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Manuel Alegre
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda.
Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um activo dirigente
estudantil. Apoiou a candidatura do General Humberto Delgado. Foi fundador
do CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do
TEUC – Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, campeão nacional
de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra. É um
poeta contemporâneo e ganhou 16 prémios ao longo da sua carreira.
AS MÃOS
E cravam-se no Tempo como farpas as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
Estrutura interna
O assunto deste poema é o poder das nossas mãos, o poder que possuímos nas
nossas mãos e que muitas vezes nem nos damos conta disso. Pois com as mãos
tudo se faz e se desfaz. As mãos têm um valor expressivo, pois podem ser
consideradas um símbolo de ação/atividade e sobretudo de poder, neste caso
concreto.
Na 1ª estrofe o poeta refere exatamente o tema deste poema o poder que temos
em nossas mãos. Poder esse que pode ser para fazer o Bem ou o Mal (guerra vs.
paz; faz vs. desfaz);
Na 2ª estrofe é afirmado pelo poeta que as mãos são detentoras de tal força que
podem mesmo trabalhar o mar e a terra (“com as mãos e rasga o mar e se
lavra”), também têm a arte de construir/produzir algo saboroso, misto de
alimento e de prazer (“fruto”), assim como de comunicar (“palavra”).
Na 3ª estrofe, mais uma vez é dado grande poder às mãos, o de transformar e
sobretudo a esperança na luta pela liberdade (“verdes harpas”).
Na 4ª estrofe, o poeta remete-nos para dar valor ao poder das nossas mãos e à
responsabilidade em saber usá-lo, responsabilidade essa que é de cada um, e é
deveras grande, pois as mãos são o verdadeiro caminho para a liberdade (“nas
tuas mãos começa a liberdade.”
Divisão do poema
O poema divide-se em duas partes, elas são:
Estrutura externa
O poema é um soneto, formado por 4 estrofes (2 quadras e 2 tercetos).
Tipos de rima:
Métrica: