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Atuação do

Nutricionista
na Saúde
Indígena
NOTA TÉCNICA
Nº 001/2023 CRN-7

1
2
CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS
DA 7ª REGIÃO

2023

3
© 2023 Conselho Regional de Nutricionistas - 7ª Região.

Recomendações técnicas раrа nortear a atuação do nutricionista na saúde


indigena, elaboradas com base nas referências disponíveis no Ministério da
Saúde, na Secretaria Especial de Saúde Indígena e artigos científicos atuais,
complementadas com informações provenientes dos protocolos utilizados na
práxis profissional dos nutricionistas que atuam na área.

Tiragem: 1ª edição – 2023

Organização
Conselho Regional de
Nutricionistas 7ª Região (CRN-7)
Autoras
Rahilda Conceição Ferreira Brito Tuma
Talita Cássia de Quadros Guedes
Thais de Oliveira Carvalho Granado Santos

Projeto gráfico
Caio Oliveira

Ilustração
Caio Oliveira

Distribuição gratuita sob orientação do


Conselho Regional de Nutricionistas 7ª Região
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T925a Tuma, Rahilda Conceição Ferreira Brito [et al.].

Atuação do Nutricionista na Saúde Indígena: Nota Técnica Nº


001/2023 CRN-7 / Rahilda Conceição Ferreira Brito Tuma; Talita
Cássia de Quadros Guedes; Thaís de Oliveira Carvalho Granado;
projeto gráfico e ilustração Caio Oliveira. – Belém: Conselho
Regional de Nutricionistas - 7ª Região, 2023.
40f. il.
Referências
Formato digital.
Disponível em: https://www.crn7.org/biblioteca-virtual/
1. Nutrição. 2. Saúde Indígena. I. Tuma, Rahilda Conceição Ferreira
Brito. II. Guedes, Talita Cássia de Quadros. III. Santos, Thaís de
Oliveira Carvalho Granado. IV. Oliveira Caio. V. Conselho Regional
de Nutricionistas - 7ª Região VI. Título.
CDD: 371.35
Catalogação na Fonte: Luciene Dias Cavalcante – CRB-2/1076

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Sumário
Ementa 7

Marcos da Legislação sobre


Saúde Indígena no Brasil 8

Panorama da Saúde Indígena 9

Modelo de atenção à
Saúde Indígena no Brasil 12

Atribuição do Nutricionista
na Saúde Indígena 17

Vigilância Alimentar e
Nutricional na Saúde Indígena 20

Avaliação e acompanhamento
nutricional da criança 21

Acompanhamento nutricional
da criança com desnutrição 24

Recomendações 28

Referências 29

Leituras recomendadas 33

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Ementa
O Conselho Regional de Nutricionistas da 7ª Região (CRN-7) dando continuidade às
ações em prol da recuperação da nutrição, da saúde geral e da melhoria da quali-
dade de vida da população Yanomami, vem disponibilizar apoio técnico no sentido de
garantir que as atividades de gestão, acompanhamento e assistência nutricional sejam
realizadas de forma ética, segura e competente pelos nutricionistas da sua jurisdição
interessados em trabalhar com populações indígenas.

Além disso, diante da mobilização política do CRN-7 no sentido de desta-


car a importância da presença do nutricionista em todos os pontos de atenção à saúde
indígena existentes e em outros que porventura venham a ser criados, espera-se uma
ampliação de vagas para nutricionistas nessa área específica de atuação, e entende-se
como necessário disponibilizar um rol de referências bibliográficas que possam servir
de suporte técnico científico ao nutricionista, durante o desenvolvimento do trabalho,
uma vez que ao longo do tempo esse tema não tem sido priorizado nos currículos de
graduação em Nutrição.

O nutricionista é o profissional de saúde capacitado para atuar na prevenção,


promoção e recuperação da saúde, planejando, executando e avaliando ações baseadas
nos conhecimentos da ciência da nutrição e alimentação. Portanto, deve estar presente
em todos os espaços de construção, discussão e execução de políticas públicas e progra-
mas, especialmente aquelas voltadas à promoção da segurança alimentar e nutricional e
à defesa do direito humano à alimentação adequada, garantido na Constituição Federal
de 1988. Nesse ponto, estão incluídas as diversas estratégias de combate à fome, à des-
nutrição, às deficiências de micronutrientes (vitaminas e minerais), às doenças crônicas
e outras que resultam do consumo alimentar insuficiente e inadequado.

Nesse contexto, as conselheiros do CRN-7 Rahilda Brito Tuma e Thais Gra-


nado Santos em parceria com a nutricionista do DSEI Guamá-Tocantins (DSEI GUA-
TOC), Talita Cássia de Quadros Guedes, elaboraram esta Nota Técnica, que apresenta
os marcos da legislação sobre saúde indígena no Brasil, um panorama da saúde indíge-
na, a Política Nacional e a Rede de Saúde Indígena, com destaque aos pontos de atenção
existentes (Distrito Sanitário Especial Indígena - DSEI; Casa de Saúde Indígena - CA-
SAI; Polo Base de Saúde Indígena; Unidade Básica de Saúde Indígena - UBSI).

A Nota tem o objetivo de contextualizar o papel da nutrição na saúde indíge-


na, apoiar nutricionistas a identificar crianças em risco de desnutrição e a direcionar o
cuidado da criança com desnutrição leve e moderada no âmbito da Atenção Primária à
Saúde (APS) e encaminhar aquelas com desnutrição grave para a atenção terciária.

