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MANAUS
2018
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MANAUS
2018
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS – IFAM
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE EDUCAÇÃO BÁSICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
TERMO DE APROVAÇÃO
A monografia, que tem como título: “A Teoria dos Registros de Representação Semiótica e o
estudo de Sistemas Lineares” foi submetida à defesa pública, sob a avaliação de banca
examinadora, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de graduação
do curso superior de Licenciatura em Matemática.
_____________________________________________________________
Orientador(a): Prof. Dr. Antonio da Fonseca de Lira
_____________________________________________________________
Examinador(a): Prof. Msc. Antônio Evangelista Júnior
_____________________________________________________________
Examinador(a): Prof. Dr. Francisco das Chagas Mendes do Santos
_____________________________________________________________
Secretário(a): Danielle Cristina Oliveira Ferreira
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Inicialmente agradeço a Deus por ter estado comigo nestes anos necessários para a
conclusão do curso, e pela saúde, que sem a mesma isso não seria possível.
A minha mãe, Aldenora, que mesmo ausente no decorrer dessa jornada, sei que
sempre torceu pelo meu sucesso.
A minha irmã, Tatiane, que sempre esteve presente, e sempre me apoiou
emocionalmente e financeiramente para a conclusão do curso.
A todos os professores do IFAM, que apesar das dificuldades sempre tentaram fazer
diferente dos professores de outras instituições, em especial ao meu orientador. Professor
Antonio Lira, pelos ensinamentos, e pelo tempo que ele destinou para as orientações, para que
esse trabalho pudesse ser concluído.
Aos amigos que fiz no IFAM, em especial a Aretha Cristina, João Paulo Martins,
Flávio Alisson, Brummel Lucas, Gabryela Caldas e Silvania Souza, pela amizade construída
no decorrer do tempo de convívio, cujo a qual sempre será lembrada.
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RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................13
4.1 TRATAMENTO..........................................................................................................28
4.2 CONVERSÃO.............................................................................................................29
6 METODOLOGIA..................................................................................................................36
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................49
REFERÊNCIAS........................................................................................................................51
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1 INTRODUÇÃO
A matemática é uma ciência exata que é construída através de objetos abstratos, e por
ser uma ciência exata a qual exige muito do imaginário para ser desenvolvida e aplicada acaba
se transformando em uma grande dificuldade para o seu ensino, tais dificuldades acabam
prejudicando na conceitualização completa e significativa do conteúdo administrado dentro
das salas de aula.
No estudo de Sistemas Lineares, por exemplo, existe um grande obstáculo por parte
dos alunos na concepção e entendimento do assunto, pois geralmente é repassado nas salas de
aula do nível médio apenas um tipo de representação semiótica, e segundo a Teoria de
Raymond Duval é necessário ao menos dois registros de representação diferentes, no qual o
aluno possa passar de um registro para o outro naturalmente para que o conhecimento tenha
sido compreendido de maneira significativa.
E isso acaba tendo reflexos negativos em vestibulares, por exemplo o Exame Nacional
do Ensino Médio (ENEM) foi avaliado que na parte de resolução de problemas que envolvem
Sistemas Lineares a um baixo percentual de acertos.
Dentre os conteúdos exigidos por essas avaliações, com taxas percentuais altas de
baixo desempenho, pode-se destacar o conceito de Sistemas, por exemplo, em
questões que exigem a compreensão de fenômenos naturais ou na resolução de
problemas que exigem a identificação do objeto Sistemas Lineares em diferentes
representações, como algébrica e gráfica (BONOTO; SOARES; MARTINS, 2010,
p. 12).
Neste trabalho foi realizado uma pesquisa sobre o ensino de Sistemas Lineares
segundo os métodos dessa teoria de aprendizagem. Tais atividades cognitivas serão um dos
objetos de estudos neste trabalho, assim como a Teoria dos Registros de Representação
Semiótica, e sua aplicação no estudo de Sistemas Lineares.
