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Secção I - Introdução

A filosofia é um saber específico e tem uma história que já dura mais de 2.500 anos. A
filosofia nasceu na Grécia antiga costuma dizer com os primeiros filósofos, chamados
pré-socráticos. Mas a filosofia não é compreendida hoje apenas como um saber
específico, mas também como uma atitude em relação ao conhecimento, o que faz com
que seus temas, seus conceitos e suas descobertas sejam constantemente retomados.

A história da filosofia coloca em perspectiva o conhecimento filosófico e apresenta


textos e autores que fundamentam nosso conhecimento até hoje. A história da filosofia
na Antiguidade pode ser dividida em três grandes períodos: o período pré-socrático, a
Grécia clássica e a época helenística.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral

 Explicar sobre A Filosofia na Idade Antiga;


 Explicar Sobre Quando Começou e quando Terminou;
 Explicar sobre o Sistema Governação;
 Analisar a suas etapas de Evolução.

1.1.2 Objectivos específicos

 Aprofundar mais nos conhecimentos da matéria.

1.1.3 Metodologia

 A metodologia utilizada neste trabalho foi indutiva e dedutiva;


 O método utilizado neste trabalho foi o método científico porque foi a base de
pesquisa de livros científicos e páginas virtuais.

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Secção II - A Filosofia na Idade Antiga

2.1 Conceitualização da Filosofia na Idade Antiga

Filosofia antiga é o período compreendido entre o surgimento da filosofia e a queda do


Império Romano. A filosofia antiga nasceu de uma necessidade em explicar o mundo
com explicações reais

Originalmente, todas as áreas que hoje denominamos ciências faziam parte da Filosofia:


expressão, no mundo grego, de um conjunto de saber nascido em decorrência de
uma atitude. E, de fato, tanto Platão, no Fédon, quanto Aristóteles, na Metafísica,
puseram na atitude admirativa, no admirar tò thaumázein, e também no páthos ("um tipo
de afectação, que pode ser definido como um estranhamento"), a archê da Filosofia.
"No Teeteto, Sócrates diz a Teodoro que o filósofo tem um páthos, ou seja, uma paixão
ou sensibilidade que lhe é própria: a capacidade de admirar ou de se deixar afectar por
coisas ou acontecimentos que se dão à sua volta".

 O thaumázein, assim como o páthos, têm a ver com "um bom ânimo ou boa disposição
(...) que levou certos indivíduos a deixar ocupações do quotidiano para se dedicar a algo
extraordinário, a produção do saber: uma actividade incomum, em geral pouco
lucrativa, e que nem sequer os tornava moralmente melhores que os outros.

2.2 História do início da filosofia antiga

Costuma-se atribuir a Pitágoras de Samos, filósofo grego que viveu no século VI a.C, a
criação do termo Filosofia. Para os gregos a Filosofia tinha um significado muito
profundo, era uma constante busca pela sabedoria, era o amor por esta tal sabedoria. O
saber era algo mágico, um dom, se assim podemos dizer, um privilégio que apenas os
deuses possuíam, e cabia aos humanos tentar encontrá-la, entendê-la, e assim,
compartilhá-la, mesmo que fosse necessário entender que por mais que se procure a
sabedoria, ninguém jamais a terá. Ela é uma busca constante, quanto mais se procura,
mais se tem a procurar.

A princípio ela tinha um conceito religioso, pois sempre que se falava em Filosofia se
citavam os deuses e seres míticos, porem, mesmo com a mudança de raciocínio muito
tempo depois, o significado geral continuou sendo o mesmo, pois independente da área
que ela seja empregada, seu conceito é único, a busca pela sabedoria.

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O primeiro filósofo foi o grego Tales de Mileto, que se viu com uma enorme
necessidade de entender o mundo, não apenas como todos diziam entender, mas de uma
força mais profunda, com argumentos concretos, reais.

Quando a Filosofia antiga diz que seu objectivo é compreender toda a racionalidade
humana, o que ela está realmente tentando nos explicar é que seu objectivo de estudo
não aceita simples explicações míticas, sem uma origem clara ou fundamentada. Não é
aceitável dizer que está chovendo apenas porque uma nuvem carregada, enviada por um
deus, parou sobre um local. Os filósofos queriam mais do que essa teoria, eles
desejavam a compreensão por inteiro de tal ato, o porquê desta nuvem está carregada,
que detalhes fazem com que se acumule essa água e ela caia em seguida. Como se
formam essas partículas. Eles querem argumentos, querem entender as verdadeiras
causas desse fenómeno, isso o distingue dos mitos, pois sua explicação deve vir da
Razão, com fundamentos convincentes.

