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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
ARQUITETURA DE INTERIORES

Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
ARQUITETURA DE INTERIORES

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO IV

15 PRINCÍPIOS DE DESIGN

O design, ao ser criado, sofre influências que determinam sua composição


final. Já foi elencado no módulo anterior, de uma forma mais sintetizada, no capítulo
da composição de ambientes. Ao conceber um ambiente passamos por alguns
tópicos determinantes:
 A função a que se destinará o espaço.
 Os materiais que serão utilizados segundo a característica do espaço.
 A tecnologia aplicada na criação dos elementos compositivos.
 O estilo que norteará a composição.

15.1 ELEMENTOS

15.1.1 Conformação do ambiente

Nosso ponto de partida é o espaço que vamos intervir. Sempre visite o local
para mensurar, fotografar e verificar possíveis particularidades que possam ajudar
na hora de conceber o projeto de design: localização, aberturas, fechamentos,
comunicação com outros ambientes e área externa, etc.

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15.1.2 Formologia

 Reta: sempre que bem executada, passa a mensagem de limpeza,


clareza e elegância. Cuidar para não incorrer no erro de simplificar ao ponto de
empobrecer o visual.
 Inclinada: passam uma imagem de movimento e abstração se
utilizadas com equilíbrio, porém o execesso ou mau posicionamento podem
descaracterizar e carregar o ambiente.
 Curva: criam leveza e continuidade, porém em execesso levam à
monotonia. Cuidado para não comprometer a funcionalidade.

15.1.3 Traçado projetual

O traçado compreende a forma que vamos criar, o tipo de linha que compõe
nossos elementos e objetos de intervenção.
 Retilínea: confere uma tipologia mais rígida ao ambiente. Pode ser
classififcada conforme a sua posição.
1. Vertical – confere a ideia de aumento de altura dos objetos. Quando
utilizado de forma pontual pode transferir aos elementos a ideia de imponência e
altivez.
2. Horizontal: alarga os elementos ou ambientes, consequentemente
diminuindo a sensação de altura. Confere ao cenário uma leitura mais pura e
reconfortante.
3. Diagonal: é mais dinâmica e insinua movimento.
 Curva: seu formato orgânico proporciona uma leitura mais suave e
leve.

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15.1.4 Cor

Além do efeito plástico e psicológico, a utilização da cor pode auxiliar na


conformação visual do ambiente, aumentando ou diminuindo, alongando ou
encurtando, evidenciando ou escondendo objetos, etc.

15.1.5 Luz

A luz determina a visualização de todos os outros elementos envolvidos na


concepção do espaço. Podemos trabalhar de diversas formas e posições, desde a
natural à artificial.

15.1.6 Textura

Aguça nosso sensorial e potencializa pontos de interesse pelas suas


caracterísiticas táteis e visuais.

15.2 FUNDAMENTOS

15.2.1 Harmonia

Indispensável para um ambiente satisfatório. Caracteriza-se pela distribuição


e escolha de elementos de forma coerente e com ordenação.

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15.2.2 Equilíbrio e Ritmo

O verdadeiro equilíbrio é alcançado quando os elementos e suas


peculiaridades estão em conformidade e não se sobressaem umas às outras.
Equilíbrio de formas, de cores, de luzes, de composição, são vitais para um
ambiente condizente.
Quanto ao ritmo, o movimento criado pelos elementos deve proporcionar ao
espaço o efeito de dinamismo.

15.2.3 Escala e Proporção

Sempre se deve observar como ponto de partida a escala humana. A escala


entre os objetos deve estar coerente com o ambiente, para que não cometamos o
erro de propor um elemento maior, ou que ocupe mais espaço do que o necessário.
Quanto à proporção, é a referência que estabelecemos entre as medidas
dos elementos e dos ambientes.

15.2.4 Unidade

É a leitura de similaridade entre o prédio existente e os ambientes de


intervenção. É sempre conveniente adotar o padrão e caráter da edificação para o
projeto de design de interior.

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15.2.5 Variedade

A criatividade deve ser explorada no projeto de design. Consegue-se isso


mesclando todos os elementos e tendo assim uma variedade de elementos e
tipologias.

15.2.6 Interesse

Demarcar objetos e focos de interesse sempre ajudam a valorizar o


ambiente como um todo, pois potencializam a curiosidade e leitura do espaço.