O estudo de sistemas lineares vem acompanhado com a teoria dos determinantes e das
matrizes que é resultado de uma longa evolução através da História, pode-se encontrar traços
de sua origem em registros babilônicos e chineses da Antiguidade. Segundo Eves (2004), ao
nos referimos à História da Matemática ocidental antiga, é possível perceber uma grande
utilização de equações lineares, no oriente esse assunto obteve maior relevância,
principalmente pelos chineses, por sua curiosidade com diagramas, acabaram desenvolvendo
um método de resolução por eliminação dos coeficiente que consistia em anulá-los utilizando
operações elementares.
O método pode ser melhor observado utilizando o quadro a seguir onde nota-se a
utilização de escalonamento em uma matriz 3x3 (de três incógnitas, x, y e z), mas sabemos
que o mesmo procedimento pode ser efetuado em uma matriz 2x2 (de duas incógnitas, x e y).
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O que não mudou muito para os dias atuais nos quais utilizamos sistemas lineares para
encontrar valores que satisfazem a equações simultaneamente, que façam as equações
tornarem-se verdadeiras.
Segundo Lamin (2000) O algoritmo chinês reduz uma matriz a sua matriz triangular
equivalente e foi encontrado no livro Nove capítulos da arte matemática (Jiuzhang suanshu).
A solução oriental precisava da disposição dos coeficientes em uma tabela, mas com uma
diferença, cada equação ocupa uma coluna em vez de uma linha.
Segundo Santos (2007) foi apenas em 1683, num trabalho do japonês Seki Kowa, que
a ideia de determinante como polinômio que se associa a um quadrado de números veio à luz.
Kowa, considerado o maior matemático japonês do século XVII, chegou a essa noção através
do estudo de sistemas lineares, sistematizando o velho procedimento chinês (para o caso de
duas equações apenas).
Para Carneiro (2016) Sistemas Lineares utilizado como ferramenta trouxe inúmeros
avanços no meio da matemática principalmente no estudo de álgebra linear onde obtém um
campo bastante rico em aplicações que foram consolidadas ao longo dos séculos, desde seu
aparecimento no Antigo Oriente até os dias atuais onde é possível constatar sua solidificação
em Ciência Matemática no campo da Álgebra Linear que engloba Sistemas Lineares.
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Antes de adentarmos de fato no que diz respeito a TRRS é preciso ter conhecimento
de determinados termos que a cerca, um deles é a Semiótica.
Aqui tocamos um ponto que nos permite retornar a questão de onde partimos. As
linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem. A Semiótica é a ciência
que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem
por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como
fenômeno de produção de significação e de sentido (SANTAELLA, 2007, p.02).
O uso de recursos semióticos para aprender matemática faz-se necessário, uma vez que
a matemática trabalha muito com representações abstratas, e, portanto, os alunos encontram
algumas dificuldades para compreender a diversidade e a complexidade de suas
transformações.
A semiótica é a ciência que estuda todas as linguagens possíveis e para isso precisa
utilizar recursos para o estudo dessas linguagens, que neste caso trata-se de um termo ligado
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diretamente a ela que é de fundamental importância para o estudo da TRRS, pois é capaz de
representar algo, dar significado e sentido a esse estudo, é o que Charles Sanders Peirce
classifica como estudo dos signos.
Para Peirce (2000) representação é um termo que envolve uma relação triádica, que
trata-se de um esquema do processo contínuo de geração dos signos. O processo
representativo se define pelas relações que se estabelecem entre signo-objeto-interpretante,
nas quais cada termo atua em conjunto com os demais, fazendo necessariamente sua relação
com os outros, determinando ou sendo determinados pelos outros elementos da tríade.
Segundo Peirce (2000) podemos dizer que signo ou representamen é aquilo que vai ser
representado, objeto é algo que está sendo representado e interpretante é aquilo que é
colocado na mente de quem observa o signo, ainda acrescenta que a relação triádica trata-se
de uma relação genuína, pois seus três membros signo, objeto e interpretante estão ligados a
ela.
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A figura abaixo representa dois dos três elementos da tríade de Peirce utilizando um
conteúdo da matemática, pode-se perceber a relação entre objeto, signo e interpretante. É
apenas possível colocar em exemplos objeto e signo, já que interpretante Peirce (2000) “O
interpretante vem da cultura de cada um, de suas respectivas formas de ver e pensar”
(PEIRCE, 2000, p. 54).
