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Secção I - Introdução

A obesidade pode ser definida como um excesso de gordura corporal


relacionado à massa magra cujas causas são multifatoriais com a influência de
factores biológicos, psicológicos e socioeconómicos, entre outros (OLIVEIRA et
al., 2003). O estabelecimento de relações de interdependência entre esses
factores depende de estudos com desenhos metodológicos adequados, bem
como da análise das variáveis biológicas, comportamentais e ambientais
(HELLER, 2004; MELLO; LUF; MEYER, 2004; SPADA, 2005; LUIZ et al.,
2005).

1.1.1 Objectivo geral

 Falar sobre Está doença da obesidade exógena;


 E explicar sobre as causas, factores de risco, tratamento diagnósticos, e
cuidados com a enfermagem;

1.1.2 Objectivos específicos

 Aprofundar mais nos conhecimentos da matéria.

1.1.3 Metodologia

 A metodologia utilizada neste trabalho foi indutiva e dedutiva;


 O método utilizado neste trabalho foi o método científico porque foi a
base de pesquisa de livros científicos e páginas virtuais.

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Secção II - A obesidade exógena

A obesidade como problema de saúde vem aumentando sua prevalência em


vários países, independentemente de seus níveis de desenvolvimento e das
faixas etárias da população (Campos; Leite; Almeida, 2007).

A Organização Mundial da Saúde já a qualifica como epidemia (World Health


Organization, 1998). Para a avaliação de obesidade e sobrepeso em crianças e
adolescentes, existem diferentes critérios, fato que pode dificultar sua avaliação
padronizada e interferir na interpretação adequada de indicadores de
prevalência. Até o momento, o índice de massa corporal é apontado como um
dos critérios de maior confiabilidade para o diagnóstico tanto da obesidade
como do sobrepeso (COSTA; CINTRA; FISBERG, 2006).

 2.1 Conceito da obesidade exógena

A obesidade pode ser definida como uma doença crónica em que há acúmulo
excessivo de gordura corporal devido a um desequilíbrio crónico entre a
energia ingerida e a energia gasta. A etiologia da obesidade infantil pode
envolver factores externos sócio-ambientais (“obesidade exógena”) e factores
neuro- endócrinos ou genéticos (“obesidade endógena”).

Aproximadamente apenas 5% dos casos de obesidade em crianças e


adolescentes são decorrentes de factores endógenos neuro-endócrinos e
genéticos. O factor genético é primordial, pois significa a predisposição para
ganhar peso. A co-existência de obesidade em vários membros da mesma
família sugere revisar a participação da herança genética na incidência da
obesidade. A probabilidade de que os filhos venham a ser obesos em alguma
etapa da vida, quando os pais o são, já foi estimada em alguns estudos
obtendo-se percentagens entre 50% e 80%.

A “obesidade exógena” é a mais prevalente entre as crianças e os


adolescentes e motivo crescente de procura por consultas médicas. A princípio,
a obesidade pode nos remeter à ideia de uma classe económica mais
abastada, cujo acesso aos alimentos seja mais fácil e imediato. No entanto,
dados mais recentes obtidos pela POF2008-2009, mostram que embora ainda
hoje a prevalência de obesidade seja maior nas classes de elevado poder

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aquisitivo, nas classes mais pobres, o número de crianças e adolescentes
obesos é alto e está em crescimento. Isso pode ser explicado pelo fato de as
classes mais pobres costumam consumir alimentos mais baratos e esses
tendem a ser bastante calóricos e ricos em sais e gorduras transgénicas.
Vários factores podem influenciar na instalação da obesidade exógena em
crianças e adolescentes, entre eles destacam-se:

 A exposição prolongada à escassez de alimentos intra ou extra-uterina,


levando à desnutrição e posterior tendência à obesidade;
 A transição nutricional com a substituição de alimentos naturais e ricos
em fibras por alimentos industrializados ricos em sais, gorduras e
açúcares;
 O estilo de vida urbano, marcado pelo sedentarismo da população nas
últimas décadas.

É preciso destacar que um factor, por si só, não leva à obesidade. Ela se deve
a uma interacção desses factores. O desmame precoce, por exemplo, e a
consequente alimentação com leite industrializado pode levar ao surgimento de
uma criança predisposta à obesidade.

