Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Modificação da forma de um corpo para outra, predefinida com geometria e dimensões controladas,
pela aplicação de esforço mecânico.
Controle das propriedades mecânicas dos materiais por processos de conformação mecânica:
1
Processos de Conformação Mecânica
A tecnologia de forjamento moderna pode ser dividida em três categorias abrangentes de acordo com
a capacidade da máquina usada diferindo muito em sua aplicação na indústria.
Forja Pesada
Trata-se de prensas de enormes proporções, que exigem elevado número de operadores, além de
uma mão de obra especializada, motivos pelos quais são apropriadas apenas para produção de peças
de grandes dimensões para uso bastante específico. A força das prensas utilizadas em forja pesada
varia entre 3000 e 15000 toneladas. Uma prensa de 6000 toneladas pode estirar lingotes com cerca
de 2,5 m de diâmetro e 120 toneladas.
Forja Média
As ferramentas da forja média são as prensas de forjamento de 1000 a 1500 toneladas. Diferem das
forjas pesadas por suas dimensões reduzidas e maior rapidez de trabalho. Podem dar de 30 a 150
golpes por minuto conforme sua capacidade.
2
Processos de Conformação Mecânica
Costuma-se definir, para fins práticos, as faixas de temperaturas do trabalho a quente, a morno e a
frio baseadas na temperatura homóloga, que permite a normalização do comportamento do metal.
Em um metal puro, que não sofre transformação de fase no estado sólido, os pontos de referência em
termos de temperatura são: o zero absoluto e o ponto de fusão. Estes pontos, traduzidos em graus
Kelvin(*), estabelecem os extremos da escala homóloga de temperaturas.
3
Processos de Conformação Mecânica
Aplicado a materiais que apresentem dureza a quente (aços rápidos, ligas de titânio e certas
ligas de níquel)
Algumas vezes realizado a vácuo
3 - ATRITO E LUBRIFICAÇÃO
Atrito é o mecanismo pelo qual se desenvolvem forças de resistência superficiais ao deslizamento de
dois corpos em contato. A causa primordial para o atrito entre materiais metálicos correlaciona-se com
o contato entre pequenas regiões ao longo das superfícies deslizantes. Estas superfícies apresentam
irregularidades microscópicas que podem soldar-se pela intensa deformação plástica localizada.
Aparentemente, Helman e Cetlin (1983) apontam que as forças de atrito parecem ter sua origem na
resistência ao cisalhamento destas uniões. Estas forças podem também se originar como resultado de
um processo de “arar” o metal mais duro sobre a superfície do mais macio. A figura 3 mostra um
esquema deste processo, assim como um exemplo prático obtido para o caso da trefilação de tubos
para a indústria automobilística.
4
Processos de Conformação Mecânica
Figura 3 - Acima: região observada no microscópio eletrônico de varredura mostrando uma região “arada” em
um tubo para a indústria automobilística. Ao lado: esquema de “arranchamento” de material de uma superfície
macia a partir de uma micro saliência da superfície mais dura, Helman e Cetlin (1984).
3.1 - Atrito
Uma das forças predominantes
Desgaste da ferramenta ou matriz
Defeitos de forma ou dimensão
Aumenta a exigência de potência para a conformação
3.2 - Lubrificantes
5
Processos de Conformação Mecânica
4. - PROCESSO DE FORJAMENTO
4.1 - Definição
Processo de conformação plástica direta no qual se obtém a forma desejada por impacto ou
aplicação gradual de pressão.
4.2 – Conceitos Básicos
Grande importância industrial
Variados setores industriais (automobilístico, aeroespacial, etc.)
A mais antiga forma de transformação de metais (5.000 A.C.)
Maioria das operações: a quente
Forjamento a frio (tenacidade; encruamento)
Latão, alumínio, aços-carbono, aços-liga, aços ferramenta, inoxidáveis, titânio e cobre.