No estudo da TRRS outro termo utilizado por Raymond Duval além de semiótica que
leva ao estudo de signos é o de Registro de Representação, que se assemelha ao conceito de
signo de Peirce. E o que seriam esses tais registros? Segundo a TRRS registros de
representação são as formas diferentes de ensinar e representar o mesmo conteúdo.
Em sua teoria Duval explica que os registros de representação são maneira típicas de
representar um objeto matemático, e o sistema no qual podemos representar um
objeto matemático, denomina-se, sistema ou registro semiótico. Os registros
semióticos são importantes não somente por se constituírem num sistema de
comunicação, mas também por possibilitarem, a organização de informações a
respeito do objeto representado (PANTOJA; CAMPOS; SALCEDO,2013, p.2).
Duval (2012) para que o aluno possa dominar o conceito de determinado assunto ele
precisa dominar no mínimo duas formas de registros de representação de maneira natural, sem
encontrar nenhuma dificuldade na passagem de um registro para o outro.
Existe também uma questão chave para a TRRS, que se trata da importância de não
confundir os registros de representação com os objetos matemáticos. Ensinar os registros de
representação sem esquecer que é o objeto matemático que importa. DUVAL (2013, p.14)
“Não se pode ter compreensão em matemática, se nós não distinguimos um objeto de sua
representação”.
É preciso que o objeto não seja confundido com suas representações e que seja
reconhecido em cada uma de suas representações possíveis. É nessas duas condições
que uma representação funciona verdadeiramente como representação, quer dizer ela
dá acesso ao objeto representado (DUVAL,2009, p. 27).
DUVAL (2012, p.271) “Para que um sistema semiótico possa ser um registro de
representação, deve permitir as três atividades cognitivas fundamentais ligadas a semiose”.
Dentro dessa três atividades cognitivas, ligadas a semiose, que são a formação de uma
representação identificável, o tratamento e a conversão, apenas duas atividades cognitivas
serão levadas adiante nesse estudo. São os chamados tratamentos e conversões, pois são
extremamente importantes no estudo dos objetos matemáticos.
representação”.
Segundo Duval (2009) nem sempre o aluno consegue fazer essa passagem de um
sistema semiótico para outro de maneira simultânea, por não reconhecerem um mesmo objeto
nas suas várias representações, essa separação de um objeto a outro onde pouca atenção é
dada pode ocorrer mesmo após o processo de ensino, e isso resulta no fenômeno de não-
congruência entre as representações de um mesmo objeto.
registro semiótico para outro não possui nada de espontâneo e imediato. Esse cuidado em
fazer essa distinção de uma representação semiótica congruente ou não congruente faz toda a
diferença na validação da respectiva teoria.
O quadro a seguir traz uma síntese de alguns conceitos e exemplos sobre a TRRS de
Raymond Duval com as principais variáveis que a envolvem.
A TRRS é uma teoria que pode ser aplicada em qualquer conteúdo matemático
possível, sua aplicação consiste na verificação através de tratamento e conversão ambos
contidos nos critérios de congruência citados. A aprendizagem ou não de conceitos
matemáticos, está diretamente ligada a esses termos que segundo Duval, são os principais
para sua validação.
tipos de transformação tanto interna ao sistema semiótico, tratamento, quanto externa a esse
sistema, conversão.
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Nessa seção será abordada alguns exemplos sobre transformações semiótica no estudo
de Sistemas Lineares de duas incógnitas segundo a TRRS de Raymond Duval, onde é
enfatizado o estudo de tratamento e conversão.
4.1 TRATAMENTO
1º) Exemplo:
{3 x−y=10.(5)¿¿¿¿ {15x−5y=50¿¿¿¿
⇒
51
⇒ 17 x=51 x= 17 x=3
Nesse exemplo podemos notar que existe um valor para x e um para y que satisfazem
o sistema simultaneamente, mais tarde veremos que esse tipo de sistema é chamado de
Sistema Possível Determinado (SPD). “Se um sistema linear S tiver pelo menos uma solução
será denominado possível ou compatível” (LAMIN, 2000, p.08).
