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Tratamentos Térmicos [7]

¾ Finalidade dos tratamentos térmicos:


ajuste das propriedades mecânicas através de
alterações da microestrutura do material.

ƒ alívio de tensões
ƒ controle da dureza e resistência mecânica
ƒ usinabilidade
ƒ resistência à corrosão

Tratamentos térmicos
aquecimento
“gargalo”
na
etapas encharque
produção
industrial
resfriamento
1>
Tratamentos Térmicos

¾ Tecnologia para geração de calor:


batelada

Fornos

contínuo

forno elétrico para temperatura


forno para temperatura máxima de máxima de 1100oC, com 300mm
1100oC, com 6m Largura x 6m Altura Largura x 100mm Altura
x 12m Comprimento forno elétrico para x 2250mm Comprimento
pequenas peças 2>
Tratamentos Térmicos

¾ Tecnologia para geração de calor:


batelada

Fornos

contínuo

ƒ energia (elétrica / gás / óleo combustível / carvão)

ƒ troca de calor (condução / convecção / radiação)

ƒ isolamento térmico / refratários

ƒ atmosfera (redutora / oxidante / inerte / vácuo)


3>
Tratamentos Térmicos

¾ Tecnologia para controle de temperatura:

SENSORES DE TEMPERATURA

ƒ termômetros de bulbo (baixas temperaturas)

ƒ junções bimetálicas (baixas temperaturas)

ƒ termopares (baixo custo e alta versatilidade)

ƒ pirômetros óticos (altas temperaturas)

4>
Tratamentos Térmicos

¾ Tecnologia para controle de temperatura:


TERMOPARES – 2 diferentes ligas metálicas definem a
faixa de temperatura onde o sensor é aplicado.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
55
Tipo: 50
45
40
ƒ S – Pt / Pt-Rh S
35
ƒ K – cromel (Ni-Cr)
f.e.m. [mV]
K
30
/ alumel (Ni-Al) J
25
ƒ J – Fe/constantan 20 T
(Cu-Ni) 15
ƒ T – Cu/constantan 10
(Cu-Ni) 5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
o
temperatura [ C] 5>
Tratamentos Térmicos

¾ Tecnologia para controle de temperatura:


TERMOPARES – saída de sinal elétrico permite controle
de potência de fornos elétricos.

T T

t t

controlador liga-desliga controlador PID

6>
Tratamentos Térmicos

¾ Atmosfera do forno:
gases podem reagir quimicamente com a superfície da peça
descarbonetação:
(C) + CO2 → 2 CO
oxidação:
Fe + CO2 → FeO + CO
3FeO + CO2 → Fe3O4 + CO
Natureza:
ƒ inerte
ƒ redutora
Oxidação do ferro em atmosfera CO-CO2
ƒ oxidante
N2 (asfixiante) inerte
H2 (inflamável, asfixiante) redutor
CO (inflamável, tóxico) redutor / carbonetador
CO2 (tóxico, asfixiante) oxidante / descarbonetador
CH4 (inflamável, asfixiante nitretador
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Tratamentos Térmicos

¾ Parâmetros de controle nos tratamentos térmicos:

γ
A3
temperatura

α+γ
A1

α+C

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
tempo

Aquecimento Encharque Resfriamento


8>
Tratamentos Térmicos

¾ Tratamentos de recozimento:
• Recozimento pleno
ƒ Recozimento supercrítico • Normalização
• Homogeneização
A3
ƒ Recozimento intercrítico • Estrutura duplex

A1
• Esferoidização
ƒ Recozimento subcrítico
• Alívio de tensões

9>
Tratamentos Térmicos

¾ Recozimento pleno:

Procedimento:

• Aquecimento
hipoeutetóide: A3 + 50°C
hipereutetóide: A1 + 50°C

• Encharque pelo tempo


necessário (1 hora / pol.)

• Resfriamento bem lento


(forno desligado, p. ex.)

Diagrama de equilíbrio Fe-C (detalhe) 10>


Tratamentos Térmicos

¾ Resultado do recozimento pleno:

20 μm

aço
encruado

parcialmente
recristalizado

completamente
Aço 1040 recozido. Nital. recristalizado
20 μm
11>
Tratamentos Térmicos

¾ Normalização:

Procedimento:

• Aquecimento:
hipoeutetóide: T > A3 + 50°C
hipereutetóide: T > Acm + 50°C

• Encharque pelo tempo


necessário (1 hora / pol.)