15.2.7 Diferenças

Explorar os opostos ajudam a conferir aos espaços dinamismo e


complementos que enriquecem o contexto geral. Liso – estampado, branco – preto,
claro – escuro, opaco – brilhoso, etc.

15.2.8 Ordem

É a junção de tudo que vimos. Compor um espaço é dispor elementos, optar


por detalhes e agrupar tudo isso com bom senso e coerência. A ordem trata
justamente da perfeita organização do ambiente.

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16 O ESTUDO E APLICABILIDADE DA COR

A cor em suas várias tonalidades é a chave mestra do design de interiores.


Ela reúne sob sua influência os diversos elementos que compõem um ambiente.
Como a cor é uma qualidade inerente a todas as superfícies, torna-se
presença indispensável, trazendo modificações e leituras variadas aos espaços que
pertence.

16.1 INFLUÊNCIA PSICOLÓGICA DAS CORES

Cada uma, das principais cores, estimulam e transmitem sensações quando


assimiladas pelo ser humano. Baseado nesse fato podemos tirar partido desses
efeitos psicológicos para compor um projeto mais satisfatório e acima de tudo, em
determinadas situações potencializar os conceitos projetuais. Vejamos um exemplo:
temos um projeto de design de uma casa de lanches. Veremos a seguir que o
vermelho é uma cor estimulante e que aguça o nosso paladar. A partir dessa
constatação seria exitoso o uso dessa cor em um ambiente para tal propósito. Da
mesma forma que se formos decorar uma lavanderia, é conveniente utilizar cores
como o branco e o verde que nos remetem à assepsia.
Dentro de uma cor temos as suas tonalidades que vão do tom mais claro ao
mais escuro. A tonalidade clara nasce da mistura com o branco, que chamamos de
Matiz. Na tonalidade escura misturamos o preto, que é chamado de sombra.

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FIGURA 156
FONTE: Disponível em: <http://arnaut.no.sapo.pt/cor/tonalidades.html>. Acesso em: 26 fev. 2013.

Temos duas subdivisões, que são as cores quentes e as cores frias.

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FIGURA 157
FONTE: Disponível em: <http://arnaut.no.sapo.pt/cor/cores_quentes_e_frias.html>. Acesso em: 26
fev. 2013.

As cores quentes transmitem alegria e calor, sugerem movimentos.


Complementam com a madeira escura e elementos dourados. Dentre elas podemos
destacar o vermelho, laranja e amarelo.
As cores frias nos passam a ideia de frescor, intimidade e amplitude.
Complementam com madeiras claras e cromados. Nesse time estão o azul, verde e
violeta.
Podemos destacar o branco e o preto como cores neutras. Ainda nessa
classe podemos elencar o cinza e o bege.

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Vejamos as características marcantes e cada cor:

 Branco: transmite sensação de paz, tranquilidade e bem-estar. Seu uso


está diretamente ligado à assepsia, limpeza e inocência. Reflete 98% de
luminosidade.
 Azul: é a cor que mais acalma e tranquiliza. Promove a devoção e fé.
Está associada a beleza, habilidade e ao dever. É repousante, mas em excesso
tende à melancolia. Atua de forma suave no sistema nervoso.
 Verde: atenua as emoções, facilita a concentração e o raciocínio
correto. Amplia a consciência e a compreensão. Transmite calma e remete à
natureza.
 Amarelo: é alegre, mas pode tornar-se irritante se não complementado.
Remete a espiritualidade, otimismo, força mental e fartura. Desperta o paladar.
 Violeta: é a cor da aristrocacia, mas ausente na natureza, por isso vista
como artificial. Cor da realeza, luxo e riqueza. Em algumas associações cromáticas
remete ao místico e espiritual.
 Vermelho: estimulante, a cor mais excitante. Sugere motivação,
movimento. Eleva a pressão sanguínea e estimula o paladar. Pode ser utilizada em
alguns elementos para esquentar um ambiente.
 Laranja: originária da fusão do vermelho e amarelo, tem sua ação da
forma intermediária a essas duas cores. Indica saúde, vitalidade e autocontrole.
 Marrom: geralmente associada a estabilidade. Contém a qualidade
poderosa do preto, no que se refere à autoridade, à confiança interior e
autoafirmação.
 Preto: na verdade não é cor, mas sim, ausência dela. Da mesma forma
que significa introspecção, é ligada à elegância. Cor da prudência e sabedoria.
 Cinza: está entre o branco e o preto. Não transmite sensação alguma e
nem produz tensão. Sua leitura é de estabilidade e neutralidade.

