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Fazer sexo por prazer foi, ao longo da história, um privilégio dos homens. Já as mulheres sempre sofreram com a
possibilidade de uma gravidez não planejada ou indesejada. A situação se agravou quando as taxas de mortalidade
caíram, especialmente a mortalidade infantil, fazendo com que as mulheres atingissem o número ideal de filhos mais
precocemente. Mas a falta de métodos contraceptivos eficientes condenavam o sexo feminino a correr o risco de
Fazer sexo por prazer foi, ao longo da história, um privilégio dos homens.
Já as mulheres sempre sofreram com a possibilidade de uma gravidez
não planejada ou indesejada. A situação se agravou quando as taxas de
mortalidade caíram, especialmente a mortalidade infantil, fazendo com
que as mulheres atingissem o número ideal de filhos mais precocemente.
Mas a falta de métodos contraceptivos eficientes condenavam o sexo
feminino a correr o risco de engravidar, de forma involuntária, nas
relações sexuais dentro ou fora do casamento..
Em 1957, foi lançado nos Estados Unidos um medicamento voltado aos distúrbios
da menstruação. Seu nome era Enovid, e a bula trazia uma advertência: pode causar suspensão
temporária da fertilidade. Para bom entendedor, era mais que suficiente.
Em pouco tempo o remédio começou a ser utilizado por mulheres que buscavam justamente
esse efeito colateral. Cerca de 500 mil recorreram ao Enovid entre 1957 e 1960, quando a FDA,
órgão norte-americano responsável por controlar os medicamentos, aprovou a venda da pílula
como o primeiro anticoncepcional ministrado por via oral.
Por trás da novidade havia um grupo inusitado de pessoas, como Margaret Sanger, uma
feminista de quase 80 anos obcecada pelo desejo de dar às mulheres o direito de controlar a
própria fertilidade, e o cientista Gregory Pincus, que tinha desenvolvido um método de
partenogênese (reprodução assexuada) de coelhos em 1939 e encarou anos de ostracismo
devido a uma sociedade apavorada com a ideia de filhos gerados sem pai.
de 150 mg de estrogênio sintético e 9,85 mg de derivado de progesterona; isto significa dez vezes mais hormônios
do que tem a pílula atual. Diante das duras críticas que a pílula sofreu, na década de 1970 surge a segunda geração
de pílulas, com menos hormônios e sem perda da eficácia. A terceira geração de pílulas chegou ao mercado em
1990. As pílulas modernas têm uma quantidade muito menor de hormônio que as antigas.
O sexo, na época, ainda era tratado apenas como meio de reprodução. A pílula significou uma reviravolta no
conceito de sexualidade, pois o casal podia passar a manter relações sexuais apenas por prazer. A demanda
aumentou muito a partir de 1965 na Alemanha.
O quarteto foi formado por Katharine McCormick (1875-1967), bióloga norte-americana, sufragista, filantropa e, após
a morte do marido, herdeira de uma parte substancial da fortuna da família McCormick; Gregory Pincus (1903-
1967), biólogo e pesquisador norte-americano; John Rock (1890-1984), obstetra e ginecologista americano e
Margaret Sanger (1879-1966), ativista americana da regulação da natalidade, educadora sexual, escritora e
enfermeira, estabeleceu organizações que evoluíram para a “Planned Parenthood Federation of America”.
Federação de Planned Parenthood of America.
A determinação em conseguir um contraceptivo oral só foi possível devido a militância de Margaret Sanger, dos
recursos financeiros de Katharine McCormick e dos conhecimentos científicos de Gregory Pincus e John Rock. Em
1951 e 1952, Margaret Sanger conseguiu financiamento para a pesquisa da contracepção hormonal de Gregory
Pincus. Em 1952, John Rock foi recrutado para investigar o uso clínico da progesterona para prevenir a ovulação.
Em 1955, a equipe anunciou o uso clínico bem-sucedido de progestinas para prevenir a ovulação. Enovid, o nome
comercial da primeira pílula, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e colocado no mercado
em 1957 como regulador menstrual. Em 1960, a Enovid obteve aprovação do FDA para o uso contraceptivo.
Separar o ato sexual da possibilidade de reprodução se tornou uma necessidade cada vez mais urgente na medida
em que a transição demográfica avançava no decorrer do século XX e na medida em que as mulheres ganhavam
autonomia para decidir sobre suas vidas. Mas foi apenas no dia 03 de maio de 1960 que a pílula anticoncepcional
A Enovid – a primeira pílula – foi criada com uma concentração muita alta
de hormônios. Sua composição constava de 150 mg de estrogênio
sintético e 9,85 mg de derivado de progesterona; isto significa dez vez
mais hormônios do que tem a pílula atual. Diante das duras críticas que a
pílula sofreu, na década de 1970 surge a segunda geração de pílulas, com
menos hormônios e sem perda da eficácia. A terceira geração de pílulas
chegou ao mercado em 1990. As pílulas modernas têm uma quantidade
muito menor de hormônio que as antigas.
buscavam fornecer uma vida melhor para toda a humanidade por meio da
ciência, permitindo viabilizar o desejo de separar sexo por prazer do sexo
para procriação. Isto permitiu libertar as mulheres da tirania da sua
biologia, dando a elas o poder de controlar seus próprios corpos e liberar
seus sonhos. A pílula tornou homens e mulheres parceiros iguais e
indivíduos capazes de exercer a autodeterminação reprodutiva.
Por trás da novidade havia um grupo inusitado de pessoas, como Margaret Sanger, uma
feminista de quase 80 anos obcecada pelo desejo de dar às mulheres o direito de controlar a
própria fertilidade, e o cientista Gregory Pincus, que tinha desenvolvido um método de
partenogênese (reprodução assexuada) de coelhos em 1939 e encarou anos de ostracismo
devido a uma sociedade apavorada com a ideia de filhos gerados sem pai.