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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE BLUMENAU
COORDENADORIA ESPECIAL DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
EMT2405 – Resistência e Falha em Materiais
Blumenau, 09 de Maio 2023.
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Enunciado do Guia de Estudos II
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
I) Este Guia de Estudos II é um instrumento de preparação para a prova P2, sendo constituída por 22 (VINTE E
DUAS) questões.
II) O documento relativo a este Guia de Estudos II contém 6 páginas.
III) Este Guia de Estudos II Não será instrumento de avaliação.
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1) Façam as seguintes questões da lista 1: 15, 16 e 17.
2) Refaçam todos os exercícios da lista 1 relativos a ensaios de tração.
3) Sobre os defeitos cristalinos, pede-se:
a) Discuta a diferença entre defeitos de equilíbrio e defeitos de não equilíbrio;
b) Apresente e defina os defeitos cristalinos, distinguindo os diferentes tipos através de desenhos
esquemáticos.
4) Apresente e discuta conceitualmente os mecanismos de deformação que podem atuar nos
materiais cristalinos (aborde influências da estrutura cristalina, velocidade de deformação e
temperatura sobre a ocorrência de cada um deles).
5) A partir da relação entre microestrutura e propriedades mecânicas, pede-se:
a) Na figura abaixo estão apresentados os comportamentos da dureza, da resistência à tração e do
alongamento com o teor de carbono de ligas Fe-C. Estabeleça a relação entre a Resistência Mecânica, a
Ductilidade e a Tenacidade com o teor de carbono. Argumente sobre suas respostas.

Figura 1 – Variação das Propriedades Mecânicas com o Teor de Carbono em Ligas Fe-C.
b) Sobre o comportamento mecânico de materiais metálicos (ligas ferro-carbono), explique o formato das curvas
de tensão x deformação apresentadas na figura imediatamente abaixo:

Figura 2 – Comportamento mecânico sob tração de aços. À esquerda, influência dos tratamentos
térmicos; À direita, influência do teor de carbono.
6) Sobre o mecanismos de endurecimento, a partir da figura abaixo, estabeleça:
a) as constantes da lei de Hall-Petch para o Mo (MOLYBDENUM – 12), conforme figura abaixo que apresenta o
comportamento de diversos materiais metálicos.
b) o valor do limite de escoamento do latão (Brass – 3) para um tamanho de grão médio de 25 m.
Figura 3 – Relação entre o Limite de Escoamento (e) e o Tamanho de Grão (d) (Lei de Hall-Petch) para diversos
materiais.
7) Para cada uma das FIGURAS ABAIXO, apresente, defina e discuta os respectivos Mecanismos de
Endurecimento Atuantes (NÃO SE ESQUEÇAM DE APRESENTAR E DISCUTIR OS MODELOS MATEMÁTICOS
SIMPLIFICADOS QUE DESCREVEM CADA UM DESTES MECANISMOS).

(a) (b)

(c) (d)
Figura 4 – Desenhos esquemáticos mostrando a ação de diferentes mecanismos de endurecimento em materiais metálicos.

8) Sobre ligas de Al endurecidas por precipitação, pede-se:


a) Mostre esquematicamente, através de desenhos de sessões do diagrama Al-Cu e de curvas Temperatura
x Tempo de Tratamento como se processa o tratamento de solubilização em envelhecimento destas ligas.
b) Dada a Figura abaixo, que descreve a variação da dureza (HV) com o tempo de envelhecimento de ligas
Al-Cu, indique (justifique sua resposta) como varia o teor de Cu nas diferentes curvas mostradas, bem como
indique a sequência de precipitação verificada durante o tratamento de envelhecimento.

Figura 5 – Variação da Dureza Vickers com o Tempo de Envelhecimento de diferentes ligas Al-Cu.

9) Na figura abaixo estão apresentados esquematicamente diferentese estágios de uma material CFC
com baixa Energia de Defeito de Empilhamento submetido a deformação a frio e a diferentes
situações de tratamento térmico de recozimento. Neste contexto pede-se:
Figura 6 - Variação da estrutura de discordâncias e grão com o tratamento termomecânico de um material CFC
com baixa energia de defeito de empilhamento.
a) Indique o potencial termodinâmico que leva á modificações estruturais entre a condição a e a condição d.
b) Faça um gráfico esquemático que mostra como varia a resistência mecânica e a ductilidade com a
sequência de eventos a, b, c e d.
10) Dada a figura abaixo que trás o comportamento sob tração de aços inoxidáveis, discuta, promovendo uma
distinção entre os materiais envolvidos, do ponto de vista dos parâmetros de Hollomon (apresente os cálculos) e
do ponto de vista da energia de defeito de empilhamento. Seja sucinto e preciso em sua resposta.

