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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

1°BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE “TOBIAS DE AGUIAR”

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

ROTA

2013
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1. Introdução, 3
2. Síntese Histórica do Batalhão “Tobias de Aguiar”
3. Brasão do Batalhão,
4. Síntese Histórica da ROTA,
5. O Marca da ROTA, 9
6. Atribuições do Batalhão, 10
6. Valores Doutrinários, 11
7. Conduta Ética do Policial de ROTA, 14
8. Composição da Equipe de ROTA, 16
9. Equipamento e Armamento, 20
10. Revista, instrução e preparação para o patrulhamento, 22
11. Início do Patrulhamento de ROTA e uso do rádio, 24
12. Patrulhamento de ROTA, 27
14. Abordagem a Transeuntes, 33
15. Busca Pessoal, 35
15. Abordagem a Veículos de Passeio, 39
16. Vistoria Veicular, 42
17. Abordagem a Motocicletas, 46
18. Abordagem a Utilitários, 48
19. Abordagem a Veículos de Carga, 51
20. Abordagem a Coletivos, 54
22. Procedimentos Operacionais em Paradas e Estacionamentos, 60
23. Procedimentos em Área Edificada, 63
24. Atendimento de Ocorrências, 69
25. Procedimentos Operacionais em Acompanhamentos e Cerco Policial, 73
26. Procedimentos em caso de Ocorrências de Resistência seguida de Morte, 78
27. Apresentação de Ocorrências no Distrito Policial ou PPJM, 81
28. Procedimentos para realização de Escoltas, 85
29. Retorno à Base e término do serviço, 89
30. Referências, 91
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1. Introdução

O objetivo desta obra é padronizar condutas e servir de referência


para pesquisas e instruções ao efetivo do Batalhão “Tobias de Aguiar”, de modo a
especializar cada vez mais o Policial de ROTA, como fator fundamental para a
consecução dos objetivos da Unidade.
A Doutrina é um conjunto de regras não formais, não escritas e
desprovidas de sanções administrativas, mas aceitas tácita e voluntariamente pelos
policiais da ROTA, por serem consideradas como o elemento fundamental e
diferenciador na qualidade da prestação de serviço. A elaboração deste manual
decorre da transcrição dos princípios doutrinários vivenciados dentro do BTA além
dos Procedimentos Operacionais Padrão do Patrulhamento de ROTA. Diversas
foram as referências bibliográficas consultadas, destacando entre elas o Manual de
Procedimentos elaborado no ano de 2006 pelo 1º Ten PM KOMATA, que à época
servia na Unidade; o Manual de Patrulhamento Tático de 1998 e o “Curso de Equipe
Tática” de 1998, elaborados na oportunidade, pelos 1º Ten PM MARCO ANTÔNIO e
1º Ten PM SANTIAGO, que foram atualizados e adaptados de acordo com a
demanda e as atribuições conferidas pelo Comando da Polícia Militar ao Batalhão; e
o livro Quartel da Luz: Mansão da ROTA: Histórias do Batalhão “Tobias de Aguiar”
de autoria do Ten Cel PM TELHADA no ano de 2011, época em que comandava o
1ºBPChq.
Por fim, cabe salientar que a atividade de Polícia é dinâmica, e
enseja constantes atualizações, aprimoramento técnico, e sincronismo com o
Ordenamento Jurídico vigente, de modo que este Manual não deve ser considerado
como uma fonte exclusiva para os estudos que os policiais devem manter quanto ao
exercício de suas atividades, mas apenas uma referência a partir da qual a pesquisa
e o treinamento devem ser estimulados.

Quartel em São Paulo, maio de 2013.

JOÃO PAULO HILGENBERG GOUVEIA


1º Ten PM – Enc. Revisão e Atualização
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2. Síntese Histórica do Batalhão “Tobias de Aguiar”

Com a Proclamação da República em 1889, o então Corpo Policial


Permanente, através da Lei n°17, de 14 de novembro de 1891, foi dividido em quatro
corpos de Polícia, passando nossa corporação a denominar-se Corpo Militar de
Polícia. Em 1° de dezembro de 1891, foi organizado o 1° Corpo Militar de Polícia,
com um efetivo de 725 homens e o quartel, ainda em construção, foi então ocupado
pelo efetivo do 1° e 2° Corpo Militar de Polícia, passando a ser conhecido como
“Quartel da Luz”.
A construção do Quartel da Luz obedeceu às convenções estéticas
da época, cuja tendência ditava que, para uma dada construção, deveria ser
adotado o estilo histórico que representasse o apogeu da tipologia funcional
correspondente. No caso da arquitetura militar, os castelos europeus da Idade
Média.
O quartel foi inspirado na arquitetura militar francesa, no estilo
denominado pós-napoleônico e projetado por Ramos de Azevedo. Em seu subsolo
havia uma rede de túneis que fazia a ligação entre os quartéis adjacentes, cujo
objetivo era a defesa em caso de ataque e emboscadas surpresas, e para o
reabastecimento no caso de cerco. Somente uma parte desta rede de túneis ainda
existe. Isto porque ele foi seccionado de um lado devido a passagem da linha do
metrô e fechado do outro por causa da divisa com o quartel do Regimento de
Cavalaria.
Os materiais para a construção do quartel chegaram de várias partes
do mundo. As telhas vieram de Marselha, na França; os tijolos da Itália; e o
madeiramento de pinho de Riga, da Rússia. Foram utilizados no processo de
construção taipa, argila e outros materiais da época, além de ter sido erigido por
mão de obra escrava, que ainda imperava no Brasil.
O Batalhão participou em diversas campanhas:
Itararé, 1894, foi empregado em operações de guerra nos Estados do
Paraná e Santa Catarina, no combate à Revolta da Armada e aos Federalistas.
Questão dos Protocolos, 1896, incidente provocado pela morte de
italianos alistados nas Forças Legais, gerando conflitos entre o povo e a colônia
italiana, insuflada à revolta pelo Cônsul da Itália.
Canudos, 1897, combate à onda de fanatismo e rebeldia chefiada por
Antônio Conselheiro no sertão da Bahia.
Capital Federal, 1904, auxiliou no restabelecimento da Ordem
Pública, afetada pela insurreição militar no Rio de Janeiro, conhecida como Revolta
do Quebra Lampião.
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Revolta dos Marinheiros da Esquadra, 1910, guarnece o porto de


Santos contra a ameaça de desembarque dos amotinados da Marinha de Guerra
sob a chefia do marinheiro João Cândido.
São Paulo, 1922, guarnece a fronteira do Paraná em conseqüência
do levante da guarnição do Forte de Copacabana.
São Paulo,1924, tomou parte em todas as operações que se
desenvolveram na Capital, decorrentes da Revolução Paulista.
Rio Grande do Sul, 1925, dominou os revolucionários que
ameaçavam atacar a Cidade de Uruguaiana.
Mato Grosso, 1925, empregado em operações de guerra na Cidade
de Três Lagoas, em defesa das instituições nacionalistas.
Goiás, 1926 campanha árdua e cansativa, em face dos
revolucionários, no sertão goiano, resultando na ocupação das cidades de Nova
Roma, Chapecó e Campos do Rio Verde.
São Paulo, 1930, em defesa das instituições nacionais guarnece as
fronteiras do Estado, ocupando Apiaí, Ourinhos e o Vale do Ribeira.
São Paulo, 1932, foi a unidade vanguardeira da Revolução
Constitucionalista.
São Paulo, 1970, participa ativamente do combate a um foco de
guerrilha instalado no Vale do Ribeira. Nesse combate foi morto, no cumprimento do
dever, o Aspirante a Oficial PM ALBERTO MENDES JÚNIOR, depois de emboscado
e feito refém dos guerrilheiros.
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3. Brasão do Batalhão

Criação: Decreto nº 20986 de 1º de dezembro de 1951.

Escudo: Estilo francês, esquartelado.

Significado:

ABREU
1º CAMPO: SUPERIOR ESQUERDO – em goles (vermelho),
que simboliza a audácia, grandeza e espírito de luta, cinco asas
de águia em santor que é o símbolo da rapidez nas expedições
militares, em ouro que simboliza o esplendor a soberania e a
constância.

2º CAMPO: SUPERIOR DIREITO – em ouro com duas faixas


diminuídas que simboliza o cinto do cavalheiro, abaixo destas, AGUIRRE
três flores-de-lis de goles (vermelho), na parte inferior, um
escudo em fundo branco que é a simbologia da pureza e do
ideal, uma águia em sable (negro) e a direita outras três faixas
em sinople (verde) que é a simbologia da vitória, honra e
civilidade.

LEME
3º CAMPO: INFERIOR ESQUERDO – em ouro, cinco merletas
em santor que simbolizam os inimigos vencidos em batalhas,
em sable (negro) que é a simbologia da simplicidade,
sabedoria, ciências e honestidade.

4º CAMPO: INFERIOR ESQUERDO – em ouro, uma águia de


goles (vermelho) e membrana de negro, que é a simbologia do
poder, da vitória e da prosperidade, o que identifica o apelido
dos AGUIARES e do 1º Batalhão de Polícia de Choque
“TOBIAS DE AGUIAR”.
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4. Síntese Histórica da ROTA

Sufocado o foco de guerrilha rural no Vale do Ribeira com a


participação ativa do 1º Batalhão Policial “TOBIAS DE AGUIAR”, os remanescentes
e seguidores de “Lamarca e Marighela” continuam a implantar o pânico, a
intranqüilidade e a insegurança na Capital e Grande São Paulo. Ataques a quartéis e
a sentinelas, assassinatos de civis e militares e sequestros. Estava implantado o
terror através de uma Guerrilha Urbana.
Mais uma vez dentro da história, o Batalhão, sob o Comando do Ten
Cel PM SALVADOR D’AQUINO, é chamado a dar sequência a seu passado
histórico, desta vez no combate à Guerrilha Urbana que ora atormentava o povo
paulista.
Havia a necessidade da criação de um policiamento enérgico,
reforçado, com mobilidade e eficácia de ação.
Assim, a 2ª Cia de Segurança do 1º Batalhão Policial,
exclusivamente voltada para ação de choque, foi incumbida de iniciar a nova
modalidade de Patrulhamento Ostensivo Motorizado na Capital de São Paulo.
Surge então o embrião da ROTA, a Ronda Bancária que tinha como
missão reprimir e coibir os roubos a bancos e outras ações violentas praticadas por
criminosos e por grupos terroristas.
A Ronda Bancária, como ficou conhecida popularmente o que seria
mais tarde a ROTA, era composta por um
pequeno efetivo de apenas cinco viaturas: duas veraneios tipo C-14
e três camionetas tipo pick-up com bancos de madeira.
Embora seus equipamentos fossem singelos, os Policiais do
Batalhão jamais esmoreciam em seus ideais e cultivavam a máxima de que “o bom
desempenho profissional de cada homem, formando-se um todo, supre
qualquer falta de equipamento”.
O efetivo apesar de insuficiente alcançava pela sua capacidade
operacional, grande eficiência, conquistando ampla credibilidade, sobretudo em face
da ética, perseverança e energia positiva que emanava.
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Eram homens usando fardas da corporação e capacetes com coifas


camufladas, que lhes valeu a alcunha de “homens do capacete cor de tigre”.
Tinham como armamento Fuzis Mauser 7mm, Submetralhadoras Ina
.45, e Revólveres .38.
Ainda em 1970, o Batalhão recebe seis viaturas tipo Veraneio e
assim toma corpo o novo policiamento. Gradativamente são aumentados os
recursos. Mercê de uma doutrina de respeito à população, energia, firmeza e arrojo
no combate aos criminosos e aos terroristas a nova modalidade de policiamento
passa a operar diuturnamente e em toda a Capital e Grande São Paulo.
Em 15 de Outubro de 1970, este “embrião” passa a denominar-se
RONDAS OSTENSIVAS TOBIAS DE AGUIAR - ROTA.
Uma Central de Comunicações é instalada na sede do Batalhão
“Tobias de Aguiar” com a finalidade de apoiar as viaturas em serviço. As viaturas
são equipadas com radiocomunicadores para conferir maior agilidade nas
operações, podendo comunicar-se diretamente com o Centro de Operações da
Polícia Militar, com a “Base Aguiar” ou com outra viatura no policiamento.
No dia 1º de dezembro de 1970, data do aniversário de fundação do
Batalhão “Tobias de Aguiar”, foi apresentado ao público uma inovação que viria
caracterizar ainda mais os policiais da ROTA: A BOINA PRETA.
Assim surgiu a ROTA, uma modalidade de policiamento
especializada, construída sobre sólida doutrina, com padrões de instrução e conduta
peculiares, preparada para atuar sob as mais críticas condições.
Hoje, com viaturas, equipamentos e armamentos modernos, mas
principalmente, com homens motivados e comprometidos, a ROTA está sempre
pronta a se deslocar para qualquer ponto do Território Estadual, para preservar ou
restabelecer a Ordem Pública e combater o crime organizado como podemos citar a
ocasião em que no ano de 2006 uma facção criminosa atentou contra as forças de
segurança, tentando implantar o terror e quebrar a ordem do estado democrático de
direito. Nesta ocasião, todo o efetivo da ROTA trabalhou sem descanso,
proporcionando o retorno da tranquilidade para a população paulista, após intenso
combate.
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5. A Marca da ROTA

