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Introdução
No desenvolvimento histórico das máquinas-ferramentas sempre se procurou soluções que
permitissem aumentar a produtividade, com a máxima qualidade e o mínimo custo.
A evolução dos tornos, fresadoras, furadeiras, retíficas, etc., iniciou-se pela automação
mecânica e elétrica, com o emprego principalmente de eixos com cames, engrenagens e
reles, nos idos da década de 50.
Em paralelo a esse desenvolvimento houve grande progresso na área de materiais, inclusive
os usados para a confecção de ferramentas de corte. A essas exigências foram agregadas
outras, tais como a fabricação de lotes reduzidos e o sincronismo com outras unidades
produtivas, surgidas com o advento da teoria da produção puxada e da distribuição das
máquinas em células de produção.
Assim, partimos do aço rápido, passamos pelas ligas de metal duro e chegamos aos
modernos insertos de cerâmica, que cada vez mais dominam o mercado. A par disso, novas
condições de precisão dimensional, acabamento, prazos e preços passaram a ser impostas
pelo mercado.
Assim aquelas máquinas que apresentavam alta complexidade, grandes restrições de
programação e manutenção cara e constante passaram a não mais atender os desejos dos
clientes.
A partir da década de 80, com a evolução acelerada da eletrônica, principalmente da ciência
da computação, começou uma nova era para a automação industrial. Em particular, para as
máquinas- ferramentas marcou o início da fabricação das máquinas com comando numérico
(CN) que, literalmente, significa ser comandada através de números e se traduzia na época
em controlar o movimento de seus eixos posicionadores por dados introduzidos por via
eletrônica.
Essa ideia, a princípio simples, veio evoluindo até os nossos dias sendo que hoje o chamado
C N C - CONTROLE NUMÉRICO COMPUTADORIZADO faz todo o controle, supervisão e
diagnóstico da máquina, além de permitir a interação da mesma com computadores que
estabelecem seus programas e sincronizam sua produção com as demais unidades
produtivas da fábrica, permitindo assim uma produção totalmente automatizada.
O que é C N C:
Podemos definir Comando Numérico Computadorizado, como sendo um equipamento
eletrônico capaz de receber informações através de entrada própria de dados, compilar as
mesmas e transmiti-las, em forma de comando à máquina, de modo que esta, sem a
intervenção do operador, realize as operações na sequência programada. A par disso, ele faz
total gerenciamento de todas as funções da máquina, num sistema de malha fechada.
• Transdutores (sensores)
São responsáveis pelas medições micrométricas do posicionamento dos eixos ou do
posicionamento angular nos eixos.
O funcionamento desses sistemas de medição está baseado na leitura ótica de uma escala
de medição. Essa medição pode ser linear ou rotativa e pode ser feita de maneira direta ou
indireta. A medição direta de posicionamento é feita medindo-se de avanço dos carros,
independentemente do movimento dos fusos. Já a indireta é feita através da medição da
rotação dos fusos. Além disso, a medição pode ser absoluta ou incremental. Na medição
absoluta as medidas são feitas em relação a um ponto “zero”, que é a referência da máquina.
Na medição incremental as medidas são feitas sempre em relação à posição anterior de
origem.
• Porta ferramentas
Para permitir um sistema de troca de ferramentas, o porta-ferramentas deve ser padronizado,
em geral de acordo com as normas VDI, DIN ou ISO.
As medidas da ferramenta transmitidas à máquina pelo programa CN baseiam-se em um
ponto de referência definido no assento do porta ferramentas.
Elementos do comando CNC
A principal parte do comando CNC é constituída por um processador, no qual todos os
cálculos e combinações lógicas são efetuados. O comando CNC representa um vínculo entre
o operador e a máquina e, para isso, é necessário que exista dois elementos de interface. O
primeiro é o elemento de interface para o operador, que é constituído pelo painel e diversas
conexões para a entrada de informações por meio manual, ou portas de comunicação direta
com o computador. O segundo é o elemento de interface para máquina, que é constituído
substancialmente por um comando de interface CLP - Controlador Lógico Programado, pelo
módulo de acionamento do avanço dos eixos e por um circuito de potência.
A entrada de dados no primeiro elemento de interface pode ser feita de várias maneiras. A
forma mais completa é a elaboração de um programa que tem início em um projeto elaborado
em um software CAD (Computer Aided Design) e processado em software CAM (Computer
Aided Manufacturing) ou através da entrada digitalizada da cópia de um modelo, pela
varredura do mesmo com um sensor, seguindo-se o processamento em CAM. O programa
processado poderá ser testado através de softwares de simulação, havendo neste caso
necessidade de introduzir-se parâmetros das ferramentas (medidas, tempo de utilização, etc.)
e da máquina (máxima rotação da árvore, máximo avanço, máximo torque e graus de
liberdade dos eixos). O programa pronto poderá ser introduzido no painel da máquina, seja
manualmente (digitado pelo operador) ou outros meios de armazenamento de mídia (por
exemplo: USB), ou ainda pela ligação direta ao computador por porta serial ou sistema
wireless.
O painel de comando CNC, por sua vez é composto de vídeo, luzes de sinalização, botões de
operação que podem acionar manualmente motores, deslocamentos de eixos, etc. e de
elementos operacionais para programação que permitem introduzir novos dados num
programa ou ainda efetuar correções. Para isto, existe no painel um teclado de números, de
letras e/ou símbolos das funções de programação.
