Você está na página 1de 24

Comportamento Químico e Mecânico

dos Materiais

Profa. Érica Caproni


Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

1. Recozimento;

2. Normalização;

3. Têmpera;

4. Revenido;

5. Austêmpera;

6. Martêmpera.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Variáveis de Aquecimento: Variáveis de Resfriamento:


• VELOCIDADE de aquecimento deve ser o mais • GEOMETRIA DA PEÇA – Deve se fazer um
lento possível para que não haja um resfriamento lento para que se evite grandes
tensionamento causado pela dilatação rápida deformações das dimensões;
do material para não ocorrer empenamentos e • TIPO DE MATERIAL UTILIZADO – Aços muito
trincas no material. ligados, que apresentam um caráter mais frágil,
• Também deve se levar em consideração a devem ser resfriados de forma mais lenta possível
ATMOSFERA que o tratamento é feito, pois ou de forma escalonada.
pode gerar uma oxidação excessiva ou reação • PROPRIEDADES DESEJADAS – Peças que exigem
com a superfície do material. elevadas durezas, mas que não possuem muitos
• A TEMPERATURA, cada liga tem a temperatura elementos de liga, requerem maiores velocidades
para que ocorra cada reação. de resfriamento.
• O TEMPO é determinado em função do
tamanho da peça. Peças maiores, com paredes
mais espessas, necessitam maiores tempos
para que a temperatura se homogeneíze.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Mola espiral utilizada no sistema de


suspensão de um veículo automotor.

TT

- Dureza;
- Elasticidade;
- Resistência mecânica para não
sofrer deformação plástica
Sistema de Suspensão (mantendo o carro na linha) – parte 1 permanente.
Disponível em: http://r19club.com/suspensao/sistema-de-
suspensao-mantendo-o-carro-na-linha-parte-1/. Acesso em
30 de abril de 2020.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Microestrutura

Ex: liga metálica: estrutura dos


grãos e das fases.
Propriedades mecânicas

Objetivos gerais do TT:

 Remoções de tensões internas;


 Aumentar a resistência mecânica e ao desgaste;
 Melhorar a tenacidade, ductilidade e usinabilidade.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

1. Recozimento Pleno: consiste em expor o material a uma temperatura elevada durante um tempo e
então resfriar lentamente até a Tamb;

A linha horizontal na temperatura eutetoide, identificada por


convenção como A1, é denominada temperatura crítica
inferior, abaixo da qual, sob condições de equilíbrio, toda a
austenita terá se transformado nas fases ferrita e cementita.
As fronteiras entre fases identificadas
como A3 e Acm representam, respectivamente, as linhas para
a temperatura crítica superior para os aços hipoeutetoides e
hipereutetoides.
Para temperaturas e composições acima dessas fronteiras,
somente a fase austenita prevalecerá.

Os microconstituintes que resultam do recozimento pleno são: perlita e ferrita para aços hipoeutetóides (composição <
0,76%C), cementita e perlita para aços hipereutetoídes (contem entre 0,76 e 2,14 wt% C) e perlita para os aços
eutetóides.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

1. Recozimento:

Objetivos específicos:

 aliviar tensões internas devido aos tratamentos mecânicos (soldagem, corte,


laminação,…); Para aços de baixo e médio teor de carbono, o recozimento é útil para
preparar o material a processos de usinagem. O recozimento pleno
 ajustar o tamanho de grão; deixa o aço com uma estrutura mole, facilitando a usinagem.

 diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade;

 reduzir a resistência e aumentar a ductilidade e tenacidade;

 produzir uma microestrutura específica.


Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Desenvolvimento microestrutural:
 Trabalho a frio: deformar mecanicamente um metal em T relativamente baixas para
aumentar a dureza.
Exemplo: laminação

redução na espessura
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Desenvolvimento microestrutural:

Grãos distorcidos: alta densidade de discordância e alta dureza.

Levando a microestrutura a temperaturas mais altas, onde esta


disponível uma mobilidade atômica suficiente, o material pode
ser amolecido, e uma nova microestrutura pode surgir (baixa
densidade de discordância e baixa dureza).

Microestrutura do bronze (Cu-Sn)


trabalhado a frio.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

 Recuperação: uma parte da energia de deformação interna é liberada devido ao movimento das
discordâncias, como resultado de um aumento da difusão atômica em T elevadas. Ocorre a redução de
discordâncias e são produzidas discordâncias que possuem baixas energias de deformação. Sem
mudança microestrutural significativa;
 Recristalização: nucleação e crescimento de uma nova microestrutura sem tensões. Tcristalização depende
da %TF trabalho a frio. A0  Af
%TF  100%
A0
A0: área da secção transversal original;
Af: área da secção transversal final após o
trabalho a frio;
alta %TF  Tcristalização mais baixas (menor fornecimento de energia térmica é exigido para iniciar a reforma da microestrutura).
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

 Recristalização
Esses grãos crescem até constituírem a
Novos grãos, livres de tensões, nucleiam em
microestrutura inteira com grande
regiões de alta tensão na microestrutura
concentração de contornos de grão.
trabalhada a frio.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

 Crescimento de grão: aumento no tamanho médio dos grãos de uma microestrutura devido a difusão
dos átomos de um lado do contorno de grão para o outro lado. Etapa para estabilizar o sistema
(redução das interfaces de alta energia).