Secção III - As Correntes Principiais

3.1 Os pré-socráticos

A primeira fase da filosofia estende-se de cerca de 600 a.C. ao séc. VI d.C. A filosofia
surgiu na Grécia, no período arcaico, com a Escola de Mileto.

Os primeiros filósofos gregos, como Tales, Anaxímenes e Anaximandro, estudaram a


natureza, buscando explicações racionais para o mundo que superassem a compreensão
dominante até então, baseada no misticismo, na magia e na religião.

Depois da Escola de Mileto, desenvolveu-se a Escola Pitagórica, que favoreceu o


desenvolvimento da matemática, atribuindo aos números a essência do universo.

Mais tarde, os filósofos estudaram os problemas de conduta.  Os sofistas, os mestres da


Grécia, discutiam questões de moralidade e da natureza do Estado. Afirmavam que todo
conhecimento é relativo e que as coisas são correctas ou incorrectas apenas segundo a
opinião das pessoas. Os sofistas sustentavam também que não há padrões absolutos de
moralidade. Declaravam que a vontade dos que estão no poder determina o que as
pessoas consideram certo ou errado.

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3.2 Surgimento da Filosofia

Filósofos Pré-Socráticos

Os Sofistas

Os socráticos

Indo do século V ao século IV a. C., o período socrático ou antropológico apresenta


duas mudanças que marcaram significativamente toda a história da Filosofia:

Primeiro, as colónias gregas da Ásia Menor e da Magna Grécia deixam de ser o palco
principal do pensamento filosófico, palco este que passa a ser a cidade-estado de
Atenas;

Segundo, e principalmente por causa do pensamento de Sócrates, a natureza deixa de


ser a principal fonte de reflexão, abrindo espaço para as discussões acerca da pólis e do
homem enquanto cidadão.

Deriva dessa segunda mudança a própria designação desse período: socrático, porque é


amplamente marcado pelo pensamento de Sócrates, um dos filósofos mais respeitados
de toda a história, e antropológico, por colocar o homem como o centro das discussões e
do pensamento filosófico.

Sócrates acreditava que a verdade poderia ser alcançada e desenvolveu o método


socrático como um meio de chegar a ela. Por meio de uma série de perguntas e
respostas e exemplos concretos, testava as afirmações que as pessoas aceitavam como
verdadeiras. No campo moral, Sócrates acreditava que o conhecimento era a maior
virtude.

Platão foi o grande discípulo de Sócrates. Apresentou sua filosofia em A República e


em vários outros Diálogos. Platão acreditava que as ideias que se tem das coisas são
mais reais do que as próprias coisas. Descreveu dois mundos: (1) o mundo das ideias
eternas e imutáveis; e (2) o mundo da mudança. Platão considerava o conhecimento da
matemática essencial ao conhecimento do mundo das ideias. Ele tratou também da
imortalidade da alma. Acreditava que um Demiurgo, termo que em grego significa
trabalhador, criou o mundo e formou a alma humana.

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Aristóteles, discípulo de Platão, trouxe contribuições valiosas à lógica dedutiva e
indutiva. Seus trabalhos vão da Biologia à Política e à psicologia. Em sua Metafísica,
sustenta que o mundo dos sentidos, ou mundo material, é o real. Utilizando regras de
lógica, Aristóteles procurou encontrar as relações de causa e efeito entre as coisas
existentes no mundo. Acreditava na primeira “causa incausada”, ou Deus, e considerava
a teologia a principal ciência.

 Sócrates e os Sofistas
 Platão e Aristóteles

3.3 Os pós-socráticos

Depois de Aristóteles, os estoicos e epicuristas preocuparam-se com as regras de


conduta. Os filósofos romanos seguiram as linhas de pensamento gregas.

Por volta do séc. III a.C., o filósofo grego Pirro negou que as pessoas pudessem
alcançar a verdade. Seu pensamento era fundamentado no cepticismo. Em seu sistema,
os seres organizados renovam-se constantemente na natureza, sendo possível conhecer
apenas as aparências das coisas.

 Estoicismo
 Epicurismo
 Ceticismo

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Secção IV - Quando Começou e Quando Terminou

4.1 Noções

Inicialmente, o conceito de filosofia era tido como religioso, já que sempre era citada a
presença de seres míticos. Muito tempo depois, mesmo com a mudança de raciocínio
sobre o assunto, a ideia básica se manteve a mesma: a busca pela sabedoria. Entretanto,
os filósofos queriam muito mais do que apenas teorias, eles queriam a compreensão do
todo. Daí a ideia de que tal explicação deve vir da razão, baseada em fundamentos
convincentes.