O livro Quartel da Luz: Mansão da ROTA: Histórias do Batalhão


“Tobias de Aguiar” de autoria do Ten Cel PM TELHADA no ano de 2011, em seu
capítulo 31, relata muito bem a criação da marca da ROTA: Para ser conhecido do
público, obter crédito e respeito, é necessária uma identificação acima de qualquer
dúvida e ser presente em todas as situações em que for solicitada, atendendo com
cortesia e destemor a missão confiada, mesmo que com o risco da própria vida.
Visando a essa identificação entre o público e a ROTA, criou-se um logotipo para
que as viaturas empregadas no patrulhamento fossem distinguidas com mais
facilidade. A letra “R” estilizada, que constitui tal logotipo é, ao mesmo tempo, uma
seta apontada para uma estrela, que significa todos os seus objetivos. Esta é a
marca, hoje já consagrada, da ROTA, entre os públicos interno e externo.
O dístico e o logotipo da ROTA foram criados pelo 2° Tenente
Bianchi Petrolino Filho, hoje coronel da reserva PM.
O símbolo mais conhecido da Polícia Militar, o “R” estilizado da
ROTA, foi idealizado pelo então Tenente PM Bianchi: “Quando criei esse símbolo
não imaginava a importância que teria. Isso me dá orgulho”, disse o Oficial.
A vontade de criar um logotipo surgiu com o objetivo de distinguir as
viaturas da ROTA: “A ROTA sempre foi um unidade de destaque. Precisava ter um
símbolo que a diferenciasse”. Outro motivo foi a semelhança com os carros da PDO
( Patrulha Disciplinar Ostensiva), policiamento efetuado pelo DPM.
O problema é que os PMs acabavam fugindo da ROTA imaginando
ser a PDO. Nessa época, o oficial, de 21 anos, era um dos tenentes do batalhão. Ele
aproveitou os conhecimentos adquiridos como calígrafo ( especialista em caligrafia)
e iniciou os esboços do alfabeto, saindo a letra “R” em forma de seta.
“Minha ideia era dar movimento às letras. Isso me fez chegar ao “R”
em forma de seta”, lembrou o coronel. O símbolo foi apresentado para todos os
integrantes do batalhão. “Teve aprovação unânime”, contou o oficial.
Segundo o coronel, a logomarca rapidamente tornou-se popular. “As
viaturas atraíam a atenção das pessoas”, comentou. “Assim como o brasão, a boina
negra e o braçal, o “R” faz parte da história do BTA”, concluiu.
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6. Atribuições do Batalhão

O Decreto nº 50.824 de 25MAI06 estabelece em seu art. 20, inciso I,


que o 1º Batalhão de Polícia de Choque “TOBIAS DE AGUIAR”, tem como
atribuições:
1. Missão Principal – execução de ações de controle de distúrbios
civis e de contra-guerrilha urbana em todo o território do Estado de São Paulo;
2. Missão Supletiva ou Secundária – Policiamento Ostensivo
Motorizado, através das “RONDAS OSTENSIVAS TOBIAS DE AGUIAR” (ROTA),
em toda extensão do Estado, conforme as necessidades.
O 1º BPChq “Tobias de Aguiar” está subordinado ao Comando de
Policiamento de Choque (CPChq), que por sua vez responde diretamente ao
Subcomando da Polícia Militar, atuando como tropa reserva e de confiança do
Comando Geral.
O Patrulhamento de ROTA é desenvolvido por quatro Companhias
Operacionais:
A 1ª CiaPChq ROTA NOTURNA.
A 2ª CiaPChq ROTA MATUTINA.
As 3ª CiaPChq e 4ª CiaPChq ROTA VESPERTINA.
Cada Companhia de ROTA conta com quatro Pelotões sob o
Comando de Tenentes PM.
Cada Pelotão é composto por seis viaturas, sendo uma delas a do
Comandante de Pelotão, que constituem o efetivo necessário à formação de um
Pelotão de Choque, capaz de atuar com mobilidade e segurança em ações de
combate ao crime organizado e Controle de Distúrbios Civis.
A Diretriz nº PM3-004/02/06 de 15MAR06, estabelece como missão
do 1º BPChq, a utilização de técnicas modernas de planejamento operacional para a
realização de Operações de Patrulhamento Inteligente, em Áreas de Interesse de
Segurança Pública, em todo o Estado de São Paulo, a fim de prevenir delitos, e
preservar a Ordem Pública; saturar estrategicamente locais com elevados índices
criminais, mediante ordem do Comando Geral, além de apoio às medidas de
segurança por ocasião de visitas presidenciais ao Estado de São Paulo e escolta
armada de presos e adolescentes infratores.
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6. Valores Doutrinários

Dentre os aspectos que consagram o Batalhão “Tobias de Aguiar”


como uma Unidade Especializada, o de maior relevância pode ser atribuído,
indubitavelmente, ao moral elevado de seus homens.
O principal fator para manter esta característica marcante é a
Doutrina de ROTA, responsável por forjar o espírito do Policial da Unidade.
A Doutrina é um conjunto de regras não formais, não escritas e
desprovidas de sanções administrativas, mas aceitas tácita e voluntariamente pelos
Policiais de ROTA, por serem consideradas como o elemento fundamental e
diferenciador na qualidade da prestação de serviço.
Como decorrência, a Doutrina expõe ao Policial de ROTA uma série
de normas de conduta no campo profissional, que acabam por repercutir no âmbito
pessoal.
A Doutrina de ROTA abrange aspectos técnicos e profissionais
voltados à formação do Policial de ROTA, objetivando a máxima segurança e
eficiência do serviço prestado, pautando por ações em consonância com os ditames
legais e visando sempre a preservação da Ordem Pública.
Sua aplicação inclui detalhes desde a postura do policial durante o
patrulhamento, o fornecimento de uma simples informação ou o preenchimento de
documentos, até o desenrolar de ocorrências complexas envolvendo a vida de civis
e policiais, inclusive com a participação de outras unidades policiais ou entidades
estatais.
Com efeito, o cerne da formação do Profissional de ROTA encontra
guarida nos Valores Doutrinários que lhe são transmitidos.
Não apenas Valores Profissionais, mas também Valores Morais,
Éticos e até Sociais, que constituem um verdadeiro arcabouço de Princípios
regentes da Atividade Policial Militar, e que também se aplicam na vida particular do
homem.
A Doutrina de ROTA destaca a importância da atividade
desempenhada pela Polícia Militar e pelo Batalhão para a sociedade, atuando
diretamente na manutenção da tranqüilidade, da salubridade e da segurança
públicas.
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Remete aos feitos históricos da Unidade, estimula o culto às


tradições, o respeito aos Policiais Militares que serviram no “Casarão Amarelo” e a
seu passado atuante e heróico em defesa da Sociedade Paulista e Brasileira.
Desenvolve os atributos da personalidade atinentes à lealdade para
com a Instituição, o Comando, pares e subordinados, através da plena dedicação ao
serviço, à Unidade e aos Valores que ela representa e cultua; à constância na
prestação do serviço, materializada na obstinação em alcançar os objetivos traçados
e na perseverança diante das dificuldades; à atenção, à austeridade e à sagacidade
no cumprimento das missões; à força da hierarquia e da disciplina, como
mecanismos indispensáveis para o desempenho das atividades policiais militares; à
motivação em trabalhar por uma causa nobre e justa, qual seja servir e proteger; à
iniciativa em tomar atitudes urgentes e necessárias; à coragem para enfrentar o
perigo e a morte; à humildade para não se considerar superior aos demais; à
honestidade como parâmetro essencial no dia-a-dia e à sinceridade para
reconhecer suas limitações, acompanhada da força de vontade em assimilar e
desenvolver adequadamente as técnicas e táticas policiais, de modo a se
aperfeiçoar sempre; à discrição e à confiabilidade ao tratar de questões próprias
e exclusivas do âmbito profissional; ao respeito pelos pares, traduzidos na boa
camaradagem e no espírito de corpo, bem como pelos subordinados e superiores
hierárquicos, além do respeito por si mesmo, caracterizando a galhardia em ostentar
a condição de Policial de ROTA; ao patriotismo configurado pela exaltação à Pátria e
às Instituições; ao apreço pela correição de atitudes; à responsabilidade do Policial
para com o Batalhão e todos aqueles que contam com seus serviços; à satisfação
pelo dever cumprido e à afeição pela Justiça.
Finalmente, invoca a conscientização de que o Policial de ROTA
deve ter força e honra, pois, onde quer que esteja, estará representando o Batalhão
“Tobias de Aguiar”, e a própria Milícia Bandeirante, de tal sorte que sua vida não lhe
pertence mais com exclusividade, uma vez que suas atitudes, mesmo fora de
serviço, sempre trarão reflexos à Instituição que integra.
Neste contexto, a fidelidade aos Valores Doutrinários constitui o
elemento de equilíbrio para o exercício da Atividade Policial, o fundamento sobre o
qual repousam a eficiência e o profissionalismo que caracterizam o Policial de ROTA
e, sobretudo a fonte que sustenta a dignidade de que deve estar ungido cada um
dos “Boinas Negras”!
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7. Conduta Ética do Policial de ROTA

De modo geral, todo o integrante do Primeiro Batalhão de Polícia de


Choque “TOBIAS DE AGUIAR” deve conhecer um pouco de nossa história, pois,
conhecendo o passado saberá orientar-se quanto à conduta a seguir em nossa
Unidade, como preservá-la e como transmiti-la aos que chegarem posteriormente.
Apresentação, disciplina e postura, são qualidades básicas a todo
aquele que deseja servir no BTA.
O Comandante do Pelotão deve zelar pela coesão do grupo,
empregando os seus esforços para a criação de um ambiente de trabalho leve e
descontraído, respeitados os devidos parâmetros hierárquicos, de modo a
proporcionar um estado de tranqüilidade que seja favorável ao aprendizado e à
execução do serviço.
O tratamento entre os policiais deve estar condizente com as
condutas que estimulam a boa camaradagem, própria do convívio militar, mas ao
mesmo tempo conferindo um caráter respeitoso que conduza à harmonia.
Deve-se evitar a segmentação em grupos, que ocasionam a
desagregação e a discórdia, aparecendo como entrave para a realização do serviço
e o alcance dos objetivos.
O constante aprimoramento individual, bem como o cuidado com a
instrução dos subordinados é primordial.
O desenvolvimento técnico-profissional deve ser diário,
realizado através de análise de ocorrências, instruções práticas dos Procedimentos
Operacionais da ROTA, manuseio de armamento, instruções de tiro prático,
legislação, educação física e integração com áreas afetas à atividade policial,
através de visitas, palestras, congressos, entre outros.
O policial de ROTA deve estar com o condicionamento físico
classificado no mínimo como bom, pois além de necessário para a execução da
atividade policial de uma força de elite, influencia também na percepção de imagem
que o cidadão de bem e o infrator terão ao visualizar o combatente bem preparado.
O Comandante de Pelotão deve ter um planejamento e cronograma
de instruções, além de orientar, acompanhar e fiscalizar, o atendimento das
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ocorrências por parte dos componentes das Equipes, atentando sempre para o grau
de repercussão que recai sobre as intervenções do Batalhão nas ocorrências.
A atenção para com a apresentação pessoal e a postura dos
policiais também é fundamental, sendo objeto de observação em linha horizontal,
entre todos os pares, independentemente da fiscalização vertical.
Todos devem lembrar sempre que o exemplo, ou seja, a sua própria
conduta, será o norte de seus pares e subordinados, portanto, suas atitudes devem
ser baseadas no bom senso, disciplina e justiça.
Os Comandantes de Equipe devem auxiliar o Comandante de
Pelotão, não só obedecendo e transmitindo suas ordens, bem como emitindo sua
opinião profissional, a fim de proporcionar alternativas, contudo, sem afrontar as
determinações emanadas do Comando.
A atenção na orientação dos estagiários deve ser máxima,
conferindo um tratamento enérgico para a formação profissional e aferição das
qualidades relativas ao profissional de ROTA, mas ao mesmo tempo digno e
respeitoso em relação ao homem que existe por trás da farda.
O estágio deve seguir um cronograma de instruções e os assuntos
somente poderão ser cobrados após o prévio ensinamento transmitidos pelos
braçais.
Pautar pela repetição diária da disciplina consciente, da conduta e
dos ideais que inspiram a ROTA, pois a doutrina prevalece com dedicação de todos
e lembrança constante de nossos ideais.
Procurar fortalecer o companheirismo e o sentimento de irmandade
entre pares e subordinados, tentando ajudar-se mutuamente, não apenas nas
questões profissionais, mas também nas pessoais, pois é evidente a interferência
que umas geram nas outras.
O desempenho e comportamento dos policiais devem ser
aferidos também pelos seus próprios companheiros, para que possamos ter
uma uniformidade de ações e pensamentos, fortalecendo assim a doutrina da
ROTA.
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8. Composição da Equipe de ROTA