Dessa forma, devido à grande prevalência da obesidade associada a factores


de origem exógena aproximadamente 95% entre crianças e adolescentes, o
estudo detalhado de seus factores associados é de grande importância.
Abordaremos nos próximos textos, separadamente, os factores relacionados às
questões alimentares e os relacionados à actividade física para fins de uma
melhor compreensão dos mesmos.

2.2 Epidemiologia

A obesidade vem aumentando na população infantil dos países desenvolvidos.


Nos EUA, quando são comparados dados dos inquéritos nacionais de 1965 e
1980, constata-se que a obesidade nas crianças de 6 a 11 anos aumentou em
67% entre os meninos e em 41% entre as meninas 12.

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Do ponto de vista epidemiológico, para explicar essas mudanças, tudo conduz
às teorias ambientalistas, uma vez que, nas últimas décadas, não ocorreram
alterações substanciais nas características genéticas de tais populações,
enquanto as mudanças nos hábitos foram enormes.

A prática de assistir televisão por várias horas por dia, a difusão dos jogos
electrónicos, o abandono do aleitamento materno, a utilização de alimentos
formulados na alimentação infantil e a substituição dos alimentos processados
no nível doméstico pelos alimentos industrializados, estes, em geral, com maior
densidade energética, mais saborosos e sempre acompanhados de forte
campanha de estímulo ao consumo, são factores que devem ser considerados
na determinação do crescimento da obesidade infantil.

2.3 Causas da obesidade exógena (obesidade infantil).

A através de vários estudos realizados com crianças e adolescentes, tem como


consenso que o surgimento ou manutenção de sobre-peso e obesidade,
decorre de causas multifatoriais,

ALMEIDA, NASCIMENTO E QUAIOTI31, realizaram estudo relativos à


“quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão
brasileira”. Analisando a programação de três redes de TV de canal aberto,
apresentaram os seguintes dados:

A principal causa do ganho de peso é obtida devido a uma ingestão calórica


maior que o gasto energético. Diferenças no metabolismo e a falta de
actividade física propiciam um aumento do peso. Crianças sedentárias que
assistem TV por um período prolongado diariamente são mais susceptíveis ao
ganho de peso. Os programas de TV e os comerciais também sugestionam
hábitos alimentares inadequados que influenciam as crianças favorecendo
também o ganho de peso (XAVIER et al., 2009).

O desenvolvimento da obesidade na infância e posteriormente na vida adulta


envolve as interacções entre os múltiplos factores que são pessoais,
ambientais, sociais e fisiológicos que podem moldar a dieta diária e
comportamentos de actividade física, bem como aumentar a obesidade, o risco
de doenças cardiovasculares, e doenças crónicas (PRATT et al., 2008).

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Dentro do domínio da família, por exemplo, há ampla evidência de que a
obesidade dos pais está relacionada com a obesidade infantil. Além dos
factores genéticos, outros factores têm sido identificados como causadores da
obesidade como preferência alimentar e estilo de vida sedentário. Não
surpreendentemente, as crianças que se envolvem em menos actividade física
e preferem actividades sedentárias são mais propensas a estar acima do peso
em comparação com crianças activas.

Nossa fome e sinais de saciedade não funcionam tão eficientemente quanto


nós pensamos, eles podem ser influenciados pelo estresse, experiências
negativas e os factores sociais e emocionais. O controlo da atenção também
pode estar relacionado com o desenvolvimento da obesidade. Por exemplo,
crianças com mais pobres habilidades no controle da atenção podem ser mais
propensas a se envolver em comportamentos alimentares inadequadas (por
exemplo, comer impulsivo) (GAZIANO; CALVINS; KEANE, 2010).

Sabemos que nos dias actuais, devido à violência nas grandes cidades, os pais
preferem que as crianças tenham actividades de recreação em casa. Devido ao
espaço reduzido para brincadeiras que ajudam no gasto energético, as
crianças tornaram-se sedentárias, recorrendo a TV e vídeo games. Nos fins de
semana o ideal era que os pais levassem as crianças para passeios em
parques e estimulassem seus filhos a realizar actividades aeróbias, mas isto
não acontece na maioria das vezes.

