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FIGURAS DE

LINGUAGEM

Figuras de Palavras
Consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele
convencionalmente empregado, a fim de conseguirem efeito mais expressivo na
comunicação.

Alegoria
Uma alegoria é um dos estilos de figuras de linguagem de uso retórico e que
produz uma virtualização do real significado, não se atendo apenas ao sentido
literal da obra, mas se aprofundando em outros sentidos.
Ex: A fábula é um dos gêneros textuais nos quais a aplicação da alegoria é
mais frequente, geralmente acompanhada de uma lição de moral que deixa claro
a diferença entre o real e o imaginário.

Antítese
usada para realçar e intensificar o sentido daquilo que se fala por meio do uso
de termos com sentidos opostos no discurso
Ex: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.” (Ditado popular)

Antonomásia
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade,
característica ou fato que a distingue. Na linguagem coloquial, antonomásia é o
mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo,
especificativo etc.) do nome próprio.
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão.

Catacrese
A catacrese é um tipo de especial de metáfora. É uma espécie de metáfora
desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação. É a metáfora
tornada hábito linguístico, já fora do âmbito estilístico.
Ex: dente de alho, pé da mesa, céu da boca

Comparação
Aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos
comparativos explícitos (feitos, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual,
que nem) e alguns verbos (parecer, assemelhar-se e outros).
Ex: "Beijou sua mulher como se fosse lógico." (Chico Buarque)

Ironia
A ironia é uma figura de linguagem que consiste em sugerir o contrário do que
se afirma. Pode também ser entendida como uma zombaria
Ex: "nossa, muito obrigado, você me ajudou muito", quando por exemplo,
alguém não se mostra interessado em te ajudar de verdade.
Metáfora
Se trata de uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso,
mas subentendido.
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo
Metonímia
Substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de
semelhança, relação, proximidade de sentido, ou implicação mútua. Tal
substituição realiza-se de inúmeros modos:

- O continente pelo conteúdo ou vice-versa


Ex: Antes de sair, tomei um cálice (= conteúdo de um cálice) de vinho
- A causa pelo efeito e vice-versa
Ex: "E assim o operário ia
Com suor e com cimento (= com trabalho)
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento." (Vinicius de Moraes)

- O lugar de origem ou de produção pelo produto


Ex: Comprei uma garrafa do legítimo porto (= vinho da cidade do Porto)

- O autor pela obra


Ex: Carolina adora ler Castro Alves (= a obra de Castro Alves)

- O abstrato pelo concreto e vice-versa


Ex: Não devemos contar com o seu coração (= sentimento, sensibilidade)

- O símbolo pela coisa simbolizada


Ex: A coroa (= o poder) foi disputada pelos revolucionários

- A matéria pelo produto e vice-versa


Ex: Lento, o bronze (= sino) soa

- O inventor pelo invento


Ex: Edson (= a energia elétrica) ilumina o mundo

- A coisa pelo lugar


Ex: Antônio foi ontem à Prefeitura (= ao edifício da Prefeitura)

- O instrumento pela pessoa que o utiliza


Ex: Ele é um bom garfo (= guloso)

Paradoxo ou oximoro
É uma figura que usa sentidos opostos para passar uma mensagem de modo
mais intenso. No entanto, enquanto a antítese consiste no mero uso de termos
opostos no enunciado, o paradoxo constrói uma relação entre esses termos de
modo a criar uma mensagem aparentemente contraditória.
Ex: “Havia uma inocência maliciosa em seu olhar.”
Sinestesia
A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma
expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato
e tato) ou psicológicas (subjetivas).
Ex: "A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa
indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela
mancha verde (sensação visual) e úmida, macia (sensações táteis), quase
irreal." (Augusto Meyer)

Figuras de Sintaxe
São recursos associados à organização e estrutura gramatical das frases.

Anáfora
Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um
período, frase ou verso.
Ex: "Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho que falta
Por favor." (Chico Buarque)

Assíndeto
Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por
conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das
pausas rítmicas (vírgulas).
Ex: Não sopra o vento, não gemem as vagas, não murmuram os rios.

Elipse
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos
identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de
pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de
concisão e dinamismo.
Ex: "Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas." (Elipse
do pronome ela "Ela veio" e da preposição de "de sandálias...").

Polissíndeto
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção
coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a
conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou
vertiginosos.
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata.

Pleonasmo
Recurso estilístico que enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Ex: "Iam vinte anos desde aquele dia/Quando com os olhos eu quis ver de
perto/Quanto em visão os da saudades eu via" (Alberto de Oliveira)
Zeugma
Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando
subentendida sua repetição.
Ex: "O meu pai era paulista / Meu avô, (era) pernambucano / O meu
bisavô, (era) mineiro / Meu tataravô, (era) baiano." (Chico Buarque)

Material da Profa. Odete Antunes adaptado para revisão- Profa. Luciana Guimarães

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