o emissor e o
receptor. Exemplos incluem saudações, cumprimentos e perguntas sobre a
compreensão.
​ Poética: A ênfase está na forma e na expressividade da linguagem. O objetivo
é criar uma experiência estética para o receptor. É comum em poesia e
literatura.

Estas funções não são mutuamente exclusivas e podem coexistir em uma única
mensagem. A ênfase em uma ou outra função depende do contexto, do propósito da
comunicação e das intenções do emissor.

Figuras de linguagem
Existem diversas figuras de linguagem, que são recursos expressivos utilizados para
tornar a linguagem mais rica, expressiva e criativa. Aqui estão alguns tipos comuns
de figuras de linguagem:

​ Metáfora: Estabelece uma relação de semelhança entre dois elementos,


atribuindo características de um ao outro, sem usar a palavra "como".
Exemplo: "O mundo é um palco."
​ Metonímia: Substitui um termo por outro com o qual tem uma relação de
proximidade, contiguidade ou associação. Exemplo: "Ler Camões" (lendo as
obras de Camões).
​ Símbolo: Usa um elemento concreto para representar algo abstrato. Exemplo:
a pomba branca como símbolo de paz.
​ Ironia: Expressa o contrário do que se quer dizer, muitas vezes de forma
sarcástica. Exemplo: "Que dia maravilhoso!" em um dia chuvoso.
​ Anáfora: Repetição de uma palavra ou expressão no início de versos, estrofes
ou frases. Exemplo: "Eu vi. Eu ouvi. Eu senti."
​ Hipérbole: Exagero intencional para enfatizar uma ideia. Exemplo: "Estou
morrendo de fome."
​ Eufemismo: Suaviza a expressão de uma ideia desagradável. Exemplo: "Ele
nos deixou" em vez de "Ele morreu."
​ Antítese: Contraposição de ideias opostas em uma mesma frase ou texto.
Exemplo: "A alegria do pobre é a tristeza do rico."
​ Pleonasmo: Repetição desnecessária de palavras para reforçar uma ideia.
Exemplo: "Subir para cima."
​ Elipse: Omissão de termos facilmente subentendidos no contexto. Exemplo:
"Gostaria de chocolate; ele, de baunilha."

Essas são apenas algumas das muitas figuras de linguagem existentes. Elas são
amplamente utilizadas na literatura, na publicidade, na música e em diversas formas
de expressão verbal para criar efeitos específicos e enriquecer o significado das
mensagens.

Metonímia
A metonímia é uma figura de linguagem que ocorre quando um termo é substituído
por outro com o qual mantém uma relação de contiguidade ou proximidade, seja
física, temporal, causal ou de outra natureza. Em outras palavras, na metonímia, um
elemento é substituído por outro com o qual está associado de alguma forma,
muitas vezes compartilhando uma relação próxima.

Existem vários tipos de metonímia, incluindo:

​ Metonímia de Causa e Efeito: O efeito é mencionado em vez da causa, ou


vice-versa. Exemplo: "Ler Shakespeare" (lendo as obras de Shakespeare) -
aqui, a causa (a escrita de Shakespeare) é substituída pelo efeito (a leitura).
​ Metonímia de Autor pela Obra: O autor é mencionado em vez da obra.
Exemplo: "Estou lendo Machado de Assis" (lendo as obras escritas por
Machado de Assis) - aqui, o autor é utilizado para representar suas obras.
​ Metonímia de Parte pelo Todo: Uma parte é mencionada em vez do todo, ou
vice-versa. Exemplo: "Tenho dez cabeças de gado" (dez animais inteiros) -
aqui, a parte (cabeças de gado) é usada para representar o todo (os animais).
​ Metonímia de Lugar pelo Objeto: O lugar é mencionado em vez do objeto
associado a esse lugar. Exemplo: "A Casa Branca anunciou uma nova política"
- aqui, "A Casa Branca" representa o governo dos Estados Unidos.

