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Al: Carlos Souza, 3544, 303

Frente Oriental da Primeira Guerra Mundial


A frente Oriental da Primeira Grande Guerra aconteceu principalmente
na Europa Oriental e os feitos de seus respectivos países assim como na
frente Ocidental, mudaram o rumo da Grande Guerra.
Os russos já esperavam uma guerra desde o começo do século XX,
assim como todas as outras potências, o período apelidado de Paz
Armada. Em 1910, o general Yuri Danilov criou "Plano 19" que previa a
invasão da Prússia Oriental, mas este plano foi criticado por acharem o
Império Austro-Húngaro mais perigoso que a Alemanha. Então, ao invés
de quatro exércitos invadindo o leste da Prússia, os russos decidiram
enviar apenas dois exércitos para atacar os alemães, enquanto outros
dois defenderiam a fronteira com os austro-húngaros que ameaçavam
a Galícia.
No começo da guerra, quando o exército alemão estava ocupado
lutando na frente ocidental com os franceses, em 17 de agosto de
1914, o Exército Imperial Russo lançou sua invasão ao leste da Prússia,
Sucedendo no teatro de operações do noroeste russo. Duas semanas
mais tarde, os alemães interromperam os russos na Batalha de
Tannenberg. Ao mesmo tempo, no sul, as forças imperiais russas
tiveram mais sucessos, derrotando os austro-húngaros na Batalha da
Galícia.
Na Polônia russa, os alemães falharam em tomar Varsóvia, levando a
um impasse na fronte oriental pelo final de 1914. Porém, em 1915, os
exércitos da Alemanha e Áustria-Hungria começaram a avançar na
Galícia e na Polônia, forçando uma grande retirada das tropas russas de
várias frentes de batalha. O Grão-Duque Nicolau Nikolaevich foi então
dispensado do cargo de comandante-em-chefe, com o czar Nicolau II
em pessoa assumindo esta posição, o que não foi bom para o esforço
de guerra russo. Os russos lançaram ataques contra os alemães em
1916, com a maioria terminando em fracasso, incluindo no do Lago
Naroch e de Baranovichi. Mas alguns sucessos aconteceram,
principalmente quando o general Aleksei Brusilov lançou uma grande
operação militar contra o leste da Áustria-Hungria na Ofensiva Brusilov,
que resultaria na maior vitória russa na guerra.
Em agosto de 1916, o reino da Romênia decidiu entrar na guerra ao
lado dos Aliados. A Entente prometeu aos romenos a região da
Transilvânia em troca de apoio. O exército romeno conseguiu sucessos
na sua invasão da Transilvânia, mas sofreram quando os alemães e
austríacos contra-atacaram, com a Bulgária se juntando à Tríplice
Aliança e avançando pelo sul.
Enquanto isso, a situação na Rússia era ruim. Mais de quatro milhões
de soldados morreram ou desapareceram em três anos de conflito,
com poucas vitórias para o império, algo que fez a moral nacional
despencar. Ademais, as condições e qualidades de vida caíram graças
aos gastos bélicos e má gestão econômica do governo czarista. Isso
levou à revolução de 1917 em que estourou uma revolta em larga
escala, forçando a abdicação de Nicolau II.
O Governo Provisório Russo foi formado, com Georgy Lvov como seu
líder. Ele logo foi substituído por Alexander Kerensky que foi um líder
eficiente, mas acabou não conseguindo estimular apoio ao governo, ao
mesmo tempo que afirmou que prosseguiria com a guerra. Kerensky
lançou o exército da nova República Russa numa grande ofensiva em
julho, mas fracassou de novo. Isso aumentou o desgosto popular sobre
o novo governo e os Bolcheviques iniciaram uma revolta contra a
administração de Kerensky, culminando na Revolução de Outubro
resultando na ascensão de Vladimir Lenin ao poder e a formação da
República Socialista Federativa Soviética da Rússia. Os soviéticos
contactaram a Alemanha e começaram a negociar um armistício. Após
muita discórdia, os alemães e austro-húngaros invadiram o oeste da
Rússia na Operação Faustschlag, o que forçou o novo governo soviético
russo a voltar desistir da negociação e assinar o Tratado de Brest-
Litovski, retirando os russos da guerra após enormes concessões
territoriais feitas as Potências Centrais. Dois meses depois, em maio, a
Romênia também saiu da guerra, através do Tratado de Bucareste.
A assinatura do Tratado de Brest-Litovski, em 3 de março de 1918
encerrou as grandes operações militares na Frente Oriental. Contudo, a
Rússia logo entrou numa sangrenta guerra civil e conflitos nos Estados
menores da Europa do Leste continuaram por alguns meses. Porém, o
encerramento desta fronte permitiu aos alemães moverem dezenas de
divisões do leste para o oeste e lançaram a Ofensiva da Primavera
contra os Aliados Ocidentais, que terminou em desastre quatro meses
mais tarde. Os aliados então iniciaram a "Ofensiva dos Cem Dias", que
derrotou os alemães e encerrou a guerra. Com o colapso das Potências
Centrais e a assinatura do Tratado de Versalhes (1919), os tratados de
Brest-Litovski e Bucareste, firmados entre a Alemanha e a Rússia
Soviética e a Romênia foram considerados inválidos.
A Frente Oriental acabou sendo tão sangrenta e cruel quanto a
Ocidental. Além das batalhas violentas, as doenças, a falta de comida,
remédios e outros bens básicos de subsistência acabaram levando a um
desastre humanitário no leste da Europa. Cerca de 2 milhões de
militares russos e outros 2 milhões de civis foram mortos na guerra.
Quase 1,5 milhões de alemães foram mortos, feridos, capturados ou
desapareceram no Fronte Oriental, junto com quase 4 milhões de
súditos do Império Austro-Húngaro. Pelo menos 500 mil romenos
também morreram.

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