Figura 7 - Curva Tensão x Deformação Convencional para Aços Inoxidáveis Ferritico e Austenítico.
11) Amostras de ferro prolicristalino são submetidas a diferentes condições de encruamento,
conforme descrito na tabela 4. Assumindo o modelo de Taylor para o encruamento, estabeleça as
tensões requeridas para as respectivas deformações uniformes e estabeleça o coeficiente de
encruamento do ferro nas condições apresentadas.
São dados:
Modelo de Taylor:
Módulo do vetor de Burges: bFe = 2,864 . 10-10 m;
 = 0,5; G = 70 GPa; 0 = 100 MPa
Tabela 1 – Relação entre a densidade de discordâncias ( [m/m3]) e a deformação a frio (
Condição Deformação   [m/m3]
Recozido 0 3,500 . 109
0,1 1,855 . 1013
Encruado
0,2 3,710 . 1013
Uniformemente
0,3 5,565 . 1013

12) Num ensaio de tração realizado num laboratório de universidade, utilizando amostras de um aço
SAE 4340 temperado e revenido, fabricadas conforme norma ASTM E8M, com diâmetro inicial de 12,0
mm e comprimento inicial de 50,0 mm. Foram registrados os seguintes valores de carga e
alongamento, respectivamente durante o ensaio; i) 9,2 ton e 6,0 mm, no instante do escoamento; ii)
11,2 ton e 11,5 mm, no instante da instabilidade de forma (inicio do empescoçamento); iii) 7,1 ton e
15,5 mm, no instante da ruptura. Verificou-se ainda que o diâmetro da amostra no instante da ruptura
era de 9,0 mm. Neste contexto, pede-se:
a) Estabeleça as tensões de engenharia e real no instante do escoamento, da carga máxima e da ruptura.
b) Considerando que no instante em que se verifica a aplicação de uma tensão de 400 MPa o material
experimenta uma deformação de 5,0 %, podemos afirmar que foi utilizada a técnica de extensomentria
durante o ensaio??? Justifique sua resposta.
c) Desenhe as curvas esquemáticas para este ensaio, apontando as tensões notáveis e as zonas de
processos elástico e plástico.
13) Apresente as deformações volumétricas verificadas durante as seguintes transformações de fase:
a) Fe-CFC para Fe-CCC para o ferro puro;
b) Fe-CFC para Fe-TCC (transformação martensítica para diferentes teores de carbono entre 0,01 e 1,0).
14) De um aço carbono tratado termicamente de diferentes formas, foram obtidas diferentes
estruturas, cujas proporções de fases e microconstituintes estão apresentadas na tabela abaixo:
Tabela 2 - Percentagem (em volume) das fases presentes num aço carbono em diferentes (A, B e C) de tratamentos
térmicos.
Condição A B C
% Fe- 50 50 50
% Perlita Grossa 50 0 0
% Perlita Fina 0 40 50
% Martensita 0 10 0

Utilizando a tabela II apresentada abaixo que mostram, respectivamente, a relação entre a resistência mecânica e a
dureza de materiais metálicos e a dureza específica de cada uma das possíveis fases presentes neste aço, pede-se:
a) A dureza do material nas diferentes condições de tratamento térmico, utilizando a regra das misturas para a definição
das propriedades mecânicas;
Regra das Misturas: PMM = Vv1 x PM1 + Vv2 x PM2 + ...+ VvN x PMN
b) Construa num mesmo desenho esquemático curvas tensão x deformação de engenharia características para as
condições de tratamentos térmicos A, B e C. Justifique sua resposta (pesquise na literatura como se estabelece a relação
empírica entre valores de dureza Brinell e o Limite de Resistência à tração).
Tabela 3 – Dureza característica das diferentes fases presentes num aço carbono
Microconstituintes Dureza Brinell - HB

Ferrita 80

Perlita Grosseira 240

Perlita Fina 380

Martensita 595

15) Abaixo é descrito o modelo matemático para o estabelecimento da dureza Brinell.

Onde F é a força aplicada [kgf]; D é o diâmetro da esfera utiliza [mm]; p é a profundidade de penetração sofrida pelo material
[mm].

