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001
MANUAL
DE DOUTRINA DE POLÍCIA OSTENSIVA
POLÍCIA MILITAR
PMBA01-MT-03.001
2020
Manual de Doutrina de
Polícia Ostensiva
PMBA01-MT-03.001
Governador do Estado Da Bahia
Rui Costa dos Santos
Manual de Doutrina de
Polícia Ostensiva
PMBA01-MT-03.001
1ª Edição
Salvador, 2020
VENDA PROIBIDA
É pemitida a reprodução de dados e informações contidos nesta publicação, desde que citada a
fonte.
Comissão Editorial
Supervisor Geral Luiz Henrique Guedes Pires – CAP PM
Paulo de Tarso Alonso Uzêda – CEL PM Wilner Souto dos Reis Neves – CAP PM
Roberto José da Silva – CAP PM
Coodenador Roberto Bonfim da Fonseca – CAP PM
Jorge Ubirajara Pedreira – CEL PM Felipe Pedreira Perazzo – CAP PM
Carla Sousa de Oliveira – CAP PM
Redação Rafael Silveira de Souza – CAP PM
Marcelo Carvalho do Espírito Santo – MAJ PM Arthur Miranda de Faria – CAP PM
Maria de Oliveira Silva – CAP PM Júlio Cezar Muniz Lisboa – CAP PM
Roberto Cesar Pinho de Oliveira – CAP PM Alcilene Coutinho Ramso Assunção – CAP PM
Leandro Santos Santana – CAP PM Alessandra Brito dos Santos Souza – CAP PM
Marcos Paulo Melo Viroli – CAP PM Cristiane Alves Brito – TEN PM
Carlos André Neves Nogueira in memorian – CAP PM Tiago Marcelino Portela Pinheiro – TEN PM
Flúvio Arlei Andrade de Souza – TEN PM
Colaboradores
Alex dos Santos Figueiredo – MAJ PM Revisão Textual
Marcelo Jorge Franco Pires – MAJ PM Maria de Oliveira Silva – CAP PM
Telmo Carvalho Do Espírito Santo – MAJ PM Antônia Lilian Santana de Cerqueira – AL OF PM
Orlando Rodrigues Pereira Filho – MAJ PM
Elison Santos Oliveira – CAP PM Projeto Gráfico e Diagramação
Monivon dos Santos Costa – CAP PM Renan Alcântara Sant'Ana – SD 1ª CL PM
Luiz Cláudio de Jesus Nascimento – CAP PM Rogerio Chaves Barreto – SD 1ª CL PM
Informações
©2020. POLÍCIA MILITAR DA BAHIA Telefones: (71) 3116-8857/8945/8876
CDD 353.9
Fonte: A Comissão
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
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CAPÍTULO III - PRINCÍPIOS, VARIÁVEIS, REQUISITOS BÁSICOS,
FORMAS DE EMPENHO DE POLÍCIA OSTENSIVA.................................... 63
1. PRINCÍPIOS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO..................................... 63
2. VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO....................................... 68
2.1 TIPOS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO.............................................. 68
2.2 PROCESSO...............................................................................................70
2.3 MODALIDADES.........................................................................................71
2.4 CIRCUNSTÂNCIA...................................................................................... 73
2.5 SERVIÇO....................................................................................................73
2.6 LUGAR........................................................................................................74
2.7 EFETIVO....................................................................................................74
2.8 FORMA.......................................................................................................75
2.9 DURAÇÃO DO TRABALHO OPERACIONAL.......................................... 75
2.10 SUPLEMENTAÇÃO................................................................................. 76
2.11 DESEMPENHO E PERFORMANCE...................................................... 77
3. REQUISITOS BÁSICOS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO................. 80
4. FORMAS DE EMPENHO EM OCORRÊNCIAS........................................ 81
5. ESTRATÉGIAS E PROGRAMAS DE POLICIAMENTO.......................... 84
5.1 ESTRATÉGIAS DE POLICIAMENTO...................................................... 84
5.2 PROGRAMAS DE POLICIAMENTO........................................................ 85
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2.5 ESTRATÉGIAS DE EMPREGO OPERACIONAL.................................. 109
2.6 PRINCÍPIOS DO EMPREGO OPERACIONAL DA PMBA.................... 110
3. ELEMENTOS DO PODER DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA...... 113
3.1 LIDERANÇA............................................................................................. 113
3.2 INFORMAÇÕES....................................................................................... 114
3.3 COMANDO E CONTROLE..................................................................... 114
3.4 INTELIGÊNCIA........................................................................................ 114
3.5 LOGÍSTICA............................................................................................... 114
3.6 PROTEÇÃO............................................................................................. 114
4. ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO EM ZONAS DE ATUAÇÃO................ 115
5. PLANO DE POLICIAMENTO INTELIGENTE......................................... 116
6. EMPREGO DAS FORÇAS DE POLÍCIA OSTENSIVA.......................... 118
7. PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES PARA O EMPREGO DA POLÍCIA
OSTENSIVA....................................................................................................122
7.1 COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS REQUERIDAS...................... 122
7.2 CAPACIDADES OPERATIVAS REQUERIDAS..................................... 125
REFERÊNCIAS..............................................................................................129
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“Numa concepção mais moderna, a ação de
planejar é considerada um processo contínuo e
dinâmico, empregrado pela inteligência para a
solução de problemas.”
Guedes, 1990.
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CAPÍTULO I -
FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
1. APRESENTAÇÃO
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Visando consolidar a Doutrina de Polícia Ostensiva da PMBA, o presente
Manual apresenta seus fundamentos que, entre outras coisas, compreende
ordem, consentimento, sanção e fiscalização de polícia, além de estabelecer
normas e orientações gerais sobre princípios, conceitos e características da
atividade de policiamento ostensivo, suas estratégias e seus sistemas, e é
destinado a orientar o emprego da força policial militar da Bahia no cumprimento
de suas missões e tarefas, no âmbito das Unidades Operacionais.
Os desdobramentos de atividades específicas, necessários ao perfeito
entendimento das missões a serem particularmente desenvolvidas, estarão contidos
em seus respectivos cadernos de instrução, como forma de melhor organizar todo
conteúdo e permitir as atualizações necessárias de forma sistematizada.
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.2 ESPECIFICOS
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- Ressaltar o aspecto preventivo na execução das atividades policiais
militares;
- Sedimentar a doutrina de atuação da PMBA na execução do
policiamento, a partir concepção dos conceitos de Polícia Ostensiva
e “As fases do poder de polícia”.
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E, por conseguinte, o Sistema de Policiamento Ostensivo Eclético trazia
uma agregação do Especializado com o Integrado, dando ênfase ao modelo
Especializado, quando desempenhado na Região Metropolitana ou Capital; e o
Integrado, quando exercido na região do interior do Estado.
Devido à complexidade do cenário de segurança pública vivenciado já
à época, com o aumento dos índices de criminalidade e das ações de grupos
criminosos em vários municípios do território baiano, esta experiência objetivou
fomentar a integração dos diferentes tipos de policiamento, de modo que o policial
militar, com a prática, acabasse reunindo capacidades para desempenhar, em
seu labor diário, todos os tipos de policiamento ostensivo necessários, para fazer
frente e dar respostas efetivas às ocorrências.
Em face deste novo cenário, as Unidades Operacionais Especializadas
adotaram novas ações de atuação, voltadas para o enfrentamento destes grupos,
quase sempre fortemente armados, e com expertise em implantação de artefato
explosivo improvisado IED (Improvised Explosive Device), exigindo que a instituição
avançasse no campo doutrinário e de evolução institucional. Estes eram utilizados em
assaltos às agências bancárias e carros-fortes, modificando, portanto, em algumas
áreas, a forma de realizar o policiamento ostensivo, observando-se características
próprias de atuação, nas diversas regiões do território baiano. Desta forma, destaca-
se uma nova expansão do Sistema de Policiamento Ostensivo Especializado e na
consequente retração do Sistema de Policiamento Ostensivo Integrado.
Diante da inevitável expansão das Unidades Especializadas e Táticas,
sobretudo na região do interior do Estado, por força do enfrentamento de grupos
criminosos organizados ligados ao tráfico de entorpecentes, armas e munições,
o conceito de Sistema de Policiamento Ostensivo Eclético ou Misto, tornou-se
inapropriado. Uma vez que a ênfase do policiamento especializado e tático se deu
também no interior em áreas de divisas, em Municípios estratégicos, inclusive,
com utilização de grupamentos de unidades especializadas, que doutrinariamente
eram voltadas para intervenções rápidas, repressão qualificada e atendimento de
ocorrências de alto grau de complexidade; adveio, portanto, desta experiência, um
conceito novo de Sistema de Policiamento Ostensivo Hibrido.
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O lançamento do Plano de Policiamento Ostensivo Integrado (POI) da
Região Metropolitana de Salvador, em 1974, no comando do Cel EB Durval de Matos
Santos, designado a Comandante-Geral da PMBA, materializou o Sistema Integrado
de Policiamento, como doutrina operacional da PMBA, tendo como mentor o Cel
PM João Damasceno Mansur de Carvalho, definindo que a sua operacionalização
ocorreria de modo integrado, envolvendo todos os tipos de policiamento ostensivo,
quer em nível de Batalhão ou Companhia em território baiano (BAHIA, 2019).
Neste entendimento, os quatro batalhões existentes em Salvador (dois
de ostensivo geral, um de trânsito e um de representação de segurança) foram
transformados em batalhões de policiamento integrado, responsáveis cada um
por uma quarta parte do espaço territorial da capital baiana.
O POI foi consolidado quando da edição da Lei nº 3.406, de 26 de
setembro de 1975, Lei de Organização Básica, a qual trazia em seu artigo 37:
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3.3 O PROJETO POLÍCIA CIDADÃ (PPCID) NA PMBA
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Em 1995 nasceu o Programa de Modernização da PMBA, por meio de
um convênio celebrado entre a Polícia Militar da Bahia e a Universidade Federal
da Bahia (UFBA). Da parceria intitulada “Programa PM-UFBA”, que realizou
uma série de estudos e projetos, marco histórico que definiram o pioneirismo da
Polícia Militar da Bahia, em âmbito nacional, onde foram realizados uma série de
estudos e projetos, tais como: Planejamento Estratégico na PM; Reestruturação
Organizacional; Projeto de redefinição dos níveis hierárquicos; Projeto de
implantação de qualidade em serviços de segurança pública.
21
do efetivo a ser empregado; promoção de ações sociais junto às comunidades;
instalação de comitê setorial de qualidade e de ouvidorias setoriais; conquistar
parceiros na comunidade, bem como fomentar atividades que alavanquem e
valorize a parceria PM e Comunidade.
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- LINHA DE AÇÃO 4 – Gestão da excelência – Indicadores
Tem como escopo fornecer informações sobre o desempenho da
UOPM. Preserva a ordem pública em parceria com a comunidade, na sua área de
atuação, através do policiamento ostensivo, com ênfase nas ações preventivas.
Conforme o PPCid, os indicadores nada mais são do que números que
nos indicam se as ações adotadas têm reflexo positivo ou negativo em relação
ao que queremos atingir. Funcionam como uma bússola, fornecendo dados
sobre o desempenho da organização e dos seus processos. Assim, fornecem
números que nos ajudam grandemente na tarefa de alinhar corretamente os
esforços na direção escolhida. Segue abaixo, alguns indicadores sugeridos no
referido Projeto e que podem ser utilizados pela gestão operacional das UOPM:
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Os objetivos desta Linha de Ação são:
a. Estabelecer um processo de aprendizado contínuo dos membros
da Corporação, através da metodologia Educação Continuada;
b. Proporcionar à Corporação meios para que possa conduzir
de forma adequada a transmissão do conhecimento e das
informações aos seus integrantes; e
c. Incorporar nos policiais militares a cultura do aporte de
conhecimento.
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famílias e comunidade. A sua execução se deu através de programas, projetos,
ações e mobilização social. O referido Programa foi instituído através da Lei nº
11.530, publicada em Diário Oficial da União em 25/10/2007 (ROCHA, 2018).
É importante destacar a importante influência que o PPCid traz para a
estratégia de policiamento comunitário na Bahia, principalmente na implementação
das Bases Comunitárias de Seguranças (BCS) e nas ações preventivas
desenvolvidas em todo território baiano pelas Unidades Operacionais da Polícia
Militar (UOPM), que são referenciais para a política de segurança pública do Estado.
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como órgão coordenador e direcionador das ações e operações policiais
militares realizadas pelas Unidades Operacionais de seu orgânico, diretamente
subordinadas, de maneira harmônica e objetiva, com vistas a apoiar as demais
Unidades Operacionais da Polícia Militar em todo o território baiano.
O CPE surgiu a partir da necessidade apresentada por diversos
Municípios baianos na área de Segurança Pública com o início da operação
desencadeada na BA-210, que liga os municípios de Paulo Afonso a Sento Sé,
pelo Batalhão de Polícia Rodoviária, no ano de 2000, com o auxílio de 12 (doze)
guarnições do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), que deslocaram-se até o
município de Rodelas, com o objetivo de fiscalizar o tráfego de veículos que
circulavam naquela rodovia, e que, devido as suas condições precárias, não
suportava veículos com peso bruto acima de 24 (vinte e quatro) toneladas.
No decorrer da Operação foram constatadas ocorrências de vários
assaltos nas cidades de Abaré, Chorrochó, Macururé e Rodelas, decorrentes
da migração de meliantes advindos do Estado de Pernambuco. Com a criação
da Associação dos Prefeitos do Sertão Baiano (APSB), no ano de 2001, houve
um grande empenho na busca de soluções e melhorias na área de Segurança
Pública, com o TOR (Tático Ostensivo Rodoviário), permanecendo em definitivo
naquela região, sendo posteriormente criada uma companhia nos mesmos
moldes da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência em Área
de Caatinga (CIOSAC), da PMPE, iniciando desta forma o projeto e criação da
Companhia de Polícia de Ações em Caatinga (CPAC), em 18 de abril daquele
ano, e da Companhia Independente de Ações no Cerrado (CIAC), em 23 de
dezembro de 2003.
A partir daí destacamos pontos importantes para esta expansão:
- A repercussão positiva com a implantação da CIAC na Região
Oeste da Bahia levou ao Exmº Senhor Governador do Estado,
Paulo Souto, através da Lei nº 9.002, de 29 de janeiro de 2004,
a criar mais 04 (quatro) companhias independentes nas regiões
do interior: CAEMA (Companhia de Ações Especiais da Mata
Atlântica), CAESA (Companhia de Ações Especiais do Semiárido),
CAESG (Companhia de Ações Especiais do Sudoeste e Gerais) e
CAEP (Companhia de Ações Especiais do Paraguaçu), atualmente
denominadas Companhia Independente de Policiamento
Especializado (CIPE).
- É importante registrar que estas Companhias Especializadas
surgiram a partir de uma doutrina de polícia de Choque, que tem
sua origem como um pelotão na década de 70, e posteriormente,
através da Lei nº 3.406 – Lei de Organização Básica, em 26 de
26
setembro de 1975, onde se transforma em Companhia de Polícia
de Choque. Em 1979, ganha sede própria com status de Batalhão
e se torna uma das unidades operacionais mais importantes no
crescente cenário de violência urbana (PMBA, 2012).
- No que se refere o Policiamento Tático na Bahia, as Rondas
Especiais (RONDESP) surgiram como uma Operação do Comando
de Policiamento da Capital (CPC), na qual era empregada uma
única viatura sob o Comando do Capitão Coordenador do CPC, que
tinha como missão supervisionar todos os serviços operacionais dos
finais de semana, feriados e no período noturno na capital. Em 2002,
a RONDESP foi elevada informalmente, a status de Companhia, e
em 2006 adotou a cor marrom-café, após estudos do Departamento
de Modernização e Tecnologia da PMBA, além do aporte logístico
em número de viaturas e pessoal, que passou a atuar na Capital
e Interior, em grandes eventos ou missões pontuais devidamente
planejadas. Em 2008, recebeu maior representatividade, haja vista
a intenção Institucional em transformá-la em Batalhão, denominado
Batalhão Metropolitano de Rondas Especiais.