• Resfriamento lento
(ao ar tranquilo, p. ex.)

Diagrama de equilíbrio Fe-C (detalhe) 12>


Tratamentos Térmicos

¾ Resultado da normalização:

• Eliminação da microestrutura resultante


de tratamentos térmicos anteriores.

• Refinamento da microestrutura.

• Homogeneização da microestrutura.

• Preparação para o beneficiamento.

aço baixo carbono


15 μm após normalização
13>
Tratamentos Térmicos

¾ Homogeneização:

Procedimento:

• Aquecimento:
usualmente superior a 1000°C
(depende da composição)

• Encharque pelo tempo


necessário (1 hora / pol.)

• Resfriamento depende do
tipo de processamento

Diagrama de equilíbrio Fe-C (detalhe) 14>


Tratamentos Térmicos

¾ Tratamentos para beneficiamento dos aços:

ƒ Têmpera: aumento de resistência mecânica e dureza


dos aços causado pela formação da
martensita, um microconstituinte que usual-
mente apresenta um comportamento frágil.

ƒ Revenido: tratamento subsequente à têmpera, cuja


principal finalidade é o ajuste das proprieda-
des mecânicas (especialmente a tenacidade).

15>
Tratamentos Térmicos

¾ Resfriamento dos aços após austenitização:

Diagrama de
resfriamento
contínuo do
aço Cr-Mo
ABNT 4140

16>
Tratamentos Térmicos

¾ Influência da composição química:

Ms ( C) = 521 − 353(%C) − 225(%Si) − 24,3(%Mn)


o

− 27,4(%Ni) − 17,7(%Cr ) − 25,8(%Mo)

ƒ elementos de ligas aumentam a temperabilidade e


promovem endurecimento por solução sólida

ƒ carbono equivalente (CE): aços com CE < 0,5 resistem


mais ao trincamento provocado pela têmpera.

Mn Mo Cr Ni
CE = C + + + +
5 5 10 50

17>
Tratamentos Térmicos
¾ Ensaio de temperabilidade (Jominy):

cilindros padronizados (φ 1” x 4”)


são resfriados por uma das
extremidades e medidas de dureza
na direção axial são realizadas

18>
Tratamentos Térmicos

¾ O elemento carbono:
carbono abaixamento da temperatura Ms

19>
Tratamentos Térmicos

¾ O elemento carbono:
carbono alteração dos parâmetros de rede

Austenita (CFC):
o
a o ( A ) = 3,548 + 0,044 ⋅ (%C)

Martensita (TCC):
o
a( A ) = 2,861 − 0,013 ⋅ (%C)
o
c( A ) = 2,861 + 0,116 ⋅ (%C)

resultado:
ΔV ~ + 4%
trincas 20>
Tratamentos Térmicos

¾ O elemento carbono:
carbono alteração da dureza da martensita

Os tratamentos de beneficiamento
somente são eficazes em aços
com teor de carbono superior a
0,25% peso.

21>
Tratamentos Térmicos

¾ O revenido: ajuste das propriedades mecânicas após


a têmpera do aço.
Etapa 1 (< 250°C): precipitação
do carboneto ε (HC, metaestável)

Etapa 2 (200 a 300°C):


decomposição da austenita retida

Etapa 3 (200 a 350°C):


substituição do carboneto ε pela
cementita e redução da distorção
do reticulado TCC;

Etapa 4 (> 350°C):


coalescimento e esferoidização
da cementita e recristalização
da ferrita CCC;

22>
Tratamentos Térmicos

Bibliografia:

¾ Chiaverini, V. Aços e Ferros Fundidos. ABM, São Paulo,


5a. ed., 1987, pp. 75-81.

¾ Van Vlack, L. H. Princípios de Ciência dos Materiais. Ed.


Edgard Blucher, São Paulo, 1970, pp. 300-303.

¾ Chiaverini, V. Tecnologia Mecânica. McGraw-Hill, São


Paulo, 2a. ed., 1986, pp. 240-244.

¾ American Society for Metals. ASM Handbook, Vol. 4: Heat


Treating. 10th ed., 1991.
Notas de aula preparadas pelo Prof. Juno Gallego para a disciplina Lab. Materiais de Construção Mecânica I.
® 2015. Permitida a impressão e divulgação.
http://www.feis.unesp.br/#!/departamentos/engenharia-mecanica/grupos/maprotec/educacional/
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