4.3 - Classificação
O processo de forjamento é classificado em dois grandes grupos:
4.3.1 – Forjamento Livre
Também chamado de Forjamento em Matriz Aberta, tem como características:
Ferramentas planas ou de formato simples
Escoamento perpendicular à aplicação da força
Peças de grandes dimensões
Produção em pequena escala
6
Processos de Conformação Mecânica
7
Processos de Conformação Mecânica
8
Processos de Conformação Mecânica
Trabalho do martelo:
T = (Q + F).H, onde: F = força exercida pelo sistema
9
Processos de Conformação Mecânica
10
Processos de Conformação Mecânica
Tabela 1 – Resumo comparativo das principais características dos dois tipos de equipamentos
11
Processos de Conformação Mecânica
12
Processos de Conformação Mecânica
13
Processos de Conformação Mecânica
14
Processos de Conformação Mecânica
5. LAMINAÇÃO
A laminação é um processo de conformação mecânica no qual o material é forçado a passar entre dois
cilindros, girando em sentidos opostos, com praticamente a mesma velocidade superficial e separados
entre si de uma distância menor que o valor da espessura inicial do material a ser deformado.
Os primórdios da laminação são bastante antigos: a mais antiga ilustração de um laminador é uma
gravura de Leonardo da Vinci, em torno de 1486, o qual se destinava, provavelmente, a laminação a
frio de barras chatas de ouro ou prata para a cunhagem de moedas.
Na Europa ocidental, nos princípio do século XVIII, surgiu o processo de laminação a quente do ferro,
transformando barras em chapas. Antes disso, os únicos laminadores existentes eram utilizados para
operações de corte, em que pares de cilindros opostos dotados de discos cortantes (colarinhos)
cortavam o ferro em tiras estreitas para a fabricação de pregos e produtos similares. Não havia,
naquele processo, a pretensão de reduzir a espessura do metal.
A laminação pode ser a quente ou a frio. Pelo fato destas operações, com frequência, serem as últimas
e de poderem alterar a microestrutura do aço, elas devem ser projetadas de modo a permitir a
microestrutura desejada.
Durante a laminação, raramente passa-se o material somente uma vez entre os cilindros ou rolos de
laminação, pois, a redução de área almejada não pode ser conseguida em um só passe. Deste modo,
o equipamento de laminação deve ser capaz de submeter o material a uma sequência de passes.
Ao passar entre os cilindros, a força de atrito entre a peça e os cilindros promove uma deformação
plástica, na qual a espessura é diminuída e a largura e o comprimento são aumentados.
A laminação é um dos processos de conformação mais utilizados na prática. Tal fato acontece porque
este processo apresenta uma alta produtividade e um controle dimensional do produto acabado que
pode ser bastante preciso.
Na laminação é possível obter-se produtos acabados, como chapas, barras e perfis, e também produtos
semiacabados, tais como placas.
O processo de laminação pode ser feito a frio ou a quente. Normalmente, a laminação a quente é
usada para as operações de desbaste e a laminação a frio, para as operações de acabamento.
Geralmente, utiliza-se um ou dois conjuntos de cilindros para a laminação a quente, de modo que o
lingote ou o esboço passa várias vezes entre os mesmos cilindros.
O número de operações necessárias para atender a estes objetivos do processo de laminação, depende
das especificações estipuladas para a forma, as propriedades mecânicas, as condições superficiais
15
Processos de Conformação Mecânica
16
Processos de Conformação Mecânica
Este tipo de laminador é o mais antigo e mais simples, sendo usado no passado na laminação de chapas
e, ainda hoje, nas laminações de tarugos, trens contínuos de perfis pequenos e trens de fio-máquina.
17
Processos de Conformação Mecânica
Os cilindros nunca são reversíveis. Inicialmente o material a laminar era manuseado por meio de
ganchos ou barras manuais para colocar o material na parte superior, porém, atualmente, utilizam-se
mesas elevatórias ou basculantes.
Consequentemente, as chapas laminadas por este método não apresentam uma espessura uniforme
no sentido transversal.
Para evitar este defeito, foi criado o laminador quádruo no qual existem quatro cilindros, montados
um sobre o outro na horizontal, sendo que os cilindros do meio, chamados cilindros de trabalho, são
de menor diâmetro e os cilindros inferior e superior, chamados de cilindros de encosto ou apoio, são
de maior diâmetro.
18
Processos de Conformação Mecânica
Nos laminadores quádruo, as chapas grossas podem ser laminadas com espessura uniforme, porque
os cilindros de apoio superior e inferior efetivamente suportam os cilindros de trabalho.