- Todavia, o referido Batalhão não foi efetivado, surgindo através da
Lei nº 11.356, de 06 de janeiro de 2009, 04 (quatro) Companhias
Independentes de Policiamento Tático (CIPT). Em 09 de dezembro
de 2014, através da Lei Estadual nº 13.201, foram criadas mais
06 (seis) CIPT no Interior do Estado: Norte, Sul, Leste, Oeste,
Sudoeste e Chapada.
- Em 2016, foi criado o primeiro curso de Patrulhamento Tático Móvel
CPATAMO da PMBA. Atualmente as CIPT/ Rondas Especiais,
juntamente com a Companhia de PATAMO, executam o policiamento
tático móvel na Bahia, exercendo um papel de extrema importância
no apoio às demais Unidades Operacionais da PMBA (RONDESP
SUL, 2018). Dessa forma, o Comando-Geral da Corporação, atento
para nova dinâmica criminal, ante a problemática apresentada pelo
cenário atual, através da assessoria do Comando de Operações da
Polícia Militar (COPPM), criou em 09 de agosto de 2017, a Companhia
de Patrulhamento Tático Móvel (Cia de PATAMO), inserida na
estrutura do Comando de Policiamento Especializado (CPE), como
Companhia orgânica e devidamente subordinada ao Batalhão de
Polícia de Choque (BPChq), a qual atua de forma complementar
às ações já desenvolvidas pelos respectivos Comandos Regionais,
sob nova perspectiva de execução de segurança pública, através do
emprego de efetivo altamente especializado, equipado e treinado
para executar o patrulhamento tático, devidamente atrelado ao
suporte de inteligência nas áreas de apoio em todo território baiano.
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4. POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA
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» Polícia Federal;
» Polícia Rodoviária Federal;
» Polícia Civil;
» Polícia Militar;
» Corpo de Bombeiros Militares;
» Polícia Penal (EC nº 104/2019)2;
» Guardas Municipais.
2 Altera o inciso XIV do caput do art. 21, o § 4º do art. 32 e o art. 144 da Constituição Federal, para
criar as polícias penais federal, estaduais e distrital.
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- Diretriz Nacional de Polícia Comunitária e Sistema Nacional de
Polícia Comunitária
A Diretriz Nacional de Polícia Comunitária reúne estratégias e filosofias
norteadoras para a aproximação entre a polícia e a comunidade. A consolidação
destas normas é o resultado de um acordo de cooperação técnica celebrado, em
2014, entre Brasil e Japão.
Neste momento, a SENASP3, as polícias militares de São Paulo, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul, a Agência de Cooperação Internacional do Japão
e a Agência Nacional de Polícia do Japão, além de 22 Estados brasileiros,
estabeleceram uma parceria para disseminar e multiplicar os fundamentos da
polícia comunitária nipônica pelas instituições brasileiras de segurança pública,
onde a Bahia ganhou destaque a partir de 2011, com o trabalho desenvolvido
nas Bases Comunitárias de Segurança (BCS):
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Numa observância global, vimos nesta Diretriz, da tão importante quanto à
experiência inglesa, apresenta-se o modelo de polícia do Japão, que é um dos mais
antigos na aplicação do policiamento comunitário do mundo, e hoje serve como
modelo para as Bases Comunitárias de Segurança instaladas na Bahia. A estrutura
básica do sistema japonês é datada de 1879, e combina a cultura tradicional com os
ideais democráticos do Pós Segunda Guerra Mundial. Tendo um modelo de polícia
única, a Polícia Nacional do Japão está dividida em províncias, e cada província
dispõe de um comando territorial. Estes, por sua vez, são subdivididos em “Koban”
ou “Chuzaisho”, sendo a primeira localizada em áreas com maior circulação de
pessoas e a segunda caracterizada por ser, também, residência do policial e de sua
família, com predominância nas áreas rurais. O modelo japonês é reconhecido por
suas características culturais de aproximação, respeito e cidadania.
Quando tratamos da filosofia de polícia comunitária no Brasil,
vislumbramos como referências principais países como Canadá, Estados Unidos
e Japão. Todas essas experiências deram suporte para a aplicação de modelos
piloto, como no Estado de São Paulo, em 1990, as quais buscavam mudanças
institucionais, principalmente na forma de agir e pensar do profissional de
segurança pública:
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A SENASP vem estabelecendo normativas que, baseadas na filosofia
de polícia comunitária e no respeito aos direitos humanos, proporcionam a
criação de políticas de segurança pública em todo o território nacional, onde
a comunidade é parceira na transformação do tecido social, permitindo a
constituição de um sistema que se funda na cooperação e visão sistêmica.
Ressalta-se que conforme preceitua a Carta Magna, a polícia ostensiva,
de competência exclusiva das polícias militares; e a polícia judiciária, de competência
das polícias civis e da polícia federal, está no âmbito da União, enquanto que
aquelas atuam nos seus respectivos estados; todas previstas no art. 144, incisos I a
V do caput, da Constituição Federal. São instituições responsáveis pela segurança
pública em âmbito nacional, sendo que a presente Diretriz visa fortalecer as relações
das polícias entre si e primordialmente com as comunidades locais.
Ainda nesta Diretriz, destacamos pontos essenciais para conhecimento:
a. Finalidade
Definir os princípios basilares do Sistema Nacional de Polícia
Comunitária, fornecendo subsídios para o seu aperfeiçoamento em todo o
território nacional, tendo como fundamento a diretiva de que a Polícia Comunitária
é primordialmente uma filosofia e uma estratégia que inspira as instituições de
segurança pública em todas as suas vertentes, constituindo-se em um método
organizacional democrático que permite a coparticipação da sociedade para a
construção de um ambiente de paz e harmonia, no qual a atuação policial seja
voltada para o objetivo final de melhoria da qualidade de vida da população.
b. Objetivos
» São considerados os principais objetivos desta Diretriz Nacional:
» Padronizar fundamentos e conceitos de Polícia Comunitária;
» Difundir as diretivas gerais do Sistema Nacional de Polícia
Comunitária;
» Inspirar e basear a institucionalização de políticas e estratégias
organizacionais de Polícia Comunitária no âmbito das instituições
de Segurança Pública.
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4.2 NO CENÁRIO ESTADUAL
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no planejamento. O ponto primordial para o monitoramento das atividades
transversais se dá pela atuação direta do Governador da Bahia na condução
do PPV, que reúne esforços de 13 (treze) Secretarias de Estado, com o objetivo
principal de reduzir os índices de violência.
O PPV possui, dentre suas diversas linhas de ação, um novo modelo
de gestão, com a criação de diversas instâncias que se relacionam:
a. Um Comitê de Governança – tem em sua composição dirigentes
máximos dos Poderes e Instituições do Estado; responsável pela
definição das diretrizes estratégicas e pelo acompanhamento das ações;
b. Um Comitê Executivo – tem por característica o Governador do
Estado em sua presidência sendo integrado por representantes dos
Poderes e Instituições do Estado, com a finalidade de promover
a articulação entre os processos de formulação, implantação,
monitoramento e avaliação de suas ações;
c. Cinco Câmaras Setoriais – que tem por responsabilidade a definição
e a proposição de políticas setoriais que atuem na redução dos
índices de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), na sua
respectiva área de atuação, são elas: Câmara de Segurança
Pública, Câmara Setorial de Prevenção Social, Câmara Setorial
de Articulação dos Poderes, Câmara Setorial de Enfrentamento ao
Crack e a Câmara Setorial de Administração Prisional;
d. O Núcleo de Gestão - tem por finalidade o monitoramento e
avaliação dos resultados do programa.
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Na Segurança Pública, o modelo participativo foi incorporado aos
ciclos de planejamento estratégico, espelhando demandas históricas das
instituições policiais e da sociedade, bem como o legado decorrente das lições
aprendidas com o Plano Estadual de Segurança Pública (PLANESP) 2012-2015,
materializado através de uma série de projetos executados em conformidade
com aquela estratégia definida. (BAHIA, 2016).
5. DOUTRINAÇÃO
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Já o Decreto-lei nº 88.777, de 30 de setembro de 1983, que aprova
o regulamento para as polícias militares e corpos de bombeiros militares (R-
200) no seu artigo 2º, inciso 27, define o Policiamento Ostensivo como – Ação
Policial, exclusiva das Polícias Militares em cujo emprego o homem ou a fração
de tropa engajados sejam identificados de relance, quer pela farda, quer pelo
equipamento, ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública.
Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 144, § 5º, a ampliação
de sua atuação, a Polícia Militar passa a realizar, a preservação da ordem pública
e a polícia ostensiva:
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A Constituição do Estado da Bahia (CE/BA 1989), no seu art. 148
descreve: A Polícia Militar, força pública estadual, instituição permanente,
organizada com base na hierarquia e disciplina militares, compete, entre outras,
as seguintes atividades: “I – Polícia ostensiva de segurança, de trânsito urbano e
rodoviário, de florestas e mananciais e a relacionada com a prevenção criminal,
preservação, restauração da ordem pública.”.
Neste alinhamento, é importante que se compreenda a legítima missão
das Polícias Militares, como chama a atenção (SENEM e TEZA, 2015), para o
adequado entendimento dos termos “Polícia Ostensiva” e ainda “Preservação
da ordem pública”, que são de relevância fundamental, visto que vai importar
efeitos para miolo a ordem e segurança pública, sobretudo pela razão de serem
as missões primordiais destinadas constitucionalmente às Polícias Militares. Os
autores ainda afirmam que é preciso que a Polícia Militar primeiramente entenda
efetivamente o significado da missão a ela constitucionalmente delegada para
que então possa desempenhar suas atividades com a eficácia desejada.
Poder de Polícia é uma faculdade discricionária, a partir de visões
da coletividade. É constituído de ordem de polícia, consentimento de polícia,
fiscalização de polícia e sanção da polícia.
Positivação no Direito Pátrio - o artigo 145, II, da Constituição Federal
de 1988 e o artigo 78 do Código Tributário Nacional, sendo que este último
intenta trazer uma definição legal do que seria o poder de polícia:
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na valoração realizada pelo órgão público, acerca da conveniência e
da oportunidade, tão somente. Estando o ato em si, listado em rol
pelo próprio texto legal que, porventura estabeleça essa liberalidade.
Restando à Administração decidir qual o melhor momento, qual o meio
mais adequado e qual a sanção adequada em meio daquelas previstas
na norma legal. A discricionariedade é componente da maioria dos
atos de polícia;
b. Vinculação: ocorre quando a prática de polícia ostensiva estiver
previamente estabelecida em lei. Neste caso, a administração terá
sua atuação mitigada, segundo o que destina os ditames previstos
em norma restritiva;
c. Autoexecutoriedade: prerrogativa da administração pública de
praticar atos e colocá-los em pronta execução, sem, contudo, ter que
necessitar da homologação judicial e/ou da anuência de outro poder
qualquer. Sobreleva-se que, diversamente da discricionariedade,
a autoexecutoriedade não está presente em todas as ações de
polícia ostensiva; é necessário que haja mandamento legal anterior
definindo e autorizando de maneira expressa a prática, bem como
os limites de atuação, cabendo ao policial militar à obrigação de
atentar para os pressupostos legais e procedimentais, a fim de que
seja garantido o direito de defesa do envolvido na situação. Base
angular desta particularidade é o irrestrito respeito às normas legais
vigentes. Não há que se confundir jamais autoexecutoriedade com
arbitrariedade e abuso de poder, mas sim a defesa e resguardo do
interesse público;
d. Coercibilidade: comumente, as ações de polícia ostensiva são
revestidas de força coativa controlada. Nosso ordenamento jurídico
admite, inclusive, o uso da força controlada e de outros meios diretos
de coação, a fim superar eventuais recalcitrâncias que possam
obstaculizar a efetivação das atividades de polícia ostensiva.
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- As fases do Poder de Polícia
A atuação do Estado no exercício do Poder de Polícia desenvolve-se
em quatro fases, que alguns autores chamam de ciclo de polícia. As fases do
ciclo de polícia são a ordem de polícia, o consentimento de polícia, a fiscalização
de polícia e a sanção de polícia.
» Ordem de Polícia
Tem seu nascedouro na lei, pois se trata de uma reserva legal (art. 5º, II), e pode
ser enriquecido discricionariamente, consoante as circunstâncias, pela Administração.
Exemplo: Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003).
É o preceito que dá validade à limitação prevista em norma, para
que não se pratique ato que afrontará o interesse público ou para que não
se desincumba de fazer algo que evitará tal lesão. Portanto, admitimos duas
modalidades de Ordem de Polícia:
a. Aquela que desautoriza de forma absoluta exercício de atividades
individuais ou de uso da propriedade privada (preceito negativo
absoluto); como, por exemplo, a vedação de autorização do porte
de arma de fogo de uso restrito das Forças Armadas;
b. Em que a proibição é explicita inicialmente, mas se tornará possível,
depois de realizada a devida avaliação, quando então a Administração
Pública consentirá o exercício de determinada atividade ou o uso de certa
propriedade privada (preceito negativo com reserva de consentimento).
Como é o caso da licença para construir (só se admite a construção se
ficar demonstrado que o projeto atende às regras da legislação específica).
» Consentimento de Polícia
Quando couber, será a anuência, vinculada ou discricionária, do
Estado para com a atividade submetida ao preceito vedativo relativo, sempre
que satisfeito os condicionamentos exigidos. Exemplo: vistoria preventiva de
praças esportivas para a realização de um campeonato de futebol.
» Fiscalização de Polícia
Uma forma ordinária e inafastável de atuação administrativa, através
da qual se verifica o cumprimento da ordem de polícia ou a regularidade da
atividade já consentida por uma licença ou um mandamento legal. A fiscalização
pode ser ex-officio ou provocada. No caso específico da atuação da polícia de
preservação da ordem pública, denomina-se como policiamento.
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» Sanção de Polícia
É a atuação administrativa autoexecutória que se destina à repressão
da infração. No caso da infração à ordem pública, a atividade administrativa,
autoexecutória, no exercício do poder de polícia, se esgota no constrangimento
pessoal, direto e imediato, na justa medida para restabelecê-la. Como, por exemplo,
demolição de edificações, apreensão de mercadoria, guinchamento de veículo.
ORDEM DE
POLÍCIA
SANÇÃO DE
POLÍCIA CONSENTIMENTO
POLÍCIA OSTENSIVA DE POLÍCIA
FISCALIZAÇÃO
DE POLÍCIA
40
O autor ainda ressalta que o “policiamento” ostensivo corresponde
à atividade de fiscalização, ou seja, uma das fases do poder de polícia; por
esse motivo, a expressão utilizada, polícia ostensiva, expande a atuação das
polícias militares à integralidade das fases do exercício do poder de polícia.
Quanto à Preservação da Ordem Pública, Lazzarini (2003) afirmou
que a polícia tem por fim preservar a ordem, compreendendo a tranquilidade
pública, a segurança pública, a salubridade pública, por fim, a dignidade humana.
MANUTENÇÃO
DA
DA ORDEM
ORDEM
PÚBLICA
PRESERVAÇÃO
PRESERVA
V ÇÃO
VA
DA
DA ORDEM
ORDEM
PÚBLICA
RESTAURAÇÃO
RESTA
T URAÇÃO
TA
DA
D A ORDEM
ORDEM
PÚBLICA
41
particulares, a saúde e o bem-estar das populações, e a vida dos cidadãos,
preservando a situação de garantia e normalidade que o Estado assegura, ou
deva assegurar, a todos os membros da sociedade.
Para Lazzarini (2009), tranquilidade pública seria um nível em que a
sociedade convivesse de forma pacífica e harmoniosa, gerando dessa forma um
bem estar geral.
Moreira Neto (2005) afirma que salubridade pública consiste a
sociedade viver em condições de sanidade e higiene, mantendo as condições
de vidas adequadas aos habitantes.