Durante o Patrulhamento Tático Motorizado, a Equipe de ROTA é


composta por quatro ou cincoPoliciais Militares, sendo o Comando da Equipe
exercido exclusivamente por Sargento ou Oficial.
Cada um dos componentes da Equipe possui uma designação
numérica para sua identificação e distribuição de funções.
1º Homem (Comandante de Equipe) – responsável pelo
patrulhamento à frente e lateral direita da viatura, fazendo ainda uso do espelho
retrovisor direito para visualizar a retaguarda (fig.1). Durante o patrulhamento
noturno pode utilizar o holofote como meio auxiliar. Possui as seguintes atribuições:
 Coordenar as atividades administrativas e operacionais da
Equipe;
 Estabelecer a dinâmica do patrulhamento;
 Realizar a comunicação via rádio;
 Promover o correto encaminhamento das ocorrências e sua
apresentação no órgão competente;
 Fiscalizar toda documentação produzida pela Equipe durante o
serviço.
2º Homem (Motorista) – Cabo ou Soldado devidamente habilitado a
conduzir veículo oficial. No patrulhamento, seu campo de visão é à frente e à
esquerda, utilizando também os espelhos retrovisores externos e internos para
auxiliar no patrulhamento de retaguarda (fig.2). É de sua responsabilidade:
 Realizar a manutenção de 1º escalão e limpeza completa da
viatura;
 Conhecer e respeitar a legislação de trânsito vigente;
 Manter-se atualizado quanto aos locais de atuação;
 Estar ciente de suas limitações pessoais, bem como das
limitações mecânicas do veículo para proporcionar uma condução
segura;
 Permanecer próximo à viatura nos momentos de desembarque da
Equipe, realizando a segurança (de forma ostensiva ou coberta),
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e acompanhando as comunicações via rádio, posicionando-se em


prontas condições de saída.
3º Homem (Segurança) – posiciona-se atrás do banco do motorista,
devendo ser o PM mais experiente do banco traseiro, independentemente de
graduação. Patrulha atento à lateral esquerda, observando estabelecimentos
comerciais, transeuntes, vias transversais, veículos que ultrapassam a viatura pela
esquerda, e especialmente, o contra-fluxo de trânsito (fig.3). Possui como
atribuições:
 Promover a equipagem da viatura, conferindo armamento,
munições e equipamento a ser utilizado;
 Realizar a segurança direta do Comandante de Equipe quando
estiverem desembarcados;
 Auxiliar na coordenação e fiscalização dos atos do 4º e 5º
homem;
 Ao final do patrulhamento coordenar a desequipagem da viatura.
4º Homem (Segurança/Anotador) – Posiciona-se atrás do banco
do Comandante de Equipe. Patrulha atento à lateral direita e à retaguarda,
observando estabelecimentos comerciais, transeuntes, vias transversais e veículos
que se aproximam, se afastam ou se desviam da viatura (fig.4). Possui como
atribuições:
 Providenciar toda a escrituração básica de patrulhamento;
 Manusear o guia da cidade, localizando logradouros e indicando o
itinerário quando necessário;
 Anotar todos os dados relativos a ocorrências atendidas (local,
horário, apoios de outras Equipes, partes envolvidas,...);
 Anotar todas as informações transmitidas via rádio ou por
solicitantes que sejam de interesse para o patrulhamento;
 Preencher e consultar a relação de alertas gerais;
 Preencher o BO/PM-TC e o QPAE;
 Auxiliar na equipagem e desequipagem da viatura.
5º Homem (Segurança/Anotador/Estagiário) – Normalmente
estagiário. Posiciona-se entre o 3º e 4º Homem de modo que nunca patrulha com a
arma fora do coldre. Seu campo de visão é de 360º, porém atenta principalmente à
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retaguarda. Assume todas as funções do 4º Homem exceto quanto à zona de


patrulhamento (fig.5).

2º 1º
Motorista Cmt Equipe
3º 5º 4º

Segurança Segurança (Anotador)



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9. Equipamento e Armamento

Todo Policial de ROTA deve estar utilizando Equipamento de


Proteção Individual, com arma de porte, carregadores, algema (com chave),
lanterna, canivete multiuso, e colete de proteção balística.
A viatura de ROTA deve ser equipada no mínimo com:
 01 escudo de proteção balística;
 01 radiocomunicador portátil (HT) com 02 (duas) baterias;
 01 fuzil calibre 5,56 mm ou 7,62mm;
 01 espingarda calibre 12, municiada preferencialmente com
cartuchos SG;
 01 submetralhadora Taurus-Famae calibre .40;
 Carregadores sobressalentes e munições extras para todos os
armamentos;
 escudo, cassetetes e capacetes de choque, dependendo da
missão;
 munição química (Viatura de Comando).
Depois de equipada, mesmo no interior do Batalhão, a viatura deve
permanecer trancada, ou sob os cuidados de um Policial da Equipe.
Somente os Policiais da Equipe adentram a sua respectiva viatura.
Nenhum objeto pode ser colocado ou retirado da viatura sem o
consentimento de um dos Policiais da Equipe.
Todos os componentes da Equipe devem estar plenamente aptos a
manusear qualquer equipamento ou armamento existente na viatura.
O Policial de ROTA deve ainda trazer consigo durante o serviço: 01
par de luvas descartáveis, caneta preta, bloco para anotações, cartão telefônico,
identidade funcional e dinheiro para alimentação e outros pequenos gastos
pessoais.
Cabe ao 4º ou 5º homem equipar a viatura com sua Pasta Individual
de ROTA (que todos possuem), e um guia da Grande São Paulo.
Na Pasta Individual, o Policial deverá possuir:
 Toda documentação relativa ao Patrulhamento (Relatório de
Serviço Motorizado, Continuação de Relatório de Serviço
19

Motorizado, Relação de veículos vistoriados, Relação de pessoas


abordadas, BO/PM-TC, QPAE, Folha de Caráter Geral, Croqui
Cadavérico, Espelho de Comando, Declaração para vistoria em
residência).
 Relação de Distritos Policiais da Capital e Grande São Paulo,
constando endereço e telefone;
 Relação dos Batalhões e Companhias da Polícia Militar,
constando endereço e telefone;
 Mapas ilustrativos das Áreas dos Batalhões da região
Metropolitana e Grande São Paulo;
 Relação de Hospitais e PS, contendo endereço e telefone;
 Relação dos Policiais Militares do Pelotão, contendo nome
completo e RE;
 Relação dos Códigos de Ocorrência;
 Outros documentos que considerar necessários para o exercício
da atividade policial.
20

10. Revista, instrução e preparação para o patrulhamento.

O Patrulhamento de ROTA é desenvolvido no regime de 12 horas de


serviço por 36 horas de folga.
O Sargento mais antigo do Pelotão (chamado informalmente ROTA
90) coloca o efetivo em forma no Pátio, e após conferência, apresenta a tropa ao
Comandante do Pelotão, informando acerca de possíveis novidades.
No momento da apresentação da tropa para o Comandante de
Pelotão, no início do serviço, as viaturas já deverão estar limpas, alinhadas e
equipadas, prontas para o patrulhamento.
Após a revista da tropa são realizados os ajustes relativos à escala
de serviço, na qual Comandante de Equipe, motorista e viatura são fixos, enquanto
os seguranças são alterados a cada quinzena, ou conforme as necessidades.
O Comandante de Pelotão é o responsável pela montagem da
escala quinzenal, devendo comparecer à Cia juntamente com o ROTA 90, no serviço
imediatamente anterior à virada da quinzena, para dispor no quadro de efetivo da
Cia, a formação das Equipes para os serviços subseqüentes.
O ROTA 90 deve providenciar a elaboração da escala diária,
conforme os ajustes definidos junto ao Cmt Pel, colhendo em seguida a assinatura
do Cmt Cia, e providenciando para que as cópias necessárias sejam distribuídas ao
Cmt do Btl, Scmt do Btl, Coordenador Operacional, sala de rádio, Gd do Quartel, Cia
e Cmt de Pelotão.
O treinamento é parte fundamental do serviço e o Comandante de
Pelotão providencia a instrução diária, compreendendo condicionamento físico e/ou
técnica policial, conforme o planejamento do pelotão ou pelo programa estabelecido
através do Gabinete de Treinamento.
Posteriormente, libera o efetivo para higiene pessoal e preparação
do equipamento individual.
As áreas de atuação dos Pelotões variam diariamente, conforme a
estratégia desenvolvida pelo Coordenador Operacional do BTA, a partir da análise
dos índices criminais.
O Policial de ROTA é extremamente cauteloso quanto a sua
apresentação pessoal, e somente sai para o patrulhamento limpo e barbeado, farda
21

limpa e passada, botas engraxadas, Braçal de ROTA polido e boina escovada.


Todos se fiscalizam mutuamente neste sentido.
O Cb de Dia deve encaminhar aos Cmt Pel as ordens emanadas
para divulgação à tropa, auxiliando nas questões administrativas.
Em cada Pelotão deve haver sargentos encarregados de funções
administrativas, quais sejam, escalante, auxiliar de moto-mecanização, controle de
afastamentos e dispensas, controle de disciplina, relações públicas, informações,
entre outras, que serão supervisionadas pelo Cmt Pel.
No momento que antecede a saída para o patrulhamento, o Pelotão
entra em forma, por Equipes, para últimas ordens e orientações.
22

11. Início do Patrulhamento de ROTA e uso do rádio

Ao embarcar na viatura, cada Policial informa a quantia de dinheiro


que carrega consigo para se evitar qualquer suspeita em caso de ocorrência
envolvendo numerário.
Os estagiários somente colocam o Braçal de ROTA quando suas
Equipes saírem do Batalhão, mediante autorização do Comandante de Equipe.
A saída do Pelotão é feita em comboio, em direção a área de
patrulhamento, com a viatura do Comandante de Pelotão à frente, seguida pelas
demais viaturas, em ordem de antiguidade dos Sargentos Comandantes de Equipe,
com liberação a critério do Cmt Pel.
O Cmt Pel, via rádio, cumprimenta o Oficial mais antigo que já esteja
em patrulhamento, informando quanto à saída do Pelotão e em seguida o COPOM.
O Comandante de Pelotão é o canal de comunicação entre o
Pelotão e o público interno e externo da Corporação.
Toda ocorrência de gravidade é passada pelo COPOM diretamente
ao Comandante do Pelotão que esteja atuando em determinada área, que designa
qual Equipe atenderá (ou não), e de que maneira atuará (somente cerco,
patrulhamento nas imediações, abordagem direta,...).
Quando uma Equipe se depara com uma ocorrência, transmite as
informações ao Cmt Pel, que então tomará suas providências, ou solicitará ao
COPOM retransmissão para toda a rede, se for o caso.
Na Rede de ROTA de comunicações, o COPOM atua
fundamentalmente como órgão de apoio, pois cada Cmt Pel controla e coordena
suas Equipes.
Cada Equipe só tem comunicação direta com o Cmt Pel; para
comunicação com qualquer outra Equipe ou estação fixa, deve antes ter a permissão
do seu Cmt Pel.
Para rapidez operacional, as Equipes comunicam-se diretamente
com o COPOM para consultas sobre veículos, antecedentes criminais,...
A disciplina na Rede de ROTA é rígida, com observância total dos
códigos; não são permitidas abreviações indevidas, qualquer tipo de comunicação
que não seja operacional, uso de nomes próprios de PM,...
23

A rede aberta somente é utilizada para mensagens curtas, claras e


precisas; quando há necessidade de comunicações longas ou administrativas, usa-
se outro canal (telefone, contato pessoal).
Sempre que chamada via rádio pelo Comandante de Pelotão, a
Equipe responde informando o local onde está, e novidades. Ex.: “ROTA 223 QAP,
Av. Paulista, patrulhamento”.
Em regra será sempre o Cmt de Equipe quem fará uso do rádio;
entretanto, quando a Equipe estiver desembarcada, outro policial poderá modular
caso a Equipe seja chamada, devendo para tanto se identificar (segurança ou
motorista) quando da modulação. Ex.: “ROTA 223 QAP, motorista modulando, Av.
Paulista, Equipe desembarcada averiguando QRU”.
A prioridade de comunicação é obedecida com rigor; se uma Equipe
a solicita, todas as demais deixam de modular, e somente o Cmt Pel daquela Equipe
cobra as informações necessárias.
Os prefixos das viaturas dos Comandantes de Pelotão são
designados conforme a ordem de entrada em serviço. Os Comandantes de Pelotão
da 2ª Cia (Matutina) são Cmdo I, Cmdo II e Cmdo III conforme a antiguidade do
Oficial; em seguida os Comandantes de Pelotão das 3ª e 4ª Cias (Vespertina) são
Cmdo IV, V e VI, Cmdo VII, VIII e IX, e os da 1ª Cia (Noturna) Cmdo X, XI e XII.
Os Cmt Cia são Rota I (1ª Cia), Rota II (2ª Cia), Rota III (3ª Cia), e
Rota IV (4ª Cia).
As equipes do P/2 são Rota 20 (Oficial), Rota 21, Rota 22,...
Rota 700 é o Oficial SJD do BTA.
Rota 500 é o Oficial P/5.
Cmdo Aguiar é o Cmt Btl, e Scmdo Aguiar é o Scmt Btl.
Rota 200 significa a residência de algum PM.
24