Quanto menor for o diâmetro dos cilindros, menor será o atrito entre estes e o metal. Portanto, é
necessário uma menor potência. Por outro lado, quando menor for o diâmetro, menor será a rigidez
dos cilindros. As tensões originadas pela resistência do metal a deformação conduzem a flexão dos
cilindros e por conseguinte conduzem a obtenção de um produto final mais espesso no centro do que
nas bordas. Para manter inalterado o perfil dos cilindros, assume grande importância a questão do
resfriamento.
Mesmo com a utilização de cilindros de encosto, verifica-se ainda uma certa flexão dos cilindros de
trabalho a qual é compensada pela coroa dos cilindros. A coroa é obtida usinando-se o cilindro com
maior diâmetro no centro do que nas extremidades.
Verifica-se que deve ser observado um certo distanciamento entre o par de cilindros verticais e o par
de cilindros horizontais. Os quatro cilindros, geralmente, possuem acionamento independente, mas
sincronizado.
Cadeira Universal
Outra modalidade do laminador universal, é o construído com cilindros verticais não acionados,
colocados entre os extremos dos cilindros horizontais e no mesmo plano vertical. A sua função é
apenas garantir a uniformidade da seção do perfilado. É o caso do laminador Grey, para a produção
de perfilados pesados tais como duplo T.
19
Processos de Conformação Mecânica
Um tipo de laminador não convencional, o laminador Sendzmir planetário utilizado) para o trabalho a
quente, ganha cada vez mais popularidade na produção de tiras de aço de alta resistência e de aços-
liga, inclusive de aço inoxidável. Este equipamento, através de pequenos cilindros giratórios, produz
substancial redução de seção da tira e oferece a vantagem de produzir uma superfície com bom
acabamento. Os rolos alimentadores aplicam uma pequena redução de espessura e empurram a placa
contra o laminador planetário onde a maior parte da redução de espessura é realizada. Os cilindros de
trabalho são posicionadas numa gaiola porta-cilindros (mancal de rolamento) que gira sobre o cilindro
de encosto.
A classificação dos laminadores de conformidade com a disposição das cadeiras, é também usada nos
meios técnicos. Assim, temos o trem em linha, consistindo de várias cadeiras Trio ou Duo, dotadas de
um acionamento único.
A ponta da peça laminada, ao sair de um passe, é “virada", entrando no passe seguinte, no mesmo
lado do laminador de onde saiu. Este processo de mudar a direção da peça é repetido de ambos os
lados do laminador, tornando possível laminar-se em várias cadeiras ao mesmo tempo.
Assim, consegue-se evitar a queda da temperatura ao laminar peças compridas em seções de pequeno
diâmetro, que resultaria se tivéssemos que fazer o material passar completamente por um passe antes
de começar o passe seguinte. Evidentemente, para se ter a flexibilidade necessária para o
"dobramento", a barra laminada deve ser de seção relativamente pequena.
20
Processos de Conformação Mecânica
O material é trabalhado ao mesmo tempo entre vários pares de cilindros, cuja velocidade periférica
aumenta proporcionalmente, para compensar a redução de seção. É o tipo de instalação destinada a
grandes produções e programas de laminação relativamente pouco variados.
Os tubos soldados por caldeamento de topo (butt-welded) são produzidos repuxando-se uma peça do
material através de um sino ou fieira.
Os tubos com costura são formados a partir de chapas aquecidas, e a costura obtida pela pressão
mecânica.
Os tubos sem costura são produzidos a partir de tarugos aquecidos e perfurados, de tarugos inteiriços,
ou ainda, a partir de roletes aquecidos (slugs).
21
Processos de Conformação Mecânica
Laminação de tubos sem costura, utilizando mandril e tarugos inteiriços (processo Mannesman)
Em cada extremidade, estão os "pescoços" que se apoiam nos mancais. Os pescoços podem ser
cilíndricos ou cônicos. Além do pescoço fica o "trevo", que recebe o acoplamento para rotação. Pode
ser acoplado à caixa de pinhões ou a um outro cilindro da cadeira ao lado e podem ser de 4 ou. 5 abas.
Os laminadores modernos utilizam juntas universais; para estas, o "trevo" é substituído por uma seção
adequada ao desenho do acoplamento.
22
Processos de Conformação Mecânica
Os cilindros podem ser fundidos com a mesa lisa ou com a mesa já esboçada para facilitar a usinagem
dos canais.
Os cilindros em aço, que podem ser fundidos ou forjados, são mais indicados onde aplicam-se fortes
reduções, com canais fundamente entalhados nos cilindros.