Preleciona ainda o professor Álvaro Lazzarini que segurança pública
é o estágio em que a comunidade se encontra num clima de convivência
harmoniosa e pacífica, representando assim uma situação de bem estar social.
É um estado antidelitual, que resulta da observância dos preceitos tutelados
pelos códigos penais comuns e pela lei das contravenções com ações de polícia
preventiva e repressivas imediatas (LAZZARINI, 1994).
No que se refere à dignidade da pessoa humana, VAZ (2011) afirma
que é um princípio fundamental que norteia as relações entre os seres humanos
oriunda de razões éticas e jurídicas contra crueldades e atrocidades praticadas
pelos próprios seres humanos. Para NUCCI (2016), é essencial resguardar ao
indivíduo o mínimo material para um a vida decente, lhe garantindo ainda a
autoestima.
Manutenção é o ato ou efeito de manter; conservar, sustentar.
Preservação é o ato ou efeito de preservar, livrar de algum mal, manter
livre de corrupção, perigo ou dano, livrar, defender, resguardar.
Missão residual competência que decorre de um fato que
potencialmente afete a ordem pública e não constitui competência de nenhum
dos outros órgãos do sistema de segurança pública, ou seja, um fato que rompa
com o estado de normalidade e não esteja englobado como atribuição dos
demais órgãos do artigo 144 da CF/88 (VIEIRA, 2014).
A exegese do artigo 144 da Carta Magna, na combinação do caput
com seu §5º, deixa claro que na preservação da ordem pública, a competência
residual de exercício de toda atividade policial de segurança pública, não
atribuída aos demais órgãos, cabe à polícia militar (LAZZARINI, 1999).
Missão subsidiária decorre da existência de um fato potencialmente
ofensivo à ordem pública e há órgão competente para atuar, porém aquele órgão
se encontra inoperante ou incapaz de cumprir sua atribuição.
42
Figura 3: A preservação da ordem pública nas missões da Polícia Ostensiva
SEGURANÇA
PÚBLICA
TRANQUILIDADE SALUBRIDADE
PÚBLICA PÚBLICA
PRESERVAÇÃO
DA ORDEM
PÚBLICA
MISSÃO MISSÃO
SUBSIDIÁRIA RESIDUAL
DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA
43
5.1 MARCO CONCEITUAL
44
Devido ao ambiente complexo e de mudanças constantes, a doutrina
deve ser flexível e capaz de adaptação fácil e rápida para qualquer cenário com
vistas a obter resultados significativos. Para tanto, os Comandantes de todos os
níveis devem possuir alto grau de conhecimento da doutrina e de liderança para
potencializar em seus subordinados a sinergia necessária ao desenvolvimento
adequado do processo de capacitação e utilização da doutrina.
45
de proteção e socorro ou com atuação de apoio aos órgãos da administração
pública no exercício do poder de polícia no que couber e ainda na atuação
repressiva a cometimentos de delitos e restauração da ordem pública.
A PMBA está presente em todos os 417 (quatrocentos e dezessete)
municípios do Estado e na maioria dos distritos, bem como cultua o privilégio e a
condição de servidora mais acessível e visível ao público, e, portanto, com maior
capilaridade de interação social.
A atuação da PMBA como polícia de proximidade e resolutividade,
exige que esta seja uma organização vital para a resolução de conflitos com
atuação sobre causas e efeitos, sendo um desaguadouro natural da ansiedade
e tensões da comunidade.
A presença ostensiva, correta e vigilante do policial militar nos locais
de risco, a qualquer hora, inibe a ação do delinquente, dando ênfase à ação
preventiva. A ação de presença da PMBA reduz os riscos e estabelece um clima
de confiança no seio da comunidade.
O verdadeiro ambiente de segurança é alcançado quando ocorre a
combinação do aspecto objetivo, que é a ausência real de riscos e perigos,
desiderato dos órgãos de defesa social, com o aspecto subjetivo, definido como
crença nessa ausência de riscos (percepção de segurança), a ser cultivada e
reforçada junto à comunidade. A segurança objetiva, a segurança subjetiva e a
prestação de serviços de segurança pública ao cidadão, devem ser mobilizadas
de forma harmônica com ênfase na qualidade da oferta de serviços para evitar
riscos e aumentar a satisfação do cidadão, tornando menos subjetiva a atuação
da PMBA e sua produtividade operacional.
Muitas dificuldades encontradas no processo de planejamento,
coordenação, execução e controle da missão da Polícia Militar podem ser
enfrentados e vencidos com uma boa dose de criatividade e dedicação dos
policiais militares envolvidos. A única maneira de desenvolver a criatividade é
através do treinamento constante do raciocínio. Criatividade não é improvisação.
Pelo contrário, o policial militar criativo, treinado a pensar, é capaz de elaborar
planejamento mental rápido e instantâneo para agir com acerto.
A missão institucional da Polícia Militar da Bahia é também
responsabilidade individual de cada integrante da Corporação. Todo policial
militar precisa ter compromisso com os resultados. Significa que a missão só
estará cumprida se os resultados propostos forem alcançados.
A pesquisa de satisfação é uma técnica em que visa identificar as
necessidades e desejos da Corporação e do Consumidor (cidadão/comunidade),
com intuito de detectar procedimentos que visem suprir necessidades e satisfazer
46
expectativas, de todas as partes envolvidas no processo de oferta de serviços. Desta
forma, a atuação da PMBA deverá atender necessidades e satisfazer expectativas
dos cidadãos baianos e turistas que procuram os serviços da Corporação. Estes
serviços devem pautar por alto grau de excelência e controle de qualidade.
47
O conceito de segurança humana é originário da década de 90 e surge
com a pretensão de analisar os efeitos dos novos conflitos produzidos principalmente
no fim da Guerra Fria. De acordo com Fierke (2015, p. 156-157), o debate sobre
segurança humana destacou-se no momento em que foi entendido que os direitos
das pessoas eram mais importantes que os Estados. Nesse contexto do fim da
Guerra Fria, a maioria das fatalidades da guerra era de civis, do qual mais de trinta
milhões de pessoas perderam suas casas, milhares de crianças foram recrutadas
como soldados, e estupros se tornaram comuns nesse período. O que significa
que os problemas de segurança internacional não são apenas de conflitos entre os
Estados, de cunho puramente militar, mas também são problemas sociais, políticos
e econômicos, portando de responsabilidade de todos.
A segurança humana pode ser entendida a partir da junção de três
diferentes conceitos. O primeiro conceito surge a partir da ideia dos direitos
naturais, isto é, dos direitos individuais básicos, dos quais os Estados têm por
obrigação protegê-los e garanti-los. O segundo conceito é humanitário, que está
ligado aos esforços internacionais para garantir a ordem internacional em situações
como genocídio, crimes de guerra ou abolição de armas, que são considerados
ameaças aos direitos dos civis. O terceiro conceito, aborda sobre as ameaças
reais e potenciais na saúde e sobrevivência dos indivíduos. O que aponta que
abordagens como economia global, saúde ambiental, a atmosfera e os oceanos
podem impactar na segurança dos indivíduos (HAMPSON, 2008, p. 230- 231).
Defesa social é o conjunto de medidas e ações do estado, com
ênfase na prevenção e reação ao crime, à criminalidade e à violência, com o
fito de defender a vida, o patrimônio das pessoas e os interesses coletivos que
convivem em um território de forma harmônica e pacífica. Para Meireles (2011):
48
Nesta mesma perspectiva, a criação do Sistema Único de Segurança
Pública (SUSP) é um marco divisório na história do país. Implantado pela Lei
nº 13.675/2018, sancionada em 11 de junho de 2018, integrando os órgãos de
segurança pública, como as polícias civis, militares, federal, as secretarias de
segurança, as guardas municipais e polícia penal serão integradas para atuar
de forma cooperativa, sistêmica e harmônica, bem como compartilhando dados,
operações e colaborações nas estruturas federal, estadual e municipal.
- Regularidade
Exigem que os serviços prestados sigam padrões de qualidade
predefinidos de acordo com as exigências dos usuários, de acordo as condições
exigidas pela própria natureza do serviço e condições de sua prestação. A
qualidade deste serviço depende da capacidade de cumprir a missão, com
observância das exigências dos usuários e cumprimento dos protocolos e
Procedimentos Operacional Padrão (POP) de forma correta.
- Continuidade
Impõe ao serviço público o caráter de ser contínuo e sucessivo. Desta
forma, os serviços de polícia ostensiva devem ser internalizados aos usuários
como contínuos e acessíveis, devendo estar disponíveis em Carta de Serviços,
dispostas em um portal de serviços onde o cidadão solicite estes serviços de
forma ininterrupta a qualquer hora.
- Eficiência
Exige que o responsável pela prestação do serviço se comprometa com
o bom resultado prático da prestação que pretende oferecer aos usuários. Portanto,
é vital que os serviços definidos tenham seus processos vigiados e melhorados,
sejam transformados em Procedimentos Operacionais Padrão e sinalizadas quais
as metas e resultados a serem alcançados, possibilitando melhoramento e avaliação
constantes, além de capacitação continuada, com a busca de melhoria destes
processos e procedimentos e, por conseguinte a obtenção de melhores resultados.
- Eficácia
As atividades desenvolvidas pela PMBA devem necessariamente estar
associadas à noção do ótimo, de metas e tempo para sua concretização; devem
perseguir, por outro lado, a relação entre objetivos desejados e resultados obtidos.
49
- Efetividade
Hodiernamente, a doutrina incorporou um conceito mais complexo do
que a eficiência e a eficácia. Trata-se da efetividade, a qual examina em que
dimensão os resultados de uma ação trazem benefícios à sociedade, alterando
seu estado de coisas para melhor. De certo, resta-nos a inferência de que o
conceito de efetividade é mais abrangente que o da eficácia, ao passo que esta
nos mostra se o objetivo foi alcançado, aquela outra nos revela se tal objetivo
trouxe efetivamente melhorias à população pretendida.
- Segurança
O serviço deve ser ofertado aos usuários com máxima segurança.
Não deve ocorrer nenhum erro, omissão ou conduta inadequada, antiética ou
ilegal. As falhas devem ser imediatamente corrigidas e as anomalias registradas
e eliminadas, através de Grupos de Estudos, Análise de Estudos de Casos e/ou
Ação Correcional.
50
7. PLANEJAMENTO OPERACIONAL
51
52
CAPÍTULO II -
CONCEITOS E DIRETRIZES BÁSICAS
- Segurança Nacional
É a sensação de garantia necessária e indispensável a uma sociedade
e a cada um de seus integrantes, contra ameaças de qualquer natureza (BRASIL,
2014)5.
No Brasil, a Lei de Segurança Nacional (LSN) tem como principal
objetivo a garantia da segurança nacional do Estado contra a subversão da lei
e da ordem. Atualmente, a Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983, é a que
trata da Segurança Nacional, e traz em seu corpo a definição dos crimes contra
a segurança nacional, a ordem política e social, somados ao fato de estabelecer
o rito processual e o julgamento dos eventuais infratores.
- Defesa Nacional
É um ato, ou conjunto de medidas, atitudes e ações, que se
contrapõem a determinado tipo de ameaça, e que se caracteriza e dimensiona
para proporcionar a sensação adequada de segurança.6 (BRASIL, 2014).
- Paz Social
A Paz Social reflete um valor de vida, não imposto, mas decorrente
do consenso, em busca de uma sociedade caracterizada pela conciliação e
harmonia entre pessoas e grupos, principalmente entre o capital e o trabalho,
5 Doutrina Manual Terrestre, Exército Brasileiro, 1ª Edição. 2014.
6 Ibidem.
53
e por um sentido de justiça social que garanta a satisfação das necessidades
mínimas de cada cidadão, valorizando as potencialidades da vida em comum,
beneficiando a cada um, bem com o a totalidade da sociedade7 (BRASIL, 2014).
- Segurança Pública
Estado antidelitual, de valor comunitário, que resulta da observância
dos preceitos contidos na legislação penal, podendo resultar das ações policiais
preventivas ou repressivas ou ainda da simples ausência, mesmo que temporária,
dos delitos. A segurança pública é aspecto da ordem pública e tem nesta, seu
objeto (LAZZARINI, 1999).
- Defesa Pública
É o conjunto de atitudes, medidas e ações adotadas para garantir o
cumprimento das leis de modo a evitar, impedir ou eliminar a prática de atos que
perturbem a ordem pública. Visa também superar antagonismos ou pressões,
sem conotações ideológicas, que se manifestam ou produzem efeitos no âmbito
interno do país8 (BRASIL, 2014).
- Ordem Pública
Está descrito no Decreto nº 88.771/19839, como sendo o conjunto
de regras formais, que emanam do ordenamento jurídico da Nação, tendo por
escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do interesse público,
estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo
poder de polícia, e constituindo uma situação ou condição que conduza ao bem
comum (BRASIL, 1983).
Para Marcineiro (2009), ordem pública não é algo que se impõe. É
algo construído por toda a sociedade, em que os agentes públicos de segurança
participam do processo, valendo-se para isso de conhecimento técnico-
profissional e das informações do ambiente onde se encontram inserido.
Lazzarini (2003) destaca que a ordem pública se caracteriza pela
ausência de desordem e compreende os aspectos da tranquilidade pública,
salubridade pública e segurança pública. Logo, é a situação de tranquilidade e
normalidade que o Estado deve assegurar às instituições e a todos os membros
da sociedade, consoante às normas jurídicas legalmente estabelecidas. A ordem
7 Ibidem.
8 Doutrina Manual Terrestre, Exército Brasileiro, 1ª Edição. 2014.
9 BRASIL (1983) R- 200 - Regulamento para as Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares
(R-200).
54
pública existe quando estão garantidos os direitos individuais, a estabilidade
das instituições, o regular funcionamento dos serviços públicos e a moralidade
pública, afastando-se os prejuízos à vida em sociedade, isto é, atos de violência,
de que espécie forem, contra as pessoas, bens ou o próprio Estado.
- Perturbação da Ordem
Abrange todos os tipos de ação, inclusive as decorrentes de
calamidade pública que, por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam
vir a comprometer, na esfera estadual, o exercício dos poderes constituídos, o
cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública, ameaçando a população
e propriedades públicas e privadas.
- Policiamento Ostensivo
É exclusivo das Polícias Militares em cujo emprego o homem ou o
grupamento engajados são identificados de relance, quer pela farda quer pelo
equipamento, ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública10.
É a atividade dinâmica de execução da polícia ostensiva, que obedece
a características, princípios e variáveis próprias, objetivando satisfazer as
necessidades básicas das comunidades e do cidadão; permitindo, assim,
dada a maior proximidade, pavimentar a via de integração da Polícia Militar e
Comunidade, elo essencial para realização efetiva da política de segurança
pública contemporânea.
MOREIRA NETO (2009) afirma que a terceira fase da polícia ostensiva é
a fiscalização propriamente dita, e que esta possui dupla finalidade: num primeiro
momento, realiza a prevenção das infrações pela verificação da adequação
do cumprimento das ordens e se não ocorrem abusos do consentimento nas
utilizações de bens e nas atividades privadas; e, num segundo momento, prepara
a repressão das infrações pela constatação formal dos atos infratores.
Nesse entendimento, TEZA (2011) define que “policiamento” é somente
o ato de fiscalizar com a presença. Ou seja, refere-se apenas a uma das fases do
poder de polícia administrativa, enquanto a expressão “polícia ostensiva” é o todo,
abarcando todos os atos necessários para a prevenção do crime e desordens. É
importante observar que a fiscalização é correspondente ao termo “policiamento”.
Não se deve confundir o termo “polícia ostensiva” com “policiamento ostensivo”.
Em linhas gerais, o “policiamento ostensivo” se dá pela fiscalização de
atividades e comportamentos sociais, bem como da regulação da ordem pública,
fundamentado na resposta a todo tipo de delito, tendo a presença policial ostensiva
como sua principal ferramenta ao desestimulo da prática de crimes diversos.