4.1 Filosofia antiga períodos e seus filósofos

A história da filosofia antiga pode ser dividida em três grandes períodos: o período pré-
socrático, a Grécia clássica e a época helenística. De forma genérica, será apresentado
um resumo da filosofia antiga com relação aos temas citados acima.

 Pré-socráticos: os filósofos que viveram antes do período de Sócrates foram


Parmênides, Heráclito e Tales de Mileto. Os dois primeiros investigaram a
origem das coisas e as transformações da natureza. O último foi o primeiro
pensador chamado realmente de filósofo. Sustentou a ideia de que a matéria que
o mundo é feito era a água;
 Grécia clássica: entre os séculos 5 a.C. e 4 a.C. a civilização grega conheceu
seu apogeu, com a magnificência da cidade de Atenas, foi dominada pelo seu
poder militar e económico e teve a democracia como sistema político. Em
função disso, houve o crescimento das ciências e das artes. Os três maiores
filósofos dessa época foram: Sócrates, Platão e Aristóteles.
 Helenismo: corresponde ao final do século 3 a.C. e se estende até o século 6
d.C. Nesse período, voltam à tona as inquietações filosóficas relacionadas às
questões morais, à definição dos ideais de felicidade, virtude e ao saber prático.

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O filósofo é aquela pessoa que busca o conhecimento de si mesmo. Sem uma visão
pragmática, é movido pela curiosidade e sobre os fundamentos da realidade. Como este
artigo é apenas um resumo da filosofia antiga, serão feitas considerações apenas dos
filósofos mencionados nos períodos acima.

 Parmênides: nascido em Eleia, é considerado como o fundador da escola


eleática. Acreditava que o pensamento das pessoas seria capaz de alcançar a
compreensão total e genuína;
 Heráclito: para ele, tudo o que existe está em constante mudança ou
transformação por isso, o mundo é um fluxo permanente em que nada se
conservar igual a si mesmo;
 Tales de Mileto: considerado o pai da filosofia ocidental, nasceu em Mileto,
uma colónia da Grécia. Implementou conhecimentos sobre temas que são muito
actuais hoje em dia, como a verdade, a totalidade, a ética e a política.
 Sócrates (470-399 a.C.): fundador da ética, nasceu em Atenas e é conhecido por
ensinar os seus discípulos através de perguntas. Esse método é conhecido como
o socrático “Conhece-te a ti mesmo”;
 Platão (427-347): nascido em Atenas, discípulo de Sócrates e fundador da
Academia, importante escola grega. Na sua visão, o mundo era dividido em
dois: o cosmos e o mundo sensível;
 Aristóteles (384-322 a.C.): discípulo de Platão, nasceu em Estagira e foi
considerado como “o filósofo”. Para ele, a pessoa é um composto de corpo e
alma.

Quando citamos a história da Filosofia Grega ouvimos muito falar em certas escolas, e a


escola Jónica é um nome muito citado, isto acontece porque foi nela que a filosofia teve
início, na Jónia, uma colónia grega da Ásia. Os grandes filósofos que fazem parte dessa
escola tinham como base a busca pela origem das coisas, um exemplo disso é o já citado
Tales de Mileto, que buscava a existência de um princípio para tudo, além também de
Anaximandro, outro importante nome.

A escola Itálica, que fez parte do período pré-sofista teve nomes de destaque, como
Filolau de Crotena, e Aquitas de Tarento.Pulando para uma outra importante escola, a
de Alexandria, temos nomes que se tornaram famosos e conhecidos em várias ciências,
como:

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 Pitágoras: que além de influenciar na Filosofia contribuiu e muito na
matemática, com seus teoremas que levam seu nome e que conhecemos na
escola;
 Demócrito: que alegava que todas as coisas do universo era composta por
átomos;
 Heráclito: que acreditava em uma lei do universo caracterizada por uma
mudança constante.

A filosofia antiga terminou com o fim do período helenístico, que teve como nomes de
destaque Zenão de Cício, Panecio de Rodes, Séneca e Marco Aurélio.

Secção V - O Sistema de Governação

5.1 Noções

Sofocracia (de sophrosine: virtude da moderação), ou governo dos sábios, é a


teoria filosófica antiga de um sistema político defendido por Platão em A República.
Neste sistema, só poderá governar quem contemplou a ideia de Bem, o filósofo. Assim
se constituiria o regime ideal, sob a óptica de Platão. Pondera sobre a sociedade e a
divide, originalmente, em classes funcionais. Uma delas é a "classe de ouro", esta seria
a classe composta por filósofos, detentores do saber, capaz de governar.