Por causa do cansaço após uma semana de trabalho os pais acabam sem
ânimo para sair com seus filhos. Além das alterações nutricionais, a obesidade
também pode ter como causa doenças genéticas e endocrinometabólicas que
determinam um baixo metabolismo. A etiologia da obesidade pode ser:

Neuroendócrina problemas nas glândulas hormonais de causa genética e/ou


ambiental tendo, como exemplo o hipotireoidismo; Iatrogênica - provocada por
medicações como psicotrópicos e corticosteróides ou lesões hipotalâmicas;
desequilíbrios nutricionais - dieta hiperlipídica; Inactividade física - prejuízo do
equilíbrio metabólico energético devido ao baixo gasto calórico; Obesidade
genética doenças genéticas raras com características dismórficas. A causa
nutricional é o principal factor provocador da obesidade atingindo mais de 95%

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das pessoas e se denomina obesidade exógena, apenas 5% seriam obesos
endógenos.

A obesidade endógena ocorre devido a alterações hormonais como alterações


do metabolismo tireoidiano, gonadal, hipotálamo-hipofisário e tumores como o
craniofaringioma (SOARES; PETROSKI, 2003).

Na prática médica, principalmente nos atendimentos na ESF percebemos como


a alimentação dos pacientes é inadequada e como as consequências são
graves, principalmente quando estes hábitos iniciam na infância.

Um grande impedimento para acabar com este problema é que alimentos


saudáveis, incluindo peixes, carnes magras, vegetais e frutas frescas, estão
menos disponíveis para indivíduos de condições mais restritas, portanto a
relação entre obesidade e baixa classe socioeconómica é observada
actualmente em países em desenvolvimento.

Secção III – As consequências da Obesidade exógena

A obesidade infantil traz repercussões clínicas que levam à morbidade leve a


moderada ou mesmo a condições potencialmente letais, em longo prazo. Pode-
se afirmar que as consequências da obesidade têm implicações de carácter
metabólico, anatómico, psicológico e comportamental.9,10 Distúrbios
metabólicos relacionados à obesidade podem ser achados isolados de exames
clínicos ou laboratoriais e a combinação entre resistência à insulina,
hiperglicemia, hipertensão arterial sistémica, aumento de triplicardes e
diminuição do HDL constitui o diagnóstico de síndrome metabólica, com sérias
repercussões para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares na vida
adulta.9,11

A resistência à insulina, aparentemente, deve-se a alterações nos receptores


celulares periféricos desse harmónio e tem sua hipótese baseada no achado
de hiperinsulinemia.6 Além disso, está associada ao desenvolvimento de
diabetes mellitus tipo 2 e outros distúrbios como hipertensão arterial sistémica
e dislipidemias.9 Segundo a Associação Americana de Diabetes, 20 a 25% dos
pacientes obesos pediátricos apresentam alguma alteração no metabolismo de
glicose.9 Apesar da elevação compensatória dos níveis insulínicos, a glicemia

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pode permanecer elevada e o paciente desenvolver o diabetes mellitus tipo
2.12 A hipertensão arterial sistémica associada à obesidade não possui sua
fisiopatologia completamente elucidada.

A literatura relata aumento do débito cardíaco em obesos,6 resistência à


insulina e alterações vasculares relacionadas à hipertensão arterial sistêmica9
e aumento dos níveis pressóricos proporcionalmente ao aumento no Índice de
massa corporal (IMC).9 Cerca de 20 a 30% dos obesos pediátricos têm
elevados níveis de pressão arterial sistémica e risco 2,4 vezes mais alto do que
as eutróficas de desenvolver hipertensão arterial sistémica.

A hipertensão arterial sistémica secundária tem incidência significativa em


crianças, entretanto, na última década, houve aumento da incidência da forma
essencial, principalmente na adolescência.

O factor mais importante implicado na sua génese na infância é a obesidade,


portanto, torna-se fundamental a investigação sistemática dessa doença em
todos os pacientes obesos. O perfil lipídico apresenta, como alterações, o
aumento dos triglicérides, redução dos níveis de HDL e alteração na estrutura
do LDL e é importante factor de risco para a aterosclerose e todos os distúrbios
cardiovasculares associados.9,12 Em adolescentes obesos, é observado
importante aumento de LDL bem como dos triglicérides e níveis de HDL
reduzidos.