10 BRASIL (1983) R- 200 - Regulamento para as Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares
(R-200).
55
- Planejamento Operacional / Plano Operacional
O Planejamento Operacional está relacionado ao cumprimento
de metas e objetivos estabelecidos, em que os policiais militares estarão
responsáveis pela sua execução.
Logo, o Planejamento Operacional é focado no curto prazo e cobre
cada uma das tarefas ou operações individualmente. O seu foco de ação é “o
que fazer” e “como fazer” as atividades rotineiras da organização. Refere-se às
tarefas e atividades realizadas no nível operacional, por isso está voltado para
a obtenção de resultados satisfatórios (eficiência), conforme descrito no Manual
de Planejamento Operacional em Polícia Militar.
No que se refere ao Plano Operacional, consideramos o instrumento
físico do planejamento operacional. Para Chiavenato (2014), os planos
operacionais cuidam da administração da rotina para assegurar que todos
executem as tarefas e as operações de acordo com os procedimentos
estabelecidos pela organização, a fim de que possa alcançar os seus objetivos.
- Ponto Crítico
Considerar-se-á como ponto crítico, local de maior concentração de
índice criminalidade na avaliação do levantamento estratégico (zonas quentes).
- Pontos Sensíveis
Considera-se como ponto sensível, todo local que apresente por suas
características aspectos de vulnerabilidade quanto à segurança; e que possibilite
ou exerça atração ao cometimento de ações delituosas (bancos, caixas eletrônicos
24h, shopping centers, centros comerciais, casas lotéricas e outros).
- Pontos Notáveis
Considera-se como ponto notável, todo aquele que tenha uma importância
social junto à comunidade, quer seja pela sua especialidade, pela singularidade,
utilidade ou até atração em face de suas características físicas e naturais.
- Itinerário de policiamento
É o trajeto que interliga pontos-base no posto, percorrido
obrigatoriamente pelo grupamento, motorizado ou não.
- Local de Risco
É todo local que, por suas características, apresente probabilidade de
ocorrência policial militar.
56
- Região Policial Militar
É o espaço geográfico atribuído à responsabilidade de um Comando
de Policiamento Regional (CPR). Este espaço é revelado pela manifestação do
corpo social, por meio de uma multiplicidade de interações sociais, políticas e
econômicas que as pessoas estabelecem entre si e delas para com o espaço.
- Subsetor
É o espaço geográfico, fração de setor, atribuído à responsabilidade de
um Destacamento de Polícia Militar (DPM) ou a uma Patrulha de Polícia Militar.
57
Para cada processo, modalidade e condição de carga de trabalho,
o posto é elaborado a um módulo, e, havendo necessidade, poderão sobrevir
tantos quantos forem necessários.
- Ponto de Estacionamento
É o local onde a patrulha deve permanecer estacionada desde que não
esteja atendendo ocorrência policial ou em patrulhamento, sendo eles:
- Ponto Base - PB
É o espaço geográfico que, por ser local de risco, exige a presença da
fração PM, de maneira contínua ou temporariamente.
- Roteiro de deslocamento
É o caminho a ser seguido, obrigatoriamente, pela patrulha em seu
deslocamento Unidade-Posto-Unidade, sendo previamente estabelecido.
58
- Ação Policial Militar
É o desempenho da guarnição e/ou patrulha ao realizar missão
rotineira, dependente apenas do preparo policial militar recebido para o
exercício da atividade. As características da ação policial militar são a rotina
e a independência de planejamento específico elaborado, sendo exemplos o
radiopatrulhamento preventivo, o atendimento de ocorrências, abordagens e
similares.
- Teatro de Operações
Área onde é desenvolvida a ação/operação policial militar e onde
atuam os elementos operacionais.
59
o planejamento e execução de política de Segurança Pública e das ações para
prever, prevenir, neutralizar e reprimir atos criminosos de qualquer natureza que
atentem à ordem pública, à incolumidade das pessoas e do patrimônio11 (SÃO
PAULO, 2006).
a. A
s análises e trabalhos de planejamento que se desenvolverem
sobre subsistemas administrativos ou operacionais da Polícia
Militar devem levar em conta os objetivos globais da organização,
já que somente a consideração do todo, na análise de suas partes,
pode conduzir à maior eficiência operacional, com o máximo
aproveitamento da estrutura, levando ao aumento da eficácia;
b.
Proximidade da Administração ao Usuário: o gestor policial militar
(Comandante) deve estar próximo e participar ativamente da comunidade
a que serve, dialogando com as lideranças locais, promovendo
consultas e pesquisas de opinião, conhecendo as demais autoridades e
as necessidades específicas de sua área de atribuição, inclusive com a
utilização de plataformas e aplicativos digitais institucionais;
c.
Prioridade dos serviços de policiamento ostensivo com
multiatendimentos primários e secundários: o policial militar deve estar
qualificado para atender serviços prioritários, com a observância de
que um dos princípios básicos da polícia ostensiva é a universalidade.
O policial militar deve estar em condições de tomar providências, ainda
que preliminares, em qualquer ocorrência que deva atender;
d. Organização sistêmica da polícia ostensiva: o policiamento ostensivo deve
ser organizado de maneira sistêmica e integrada, de modo que todos os
tipos, processos, modalidades e programas de policiamento ostensivo
estejam interligados por sistema operacional informatizado e dispostos no
terreno de forma a assegurar o apoio efetivo (permanente) e eficaz (que
apresente o resultado desejado) a cada integrante do sistema;
e. Acessibilidade: o público deve ter facilidade de acesso ao sistema
policial. Essa facilidade é representada, no Sistema Gestão de
Polícia Ostensiva, pelo contato telefônico e pelo conhecimento
público dos locais onde a polícia pode ser encontrada;
11 SÃO PAULO. Polícia Militar do Estado de são Paulo. Normas para o Sistema Operacional de
Policiamento. 2006.
60
f. Responsividade: é o comportamento de resposta de um
sistema policial que tem grande importância sobre sua eficácia.
O comportamento responsivo deve solucionar, tomar a
responsabilidade para si, recepcionar questões e dúvidas no intuito
de respondê-las com plena efetividade.
61
Existimos para articular e fomentar a excelência na prestação
de serviços na dimensão operacional da PMBA e deveremos atuar como:
Organização catalizadora de boas práticas de gestão operacional, difusora da
doutrina operacional e articuladora da estratégia operacional de policiamento,
que será alicerçado na:
Alinhados
Conservadores Criteriosos Intransigentes
Criativos com Focados na com os
com nossas com os com a
as ações missão avanços
tradições recursos ilegalidade
tecnológicos
SOCIEDADE E CIDADÃO
Ampliar as ações
Melhorar a
Aumentar a Fortalecer a de responsabilidade Reduzir locais de
qualidade de vida
confiança imagem social e dos Direitos risco
da população
Humanos
13 Ibidem.
14 Ibidem.
62
CAPÍTULO III -
PRINCÍPIOS, VARIÁVEIS, REQUISITOS BÁSICOS,
FORMAS DE EMPENHO DE POLÍCIA OSTENSIVA
- Antecipação
A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito predominantemente
preventivo do Policiamento Ostensivo, a iniciativa de providências estratégicas,
táticas, técnicas e operacionais, destina-se a minimizar a surpresa, caracterizar
um clima de segurança na comunidade e fazer face ao fenômeno da evolução
da criminalidade com maior presteza.
Muito do sucesso e efetividade na aplicabilidade deste princípio
depende da utilização dedicada da informação e conhecimentos administrativos
e criminológicos, uma vez que esses conhecimentos consubstanciarão
consideravelmente a concepção do planejamento institucional.
- Aplicação
Policiamento Ostensivo, por ser uma atividade facilmente identificada
pelo uniforme e aprestos, exige atenção e atuação ativas de seus executores,
de forma a proporcionar o desestímulo ao cometimento de atos antissociais, pela
atuação preventiva e reativa.
- Continuidade
Policiamento Ostensivo é atividade imprescindível, de caráter
absolutamente operacional e será exercido diuturnamente. A satisfação das
necessidades de segurança da comunidade compreende um nível tal de
exigências que deve encontrar resposta na estrutura organizacional, nas rotinas
de serviço e na mentalidade do policial militar.
63
- Emprego Lógico
A disposição de meios, para a execução do Policiamento Ostensivo,
deve ser o resultado de julgamento criterioso das necessidades, escalonadas em
prioridades de atendimento, da dosagem do efetivo e do material, compreendendo
o uso racional do que estiver disponível, bem como de um conceito de operação
bem claro e definido, consolidado em esquemas exequíveis.
- Isenção
No desempenho de sua atividade profissional, o policial militar
exercitará e garantirá todas as condições necessárias ao alcance da cidadania
plena. A ele cabe observar a igualdade do cidadão quanto ao gozo de seus
direitos e garantias, bem como do cumprimento de seus deveres perante a lei,
agindo com imparcialidade e impessoalidade.
Deve o PM possuir capacidade de manter-se neutro, de não se envolver
emocionalmente com as partes, de não se deixar “contagiar”, para assim poder
perceber as coisas de modo mais preciso, menos deturpado.
- Objetivo
O Policiamento Ostensivo visa à tranquilidade pública pelo
desencadeamento de ações e operações, isoladas ou integradas, com propósitos
particulares definidos.
É também objetivo do policiamento ostensivo garantir e/ou restabelecer
a ordem pública. O estado desvelado e sucessivo de ações e operações, com
seus aspectos e pormenores bem decididos, de maneira integrada ou não,
perfazem via obrigatória para a consecução irrefutável deste desígnio.
- Profundidade
A cobertura de locais de risco não ocupados e/ou o reforço a pessoal
empenhado devem ser efetivados ordenadamente, seja pelo judicioso emprego
da reserva, seja pelo remanejamento dos recursos imediatos, ou mesmo, se
necessário, pelo progressivo e crescente apoio, que assegure o pleno exercício
da atividade. A supervisão (fiscalização e controle) e a coordenação, realizadas
por Oficiais e Graduados, também integram este princípio, à medida que corrigem
distorções e elevam o moral do executante.
- Responsabilidade Territorial
Medida estratégica de subdivisão territorial em porções geográficas
menores; policiada, cuidada e protegida, segundo distribuição espacial
64
dos recursos policiais militares disponibilizados. Vislumbrando com isso,
emprego judicioso e técnico na atividade de linha da corporação. Deste modo,
descentralizando a responsabilidade operativa, segundo o escalonamento
vertical das composições dos encargos profissionais.
Fica evidenciado que o gestor de polícia possui liberdade para empregar
seu conjunto de recursos a fim de efetivar os tipos de planejamento institucionais
anteriormente concebidos. E, por lógico, atentando para as diretrizes oriundas
dos escalões superiores, no atendimento das necessidades de segurança
apresentadas por aquela comunidade.
Impõe-se, por outro lado, aos gestores o conceito de responsabilidade
territorial, na medida em que os vincula às ações desenvolvidas e aos resultados
obtidos na atividade de segurança pública em determinado espaço geográfico
de atribuições. Culminando, por certo, no curso das resoluções das pendências
vivenciadas, numa maior proximidade com o cidadão e com a comunidade.
- Universalidade
Policiamento ostensivo se desenvolve para a preservação da ordem
pública, tomada no seu sentido amplo.
A natural e, às vezes imposta, tendência à especialização, não
constitui óbice à preparação do policial militar capaz de dar tratamento adequado
aos diversos tipos de ocorrências. Aos PMs especialmente preparados para
determinado tipo de policiamento, caberá, a adoção de medidas, ainda que
preliminares, em qualquer ocorrência policial militar.
O desempenho de tarefas policiais militares específicas não desobriga
o PM do atendimento a outras ocorrências que presencie ou para as quais seja
chamado ou determinado.
- Unidade de Comando
Quando a atividade policial militar se desenvolve com o emprego de
diferentes frações, elementares ou constituídas, os escalonamentos, do primeiro ao
último, são ordenados e organizados, a partir de único Comandante, possibilitando
a unidade de esforço, pela aplicação coordenada de todos os meios.
- Superioridade
O pessoal a ser empregado seja na prevenção e/ou no atendimento
de uma ocorrência deverá ser sempre superior aos infratores, seja pelo número
de policiais militares, pelo uso da técnica e da tática, pelo armamento, pelo
posicionamento ou qualquer situação que privilegie a fração PM.
65
- Interoperabilidade
Habilidade que a Polícia Militar Estadual possui para operar em
conjunto com efetivos de outras Forças de Segurança, Órgão do Sistema de
Defesa Social e/ou das Forças Armadas, de maneira harmônica, integrada,
coordenada e complementar; quer seja em operações conjuntas, em atividades
interestaduais, perfazendo um ambiente inter-agências, para o fiel cumprimento
das missões estabelecidas.
a. Ação Pública
Objetiva alcançar o interesse geral da comunidade, resguardando o bem
comum em sua maior amplitude. Não se confunde com zeladoria, atividade de
vigilância particular de bens ou áreas privadas e públicas, nem com a segurança
pessoal de indivíduos sob ameaça. A atuação eventual nessas situações ocorre
por conta das excepcionalidades e não como regra de observância imperativa.
b. Dinâmica
O desempenho do sistema de policiamento ostensivo far-se-á, com
prioridade, no cumprimento e no aperfeiçoamento dos planos de rotina, com o
fim de manter continuado e íntimo engajamento da fração com sua circunscrição,
para obter o conhecimento detalhado do terreno e dos hábitos da população, a fim
de melhor servi-la. O esforço é feito para a manutenção dos efetivos e dos meios
na execução daqueles planos que conterão o rol de prioridades pela presença
continuada, objetivando criar e manter população a sensação de segurança que
resulta na tranquilidade pública, objetivo final da Preservação da Ordem Pública.
As Operações Policiais Militares, destinadas a suprir exigências não
atendidas pelo policiamento ostensivo em determinados locais, poderão ser
executadas esporadicamente, em caráter supletivo, através da saturação/
concentração maciça de pessoal e material, para fazer frente a inquietante
situação temporária, sem prejuízo para a Ordem de Polícia Ostensiva.
- Identificação
Policiamento Ostensivo é a atividade de preservação da ordem pública
em cujo emprego a fração é identificada de relance pela farda. O armamento,
equipamento, viatura e aprestos se constituem em formas complementares de
reconhecimento.
66
- Totalidade
É uma atividade essencialmente dinâmica que tem origem na
necessidade comum de segurança da comunidade, permitindo-lhe viver em
tranquilidade pública. Esta é desenvolvida sob os aspectos preventivo e
repressivo, consoante seus elementos motivadores, assim considerados os atos
que possam se contrapor ou se contraponham à ordem pública.
Consolida-se por uma sucessão de iniciativas de planejamento e
execução ou em razão de clamor público. Deve fazer frente a toda e qualquer
ocorrência, quer por iniciativa própria, quer por solicitação, quer em razão de
determinação. Havendo envolvidos (pessoas, objetos), quando couber, serão
encaminhados aos órgãos competentes ou estes cientificados para providências,
se não implicar em prejuízo para o desenlace do atendimento.
- Legalidade
As atividades de Policiamento Ostensivo desenvolvem-se dentro dos
limites que a lei estabelece. O exercício do poder de Polícia é discricionário,
mas não deve ser exercido com arbitrariedade. Tendo por balizadores o próprio
ordenamento jurídico, com especial atenção ao que estabelecem os direitos e
garantias fundamentais previstos na Constituição Federal.
Haverá, no entanto, situações em que o PM atuará de maneira
discricionária; mesmo nesses casos, seus limites de laboração continuarão
sendo as normas constitucionais.
- Ação de Presença
É a manifestação que dá a comunidade a sensação de segurança,
pela certeza de cobertura do aparato policial. Ação de presença real consiste
na presença física do PM nos locais onde a probabilidade de ocorrência seja
grande.
Ação de presença potencial é a capacidade do policiamento ostensivo,
num espaço de tempo mínimo, acorrer ao local onde a ocorrência policial-militar
seja iminente ou já tenha surgido.