2º) Exemplo:
{x−2y=5.(−2)¿¿¿¿ ⇒
{−2x+4y=−10¿¿¿¿ ⇒
0 y=−8
(2)
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3º) Exemplo:
{2 x−6y=8.(3)¿¿¿¿ ⇒
{6 x−18y=24¿¿¿¿ ⇒
0 y=0
(3)
No último caso deste tópico chegamos a um resultado desse sistema que nos diz que as
equações de ambas as retas são múltiplas uma da outra, neste caso as retas são sobrepostas
uma na outra, diz-se que a infinitas soluções para esse sistema chamado de sistema possível
indeterminado (SPI).
4.2 CONVERSÃO
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Utilizando os mesmos exemplos dados para representar o tratamento, onde não houve
mudança de registro semiótico, apenas manipulações dentro de um mesmo sistema, será
evidenciada a conversão, a mudança de registro.
Neste caso será feita a mudança do registro algébrico (registro semiótico inicial dado)
para o registro gráfico, será feita uma mudança de registro, de um registro de partida para um
registro de chegada, fazendo uso de tratamento, utilizando elementos encontrados nas
manipulações algébricas.
1º) Exemplo:
{3 x−y=10¿¿¿¿ (4)
Neste primeiro exemplo para demonstrar em sistemas lineares como seria a conversão
na TRSS de Raymond Duval, é o mesmo primeiro exemplo dado para explicar o tratamento,
no qual já possuímos os resultados das incógnitas x e y, com esses resultados e alguns
elementos dessas equações que representam as equações de uma reta é possível verificar
como essas retas se comportam. Esses valores foram plotados no software geogebra, onde
podemos ver com melhor precisão esse comportamento.
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Observe que as retas são concorrentes, isso indica que o sistema formado por suas
equações possui uma única solução que é exatamente o ponto de interseção das retas, que no
caso seriam os valores de x e y encontrados.
2º) Exemplo:
{ x−2y=5¿¿¿¿ (5)
Este segundo exemplo, também já manipulado nos exemplos para demonstrar o que
seria tratamento no Registro de Representação Semiótica, onde chega-se a determinado ponto,
no caso 0y = - 8, no qual torna o sistema impossível de se resolver, e sua representação
gráfica plotando as equações no software geogebra nos dá o seguinte gráfico de como se
comportam essas retas no plano.
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As retas são paralelas, indicando que o sistema não possui solução, o que equivale a
dizer que as retas não têm pontos em comum, que a interseção dessas duas retas é vazia, o
sistema no caso é impossível de se resolver.
3º) Exemplo:
{2 x−6y=8¿¿¿¿ (6)
As retas são coincidentes, indicando que o sistema possui infinitas soluções, equivale a
afirmar que as retas possuem infinitos pontos comuns.
Observe que os exemplos para tratamento e conversão são os mesmos, e que houve
uma mudança de registro do algébrico (registro inicial) para o registro gráfico, houve uma
transformação externa ao registro semiótico inicial. O mesmo pode acontecer na volta,
partindo do registro gráfico para o algébrico, nesse caso vale ressaltar que segundo a TRSS só
haverá aprendizagem conceitual de determinado assunto da matemática se o aluno conseguir
fazer essa mudança de maneira natural e simultânea e estabelecendo a coordenação entre as
duas formas de representação.
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Como visto nos exemplos anteriores de tratamento e conversão, pode-se verificar que
existem apenas três possibilidades para um sistema linear dado, essas possibilidades podem
ser classificadas de acordo com a sua solução da seguinte maneira:
Dependendo do sistema dado ou ele não tem solução, ou ele tem uma única solução,
ou ele tem infinitas soluções.
identificar seu registro gráfico, e o contrário também é possível? Esses são alguns dos
objetivos desse estudo.