Os cilindros de ferro fundido são de: ferro fundido cinzento moldado em areia; ferro fundido cinzento
moldado em coquilha; ferro fundido tratado termicamente; ferro fundido de dupla fusão; ferro
fundido nodular.
O teor de carbono varia de 2,5 a 3%. Em alguns tipos são utilizados elementos de liga tais como níquel
cromo e molibdênio.
Apresentam melhor resistência ao desgaste do que os de aço. No entanto, sua resistência à ruptura é
menor, não suportando grandes reduções por passe.
São usados como cilindros preparadores ou acabadores em diversos tipos de trens de laminação, como
mostraremos a seguir.
23
Processos de Conformação Mecânica
Trincas Térmicas
Quando um esboço aquecido é laminado, uma parte de seu calor é transmitida aos cilindros,
provocando o aquecimento destes. Como este aquecimento não é regular ao longo da mesa, formam-
se as 'trincas térmicas' que marcam (danificam) os cilindros podendo, inclusive, provocar sua ruptura.
Estas trincas podem, no entanto, ser evitadas ou atenuadas mediante um resfriamento adequado dos
cilindros.
Realiza-se o resfriamento lançando água sobre a mesa dos cilindros. A quantidade de água a ser
utilizada depende de vários fatores como:
a. Comprimento do esboço a ser laminado: quanto mais comprido for o esboço mais intenso
deverá ser o resfriamento;
b. Velocidade de laminação: quanto maior a velocidade, maior deverá ser a quantidade de água
a ser utilizada no resfriamento;
c. Forma do canal: canais profundos exigem um melhor resfriamento;
d. Material de construção dos cilindros: quanto mais duros forem os cilindros, mais eficiente
deverá ser o resfriamento.
Quando a operação do laminador for interrompida deve-se cortar a água de resfriamento, caso
contrário ocorrerá um choque térmico no reinício da operação.
É comum para os produtos siderúrgicos a adoção de uma primeira classificação como aços planos e
não-planos.
Entende-se por produtos planos aqueles cuja forma da seção transversal é retangular, sendo que a
largura do produto e várias vezes maior do que a sua espessura.
Produtos não-planos, pelo contrário, tem sua seção transversal diferente da forma retangular (exceção
de barras chatas, alguns blocos e tarugos), formas em geral complexas e variadas, embora já se tenha
formas consagradas e limitadas. É o caso de perfis tais como H, I, U, trilhos e outros.
24
Processos de Conformação Mecânica
Não existe uma clara separação dimensional entre eles, embora a ABNT em sua norma NBR 6215 de
1986 classifique os semiacabados de conformidade com a área da seção transversal e sua forma, como:
1. Bloco: é um produto semiacabado cuja seção transversal é superior a 22.500 mm2 e com
relação entre altura e espessura igualou menor que 2; as arestas são arredondadas, estas
medidas se situam entre 150 e 300mm de lado;
2. Tarugo ou palanquilha: é um produto semiacabado cuja seção transversal é menor ou igual a
22.500 mm2 e a relação largura e espessura igualou menor que 2; as arestas são arredondadas
as tolerância dimensionais menos restritivas que as de barras, estas medidas se situam entre
50 e 125mm de lado ou diâmetro;
3. Placa: é um produto semiacabado com seção transversal retangular, com espessura maior que
80 mm (100 mm segundo a norma NBR 5903 de 1983 -1987) e relação largura e espessura
maior que 4, ou seja, espessura até 230mm e 610 a 1520mm de largura;
Blocos e tarugos, por laminação, dão lugar a vários tipos de produtos longos, tais como perfis; trilhos
e acessórios; barras redondas, quadradas, sextavadas, tubos sem costura, etc.
Placas e platinas são laminadas em vários tipos de produtos planos (barras chatas, chapas, tiras, fitas
e folhas) que podem ser transformados, p. ex., em tubos com costura e peças estampadas.