13. Patrulhamento de ROTA

A velocidade da viatura no patrulhamento deve ser a necessária


para que tudo possa ser observado com detalhes e compreendido pelo PM.
A atenção dos homens deve estar toda voltada para suas zonas de
atuação.
Durante o patrulhamento as janelas da viatura estarão sempre
abertas para permitir melhor visualização e agilidade. Com fortes chuvas que
atrapalhem o patrulhamento, a viatura estaciona em local coberto e visível pelo
público, pois é grande o risco de acidentes.
Em transeuntes, atentar para aparência geral, mãos, volumes na
cintura, tornozelos e objetos que portam (pochete, jornal, revistas, embrulho,...); sua
colocação no ambiente; uso inadequado de tipos de roupas (agasalhos em dia
quente, mal vestido em local elegante ou vice-versa,...), aparência emocional
(pessoa assustada, pouco à vontade, sobressalto ao ver a Equipe,...), mudança
repentina de comportamento (mudança de direção, parada em casas batendo
palmas ou fingindo chamar alguém, quando há mais de um e se separam, agacham,
correm,...); casais abraçados, parados ou andando (olhar as reações da mulher, se
estiver assustada pode estar sendo vítima de algum crime, atentar para as mãos do
homem); homens, portanto bolsas de mulher; tatuagens típicas de cadeias e outros
aspectos físicos (sangramentos, marcas de tiro, roupas sujas, lesões que possam
indicar escaladas de muros ou rastejamentos,...); pessoas que olham a viatura por
trás após a sua passagem; pequenos volumes abandonados quando a viatura está
se aproximando.
Sempre observar as mãos dos indivíduos, principalmente quando da
aproximação dos patrulheiros, pois, é com as mãos que eles podem agir contra o
policial (sacando alguma arma) ou dispensar algum objeto ou instrumento de crime
(porções de entorpecentes ou a própria arma).
Em veículos, atentar para o aspecto geral; veículos novos em
péssimo estado de conservação; chaves falsas no contato; sinais de violação; placas
velhas em veículos novos; veículos sem placas; reação dos ocupantes; arrancadas
bruscas; excesso de velocidade cometimento de outras infrações de natureza grave;
objetos no interior; faróis apagados à noite; casal no banco traseiro do veículo e o
25

banco do passageiro vazio (exceto táxi); homem conduzindo e um ou mais homens


no banco traseiro; condutores que sinalizam com farol alto ao cruzar com a viatura;
táxi com passageiro e luminoso aceso; veículos à frente da viatura que fazem uso
constante de freios (luz de freio) sem necessidade aparente; veículo com um
passageiro apenas que está sentado atrás do motorista; pessoa com dificuldade de
conduzir o veículo;...
Em transportes coletivos, observar sempre a atitude de pessoas
próximas ao cobrador e ao motorista; sinais luminosos do motorista para a viatura;
objetos arremessados pela janela;...
O interior de estabelecimentos comerciais, bancos, empresas, são
observados pelos 3º e 4º homens, com atenção ao comportamento das pessoas.
Deve-se atentar para as imediações desses estabelecimentos no
mínimo com algumas dezenas de metros de antecedência, tentando identificar
veículos mal estacionados, com as portas abertas, indivíduos em motocicletas,
pessoas paradas à entrada do estabelecimento ou do outro lado da via pública,
pessoas que saem correndo de dentro do estabelecimento, gritos e estampidos
vindos do interior do local,...; observar o local onde fica o caixa e pessoas que
estejam ao seu redor; observar o fundo do estabelecimento (balcões, portas,
entradas), com atenção às atitudes e expressões das pessoas; atentar para
estabelecimentos vazios (especialmente à noite), quando ainda em funcionamento;
portas abaixadas parcialmente ou totalmente em horário anormal; pessoas
carregando materiais, principalmente de madrugada; pessoas próximas ao vigia do
estabelecimento; vigias do banco com os coldres vazios ou todos juntos em um dos
cantos do local;...
Em caso de averiguação, nunca parar a viatura à frente do
estabelecimento, para evitar que a Equipe fique exposta e sem abrigo.
Em bairros residenciais, deve-se observar veículos parados de
forma suspeita (mal estacionados, com portas abertas, condutor aguardando ao
volante); portões e portas abertas; pessoas carregando objetos (aparelhos
eletrônicos) para veículos, ou mesmo a pé para fora da casa; gritos e outros sons
suspeitos vindos de dentro da própria casa; pessoas paradas na entrada da casa ou
próximas a ela;...
Mesmo sendo impossível observar tudo numa cena em movimento,
a Equipe fica sempre atenta para qualquer detalhe que possa revelar a ocorrência
26

de um crime ou contravenção, e jamais se retorna para a Base Aguiar com uma


dúvida que não tenha sido averiguada.
Qualquer homem da Equipe que observar algo anormal deve alertar
aos demais para averiguação.
O 4º ou 5º homem é o encarregado de pesquisar, nas relações de
alerta geral de autos transmitidos pelo COPOM, qualquer placa de veículo que
levante suspeita a alguém da Equipe. Se houver atitude suspeita procede-se à
abordagem e vistoria.
Ao se passar por vias transversais, a visualização inicia-se em seu
ponto mais distante, e recua em direção ao PM observador, pois se houver algo
irregular no horizonte, será visto de imediato, sem tempo para evasão.
Em vias de pista dupla ou mão dupla, em que haja possibilidade de
retorno, a viatura trafega pela faixa da esquerda, dividindo o fluxo para melhor ser
observado pelos patrulheiros (o fluxo pelo 4º homem, e o contra-fluxo pelo 3º
homem). Em vias de sentido único, ou sem possibilidade de retorno da viatura, o
deslocamento será pela faixa da direita.
Quando patrulhando pela faixa da esquerda, o motorista e o 4º
homem sinalizam para que os demais veículos do fluxo ultrapassem a viatura pela
direita.
Não se permite, exceto em tráfego muito intenso, que outro veículo
permaneça muito próximo da viatura, para não atrapalhar uma possível manobra
repentina, e para precaver-se de possíveis ataques dos ocupantes.
Atenção, pelo mesmo motivo exposto acima, a pedestres e
motociclistas próximos à viatura.
Em trânsito lento e semáforos, o motorista mantém distância
suficiente do veículo da frente para realizar manobras.
Em qualquer parada (que não seja tráfego intenso) os seguranças
desembarcam e protegem a Equipe, civis e a viatura.
Todo solicitante que se aproximar deve ser encaminhado ao Cmt Eq.
Ao se manobrar a viatura em locais ermos, favelas ou em ruas sem
saída, os seguranças desembarcam para maior proteção.
Todo PM fardado e viatura atraem a atenção do público. Todos os
componentes da Equipe policiam-se ininterruptamente com relação a sua postura,
palavras e gestos, mesmo no interior da viatura em patrulhamento.
27

Conseqüentemente, algumas condutas devem ser coibidas. Jamais


jogar lixo ou objetos pela janela da viatura; fazer brincadeiras, gestos obscenos ou
usar palavras de baixo calão, que possam ser observados por alguém fora da
viatura; adotar postura indiscreta com mulheres; gritar para alguém longe da viatura;
ficar com o braço solto para fora da viatura; permanecer descoberto; desabotoar a
camisa; ou tomar qualquer atitude que atente contra a imagem de um profissional
sério e competente.
O motorista sempre obedece aos sinais e regras de trânsito, exceto
quando em emergência, e, mesmo assim, com todos os cuidados e sinais de
advertência acionados.
Normalmente o motorista realiza a segurança da viatura quando a
Equipe desembarca para qualquer verificação.
Qualquer um que entrar na viatura, mesmo solicitante, vítima ou
testemunha, deve ser rapidamente revistado para possível localização de armas.
Se um detido tiver que ser removido de uma viatura para outra, a
Equipe que irá transportá-lo deverá proceder a uma rápida busca pessoal no
indivíduo, independentemente de realização anterior, para efeito de cautela.
Da mesma forma, o compartimento no qual o detido for transportado
deverá sempre ser verificado antes de sua entrada e após sua saída, a fim de se
visualizar a existência de qualquer objeto que possa representar risco à Equipe, ou
que eventualmente possa ter sido abandonado pelo indivíduo no local.
Sempre que possível, no mínimo dois PM fazem a segurança da
viatura, enquanto os demais estiverem distantes. Se a situação exigir, e somente
um PM ficar na viatura, ele deve fechar as portas e janelas, posicionar a viatura em
local seguro, armar-se com uma arma longa e radiocomunicador e colocar-se em
posição estratégica onde tenha uma ampla visão, ficando protegido. Não deve
admitir que ninguém se aproxime da viatura ou de si próprio para não ser rendido.
Todo PM, de qualquer Unidade, que se encontre durante o
patrulhamento é tratado com cordialidade.
Ao se avistar outra viatura, além de cumprimentar os policiais, deve-
se visualizar o prefixo da viatura que ocupam, pois a qualquer momento podem
solicitar apoio, e sua localização será conhecida.
Nenhum serviço de interesse particular é executado durante o
patrulhamento.
28

Estando a viatura estacionada, se algum solicitante aproximar-se do


PM da segurança, deverá ser encaminhado ao outro segurança que estará na
viatura. O segurança principal não desvia sua atenção dando informações ou
conversando.
A ROTA atrai admiradores e curiosos que costumam aproximar-se
da viatura estacionada. São tratados com educação e respeito, mas não devem
conversar com o homem da segurança principal. O PM que conversar com estas
pessoas, apesar de dar-lhes atenção (quando a situação permitir, caso contrário são
gentilmente convidadas a se afastarem) não se desliga do que ocorre ao redor.
Estes civis não podem entrar na viatura ou tocar em qualquer equipamento ou
armamento. Podem ser convidados a visitarem o Batalhão, onde terão a atenção
devida.
Mesmo que esteja em outra Unidade da PM, Distrito Policial, órgão
ou repartição pública, a atenção da Equipe com a segurança não pode diminuir, e a
viatura de ROTA nunca ficará sozinha.
A Equipe deve estar sempre ciente do local exato em que está
atuando, observando sempre a placa com o endereço, para pedido de apoio em
caso de emergência.
Na Grande São Paulo, desconhecendo-se os limites municipais, os
pontos de ônibus e postes de energia elétrica podem ser utilizados para auxiliar na
localização, pois trazem escrito o nome do Município.
Durante os deslocamentos, caso a numeração de uma via esteja
decrescendo, normalmente o sentido tomado aponta para o centro. Da mesma
forma, quando a numeração das residências ímpares estiver à direita da via.
Um policial de ROTA nunca está sozinho, qualquer que seja a
situação. No mínimo em doispoliciais, em qualquer averiguação ou ocorrência.
A Equipe de ROTA está sempre pronta para deslocamentos
emergenciais. Ex: Se estacionada, estará com o motor ligado e frente voltada para a
via de saída; se consertando um pneu numa borracharia, o estepe será colocado
enquanto o outro pneu é reparado.
Se alguma viatura, com problemas mecânicos, necessitar ser
guinchada ao Batalhão, será escoltada por outra Equipe para sua proteção.
A atenção deve ser máxima durante o patrulhamento e a segurança
privilegiada a todo momento.
29

Os policiais devem estar cientes de todas as ocorrências passadas


pela rede de rádio; devem evitar permanecer com o rosto voltado para dentro da
viatura, mesmo para conversar com um companheiro; as armas devem ser mantidas
em prontas condições de emprego, mas sempre com segurança (não direcionada
para ninguém e dedo fora do gatilho).
Os princípios básicos da boa educação devem ser observados,
assim como a solicitude e pré-disposição em bem atender aos solicitantes.
Para tanto, deve-se desembarcar da viatura sempre que atender
qualquer solicitante; não fumar enquanto estiver atendendo alguém; evitar a
utilização de gírias policiais;...
Procurar auxiliar as pessoas que necessitem, para prevenir
situações de risco à sua segurança (idosos querendo atravessar ruas de grande
movimento, pessoa com dificuldade para trocar o pneu de carro em local ermo,...),
lembrando que essas atitudes contribuem para a formação de uma opinião positiva
em relação aos serviços prestados pela Polícia Militar e pelo Batalhão.
Manter os critérios éticos e profissionais, jamais aceitando qualquer
tipo de retribuição material ou pecuniária ofertadas por civis, em virtude da função.
Finalmente, a Equipe deve estar preparada para auxiliar aos policiais
de outras modalidades de patrulhamento que estejam necessitando de apoio dentro
de sua área de patrulhamento e para atender todos os tipos de ocorrências,
principalmente as de maior gravidade (roubo com retenção de vítima, seqüestros,
catástrofes,...).
30

14. Abordagem a Transeuntes

1. Identificar os indivíduos que se encontram em atitude suspeita.


2. Analisar o local e as circunstâncias em que será realizada a
abordagem, considerando o risco da Equipe e de terceiros. Conforme as
possibilidades, manter certa distância e acompanhar os indivíduos até um local e
momento ideal para abordagem.
3. Parar a viatura a cerca de 2 ou 3 metros dos indivíduos a serem
abordados.
4. A Equipe assume posição semidesembarcada, de arma em
punho, dedo fora do gatilho e prontos para se defenderem de uma possível
agressão.
5. Os policiais que estiverem na mesma lateral dos indivíduos que
serão submetidos à abordagem, permanecem voltados para sua direção, abrigados
pelas portas da viatura, enquanto os demais policiais fazem o fechamento da área
de abordagem conforme o conceito de segurança em 360º.
6. Com calma e educadamente, mas com energia, em tom de voz
suficiente para ser ouvido, o Comandante de Equipe determina aos indivíduos que
levantem as mãos, virem-se de costas, coloquem as mãos na cabeça, com os dedos
entrelaçados e afastem as pernas.
8. A ordem de posicionamento deverá vir acompanhada de
recomendações no sentido de que pessoas que porventura estiverem empunhando
qualquer objeto ou volume deverão colocá-lo no chão.
9. A Equipe deixa a cobertura da viatura quando os indivíduos
estiverem posicionados e o Comandante de Equipe assume a segurança geral,
enquanto o motorista posiciona-se ao lado direito da viatura com atenção à
retaguarda, e os outros dois policiais (3º e 4º homem) se aproximam para realizar a
busca pessoal.
10. Ao sinal do Comandante de Equipe, os seguranças (3º e 4º
homem) iniciam a busca pessoal, a qual deve ser rápida e visar à localização de
armas ou qualquer outro objeto que possa oferecer risco.
11. Encerrada a busca pessoal, o Comandante de Equipe determina
aos indivíduos que se coloquem de frente, e com as mãos para trás.
31

12. A seguir, os seguranças, de frente para os indivíduos, iniciam


uma revista pormenorizada, procurando objetos ilegais e entorpecentes que possam
estar escondidos em bolsos ou nas vestes.
13. Ao mesmo tempo, os seguranças devem conversar com os
indivíduos separadamente, fazendo perguntas para detectar algum detalhe que
possa indicar contradições.
14. O motorista (2º homem), permanece na segurança, próximo à
viatura, desembarcado, atento ao rádio e pronto para pedir apoio se necessário.
15. Os seguranças verificam os documentos dos indivíduos
abordados e os entregam ao Comandante de Equipe, que após conferência irá
repassá-los ao motorista da viatura, a fim de que proceda as consultas necessárias,
se for o caso, e relacione os dados em planilha própria.
16. Também deve ser realizada uma varredura nas proximidades,
pois os indivíduos podem ter abandonado algum objeto ao perceber a aproximação
da Equipe.
17. Realizada a busca e não sendo nada constatado, os documentos
verificados são devolvidos a seus proprietários que devem ser orientados a conferir
se está tudo em ordem.
18. O Comandante de Equipe agradece a colaboração dos
abordados e os libera para prosseguir.

Fonte:
Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Transeunte,
2002.

Manual de Patrulhamento Tático, 1998.


