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TERMINOLOGIA POÉTICA

I. TROPOS
 a metáfora
Consiste na transferência de um termo para uma esfera de significação que não é a sua,
em virtude de uma comparação implícita.
Ex: Chegamos ao coração da floresta.
Você tem um coração de pedra!

 a metonímia
Idéias provocadas por outras idéias com as quais apresentam certa relação ou
interdependência, incluindo:
o O abstrato pelo concreto (e vice-versa)
Ex: A inveja é uma arma poderosa.
o O autor (ou criador) pela obra
Ex: Gosto de ler Shakespeare.
o O continente pelo conteúdo
Ex: Comi toda uma caixa de bombons.
o O efeito pela causa (e vice-versa)
Ex: Vivo do meu trabalho.
o O instrumento pela pessoa que o utiliza
Ex: Ele é um piano ambulante.
o O lugar pelo produto
Ex: Coloque dois copos de Madeira.
o O símbolo pela coisa ou idéia simbolizada
Ex: A coroa foi salva.

 a sinédoque
Semelhante à metonímia, surge no alargamento ou diminuição de sentido de uma palavra.
A sinédoque pode ocorrer nos seguintes casos:
o A parte pelo todo
Ex: Há dez cabeças para alimentar.
o O indivíduo pela classe ou espécie
Ex: Ele era o Brad Pitt da turma.
o O singular pelo plural
Ex: O homem natural é inimigo de Deus.
o O gênero pela espécie
Ex: Os pecadores ouviam o Apóstolo.
o A matéria pelo artefato.
Ex: Você tem uma pratinha?
II. FIGURAS RETÓRICAS

As figuras de pensamento
 a hipérbole
Figura do exagero, deformando a realidade através de atributos de inferioridade ou
superioridade, a fim de enfatizar a percepção.
Ex: Choravam rios de lágrimas.
Estourei de tanto comer.

 a personificação
Atribuição de ações, qualidades, ou sentimentos próprios de humanos, dados a seres
inanimados.
Ex: O céu chorava diante do trágico desfecho.

As figuras lógicas
 a antítese
Contraposição de uma palavra ou frase a outra de significação oposta.
Ex: “Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.” (Olavo Bilac)

 o paradoxo
Reunião de idéias contraditórias num só pensamento.
Ex: Napoleão era um pequeno grande homem.

 a sinestesia
Transferência de valores sensoriais (paladar, olfato, visão, audição, tato) de um campo
para outro, produzindo efeitos ricos e expressivos.
Ex: Em sua voz gelada transparencia a dureza de seu olhar.

As figuras oblíquas
 a alusão
Referência indireta de um fato ou personagem conhecidos.
Ex: “Cessem do sábio Grego e Troiano [= Ulisses e Enéias]
As navegações grandes que fizeram”. (Os Lusíadas)
 a perífrase
Expressão que designa uma coisa ou uma pessoa por meio de algum atributo que o tenha
celebrizado.
Ex: Fomos à Cidade Maravilhosa em pleno carnaval.

 o eufemismo
Substituição de uma palavra ou expressão desagradável por outra mais amena e tolerável.
Ex: Assim que ele partiu, ela deu seu último suspiro.
As figuras de linguagem de dicção
 o assíndeto
Certas palavras ou orações que poderiam vir ligadas por meio de conectivos, aparecem
apenas justapostas.
Ex: Vim, vi, venci.

 o polissíndeto
Reiteração do conectivo entre elementos coordenados.
Ex: “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.” (Antônio Tomás)

 a anáfora
Repetição da mesma palavra no começo de cada um dos membros da frase.
Ex: Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

 a aliteração
Reiteração de fonemas constituídos de sons semelhantes, intensificando a musicalidade
do verso.
Ex: Vozes veladas veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas, (Cruz e Souza)

 a onomatopeia
Imitação do som natural ou das vozes naturais dos seres.
Ex: Sino de Belém, bate bem-bem-bem.
Sino da paixão, pelos que ainda vão!
Sino da paixão, bate bão-bão-bão. (Manuel Bandeira)

 o hipérbato
Inversão da ordem natural das palavras dentro de uma oração, ou mesmo da ordem das
orações no período.
Ex: “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)

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