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6 METODOLOGIA
Neste projeto iremos apenas identificar conceitos da TRRS e como as turmas tinham
estudado recentemente Sistemas Lineares, não foi necessário aplicar nenhum tipo de revisão
do assunto, portanto foram diretamente aplicado questões sobre Sistemas Lineares contendo
resolução de questões (tratamento), questões para representar o gráfico, relacionar e
classificar (conversão). A partir da resolução dessas questões vamos verificar esses conceitos,
e analisar onde eles mais acertam e onde mais erram e tentar entender porque isso acontece.
Na primeira questão conforme o quadro abaixo era preciso classificar e resolver cada
Sistema Linear dado, neste caso o aluno precisaria realizar o que Duval chama dentro da
TRRS de tratamento, em seguida é preciso representar esses sistemas graficamente, a
classificação dos sistemas outro tópico solicitado iria depender de informações obtidas a partir
do gráfico ou simplesmente dos próprios sistemas lineares dados.
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Abaixo temos dois gráficos quanto dos resultados gerais, quanto dos resultados
parciais obtidos por questões, pode-se ver que o resultado geral foi satisfatório, pois a maioria
dos alunos acertaram a resolução das questões (o tratamento) de modo a se obter um
resultado, fazendo manipulação necessárias, essas manipulações que neste caso foram
algébricas fazem-se necessário nesse tipo de questão que visa um resultado como resposta.
Já no gráfico da direita onde podemos ver a letra em que eles mais obtiveram êxito, é
possível perceber que na letra (a) uma quantidade maior de alunos acertaram a questão, na
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letra (b) os alunos erraram mais na sua manipulação, na imagem a seguir temos o tratamento
feito por um aluno onde ele obteve um resultados para x e y que é o ponto de interseção
dessas retas, foi observado que neste caso quando x e y possuem resultados exatos os alunos
conseguem fazer uma relação melhor entre o objeto de partida e o objeto de chegada, que são
um dos critérios de congruência na TRRS, esses critérios serão melhores abordados nas
análises de conversão de gráficos, que são onde eles possuem maior evidência em suas
transformações externas.
Note na imagem acima que ao chegar-se a um resultado tanto para x, quanto para y os
alunos na maioria das provas avaliadas conseguem fazer de imediato uma relação bionivoca
de que trata-se ali de um sistema possível determinado (SPD), o que não foi avaliado nas
demais questões, muitos deles como na letra (b) na figura a seguir, conseguiam resolver o
sistema, mas quando o resultado da questão era algo que fugia do padrão de se encontrar duas
constantes para x e y, fazer a relação entre o resulatdo obtido e a classificação desse sistema
não era tão natural e nem simultâneo.
Nesses casos havia uma certa confusão na classificação desses sistemas muitos
acabavam o classificando com SI – Sistema Impossivel, quando a resposta era SPD – Sistema
Possível Indeterminado, esta confusão era pelo fato de que eles não conseguiam visualizar
em sua conversão duas retas coincidentes e por isso teriam infinitos pontos de interceção.
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Havia uma certa confusão nesse tipo de sistema, quando dava esse tipo de resposta,
pois a maioria dos alunos confundia entre Sistema Possível Indeterminado (SPI) e Sistema
Impossível (SI), note na imagem acima que um aluno ao resolver o sistema, ele resolveu de
maneira correta, mas ao classifica-lo houve uma confusão e ele classificou de maneira
incorreta, confundindo assim os objetos, isso na TRRS se explica pelo fato de existir a
congruência entre esses objetos, mas nesse caso ser uma congruência fraca em que os objetos
não são tão correlativos quanto no caso do (SPD).
esse era um dos objetivos do nosso trabalho verificar como o aluno faz essa conversão, se ele
consegue fazer e visualizar o que está fazendo a partir de um registro dado, a partir disso
futuramente categorizá-lo e agir através de uma forma de intervenção.