1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO
32

15. Busca Pessoal

Fundamento Legal da Busca Pessoal:


- Artigos 240, 244, 249 do Código de Processo Penal.
- Artigos 180 a 183 do Código de Processo Penal Militar.
- Artigo 100 Inciso I do CTN.

A busca pessoal divide-se em três fases.


A primeira fase, chamada de busca preliminar é aquela na qual o
policial visa localizar armas e objetos que estejam junto ao corpo do indivíduo e que
possam ser utilizados para atentar contra a sua vida ou de terceiros. Nesta fase, o
indivíduo é posicionado com as mãos apoiadas em um anteparo ou na própria
cabeça, de costas para o policial, de forma a minimizar as possibilidades de
qualquer reação, submetendo-se a uma averiguação rápida.
Na segunda fase, o indivíduo será posicionado de frente para o
policial, com as mãos nas costas, permitindo uma conversação. Após ter sido
afastada a possibilidade de existência de armas ou objetos que possam oferecer
risco ao policial, como facas e estiletes, será procedida uma busca pormenorizada,
visando à localização de qualquer objeto que possa caracterizar a ocorrência de um
ilícito, como substâncias entorpecentes, chaves falsas do tipo gazua, documentos
falsos, dinheiro falso, cartões ou cheques clonados, objetos de procedência
duvidosa,... Para tanto, são verificados os bolsos do indivíduo, carteira, meias,
sapatos e até mesmo curativos e ataduras existentes no corpo do suspeito. É nesse
momento que são verificadas também tatuagens, marcas provenientes de ferimentos
de arma de fogo, cicatrizes,..., que possam servir de elementos indicativos da vida
pregressa do abordado.
Finalmente a terceira fase, chamada minuciosa, que deve ser feita
em um ambiente isolado, geralmente na presença de uma testemunha, na qual será
retirada toda a roupa do indivíduo.
Normalmente, durante o patrulhamento, são procedidas a primeira e
segunda fase da busca pessoal, em situações de rotina, relativas a locais de
incidência criminal conhecida, horários incompatíveis com a presença de pessoas,
vestes inadequadas em relação ao clima,... Porém, caso existam elementos
33

veementes da participação do indivíduo em um ato criminoso, a terceira fase será


necessariamente realizada.

Procedimentos do PM na Busca Preliminar

1. Antes de iniciar a busca, evitar que o indivíduo fique na posse de


quaisquer objetos (blusa, sacola, bolsa, pacote, guarda-chuva, jornal,...). Na medida
do possível, determinar que coloque os objetos no chão.
2. Determinar ao indivíduo que levante as mãos, mantendo-as à
vista.
5. Proceder à busca por trás do indivíduo, mantendo sempre uma
das mãos efetuando a ancoragem das mãos do indivíduo que estão posicionadas
sobre a cabeça e com os dedos entrelaçados, e ainda uma perna atrás da outra de
acordo com as posições dos braços, de modo que a arma, acondicionada no coldre,
fique distante do indivíduo, ou seja, o posicionamento deve ser tal que a perna fraca
fique à frente, e a perna forte à retaguarda.
6. Durante a busca, observar a seguinte seqüência:
6.1. Iniciar pela cintura, realizando uma das laterais no primeiro
movimento, e no retorno, passando o polegar por dentro da calça, a fim de verificar
possíveis objetos mantidos junto ao corpo;
6.2. Assumir uma seqüência de cima para baixo, iniciando pela
existência de cobertura, que deve ser retirada e examinada;
6.3. Seguir pela lateral do corpo, a partir do membro superior
(punho, antebraço e braço);
6.4. Apalpar a garganta, ombro, axila, peito, barriga, costelas e
costas;
6.5. Seguir pela parte externa de uma das pernas, até o tornozelo,
retornando pela parte interna até o cavalo;
6.6. Após, reiniciar a seqüência no lado oposto, partindo da cintura,
sem inverter a perna, mas realizando apenas a troca das mãos.

Procedimentos do PM na 2ª fase da Busca Pessoal

1. Examinar todos os bolsos da roupa, costuras, remendos,...


34

2. Verificar carteiras, pochetes, sacolas, bolsas, mochilas,...


3. Verificar a existência de objetos junto à roupa íntima.
4. Verificar tatuagens, cicatrizes, ferimentos,...
5. Verificar sapatos e meias, quando necessário.
6. Verificar sinais característicos do uso de entorpecentes.
7. Entrevistar o abordado ( nome, antecedentes criminais, período
em que cumpriu pena, procedência, destino, profissão, familiares com antecedentes
criminais...).
8. Se nada de ilegal for localizado, agradecer a colaboração,
liberando o indivíduo.

Procedimentos do PM na Busca Minuciosa

1. Proceder a Busca Preliminar.


2. Em local isolado, tirar toda a roupa e os sapatos do revistado.
3. Se estiver com ataduras ou gesso, verificar se não são falsos.
4. Verificar todo o corpo do revistado, inclusive orifícios externos.
5. Verificar a roupa do revistado.

Observações:
No caso de se encontrar uma arma na cintura da pessoa abordada,
(local mais comum), a busca pessoal não deve ser interrompida, pois pode haver
outras armas na perna ou axila, por exemplo, expondo a Equipe a uma situação de
alto risco.
Não existem indivíduos suspeitos, mas sim atitudes suspeitas, ou
seja, o comportamento ou a situação de alguém é que, de alguma forma, não se
ajusta às circunstâncias determinadas pelo ambiente (horário, clima, local, modus
operandi...), o que torna possível a verificação policial.
Em toda abordagem a Polícia: “Ou prende um bandido, ou ganha um
amigo”

Fonte:
Procedimento Operacional Padrão para Busca Pessoal, 2002.
35

15. Abordagem a Veículos de Passeio

1. Identificar o veículo cujos ocupantes se encontrem em atitude


suspeita.
2. Acompanhar o veículo até um local e momento ideal para
abordagem.
3. Sinalizar com os dispositivos sonoros e luminosos, piscando faróis
altos, e acionando a luz indicadora de direção a fim de estabelecer o lado da via em
que o veículo deverá parar.
4. Posicionar a viatura entre 2 e 5 metros atrás do veículo parado,
ligeiramente à esquerda sendo que o farol direito da viatura deve estar alinhado com
o eixo central do veículo a ser abordado.

5. A Equipe assume posição semidesembarcada, de arma em


punho, dedo fora do gatilho e prontos para se defenderem de uma possível
agressão.
36

6. O motorista e o Comandante de Equipe permanecem


semidesembarcados com atenção voltada para frente ao passo que os seguranças
(3º e 4º homem) permanecem com atenção voltada à retaguarda.
7. Com calma e educadamente, mas com energia, em tom de voz
suficiente para ser ouvido, o Comandante de Equipe determina que o condutor do
veículo desligue o motor e desça juntamente com os seus acompanhantes,
posicionando-se atrás do veículo com as mãos apoiadas sobre a cabeça e com os
dedos entrelaçados e as costas voltadas para a viatura, sem que nada peguem.
37

8. A Equipe deixa a cobertura da viatura quando os indivíduos


estiverem posicionados e o Comandante de Equipe utilizando a técnica de tomada
de ângulo, realiza uma varredura no interior do veículo a fim de verificar se não há
pessoas em seu interior, enquanto os seguranças permanecem com vistas aos
indivíduos posicionados atrás do veículo.
38

9. Ao sinal do Comandante de Equipe, os seguranças (3º e 4º


homem) iniciam a busca pessoal, a qual deve ser rápida e visar à localização de
armas ou qualquer outro objeto que possa oferecer risco. O Comandante de Equipe
permanece na segurança e o motorista posiciona-se ao lado direito da viatura com
atenção à retaguarda.
39

10. O 3º homem solicita aos ocupantes do veículo que se coloquem


sobre a calçada, alinhados, voltados para a rua, mãos para trás, devendo o condutor
permanecer ao lado do Comandante de Equipe.
40
41

11. A seguir, o segurança da equipe irá pegar a chave do veículo e


utilizando a coluna traseira do automóvel, abrirá o porta-malas com o objetivo de
localizar alguma pessoa neste momento.
42
43

11. A seguir, os seguranças, de frente para os indivíduos, iniciam


uma revista pormenorizada, procurando objetos ilegais e entorpecentes que possam
estar escondidos em bolsos ou nas vestes.

12. Ao mesmo tempo, os seguranças devem conversar com os


indivíduos separadamente, fazendo perguntas para detectar algum detalhe que
possa indicar contradições, e distrair os ocupantes do veículo, não permitindo que
planejem uma reação.
13. O motorista (2º homem), permanece na segurança, próximo à
viatura, desembarcado, atento ao rádio e pronto para pedir apoio se necessário.
14. O Comandante de Equipe solicita ao condutor do veículo sua
identificação pessoal (cédula de identidade), e os documentos de porte obrigatório,
especificados no Código de Trânsito Brasileiro (CNH e CLA), questionando quanto a
possíveis irregularidades no veículo, quanto à existência de armas, entorpecentes
ou objetos de valor em seu interior, determinando ao condutor do auto que
acompanhe visualmente a vistoria que será realizada.
44

15. O Comandante de Equipe repassa ao motorista da viatura, a


CNH do condutor do veículo abordado, a fim de que os dados sejam relacionados
em planilha própria.
16. O segurança realiza a vistoria do lado dianteiro direito do veículo,
iniciando pela porta e em seguida passando à parte interior, desde o teto descendo
até o assoalho, minuciosamente. Em seguida, passa a realizar a vistoria da mesma
forma no banco traseiro do lado direito. Posteriormente passará para o lado
esquerdo do veículo realizando a mesma seqüência. Quando estiver realizando a
vistoria do lado dianteiro esquerdo, (lado do condutor do veículo abordado), o policial
deverá destravar o capô dianteiro do auto. Durante a vistoria as portas do veículo
que estiverem voltadas para o lado em que se encontram os indivíduos abordados
permanecem abertas, a fim de que o condutor possa acompanhar a vistoria
visualmente. A ordem lógica de vistoria do veículo é no sentido horário, iniciando
pelo quadrante do passageiro dianteiro e terminando no quadrante do
compartimento do motor, e após, deverá repassar ao Comandante de Equipe o final
da numeração do chassi do veículo para conferência com a documentação em sua
posse.

18. Realizada a busca e não sendo constatado algo de ilícito, os


documentos verificados são devolvidos aos seus proprietários que devem ser
orientados a conferir se está tudo em ordem.
19. O Comandante de Equipe agradece a colaboração dos
abordados, identificando-se e explicando o motivo da abordagem. Na sequência os
policiais auxiliam para que o veículo seja colocado de volta no fluxo de trânsito para
evitar acidentes.

16. Vistoria Veicular

Antes de se iniciar vistoria veicular, o Comandante de Equipe deverá


estar posicionado ao lado do veículo com o condutor do auto ao seu lado.
O Comandante de Equipe, com o motorista do auto ao seu lado,
solicita a documentação pessoal e a do veículo.
45

O policial que procederá a vistoria aguarda ao lado do veículo


enquanto o Comandante de Equipe pergunta se existem armas, entorpecentes ou
objetos de valor (jóias, dinheiro, telefone celular,...) em seu interior.
Caso a resposta do condutor seja positiva quanto ao objeto de valor,
ele deve dizer exatamente onde se encontra, sendo este imediatamente retirado do
auto sob suas vistas pelo policial, e entregue ao Comandante de Equipe que o
repassará ao seu proprietário.
Caso exista uma arma de fogo legalizada no veículo, deverá ser
retirada e levada discretamente para a viatura. O Comandante de Equipe solicitará o
registro e o porte da arma, que serão verificados e relacionados para inserção
posterior em relatório. A arma somente será devolvida ao término da vistoria,
devendo ser recolocada no local onde se encontrava inicialmente, de forma discreta,
pelo policial que a retirou.
A discrição com o armamento se faz necessária, pois uma ação
policial atrai a atenção de pessoas ao redor, e um infrator nas proximidades, ao ver
esta arma (que sendo legalizada será devolvida ao término a seu proprietário)
poderá tentar acompanhar os indivíduos após sua liberação para tentar roubá-la.
Se houver objeto ilícito no interior do veículo, como armas ilegais ou
entorpecentes, deverão ser adotadas as medidas pertinentes ao estado de
flagrância.
Ainda antes do início da vistoria veicular, o Comandante de Equipe
perguntará ao condutor do veículo se possui algum antecedente criminal.
Somente após estas perguntas, o Comandante de Equipe informará
ao condutor do veículo que será procedida à vistoria veicular, a qual deverá ser por
ele acompanhada integralmente, e autorizará o policial a iniciar o procedimento.
A vistoria do veículo tem início pelo lado do passageiro.
O rádio do veículo deve ser sempre desligado, para que o vistoriador
fique atento ao que ocorre no exterior, e não seja pego de surpresa numa reação.
O veículo é dividido em seis quadrantes para a vistoria. Dianteiro
direito, traseiro direito, porta-malas, traseiro esquerdo, dianteiro esquerdo, e
compartimento do motor.
O policial realiza a vistoria do lado dianteiro direito do veículo,
iniciando pela porta, cujo vidro deve ser levantado, verificando-se o espaçamento
entre a chapa externa e a forração interna, e em seguida passando à parte interior,
46

desde o teto descendo até o assoalho, minuciosamente (teto, quebra-sol, console,


porta-luvas, entradas de ar, atrás do painel, sob tapetes, carpetes descolados,
banco, encosto de cabeça,...).
Em seguida, passa a realizar a vistoria da mesma forma no banco
traseiro do lado direito.
Posteriormente passará para o porta-malas, lado esquerdo do
veículo realizando na seqüência, primeiramente na traseira e após na dianteira.
Quando estiver realizando a vistoria do lado dianteiro esquerdo,
(lado do condutor do veículo abordado), o policial deverá destravar o capô dianteiro
do auto.
Ao vistoriar o compartimento do motor, o policial deverá verificar a
caixa do filtro de ar, espaçamento entre a divisória corta-fogo e o conjunto mecânico,
entre outras cavidades que possam ocultar objetos ilícitos, e após, deverá repassar
ao Comandante de Equipe o final da numeração do chassi do veículo para
conferência com a documentação em sua posse.
Durante a vistoria as portas do veículo que estiverem voltadas para
o lado em que se encontram os indivíduos abordados permanecem abertas, a fim de
que o condutor possa acompanhar a vistoria visualmente.
Qualquer objeto ilegal, ou entorpecente encontrado no auto deve ser
discretamente apanhado pelo policial que cientificará de pronto o Comandante de
Equipe, conforme as convenções anteriormente estabelecidas, prosseguindo na
vistoria normalmente até o término.
Objetos de valor e dinheiro são imediatamente entregues ao
Comandante de Equipe, que os repassa ao proprietário, orientando-o a conferir.
Nessas circunstâncias, a comunicação com os indivíduos sempre
parte do Comandante de Equipe.
Em qualquer momento da revista se constatado indício de crime,
todos os suspeitos são imediatamente algemados, ou se for o caso, ajoelhados no
solo antes, para posterior condução ao DP da área.
O vistoriador deve tomar toda precaução para não causar qualquer
dano no veículo (portas que não se abrem ou fecham facilmente, devem ser
manuseadas pelo proprietário, cuidados com estofamento e pintura do auto em
contato com o equipamento do PM,...).
47