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16.2 ESQUEMAS DE ORGANIZAÇÃO

As cores podem ser organizadas em composições e dessa forma


hierarquizadas conforme o efeito originado.

16.2.1 Esquema neutro

Nesse conjunto está o preto, branco, cinza e bege. Os esquemas neutros


ampliam a sensação de espaço, resultando em um ambiente mais fresco e
repousante.

16.2.2 Esquema monocromático

Composto por uma única cor, em diferentes tonalidades, podendo estar


acrescida de cores neutras. Aqui obteremos um espaço harmônico com uma leitura
fria ou quente, dependendo da cor utilizada.

16.2.3 Esquema policromático

Obviamente, teremos a junção de duas ou mais cores na criação dessa


atmosfera. Cuidado nas composições e quantidades de cores para não causar
cansaço e irritação.

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16.2.4 Esquema análogo

Composição criada pela cor e sua adjacente no círculo cromático. Os


contrastes são mais delicados.

FIGURA 158
FONTE: Disponível em: <http://www.dcoracao.com/2010/10/teoria-das-cores-circulo-cromatico.html>.
Acesso em: 26 fev. 2013.

16.2.5 Esquema complementar

São os contrastes gerados pelas cores complementares, seguindo o círculo


cromático. Cria um contraste forte e marcante.

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16.2.6 Dicas Importantes

Ao determinarmos a escolha da cor ou do esquema cromático a ser


utilizado, devemos nos ater a alguns cuidados:
 Sempre levar em conta a opinião e gosto do usuário final. De nada
adianta escolher um verde fabuloso se o cliente abomina essa cor.
 Considerar a quantidade de luz natural que o ambiente recebe, bem
como a luz artificial do ambiente.
 Observar as cores dos outros ambientes existentes.
 Alguns materiais escolhidos, segundo suas cores, serão insubstituíveis,
portanto cuidado para não errar. Adornos podem ser modificados, mas pisos e
revestimentos de parede são fixos.
 Sempre levar em conta as dimensões do espaço de intervenção para
que a cor não cause o impacto negativo ao que se deseja.

16.3 RECOMENDAÇÕES DE PINTURA

 Cores escuras reduzem visualmente o ambiente.


 Cores claras ampliam visualmente o ambiente.
 Para rebaixar o teto, pinte-o de cor mais escura.
 Para elevar o teto pinte-o de uma cor mais clara.
 Para alongar uma parede deve-se utilizá-la de forma monocromática.
 Para reduzir visualmente uma parede deve-se pintá-la de duas cores.
 Para alargar o corredor pinte o forro e a parede de fundo com uma cor
mais escura que as demais.
 Para salas quadradas pode-se aplicar uma cor mais escura em duas
paredes, uma de frente para a outra, que ela parecerá mais retangular.

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 Para sala retangular muito comprida, podem-se pintar as duas paredes
menores, com uma cor mais escura que reduzirá visualmente o espaço.

17 A UTILIZAÇÃO DOS ELEMENTOS E SUA COMPOSIÇÃO ESPACIAL

O design interno de um ambiente é composto por uma série de elementos


que formam a composição do todo. Cabe ao profissional saber adaptar e criar a
composição harmônica dos diversos envolvidos na idealização do espaço. Vamos
ver os principais protagonistas na formatação de ambientes.

17.1 MOBILIÁRIO

O mobiliário é parte fundamental em um ambiente. Suas formas e


dimensões sempre devem estar em harmonia com o contexto geral. Quando vamos
mobiliar um ambiente podemos optar por duas situações básicas, que é o projeto
sob medida ou a compra de mobiliário pronto. Nos móveis sob medida, cria-se um
projeto personalizado para o cliente e posteriormente contrata-se um marceneiro
para a execução dos móveis.
Hoje, há várias lojas especializadas na produção de móveis. Algumas
trabalham com módulos, já que são produzidos em escala industrial. Sendo assim,
adaptam-se esses módulos às dimensões do ambiente. Em algumas situações
existe a possibilidade de adaptar os móveis modulares ao ambiente, que o comércio
chama de móveis planejados.
A verdade é que o mercado imobiliário acabou contribuindo para o grande
avanço da indústria moveleira. Os apartamentos diminuíram consideravelmente
suas medidas com o passar dos anos, e assim os móveis planejados, muitas das
vezes, são a única solução para um melhor aproveitamento dos espaços internos.
Independente da opção escolhida, o cuidado na composição deve ser levado
em conta.