Como pontos centrais, destacam-se o papel do nutricionista em cada um desses


pontos de atenção, a descrição da vigilância alimentar e nutricional (VAN) na saúde in-
dígena, a organização do fluxo de atenção primária à saúde da criança com desnutrição e
o Protocolo de Tratamento de Crianças com Desnutrição Aguda Grave, da Organização
Mundial de Saúde (BRASIL, 2005).

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Marcos da Legislação sobre
Saúde Indígena no Brasil
QUADRO 1 – Principais Marcos Legais da Saúde Indígena no Brasil

Fonte: (1) BARROS; SILVA; GUGELMIN, 2007; (2) SESAI/MS. Apresentação: Povos Indígenas e o
Direito à Saúde, 2017.

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Panorama da Saúde Indígena
O s povos indígenas brasileiros, ao longo da história do país, têm sofrido dife-
rentes formas de violência e violação de direitos que impactaram, e ainda im-
pactam negativamente nas suas vidas até os dias de hoje, principalmente quando se
trata da mudança no estilo de vida e na alimentação destes povos (GAVÉRIO, 2018;
MOURA; BATISTA; MOREIRA, 2010; MOURA, 2007).

Característica marcante da maioria das áreas indígenas é a precarie-


dade das condições de saneamento e de infraestrutura, além da inexistência de
água seguramente potável nas aldeias, cenário que favorece o aparecimento de
quadros de parasitoses e infecções intestinais. Outra questão relevante no perfil
da saúde dos povos indígenas diz respeito aos impactos das mudanças ambien-
tais decorrentes da construção de barragens e hidrelétricas em suas terras ou nas
proximidades, das atividades extrativistas como o garimpo, ou mesmo da intro-
dução de novas tecnologias agrícolas que envolvam a substituição do sistema de
horticultura consorciada tradicional por monoculturas (FIOCRUZ, 2007).

Um aspecto contemporâneo importantíssimo da saúde indígena no país diz


respeito à emergência de doenças crônicas não-transmissíveis, como obesidade, hi-
pertensão arterial e diabetes tipo II, que está estreitamente associada às modifica-
ções na subsistência, na alimentação e no padrão de atividade física que resultam
da interação entre mudanças socioculturais e econômicas. Nesse contexto, também
houve aumento no número de relatos de transtornos psiquiátricos que, não raro, im-
pactam jovens e adultos de ambos os sexos, além de casos de suicídio, alcoolismo
e drogadição em número crescente de etnias. Há também aumento importante de
mortes por causas externas, ocasionadas por acidentes automobilísticos e uso de
maquinário agrícola, ou por violência, como assassinatos e massacres perpetrados
por madeireiros, garimpeiros e outros invasores de terras indígenas (FIOCRUZ,
2007).

Ao longo do período de criação do Subsistema de Atenção à Saúde Indíge-


na (SasiSUS), instituído pela Lei nº 9.836/1999, avanços foram conquistados. A Po-
lítica Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), promulgada em
2002, formulou os horizontes de trabalho para os 34 Distritos Sanitários Especiais
Indígenas (DSEI) de todo o Brasil. Porém, sabe-se que muito ainda deve ser feito
para garantir assistência integral à saúde dentro dos territórios indígenas (BRASIL,
2019).
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A atenção à saúde indígena tem se revelado um desafio, dadas as parti-
cularidades das demandas dessas populações. Doenças como malária, diarreias,
desnutrição, tuberculose e infecções respiratórias ainda se destacam no perfil epi-
demiológico desses povos, que, embora tenham sofrido alterações ao longo dos
anos, mantém-se caracterizados por grande desigualdade entre indígenas e outros
segmentos populacionais (FIOCRUZ, 2007).

A população indígena brasileira está entre os grupos vulneráveis ao ado-


ecimento por tuberculose, juntamente com a população privada de liberdade, po-
pulação em situação de rua e pessoas vivendo com HIV/AIDS (BRASIL, 2011).
O adoecimento por tuberculose está intrinsicamente relacionado às más condições
socioeconômicas e, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, de
cada dez pessoas indígenas, quatro estão em situação de extrema pobreza (BRASIL,
2014).

A atenção à saúde da criança indígena é um desafio prioritário para a Se-


cretaria Especial de Saúde Indígena-SESAI, considerando os indicadores de mor-
bimortalidade entre as crianças menores de cinco anos que se mantêm superiores à
média nacional, influenciado pelas condições socioeconômicas, como renda, educa-
ção, saneamento básico e água. No período de 2010 a 2016, o perfil da mortalidade
em crianças menores de cinco anos está concentrado nos capítulos da CID-10 de
doenças do aparelho respiratório, afecções originadas no período perinatal, doenças
infecciosas e parasitárias, doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e as cau-
sas mal definidas (SESAI, 2018).