Os produtos acabados planos são obtidos por laminação a quente ou a quente e a frio de placas em
cilindros lisos (sem canais) e se subdividem de acordo com as seguintes dimensões:
BOBINA:
Produto plano com largura mínima de 500 mm enrolado na forma cilíndrica.
a. Bobina fina a frio: com espessura entre 0,38 e 3,0 mm e com largura superior a 500 mm,
b. Bobina fina a quente: com espessura entre 1,20 e 5,0 mm e com largura superior a 500 mm,
c. 3 Bobina grossa: com espessura superior a 5,0 mm e igual ou inferior a 12,7 mm, largura
superior a 500 mm,
25
Processos de Conformação Mecânica
CHAPA:
Produto plano de espessura mínima de 0,38 mm e largura mínima de 500 mm
a. Chapa fina: com espessura entre 0,38 e 5,0 mm e com largura igual ou superior a 500 mm;
b. Chapa fina a frio: com espessura entre 0,38 e 3,0 mm e com largura superior a 500 mm;
c. Chapa fina a quente: com espessura entre 1,20 e 5,0 mm e com largura superior a 500 mm;
d. Chapa grossa: com espessura superior a 5,0 mm e largura superior a 500mm.
FITA DE AÇO PARA EMBALAGEM:
Produto plano laminado com espessura igual ou inferior a 1,27 mm e com largura igualou inferior a 32
mm fornecido na forma de rolo.
FOLHA:
Produto plano laminado a frio com espessura igual ou inferior a 0,38 mm e com largura mínima de 500
mm fornecido em bobinas ou num comprimento definido.
TIRA:
Produto plano relaminado a frio ou produto plano laminado com largura igual ou inferior a 500 mm,
fornecido com comprimento definido.
a. Tira cortada: com largura igual ou inferior a 500 mm, fornecido com comprimento definido;
b. Tira relaminada a frio: com espessura igual ou inferior a 8,00 mm e largura igual ou inferior
a 500 mm, fornecido com comprimento definido, distinguindo-se da tira cortada por ter
tolerância mais estreitas na espessura e largura decorrentes do processo de fabricação.
ROLO:
Produto plano relaminado a frio ou produto plano laminado com largura igual ou inferior a 500 mm.
26
Processos de Conformação Mecânica
• Perfis estruturais
Vigas H, vigas I, vigas U, vigas Z, cantoneiras grandes, etc.
• Trilhos e acessórios
Trilhos para ferrovias, pontes rolantes, carros de transporte de lingotes, elevadores, etc.; talas de
junção; placas de apoio; etc.
• Perfis especiais
Estacas-pranchas, perfis para aros de rodas, etc.
• Laminados comerciais
Barras redondas, sextavadas, quadradas, barras chatas, ferro T, cantoneiras pequenas, vigas U
pequenas, vigas I, etc.
6. ESTAMPAGEM
Corte: Consiste em separar-se de uma chapa, mediante golpe de prensa, uma porção de
material com contorno determinado, utilizando-se ferramental apropriado denominado
estampo de corte.
Dobra: Como seu nome indica, consiste em obter uma peça formada por uma ou mais dobras,
através de prensagem, utilizando-se uma ferramenta denominada estampo de dobra.
Embutimento ou repuxo: Esta operação tem como finalidade obter peças em forma de
recipientes, como canecas, panelas bandejas, lataria de automóvel, etc; obtidas pela
deformação da chapa, por prensagem, empregando ferramental especial denominado
estampo de repuxo.
27
Processos de Conformação Mecânica
A folga entre o punção e a matriz tem uma função muito importante, pois dela depende:
O aspecto da peça acabada;
A força necessária para o corte, e
O desgaste da ferramenta.
Essa folga depende do material a ser cortado, bem como de sua espessura.
Segundo Oehler, a folga ideal pode ser obtida através das seguintes fórmulas empíricas:
Para chapas de até 3 mm de espessura: f 0,01.e 0,015 . Ks
Para chapas com mais de 3 mm de espessura: f 0,005.e. Ks
Onde: e = espessura da chapa e Ks = tensão de ruptura ao cisalhamento do material.
O esforço de corte é obtido multiplicando-se a área da seção a ser cortada pela resistência ao
cisalhamento do material.
Como a área da seção a ser cortada é igual à espessura da chapa multiplicada pelo perímetro de corte,
podemos dizer que:
Fc = e.L.Ks
Onde:
Fc: Força de corte
e: Espessura da chapa
L:Perímetro de corte
Ks: Tensão de ruptura ao cisalhamento
Algumas vezes a tira a ser cortada fica presa através de um sujeitador ou prensa-chapa ligado ao
mecanismo do punção e acionado pela pressão dada por molas. Podemos considerar que, para
condições médias de folga e afiação das ferramentas, o esforço de sujeição varia de 5 a 12% do esforço
de corte e na prática, quando não se conhece o valor exato, utiliza-se 10%. Assim, nesse caso, a força
total de corte será igual a 1,1.Fc.