Tudo que for verificado durante a vistoria deve ser recolocado


exatamente no local em que estava, e as portas fechadas ao término da revista.
Se houver bolsas ou mochilas de pequeno porte que forem
localizadas durante a vistoria, deverão ser retiradas e trazidas à presença dos
ocupantes do veículo, que após se identificarem quanto à sua propriedade,
acompanharão a revista que o policial realizará nos volumes.
Caso sejam localizadas malas de maiores dimensões, o policial
realizará a vistoria no local onde se encontram, sendo acompanhado visualmente
pelo seu proprietário.
Realizada a busca e não sendo nada constatado, os documentos
verificados são devolvidos aos seus proprietários que devem ser orientados a
conferir se está tudo em ordem.
O Comandante de Equipe agradece a colaboração dos abordados,
identificando-se e explicando o motivo da abordagem. Na sequência os policiais
auxiliam para que o veículo seja colocado de volta no fluxo de trânsito para evitar
acidentes.
48

17. Abordagem a Motocicletas

1. Identificar a motocicleta cujos ocupantes se encontrem em atitude


suspeita.
2. Acompanhar a motocicleta até um local ideal para abordagem.
3. Sinalizar com os dispositivos sonoros e luminosos, piscando faróis
altos, e acionando a luz indicadora de direção a fim de estabelecer o lado da via em
que a motocicleta deverá parar.
4. Posicionar a viatura entre 2 e 5 metros atrás da motocicleta
parada, sendo que o farol direito da viatura deve estar alinhado com o eixo central
do veículo a ser abordado.
5. A Equipe assume posição semidesembarcada, de arma em
punho, dedo fora do gatilho e prontos para se defenderem de uma possível
agressão.
6. O motorista e o Comandante de Equipe permanecem
semidesembarcados com atenção voltada para frente ao passo que os seguranças
(3º e 4º homens) permanecem com atenção voltada à retaguarda.
7. Com calma e educadamente, mas com energia, em tom de voz
suficiente para ser ouvido, o Comandante de Equipe determina que os ocupantes
desçam da moto e se posicionem na calçada, com as mãos sobre a cabeça, dedos
entrelaçados, de costas para os policiais.
8. A Equipe deixa a cobertura da viatura quando os indivíduos
estiverem posicionados sendo que o Comandante de Equipe vai à frente para
realizar a segurança e o motorista posiciona-se ao lado direito da viatura com a
atenção voltada à retaguarda, enquanto os seguranças (3º e 4º homem) realizam a
busca pessoal.
9. A busca pessoal deve ser rápida e visar à localização de armas
ou qualquer outro objeto que possa oferecer risco.
10. O segurança (3º homem) solicita aos ocupantes do veículo que
se coloquem sobre a calçada, alinhados, voltados para a rua, mãos para trás,
devendo o condutor permanecer ao lado do Comandante de Equipe.
11. A seguir, os seguranças, de frente para os indivíduos iniciam
uma revista pormenorizada, procurando objetos ilegais e entorpecentes que possam
estar escondidos em bolsos ou nas vestes.
12. Ao mesmo tempo, os seguranças devem conversar com os
indivíduos separadamente, fazendo perguntas para detectar algum detalhe que
possa indicar contradições, e distrair os ocupantes do veículo, não permitindo que
planejem uma reação.
49

13. O motorista (2º homem), permanece na segurança, próximo à


viatura, desembarcado, atento ao rádio e pronto para pedir apoio se necessário.
14. O Comandante de Equipe solicita ao condutor do veículo sua
identificação pessoal (cédula de identidade), e os documentos de porte obrigatório,
especificados no Código de Trânsito Brasileiro (CNH e CLA), questionando quanto a
possíveis irregularidades no veículo.
15. O Comandante de Equipe repassa ao motorista da viatura, a
CNH do condutor do veículo abordado, a fim de que os dados sejam relacionados
em planilha própria.
16. O segurança da equipe inicia a vistoria da moto pelo
compartimento do banco, verifica se o cabo de aço e o lacre da placa estão intactos
e vai à frente da moto verificando a numeração do chassi com vistas à adulteração,
informando ao Comandante de Equipe a numeração para conferência com o
documento em sua posse.
17. Realizada a busca e nada de ilícito sendo constatado, os
documentos verificados são devolvidos aos seus proprietários que devem ser
orientados a conferir se está tudo em ordem.
18. O Comandante de Equipe agradece a colaboração dos
abordados, identificando-se e explicando o motivo da abordagem. Na sequência os
policiais auxiliam para que o veículo seja colocado de volta no fluxo de trânsito para
evitar acidentes.

Fonte:
50

18. Ações Corretivas para Abordagem a Motocicletas

1. Identificar a motocicleta cujos ocupantes se encontrem em atitude


suspeita.
2. Acompanhar a motocicleta até um local ideal para abordagem.
3. Sinalizar com os dispositivos sonoros e luminosos, piscando faróis
altos, e acionando a luz indicadora de direção a fim de estabelecer o lado da via em
que a motocicleta deverá parar.
4. Se os ocupantes da motocicleta demonstrarem algum tipo de
resistência à abordagem ou posicionarem o veículo de forma diferente ao
determinado pelos policiais, a viatura deverá ser posicionada lateralmente à
motocicleta, sendo que a porta do Comandante de Equipe permanecerá alinhada ao
garupa.
51

5. O Comandante de Equipe permanece preferencialmente


semidesembarcado com atenção voltada para os abordados. O 3º homem
desembarca, e posiciona-se à frente da viatura. O 4º homem desembarca e
permanece com atenção voltada ao garupa e à retaguarda.
52
53

6. Com calma e educadamente, mas com energia, em tom de voz


suficiente para ser ouvido, o Comandante de Equipe determina que os ocupantes
desçam da moto e se posicionem na calçada, primeiramente o garupa e na
sequência o piloto, com as mãos sobre a cabeça, dedos entrelaçados, de costas
para os policiais.
54

8. A Equipe deixa a cobertura da viatura quando os indivíduos


estiverem posicionados sendo que o Comandante de Equipe vai à frente para
realizar a segurança e o motorista posiciona-se ao lado direito da viatura com a
atenção voltada à retaguarda, enquanto os seguranças (3º e 4º homem) realizam a
busca pessoal.
55

9. A busca pessoal deve ser rápida e visar à localização de armas


ou qualquer outro objeto que possa oferecer risco.
11. A seguir, os seguranças, de frente para os indivíduos iniciam
uma revista pormenorizada, procurando objetos ilegais e entorpecentes que possam
estar escondidos em bolsos ou nas vestes.
12. Ao mesmo tempo, os seguranças devem conversar com os
indivíduos separadamente, fazendo perguntas para detectar algum detalhe que
possa indicar contradições, e distrair os ocupantes do veículo, não permitindo que
planejem uma reação.
13. O motorista (2º homem), permanece na segurança, próximo à
viatura, desembarcado, atento ao rádio e pronto para pedir apoio se necessário.
14. O Comandante de Equipe solicita ao condutor do veículo sua
identificação pessoal (cédula de identidade), e os documentos de porte obrigatório,
especificados no Código de Trânsito Brasileiro (CNH e CLA), questionando quanto a
possíveis irregularidades no veículo.
15. O Comandante de Equipe repassa ao motorista da viatura, a
CNH do condutor do veículo abordado, a fim de que os dados sejam relacionados
em planilha própria.
56

16. O segurança da equipe inicia a vistoria da moto pelo


compartimento do banco, verifica se o cabo de aço e o lacre da placa estão intactos
e vai à frente da moto verificando a numeração do chassi com vistas à adulteração,
informando ao Comandante de Equipe a numeração para conferência com o
documento em sua posse.
17. Realizada a busca e nada de ilícito sendo constatado, os
documentos verificados são devolvidos aos seus proprietários que devem ser
orientados a conferir se está tudo em ordem.
18. O Comandante de Equipe agradece a colaboração dos
abordados, identificando-se e explicando o motivo da abordagem. Na sequência os
policiais auxiliam para que o veículo seja colocado de volta no fluxo de trânsito para
evitar acidentes.

19. Abordagem a Utilitários

1. Identificar o veículo cujos ocupantes se encontrem em atitude


suspeita.
2. Acompanhar o veículo até um local e momento ideal para
abordagem.
3. Sinalizar com os dispositivos sonoros e luminosos, piscando faróis
altos, e acionando a luz indicadora de direção a fim de estabelecer o lado da via em
que o veículo deverá parar.
4. Posicionar a viatura entre 2 e 5 metros atrás do veículo parado,
ligeiramente à esquerda sendo que o farol direito da viatura deve estar alinhado com
o eixo central do veículo a ser abordado.
5. A Equipe assume posição semidesembarcada, de arma em
punho, dedo fora do gatilho e prontos para se defenderem de uma possível
agressão.
6. O motorista e o Comandante de Equipe permanecem
semidesembarcados com atenção voltada para frente ao passo que os seguranças
(3º e 4º homem) permanecem com atenção voltada à retaguarda.
57

7. Com calma e educadamente, mas com energia, em tom de voz


suficiente para ser ouvido, o Comandante de Equipe determina que o condutor do
veículo desligue o motor e desça juntamente com os seus acompanhantes,
posicionando-se atrás do veículo, onde deverá abrir o compartimento de carga e
permanecer com as mãos na nuca, dedos entrelaçados, de costas para a viatura,
sem que nada peguem.
8. A Equipe deixa a cobertura da viatura quando os indivíduos
estiverem posicionados e o Comandante de Equipe utilizando a técnica de tomada
de ângulo, realiza uma varredura no interior do veículo a fim de verificar se não há
pessoas em seu interior, enquanto os seguranças permanecem com vistas aos
indivíduos posicionados atrás do veículo.
9. Ao sinal do Comandante de Equipe, os seguranças (3º e 4º
homem) iniciam a busca pessoal, a qual deve ser rápida e visar à localização de
armas ou qualquer outro objeto que possa oferecer risco. O Comandante de Equipe
permanece na segurança e o motorista posiciona-se ao lado direito da viatura com
atenção à retaguarda.
10. O segurança (3º homem) solicita aos ocupantes do veículo que
se coloquem sobre a calçada, alinhados, voltados para a rua, mãos para trás,
devendo o condutor permanecer ao lado do Comandante de Equipe.
11. A seguir, os seguranças, de frente para os indivíduos iniciam
uma revista pormenorizada, procurando objetos ilegais e entorpecentes que possam
estar escondidos em bolsos ou nas vestes.
12. Ao mesmo tempo, os seguranças devem conversar com os
indivíduos separadamente, fazendo perguntas para detectar algum detalhe que
possa indicar contradições, e distrair os ocupantes do veículo, não permitindo que
planejem uma reação.
13. O motorista (2º homem), permanece na segurança, próximo à
viatura, desembarcado, atento ao rádio e pronto para pedir apoio se necessário.
14. O Comandante de Equipe solicita ao condutor do veículo sua
identificação pessoal (cédula de identidade), e os documentos de porte obrigatório,
especificados no Código de Trânsito Brasileiro (CNH e CLA), questionando quanto a
possíveis irregularidades no veículo, quanto à existência de armas, entorpecentes
ou objetos de valor em seu interior, determinando ao condutor do auto que
acompanhe visualmente a vistoria que será realizada.
58

15. O Comandante de Equipe repassa ao motorista da viatura, a


CNH do condutor do veículo abordado, a fim de que os dados sejam relacionados
em planilha própria.
16. O segurança (4º homem) realiza a vistoria do lado direito do
veículo, iniciando pela porta e em seguida passando à parte interior, desde o teto
descendo até o assoalho, minuciosamente. Em seguida, passa a realizar a vistoria
da mesma forma no lado esquerdo do veículo. Quando estiver realizando a vistoria
do lado esquerdo, (lado do condutor do veículo abordado), o policial deverá retirar a
chave do veículo e colocá-la em seu cinto, além de destravar o capô dianteiro do
auto. Durante a vistoria a porta do veículo que estiver voltada para o lado em que se
encontram os indivíduos abordados permanece aberta, a fim de que o condutor
possa acompanhar a vistoria visualmente. Encerrada a vistoria no habitáculo dos
passageiros, o policial vistoria o compartimento de carga e posteriormente o
compartimento do motor, repassando ao Comandante de Equipe o final da
numeração do chassi do veículo para conferência com a documentação em sua
posse.
17. Realizada a busca e não sendo nada constatado, os documentos
verificados são devolvidos a seus proprietários que devem ser orientados a conferir
se está tudo em ordem.
18. O Comandante de Equipe agradece a colaboração dos
abordados e os policiais auxiliam para que o veículo seja colocado de volta no fluxo
de trânsito para evitar acidentes.

