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Tropas na batalha do
Somme, em 1916.
A 31 de julho de 1914 a Alemanha exigiu, através de um ultimato, que a Rússia cessasse a mobilização, em doze horas. Ao
mesmo tempo, enviou à França um outro ultimato, dando-lhe dezoito horas para prometer que ficaria neutra em qualquer
conflito e a pedir que como prova dessa neutralidade entregasse à Alemanha as suas principais fortalezas de fronteira em
Toul e Verdun, as quais seriam devolvidas em bom estado após a guerra da Alemanha com a Rússia.
1 de agosto de 1914: não obtendo resposta da Rússia, a Alemanha decreta mobilização geral e declara guerra à Rússia. A
França procede à mobilização geral das suas tropas.
A 2 de agosto de 1914, a Rússia, a Alemanha, a Áustria-Hungria e a França tinham todas efetuado mobilização geral. Nesse
dia, os soldados alemães avançavam para o Luxemburgo.
A geografia de uma Europa em guerra
A Alemanha exigiu à Bélgica passagem livre dos seus soldados pelo território
belga e a observância de uma «neutralidade benevolente», em troca a
Alemanha garantia a integridade e independência da Bélgica, após a guerra. O
governo belga tinha doze horas para responder.
3 de agosto: a Bélgica, que sempre protegera a sua neutralidade, recusa o
ultimato alemão. A Alemanha declara guerra à França.
Apesar do epicentro do conflito ter sido europeu, o mesmo acabou por ser o
primeiro conflito verdadeiramente global, afetando todos os continentes. Este
fenómeno explica-se, em parte, pela existência de impérios globais. As colónias
africanas seguiram o destino das suas metrópoles.
Os domínios britânicos da Austrália, Canadá, Nova Zelândia e África do Sul
entraram na guerra logo em agosto de 1914. Mais de um milhão de indianos
combateu ao lado dos Aliados, nomeadamente em África e no Médio Oriente.
Uma guerra total
Os EUA entraram na guerra não como aliados, mas como «associados» da França e da Grã-
Bretanha, como foi sublinhado pelo presidente Wilson. Isto significava que os EUA tinham uma
certa autonomia face aos aliados. Os EUA não queriam ficar demasiado comprometidos com a
França e a Grã-Bretanha, pois consideravam que ambas as potências tinham radicalizado e
quereriam impor uma paz brutal aos vencidos, que os esmagasse. Já os EUA consideravam que
entravam na guerra com objetivos mais nobres que as potências europeias. Os EUA prometiam,
como tinha declarado o presidente Wilson ao Congresso, a 2 de abril de 1917, lutar “pela
democracia”, “pelos direitos e liberdades”, “pelo domínio universal do direito”, “pela
autodeterminação”.
O fim da Grande Guerra
A 9 de novembro o regime do kaiser caiu e o novo governo alemão
afirmou estar disponível para aceitar os Catorze Pontos de Wilson como
bases para as negociações de paz. E, poucos dias depois, a 11 de
novembro de 1918, a Alemanha assina o armistício, tendo por base os
Catorze Pontos de Wilson.
Terminava a I Guerra Mundial, começavam as negociações da Paz. Os 14
Pontos do Wilson não tinham sido definidos em conjunto com Aliados e
quando começa a Conferência de Paz de Paris emergem as divergências
entre os EUA, a Grã-Bretanha, a França e a Itália a respeito de como
devem ser os acordos do pós-guerra.
A Rússia e a Alemanha no fim da Grande
Guerra
Tanto a Alemanha como a Rússia saíram derrotadas na I Guerra
Mundial, no sentido estrito pediram o armistício por não
conseguirem manter o esforço de guerra. O fracasso na guerra abriu
nos dois Estados o caminho para transformações na cena política. Em
nove meses a Rússia passou de império czarista a república
comunista; e em menos de uma semana a Alemanha transitou de
império autoritário para república parlamentar. Ambos os Estados
foram considerados párias pelo resto da comunidade internacional e
não foram convidados para as negociações de paz: a Rússia por ser
comunista, a Alemanha por ser apontada como o responsável pela
eclosão da I Guerra Mundial. Importante ter consciência destes
factos para posteriormente compreender os regimes estalinista e
hitleriano.