Segundo Duval em sua teoria quando essa passagem da forma algébrica para a gráfica
ou a passagem da gráfica para a algébrica não ocorre de maneira imediata é porque um ou
talvez todas as condições de congruência (Correspondência semântica ente as unidades
significantes que as constituem. Mesma ordem possível de apreensão dessas unidades nas
suas representações. Conversão de uma unidade significante da representação de partida em
uma só unidade significante na representação de chegada (DUVAL, 2009, p.18) não são
preenchidos, nos casos que veremos a seguir encontraremos questões nos quais os alunos
obtiveram um resultado mais satisfatório pelo fato da congruência entre os objetos serem mais
forte, ou seja preenche todos critérios, nos casos em que os alunos mais erraram em sua
resolução, em sua conversão e em sua classificação são os casos em que um, dois ou todos os
critérios não são preenchidos.
Agir em cima dessas informações para intervir de maneira positiva nesse aprendizado,
seria transformar uma teoria de verificação de aprendizado em um metodologia de avaliação e
categorização dos alunos, que ajudaria na concepção de projetos de ensino-aprendizagem,
facilitando ao professor na concepção de aprendizado dos seus alunos, pois o mesmo serio
apto a dizer se aquele aluno de fato aprendeu determinado conceito em sua aula.
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a) b)
c) x – y = 1
x + 2y = 0
d) 3x – 2y = 1
6x – 4y = 4
Esta questão exigia que o aluno soubesse reconhecer através de um sistema algébrico o
sistema gráfico correspondente ou o contrário. Dado o sistema gráfico saber como esse
sistema se comporta algebricamente e mais ainda saber classificar esse sistema ou pelo
registro algébrico, ou pelo registro gráfico, ou ainda através da manipulação do registro
gráfico pela obtenção de um resultado que o leve a essa classificação.
Tivemos muitos alunos que apenas olharam para o gráfico e já souberam reconhecer o
sistema linear corresponde, outros que fizeram o contrário olharam para o sistema e souberam
relacionar com o gráfico, mas teve aqueles que fizeram essa relação incorretamente, acabaram
associando com o gráfico ou o sistema diferente daquele que foi adotado por ele como de
registro de partida.
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Resultado Geral
70%
60% 63%
50%
40%
37%
30%
20%
10%
0%
ACERTOS ERROS
Fonte: Elaborado pela autora
Houve alunos que tinham necessidade de resolver o sistema linear para assim a partir
do resultado encontrado fazer a relação que se pedia, muitos fizeram utilizando esse método,
uma tática boa para quem não domina estabelecer essa relação apenas olhando para seu
registro de partida, pois neste caso o aluno poderia escolher qual seria seu registro de partida o
que pode ter facilitado na relação entre os registros.
Na mesma imagem acima que foi um trecho tirado da avaliação desse aluno, temos
também que perceber que além de fazer a relação correta entre os registros de partida e
chegada ele soube classificá-lo, isso mostra que esse aluno possui uma facilidade pra resolver
esse tipo de questão o que pode nos dizer que ele de fato domina o assunto.
Em todas as questões foi solicitado ao aluno classificar o sistema linear dado em SPD,
SPI e SI, a seguir será apresentado um gráfico no qual teremos um resultado geral e um
resultado parcial onde será analisado cada questão. Veremos onde ocorreu maior quantidade
de acertos e erros e tentar entender por que isso aconteceu.
48
Quanto classificar o sistema linear (figura e equação) em SPD, SPI e SI, a partir do
sistema dado:
42% 0%
letra (a) letra (b) letra (c) letra (d)
Nas letras (a) e (c) onde a classificação do sistema é possível e determinado SPD foi
aonde os alunos mais acertaram, já na letra (b) e (d) no qual a classificação é SPI e SI
respectivamente houve uma certa confusão entre as classificações como mostra a figura
abaixo em que na letra (c) ↔ (a) o aluno soube relacionar corretamente os sistemas, mas o
mesmo não ocorreu na letra (d) ↔ (b) que ele soube relacionar, mas acabou classificando um
sistema impossível SI em um sistema possível determinado SPD.
Para Duval apenas resolver uma questão matemática não serve como avaliador
necessário e suficiente para avaliar o aluno, é necessário aprender e pôr em prática outros
fatores que ele considera de extrema importância em sua teoria, pois para ele não adianta nada
o aluno resolver por resolver uma questão sem saber o que está fazendo e o porquê está
fazendo, fazer esse tipo de questionamento é válido pois é a partir disso que será feita a
categorização desse aluno que irá ajudar na sua avaliação.