Fonte:
Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Veículos
Utilitários, 2002.
59

19. Abordagem a Veículos de Carga

1. Identificar o veículo de carga cujos ocupantes se encontrem em


atitude suspeita.
2. Acompanhar o veículo até um local apropriado para abordagem.
3. Sinalizar com os dispositivos sonoros e luminosos, piscando faróis
altos, e acionando a luz indicadora de direção a fim de estabelecer o lado da via em
que o veículo deverá parar.
4. No momento da parada da viatura, a Equipe deverá redobrar a
atenção para uma possível escolta de marginais.
5. Não se deve ter pressa para abordar um caminhão, pois
dificilmente o mesmo tentará se evadir.
6. O motorista da viatura pára à retaguarda do caminhão, com a
viatura posicionada totalmente à esquerda, afastada de 3 a 5 metros, de forma que
se este soltar o freio de mão ou descer por estar em uma ladeira, não venha a se
chocar contra a viatura.
7. O motorista permanece semidesembarcado, enquanto o
Comandante de Equipe juntamente com os seguranças desembarcam
posicionando-se próximos da carroceria do caminhão, sendo que o Comandante de
Equipe permanece na extrema esquerda, e o 3º homem permanece na extrema
direita, visualizando a lateral, enquanto o 4º homem permanece ao seu lado, de
costas para o compartimento de carga com atenção voltada à retaguarda.
8. Com calma e educadamente, mas com energia, em tom de voz
suficiente para ser ouvido, o Comandante de Equipe deve determinar que o condutor
do veículo desligue o motor e desça juntamente com os seus acompanhantes pelo
lado direito da boléia, onde estará realizando a segurança o 3º homem.
9. O 3º homem determina aos ocupantes que se posicionem na
lateral do veículo com as mãos apoiadas sobre o mesmo e as costas voltadas para a
calçada, sem que nada peguem do interior do caminhão, e em seguida, deixa a
cobertura do compartimento de carga, juntamente com o 4º homem, posicionando-
se ao redor dos indivíduos.
10. O Comandante de Equipe deixa a cobertura e se desloca pela
lateral esquerda do caminhão, fazendo a tomada de ângulo da boléia e contornando
60

a frente do caminhão, posicionando-se próximo à cabine na segurança e o motorista


posiciona-se ao lado direito da viatura com atenção à retaguarda.
11. Ao sinal do Comandante de Equipe, os seguranças iniciam a
busca pessoal, a qual deve ser rápida e visar à localização de armas ou qualquer
outro objeto que possa oferecer risco, e em seguida o 3º homem solicita aos
ocupantes do veículo que se coloquem sobre a calçada, alinhados, voltados para a
rua, mãos para trás, devendo o condutor permanecer ao lado do Comandante de
Equipe.
12. A seguir, os seguranças, de frente para os indivíduos, iniciam
uma revista pormenorizada, procurando objetos ilegais e entorpecentes que possam
estar escondidos em bolsos ou nas vestes.
13. Ao mesmo tempo, os seguranças devem conversar com os
indivíduos separadamente, fazendo perguntas para detectar algum detalhe que
possa indicar contradições, e distrair os ocupantes do veículo, não permitindo que
planejem uma reação.
14. O motorista (2º homem), permanece na segurança, próximo à
viatura, desembarcado, atento ao rádio e pronto para pedir apoio se necessário.
15. O Comandante de Equipe solicita ao condutor do veículo sua
identificação pessoal (cédula de identidade), os documentos de porte obrigatório,
especificados no Código de Trânsito Brasileiro (CNH e CLA) e a nota fiscal da carga
transportada, questionando quanto a possíveis irregularidades no veículo, quanto à
existência de armas, entorpecentes ou objetos de valor em seu interior,
determinando ao condutor que acompanhe visualmente a vistoria que será
realizada.
16. O Comandante de Equipe repassa ao motorista da viatura, a
CNH do condutor do veículo abordado, a fim de que os dados sejam relacionados
em planilha própria.
17. O segurança (4º Homem) realiza a vistoria do lado direito do
veículo (boléia), iniciando pela porta e em seguida passando à parte interior, desde o
teto descendo até o assoalho, minuciosamente. Em seguida, passa a realizar a
vistoria da mesma forma no lado esquerdo do veículo. Quando estiver realizando a
vistoria do lado esquerdo, (lado do condutor do veículo abordado), o policial deverá
retirar a chave do veículo e colocá-la em seu cinto, além de destravar o
compartimento do motor. Durante a vistoria a porta do veículo que estiver voltada
61

para o lado em que se encontram os indivíduos abordados permanece aberta, a fim


de que o condutor possa acompanhar a vistoria visualmente. Encerrada a vistoria da
cabine do caminhão, o Comandante de Equipe solicita ao condutor do veículo que
proceda a abertura das portas do compartimento de cargas, e retorne à calçada.
Encerrada a vistoria no compartimento de carga, o Comandante de Equipe solicita
ao condutor que proceda ao fechamento das portas, e após a vistoria do
compartimento do motor, o 4º homem informa ao Comandante de Equipe o número
do chassi para conferência junto à documentação em sua posse.
18. Realizada a busca e não sendo nada constatado, os documentos
verificados são devolvidos a seus proprietários que devem ser orientados a conferir
se está tudo em ordem.
19. O Comandante de Equipe agradece a colaboração dos
abordados e os policiais auxiliam para que o veículo seja colocado de volta no fluxo
de trânsito para evitar acidentes.

Fonte:
Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Veículos de
Carga, 2002.

Manual de Patrulhamento Tático, 1998.


1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO
62

20. Abordagem a Coletivos

1. O Comandante de Equipe deve identificar o ônibus, cujos


ocupantes se encontrem em atitude suspeita e solicitar o apoio de outras viaturas.
2. Acompanhar o ônibus até um local e momento apropriado para
abordagem.
3. Sinalizar com os dispositivos sonoros e luminosos, piscando faróis
altos, e acionando a luz indicadora de direção a fim de estabelecer o lado da via em
que o ônibus deverá parar.
4. Com o ônibus suspeito estacionado, posicionar a viatura entre 3 e
5 metros atrás, ligeiramente à esquerda sendo que o farol direito da viatura deve
estar alinhado com a lanterna traseira esquerda do ônibus.
5. O Comandante de Equipe desembarca juntamente com os
seguranças de arma em punho, dedo fora do gatilho e prontos para se defenderem
de uma possível agressão, posicionando-se na traseira direita do coletivo, sendo
que o 3º homem passa por trás da viatura.
7. Posteriormente o Comandante da Equipe se dirigirá à porta
dianteira do coletivo, juntamente com o 4º homem, cobertos pela lateral, o mais
discretamente possível, solicitando ao motorista que a abra, permanecendo o 3º
homem junto à porta traseira do ônibus, observando o movimento no interior do
coletivo.
8. O Comandante de Equipe adentra no coletivo e determina que os
homens desembarquem pela porta de trás e se posicionem na lateral do ônibus.
9. Durante o desembarque, o 3º homem coordenará o
posicionamento dos indivíduos na lateral do ônibus para que sejam submetidos a
busca pessoal, enquanto o 4º homem se afastará da lateral do coletivo
permanecendo no alinhamento da porta dianteira, na segurança.
10. O motorista manobra a viatura de modo a posicioná-la a 45º em
relação ao coletivo abordado, cercando o sítio da abordagem, impedindo a
passagem de pessoas pelo local e diminuindo a possibilidade de evasão de
qualquer dos ocupantes do coletivo abordado. Em seguida desembarca e passa
para o lado direito da viatura fazendo a segurança geral da Equipe.
63

12. Após o desembarque dos homens, o Comandante de Equipe


determina que as mulheres sentem-se todas ao lado oposto ao que está sendo
realizado a abordagem mantendo suas mãos sobre a barra de ferro do banco à
frente das mesmas. Os seguranças procedem à busca pessoal normalmente em
quem está fora, tomando as providências normais caso encontrem algo irregular,
enquanto o Comandante de Equipe permanece na segurança.
14. Em seguida, o 4º homem deve realizar vistoria no interior do
ônibus procurando objetos que possam ter sido abandonados pelas pessoas que
ocupavam o coletivo, bem como verificando bolsas e pertences das mulheres que
permaneceram no ônibus.
15. O 4º homem deve solicitar ao motorista sua documentação, não
esquecendo de verificar se o mesmo se encontra armado, bem como o cobrador,
sendo que tal verificação deve ser feita no interior do ônibus, tendo em vista a
existência de numerário no interior do mesmo.
16. O Comandante de Equipe deve verificar a documentação do
motorista do coletivo, repassando os documentos ao motorista da viatura para
registro em planilha própria, além de manter uma comunicação com o motorista e o
cobrador para o esclarecimento dos motivos que levaram à realização da
abordagem, principalmente no tocante à identificação de possíveis infratores.
17. Ao final da abordagem, caso nada seja encontrado os policiais
devem agradecer a colaboração e aguardar que todos retornem aos seus
respectivos lugares de início, liberando o ônibus logo após.
Observação:
A abordagem a coletivos é de alto risco em razão da quantidade de
pessoas que ocupam o veículo. Sendo assim, o ideal é aguardar a chegada de outra
viatura para se proceder a abordagem.

Fonte:
Procedimento Operacional Padrão para Abordagem de Coletivos,
2002.

Manual de Patrulhamento Tático, 1998.


1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO
64

Abordagem a Estabelecimentos Comerciais


22. Procedimentos Operacionais em Paradas e Estacionamentos

Nas paradas e estacionamento devem ser observados os seguintes


princípios:
Atentar para a fiel observância às normas de trânsito, não parando
sobre calçadas e faixas de pedestres, na contra-mão na via pública, em fila dupla,...
A viatura deve parar de tal forma que esteja em condições de pronto
deslocamento no caso de emergências (frente voltada para a rua, ou, quando
paralela à guia da calçada, com espaço suficiente para manobras rápidas de saída).
As janelas da viatura voltadas para o lado da via pública devem ser
fechadas.
Sempre deve haver um componente da Equipe próximo à viatura,
atento à segurança e na escuta do rádio.
Assim que o Comandante de Equipe retornar à viatura, o
componente que havia permanecido na escuta do rádio deverá cientificá-lo das
novidades, exceto em casos de urgência, quando deverá ser cientificado de
imediato.
A viatura efetua manobras com a Equipe desembarcada (1º, 3º e 4º
homem) fazendo a segurança e auxiliando o motorista (no máximo, o 4º homem
permanece na viatura quando há necessidade de anotar ocorrências irradiadas pelo
COPOM).
Não se desembarca da Viatura com a arma empunhada de forma
ostensiva.
Toda parada e estacionamento devem ser feitos em locais que não
impeçam ou atrapalhem a fluidez e segurança do trânsito, devendo estar
devidamente sinalizado quando necessário.

Regras de parada em Estabelecimentos Comerciais

Se não for para o atendimento de ocorrências, é o período suficiente


para os patrulheiros satisfazerem suas necessidades biológicas (alimentação e
sanitário).
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Antes de parar no local, observar a movimentação nas proximidades


e o interior do estabelecimento.
A Equipe (1º, 3º e 4º homem) desembarca antes do local,
dispersando e se posicionando em pontos estratégicos antes da viatura estacionar.
O 4º homem auxilia o motorista sinalizando ou direcionando o
trânsito para a realização das manobras.
Após o estacionamento da viatura, o Comandante de Equipe e o
motorista adentram ao estabelecimento (para alimentação se for o motivo da
parada), enquanto os demais policiais permanecem na segurança.
Ao retornarem, 3º e 4º homem adentram ao local, ficando agora os
outros policiais encarregados da segurança e na escuta do rádio.
Os policiais não sentam, não tiram a cobertura e se posicionam
preferencialmente, ao fundo do estabelecimento, desde que tenham visão de pelo
menos um dos componentes da Equipe que efetuam a segurança.
Observar todos os princípios básicos de boas maneiras.
Somente adentrar ao estabelecimento em que for se alimentar, se
possuir a quantia em dinheiro suficiente para tal consumo.
As paradas só devem ocorrer em locais compatíveis com a função
Policial Militar.
Mesmo no interior do estabelecimento, estar com a atenção voltada
à segurança e sem o distanciamento excessivo da viatura.
Evitar parar mais de uma viatura em um mesmo estabelecimento
particular.

Regras de parada em Hospitais e Pronto-Socorros

O Comandante de Equipe deve apenas verificar se há necessidade


de algum tipo de apoio (arrolamento de testemunhas, localização de vítimas,...) e se
retirar do local em seguida. Armas sobressalentes ou portáteis deverão permanecer
na viatura.
Os policiais não deverão causar aglomeração no PS, pois podem
causar transtornos à equipe médica.
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Regras de parada em outros Estabelecimentos Públicos

Não parar em local que possa atrapalhar a entrada e saída de outros


veículos e pedestres.
O Comandante de Equipe deve sempre procurar a autoridade ou
seus agentes responsáveis pelo local.
O relacionamento com os funcionários deve pautar pela boa
educação e profissionalismo.

Observação:

Em qualquer local público, os patrulheiros devem sempre evitar as


brincadeiras entre si, as gargalhadas desmedidas, as atitudes indiscretas para
mulheres e qualquer outro ato que caracterize a falta de respeito e compostura.