Muitas vezes é interessante procurar-se diminuir o esforço de corte, com o intuito de minimizar a
necessidade de utilização de grandes prensas. Isto pode ser feito através de um ângulo no punção ou
na matriz, de maneira a diminuir a área de resistência ao corte. A redução do esforço de corte pode
ser demonstrada conforme segue:
28
Processos de Conformação Mecânica
O trabalho requerido para cortar uma chapa de metal pode ser calculado pela fórmula básica:
Trabalho = Força x distância em que a força atua.
No caso do punção de face reta, a distância percorrida pelo punção para executar o corte será igual à
espessura da chapa (e).
Portanto: Tc1 = Fc1 . e
No caso do punção de face angular a distância percorrida pelo punção para executar o corte completo
será igual a (e + c). Portanto: Tc2 = Fc2 . (e + c)
Como o trabalho para executar o mesmo corte não varia, (Tc1 = Tc2) e como a distância percorrida
pelo punção com face angular é maior, teremos: Fc2 < Fc1
O ângulo de inclinação dado na face do punção não deve ser muito grande. Utilizando-se até 5°
dificilmente haverá problemas.
Consiste na deformação da chapa ou tira, de forma a obter-se uma ou mais curvaturas através da
aplicação de esforços de flexão. Dizemos, então, que o material está submetido a um estado duplo de
tensão.
Assim sendo, as tensões a que está sujeito o material são decrescentes das faces externas em direção
ao núcleo da peça e, como as mesmas são de sentido inverso haverá uma linha onde essas tensões se
anulam, que é chamada de linha neutra (L.N). Esta linha é importante na operação de dobramento,
pois como aí a tensão é zero ela não sofre alteração de comprimento durante a deformação, o que
não acontece com as partes que estão sendo tracionadas e comprimidas que aumentam ou diminuem
de comprimento, respectivamente, após a operação.
Existem fórmulas empíricas para a determinação do raio mínimo, mas na prática utilizam-se valores
obtidos experimentalmente. Para o aço doce recomenda-se que o raio de dobramento seja maior ou
igual à espessura da chapa.
29
Processos de Conformação Mecânica
A atuação da força de dobramento sobre a peça deve ser considerada da mesma forma que se
considera uma carga atuando sobre uma viga bi-apoiada. Assim, para calcularmos a força de
dobramento devemos associar o tipo de dobramento com um correspondente carregamento de uma
viga.
b.e 2
Para o caso de seções retangulares, como a de uma chapa: W onde:
2
b = largura da tira; e = espessura da tira
fd .l b.e 2 b.e 2 .f
Substituindo, temos: .f , portanto : Fd
4 6 1,5.l
30
Processos de Conformação Mecânica
b.e.f
Quando l e , temos: Fd
6
Este tipo de dobramento pode ser considerado como um duplo dobramento em "L", com l e .
b.e.f b.e.f
Assim: Fd 2.
6 3
6.2.6. - Sujeitador
Nas operações de dobramento poderá haver a necessidade de manter-se a tira de chapa presa
firmemente, para evitar que a mesma desloque-se durante a operação. Para isso poderá ser usado um
prensa-chapa ou sujeitador de ação por molas, conforme mostrado na figura abaixo.
Normalmente, o valor dessa força de sujeição pode ser considerado como sendo 0,3 Fd.
31
Processos de Conformação Mecânica
32
Processos de Conformação Mecânica
Não é fácil calcular o esforço necessário para a operação de embutimento de uma peça, pois são
muitos os fatores que interferem, tais como: tipo de material, espessura da chapa, profundidade do
embutimento, raios da matriz e do punção, acabamento superficial dos mesmos, lubrificação, etc.
Para esses cálculos existem softwares desenvolvidos com esse propósito. Entretanto, para peças
circulares, podemos calcular com boa aproximação a força de embutimento (Fe) multiplicando-se a
força de corte (Fc) por um coeficiente m, menor que 1, tabelado em função da relação d/D.
A tabela abaixo determina o valor de m para chapas de aço para repuxo profundo.
d/D m
0,55 1,00
0,575 0,93
0,60 0,86
0,65 0,72
0,70 0,60
0,75 0,50
0,80 0,40
33