Para Platão, a sofocracia seria mais eficiente que a democracia, pois o julgamento
popular quase sempre se deixaria levar pelas aparências. O Governo dos Sábios levaria à
instauração de uma sociedade de educação rígida, onde apenas os detentores do saber
detinham o poder. Isto acaba por levar a sociedade à sua decadência, originando, pelo
ciclo de Platão, a Timocracia.

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5.2 A Política em Platão

A filosofia de Platão o conduziu desde cedo à concepção de um projecto político tão


amplo quanto seu projecto filosófico e pedagógico que culminou com a fundação de sua
escola: A Academia de Atenas. Desde a sua convivência com Sócrates e principalmente
com sua condenação e morte, Platão esteve diante de fatos político. Ademais, a “criação
do projecto político de Platão teve origem, antes de tudo, nas decepções do filósofo com
os modelos de governo baseados na democracia e nas acções dos governantes de seu
tempo. O ponto culminante dessa criação foi a condenação e morte de Sócrates”
(MENESCAL, 2009, p. 20).

A influência de Sócrates é tão grande, que ele será o protagonista da maioria das obras
escritas por Platão, que nunca aparece em suas obras dando sempre voz ao seu mestre
Sócrates como se ele, Platão, fosse apenas um interlocutor de toda a sabedoria de seu
mestre. Como é o caso, por exemplo, de uma das obras mais importantes de Platão, a
saber, A República, onde o filósofo usa o personagem do seu mestre Sócrates para dar
vida ao ideal de uma sociedade justa e harmoniosa. O título da obra de Platão em grego
na realidade é Politéia e segundo José Pabón e Fernández-Galiano na introdução da obra

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para o espanhol La República (apud PLATÃO, 2006) uma tradução mais exacta
para Politéia seria “regime ou governo da polis”. É principalmente a partir da tradução
latina para Res publica que o título da obra ganhou essa conotação.

Dentre todas as obras produzidas por Platão e chegadas à actualidade,


A República talvez seja a de maior destaque, não por ser o mais longo
diálogo ou um dos mais longos escritos, mas pela exposição mais
cuidada e bem definida de temas centrais do pensamento do filósofo
(MENESCAL, 2009, p. 41).

A República é, com efeito, uma de suas obras principais quando o tema se refere à
política mas não é a única. Platão escreveu também uma outra obra intitulada As Leis e,
nesse contexto, é preciso mencionar também a Carta VII, escrita por Platão de um
conjunto de XIII Cartas escritas pelo filósofo mas das quais nem todas são consideradas
autênticas (PLATÃO, 1973 e 1980). A Carta VII é considerada pelos especialistas como
de autenticidade menos duvidosa e apresenta uma espécie de autobiografia de Platão
onde o mesmo relata as experiências que tivera na cidade de Siracusa, durante os
governos de Dionísio o velho , e Dionísio – o jovem (BARROS, 2006; MENESCAL,
2009). A Carta VII foi escrita por Platão dirigida aos amigos e parentes de Díon, amigo
e seu discípulo, por ocasião de sua morte, e também sobrinho de Dionísio, tirano de
Siracusa. Foi a pedido de Díon que Platão empreendeu suas viagens a Siracusa em suas
tentativas, todas malogradas, de transformar a tirania siracusana em realeza. Na Carta
VII Platão fala dessas experiências (sobre as experiências de Platão em Siracusa, veja
em nosso website o texto A Experiência de Platão em Siracusa).

Já a obra A República tem como tema central a discussão em torno do conceito de


justiça e a sociedade ideal, mas também apresenta vários outros temas tais como: as
diferentes formas de governo; as virtudes que devem possuir os governantes e que
devem existir na cidade, tais como a sabedoria, coragem, temperança e justiça
(PLATÃO, 1993, 427e e seguintes); a teoria do filósofo-rei; até mesmo o tema da
educação e da instrução aparecem na obra (PLATÃO, 1993, 423e e seguintes) de como
se deve educar governantes, guardiões e filósofos, para que executem bem a sua função
(veja em nosso website o artigo Projecto Ético-Político-Pedagógico na República de
Platão).

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Inicialmente o diálogo trata de refutar algumas teses apresentadas acerca da natureza da
justiça, sobretudo pelo sofista Trasímaco, para quem a justiça consiste no interesse do
mais forte (338c). E Sócrates irá se opor frontalmente a esta definição.

Após uma primeira investigação sobre a justiça de um homem, Sócrates propõe recorrer
a algo maior, a saber, uma cidade, a fim de aí enxergar melhor a justiça (368d). Ele
sugere assistir, no discurso, ao nascimento de uma cidade, a fim de ver também
nascerem a justiça e a injustiça desta, objeto de sua busca (369a) (VELOSO, 2003, p.
75).