A dislipidemia na infância e adolescência é dos principais factores de risco


comprovados para desenvolvimento de doença cardiovascular na idade
adulta.12 As repercussões anatómicas em relação à obesidade são comuns
como o aumento de peso que leva à sobrecarga de articulações e ossos,
principalmente dos joelhos; trauma nas articulações, fracturas, distúrbios de
crescimento;96,9 apneia do sono9 ; e alterações anatômicas em laringe, tórax
e abdómen. Além disso, a obesidade causa repercussões sobre a actividade
neurológica da criança e pode levar à sonolência e distúrbios da aprendizagem.

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Outras alterações menos comuns, como ovários policísticos e esteatose
hepática não alcoólica, são mais prevalentes na fase adulta.9 São verificadas
alterações de pele com risco aumentado de desenvolvimento de candidíase
(em áreas de dobras), acantose nigricans, estrias e hirsurtismo.6,9 Não existe
consenso na literatura sobre a ligação da obesidade à depressão. Sintomas
depressivos são comuns no paciente pediátrico e constituem diagnóstico
diferencial de distúrbios do sono ou doenças endocrinológicas. Mais
comummente são constatados tristeza, problemas de aprendizado e
transtornos familiares.

A relação com colegas na escola por vezes é conturbada. Na adolescência, a


preocupação com a imagem corporal e a adopção de dietas para perda de
peso podem ser factores de risco para desenvolvimento de transtornos de
ansiedade ou mesmo anorexia.

Questões comportamentais, principalmente entre os adolescentes, como


aceitação social, dificuldade em relacionamentos afectivos e insatisfação com
imagem corporal podem trazer sérias repercussões, causando impacto na
qualidade de vida e na adequação ao tratamento, e levar a depressão e
ansiedade graves.10 Por isso, o aspecto psicológico da obesidade deve ser
abordado na consulta pediátrica, com a mesma importância que os demais
aspectos biológicos.

3.1 Diagnóstico

O diagnóstico da obesidade pode ser feito por métodos antropométricos, que


são de fácil manuseio, inócuos, relativamente baratos e ideais para a prática
diária. Comummente são utilizados o peso e a altura. As pregas cutâneas e
algumas circunferências também podem ser usadas.

Com os valores do peso e da altura, calcula-se o índice Peso/Estatura (P/E),


que é a relação entre o peso encontrado e o peso ideal para a idade altura no
percentil 50 (P50), multiplicado por 100, sendo o resultado dado em
percentagem. O padrão de referência frequentemente usado é o NCHS.

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O P/E é geralmente utilizado na infância. Considera-se sobrepeso quando o
valor encontrado estiver maior do que 110% e menor do que 120% e
obesidade quando ele é igual ou maior do que 120%.

Na adolescência, é mais adequado o índice de massa corporal (IMC), que é a


relação entre o peso em quilos e a estatura em metros ao quadrado. O
resultado encontrado deve ser comparado com tabelas de percentis, segundo
sexo, idade (acima de 6 anos) e raça. O IMC acima do percentil 85 (P85) e
abaixo do percentil 95 (P95)é considerado como sobrepeso e, a partir do P95,
como obesidade.

Os métodos laboratoriais são mais precisos para a avaliação da composição


corporal, porém são dispendiosos, os aparelhos são sofisticados e acabam
sendo utilizados mais em centros especializados. Entre eles destacam-se a
impedância biométrica, o infra-vermelho e o DEXA, que é um método bastante
fidedigno para a avaliação da composição corporal, pouco invasivo, que
consiste na dupla emissão de raio X, com dose baixa de radiação, e fornece a
percentagem de massa magra e massa gorda e a sua distribuição corporal.
Adolescentes do sexo feminino com ciclos menstruais regulares e do sexo
masculino devem ter, respectivamente, cerca de 26% e 15% de massa gorda.

3.2 Tratamento

A obesidade é uma doença de etiologia multifatorial, sendo ideal para o seu


tratamento uma abordagem multidisciplinar. A equipe de atendimento deve ser
formado por pediatra, nutricionista, psicólogo e educador físico.

A aderência do paciente à equipe é fundamental, pois o tratamento geralmente


é a longo prazo. As noções de tempo não são claramente entendidas pelas
crianças e pelos adolescentes e, portanto, não devemos apontar apenas os
riscos futuros da obesidade, e sim avaliar as implicações actuais, ou seja, as
consequências do excesso de peso que estão incomodando no momento.

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O tratamento deve ser precoce pelo fato de que, quanto mais idade tiver a
criança e maior for o excesso de peso, mais difícil será a reversão do quadro,
pelos hábitos alimentares incorporados e pelas alterações metabólicas
instaladas.