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FIGURA 159
FONTE: Disponível em: <http://www.casa10ambientes.com.br/>. Acesso em: 26 fev. 2013.

FIGURA 160
FONTE: Disponível em: <http://www.casa10ambientes.com.br/>. Acesso em: 26 fev. 2013.

O mobiliário também pode ser utilizado como parte decorativa de um


ambiente. Obviamente terá sua função, seja uma cadeira, poltrona ou mesa, mas
pelas suas características de design ou estilo, acabam por receber certo destaque
no âmbito que se inserem.

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FIGURA 161
FONTE: Disponível em: <http://www.byfloor.com.br/blog/tag/vintage/>. Acesso em: 26 fev. 2013.

FIGURA 162
FONTE: Disponível em: <http://www.casacor.com.br/saopaulo/>. Acesso em: 26 fev. 2013.

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FIGURA 163
FONTE: Disponível em: <http://www.casacor.com.br/rs/>. Acesso em: 26 fev. 2013.

17.2 REVESTIMENTOS

Ao escolhermos um revestimento para o piso, parede, teto, ou mobiliário,


temos que observar a sua funcionalidade e correta adequação ao que se propõe.
Quando falamos em funcionalidade, estamos reforçando a ideia de que o
revestimento deve atender condicionantes mínimos para satisfazer às necessidades
que condicionam a sua escolha. Se vamos revestir o piso de um banheiro o material
a ser escolhido tem que ter características de impermeabilidade e estanqueidade, e
ser, impreterivelmente, resistente à água. Não seria inteligente revestir com piso de
madeira, por exemplo.
Outro fator determinante é a sua contribuição ao ambiente, levando em
conta as suas características de cor, padronagem, textura, dimensão, etc. Tais
características de sua aparência são fatores condicionantes para sua utilização.

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Temos algumas opções que são largamente utilizadas para revestir os
ambientes.
 Piso: madeira, laminado de madeira, parques e tacos, cerâmica,
porcelanato, carpete, mármore, granito, vinílico, emborrachados, pedra em suas
variadas apresentações.

MADEIRA

FIGURA 164
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

CERÂMICA E PORCELANATO

FIGURA 165
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

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GRANITO E MÁRMORE

FIGURA 166
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

VINÍLICO E EMBORRACHADOS

FIGURA 167
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

PEDRA

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FIGURA 168
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

 Parede: pintura, papel de parede, tecido, adesivo, lambri de madeira,


cerâmica, etc.

PINTURA

FIGURA 169
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

PAPEL DE PAREDE

FIGURA 170

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FONTE: Disponível em: <http://www.tudoempapeldeparede.com.br>. Acesso em: 26 fev. 2013.

ADESIVO

FIGURA 171
FONTE: Disponível em: <http://www.grudado.com.br>. Acesso em: 26 fev. 2013.

 Forro e teto: lambri de madeira, pvc, gesso e pintura.

17.3 ACESSÓRIOS

17.3.1 Tapetes

Esse elemento largamente utilizado pelo homem há tantos anos, tem uma
função delimitadora e compositiva nos ambientes. Tecnicamente serve para
amenizar os efeitos negativos de condições térmicas e acústicas. Quanto a sua

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função plástica, os diversos estilos e padronagens, conferem aos ambientes um
grande manancial de possibilidades.

FIGURA 172
FONTE: Disponível em: <www.tapetessaocarlos.com.br>. Acesso em: 26 fev. 2013.

FIGURA 173
FONTE: Disponível em: <http://www.tapetesorientais.com.br/>. Acesso em: 26 fev. 2013.