A postura e compostura; a maneira técnica e profissional de se
comunicar com o cidadão; a integração e interação proativa com o ambiente;
a busca dinâmica em visualizar, entender e interpretar as relações sociais
ocorridas naquele universo podem individual ou conjuntamente influenciar para
definir quanto à redução ou ampliação da ação de presença policial, contribuindo
decisivamente no encorajamento ou na dissuasão da ocorrência delituosa.
67
2. VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO
68
- Policiamento de Guarda
Tipo específico de policiamento ostensivo que visa à guarda de
aquartelamentos, à segurança externa de estabelecimentos prisionais e à
segurança física das sedes dos poderes estaduais e outras repartições públicas
de importância, assim como à escolta de presos fora das instituições prisionais.
- Policiamento de Choque
Policiamento Ostensivo que dispõe de técnicas, táticas e equipamentos
especiais empregados sob égide das doutrinas de Choque e uso diferenciado
de meios nas missões de retomada da Ordem Social, depois de esgotados os
recursos convencionais do policiamento ostensivo de preservação da Segurança
Pública.
- Policiamento Tático
É o tipo de Policiamento Ostensivo voltado para situações que
exigem um efetivo com treinamento específico para atuação em ocorrências
mais graves, como roubos e aquelas envolvendo o crime organizado, e que
exijam técnicas, táticas, equipamentos e armamentos específicos, com vistas à
repressão qualificada.
- Policiamento Especializado
Ações policiais militares que pela criticidade e níveis de esforço
elevados, extrapolam a capacidade técnica e operacional dos recursos do
policiamento ostensivo geral, demandando o empenho de efetivo e procedimentos
operacionais específicos, tanto na questão da preparação, adequação e
organização profissionais, quanto nos materiais e equipamentos utilizados.
69
2.2 PROCESSO
a. A pé
É o policiamento ostensivo, em cujo emprego o homem ou efetivo
fracionado é identificado pela farda ou equipamento e tem por objetivo principal
atingir visibilidade à população, proporcionando maior interação com a
comunidade;
b. Motorizado
É o policiamento realizado com a utilização de veículos motorizados de 04
(quatro) ou 02 (duas) rodas. No policiamento motorizado, existe a grande vantagem
da flexibilidade, da velocidade para se chegar à ocorrência, no caso de viaturas
automóveis, e a flexibilidade e o poder de acesso, no caso das motocicletas;
c. Montado
É o policiamento ostensivo geral que, utilizando como meio de
locomoção o cavalo, visa satisfazer as necessidades básicas de segurança,
inerentes a qualquer comunidade ou qualquer cidadão.” Excepcionalmente pode
atuar como policiamento guarda, ambiental ou de choque;
d. Aéreo
Trata-se da forma de policiamento ostensivo que se utiliza do vetor
aéreo, empregando aeronaves operadas por efetivo técnico especializado, com
vistas ao atendimento, prioritariamente, de demandas de alta complexidade, ou
seja, aquelas cuja dimensão supera a capacidade de resposta dos processos
convencionais de policiamento;
e. Em embarcação
Consiste na forma de policiamento ostensivo em ambientes aquáticos,
sendo eles telassociclo (ecossistemas marinhos) e limnociclo (ecossistemas de
água doce), utilizando como meio de locomoção e embarcações, principalmente
moto-aquática; lancha e canoa motorizada. Esse tipo de policiamento visa,
sobretudo, proteger as comunidades ribeirinhas, salvaguardar os recursos
hídricos e combater a pesca proibida;
70
f. Em bicicleta ou quadrículos
É o policiamento ostensivo que emprega o policial utilizando a bicicleta ou
quadriculo, conciliando a interação com o cidadão e cobrindo uma área até quatro
vezes maior que a verificada no policiamento ostensivo a pé. Garante ainda a presença
da Polícia Militar em áreas onde não é possível o policiamento com carros ou motos.
2.3 MODALIDADES
a. Patrulhamento
Ação de controle de polícia ostensiva executada rotineiramente por
uma patrulha por meio da observação atenta em relação ao ambiente patrulhado,
objetivando, primordialmente, pela simples presença, interferir positivamente para a
prevenção de ilícitos penais e infrações administrativas; fiscalizando, reconhecendo,
protegendo ou mesmo utilizando a força diferenciada em confrontos e combates.
» Força de Emprego Tático Operacional
Ações de polícia ostensiva direcionadas à prevenção de crimes
violentos ou à sua reação imediata, em pontos de alta incidência nas áreas de
responsabilidade de uma UOPM, demandam patrulhas reforçadas em efetivo
e armamento, com treinamento tático diferenciado. Atualmente são realizadas
pelas Companhias de Emprego Tático Operacional (CETO) e os Pelotões de
Emprego Tático Operacional (PETO).
» Patrulhamento Tático Móvel
É o policiamento empregado em apoio à determinada área da Região
Policial Militar, como reserva tática móvel predominantemente motorizada,
caracterizando-se pela pronta resposta de ações dinâmicas de observação,
vigilância, identificação e ocupação, com vistas à repressão qualificada de
Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) e dos Crimes Violentos Contra o
Patrimônio (CVP). Atualmente realizam com EXCLUSIVIDADE o Patrulhamento
Tático: As Companhias de Policiamento Tático – CIPT (Rondesp) e Companhia
de Patrulhamento Tático Móvel (Cia PATAMO) do Batalhão de Polícia de Choque.
» Patrulhamento Especializado
É o conjunto de forças policiais militares que atuam em razão de
certas peculiaridades da região, na repressão ao crime organizado ou em
locais com alto índice de crimes violentos, ocorrências de vulto, eventos de
71
importância, controle de tumultos e ações para restauração da ordem pública
de maior magnitude. O Patrulhamento Especializado é executado em apoio
aos Comandos de Policiamento Regionais. Atualmente são realizadas pelas
Companhias Independentes de Policiamento Especializado (CIPE).
» Patrulhamento Aéreo
É o policiamento empregado em ações que demandem o uso de
aeronave, sobrevivendo a ambientes hostis, mitigando danos à própria aeronave,
bem como a seus ocupantes. Para tanto, a operação aérea policial militar adota
doutrina e disciplina que equilibrem a segurança de voo com a efetividade no
desempenho das ações. O objetivo é reduzir a um nível controlado os riscos
potenciais resultantes do produto da atividade de Segurança Pública com a
atividade aérea, bem como atuar como ferramenta de prevenção qualificada, ou
ainda atender demandas de defesa e proteção social;
b. Permanência
É a atividade predominantemente estática executada pelo policial
militar, isolado ou não, em local de risco ou posto fixo, dentro do módulo,
preferencialmente contando com possibilidade de comunicação;
c. Diligência
É a atividade dedicada de busca, localização e apreensão de objetos
e/ou identificação, busca e captura de pessoas em flagrante delito ou mediante
mandado judicial; resgate de vítimas;
d. Escolta
É a atividade de policiamento ostensivo de risco que envolve uma
conjugação de ações e técnicas, destinada ao acompanhamento, e/ou custódia
de pessoas – presas ou não - ou bens, em deslocamento.
São tipos comuns de escoltas:
- De pessoas presas ou apreendidas;
- De testemunhas sob proteção judicial;
- De dignitários;
- De bens e valores;
- De torcidas organizadas.
72
2.4 CIRCUNSTÂNCIA
- Rotineira
É o emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a um plano
sistemático, que contém a escala de prioridades. Oportuniza, por suas próprias
peculiaridades, um ambiente aproximado da certeza, possibilitando assim
tomada de decisões mais acertadas. É contemplado com a possibilidade de ser
amparado pelo planejamento estratégico, tático e operacional da instituição PM.
- Especial
É o emprego temporário de meios operacionais, em eventos previsíveis
que exijam esforço específico. Possibilitando, portanto, à organização PM,
elaboração de planejamento tático e operacional. Favorece, em face de suas
características, ao estabelecimento de um ambiente de risco naquilo que diz
respeito às decisões. Não se podendo predizer os resultados das alternativas
com certeza, mas apenas com certa probabilidade.
- Imprevisível
É o emprego eventual e temporário de meios operacionais, em face de
acontecimentos imprevistos, que em certos casos podem exigir manobra e/ou
alocação de recursos. Apresenta, por outro lado, em face de suas particularidades,
um ambiente de incertezas no que diz respeito às decisões. Sabendo-se pouco
acerca das alternativas e de seus respectivos resultados.
2.5 SERVIÇO
- Ordinário
Movimentação de efetivo já em atividade ou comtemplada pela sua
carga horária previamente estabelecida, e em conformidade com a legislação
remuneratória vigente;
73
- Extraordinário
Utilização de efetivo em horário diverso ao de rotina, sendo necessária
a alocação de recursos para sua manutenção. Adicional pago aos policiais
militares empregados no policiamento em situações excepcionais ou temporárias,
que demandam a realização de jornada extra de trabalho.
2.6 LUGAR
- Urbano
É o policiamento executado nas áreas edificadas e de maior
concentração populacional dos municípios.
Caracteriza-se, entre outras coisas, pela disposição contínua dos
imóveis e pela ocupação intensiva do espaço geográfico. Comumente, apresenta
alta densidade populacional.
- Rural
É o policiamento executado em áreas que se caracterizam pela
ocupação extensiva, fora dos limites da área urbana municipal.
Evidencia-se, dentre outras, pela disposição descontinua dos imóveis
e pelo preenchimento moderado do espaço geográfico. Usualmente, é marcante
sua baixa densidade populacional. É preciso, no entanto, identificar áreas rurais e
não caracterizar regiões em “predominantemente rurais” ou “predominantemente
urbanas”, sem contar com as inúmeras regiões “intermediárias”.
2.7 EFETIVO
- De Reforço
É o efetivo em auxílio a outro Comando Regional ou OPM para cumprir
a missão, ficando este grupo sob comando direto da unidade reforçada.
74
- De Apoio
É o efetivo em auxílio a um Comando Regional ou OPM para cumprir
de acordo com especificidade da OPM, mantendo o grupamento solicitado sob
seu comando próprio, direto e diretrizes especificas da sua atividade, mas atuará
de forma integrada com a unidade apoiada para cumprimento da missão.
Tipos de Guarnição:
- Guarnição Tipo A – 02 (dois) PM;
- Guarnição Tipo B – 03 (três) PM;
- Guarnição Tipo C – 04 (quatro) PM.
2.8 FORMA
- Desdobramento
Constitui a distribuição das UOPM no terreno, devidamente articuladas
até o nível GPM, com limites de responsabilidades perfeitamente definidos.
Evidencia-se, dentre outras, pela disposição descontinua dos imóveis
e pelo preenchimento moderado do espaço geográfico. Usualmente, é marcante
sua baixa densidade populacional. É preciso, no entanto, identificar áreas rurais e
não caracterizar regiões em “predominantemente rurais” ou “predominantemente
urbanas”, sem contar com as inúmeras regiões “intermediárias”.
- Escalonamento
É o grau de responsabilidade dos sucessivos distintos níveis da
cadeia de comando, no seu espaço físico. No seu estabelecimento, observa-se
necessariamente a hierarquia entre os postos, graduações e funções.
a. JORNADA
Período de tempo, nas 24 horas do dia, em que o PM desenvolve a
atividade policial militar.
75
b. TURNO
É um período de tempo, previamente determinado, dentro da jornada.
c. CICLO
É o conjunto de dias de empenho incluindo o descanso e a folga.
d. PERÍODO
Conjunto de ciclos em que o descanso e/ou folga percorre todos os dias
da semana, envolvendo o equilíbrio de emprego entre as equipes de trabalho.
e. FOLGA
É o espaço de tempo que fecha um ciclo, no qual o PM está liberado
da escala de serviço.
f. DESCANSO
É o espaço de tempo entre dois empenhos diários consecutivos, ou
apenas o emprego noturno (após às zero horas).
2.10 SUPLEMENTAÇÃO
76
2.11 DESEMPENHO E PERFORMANCE
77
- Repressão qualificada Tática – são atividades que envolvem técnicas,
táticas, ações e operações policiais militares por Unidade Operacional,
nível Companhia Independente de Policiamento Tático, de forma isolada
ou integrada no enfrentamento de pessoas ou organizações criminosas,
além de atuar na neutralização de forças adversas e defesa territorial;
- Repressão qualificada Especializada – são atividades que envolvem técnicas,
táticas, ações e operações policiais militares de alto risco por Unidade
Operacional Especializada, de forma isolada ou integrada, no enfrentamento
de organizações criminosas e uso de artefatos químicos e explosivos.
a. Atividade de linha:
São as atividades do emprego do policiamento ostensivo, diretamente
ligadas ao público, como:
- Rádio Patrulhamento;
- Visitas e Reuniões Comunitárias;
- Repressão Qualificada.
b. Atividade Auxiliar:
São as atividades de emprego imediato e de suporte ao PM em
atividade linha, como:
- Logística e Transporte;
- Inteligência;
- Instrução Continuada;
- Sala de rádio e de meios.
c. Atividade de Assessoria:
São as atividades de análise, estudos e aconselhamento referente ao
suporte ao PM em atividade linha e melhoria do emprego operacional, como:
- Avaliação de desempenho e performance;
- Análise Criminal;
- Planejamento Operacional;
- Gestão de Pessoal e Administrativo-financeiro.
78
d. Atividade de Reforço Operacional:
São as atividades de emprego de efetivo de OPM administrativas em
apoio ou reforço a OPM operacional.
2.11.3 PARTICULARIDADES
SUPLEMENTAÇÃO
FORMA TIPO
EFETIVO PROCESSO
POLICIAMENTO
OSTENSIVO
(VARIÁVEIS)
DURAÇÃO MODALIDADE
DESEMPENHO CIRCUNSTÂNCIA
LUGAR SERVIÇO
79
3. REQUISITOS BÁSICOS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO
- Acessibilidade
Deve ser facilitado à comunidade o acesso aos serviços da Polícia
Militar, seja pelo telefone ou pelo local de estacionamento da patrulha. Também
devem ser amplamente divulgados os endereços das unidades policiais militares
em todo território baiano.
- Relacionamento
Compreende o estabelecimento de contatos com os integrantes da
comunidade, proporcionando a familiarização com seus hábitos, costumes e
rotinas, de forma a assegurar o desejável nível de controle policial militar, para
detectar e eliminar as situações de risco, que alterem ou possam alterar o
ambiente de tranquilidade pública.
80
- Postura e Compostura
A atitude, compondo a apresentação pessoal e a correção de maneiras
no encaminhamento de qualquer ocorrência, influi decisivamente na confiabilidade
do público em relação à Corporação e mantém elevado o posicionamento do
PM, facilitando-lhe, em consequência, o desempenho operacional.
- Comportamento na ocorrência
O caráter impessoal e imparcial da ação policial militar revela a natureza
eminentemente profissional da atuação, em qualquer ocorrência, e requer seja
revestida de urbanidade, energia serena, brevidade compatível e, sobretudo, isenção.
- Averiguação
É o empenho do PM, visando à constatação do grau de tranquilidade
desejável e/ou à tomada de dados e exame de indícios, que poderão conduzir a
providências subsequentes.
A averiguação, comumente, é realizada para esclarecer, certificar
e identificar a motivação da ocorrência de atitudes suspeitas que, por sua
anormalidade e inadequação, acabam por demandarem uma atenção especial
por parte do aparato policial-militar. De igual modo, o encontro não usual com
objetos ou do flagrante alteração na integridade física de instalações, requerem
atenção especial do aparato policial-militar.
- Orientação
É o ato de prevenir a ocorrência de delitos através do esclarecimento
ao cidadão, sobre as medidas de segurança que o mesmo deve adotar.
Como recai sobre o policial militar a responsabilidade da segurança
pública, deve ser ele principal articulador da disseminação do aconselhamento
da comunidade nessa área de interesse.