Recristalização Após a conclusão da recristalização, os grãos livres de


deformação continuarão a crescer se a amostra do material
for deixada a uma temperatura elevada.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Amolecimento está associado


predominantemente á recristalização.

Produz pouco amolecimento


adicional da liga.

Influência da temperatura de recozimento


(1h) sobre o limite de resistência à tração
e a ductilidade de uma liga de latão.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Latão 70% Cu-30% Zn


Laminação

Original - 66 HRB

Dureza: Medida da resistência de 25% redução - 82 HRB


um material à deformação em razão
de uma indentação superficial.

Micrografias obtidas nas aulas de Laboratório de MCM


Profa. Érica Caproni – Mackenzie 2014 30% redução - 88 HRB
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Latão 70% Cu-30% Zn


Recristalização

25% redução
600 C/3 min- 60 HRB

30% redução
600 C/3 min- 62 HRB
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

2. Normalização: A normalização é obtida pelo aquecimento até pelo menos 55°C


acima da temperatura crítica superior, isto é, acima de A3 para

composições menores que a eutetoide (0,76 %p C) e acima
+Fe3C de Acm para composições maiores que a eutetoide, tempo suficiente
para a liga transformar-se completamente em austenita, o tratamento
+
é encerrado por resfriamento ao ar (é mais rápida com o objetivo de
+Fe3C refinar os grãos do aço).
A estrutura passa de austenita para perlita fina (porque o
resfriamento, mais rápido que no recozimento, não permite o

Objetivos específicos: crescimento de grãos) e pequenos grãos de ferrita.

 refinar os grãos (diminuir o tamanho médio dos grãos, por ex, em aços laminados ou forjados) e produzir uma
distribuição de tamanhos mais uniforme e desejável que garante maior homogeneidade de propriedades e
maior tenacidade.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

As propriedades mecânicas dos aços


resfriados lentamente variam com o teor de
carbono.

Quanto maior a %C maiores a resistência e dureza e


menor a ductilidade.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

3. Têmpera: consiste em resfriar o aço, a partir de uma temperatura onde exista 100% da fase austenita, a uma
velocidade suficiente rápida para evitar as transformações perlíticas e bainíticas para se obter a estrutura
martensítica (microconstituinte duro e frágil).

Grãos com formato de agulha são a fase


martensítica, e as regiões brancas são a austenita
que não se transformou durante o resfriamento.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

A têmpera é aplicada para peças que precisam de elevada dureza


e prolongada vida útil, já que seu desgaste é minimizado. É muito
executado em conjunto ao revenimento, em dentes de
engrenagem, amortecedor de carro, engates do trem, brocas e
outras peças.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Propriedades ótimas de um aço temperado.

O sucesso do TT em aços para produzir uma microestrutura


predominantemente martensítica em toda a seção transversal depende:

1) Tipo e do meio de resfriamento (óleo, água, salmora);


2) Tamanho e da forma da amostra;
3) Composição da liga;
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Temperabilidade: descreve a habilidade de uma liga em ser endurecida pela formação de martensita como
resultado de um dado TT.
Ensaio Jominy:

Diagrama esquemático de um corpo de prova para o ensaio


A taxa de resfriamento diminui com a distância a partir da Jominy da extremidade temperada (a) montado durante a
extremidade temperada, e a dureza também diminui. Com a têmpera e (b) após o ensaio de dureza a partir da
diminuição da taxa de resfriamento, mais tempo está
extremidade temperada e ao longo de um chanfro plano.
disponível para a difusão do carbono e a formação de maior
proporção de perlita, que tem menor dureza, e que pode
estar misturada com a martensita e a bainita.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

4. Revenido: consiste em aquecer um aço temperado até uma temperatura abaixo da eutetóide
por um período de tempo específico, resfriando em seguida. Formação da martensita
revenida.

Objetivos específicos:

 Torna-lo menos quebradiço (diminui um pouco da dureza,


aumentando a sua resistência aos choques);

 Melhorar a ductilidade e a tenacidade;

 Aliviar tensões internas.


Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

5. Austêmpera: consiste em resfriar rapidamente o aço, dentro da faixa de formação da bainita


(250 C a 400C), onde mantem-se a temperatura até que a transformação em bainita atinja
100%. Em seguida é feito o resfriamento rápido até a temperatura ambiente. O objetivo é obter a
bainita com elevada ductilidade, superior a martensita revenida.

6. Martêmpera: similar a têmpera, mas com resfriamento


lento, a partir da linha de martensita inicial. O objetivo é
transformar de maneira mais uniforme a austenita em
martensita.
Comportamento Químico e Mecânico dos Materiais

Você também pode gostar