• Comando CNC
Os comandos CNC são constituídos por um processador no qual existem microprocessadores
e memórias. Nos microprocessadores são processados os dados do programa introduzidos
na memória e, então, transferidos a máquina através de impulsos de comando. Ao mesmo
tempo, é feita uma interação entre os microprocessadores e o sistema de medição, para
verificar se o ponto atingido corresponde ao impulso emitido pelo comando, em um sistema
de malha fechada (comparação desejável/real). Na realidade, o microprocessador lê uma
informação de deslocamento do programa, calcula qual deve ser o ponto atingido, liga o
acionamento (atuador) necessário para o deslocamento, recebe a informação do sistema de
medição, compara esta posição com a desejada e continua atuando até que a mesma tenha
sido atingida.
Tipos de endereços
Endereços são parâmetros auxiliares das funções aos quais se atribuem valores para
informar ao comando as grandezas necessárias para a execução da função.
Os endereços podem representar diversas grandezas como: dimensões da peça (milímetro);
Velocidade de corte (metro por minuto); Avanço (milímetro por rotação); rotação do fuso
(RPM); unidade de tempo (segundos) dentre outros.
G- Função preparatória
F- Velocidade de avanço, passo de rosca
S– Velocidade corte, Rotação do eixo árvore
O- Número do programa
N- Número da linha (bloco)
X- Movimento no eixo X
Y- Movimento no eixo Y
Z- Movimento no eixo Z
I- Distância incremental paralela ao eixo X
J- Distância incremental paralela ao eixo Y
K- Distância incremental paralela ao eixo Z
R- Raio da trajetória da ferramenta
M- Função miscelânea
T- Número da ferramenta
Funções preparatórias – “G”
G00 - Avanço rápido
G01 - Interpolação linear com avanço programado
G02 - Interpolação circular no sentido horário
G03 - Interpolação circular no sentido anti-horário
G33 - Usinagem de rosca com único passe
G40 - Cancela as funções G41 e G42
G41 - Compensação de raio da ferramenta à esquerda da peça
G42 - Compensação de raio da ferramenta à direita da peça
G54 - Deslocamento do zero peça
G55 - Deslocamento do zero peça
G94 - Avanço em mm/minuto
G95 - Avanço em mm/rotação
G96 - Velocidade de corte constante
G97 - Rotação constante
NO TORNEAMENTO
São duas retas que se cruzam em um ponto qualquer no espaço, dando origem a um sistema
de coordenadas, cujo ponto de cruzamento é o início de todo o processo.
Os movimentos nos eixos X e Z, são dados pela ferramenta.
O sistema de coordenadas é definido no plano formado pelo cruzamento de uma linha
paralela ao movimento longitudinal (eixo Z), com uma linha paralela ao movimento transversal
(eixo X).
Todo o movimento da ponta da ferramenta é descrito neste plano X,Z, em relação a uma
origem pré-estabelecida (X0,Z0).
NO FRESAMENTO
Os movimentos dos eixos X e Y sdão dados pela mesa e o movimento em Z é dado pela
ferramenta.
Coordenados são todos os pontos relacionados com a geometria do desenho que orientam o
programador na elaboração dos programas CNC.
Conhecido como “zero peça”, é o ponto à partir do qual desenvolve-se o programa pelo plano
de coordenadas. Normalmente o ponto zero-peça (origem X0,Z0) no torneamento é
posicionado no encosto das castanhas (fundo da peça) ou na face da peça, conforme
ilustração abaixo:
No fresamento, o programador escolhe o ponto de referência de acordo com as
características da peça. Geralmente a peça bruta tem a forma cúbica, então adota-se um dos
cantos da peça.
É muito fácil de dizer o local preciso da ferramenta em qualquer comando dado pelo modo
absoluto. No modo incremental, pode ser muito difícil determinar a posição atual da
ferramenta para um determinado comando de movimento.
Alem de ser muito fácil de determinar a posição atual para qualquer comando, outro benefício
de se trabalhar no modo absoluto tem a ver com possíveis enganos feitos durante os
comandos de movimento.
G00 X Y Z
N Número da Sentença.
G00 Avanço Rápido.
X,Z, Coordenadas em ABSOLUTO do ponto destino.
Função G00
G01 - INTERPOLAÇÃO LINEAR
G01 X Y Z F
Programação:
X, Z Coordenadas em absoluto.
F Avanço
N 100 G00 X1
N 110 G01 -Z1 F
N 120 G01 X2 -Z2 F
N 130 G00 X0 +Z0
Exemplo de programação:
Modo Absoluto:
N100 ....
N110 G00 X42. Z2.
N120 G00 X36.
N130 G01 Z-60. F...
N140 G01 X40. Z-62. F...
N150 G00 X42. Z2.
N160
G02 / G03 - INTERPOLAÇÃO CIRCULAR
G02
X Y Z I J K F
G03
O raio do arco é determinado pelo centro do círculo. O centro do círculo é descrito pelas
coordenadas I e K, que partem do início do arco.
Portanto:
Nos comandos mais atuais, basta informar o endereço “R” informando o raio da
circunferência.
Coordenadas do centro até a origem Coordenadas do ponto inicial ao centro
Direção de rotação:
No torneamento