Cuidados:

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 Quando forem utilizados em ambientes de longa permanência, optar
por tapetes de fibras sintéticas que permitem uma melhor limpeza, pois os tapetes
acumulam muito pó e são inimigos de pessoas com problemas respiratórios.
 Evitar o emprego em áreas que são frequentadas por idosos e
portadores de alguma limitação de mobilidade, pois podem causar acidentes.
 Evitar o uso em salas de jantar, embaixo da mesa de refeições. O local
acumula restos de alimentos e é uma fonte de proliferação de microrganismos.
 Mobiliário com excesso de peso, colocado sobre o tapete e a incidência
constante de iluminação solar podem marcar e danificar o tapete. Para que o tapete
tenha um aspecto homogêneo, seria aconselhável girar ele periodicamente.

Uso:
 Para ampliar um ambiente é conveniente que se use somente um
tapete, ao passo que, para diminuir, devemos utilizar vários tapetes.
 Tapetes com cores claras sugerem ampliação nos ambientes, já os
escuros reduzem.
 Os tapetes delimitam uma área e emolduram o mobiliário. O tamanho
ideal em uma sala de estar nunca deve ultrapassar 5 cm além das medidas dos
sofá. Quando entram por baixo do sofá devem respeitar uma medida entre 10 e 35
cm.
 Evitar sempre que os tapetes avancem em áreas de passagem.
 Cuidar na escolha da cor e padronagem do tapete para que não haja
uma poluição e disputa visual com o mobiliário. Tapetes lisos harmonizam com
estofados estampados e listrados, e vice-versa.
 O tapete deve seguir o estilo do ambiente. Tapetes persas combinam,
principalmente com ambientes clássicos. Em ambientes modernos ou
contemporâneos, o tapete de fibra sintética e sisal compõem de forma bem versátil.
Não que isso seja uma regra, como sempre, o que conta é o bom senso do design
na composição do espaço.
 O formato do tapete deve seguir as formas do mobiliário da seguinte
forma:
1. Mesa quadrada ou redonda: tapete igualmente quadrado ou redondo.
2. Mesa retangular ou em forma de elipse: tapete retangular.

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3. Mesa com formato irregular: tapete com formato regular.

17.3.2 Quadros

Esse elemento pode ser coadjuvante em um ambiente, ou dependendo da


situação o protagonista em uma parede. Desde retratos familiares, obras de arte ou
simplesmente criações a gosto do usuário, os quadros são grandes aliados na
composição de ambientes, desde salas de estar e dormitórios, cozinhas, e até
banheiros.
Muitas vezes, o cliente possui obras, de gosto pessoal. Devem-se levar em
conta igualmente, as fotografias de família que podem ser dispostas em quadros e
porta-retratos sobre os móveis.

Temas:
 Nas áreas sociais dar destaque as melhores obras, já que será o
ambiente de maior circulação e recepção de convidados.
 Na cozinha e ambientes de refeição, os temas florais e alimentos são
uma boa escolha.
 Gravuras monocromáticas e em preto e branco conferem modernidade
ao ambiente.
 Reservar salas íntimas e dormitórios para fotografias familiares.
 O grande segredo é escolher a gravura certa para o ambiente, de
forma que o quadro seja parte integrante, portanto, a temática é variada e muito
ampla. A composição dos quadros também deve ser disposta de forma harmônica.

Molduras:
 Os quadros podem ter molduras em seu perímetro, passe-partout ou
simplesmente o quadro em si.

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 As molduras, lisas, douradas ou com detalhes em relevo, sempre
devem seguir o estilo do quadro.
 Em ambientes mais formais e clássicos, as molduras trabalhadas e
douradas compõem muito bem. Em ambientes informais podem aparecer às
molduras coloridas e mais vibrantes.
 Quando tivermos uma parede clara, uma boa composição seria o
passe-partout com moldura preta para ressaltar a obra. Na verdade, o passe-partout
valoriza e acentua a obra.

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FIGURA 174
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilemalta.com.br/molduras-para-quadros-preco.html>. Acesso
em: 26 fev. 2013.

FIGURA 175 – Moldura Dourada FIGURA 176– Pass-partout


Figura 175 - FONTE: Disponível em: <http://www.brasilemalta.com.br/molduras-para-quadros-
preco.html>. Acesso em: 26 fev. 2013. Figura 176 - FONTE: Disponível em:
<http://www.mobly.com.br/quadro-p-b-contemporaneo-e-passepartout-gare-ou-nord-18-x-23-cm-
preto-15258.html>. Acesso em: 26 fev. 2013.