Caberá ao pediatra a primeira abordagem do paciente, realizando a anamnese,


com ênfase na idade de início da obesidade, como ela vem se desenvolvendo
e a identificação de possíveis factores desencadeantes. Os antecedentes
familiares de obesidade, de doenças cardiovasculares, doença hipertensiva,
dislipidemias e diabetes também devem ser investigados. O nível de atividade
física desenvolvido pela criança deve ser averiguado, assim como a presença
de distúrbios de comportamento, de escolaridade e da dinâmica familiar. Ao
exame físico, monitorizar a pressão arterial e detectar as possíveis
complicações existentes como problemas ortopédicos, posturais,
dermatológicos e respiratórios. Os exames subsidiários incluem a dosagem
sérica de triglicérides, de colesterol total e fracções, e quando possível,
avaliação laboratorial da composição corporal.

Quando o perfil lipídico é normal, repete-se o exame em um ano. Obtendo-se


resultados alterados, procede-se às orientações nutricionais e colhe-se nova
amostra em três meses (Tabela1.0). O perfil lipídico de crianças e adolescentes
pode ser avaliado segundo Kiterowich (1989)(33).

Nos casos de obesidade grave, pode-se detectar hiperinsulinismo através da


dosagem sérica da insulina basal e da glicemia de jejum (insulina/glicemia 0,5).

Do ponto de vista nutricional, após a realização da anamnese alimentar, o


paciente recebe orientação para diminuição gradativa da quantidade alimentar
ingerida, não repetição das porções dos alimentos, adequada mastigação, não
se alimentar vendo televisão e respeitar os horários das refeições(34,35).
Nos casos de dislipidemias, os pacientes são estimulados a restringir a
quantidade de calorias provenientes de gorduras a 30% do valor calórico total
da dieta, diminuindo o consumo de gorduras saturadas e colesterol, dando
preferência às gorduras poliinsaturadas, aos carboidratos complexos e
fibras(36).

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Nas crianças obesas hipertensas, a diminuição da quantidade de ingestão de
sal é importante para a normalização dos níveis pressóricos.

Para as crianças que ainda não iniciaram o estirão de crescimento, o objectivo


do tratamento é a normalização da relação P/E, que pode ser atingida apenas
com o crescimento e a manutenção do peso corporal.

Os regimes rígidos são contra-indicados, pois podem levar à perda de tecido


muscular e diminuição da velocidade de crescimento. A terapia medicamentosa
não deve ser utilizada no tratamento da obesidade infantil devido aos efeitos
colaterais das drogas e risco de dependência química e/ou psicológica.

A actividade física sempre deve ser indicada, respeitando-se as limitações de


cada paciente. Orientam-se exercícios aeróbios realizados regularmente,
objectivando o aumento do gasto energético e mudança no estilo de vida. O
psicólogo tem fundamental importância na equipe, fortalecendo e mobilizando o
paciente para suportar o tratamento, que geralmente é lento e de longo prazo.

3.3 Prevenção da Obesidade

Dada a prevalência da obesidade e suas graves consequências, é importante a


implementação de medidas de prevenção e promoção de saúde ainda na
infância, como ampliação de políticas de saúde com educação nutricional,
desenvolvimento e infraestrutura apropriada para práticas recreativas e de
exercícios físicos, legislação específica para a rotulagem de alimentos e
publicidade e propaganda de alimentos. Além disso, é fundamental a actuação
do pediatra, por meio de atendimento individualizado, especialmente se a
criança ou adolescente já apresenta excesso de peso.

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Secção VI - Cuidados com a enfermagem

4.1 Assistência da enfermagem na educação nutricional

A enfermagem participa da educação nutricional, tanto nas unidades de saúde


como nas creches, escolas etc., já que existe uma estreita relação entre a
enfermagem e educação nutricional, pois quando se trata da assistência em
enfermagem, a relação educativa está sempre presente (SILVA et al., 2010).

Nesse sentido, a realidade da população representa um dos quesitos a serem


considerados quando o profissional de enfermagem realiza a acção educativa,
já que, o enfermeiro precisa optar por uma transmissão de conhecimento que
seja feita por mecanismo de comunicação que facilite a compreensão e
estimule a prática (MATOSO et al., 2013).