Transmitir orientações com técnica, propriedade e pertinência,
corrobora para que o cidadão se sinta mais protegido e respeitado, causando,
portanto, nele uma sensação de ser a sua segurança pessoal um dos propósitos
da instituição, resultando numa vinculação de parceria, ajuda reciproca, confiança
e respeito ao serviço realizado pela Polícia Militar.
81
A urbanidade, correção de atitudes, boas maneiras e cortesia, devem
pautar toda qualquer interação do policial militar com a comunidade, sobretudo
quando partem do PM informações, sugestões, solicitações e até determinações
que acarretarão necessariamente na mudança de comportamento e atitude do
cidadão.
- Advertência
É o ato de interpelar o cidadão encontrado em conduta inconveniente,
buscando a mudança e sua atitude, a fim de evitar o cometimento de contravenção
penal ou crime.
Uma vez que a prevenção é principal pilar da atividade de polícia
ostensiva, deve, sempre que válido e apropriado, o PM intervir no curso das
atitudes antissociais, advertindo seu protagonista, alterando o andamento da
consecução, de modo que eventual liame com o cometimento de delito seja
interrompido no seu nascedouro.
Sobreleva-se que advertência nada tem que ver com ameaça. Deve-se
evitar, por outro lado, emitir, num tom profissional, lição de educação moral ao
cidadão, sobretudo em ambientes abertos ao público. A advertência é, antes de
tudo, uma interpelação levada a cabo pelo policial militar, convidando alguém a
modificar seu comportamento e sua atitude, passando então a se portar de modo
conveniente, preestabelecido para a situação e/ou em conformidade com o legal
e socialmente previsto.
- Prisão
É o ato de privar da liberdade alguém encontrado em flagrante delito
ou em virtude de mandado judicial.
- Flagrante delito
Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem:
a. Está cometendo a infração penal;
b. Acaba de cometê-la;
c. É acompanhando pela autoridade/agente policial, pelo ofendido
ou por qualquer do povo, logo após cometer a infração penal, e é
encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele o autor da infração.
82
- Mandado judicial
É a ordem escrita da autoridade competente (juiz de Direito)
determinando a:
a. Prisão preventiva;
b. Prisão em virtude de pronúncia;
c. Prisão por efeito de condenação;
d. O mandado judicial deve ser lavrado pelo escrivão e assinado pela
autoridade que o expede; designando a pessoa que deve ser presa,
pelo seu nome, alcunha e sinais característicos; mencionando a
infração penal que motivou a prisão; e deverá necessariamente ser
dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
- Precauções
a. A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora,
desde que respeitadas às restrições relativas à inviolabilidade do
domicílio;
b. Para efetuar a prisão, é admissível que o policial-militar empregue
força física moderada, sempre sem violência arbitrária ou abuso de
poder, nos casos de resistência, agressão e/ou tentativa de fuga.
- Assistência
É todo auxílio essencial ao público, prestado pelo policial militar de
forma preliminar, eventual e não compulsória.
- Autuação
É o registro escrito da participação do PM em ocorrência, retratando
aspectos essenciais, para fins legais e estatísticos, normalmente materializado
em ficha, Registro de Ocorrência Policial (ROP), Termo Circunstanciado de
Ocorrência (TCO) ou Boletim de Ocorrência da Polícia Civil.
a. Em se tratando de infração penal, terá sempre em vista o êxito da
persecução criminal;
b. O PM, ao registrar particularidades de ocorrência atendida, deve
primar pela imparcialidade, somente mencionando circunstâncias
relevantes constatadas. Não deve, portanto, sob qualquer pretexto,
transcrever as versões apresentadas pelas partes envolvidas ou
conclusões pessoais apressadas.
83
- Aspectos relevantes
a. A atuação, em termos preventivos, da PMBA, é importantíssima, porque
a simples ação de presença ostensiva, hábil, atenta, apoiada sempre
no exemplo e no espírito de justiça, constitui fator de desestímulo à
prática de ilícitos penais e a melhor garantia da respeitabilidade da lei;
b. Em razão de a Polícia Militar atuar de maneira ostensiva, exercendo
suas atribuições à vista de todos, utilizando uniforme que a identifica,
o PM deve adotar, permanentemente, elevada conduta moral, quer
no exercício funcional, quer na vida privada;
c. Na execução do policiamento ostensivo, o PM deve colocar-se,
sempre, em condições de observar bem e, simultaneamente,
ser facilmente visto, com o objetivo de melhor atender, em caso
de informações e auxílio ao público, ou desestimulando, em
decorrência, a prática de ações antissociais e/ou delituosas.
- Policiamento Estratégico
O conceito desta estratégia reside no controle do crime, não somente
no atendimento das chamadas feitas a central de rádio e despachadas para
as viaturas, mas sim de investigar, estudar e pesquisar, através de análises
criminais, o comportamento de criminosos e vítimas e dos aspectos facilitadores
84
do acontecimento do crime devido ao ambiente, direcionando a distribuição de
patrulhas no terreno, observando dias, horários e locais de maior índice criminal
e modo de atuação de supostos criminosos.
- Policiamento Comunitário
É uma estratégia organizacional que visa à aproximação das estruturas
de segurança pública com a comunidade, buscando restabelecer a confiança
e o entendimento das demandas sociais, orientando suas atividades para a
resolução das causas dos problemas com a participação do cidadão.
- Repressão Qualificada
É uma estratégia organizacional que visa ao enfrentamento da
criminalidade através das ações de Inteligência Policial e Forças Táticas,
buscando o menor efeito colateral possível a sociedade, com o apoio de técnicas
do Uso Diferenciado da Força (UDF), Tecnologias e Armas Não Letais (TANL).
85
consiste na visita aos estabelecimentos de ensino para atendimento das
demandas escolares, em reforço ao policiamento das Unidades Operacionais e
sendo realizada pela Operação Ronda Escolar.
A implementação do policiamento estará orientada pela doutrina
da polícia comunitária, tendo por objetivo a prevenção da violência, o
desencadeamento de ações operacionais direcionadas aos perpetradores de
atos ilícitos, a salvaguarda da incolumidade das pessoas e do patrimônio e da
melhoria do sistema de segurança escolar.
86
- Programa de Rádio Patrulhamento
Programa de policiamento que tem por finalidade prevenir e reprimir
ações delituosas praticadas contra roubo e furto de veículos, em locais de grande
número de ocorrências deste tipo de delito, e nas vias de grande movimentação
de tráfego e saída das grandes cidades.
87
Podemos exemplificar:
» Policiamento de Proteção às mulheres vítimas de violência
doméstica
Desempenhado pela Ronda Maria da Penha, onde este atua de forma
estratégica e articulada com a Rede Estadual de Enfrentamento à Violência
contra a Mulher. Este policiamento ostensivo de cunho preventivo visa proteger
mulheres em situação de violência doméstica e familiar que tiveram Medida
Protetiva de Urgência deferida pelo poder judiciário. Tem como missão possibilitar
às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar que estejam sob proteção
do Estado baiano a salvaguarda da vida e a garantia dos direitos humanos.
» Programa de Policiamento Turístico
É voltado para um grupo específico e vulnerável, os turistas. Este
policiamento visa fortalecer a segurança e orientação dos visitantes nacionais e
estrangeiros nas regiões turísticas e de lazer no Estado.
88
- Programa de Policiamento e Reforço Operacional
Programa de Policiamento de emprego do efetivo da atividade-meio da
Polícia Militar da Bahia em reforço as Unidades Operacionais Policiais Militares
às atividades de polícia ostensiva de segurança, em subordinação ao Comando
de Operações Policiais Militares.
89
90
CAPÍTULO IV -
SISTEMA DE POLICIAMENTO E DOUTRINA
DE EMPREGO OPERACIONAL
91
Na PMBA, a origem dos Sistemas de Policiamento foi registrada na
obra “O Planejamento Operacional em Polícia Militar”, publicada em 1990, de
autoria do Cel PM RR Edmundo Guedes. Para o autor, sistema de policiamento
é o conjunto de funções, características, princípios, variáveis, disposições legais
e regulamentos, técnicas coordenadas em si, formando um todo harmônico
com estrutura organizada e modelo próprio, para construção de um fim real e
determinado, que é a preservação da ordem pública (GUEDES, 1990, p. 20).
O autor ainda afirma que o sistema de emprego da PMBA se fundamenta
em 03 (três) Subconjuntos: Doutrina (fundamentada na atuação preventiva,
repressiva, operativa e gerencial); Conjuntura (contexto histórico, político, social,
econômico e tecnológico no qual a PM atua) e Legislação (Constituição Federal,
Estadual e Portarias voltadas ao policiamento). O modelo do “modus operandi”
como um todo caracteriza o sistema que se apresenta como três modelos: o
Especializado, o Integrado, e o Eclético ou Misto.
Diante dessa estrutura, o autor afirma que os sistemas especializado e
integrado servem apenas como parâmetro doutrinário, e que, na prática, apenas o
policiamento eclético é operacionalizado, já que nenhuma Corporação consegue
ter efetivo necessário para especializar as suas Unidades Operacionais em todo
território do Estado, bem como é necessário ter Unidades Especializadas para
executar ações específicas em intervenção qualificada ou em complemento às
ações de policiamento integrado.
Assim, podemos acompanhar a evolução do policiamento ostensivo
na Bahia, primeiramente no ano de 1991, com a aprovação do Manual de
Policiamento Ostensivo Integrado (POI), determinando o seu uso no planejamento
estratégico, tático e operacional na corporação, através da publicação da Portaria
nº CG-0143/06/91, devido à exitosa experiência no 7º BPM e sua consolidação
em todas as Unidades Operacionais da Corporação.
Em seguida, o advento da Implantação do Projeto Polícia Cidadã, em
1998, que instituiu a Gestão pela Qualidade Total como metodologia de suporte
gerencial à execução do policiamento comunitário, no qual foram inseridos
conceitos gerenciais, sendo adotados, neste contexto, o Batalhão Gestor e a
Companhia Independente; a proposta do Batalhão Gestor foi abandonada após 01
(um) ano de implantação, e as Companhias Independentes disseminadas em todo
o território baiano, com estrutura diferente da proposta inicial do projeto, contudo
permanecendo como principal modelo de Unidade Operacional da Policia Militar.
Entre os anos de 2008 a 2012, com o aumento dos índices de criminalidade,
a implantação de programas como PRONASCI (Programa Nacional de Segurança
Pública e Cidadania) e o Pacto Pela Vida, demandaram ações para fortalecimento
de operações especiais, de repressão qualificada ao crime organizado e
92
grupos criminosos em todo o território baiano, através da articulação de efetivo
especializado e suporte de inteligência, ampliando atuação e criação de Unidades
Especializadas; bem como, a instalação de Bases Comunitárias de Segurança
(BCS), em áreas de risco e altos índices de CVLI, como Política de Segurança
Pública de Estado (Pacto Pela Vida), importada do estado de Pernambuco. Dessa
forma, houve uma mudança na Doutrina de Emprego Operacional da PMBA,
desta vez, com a inserção da BCS (Base Comunitária de Segurança), da CIPE
(Companhia Independente de Policiamento Especializado) e CIPT (Companhia
Independente de Policiamento Tático), bem como de novos Comandos Regionais
no interior do Estado. Diante deste cenário, foi necessário reordenar o Sistema e
os princípios de desdobramento de território, responsabilidade territorial e Unidade
de Comando, contidos neste Manual de Doutrina de Polícia Ostensiva.
Considerando esta evolução do policiamento atrelado as novas políticas
de segurança pública, bem como ao planejamento estratégico da Corporação,
os Sistemas de Policiamento modificaram bastante as suas estruturas,
significados e conceitos, devido à evolução do emprego operacional, inserção de
estruturas policiais militares instaladas nos espaços físicos. Requerendo assim,
a adequação tanto dos Sistemas, quanto da doutrina de emprego operacional,
ajustando e articulando as estruturas, os princípios e a missão de cada uma das
Unidades de forma harmônica, doutrinária, conjuntural e legal.
Atualmente, a Doutrina de Emprego Operacional da PMBA está
calcada num Sistema Híbrido, pois é formado por Unidades Operacionais que
desenvolvem o Sistema Integrado, a exemplo dos Batalhões e Companhias
Independentes, por Unidades Especializadas instaladas em várias áreas do
território baiano, tanto na Capital e no interior, tendo, inclusive, mais de uma
Unidade Especializada por Comando Regional. Destacamos também, a existência
da estratégia de Policiamento Comunitário nesse contexto, com a presença das
Bases Comunitárias de Segurança (BCS) fortalecendo a importância das ações
preventivas como pilar essencial na preservação da ordem pública.
93
A visão da PMBA descrita no Plano Estratégico 2017-2025, “A
PMBA Rumo ao Bicentenário”, sinaliza para uma atuação focada na oferta
de serviços: “Ser referência Nacional até 2025, pela excelência na prestação
de serviços de Polícia Ostensiva e Cidadã.” Para alcançar este desiderato, é
vital a adoção de sistema de administração que auxilia na tomada de decisões
táticas, operacionais da produção, logística, inteligência, comunicação social e
marketing. Dessa forma, saberemos o que produzir, para quem produzir, quanto
produzir, quando produzir, com que recursos produzir, como garantir a qualidade
da que entrega; com a observância que o contexto social de atuação da PMBA é
complexo e multifocal, caracterizado pelo aumento da capacidade e velocidade
de atendimento com qualidade, e, pela resolutividade dos problemas com
atuação, ética e responsável com a imagem institucional.
O Sistema é considerado híbrido quando este tem a vocação de alinhavar
as ações de gestão estratégicas contidas na Estratégia Operacional da PMBA à
grande capacidade de resolução de problemas do policiamento ofertado ao cidadão.
Então, o Sistema de Policiamento Ostensivo Hibrido (SPOH), é a
combinação de dois ou mais subsistemas (Integrado e Especializado), capaz
de articular sistematicamente as ações da estratégia operacional, as ações de
resolução de problemas de segurança pública através da aproximação com a
comunidade, respeito à dignidade da pessoa humana, oferta de serviços ao
cidadão e repressão qualificada, visando a consecução da missão de preservar
a ordem pública e a cidadania, com o fito de ser referência nacional até 2025 em
prestação de serviços de polícia ostensiva e cidadã.
No Sistema de Policiamento Ostensivo Hibrido (SPOH), a PMBA
dá ênfase tanto ao modelo Integrado, quanto ao Especializado, na região da
Capital, Metropolitana e no Interior, combinando também ações estratégicas de
policiamento com as de resolutividade de problemas, que afetam o cidadão na
preservação da vida, da ordem pública e da cidadania.
O Sistema de Policiamento Ostensivo Especializado é caracterizado
por Unidade Básica da PM (Cia, Esqd, Btl ou Regimento) que executa um só tipo
de Policiamento Ostensivo (PO), e a aplicação de todos os seus meios humanos,
materiais e estruturais, para o cumprimento da missão a qual foi destinada.
Já o Policiamento Ostensivo Integrado é caracterizado por Unidade
Básica da PM (Cia, Esqd, Btl ou Regimento) que executa mais de um tipo de
Policiamento Ostensivo (PO), coordenadamente, numa determinada área ou
subárea de responsabilidade territorial, sob um só comando.
No que tange ao Sistema de Policiamento Ostensivo Híbrido é
caracterizado pela combinação dos modelos Especializado e Integrado na
execução do Policiamento Ostensivo (PO) seja na Capital ou Interior, sendo este
o adotado pela PMBA anteriormente.
94
Figura 5: Sistema de Policiamento Ostensivo Éclético (SPOE)
95
os demais municípios, inclusive a Capital e Região Metropolitana de Salvador
(RMS), adotarem como padrão. Para as Unidades Operacionais do orgânico
do CPE, a atuação consistirá em complemento ou suplemento as ações e
operações das Unidades de POI, como reforço e/ou nas atividades específicas
da missão destas UOPM no Subsistema de Policiamento Especializado (POE)
como complemento ou suplemento as ações.