A desnutrição é um problema de saúde pública que acomete a população
brasileira, especialmente pessoas em maior vulnerabilidade social e biológica. Se-
gundo o levantamento do perfil epidemiológico dos indígenas assistidos pelo Sa-
siSUS e o panorama dos serviços de atenção primária, elaborado pela SESAI, em
2016, 9,2% das crianças indígenas menores de 05 anos apresentaram déficit nutri-
cional, 31,4% apresentaram déficit de estatura e 6,74% excesso de peso. Conside-
rando a distribuição espacial do percentual de déficit de peso dos 34 DSEI no ano
de 2016, segundo índice P/I, dentre os DSEI da Região Norte, destaca-se o DSEI
Yanomami (50,5%), com a classificação “muito alta”, e os DSEI Alto Rio Purus
(17,9%), Médio Rio Solimões e Afluentes (16,0%) e Médio Rio Purus (13,6%), com
a classificação “alta” (SESAI, 2018).
Analisando os dados de déficit nutricional acima, conclui-se que o cenário é preo-
cupante, tendo em vista as consequências negativas da desnutrição a curto, médio e
longo prazo, na saúde da população. A desnutrição associa-se a maior mortalidade
e morbidade, é um fator de risco para infecções, como doenças diarreicas e respira-

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tórias, e contribui para um inadequado crescimento e desenvolvimento na primeira
infância.

A insegurança alimentar e nutricional no território indígena está relaciona-


da aos determinantes e condicionantes sociais da saúde, como fatores ambientais,
econômicos, socioculturais e psicológicos, como o consumo de alimentos não tradi-
cionais com baixa qualidade nutricional, em especial os alimentos ultraprocessados.
A alimentação tradicional indígena, vinculada à pesca, caça, coleta e agricultura
pode estar sendo afetada por impactos e mudanças nas condições socioambientais
(SALGADO, 2023).

Considerando as informações atuais sobre os casos de crianças com des-


nutrição na Terra Indígena Yanomami, se faz necessário reforçar a necessidade do
acompanhamento nutricional contínuo dos grupos mais vulneráveis para a desnutri-
ção, do diagnóstico precoce e ressaltar que a vigilância alimentar e nutricional e a
promoção da alimentação adequada e saudável são essenciais para evitar consequ-
ências -imediatas e a longo prazo- para a saúde.

Os Agentes Indígenas
de Saúde (AIS) fazem parte das
Equipes Multidisciplinares de
Saúde Indígena (EMSI) dos
Distritos. Eles moram em
aldeias e são responsáveis
pela prevenção de doenças,
acompanhamento de saúde
de crianças a idosos, educa-
ção em saúde e contato com
os profissionais de saúde
do DSEI. Eles trabalham
também como intérpretes e
são os articuladores entre
a medicina convencional
com as práticas tradicionais
indígenas, realizando a
integração das equipes de
saúde com os pajés, xamãs,
rezadores, raizeiros e partei-
ras de cada etnia.

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Modelo de atenção
à Saúde Indígena no Brasil
FIGURA 1 – Sistema Único de Saúde/Subsistema de Saúde Indígena

Fonte: BARROS; SILVA; GUGELMIN, 2007.

P ara entender o modelo de atenção à saúde indígena vigente no Brasil, se faz ne-
cessário abordar quais são as atribuições e o papel institucional da SESAI que é
responsável pela execução da atenção básica à saúde dentro dos territórios indígenas.

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saú-


de, criada em 2010, é responsável por coordenar e executar a Política Nacional de
Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de

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Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo
a atenção primária à saúde e ações de saneamento, de maneira participativa e dife-
renciada, respeitando as especificidades epidemiológicas e socioculturais dos povos
indígenas (MS/SESAI, 2023).

A SESAI atende mais de 762 mil indígenas aldeados em todo o Brasil e conta


com mais de 22 mil profissionais de saúde, sendo que destes, 52% são indígenas. Sua
estrutura é formada por: Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena (DAP-
SI); Departamento de Determinantes Ambientais da Saúde Indígena (DEAMB); Co-
ordenação Geral de Planejamento e Orçamento (CGPO), Distrito Sanitário Especial
Indígena (DSEI) onde estão os Polos Base e CASAI e o Controle Social (MS/SESAI,
2023).

No Brasil, a atenção básica à saúde indígena é executada pela SESAI por


meio de 34 DSEI divididos estrategicamente por critérios territoriais, tendo como
base a ocupação geográfica das comunidades indígenas, sem obedecer aos limites ge-
opolíticos dos estados. Sua estrutura de atendimento conta com Polos Base, Unidades
Básicas de Saúde Indígenas (UBSI) e Casas de Saúde Indígena (CASAI) (MS/SESAI,
2023).

Alguns dos principais alimentos que compõem a dieta de


diversos povos indígenas da Amazônia Brasileira são: milho,
macaxeira, castanha-do-pará, peixe, açaí e farinha de man-
dioca, entre outros.

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FIGURA 2 – Mapa de Localização dos 34 DSEIs no Brasil.

Limite Estadual

DSEI

14
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sesai/estrutura/dsei

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Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI): É uma unidade gestora des-
centralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Trata-se de um
modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etnocultural dinâmico,
geográfico, populacional e administrativo bem delimitado – que contempla um conjun-
to de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à
saúde. Promove a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolve
atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com o Con-
trole Social (MS/SESAI, 2021).

FIGURA 3 – Organização do DSEI e Modelo Assistencial

Fonte: http://www.ccms.saude.gov.br/saudeindigena/asesai/organizacaododsei.html

• Polo Base de Saúde Indígena: são subdivisões territoriais do DSEI, sendo


base para as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena organizarem técnica e admi-
nistrativamente a atenção à saúde de uma população indígena adscrita (MS/SESAI, 2021).