Tendo em vista, que uma reflexão crítica do indivíduo, do grupo e da equipe de


saúde, faz com que se mantenham ligados à sua realidade, desta forma a
relação educativa acentua-se. Nesse sentido, o usuário faz suas próprias
escolhas, e fica sabendo como está seu estado de saúde (SILVA,
POLUBRIAGINOF, 2012).

Desse modo, promover a saúde é o mesmo que dizer que está havendo um
processo de aprendizado com o envolvimento directo da comunidade. Assim o
enfermeiro deve independente da classe social da comunidade identificar e
satisfazer as necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente que
eles vivem (MORAES, DIAS, 2013).

Portanto, o enfermeiro deve desenvolver um trabalho de orientação e


acompanhamento sobre os cuidados e responsabilidade dos pais para com os
filhos que se inicia no pré-natal e continua nos programas de atendimento à
criança e ao adolescente. Além da reeducação alimentar e à necessidade de
realização de actividade física (PIMENTA et al., 2015).

Uma vez que, a acção educativa é um processo que tem como objectivo
capacitar indivíduos e ou grupos para assumirem ou ajudarem na melhoria das
condições de saúde da comunidade, o conhecimento, a competência, a
habilidade e a segurança da equipe de enfermagem deve intervir discutindo os
problemas de saúde e suas implicações com a família (POETA et al., 2010).

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Torna-se necessário que o enfermeiro elabore através da educação em saúde
estratégias que possam educar a população sobre a importância de se obter
uma qualidade de vida melhor, tendo em vista, a transformação dos hábitos de
vida como principal ferramenta para combater a obesidade infantil (MATTA,
2008).

Sendo assim, o profissional de enfermagem deve orientar os familiares, e as


crianças, sobre os perigos de uma vida sedentária e da obesidade, orientando
os pais acerca da adopção de actividades físicas e lúdicas, isso por meio de
processos de enfermagem como por meio de palestras educativas que
esclareçam sobre as consequências da doença (SOARES et al., 2010).

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Secção V- Considerações Finais

Após análises feitas e leituras chegamos a seguintes considerações finais, Já


com obesidade de causas exógenas recebem atenção psicológica. É
provável que estes últimos possam ter uma evolução muito mais favorável
do ponto de vista psiquiátrico,

que é importante á interpretação das informações, pode-se constatar que a


obesidade na adolescência cresce a cada dia no mundo, e a alguns factores
facilitadores como a modernização. O nível socioeconómico está directamente
relacionado a essa modernização o que favorece a ingestão de alimentos de
fácil acesso, que muitas vezes, são de maiores valores calóricos e ricos em
gorduras.

Deve ser considerada uma doença crónica e de difícil manejo, portanto é de


grande relevância a actuação do profissional de enfermagem na educação do
indivíduo juntamente com os familiares, por meio de processos de
enfermagem, oferecendo-lhes palestras educativas esclarecedoras sobre as
consequências da doença.

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Bibliografia e Referência

Bibliografia

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criança obesa: relato de caso. Pediatria (São Paulo), 2009. 31(3): p.
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 Celestrino, J.O. and A.d.S. Costa. A prática de atividade física entre
escolares com sobrepeso e obesidade. REMEFE, 2006. 5(especial 3): p.
47-54.
 Santos, A.L.D., A.L.D. Carvalho, and J.R.G. Júnior. Obesidade infantil e
uma proposta de educação física preventiva. Motriz (Rio Claro), 2007.
13(3): p. 203-213.
 Miranda, J.M.d.Q., E.d.M. Ornelas, and R.B. Wichi. Obesidade infantil e
fatores de risco cardiovasculares. ConScientiae Saúde, 2011. 10(1): p.
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 Lemos, A.C., et al. Influência da obesidade materna durante a
gravidez. Saúde & Amb. Rev. (Duque de Caxias), 2010. 5(1): p. 26-32.
 Walther, C., et al. Effect of increased exercise in school children on

Referência

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 https://site.medicina.ufmg.br/wp-content/uploads/sites/37/2011/01/
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 https://bemdesaude.com/emagrecimento/dicas-emagrecimento/saiba-
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 http://bdm.unb.br/bitstream/10483/486/1/2004_AlineAlvesFranca.pdf
 https://www.efdeportes.com/efd156/obesidade-consequencias-e-
tratamento.htm
 https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2861.pdf

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