Estas ações e operações serão precedidas de Planejamento próprio
do Comando de Operações da Polícia Militar, do Comando de Policiamento
Especializado e Comando de Policiamento Regional. A Unidade Básica de
atuação será a guarnição tipo “C”, que terá obrigatoriamente um plano de ação
de emprego, uma matriz de responsabilidade e um cartão de prioridade de
policiamento para cada turno de serviço. Deverá ser entendido como Setor, cujo
espaço físico/geográfico variará de 1 km a 15 Km², atribuído ao Pel PM, sob
comando de um Tenente PM, no qual sejam considerados os seguintes fatores:
a. Densidade demográfica e o grau de urbanização;
b. Volume, densidade e intensidade na circulação de veículos e pessoas;
c. Características topográficas do terreno;
d. Locais prioritários de policiamento ostensivo, pontos críticos,
sensíveis e notáveis existentes;
e. Características das atividades locais predominantes, tais como:
residencial, comercial, industrial, recreativa, escolar etc.
f. Índice de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI);
g. Grau de desordem (áreas com pontos de pichações, moradores de
rua, usuários de drogas, pontos de vendas de drogas, e outros).
96
execução de plano de ação e Procedimentos Operacionais Padrão
(POP) validado por todos os atores sociais envolvidos: lideranças
comunitárias, representantes de órgãos federias, estaduais e
municipais, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério
Público (MP), Poder Judiciário;
d. Utilização de mecanismos de Mediação Comunitária, de Conflitos e
Justiça Restaurativa;
e. Definição de Serviços Prioritários de Policiamento Ostensivo, com
mecanismos de avaliação pelo cidadão;
f. Utilização de Termo Circunstanciado de Ocorrências (TCO) para
crimes de menor potencial ofensivo;
g. Uso de tecnologia Mobile para informatização dos processos e
dados relativos ao policiamento ostensivo.
97
2. DOUTRINA DE EMPREGO OPERACIONAL APLICADA AO
SISTEMA DE POLICIAMENTO OSTENSIVO HÍBRIDO (SPOH)
98
e finalísticos de policiamento ostensivo; realizar gestão inteligente do policiamento
que articulam subsistemas, estratégias e programas de policiamento em locais de
riscos, e pontos críticos e de altos índices de criminalidade, para ofertar serviços
com qualidade e preservar a vida, a ordem pública e a cidadania.
SISTEMA DE POLICIAMENTO
OSTENSIVO HÍBRIDO
SUBSISTEMA INTEGRADO
SUBSISTEMA ESPECIALIZADO
FILOSOFIA DE
POLÍCIA COMUNITÁRIA
SUBSISTEMA DE SUPORTE AO
POLICIAMENTO OSTENSIVO
ESTRATÉGIA DE POLICIAMENTO
PROGRAMAS DE POLICIAMENTO
SUBSISTEMA DE
INTELIGÊNCIA
99
b. Dimensão Tática: realizado pelo Comando da Unidade operacional
(BPM, CIPM, CIPT e CIPE). Nesta dimensão o SPOH tem a sua
integração e articulação ideal de planejamento, tomada de decisões
e execução de policiamento com a utilização dos subsistemas: POI
ou POE, IP e TI;
c. Dimensão Operacional: realizada pelo comando de Setor e
subsetor de uma UOPM. Nesta dimensão o subsistema híbrido
tem a integração e articulação moderada de planejamento, tomada
de decisões e execução de policiamento com a utilização do
subsistema POI, as estratégias e os programas de policiamento.
Esta dimensão é vital para atendimento e prestação de serviço ao
cidadão, tendo como prioridade máxima.
- Finalidade
Estabelecer doutrinas de emprego operacional na Polícia Militar da
Bahia, com vistas a padronizar as atividades dos órgãos de execução territoriais
(CPR, BPM e CIPM) e, supletivamente, dos órgãos de execução especializada
(CPE), estabelecendo conceitos básicos para disponibilizar o funcionamento
Estratégico, Tático e Operacional das ações e operações policiais militares das
Unidades Operacionais e Especializadas, inserindo-as num sistema operacional
único: O Sistema de Policiamento Ostensivo Hibrido (SPOH).
- Situação
A evolução e inovações processadas durante os últimos 30 (trinta) anos
na PMBA, decorrentes da complexidade do contexto e do ambiente social de
atuação, tornam necessária a atualização da doutrina de emprego operacional,
previsto no Plano Estratégico da PMBA vigente. Devido à falta de sistematização
de metodologias de policiamento inseridas e incorporadas no cotidiano da PMBA,
esta proposta de emprego operacional, por ser geral e ampla, a qualifica como
fonte doutrinária e balizadora da execução da gestão do policiamento ostensivo.
O estabelecimento do Sistema de Gestão Operacional do Policiamento, previsto
no Plano Estratégico da PMBA 2017-2025, que derivou no Sistema de Gestão de
Polícia Ostensiva da Polícia Militar (SGPOPM), contribuiu para a necessidade de
formalização desta doutrina de emprego.
100
2.2 OBJETIVOS DA DOUTRINA DE EMPREGO OPERACIONAL
2.2.1 Conceituando
101
» Dimensão Tática
Realizado pelo comando da UOPM, com ações de execução do
policiamento e utilização dos Subsistemas POI ou POE.
» Dimensão Operacional
Realizada pelo comando de setor e subsetor de uma UOPM, tem a
integração e articulação moderada de planejamento, tomada de decisões e
execução de policiamento com a utilização do subsistema POI, as estratégias e
os programas de policiamento.
102
- No nível de Comandos de Policiamento
A Aplicação do Sistema de Policiamento Ostensivo Hibrido na dimensão
estratégica, nas áreas de atuação dos Comandos de Policiamento Regionais
(CPR) que contempla todo o território do estado, e em algumas regiões onde atua
o Comando de Policiamento Especializado (CPE), com a combinação, integração
e articulação dos subsistemas, estratégias e programas de policiamento, dando
suporte às Unidades subordinadas. Neste nível, as unidades territoriais são de
responsabilidade do Comando Regional (CPR), e as Unidades Especializadas,
do Comando de Policiamento Especializado (CPE).
103
- No nível de Companhia de Polícia Militar
Em uma Companhia Independente os seus Pelotões executam vários
tipos de Policiamento Ostensivo Integrado (POI), e na Companhia de um
Batalhão Especializado os seus pelotões são especializados, isto é, executam
um tipo de Policiamento Ostensivo Especializado (POE).
- Espaço Físico
É o elemento fundamental para a execução das atividades de Polícia
Militar, e é construído de área, população e características.
A Organização Policial Militar (OPM): é um órgão gerencial da Polícia
Militar, que deve coordenar dirigir, controlar as ações de polícia ostensiva, de
acordo com as necessidades de preservação da ordem pública, e pode ter
autonomia administrativa ou administrativa/operacional.
Conforme a Lei de Organização Básica (LOB), nº 13.201/2014, a
Organização Policial Militar, com autonomia administrativa, é a que dispõe de
organização e meios para exercer plena administração própria e tem competência
para praticar todos os atos administrativos decorrentes da gestão de pessoas e
de bens do Estado (BAHIA, 2014). Neste caso, a LOB se refere aos Comandos
e Departamentos que possuem a missão gerencial e estratégica na Instituição.
104
Contudo, além dessa autonomia, algumas OPM, como os Comandos
Regionais e Comando Especializado, ainda admitem a responsabilidade
territorial, pois coordenam e supervisionam as Unidades Operacionais Policiais
Militares (UOPM).
Os Subsistemas do Sistema de Policiamento Ostensivo Híbrido sob
responsabilidade da Organização Policial Militar: são conjuntos de elementos
independentes e inter-relacionados que compõem o Sistema maior (Híbrido),
caracterizados pela combinação destes.
A Dimensão da atuação da Organização Policial Militar: é o órgão que
vai se responsabilizar pela manutenção da ordem num determinado espaço físico.
O Homem Policial Militar: É o responsável direto pela execução do
policiamento ostensivo em determinado espaço físico. A sua importância cresce
na medida de sua vinculação com a comunidade.
105
- Subárea Policial Militar
Espaço físico definido, parte de uma área policial militar, atribuído
para fins de execução de polícia ostensiva a uma Companhia de policiamento
ostensivo integrado.
ORGANIZA-
ESPAÇO FÍSICO DIMENSÃO SUBSISTEMA HOMEM PM
ÇÃO PM
Todos exceto
Região Policial Militar CPR Tática Regional Cel PM
(POE)
Estratégias, Pro-
Área de Força Tática Operacional
CIPT gramas e Forças Maj PM
Regional Policial Militar Regional
Táticas
Operacional
Área Policial Militar BPM/CIPM POI Ten Cel/Maj PM
Territorial
106
Estratégias e
Subárea Policial Militar CIA PM Operacional Cap PM
Programas
Estratégias e
Sub setor Policial Militar Gp PM Operacional SGT PM
Programas
107
h. Elaboração Diretriz Institucional em alinhamento com a Diretriz
Nacional de Polícia Comunitária: fortalecimento da Doutrina
de Emprego Operacional, com ênfase na Filosofia de Polícia
Comunitária, como base para a execução do policiamento ostensivo
preventivo na Polícia Militar da Bahia.
108
2.5 ESTRATÉGIAS DE EMPREGO OPERACIONAL
109
criminosas, buscando a retomada destas áreas pelo Estado, e a
ordem e a tranquilidade pública para os cidadãos nestas residentes.
Esta estratégia deve ser publicizada com o uso da inteligência e
unidades especializadas, com apoio de atores sociais e órgãos
públicos para o fortalecimento do Estado e da cidadania, evitando
incursões temporárias e arriscadas;
- Reativa
Caracteriza-se por levar prioritariamente a ação preventiva para o
campo de atuação (território), com o uso de métodos de prevenção primária com
custo menor, mas com efeitos duradouros, e, subsidiariamente, a ação repressiva
aos criminosos, de forma a se obter e manter as iniciativa das ações, estabelecer
o ritmo das ações e operações, e impor a vontade contra a ação criminosa. Pela
ação repressiva, previna-se de forma a alcançar, manter e assegurar a ordem
pública e o território livre das ações criminosas.
- Simplicidade
Decorre da preparação e da execução de ordens e planos de forma clara e
facilmente entendíveis, com o fito de reduzir a possibilidade eventual de equívocos
na sua compreensão, sem prejuízo da precisão e da flexibilidade necessárias.
Manifesta-se também pelo estabelecimento de uma relação de Comando clara,
objetiva, direta e ininterrupta. Prepare planos claros e descomplicados, como
também ordens concisas, para obter um completo entendimento.
110
- Surpresa
Consiste no emprego simultâneo, articulado, sigiloso e ágil de forças
policiais militares em ações e operações em um contexto de tempo e espaço, onde
os elementos adversos e/ou membros de grupos criminosos não estejam preparados
ou só percebam a situação quando já não podem apresentar uma reação eficiente.
Manifesta-se pela audácia nas ações, sigilo, inovação tecnológica, velocidade de
execução das ações e dissimulação de intervenções, frente a elementos adversos
num tempo, local ou na situação onde este não esteja preparado.
- Segurança
Consiste nas medidas necessárias à liberdade de ação e à preservação
da integridade física dos policiais militares e cidadãos residentes na comunidade,
que não possuam envolvimento com ações criminosas, tendo por finalidades:
negar aos criminosos e elementos que vazam informações sobre ações e
operações o uso da surpresa e do monitoramento; impedir que estes elementos
interfiram de modo decisivo nas operações; e restringir a liberdade de ação
destes em locais de alta concentração de pessoas inocentes e nos ataques a
pontos críticos, sensíveis e notáveis. Nunca permita que os criminosos obtenham
uma vantagem inesperada. Para tanto, o monitoramento com câmeras e uso de
drones são vitais para a consecução das ações e operações policiais militares.
111
- Articulação das forças policiais militares
Caracteriza-se pela capacidade de movimentar, dispor e integrar
forças territoriais, táticas e especializadas, de forma a reduzir ameaças de
riscos, colocando os criminosos em desvantagem relativa e alcançar resultados
esperados, com menor custo operacional (efetivo e material) e superposição
de efetivo. A articulação das forças procura reduzir a capacidade de coesão
dos criminosos e a superioridade destes, por meio de variadas, simultâneas e
sistêmicas ações localizadas e inesperadas, em áreas que sobram impactos ou
de influência do grupo criminoso. Coloque o inimigo numa posição desvantajosa,
pela aplicação flexível e articulada das forças policiais militares.
- Moral
Define o estado de ânimo ou atitude mental de um indivíduo ou de um
grupo de indivíduos, que se reflete na conduta das frações de efetivo policial militar.
A estabilidade e a moral individuais são fundamentais na qualidade da formação,
na natureza do indivíduo e determinadas por suas reações à disciplina, ao risco,
ao treinamento e à liderança; o contínuo aprimoramento e a manutenção de uma
moral elevada são essenciais ao sucesso no emprego operacional. Para tanto,
os desvios de conduta devem ser rigorosamente e exaustivamente apurados e
punidos, e os elogios constantemente reconhecidos e valorizados.
- Prontidão
Capacidade de pronto-atendimento da UOPM de fazer frente às
situações que podem ocorrer no enfrentamento da violência e na oferta de
serviços prioritários de polícia ostensiva cidadã. Fundamenta-se na doutrina,
organização, treinamento, material, educação pessoal, infraestrutura, fatores
determinantes de sucesso em ações e operações para a geração de capacidades,
sugeridas a uma operatividade de excelência.
- Unidade de comando
Caracteriza-se pela atribuição da autoridade a um só policial
militar em um território, ou seja, o Comandante. O Sistema de Policiamento
Ostensivo Híbrido combina vários grupamentos com diferentes Subsistemas
de policiamento, atuando em conjunto e de forma articulada; contudo, requer
a Unidade de Comando dentro de cada Sistema e esta mesma Unidade de
Comando atribuída ao Comandante de maior Posto do Sistema na dimensão
estratégica maior. Para cada ação e operação, a obtenção da Unidade de
Comando de esforços é condição essencial para o êxito.
112
- Legitimidade
Necessidade de atuar conforme preconizam as leis, regulamentos,
compromissos assumidos pelo Estado e o Sistema de princípios e valores éticos
que alicerçam a PMBA.
- Equidade
Os recursos da PMBA devem ser distribuídos de forma racional por
todos os Municípios baianos, em conformidade a demandas de serviços de
polícia ostensiva e cidadã de cada área, e de acordo com a utilização de critérios
técnicos pré-estabelecidos em matrizes organizacionais.
- Responsabilidade territorial
O território baiano é dividido em frações de supervisão e de referência
para a correta administração do Sistema de Policiamento Ostensivo Híbrido, que
obedece a critérios técnicos definidos em estudos realizados pelo COPPM e
aprovados pelo Comando-Geral, tendo cada fração um único Comando, sendo
comandado por um Comandante de fração maior.
3.1 LIDERANÇA
113
3.2 INFORMAÇÕES
3.4 INTELIGÊNCIA
3.5 LOGÍSTICA
3.6 PROTEÇÃO
114
4. ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO EM ZONAS DE ATUAÇÃO
Estratégico
CG Território do Estado Estabelecer Normas e diretrizes
Normativa
115
5. PLANO DE POLICIAMENTO INTELIGENTE
116
decisório no nível estratégico, o COPPM. No nível Tático Especial o CPE, e no
nível Tático Regional o CPR. E quanto à estrutura a unidade básica do Sistema
é o Pelotão PM (Territorial/Integrado e/ou Especializado) tendo o CPR como
articulador principal.
- Articulação Operacional do Sistema de Policiamento Ostensivo
Híbrido:
No 1º esforço concentra-se a atuação preventiva (proativa) do
policiamento ostensivo e suas estratégias voltadas para a proximidade
(policiamento comunitário), resolutividade (resolução), policiamento orientado
para o problema e análise/monitoramento (polícia integrada e especializada);
qualquer Guarnição de Policiamento Ostensivo (PO) deve se antecipar a
ocorrência de situações de riscos, ameaças, acidentes e desordem, agora
de forma padronizada. Notadamente, as Bases Comunitárias de Segurança
(BCS) desenvolverão com os BPM e CIPM, ações de responsabilidade social e
programas de policiamento.