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Composição:

 Em áreas de passagem e corredores usar somente uma parede para


fixar os quadros.
 Vários quadros podem sem lidos de uma forma homogênea se forem
utilizadas molduras iguais.
 Um ambiente clássico pede uma composição simétrica dos quadros.
 Uma composição assimétrica deve ter equilíbrio para não passar a
ideia de falta de ritmo.
 O bom senso sempre impera, mesmo em ambientes despojados e
descontraídos.
 A disposição linear é a mais utilizada por ser mais harmônica.
 A altura ideal para fixar um quadro é a 1,60m de altura.
 Para evidenciar a obra podemos utilizar o vidro antirreflexo, dessa
forma a iluminação não prejudicará a visualização da obra.
 A iluminação poderá destacar, ocultar, ou até mesmo danificar um
quadro, portanto muita atenção na escolha e na disposição dos pontos de
iluminação.

FIGURA 177
FONTE: Disponível em: <http://assimeugosto.com/tag/quadros/page/2/>. Acesso em: 26 fev. 2013.

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FIGURA 178
FONTE: Disponível em:
<http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/decoracao/2012/05/08/interna_decoracao,46097/
quadros-sao-otimos-acessorios-de-decoracao-e-vao-bem-em-qualquer-ambiente.shtml>. Acesso em:
26 fev. 2013.

FIGURA 179
FONTE: Disponível em: <http://www.cliquearquitetura.com.br/portal/dicas/view/distribuicao-de-
quadros-na-parede/34>. Acesso em: 26 fev. 2013.

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17.3.3 Cortinas e persianas

As cortinas e persianas são elementos que integram a composição de um


ambiente e geralmente são escolhidas após a definição de mobiliário, tapetes e
paginação de paredes. O estilo da decoração influencia diretamente na escolha do
modelo e tecido da cortina, mas sobre tudo, a cortina confere ao ambiente uma
sensação de aconchego e integração.

Regras e dicas
 Definir se a janela a ser emoldurada com a cortina deverá passar luz,
ventilação ou ambos.
 A vista externa influencia no tom e tipo do tecido: se for uma vista
bonita, o tecido transparente e claro é mais indicado, pois permite a visualização. Se
a vista não for interessante, use tecidos coloridos e com uma trama mais fechada,
sem transparência.
 Cortinas com tecido leve não impedem a passagem de luz, portanto
será necessário o complemento com persiana. A propósito, combinações de
persianas e cortinas criam ambientes bonitos e versáteis.
 Em ambientes com pé-direito alto usar cortinas verticais e longas, já
ambientes com pé-direito baixo, optar por cortinas horizontais.
 Em ambientes com dimensões pequenas usar cortinas com tecidos
lisos ou com pouca estampa, já em ambientes maiores, é possível abusar de
estampas e desenhos.
 Há diversos acessórios que complementam o visual da cortina, tais
como: ponteiras, ganchos e argolas em diversos materiais e padronagens. Cabe ao
design a escolha coerente com o padrão de cortina a ser utilizada.

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Vejamos alguns itens que são utilizados na composição das cortinas:

PONTEIRA

FIGURA 180
FONTE: Disponível em: <http://www.artluxcortinas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

ARGOLA

FIGURA 181
FONTE: Disponível em: <http://www.artluxcortinas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

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GANCHO

FIGURA 182
FONTE: Disponível em: <http://pt.made-in-china.com/co_lhhardware/product_Crystal-Curtain-Hook-
03004-_hegooheng.html>. Acesso em: 12 mar. 2013.

ABRAÇADEIRA

FIGURA 183
FONTE: Disponível em: <http://videiradecoracao.arteblog.com.br/178438/ABRACADEIRA-PARA-
CORTINA/>. Acesso em: 12 mar. 2013.

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BANDÔ

FIGURA 184
FONTE: Disponível em: <http://www.mundodasdicas.net/modelos-de-bando-para-cortinas-sua-casa-
moderna/>. Acesso em: 12 mar. 2013.

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BLACKOUT

FIGURA 185
FONTE: Disponível em: <http://belosquartos.com/cortinas-black-out-para-deixar-seu-quarto-
escurinho/>. Acesso em: 12 mar. 2013.

Tecidos

 Voil: tecido fino com transparência. Pode ser encontrado liso,


amassado, vazado, trabalhado, estampado, com ou sem bordados. Normalmente é
combinado com outro tecido.