A metonímia é comum na linguagem cotidiana e na literatura, sendo uma maneira


eficaz de transmitir significados complexos de maneira concisa e vívida.

Prosopopéia
A prosopopeia, também conhecida como personificação, é uma figura de linguagem
em que objetos inanimados, ideias abstratas ou seres ausentes são representados
como se tivessem características humanas, como sentimentos, ações ou
qualidades. Essa figura de linguagem atribui características humanas a elementos
não humanos, dando-lhes vida e personalidade. A prosopopeia é comumente usada
na literatura para criar imagens mais vívidas e expressivas.

Exemplos de prosopopeia:

​ O sol sorria no céu. (atribuindo a capacidade de sorrir a um objeto


inanimado)
​ A árvore estendia seus braços para o céu. (atribuindo braços a uma árvore)
​ A morte espreitava no escuro. (atribuindo ação a um conceito abstrato)
​ O vento sussurrava segredos entre as folhas. (atribuindo a capacidade de
sussurrar e de ter segredos ao vento)

A prosopopéia é uma forma poderosa de tornar a linguagem mais expressiva e criar


imagens mais impactantes. Ela é frequentemente encontrada em poemas, textos
literários e em situações em que se busca personificar elementos para transmitir
emoção ou tornar a descrição mais vívida.

Metáfora
Uma metáfora é uma figura de linguagem que consiste em usar uma palavra ou
expressão com um significado que não é literal, mas que evoca uma imagem ou
ideia associada a ela. Em outras palavras, uma metáfora estabelece uma relação de
semelhança entre dois elementos diferentes, atribuindo características de um ao
outro para criar uma comparação mais vívida e expressiva.
Por exemplo, a expressão "o mundo é um palco" é uma metáfora que compara o
mundo a um palco teatral, sugerindo que as pessoas desempenham papéis em suas
vidas da mesma forma que os atores atuam em um palco.

As metáforas são amplamente utilizadas na linguagem cotidiana, na literatura, na


poesia e em outras formas de expressão artística para transmitir significados de
maneira mais rica e sugestiva.

Sinestesia
Na linguagem e na literatura, o termo "sinestesia" é frequentemente usado de maneira

figurada para descrever a técnica literária na qual características de diferentes sentidos são

combinadas para criar uma imagem mais rica e evocativa. Em outras palavras, a sinestesia

na linguagem refere-se ao uso de palavras e expressões que misturam sensações

sensoriais diferentes para transmitir uma experiência mais completa.

Por exemplo, um autor pode descrever uma "cor doce" ou um "som suave", combinando

características de cores (visual) com características de sabores (gustativo) ou sons

(auditivo). Essa combinação de sentidos ajuda a criar uma imagem mais vívida e a

transmitir emoções de maneira mais intensa.

Na sinestesia linguística, as palavras são usadas de maneira não literal, combinando

elementos sensoriais de maneira imaginativa e simbólica. Essa técnica é frequentemente

empregada para estimular a imaginação do leitor e proporcionar uma experiência mais

sensorial e emocional.

Hiperbole
A hipérbole é uma figura de linguagem que consiste no uso deliberado de exagero
ou ampliação para enfatizar uma ideia, tornando-a mais expressiva e dramática. É
uma forma de exagero intencional que não deve ser interpretada literalmente, mas
sim como uma ferramenta artística usada para transmitir ênfase, humor ou
intensidade emocional.
Exemplos de hipérbole incluem expressões como "Estou morrendo de fome", "Tenho
uma tonelada de dever de casa" ou "Você é tão alto quanto uma torre". Nessas
frases, as palavras "morrendo", "tonelada" e "tão alto quanto uma torre" são usadas
de maneira exagerada para enfatizar a fome, a quantidade de dever de casa e a
altura, respectivamente.

A hipérbole é comumente encontrada na linguagem cotidiana, na poesia, na prosa e


em diversas formas de expressão artística. É uma ferramenta eficaz para criar
impacto e chamar a atenção do leitor ou ouvinte.

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