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SER FELIZ É PRECISO

3ª Ensino Médio – Filosofia

Pro.º: Adriano Frutuoso da Silva

A) Leitura e Análise de Texto:

A) Hedonismo

Derivado da palavra grega hedonê, que significa prazer e vontade, o Hedonismo é uma filosofia que coloca o
prazer como bem supremo da vida humana. Alguns de seus representantes mais antigos são Aristipo de Cirene e
Epicuro. A escola filosófica do hedonismo baseia-se em duas concepções de prazer: a primeira toma-o como critério
das ações humanas; a segunda considera-o como único valor supremo. Esta divisão reflete a ambiguidade do conceito
da palavra, permitindo várias classificações desta doutrina que tem diversas escolas diferentes.

Considerado o pai do hedonismo, Aristipo de Cirene fazia uma distinção entre os dois lados da alma humana.
Para ele, existia o movimento suave da alma, que seria o que chamamos de prazer, e o movimento áspero da alma, ou
seja, a dor. Aristipo concluiu que, independentemente de sua forma e origem, o prazer tem sempre o objetivo de
diminuir a dor, sendo o único caminho para a conquista da felicidade. O filósofo ainda afirma que o prazer do corpo é
o sentido da vida. Esta ideia é defendida por outros hedonistas clássicos como Teodoro de Cirene e Hegesias de Cirene.

Mas a teoria de Aristipo de Cirene foi modificada por Epicuro de Samos. Este afirmava que o verdadeiro prazer
não estava na busca da satisfação do corpo, mas sim na libertação do sofrimento, da dor e da agitação. Porém, para se
chegar a tal estado de extinção da dor é preciso buscar concentração em necessidades como equilíbrio, serenidade,
entre outras, abandonando a busca desenfreada por bens e prazeres corporais, que seriam passageiros.

O hedonismo de Aristipo se diferencia do pregado por Epicuro na avaliação da moral do prazer. O primeiro diz
que o prazer é um bem em si, podendo ser usado intensamente. Já Epicuro determina a moderação do prazer no intuito
de que se possa chegar à verdadeira felicidade.

O Epicurismo, fundado por Epicuro, que associava o prazer à paz e à tranquilidade, rebatendo, muitas vezes, o
prazer imediato e mais individualista como propunha a Escola Cirenaica.

Diante disso, Epicuro buscou definir o que, de fato, faria as pessoas felizes, já que percebeu que muitas coisas
que julgam trazer prazer, são acompanhadas de uma série de sofrimentos que são impedimentos para a felicidade.

Epicuro estabeleceu três premissas principais garantidoras de uma vida feliz:

• Amizade: Epicuro dizia que para se ter uma vida feliz, era preciso estar cercado de amigos, em uma relação
cotidiana e duradoura.
• Autodeterminação: É a liberdade trazida pelo próprio sustento. Para o filósofo, possuir um patrão e que dele
dependa o seu sustento, da mesma forma que a busca incessante por riquezas e bens materiais aprisionam e são
impeditivos para a felicidade.
• Autoconhecimento: A terceira base de uma vida feliz é conhecer a si próprio, saber compreender as próprias
necessidades, o que traz prazer e ter uma mente leve e calma. "O prazer é o princípio e o fim de uma vida
feliz." (Epicuro de Samos).

A Pós-modernidade (período que vigora até os dias atuais, intensificado pela era da informática e da
comunicação) aponta para um ser humano individualizado e dedicado à realização de prazeres efêmeros.

Assim, este indivíduo pós-moderno busca sem limites o prazer individual e imediato, como o principal propósito
da vida. O prazer, base do hedonismo, assume um caráter relacionado à aquisição de bens de consumo.

Dessa forma, o hedonismo pode ser compreendido como a satisfação dos impulsos, associados a uma ideia de
qualidade de vida individual compreendida como sendo superior aos princípios éticos.

Nesse contexto, o prazer torna-se a palavra-chave dos sujeitos pós-modernos para alcançar a felicidade
compreendida de forma oposta à filosofia hedonista grega e aproximando a ideias relacionadas ao consumo e ao
egoísmo.

B) Consequências do hedonismo na filosofia ética do utilitarismo

A corrente Utilitarista é representada, especialmente, pelos filósofos ingleses associados, Jeremy Bentham
(1748-1832), John Stuart Mill (1806-1873) e Henry Sidgwick (1838-1900).

O Utilitarismo, por sua vez, estava intimamente relacionado ao conceito do Hedonismo, na medida em que
representava uma doutrina ética baseada no “Princípio do bem-estar máximo”.

Nesse sentido, segundo eles existiam basicamente duas vertentes hedonistas, a saber:

1. Hedonismo Ético: donde o sofrimento é negado a partir de um bem coletivo. O dever está relacionado à maior
produção de felicidade possível (ou à menor produção de infelicidade possível).

2. Hedonismo Psicológico: o ser humano é motivado pela busca do prazer, aumentando assim, sua felicidade e
diminuindo suas dores, dentro de uma reflexão sobre o que é realmente responsável pela felicidade do indivíduo.

C) Vamos Filosofar – Atividades

1 – É possível a felicidade sem a aquisição de determinados padrões de consumo e de comportamento?

2 – De que forma somos levados a idealizar e a adotar padrões de consumo, de vida e comportamento?

3 – “Ser preciso é feliz” é o título desta Situação de Aprendizagem. Comente esse valor presente em nossa cultura.

4 – Morte e padecimentos constituem a nossa natureza. Se, por um lado, nos trazem infelicidade, por outro, algumas
culturas entendem que a felicidade está justamente na sabedoria de não negá-los, mas de assumi-los como parte
integrante da vida. Registre uma reflexão a respeito.

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