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 Shantung: parecido com o voil, porém menos transparente e mais
encorpado. É uma seda tecida a mão.
 Linho: tecido bem encorpado e nobre. Sua característica inerente
confere ao ambiente elegância e nobreza.
 Seda: igualmente ao linho transfere ao ambiente um aspecto elegante.
Pode ser utilizado sozinho ou combinado com outros tecidos.
 Sarja: tecido bem encorpado e que pode ser utilizado sozinho ou
preferencialmente com outro tecido fino e transparente.
 Richalieu: tecido delicado com bordados cortados. Bastante utilizado
em cozinhas pela praticidade na limpeza.
 Blackout: tecido que na sua composição recebe o poliéster e tem
função de barrar a entrada de luz.

Cortinas com persianas

FIGURA 186
FONTE: Disponível em: < http://www.dicasaki.com/wp-content/uploads/2012/09/cortinas-e-persianas-
imagem-8.jpg>.. Acesso em 12 mar. 2013.

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Cortinas em sancas

FIGURA 187
FONTE: Disponível em: <http://www.artluxcortinas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

Cortinas com argolas e varão

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FIGURA 188
FONTE: Disponível em: <http://www.artluxcortinas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

Cortinas com acabamento lateral

FIGURA 189
FONTE: Disponível em: <http://www.artluxcortinas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

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Cortinas com bandô

FIGURA 190
FONTE: Disponível em: <http://www.artluxcortinas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

Persianas

Da mesma forma que as cortinas, as persianas podem ser utilizadas como


parte integrante da decoração e com função específica para minimizar a insolação e
visualização por meio das janelas. Dependendo da situação criada e do padrão que
queremos atender podemos optar pelos diversos tipos disponíveis no mercado.
 Persiana Romana: conferem ao espaço charme e elegância. Quando
erguidos, seus gomos criam um movimento elegante.

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FIGURA 191
FONTE: Disponível em: <http://www.reformafacil.com.br/tipos-de-persianas>. Acesso em: 12 mar.
2013.

 Persiana Celular: ajudam no conforto térmico e acústico.

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FIGURA 192
FONTE: Disponível em: <http://www.reformafacil.com.br/tipos-de-persianas>. Acesso em: 12 mar.
2013.

 Persiana Horizontal: versátil e indicada para qualquer situação. O


material empregado é que vai diferenciar seu padrão.

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FIGURA 193
FONTE: Disponível em: <www.persolpersianas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

 Persiana Vertical: tradicional e com diversas aplicações.

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FIGURA 194
FONTE: Disponível em: <www.persolpersianas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

 Persiana Plissada: efeito suave e elegante.

FIGURA 195
FONTE: Disponível em: <www.persolpersianas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

 Persiana Twilight Shade: seu desenho inovador cria um visual


moderno. Alia proteção visual com luminosidade.

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FIGURA 196
FONTE: Disponível em: <www.persolpersianas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

 Persiana Painel: pode ser usada como divisor de ambientes. Sua


praticidade pode ser aliada quando temos um grande vão a vencer.

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FIGURA 197
FONTE: Disponível em: <http://www.persianasdecornat.com.br/persiana+painel.asp>. Acesso em: 12
mar. 2013.

 Persiana Sheer: mais uma das persianas delicadas que dão um toque
de elegância ao ambiente.

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FIGURA 198
FONTE: Disponível em: <www.persolpersianas.com.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

18 PROJETO SUSTENTÁVEL

O cuidado com o meio ambiente e a prerrogativa de promover um


desenvolvimento sustentável, são princípios indispensáveis em nossos dias atuais.
Os diversos tipos de impactos ambientais que nosso planeta está sofrendo nos
chamam a atenção para novas formas de atuar e proceder em nossos meios de
convívio.
Vivemos em edificações e trabalhamos em edificações, ou seja, o ato de
construir e habitar uma edificação nos remete necessariamente a construção da
mesma. Na consolidação de uma construção geramos um grande impacto no meio
ambiente. Não é diferente quando habitamos ou descartamos parte ou o todo dessa
mesma edificação. Concluímos então, que o impacto ambiental acontece antes,
durante e após a ocupação de um prédio. Dessa forma, precisamos atentar para o
tema da sustentabilidade.
Quem dá o primeiro passo para quebrar paradigmas e propor uma nova
consciência voltada para o tema é o profissional responsável pela idealização do

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projeto de intervenção, que começa na arquitetura e edificação do prédio, e culmina,
no design de interiores.
Com escolhas inteligentes e conscientes, é possível empregar estilo e
elegância aos espaços, sem perder o charme e proteger o planeta.