• Unidade Básica de Saúde Indígena (Posto de Saúde): estabelecimento de


saúde localizado em território indígena, destinado à execução direta dos serviços de aten-
ção à saúde e saneamento realizados pelas EMSI. Atualmente não há previsão de atuação
de nutricionista nesse ponto de atenção (MS/SESAI, 2021).

• Casa de Saúde Indígena (CASAI): são estabelecimentos de saúde pertencen-


tes ao SasiSUS e responsáveis por apoiar, acolher e fornecer assistência aos indígenas,
residentes em territórios indígenas, referenciados à Rede de Serviços do SUS para realiza-
ção de ações de atenção especializada e ações complementares de atenção básica, sendo
destinada também aos acompanhantes, quando se fizer necessário (MS/SESAI, 2021).
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Atribuição do Nutricionista
na Saúde Indígena
C om objetivo de orientar a organização dos processos de trabalho na Atenção Pri-
mária à Saúde nos DSEIs, a Coordenação-Geral de Atenção Primária à Saúde
Indígena do Departamento de Atenção à Saúde Indígena da SESAI/MS elaborou a
Nota Técnica nº 17/2018-DIASI/CGAPSI/DASI/SESAI/MS (MS, 2018). Nesta nota
técnica está descrito as atribuições das Divisões de Atenção à Saúde Indígena (DIA-
SI), atividades dos Polos Base, composição e atribuições das Equipe Multidisciplinar
de Atenção à Saúde Indígena (EMSI), atribuições do Núcleo Ampliado De Saúde
Indígena (NASI) e atividades das Casas de Saúde Indígena (CASAI).

Considerando que a Nota Técnica nº 17/2018 (MS, 2018), descreve a atua-


ção das divisões, equipes e núcleos que atuam nos processos de trabalho da Atenção
Primária à Saúde indígena, porém não descreve especificamente a atribuição do nu-
tricionista dentro dos DSEIs e baseado na práxis profissional dos nutricionistas que
atuam na saúde indígena, os autores desta nota descrevem as principais atividades que
atualmente vem sendo desenvolvidas nestes pontos de atenção, conforme a seguir:

Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI):

Dentre as atribuições do nutricionista lotado na – DIASI, na sede do DSEI,


destacam-se: implementação, monitoramento e planejamento das ações ligadas a Vi-
gilância Alimentar e Nutricional dos Povos Indígenas de sua abrangência; implemen-
tação dos programas de suplementação; monitoramento e avaliação dos indicadores;
atividades de apoio, treinamento em serviço e avaliação do trabalho desenvolvido pe-
las Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena-EMSI; planejamento de atividades
de educação permanente e produção de materiais de apoio; elaboração de termo de
referência para aquisição de equipamentos de antropometria e contratação de alimen-
tação terceirizada para as Casas de Saúde Indígena-CASAI, dentre outras atividades.

Além das atribuições descritas acima, específicas do nutricionista da DIASI,


na Nota Técnica nº 17/2018 (MS, 2018) também constam as atribuições comuns à
todos os profissionais que compõem a DIASI.

Polo Base de Saúde Indígena:

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O nutricionista, quando lotado no Polo Base, compõe o Núcleo Ampliado de
Saúde Indígena (NASI). O NASI se configura como uma equipe multiprofissional e
interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde, complementar às
EMSI. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da
saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte técnico, sanitário e pedagógico
aos profissionais da atenção à saúde (MS, 2018).

A definição das categorias profissionais que formaram o NASI é de autono-


mia da Coordenação do DSEI e Chefia da DIASI, devendo ser escolhida de acordo
com as necessidades do território e em alinhamento com a DIASI e as EMSI que
atuam no território de abrangência do DSEI. Os diferentes profissionais devem esta-
belecer e compartilhar saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma visão comum
e aprender a solucionar problemas pela comunicação, de modo a maximizar as habili-
dades singulares de cada um. Eles devem estabelecer seu processo de trabalho a partir
de problemas, demandas e necessidades de saúde da população assistida, bem como
a partir de dificuldades dos próprios profissionais do NASI ou das EMSI. Para tanto,
faz-se necessário o compartilhamento de saberes, práticas intersetoriais e de gestão
do cuidado em rede e a realização de educação permanente e gestão de coletivos nos
territórios sob responsabilidade destas equipes do NASI (MS, 2018).

Nos NASI, os nutricionistas devem: participar do planejamento conjunto


com as EMSI e com o Polo Base; contribuir para a integralidade do cuidado da po-
pulação assistida; realizar discussão de casos, construção conjunta de projetos tera-
pêuticos e educação permanente; promover intervenções no território e na saúde de
grupos populacionais de todos os cursos de vida e da coletividade; desenvolver ações
intersetoriais, ações de prevenção de doenças e de promoção da saúde, discussão do
processo de trabalho das equipes, entre outros, no território.

Casa de Saúde Indígena (CASAI):

O nutricionista que atua na CASAI tem como principais atribuições: realizar


o acompanhamento nutricional dos pacientes acolhidos; planejar e executar ações,
oficinas e palestras voltadas a temas pertinentes e temas de maior relevância para
o público atendido; realizar articulação com hospitais e centros de referência para
construir planos terapêuticos considerando a individualidade de cada paciente quan-
do necessário, acompanhar as atividades desenvolvidas na unidade de alimentação e
nutrição da CASAI, dentre outras atividades.

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Vale destacar que a Equipe multidisciplinar de atenção à saúde indígena no
âmbito da ABS tem a seguinte composição: Médico, Enfermeiro, Odontólogo, Téc-
nico/Auxiliar de Enfermagem, Técnico/Auxiliar de Saúde Bucal e Agente Indígena
de Saúde – AIS, sendo que os profissionais Médico, Odontólogo, Técnico/Auxiliar de
Saúde Bucal e AIS podem estar vinculados a mais de uma equipe. Os profissionais
Enfermeiro e Técnicos/Auxiliar de Enfermagem não podem estar vinculados a mais
de uma equipe (MS, 2018).

Considera-se a possibilidade de inserção, nas EMSI, de outros profissionais


que atuam na saúde indígena, de acordo com a situação epidemiológica e as necessi-
dades de saúde, acesso e complexidade dos serviços, devendo agir de forma articulada
e integrada com os povos indígenas no território estabelecido para atuação, conside-
rando o Termo de Referência da Conveniada (MS, 2018).

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Vigilância Alimentar e
Nutricional na Saúde Indígena
C om o objetivo de identificar de forma precoce possíveis desvios nutricionais
na população indígena, principalmente quando se trata dos grupos prioritários:
crianças menores de 05 anos, gestantes e idosos, a SESAI por meio dos DSEIs e
Polos Base realiza o acompanhamento nutricional da população indígena por meio
da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN). A VAN consiste na descrição e avalia-
ção nutricional contínua, assim como a identificação das condições de alimentação
e nutrição da população indígena assistida, com o propósito de dar respostas às
demandas e necessidades de saúde do território, subsidiando assim o planejamento,
monitoramento e gerenciamento dos programas e estratégias relacionados à me-
lhoria das condições de alimentação e nutrição e seus fatores determinantes (DSEI
GUATOC, 2023).

A VAN prevê a observação, coleta e análise de dados antropométricos das


pessoas, em todas as fases do ciclo da vida, de forma contínua, que permitem des-
crever o perfil nutricional das populações indígenas apoiando os profissionais de
saúde no diagnóstico local e oportuno dos agravos alimentares e nutricionais, bem
como a vigilância da segurança alimentar e nutricional no território (SESAI/DAP-
SI, 2021). Os dados obtidos por meio da VAN devem nortear as Equipes Multidisci-
plinares de Saúde Indígena - EMSI na promoção de práticas alimentares adequadas
e saudáveis, adoção de diferentes estratégias de vigilância epidemiológica, ações
locais de atenção nutricional e estratégias para a atenção integral à saúde. (DSEI
GUATOC, 2023).

Além da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas -


PNASPI, as ações de VAN na saúde indígena são orientadas pela Política Nacional
de Alimentação e Nutrição (PNAN).

Alguns programas e estratégias prioritárias (SESAI/DAPSI, 2021):


• Programa Nacional de Suplementação de Ferro: para crianças de 6 a
24 meses de idade: suplementação com ferro e gestantes com ferro e ácido fólico;
• Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A: para crianças de
06 a 59 meses de idade;
• Estratégia de fortificação da alimentação infantil com vitaminas e
minerais em pó - NutriSUS: para crianças indígenas de 6 a 59 meses de idade;
• Adaptação da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) para a
saúde indígena;
• Vigilância ao Beribéri.

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Avaliação e acompanhamento
nutricional da criança
O estado nutricional é o resultado do equilíbrio entre o consumo de nutrientes e o
gasto energético do organismo para suprir as necessidades nutricionais (BRA-
SIL, 2007). O uso de indicadores antropométricos na avaliação do estado nutricio-
nal de indivíduo ou coletividades é, entre várias opções, a mais adequada e viável
para ser adotada em serviços de saúde, considerando as suas vantagens como: baixo
custo, simplicidade de realização, facilidade de aplicação e padronização, amplitu-
de dos aspectos analisados, além de não ser invasiva (BRASIL, 2011).

QUADRO 2 – Índices Antropométricos e Demais Parâmetros Adotados


para a Vigilância Nutricional, Segundo Recomendações da OMS e do Mi-
nistério da Saúde.

Fonte: aWHO, 2006; bWHO, 2007; cWHO, 1995; dWHO, 2000; eTHE NUTRITION SCREENING
INITIATIVE, 1994; fATALAH SAMUR, 1997; gINSTITUTE OF MEDICINE, 1990.

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Índíces antropométricos (BRASIL, 2011):

Os índices antropométricos mais amplamente usados, recomendados pela


WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1995) e adotados pelo Ministério da
Saúde para a avaliação do estado nutricional de crianças, são:

• Peso para idade (P/I): Expressa a relação entre a massa corporal e a ida-
de cronológica da criança. É o índice utilizado para a avaliação do estado nutricio-
nal, contemplado na Caderneta de Saúde da Criança, principalmente para avaliação
do baixo peso. Essa avaliação é muito adequada para o acompanhamento do ganho
de peso e reflete a situação global da criança; porém, não diferencia o comprometi-
mento nutricional atual ou agudo dos pregressos ou crônicos. Por isso, é importante
complementar a avaliação com outro índice antropométrico.

• Peso para estatura (P/E): Este índice dispensa a informação da idade;
expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e estatura. É utilizado
tanto para identificar o emagrecimento da criança, como o excesso de peso.

• Índice de Massa Corporal (IMC) para idade: expressa a relação entre


o peso da criança e o quadrado da estatura. É utilizado para identificar o excesso de
peso entre crianças e tem a vantagem de ser um índice que será utilizado em outras
fases do curso da vida.

• Estatura para idade (E/I): Expressa o crescimento linear da criança.


É o índice que melhor indica o efeito acumulativo de situações adversas sobre o
crescimento da criança. É considerado o indicador mais sensível para aferir a qua-
lidade de vida de uma população. Trata-se de um índice incluído recentemente na
Caderneta de Saúde da Criança.

Passos para realização da antropometria e do diagnóstico nutricional da


criança (BRASIL 2011):

1º PASSO: Calcular a idade em anos completos e meses, fazendo as aproximações


necessárias.
2º PASSO: Pesar e medir a criança, utilizando as técnicas e os instrumentos ade-
quados.
3º PASSO: Anotar os dados no formulário da Vigilância Alimentar e Nutricional -
SISVAN.
4º PASSO: Marcar nos gráficos de crescimento da Caderneta de Saúde da Criança o
ponto de interseção entre o peso e a idade, entre a estatura e a idade, e entre o Índice
de Massa Corporal e a idade da criança.
5º PASSO: Calcular o IMC da criança.
6º PASSO: Fazer o diagnóstico nutricional da criança, interpretando cada índice
avaliado.
22
7º PASSO: Verificar a inclinação das curvas de crescimento para complementar o
diagnóstico nutricional.
8º PASSO: Compartilhar com a mãe/responsável o diagnóstico nutricional da crian-
ça.
9º PASSO: Fazer a intervenção adequada para cada situação.
10º PASSO: Realizar ações de promoção da saúde. Valorizar o diagnóstico nutricio-
nal é ter Atitude de vigilância!

QUADRO 3 – Classificação do Estado Nutricional de Crianças Menores


de 5 Anos para cada Índice Antropométrico, segundo Recomendações da
OMS e do Ministério da Saúde.

Fonte: Adaptado de OMS, 2006. 1 Uma criança com a classificação de peso elevado para a idade
pode ter problemas de crescimento, mas o melhor índice para essa avaliação é o IMC-para-idade
(ou o peso-para-estatura). 2 Uma criança classificada com estatura para idade acima do percentil
99,9 (Escore-Z +3) é muito alta, mas raramente corresponde a um problema. Contudo, alguns
casos correspondem a desordens endócrinas e tumores. Em caso de suspeitas dessas situações, a
criança deve ser referenciada para um atendimento especializado.

Importante: Criança com desnutrição pode apresentar edema, portanto é fun-


damental o exame físico para identificar a presença desse sinal.

23
Acompanhamento nutricional
da criança com desnutrição
A desnutrição pode ser definida como uma condição clínica decorrente de uma de-
ficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais. A
desnutrição pode apresentar caráter primário ou secundário, dependendo da causa que
a promoveu. Entende-se por causa primária a pessoa que come pouco ou “mal”. Ou
seja, tem uma alimentação quantitativa ou qualitativamente insuficiente em calorias e
nutrientes. As causas secundárias estão presentes quando a ingestão de alimentos não é
suficiente porque as necessidades energéticas aumentaram ou por qualquer outro fator
não relacionado diretamente ao alimento. Exemplos: presença de verminoses, câncer,
anorexia, alergia ou intolerância alimentares, digestão e absorção deficiente de nutrien-
tes (BRASIL, 2006).

O estado nutricional de uma população está diretamente relacionado com sua


qualidade de vida. Grupos populacionais considerados vulneráveis, e determinadas fai-
xas etárias, como as crianças menores de cinco anos, estão entre as mais atingidas por
distúrbios nutricionais, em particular, pelas carências nutricionais (COUTINHO, GEN-
TIL E TORAL, 2008).

As formas clínicas de desnutri-


ção, podem ser classificadas em Kwa-
shiorkor, Marasmo e Kwashiorkor-
-Marasmático, conforme o quadro
abaixo adaptado do Manual de
atendimento da criança com
desnutrição grave em nível
hospitalar (Brasil 2015).

Profissional da Equipe
Multidisciplinar
de Saúde Indígena
realizando Avaliação
Nutricional de uma criança

24
QUADRO 4 – Classificação clínica da desnutrição e sua correspondência
com o CID 10.

Fonte: Adaptado de Brasil, 2005 – Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em
nível hospitalar.

Na atenção aos casos de desnutrição na primeira infância, cabe identificar os


possíveis atrasos no desenvolvimento físico e intelectual das crianças e investir na pro-
moção e acompanhamento de seu desenvolvimento integral, articulando ações intra e
intersetoriais, para apoiar e complementar o cuidado ofertado pela família, consideran-
do os marcos de desenvolvimento na infância (BRASIL, 2013).

O acompanhamento do desenvolvimento da criança na Atenção Básica deve


buscar sua promoção e proteção, além da detecção precoce de alterações passíveis de
modificação que possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre, principalmente, por
meio de ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança (BRASIL,
2013).

A abordagem adequada da recuperação nutricional, baseada em conhecimento


científico atualizado e implementada por profissionais devidamente capacitados, deve

25
ser efetivada nos diferentes níveis de atenção à saúde incluindo à família/comunidade
(BRASIL, 2005).

Na atenção Básica à Saúde Indígena, os profissionais de saúde das Equipes


Multidisciplinares de Saúde Indígena executam um papel essencial na identificação de
crianças com déficit nutricional e desnutrição, na avaliação de fatores de risco, na orien-
tação e no acompanhamento. Em casos graves de desnutrição, quando as possibilidades
de tratamento dentro do território indígena não forem suficientes, deve-se encaminhar o
paciente indígena para a atenção especializada (DSEI GUATOC, 2023).

Na perspectiva de melhor direcionar os casos de desnutrição no âmbito da


Atenção Primária à Saúde, dentro do território indígena, o DSEI GUATOC elaborou
fluxo que está descrito na Nota Técnica 11/2023:
FIGURA 4 – Organização do Fluxo na Atenção Primária à Saúde de Crian-
ças com Desnutrição.

Fonte: Nota Técnica Nº 11/2023-GUATO/DIASI/GUATO/DSEI/SESAI/MS, 2023.nível hospitalar.

26
Segundo o “Protocolo de Tratamento de Crianças com Desnutrição Aguda
Grave”, da Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2005) o tratamento da desnutri-
ção infantil grave deve ocorrer em 10 passos, planejados em três fases, sendo elas:

1ª - Fase de estabilização

1. Tratar e prevenir hipoglicemia,
2. Tratar e prevenir a hipotermia,
3. Tratar e prevenir a desidratação e choque,
4. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos,
5. Tratar infecções
6. Corrigir a carência de micronutrientes,
7. Iniciar a terapia nutricional com cautela.

2ª - Fase de reabilitação

8. Instituir terapia visando recuperação nutricional,
9. Implantação de estratégias de estímulo emocional e sensorial,
10. Preparação para alta hospitalar

3ª - Acompanhamento

11. Após a alta hospitalar (manter a recuperação nutricional, reabilitação neu-


ropsicomotora e evitar novas hospitalizações).

27
Recomendações
C onsiderando a possibilidade de abertura e/ou ampliação da oferta de vagas para
nutricionistas nos pontos de Atenção à Saúde Indígena, em decorrência dos
movimentos e articulações políticas que ocorreram após a ampla divulgação da
grave situação de saúde e nutrição da população infantil Yanomami, faz-se urgente
e necessária a adoção de algumas medidas sugeridas a seguir:

• Dar início a uma ampla discussão sobre o tema, com o intuito de envol-
ver gestores, técnicos de instituições públicas e ONGs interessados em
compartilhar experiências e saberes sobre a saúde da população indígena
brasileira;

• Provocar a inclusão dos nutricionistas que atuam na saúde indígena nos


espaços de discussão que versam sobre a gestão e a execução das políticas
de saúde em geral;

•Disponibilizar espaços para qualificação/qualificação técnica dos nutricio


nistas que pretendam optar por essa área de atuação;

• Garantir um “acolhimento” dos nutricionistas aprovados em processos


seletivos simplificados para que possam conhecer a PNASPI, a estrutura
organizacional da SESAI e física do DSEI e assim desempenhar um traba
lho unificado em prol da população indígena;

• Possibilitar ao nutricionista se apropriar do conhecimento sobre o mane-


jo da vigilância, acompanhamento e conduta nutricional adequada de
crianças indígenas com déficit nutricional.

28
Referências
ALVES, MR. Dinâmica espacial da malária em aldeias indígenas da região amazônica
brasileira [Dissertação]. Rio de Janeiro: Fundação Instituto Oswaldo Cruz. Escola Na-
cional de Saúde Pública Sergio Arouca, 2010.

BRASIL. MS/SAS/CGAN. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATEN-


ÇÃO À SAÚDE. COORDENAÇÃO GERAL DA POLÍTICA DE ALIMENTAÇÃO E
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Antropométricos em Serviços de Saúde – Normas Técnicas do Sistema de Vigilân-
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em 29/01/2023.

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população indígena e determinantes sociais. Boletim epidemiológico, v. 45, n. 18, p.
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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria GM/MS N nº 1.397, de 7 de junho de


2017. Dispõe sobre a Estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
– Estratégia AIDPI e sua implementação e execução no âmbito do Subsistema de Aten-
ção à Saúde Indígena (SasiSUS). 2017.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria GM/MS nº 1.397, de 7 de junho de


2017. Dispõe sobre a Estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
– Estratégia AIDPI e sua implementação e execução no âmbito do Subsistema de Aten-
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FIOCRUZ/ENSP. Em 2021, o número hospitalizações de bebês menores de um ano


por desnutrição foi o maior dos últimos 13 anos. Disponível em: https://www.icict.
fiocruz.br/ content/em-2021-o-numero-hospitalizacoes-de-bebes-menores-de-um-a-
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29
FIOCRUZ/ENSP. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Vigilância Alimentar e Nutricional
para a Saúde Indígena, vol. 1. Org. BARROS, D.C.; SILVA, D.O.; GUGELMIN, S.A.
Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. 60 p.

FIOCRUZ/ENSP. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Vigilância Alimentar e Nutricional


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SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA - SESAI. DEPARTAMENTO


DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE INDÍGENA - DAPSI. Composição, Ações e
Programas. Disponível em: https://www. gov.br/saude/pt-br/composicao/sesai/departa-
mento-de-atencao-a-saude-indigena. Acessado em 29/01/2023.

WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Expert Committee. Physical status: the


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DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Marco de


Referência da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Básica. Brasília, 2015.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/marco_referencia_vigilan-
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SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA - SESAI. DEPARTAMENTO DE


ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE INDÍGENA - DAPSI. Vigilância Alimentar e Nu-
tricional (VAN), 2021. Disponível em: < https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/
sesai/dapsi/van>. Acesso em: 01 de março de 2023. 

MINISTÉRO DA SAÚDE. SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA - SE-


SAI. Composição: Secretária de Saúde Indígena. Disponível em: < https://www.gov.br/
saude/pt-br/composicao/sesai>. Acesso em: 01 de março de 2023. 

MINISTÉRO DA SAÚDE. SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA - SE-


SAI. Estrutura: Distrito Sanitário Especial Indígena, 2021. Disponível em: < https://
www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sesai/estrutura/dsei>. Acesso em: 01 de março de
2023. 

31
COUTINHO, J. G.; GENTIL, P. C.; TORAL, N. A desnutrição e obesidade no Brasil:
o enfrentamento com base na agenda única da nutrição. Cad. Saúde Pública, v. 24 Sup
2:p; 332-340, 2008.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual Instrutivo para Implementação da Agen-


da para Intensificação da Atenção Nutricional à Desnutrição Infantil, Brasília 2013.

DSEI GUAMÁ-TOCANTINS. SECRETARIA DE SAÚDE INDÍGENA. NOTA TÉC-


NICA Nº 11/2023- Acompanhamento, monitoramento e assistência à saúde das Crian-
ças com déficit nutricional no âmbito das ações de atenção básica do DSEI Guamá-To-
cantins. Belém/PA 2023.

32
Leituras recomendadas
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2.975, de 14 de dezembro de 2011.
Manual Orientador para Aquisição de Equipamentos Antropométricos. Disponível em:
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTI4NQ==

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2.387, de 18 de outubro de 2012.


Manual Instrutivo para Implementação da Agenda para Intensificação da Atenção Nu-
tricional à Desnutrição Infantil - ANDI. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/ manual_instrutivo_implementacao_agenda.pdf

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual do Tutor da ENPACS (Estratégia Nacio-


nal para a Promoção da Alimentação Complementar Saudável).

BRASIL. MS/SAS/CGAN. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATEN-


ÇÃO À SAÚDE. COORDENAÇÃO GERAL DA POLÍTICA DE ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO. Guia Alimentar de Bolso para Crianças Menores de 2 Anos. Disponível:
http://189.28.128. 100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_2anos.pdf.

BRASIL. MS/DAB. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À


SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Instrutivo: Implementando o
Guia Alimentar para a População Brasileira em equipes que atuam na Atenção Básica
(2018). Disponível em http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_
instrutivo_guia _alimentar_pop_brasileira.pdf. Acessado em 29/01/2023.

BRASIL. SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA. MINISTÉRIO DA


SAÚDE. Perfil epidemiológico dos indígenas assistidos pelo SasiSUS e panorama dos
serviços de atenção primária. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: ht-
tps://repositorio. enap.gov.br/bitstream/1/3649/13/Perfil%20epidemiologico.pdf

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde indígena: análise da situação de saúde


no SasiSUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 83 p. Disponível em: https://bvsms.
saude. gov.br/bvs/publicacoes/saude_indigena_analise_situacao_sasisus.pdf

33
34
SEDE
BELÉM - PA
Edifício Real One, 21º andar
Avenida Governador José Malcher, nº 937 - Nazaré - 66055-260
contato@crn7.org.br

DELEGACIA
MANAUS - AM
Edifício Rio Negro Center, Sala nº 906
Rua 24 de Maio , 220 - Centro - 69010-080
delegaciaam@crn7.org.br

DELEGACIA
PORTO VELHO - RO
Edifício Medical Center, Sala nº 505
Rua Joaquim Nabuco, nº 3200 - Olaria - 76804-340
delegaciaro@crn7.org

CENTRAL TELEFÔNICA
(91) 4042-9744

35
36
GESTÃO 2021 - 2023

Diretoria

Yonah Figueira (CRN-7/0181)


Keilla Sulivan (CRN-7/2297)
Christian Nunes Aires (CRN-7/3377)
Cynara Souza (CRN-7/0412)

Conselheiros Titulares

Carla Taveira Nunes (CRN-7/5612)


Rahilda Tuma (CRN-7/0177)
Marcela Brito (CRN-7/8385)
Maurício Rafael Novaes (CRN-7/1759)
Vanda Marvão (CRN-7/0163)
Tayana Aleixo (CRN-7/6885)

Conselheiros Suplentes

Joel Brito Amaral (CRN-7/4850)


Juliana Aragão (CRN-7/3050)
Luciana Figueira de Oliveira (CRN-7/3125)
Maruza Martins Moura (CRN-7/1096)
Patrícia Falqueto (CRN-7/7529)
Sheila Martins e Silva (CRN-7/3179)
Thais Granado (CRN-7/0974)
Thaysa Bastos Mourão Trindade (CRN-7/4945)

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38
39
crn7.org
crn7_nutri

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