Verifique que configuração para uma relação de carga pode ser utilizada para avaliar um material de dureza

HB estimada em 1,96 GPa, representado por amostras com 3,5 mm de espessura. Utilize a tabela abaixo em suas
ponderações (lembre-se que: g = 9,806 m/s2).
Tabela 4 – Diferentes configurações de relação de carga utilizadas no ensaio de dureza Brinell.

16) Um bloco metálico com diâmetro de 60,0 mm e espessura de 40,0 mm, foi comprimido entre placas bem
polidas (m=0,0), enquanto outro disco idêntico foi comprimido entre placas rugosas. As forças medidas no ponto
de escoamento foram de 210 toneladas, no primeiro caso, e de 270 toneladas, no segundo. Pede-se:
a) Estabeleça o limite de escoamento, sob compressão, do material e desenhe a colina de fricção na região de contato
entre a ferramenta e um bloco de aço sendo forjado, utilizando ao menos 03 posições (r) na região de contato.

b) Admitindo-se deformação homogênea, estabeleça o coeficiente de atrito quando do uso das placas rugosas, utilizando
a equação abaixo.

Onde p é a pressão de contato, e é o limite de escoamento do material nas condições de trabalho; µ é o coeficiente de atrito; h é a
altura do bloco cilíndrico; 2a é o diâmetro do bloco e r é uma posição qualquer entre o centro e a superfície na região de contato entre
bloco e ferramenta de compressão.
17) Sobre Ensaios de Impacto (Sempre Justifique sua Resposta!!!):
a) Dada a curva EAI [J] x Temperatura [ 0C] abaixo indique a temperatura de transição dúctil-frágil, a partir dos valores
médios das máximas e mínimas energias;
b) Dada a figura abaixo, indique no gráfico a posição típica, em relação à temperatura e à energia absorvida sob impacto,
de cada uma das superfícies de fratura.
Figura 8 – Aspecto macroscópico típico da superfície de fratura de corpos de prova de um aço carbono ensaiado sob impacto em diferentes
temperaturas (esquerda).Curva típica mostrando a variação da energia absorvida sob impacto com a temperatura de ensaio (direita).
de materiais poliméricos.
18) Ainda sobre os ensaios de impacto, pede-se:
a) Faça um desenho esquemático de uma curva de Energia Absorvida sob Impacto x Temperatura de Ensaio mostrando
o comportamento típico de um material CFC e de um material CCC.
b) Mostre a influência dos teores de carbono e enxofre sobre a temperatura de transição dúctil frágil e sobre as energias
absorvidas sob impacto com a temperatura. Justifique sua resposta.

19) Em relação à temperatura de transição dúctil frágil apresentada por materiais metálicos CCC apresente e discuta:
a) A influência do tamanho de grão sobre o fenômeno;
b) O uso do modelo de Hall-Petch para explicar o fenômeno

20) Sobre o fenômeno da Fluência:


a) Apresente de forma esquemática um Mapa de Fluência nos moldes da proposta de Ashby, os diferentes mecanismos
de fluência que atuam nas diferentes faixas de tensão e de temperatura.
b) Discuta conceitualmente e matematicamente a influência do tamanho de grão e da temperatura sobre a
fluência nos materiais metálicos.
21) Ainda Sobre o Fenômeno de Fluência, pede-se
a) A taxa mínima de fluência ( ) varia com a tensão de sob a qual está submetida nosso componente em análise,
fixada uma temperatura, de acordo com a seguinte expressão abaixo (onde k e n são constantes):

O comportamento do material pode ser descrito pelos dados da tabela 1 abaixo:


Tabela 1 – Variação da taxa mínima de fluência com a tensão para um material hipotético.
[h-1] Tensão -  [MPa]
6,0 . 10-4 160
9,0 . 10-2 420

Determine a tensão que será capaz de proporcionar uma taxa mínima de fluência de 8,2.10-3 h-1;

b) Considerando um material hipotético, cuja a taxa de deformação sob fluência sob tensão constante de 60 MPa,
acompanha a lei abaixo, sendo dados:
Temperatura de Carregamento [K] [s-1]
1030 1,0 . 10-5
1160 1,0 . 10-6

Estabeleça a energia de ativação e a constant de fluencia do material em tela.


22) Sobre o Fenômeno de Fluência.
b) Dada a curva mestra abaixo, em que são correlacionadas tensão e o Parâmetro de Larson-Miller para uma
liga ferrosa, estabeleça para um material submetido a um carregamento de 300 MPa sob uma temperatura de
850 K o tempo de ruptura sob fluência.
Figura 5 – Curva Mestra Tensão x Parâmetro de Larson-Miller para uma Liga Ferrosa.

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