O diálogo tem continuidade com Trasímaco quando este acrescenta uma nova questão
ao seu ponto de vista: o fato de que “o homem justo em toda parte fica por baixo do
injusto e jamais se verificará, por ocasião da dissolução da sociedade, que o justo tenha
mais do que o injusto, mas sim menos” (343d). O que leva Trasímaco a concluir que é
mais vantajoso ser injusto do que justo, como na tirania, “que arrebata os bens alheios a
ocultas e pela violência” (344a), como nas questões de tributo onde “o justo, em
condições iguais, paga uma contribuição maior, e o outro, menor” (343d). E mais uma
vez aqui temos a definição de justiça como a vantagem do mais forte (344c). Sócrates
não fica satisfeito com os argumentos do sofista e irá discorrer sobre a ideia de quantos
e quais são os benefícios da justiça e de ser um homem justo (348b).

Vemos assim que é a partir do embate de ideias sobre o conceito de justiça que os
protagonistas irão discorrer ao longo da obra sobre a noção de Cidade Justa. Trata-se de
encontrar a Calipolis, a cidade ideal, ou a cidade verdadeira (alethiné pólis), aquela que
é totalmente descrita por meio do planejamento e da reflexão, em que todos os
problemas são cuidadosamente pensados e excluídos.

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Nesta obra Platão discute ainda as diferentes formas de governo e apresenta uma
justificativa racional em defesa daquela que, para ele, era a melhor forma de governo: a
aristocracia ou governo dos sábios.

Dentre as diferentes formas de governo Platão discute os tipos de governo monárquico,


aristocrático, democrático, tirânico, a timocracia (que é uma espécie de falsa
aristocracia) e a oligarquia (o governo dos ricos). Dentre todos a tirania é a pior forma
de governo.

Por fim cumpre notar que o “projecto político de Platão não se apresenta essencialmente
pela questão política, mas envereda pela ética e por uma educação, orientada pela
filosofia, tão necessárias à formação humana” (MENESCAL, 2009). Da mesma forma
Tiago Lara (1989) aponta que o projecto político de Platão é também um projecto
educativo, de formação não apenas do cidadão mas também o homem de bem. A
respeito de um projeto ético-político pedagógico em Platão, remetemos o leitor mais
uma vez ao texto Projecto Ético-Político-Pedagógico na República de Platão, além de
uma interpretação da alegoria da caverna sob estas diferentes perspectivas A Alegoria
da Caverna.

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Secção IV - Considerações Finais

A Grécia é o berço da filosofia, o primeiro país em que nasceram e atingiram um alto


grau de desenvolvimento suas tendências principais. A filosofia grega antiga, que serve
de base a toda filosofia europeia posterior, nasceu no século VI A.C., durante o período
em que se formou na Grécia a sociedade escravista de classes.

A Filosofia, como conhecemos hoje, ou seja, no sentido de um conhecimento racional e


sistemático, foi uma actividade que, segundo se defende na história da filosofia, e isso
significa que a sociedade grega reunia características favoráveis a essa forma de
expressão pautada por uma investigação racional.  

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Bibliografia e Referência

Bibliografia

 Stalin. Discurso pronunciado no primeiro congresso dos colkhosianos de


choque. "Questões do Leninismo". Versão espanhola, Moscou de 1941, página
493. (retornar ao texto)
 F. Engels. Anti-Dühring, obras de Marx Engels, tomo XIV, edição russa, página
183. (retornar ao texto)
 Moniz, Milton. Ensaio sobre a filosofia do poder. Luanda: Editorial Polis, 1968.
pp. 28.
 Patrus, Roberto. Ética e felicidade: A aceitação da verdade como caminho para
encontrar o sentido da vida. São Paulo: Editora Vozes Limitada, 2012. 
 BLACKBURN, Simon. Pense: uma introdução à filosofia. Lisboa: Gradiva,
2001. 
 BUNNIN, Nicholas; TSUI-JAMES, E. P. (Orgs.) Compêndio de Filosofia. 2.ª
ed. São Paulo: Loyola, 2007. 

Referência

 https://www.estudopratico.com.br/historia-da-filosofia-antiga-filosofos-e-
contexto-historico/
 https://www.resumoescolar.com.br/filosofia/resumo-da-filosofia-antiga/
 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/filosofia-grega.htm
 https://marxists.catbull.com/portugues/tematica/livros/historia_filosofia/01.htm
 https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/correntes-filosoficas/
 https://www.coladaweb.com/filosofia/historia-da-filosofia
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia

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