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Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica

EMA015 Introdução à Engenharia Mecânica


Prof. Alexandre Abrão

PROJETO DE FUNDIÇÃO

Objetivo: desenvolver, no decorrer do período letivo, o projeto de implantação de uma empresa de


fundição na RMBH.

Equipes: grupos com quatro integrantes.

Forma de avaliação:
✔ avaliação parcial (relatório parcial): 10 pontos;
✔ avaliação final (relatório final + apresentação oral + participação): 30 pontos.

Etapas da avaliação:
03/05/2022: definição das equipes e peças (plataforma UFMG Virtual)
07/06/2022: carregamento do projeto parcial (plataforma UFMG Virtual)
05/07/2022: data limite para carregamento do documento completo (plataforma UFMG Virtual)

Cada equipe deverá apresentar um projeto – conforme normas ABNT - no qual serão detalhados os
principais aspectos da implantação de uma empresa de fundição do produto selecionado.

Aspectos a serem considerados:


a) localização da empresa, área ocupada e preço (aluguel ou aquisição);
b) layout da instalação predial com o fluxo de produção desde a recepção da matéria-prima até a
expedição do produto final;
c) equipamentos e insumos necessários;
d) pessoal necessário e qualificação;
e) desenho técnico da(s) peça(s) em CAD em três vistas com cotas;
f) desenho técnico do(s) molde(s) em CAD em três vistas com cotas (incluindo canais, massalotes,
machos, linha divisória, etc.). Considerar a razão de contração do material da peça e a inclinação
necessária;
g) determinação das dimensões, volume e área dos massalotes;
h) cálculo do tempo de solidificação da(s) peça(s);
i) descrição das operações de usinagem de acabamento (rebarbação, torneamento, furação,
roscamento, etc.) empregadas após a fundição das partes, regiões onde serão realizadas e
equipamento necessário;
j) técnica de controle de qualidade: justificativa, princípio de funcionamento, equipamento
necessário, forma de utilização e resultado esperado;
k) produção mensal (considerar 2 ou 3 turnos de trabalho);
l) custo de produção por peça(s) tendo em vista um período de 10 anos para depreciação do
equipamento
m) o documento final deverá ser elaborado conforme as normas de redação técnica da ABNT e será
atribuída uma nota única à equipe;
n) o documento final (em arquivo único no formato pdf) deverá ser carregado na plataforma UFMG
Virtual (Moodle) dentro do prazo estabelecido. Trabalhos enviados após o prazo não serão
considerados.
Roteiro para elaboração do projeto de fundição em areia verde

O modelo (Figura 1) deve ser produzido com dimensões maiores do que as da peça final, isto é,
deve considerar a razão de contração térmica do material da peça (Tabela 1). Também deve ser
considerada a inclinação necessária para evitar danos ao molde (Figura 2 e Tabela 2).

Figura 1. Modelo

Tabela 1. Razão de contração linear para diversas ligas

Figura 2. Inclinação do modelo

Tabela 2. Ângulos de inclinação em função da altura e tipo de molde


O modelo é bipartido e cada metade deve ser montada em uma caixa de molde com areia. Depois de
socada a areia, as metades do modelo são retiradas, o macho é colocado, a cavidade para o
massalote e os canais são produzidos e as duas caixas de molde unidas, como mostra a Figura 3.
Em seguida é feito o vazamento do metal líquido (Figura 4). O metal fundido deverá ocupar a
cavidade da peça e do massalote e os canais.

Figura 3. Montagem do molde após a retirada do modelo (cavity) e com macho (core), massalote
(riser) e canais (sprue e runner)
Figura 4. Vazamento do metal

A desmoldagem deve ser realizada após a solidificação da peça, cujo tempo necessário é calculado
pela regra de Chvorinov (Equação 1).

2
V  (1)
ts  K c  
S

Onde,
ts: tempo de solidificação (s)
Kc: constante (s/cm2)
V: volume (cm3)
A: área superficial (cm2)

A constante Kc é calculada conforme a Equação 2 e a Tabela 3 apresenta as propriedades físicas de


alguns metais.

{ }
2

Kc=
π [ ρ s . L f + ρ L .C L (T V −T f )] (2)
k m . ρm .C m 2 .( T f −T o )
Onde,
km: condutividade térmica do material do molde (cal/cm.°C.s)
ρm: densidade do material do molde (g/cm3)
Cm: calor específico do material do molde (cal/g.°C)
ρs = ρL: densidade do metal no estado sólido ou líquido (g/cm3)
Lf: calor latente de fusão (cal/g)
CL: calor específico do metal no estado líquido (cal/g.°C)
Tv: temperatura de vazamento do metal (°C)
Tf: temperatura de fusão do metal (°C)
To: temperatura inicial do molde (ambiente) (°C)

Tabela 3. Propriedades físicas de alguns metais


Propriedade Cobre Ferro Alumínio Magnésio Areia
k (cal/cm °C s) 0,94 0,07 0,53 0,38 14,5 x 10-4
ρ (g/cm3) 9,0 7,3 2,7 1,7 1,5
CL (cal/g °C) 0,09 0,16 0,20 0,25 Cm = 0,27
Lf (cal/g) 51 65 95 89
Tv – Tf (°C) 236 295 195 180
Tf (°C) 1084 1538 660 650

Porém, o tempo de solidificação do massalote deve ser mais longo do que o da peça para permitir o
fornecimento de metal líquido durante o resfriamento e contração da peça. Com isso, o volume e
área do massalote devem ser calculados de forma que seu tempo de solidificação seja superior ao
tempo de solidificação da peça. Uma aproximação tipicamente empregada está expressa na Equação
3:

ts massalote
=1,2.t s peça
(3)

Com a determinação do tempo de solidificação do massalote é possível calcular a relação entre seu
volume e área por meio da Equação 1 e assim suas dimensões.

Bibliografia recomendada:
1. Carvalho Ferreira, J.M.G. (2010) Tecnologia da Fundição, 3a. edição, Fundação Calouste
Gulbenkian;
2. Moro, N. e Auras A.P. (2007) Processos de Fabricação – Fundição, CEFET SC, Florianópolis.

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