Ao projetar e idealizar um espaço interno, o designer de interiores pode


minimizar o impacto gerado de diversas formas, entre elas:

 Quando utiliza materiais e elementos que são reaproveitáveis;


 Quando faz uso de matérias-primas que são renováveis na natureza;
 Quando recicla matérias e peças de decoração;
 Quando propõe o uso racional da energia elétrica;
 Quando faz uso de iluminação de baixo consumo de energia elétrica,
tais como lâmpadas fluorescentes e de Led. As lâmpadas de Led tem alta
durabilidade e as fluorescentes consomem bem menos que as tradicionais.

FIGURA 199
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

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 Quando faz uso de eletrônicos e eletrodomésticos com eficiência
energética.

FIGURA 200
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

 Quando renova um móvel, seja para a mesma utilização ou nova


função;
 Quando utiliza tintas ecológicas para pintar os ambientes. Essas tintas
não levam produtos sintéticos e derivados do petróleo, sendo formuladas de
materiais naturais.

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FIGURA 201
FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto).

É preciso desmistificar o pensamento de que só é bonito o que é novo, ou o


que é adquirido a um preço alto. Muitas vezes fazer o bonito, ou o dito feio, custa o
mesmo preço. Podemos dar a um móvel ou a uma peça de decoração uma nova
utilização, seja renovando, ou simplesmente relocando em outro ou no mesmo
espaço.
Porque não usar materiais de demolição em um ambiente, casando-os com
o restante de forma adequada? Podemos ainda, criar ambiente com leitura rústica
adaptando materiais com essa roupagem.
O uso de materiais como o bambu, couro ecológico, ladrilhos hidráulicos,
fibra natural, cerâmica e madeira reciclada, entre outros, são exemplos perfeitos de
emprego de materiais sustentáveis. Outros elementos que podem ser empregados
são as pedras, tijolos, esquadrias e madeiras de demolição.
Com uma boa dose de criatividade e garimpagem de peças, é possível criar
espaços belíssimos, e de quebra, contribuir para a proteção do planeta.

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FIGURA 202
FONTE: Disponível em: <http://casabellissimo.com.br/>. Acesso em: 12 mar. 2013.

FIGURA 203
FONTE: Disponível em: <http://mercadodobeco.blogspot.com.br/2010/11/oficina-para-as-
criancas.html>. Acesso em: 12 mar. 2013.

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FIGURA 204 FIGURA 205
Figura 204 - FONTE: Disponível em: <http://princesasofiaartes.blogspot.com.br/2012/07/decoracao-
sustentavel-caixotes.html>. Acesso em 14 mar. 2013.
Figura 205 - FONTE: Disponível em: <http://nossodocesetembro.blogspot.com.br/2013/03/decoracao-
sustentavel.html>. Acesso em: 14 mar. 2013.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GILLINGHAM, Ryan, M. Terapia do Apartamento. São Paulo: Pensamento, 2006.

GUERRA, Abilio. ROMANO, Silvana. Arquitextos. Disponível em:


<http://www.vitruvius.com.br>. Acesso em: 14 mar. 2013.

GURGEL, Mirian. Projetando Espaços – Design de Interiores. São Paulo: Senac,


2007.

MOUTINHO, Stella. RODRIGO, Octávio. PRADO e Braz Bueno do. Dicionário de


Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1999.

OATES, Bennett P. História do Mobiliário Ocidental. São Paulo: Editorial


Presença, 2007.

PILE, Jhon. A History of Interior Design. Londres: Laurence King, 2000.

PRONK, Emile. Dimensionamento em Arquitetura. João Pessoa: Editora


Universitária, 2003.

VOLPATTO, Fabiano. CECCATO, Graciela. Arquitetura e Urbanismo. Disponível


em: <http://www.volpattoececcato.com.br>. Acesso em: 14 mar. 2013.

WALKER, Morton. O Poder das Cores. São Paulo: Saraiva, 1995.

FIM DO MÓDULO IV

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