No 2º esforço, atendimento à solicitação de serviços de policiamento
e de ocorrências policiais (responsividade), tendo a qualidade na prestação dos
serviços e tempo resposta ao atendimento ao cidadão como importantes neste
momento, utilizando a estratégia de policiamento tradicional ou profissional.
Com o 3º esforço, ocorre o primeiro recobrimento da malha protetora de
uma área operacional, onde cada Unidade Operacional (BPM e CIPM) utilizará
uma força de manobra tático móvel (CETO ou PETO), através de guarnições
táticas operacionais, caracterizadas por uma atuação dinâmica em horários e
locais de riscos e pontos críticos, sensíveis e notáveis em manobras táticas.
Como o 4º esforço, ocorre o segundo recobrimento da malha protetora
através da Companhia de Policiamento Tático (CIPT), força de manobra tática
regional do Comando de Policiamento Regional (CPR), caracterizada por uma
atuação dinâmica, na área de atuação do CPR em horários e locais de riscos na
modalidade de permanência e patrulhamento seguindo um Cartão de Prioridades
de Patrulhamento.
Como 5º esforço, considerado o terceiro recobrimento da malha
protetora, através de forças de manobras táticas especiais; no Interior,
pelas CIPE em cada CPR, conforme área especial definida através de
dimensionamento, atuando em ações, operações e intervenções rápidas
em zonas preferencialmente rurais, industriais e comerciais por cartão de
prioridades de patrulhamento e planos próprios.
O 6º esforço consiste no quarto recobrimento da malha protetora
de todo o Estado, com as Unidades Especializadas sediadas na Capital, que
poderão ser utilizadas (CPE- BPCHOQUE E PATAMO, GRAER e BOPE).
117
Quadro 4: Articulação do Sistema de Policiamento Ostensivo Híbrido
- Capacidade
É a aptidão requerida a uma Organização Policial Militar para que possa
cumprir determinada função ou tarefa. É obtida a partir de um conjunto de fatores
determinantes inter-relacionados e indissociáveis: doutrina, organização (processos),
processos organizacionais, treinamento, material, educação, pessoal e infraestrutura.
Para que as Unidades atinjam o nível máximo de eficiência operativa, é necessário
que possuam as capacidades que lhes são requeridas na sua plenitude15.
15 BRASIL. Exército Brasileiro (Estado Maior). Doutrina Militar Terrestre (EB20-MF-10.102), 2014.
118
As capacidades são alinhadas às políticas e estratégias nacionais
e estaduais de segurança pública, da PMBA, e são baseadas na análise de
conjuntura e seus cenários prospectivos, com o objetivo de identificar as ameaças
concretas e potenciais à preservação e manutenção da ordem pública. A geração
de capacidades exige o atendimento dos seguintes fatores determinantes:
a. Doutrina: é o fator base para os demais, sendo materializada pelos
produtos doutrinários. Ex: formulação de base doutrinária de uma
OPM com a descrição de sua visão, tarefas, atividades, protocolos
que irá cumprir em ações e operações;
b. Organização (estrutura organizacional e processos): consistem na
obtenção das capacidades, atreladas aos processos e respectivas
estruturas organizacionais responsáveis, com vistas a evitar
redundância de competências ou desnecessariamente de estruturas;
c. Treinamento: compreende as atividades de preparo do efetivo para
cumprimento de tarefas e atividades, obedecendo a programas e
ciclos específicos;
d. Material: compreende todos os materiais e sistemas para uso da PMBA
no desenvolvimento da polícia ostensiva, com o acompanhamento
da evolução de tecnologias de emprego policial militar. É expresso
pelo quadro de distribuição de material dos elementos de emprego,
e inclui as necessidades decorrentes de permanência e sustentação
das funcionalidades desses materiais e sistemas durante o ciclo de
vida (permanência no inventário da PMBA);
e. Educação: compreende todas as atividades de educação
(formação, capacitação, instrução e habilitação), destinadas ao
desenvolvimento do integrante da PMBA quanto à sua competência
individual requerida. Essa competência deve ser entendida como
capacidade de mobilizar simultaneamente e de maneira inter-
relacionada de conhecimentos, habilidades e atitudes, valores
e experiências, para decidir e atuar em situações diversas. O
desenvolvimento da liderança policial militar é o fator fundamental
na geração de capacidades;
f. Pessoal: abrange todas as atividades relacionadas aos integrantes
da PMBA, nas funcionalidades: plano de carreira, higidez física,
avaliação, valorização profissional, moral e qualidade de vida. É
uma abordagem sistêmica voltada para a geração de capacidades,
que considera todas as ações relacionadas com o planejamento,
a organização, a direção, o controle e a coordenação das
competências necessárias à dimensão humana;
119
g. Infraestrutura: engloba todos os elementos estruturais - instalações
físicas, equipamentos e serviços necessários -, que dão suporte
à utilização e ao preparo dos elementos de emprego de acordo
com a especialidade de cada um, e o atendimento a requisitos de
exercício funcional;
h. A PMBA deve desenvolver capacidade para atender a quatro
requisitos simultaneamente: servir e proteger as pessoas; garantir
direitos fundamentais dos cidadãos; garantir a atuação de órgãos
do Estado; e reduzir índices de crime, da criminalidade e da
violência com proatividade, repressão qualificada e oferta de
serviços prioritários. Tais capacidades implicam na existência e
fortalecimento de Unidades Operacionais, com emprego de 1º e 2º
esforços (proximidade e resolubilidade), para respostas imediatas
e contínuas, auxiliadas/apoiadas por outras que recompletam e
atuam da forma específica, através do Policiamento Ostensivo
Especializado, pela mobilização de recursos materiais e humanos.
120
UOPM/
Prioridades Estratégias Emprego Instrumentos
Programas
-POPs
-Diagnóstico
1º e 2º
Unidade Territorial Todas -Plano de Ação
Esforços
-Plano de Comando
-Diretrizes e Metas
Universalidade-Prestação -Visitas Comunitárias
de serviços: ordinários e 3º Esforço, -Reuniões Comunitárias
extraordinários Unidade de Força -Estratégica
Operação - Diagnóstico e Plano de Ação
INTEGRADO
-POPs
-Visitas comunitárias
-Reuniões comunitárias
RONDA -Policiamento Comunitário
1º Esforço -Mobilização comunitária
-Gestão setorial do ESCOLAR -Policiamento Orientado ao problema
-Campanhas comunitárias
policiamento (território)
-Pesquisa
-Visitas orientadas
RONDA MARIA -Policiamento Estratégico
1º Esforço -Visitas solidárias
DA PENHA -Policiamento Tradicional
-Campanhas comunitárias
-Aproximação com a
-Diagnóstico e Plano de Ação
Comunidade -Policiamento Orientado ao problema 3º Esforço,
-Cartão Programa
121
APOLO -Policiamento Estratégico Operação
-POPs
-Repressão Qualificada Conjunta
-Relatórios de avaliação
-Resolução dos problemas
de forma integrada e -Diagnóstico e Plano de Ação
SISTEMA HÍBRIDO
-Policiamento Orientado ao problema 3º Esforço,
participativa -Cartão Programa
GÊMEOS -Policiamento Estratégico Operação
-POPs
INTEGRADO
-Repressão Qualificada Conjunta
-Relatórios de avaliação
-Policiamento Orientado ao problema -Diagnóstico e Plano de Ação
-Policiamento Comunitário 1º e 2º -Oficinas de Planejamento
ATHENA XXI
-Policiamento Estratégico Esforços -Planos de Curso e de capacitação
-Repressão Qualificada -POPs
-Plano de Comando
-Policiamento Estratégico -Diretrizes e Metas
4º Esforço,
-Especialização Unidade -Repressão Qualificada -Cartão Programa
Operação
Especializada -Policiamento Orientado ao problema -Diagnóstico
Conjunta
-Apoio e Re- -Plano de Ação
completamento -POPs
5º Esforço, -Plano de Comando
-Serviços específicos Unidade de Força -Policiamento Estratégico Operação -Diretrizes e Metas
Quadro 5 - MATRIZ DO SISTEMA DE POLICIAMENTO E PRIORIDADES
ESPECIALIZADO
tática / -Repressão Qualificada conjunta -Cartão Programa
-Funções específicas Especializada Projeção de -Diagnóstico e Plano de Ação
força -POPs
7. PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES PARA O EMPREGO DA POLÍCIA
OSTENSIVA
a. Liderança
O que torna uma organização excelente é a existência de um sistema
de liderança “forte”, envolvendo todos os níveis da organização. Preconiza
a atuação dos líderes de forma inspiradora, exemplar e com constância de
122
propósito, estimulando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da
organização, explorando as potencialidades das culturas presentes, preparando
líderes e interagindo com as partes interessadas.
e. Gerir pessoas
Essa competência orienta a criação de condições favoráveis e seguras
para as pessoas se desenvolverem integralmente, com ênfase na maximização
do desempenho, no fortalecimento de crenças, costumes e comportamentos
favoráveis a excelência. Contempla a organização de cargos e funções, a
capacitação do servidor para a execução das competências e atribuições da
função e a identificação e tratamento dos fatores que afetam o bem-estar e a
satisfação das pessoas na organização.
123
f. Gerir processos
Processos são atividades que seguem uma sequência lógica e que
dependem uma das outras numa dependência clara. A excelência na gestão dos
processos se traduz ao agregar elementos valorativos sem desperdício de recursos
ao longo do fluxo, enfatizando a forma como são definidos, organizados, analisados
e melhorados os processos, para assegurar o atendimento das necessidades e
expectativas dos cidadãos e demais órgãos envolvidos na resolução dos problemas.
g. Gerir resultados
A competência “gerir resultados” diz respeito ao alcance de indicadores
que permitam avaliar o nível de atingimento dos requisitos esperados ou
pactuados com os órgãos envolvidos na resolução dos problemas, tendo
como consequência a satisfação das necessidades. Desta forma, ocorre o
monitoramento e registro por meio de indicadores de desempenho, informações
numéricas que quantificam os processos, produtos e serviços.
124
confiabilidade, custo, desenvolvimento etc. Os problemas que assolam as
questões de segurança pública de maneira direta ou indireta devem, após
ação conjunta (polícia e comunidade), serem priorizados, norteando as ações
destinadas à prevenção. É necessário que todos os servidores se comprometam
com o resultado do seu próprio trabalho, em todas as fases (todos os processos),
do planejamento à atividade de linha.
125
São capacidades operativas requeridas:
a. Adaptabilidade
Característica de uma força ou do Comandante e de integrantes dessa
força, que lhes permite ajustarem-se à constante evolução da situação e do
ambiente operacional, e adotarem soluções mais adequadas aos problemas
de segurança pública que se lhes apresentem. Também, esta característica
possibilita uma rápida adaptação às mudanças nas condicionantes que
determinam a seleção e a forma, como os meios serão empregados, em qualquer
faixa do espectro da atividade policial militar.
b. Atuação integrada
A necessidade de especializações não deve impedir a atuação
generalista dos policiais, segundo o princípio da universalidade. O objetivo
comum às organizações que compõem o Sistema de Segurança Pública é o bom
atendimento à população. Todos os policiais devem ser atores nesse processo
de integração. O trabalho integrado deverá ser cooperativo e complementar,
respeitando a missão, cultura e tradição de cada organização.
d. Criatividade e dedicação
Criatividade não é improvisação. Pelo contrário, o policial militar
criativo, treinado a pensar, é capaz de elaborar planejamento mental rápido e
instantâneo para agir com acerto. Implica em pensar os problemas, procurando
soluções adequadas, em engajar-se na tarefa de superação dos obstáculos que
se antepõem aos objetivos. A única maneira de desenvolver a criatividade é
através do treinamento constante do raciocínio.
O policial militar deve estar sempre pensando numa alternativa melhor
para a execução de seu trabalho, de maneira que agrade à comunidade, que
seja eficiente, eficaz e efetivo, que a solução aplicada à situação não cause
transtorno nem traumas às pessoas não envolvidas diretamente no fato.
126
e. Compromisso com resultados
A missão institucional da Polícia Militar é também responsabilidade
individual de cada integrante da Corporação. Todo policial militar precisa ter
compromisso com os resultados. Sendo uma responsabilidade, tal compromisso
deve ser assumido por todos, qualquer que seja seu grau hierárquico. Significa
que a missão só estará cumprida se os resultados propostos forem alcançados.
Este compromisso individual deve ser forjado pelo senso do dever cumprido,
cujo êxito da missão dependerá da abnegação e participação solidária de cada
membro da equipe. O senso da missão compartilhada norteará os caminhos da
Corporação na busca da perenidade institucional, partindo do princípio de que
todos, do soldado ao coronel, são responsáveis pelo sucesso das atividades
operacionais.
f. Marketing institucional
Conjunto de atividades em que se visa identificar as necessidades e
desejos da Corporação e da Comunidade, com intuito de detectar procedimentos
que visem suprir necessidades e satisfazer desejos, de todas as partes
envolvidas no processo. É, portanto, suprir, atender necessidades e satisfazer
desejos. Embora muitas organizações tenham adotado esse conceito, muitas
falham em dar o seguinte passo lógico: medir periódica e sistematicamente o
nível de satisfação de seus vários públicos, em nosso caso, a Comunidade e
o efetivo da unidade, a fim de verificar se estão alcançando seus objetivos e
proporcionando-lhes melhor qualidade de vida.
g. Domínio da tecnologia
A incorporação de tecnologias ampliou a consciência situacional em
todos os níveis de planejamento e condução das operações, possibilitando o
controle de ações táticas por autoridades situadas nos níveis mais altos. Da
mesma forma, as ações individuais ou de frações elementares podem repercutir
consideravelmente nos níveis político, estratégico e operacional. Os novos
recursos tecnológicos acessíveis à sociedade passaram a exercer influência
direta no planejamento e na condução das operações policiais militares. Dessa
realidade, decorre a facilidade de permanente acompanhamento e o maior poder
de influência dos diversos atores sobre as operações em curso, como também a
facilidade de acesso à tecnologia por atores aparentemente mais fracos, fatores
que os tornam ameaças a considerar.
127
h. Ênfase na ação proativa e preventiva
O emprego das frações deve obedecer a um criterioso planejamento,
elaborado em bases realísticas e dados estatísticos confiáveis, que atente para
as informações pertinentes à defesa pública e aos anseios e necessidades da
comunidade, propiciando a aplicação de recursos humanos e materiais nos
horários e locais de maior risco. Se não for possível agir diretamente sobre
a vontade do agente, a Polícia Militar deve restringir a oportunidade de ação
do delinquente, dando ênfase à ação preventiva, decorrente de planejamento
cuidadoso, com escolha de itinerários e locais de Ponto Base estabelecidos com
critérios científicos, através de análise das informações espaciais e temporais,
inibindo a oportunidade de delinquir e interrompendo o ciclo da violência.
i. Rapidez no atendimento
A rapidez na resposta é fator primordial para a eficiência e eficácia
das ações e operações a cargo da Polícia Militar, cujo objetivo maior é prestar
um atendimento ao público com excelência. O tempo de resposta à solicitação
da Comunidade deve ser o mínimo necessário. A agilidade no atendimento não
deve significar o desprezo dos necessários cuidados por parte do policial militar,
quanto à sua segurança e à de terceiros; a rapidez deve ser compatível com a
urgência de sua intervenção. A surpresa de uma operação está proporcionalmente
ligada à rapidez, de como é desencadeada e executada. Quanto mais rápida for
a ação, maior a surpresa e menor a possibilidade de reação. A rapidez é fator de
sucesso no cumprimento da missão.
128
as informações produzidas no exercício da função pública. Quanto maior for a
interação entre a polícia e a comunidade, tanto mais será natural a situação de
transparência e controle das atividades, haja vista que as ações serão, via de
regra, desenvolvidas em conjunto.
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