Os alunos que fizeram parte deste projeto foram categorizados a seguir com os
seguintes critérios adotados, vale ressaltar que aqui é um caso especifico onde o assunto
abordado foi o de sistemas lineares, mas a categorização pode ser aplicado em outros assuntos
de matemática, mas haverá uma certa abrangência dos conceitos ou uma exclusão de
conceitos dependendo do assunto abordado.
Com o auxílio desta categorização o professor pode verificar em que nível o aluno está
e assim agir para que ele possa passar de categoria e por consequência disso melhorar no seu
aprendizado, no gráfico abaixo podemos ver como ficou destribuidos os alunos em cada
categoria a partir da sequência analisada.
Note que no resultado geral, na categoria A é a que menos possui alunos, pois ela
exige um alto grau de compreensão e análise que alguns alunos possuem maior dificuldade
para desenvolver, mas que é o ideal para todo aluno. Outra conclusão que podemos ter a partir
dos dados abordados é que quanto menor o nível de complexibilidade da categoria mais
alunos ela contém, é o que ocorre nas demais categorias.
No resultado por turmas é percepitivel que apesar das porcentagens serem diferentes
em cada turma, a conclusão de que quanto maior nivel de complexidade a categoria, menos
alunos ela possui continua a mesma.
50
A partir dessa categorização esperamos contribuir para que o avaliador tenha uma
visão mais clara de em que nível o avaliado estar e o que ele pode fazer para que esse aluno
tenha uma visão mais significativa sobre o conteúdo abordado. A TRRS serviu como
ferramenta de identificação, pois sem ela seria difícil chegar a esse resultado, utilizá-la para
tal fim para realizar as análises das questões aplicadas. Podemos ver como a teoria se
comporta no estudo de Sistemas Lineares e verificar através dela onde os alunos possuem
maior dificuldade e porque eles possuem maior dificuldade ao resolver umas questões do que
outras. Essa foi apenas uma pequena contribuição que será melhor explorada em outras etapas
acadêmicas que exigirão maior complexibilidade de temas abordados.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por todos os aspectos observados podemos concluir que a Teoria dos Registros de
Representação Semiótica (TRRS) apesar de ser uma teoria sobre aprendizagem, pode ser
aliada como uma ferramenta pedagógica que possui a finalidade de ver em que nível de
aprendizado o aluno estar e a partir dessa informação procurar métodos para fazer com que
ele dependendo de sua situação possa melhorar no conteúdo abordado.
Assim, espero ter dado uma contribuição para a aprendizagem dos alunos, não só no
conteúdo em questão abordado, mas sim em uma quantidade maior de conteúdos que são
poucos explorados nessa parte de tipos diferentes de registros, e incentivar outros estudos
deste tema nas pesquisas em Educação Matemática.
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REFERÊNCIAS
BAUMGART, John K. Tópicos de história da matemática para uso em sala de aula. Trad.
Hygino Hugueros Domingues. São Paulo: Atual, 1992.
BOYER, Carl Benjamin. História da matemática. Trad. Elza Furtado Gomide. 2. ed. São
Paulo: Edgard Blücher, 2003.
DANTE, Luiz Roberto. Matemática, contexto e aplicações. São Paulo – SP, 2007
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2000. Tradução. José Teixeira
Coelho Neto.
SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2007. (Coleção primeiros
passos;)
SANTOS, Robinson Nelson. Uma breve história do desenvolvimento das teorias dos
determinantes e das matrizes. SÃO PAULO, 2007.
APÊNDICE
56
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNÓLOGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS - IFAM
CAMPUS MANAUS CENTRO - CMC
ALUNO(A):_________________________________SÉRIE______TURMA: INF______
ETAPA:__________DATA: ___/___/___ NOTA:_______VISTO:______
2) QUESTÃO: Dados os gráficos das retas, classifique os sistemas e indique por meio de
setas qual sistema que está relacionado a cada gráfico:
a) b)
c) x – y = 1
x + 2y = 0
d) 3x – 2y = 1
6x – 4y = 4
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