Fonte:
Manual de Patrulhamento Tático, 1998.
1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO

23. Procedimentos em Área Edificada

A realização de buscas em locais edificados constitui-se de uma


atividade policial rotineira, porém de risco elevado, motivo pelo qual se faz
necessário o emprego de técnicas específicas para minimizar tais riscos.
As áreas edificadas são aquelas ocupadas por construções, como
casas, prédios, estacionamentos comerciais,...
A ação em locais edificados pode ocorrer por iniciativa da própria
Equipe, em caso de suspeita de anormalidade no local; por solicitação direta de
algum cidadão ou por acionamento através do COPOM. Em qualquer dos casos, a
Equipe deve procurar obter o maior número possível de informações, tais como:
 Endereço exato (bairro, rua, número, apartamento,...);
 Ponto de referência;
67

 Situação (pessoas utilizando entorpecentes, suspeita de infrator


em residência, tomada de reféns,...);
 Número e características dos possíveis infratores;
 Número e características das vítimas;
 Existência de armas;
 Veículos utilizados;
 Características do local;
 Vias de acesso;
 Vias de fuga;
 Outras informações que possam auxiliar no atendimento da
ocorrência.
Esses dados deverão ser colhidos do solicitante pelo COPOM e
retransmitidos, ou diretamente pela Equipe no local da ocorrência.
Ao chegar no local, os policiais não devem entrar de imediato no
ambiente edificado; devem cercar a área e isolá-la, não permitindo a entrada de
pessoas não autorizadas e mantendo a vigilância sobre os locais onde possa haver
fuga dos possíveis infratores. Nesse momento a Equipe confirma as informações
que possui com o solicitante e com outras pessoas, bem como as complementa.
Essas informações devem ser repassadas ao Comandante de Pelotão e ao
COPOM.
O Comandante de Equipe deverá adotar as seguintes providências:
 Especificar quais os policiais que adentrarão no ambiente;
 Definir o local por onde se fará a entrada, que deve ser apenas
um, a fim de se evitar um possível fogo cruzado;
 Providenciar vigilância para os locais por onde possa haver fuga
dos eventuais infratores;
 Realizar a entrada e busca na área.
Para se efetuar a entrada em locais edificados, devem ser
considerados os seguintes fatores:
1. Adequação do Equipamento: Todos os policiais envolvidos na
ação devem estar utilizando colete balístico, podendo o grupo de entrada usar
outros equipamentos de proteção, como escudos, capacetes,... É importante que o
grupo de entrada utilize equipamentos portáteis de comunicação, para manter
68

contato com os demais patrulheiros e com o COPOM, além de armamento


adequado para o local;
2. Seqüência de Ação: Estabelecer as funções de cada policial, o
que deverá fazer, quando e como. Executar a entrada e a busca. Retornar ao ponto
de início e avaliar os resultados (detidos, armas apreendidas, disparos efetuados,...).
3. Durante a ação deve haver comando, controle, coordenação e
comunicação entre os policias.
4. Trabalho em Equipe: Todo o integrante de uma Equipe possui
responsabilidades individuais que devem ser cumpridas, para a segurança e
eficiência do trabalho de todo o grupo. Durante uma situação de risco que envolva
infratores armados deve haver uma padronização de táticas e de procedimentos
para minimizar os riscos. Para tanto é necessário bom senso dos policiais e trabalho
de grupo, coordenados segundo a ação de comando.
5. Proteção em 720º: Durante a ação é responsabilidade de cada
integrante da Equipe cobrir um ponto ou uma área, de forma que todas as direções
(360º) estejam protegidas. Hoje esse conceito evoluiu de duas para três dimensões,
incluindo os espaços verticais acima e abaixo, tratando-se de 720º.
6. Disciplina de luz e ruídos: Nenhum barulho pode ser feito ou luz
deve ser acesa, se não for estritamente necessário, pois isso pode denunciar
prematuramente a presença ou a posição da Equipe.
7. Proteções: O policial durante o seu deslocamento deve sempre
procurar estar protegido, utilizando uma cobertura ou um abrigo.
Cobertura é qualquer anteparo ou objeto que oculte o policial do
campo de visão do oponente, mas que não oferece proteção balística.
O abrigo oferece proteção balística contra disparos efetuados, de
acordo com o calibre da arma usada.
8. Perigo Imediato: Durante o deslocamento por um corredor, uma
escada ou quando adentrar a um cômodo, o perigo imediato é qualquer ameaça à
integridade física do policial ou de pessoas inocentes, podendo ser um indivíduo, um
local onde uma pessoa possa estar escondida ou de onde possa sair. Uma porta,
uma janela ou um corredor pode ser local de onde algum agressor pode surgir.
9. Cone da Morte: O policial deve evitar expor-se diante da abertura
de uma janela ou de uma porta, e permanecer o mínimo de tempo possível na
entrada do cômodo, pois se torna um alvo fácil.
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10. Posições de Arma: Posição Isóscele, posição Weaver, posição


SAS, uso de bandoleira, técnica do terceiro olho, tiro ajoelhado, tiro deitado.
Posição Isóscele: Os dois braços estão estendidos e as duas pernas
estão paralelas, formando um triângulo isóscele.
Posição Weaver: Criado por um policial americano chamado Jack
Weaver, nos anos 60, caracteriza-se por estar o atirador com o braço que segura a
arma estendido e o braço de apoio flexionado, bem como o atirador deve estar com
uma das pernas em posição à frente da outra. Esta posição é mais prática e
dinâmica que a posição isóscele.
Posição SAS: Posição de arma criada pela força de elite inglesa, o
Special Air Service - SAS, principalmente usada com as armas longas. Basicamente
divide-se em três situações; posição de pronto alto (high ready position), posição de
pronto baixo (low ready position) e posição de pronto (ready position).
Uso de Bandoleira: Toda arma longa deve ser usada apoiada no
ombro e com bandoleira, para facilitar o transporte da arma, auxiliar na firmeza da
posição do armamento, facilitar a transposição de obstáculos, liberar o uso de
ambas as mãos do policial caso seja necessário e possibilitar a transição de
armamento, caso a arma longa apresente algum problema devendo ser substituída
pela arma curta que está no coldre.
Técnica do terceiro olho: Quando o policial está na situação de
possibilidade de um confronto, deve estar com a arma em posição de tiro, apontando
a arma para a direção que ele está olhando, fazendo uma busca no ambiente à
procura do perigo.
Posição Ajoelhado e Posição Deitado: Quando for necessário
aproveitar uma proteção ou diminuir a exposição do corpo é necessário o policial
ajoelhar-se ou deitar-se rapidamente e estar em condições de atirar com precisão.
11. Formas de Deslocamento: Composição da Equipe, formação em
fila, em linha, em diamante, velocidades de deslocamento, comunicação por gestos.
Composição da Equipe: O número de componentes da Equipe para
realização de uma busca será no mínimo de 03 (três) homens.
Durante o deslocamento a Equipe não utiliza componentes com
funções fixas, mas sim de acordo com a posição que qualquer um dos homens
esteja ocupando dentro da formação. O homem que está na frente é o ponta com a
responsabilidade de fazer a exploração e esclarecimento do que se encontra à
70

frente no sentido de deslocamento da Equipe, bem como deve prover a segurança


naquela direção. O cobertura é o policial que vem atrás do ponta, variando seu
número de acordo com o número de homens que compõem a Equipe, sendo sua
obrigação prover a cobertura ao ponta quando este estiver executando o
esclarecimento, além de fazer a segurança das laterais da Equipe. O retaguarda é o
último homem na formação, devendo fazer a segurança da retaguarda da Equipe.
O Comandante de Equipe é o líder e se posiciona entre o ponta e o
retaguarda, em Equipes com 03 (três) policiais, ou entre o cobertura e o retaguarda
em Equipes com 04 (quatro) policiais. O Comandante de Equipe determina a direção
do deslocamento ou o recinto a ser invadido e coordena todas as atividades
desenvolvidas. O sub-líder é o segundo mais antigo, cabendo a ele assumir as
funções do líder no caso de impedimento deste ou no caso de divisão da Equipe.
Formação em Fila: Utilizada para o deslocamento em locais
estreitos, no interior de edificações, ou no momento de se preparar à invasão de um
recinto.
Formação em Linha: Utilizada para deslocamentos curtos da Equipe
por um local aberto, como uma rua ou para realizar uma varredura dentro de um
recinto amplo em uma área edificada ou um terreno.
Formação em Diamante: Utilizada para deslocamento em áreas
abertas onde seja necessária uma cobertura de 360º.
Velocidades de Deslocamento: a velocidade de deslocamento está
atrelada à necessidade de se manter a disciplina de ruídos, devendo para tanto ser
reduzida ou à necessidade de se posicionar com segurança em local coberto ou
abrigado, devendo nestas circunstâncias ser acelerada.
Comunicação por Gestos: Enquanto a disciplina de ruídos tiver de
ser respeitada é necessário evitar ao máximo conversas entre a Equipe, devendo
todas as ordens ser transmitidas através de comandos por gestos previamente
definidos.
12. Varreduras: Cobertura, olhada rápida, tomada de ângulo, uso de
espelhos, verbalização.
Varreduras são procedimentos adotados para se detectar a
presença de possíveis agressores durante o deslocamento, ou antes, de se adentrar
a um recinto, evitando a exposição desnecessária.
71

Cobertura: Quando o ponta for realizar uma varredura o restante da


Equipe deve estar posicionada para realizar a cobertura necessária.
Olhada Rápida: Na olhada rápida o policial irá olhar para dentro do
cômodo ou do corredor rapidamente, expondo-se o mínimo possível, verificando a
existência de um possível perigo ou local onde poderia estar uma ameaça, só
entrando após verificar se é seguro.
Tomada de ângulo: Na tomada de ângulo o policial irá se distanciar
da esquina da parede ou do vão da porta e assim terá um ângulo de visão
privilegiado, visualizando o interior antes mesmo de ser visto, sem se expor.
Uso de Espelhos: Com o uso de equipamento apropriado o policial
poderá visualizar o interior do cômodo de forma mais completa e segura.
Verbalização: No caso de achar uma pessoa suspeita, deve ser
usada uma voz de comando firme, clara e enérgica para fazer o suspeito sair do
local.
13. Formas de Entrada: Para realizar a entrada de maneira segura,
rápida e eficaz e evitar o perigo do cone da morte existem formas de entrada
apropriadas. São elas: a entrada cruzada, em gancho, e limitada.
14. Entrada Coberta: Utilizada para ocultar a presença da Equipe,
quando há tempo disponível e a velocidade não é essencial. Deve haver disciplina
de luzes e ruídos e a comunicação será feita por gestos. A localização dos alvos é
desconhecida e a progressão deve ser feita usando constantemente abrigos e
coberturas. A busca e a varredura serão detalhadas e sistemáticas. A proteção é de
360º, usando sempre espelho e escudo.
15. Entrada Dinâmica: Quando for necessária a localização do alvo,
a partir de informações prévias, e houver a necessidade de neutralizar pessoas,
coibindo oportunidades de reação através da velocidade, surpresa e ação de
choque, usando verbalização e vozes de comando enérgicas.

Fonte:
Curso de Equipe Tática, 1998.
1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO
72

24. Atendimento de Ocorrências

A maioria das ocorrências atendidas são aquelas com as quais as


Equipes de ROTA se deparam durante o patrulhamento ostensivo/preventivo.
As ocorrências passadas via COPOM para as Equipes de ROTA são
as de maior gravidade, onde há a necessidade do emprego imediato de maior
efetivo, armamento e treinamento especializado.
Ao se deparar com ocorrências simples, como desinteligência ou
acidente de trânsito sem vítimas, as partes são orientadas a se dirigirem à repartição
competente, DP ou Cia, para adoção dos procedimentos pertinentes aos fatos.
A Equipe de ROTA nunca se desfaz e seus integrantes não adotam
formações com outros policiais militares, devendo permanecer sempre juntos,
independentemente da presença de outras Equipes de ROTA ou policiais no local da
ocorrência.
Em perseguições a pé, o PM nunca fica em inferioridade numérica, e
caso os indivíduos em fuga se separem, imediatamente deve-se escolher um deles
para ser acompanhado, que uma vez detido, poderá fornecer a localização dos
demais.
As ocorrências transmitidas pelo COPOM serão necessariamente
submetidas ao conhecimento do Comandante de Pelotão de ROTA que está
atuando na área, que após análise pertinente, delibera a respeito da viatura que
eventualmente deverá se deslocar para o atendimento, consoante análise das
variáveis relativas à necessidade, oportunidade, distância, gravidade,...
Quando a ocorrência é transmitida, as Equipes conferem sua
localização, utilizando-se do guia da cidade, informando ao Comandante de Pelotão
quanto à sua proximidade do local e solicitando autorização para o deslocamento.
Ao mesmo tempo, outras Equipes que estejam próximas e que
possam se dirigir ao local em apoio, também devem solicitar autorização para se
deslocar.
Durante o deslocamento emergencial para o sítio da ocorrência, as
viaturas deverão estar com os sinais luminosos e sonoros acionados, entretanto,
eles devem ser desligados nas proximidades do destino, antes da chegada, a fim de
se manter a vantagem da surpresa e evitar a possível tomada de reféns.
73

As viaturas não devem ser paradas em frente ao local da ocorrência,


mas antes dele, de modo que os eventuais infratores não possam vê-las.
A Equipe deve informar ao Comandante de Pelotão assim que
chegar ao local de destino, retransmitindo dados quanto à ocorrência tão logo seja
possível, de modo a evitar deslocamentos emergenciais desnecessários, caso o fato
não seja constatado ou facilitar a realização do cerco, caso os indivíduos envolvidos
tenham se evadido.
Tudo que não puder ser legalmente resolvido no local dever ser
conduzido ao Distrito Policial da área para confecção de Registro de Ocorrência
(RDO), Termo Circunstanciado ou Auto de Prisão em Flagrante Delito, conforme
análise do Comandante de Equipe.
A Equipe não deve se envolver na ocorrência. Se alguma das partes
causar problemas, deve ser detida e conduzida ao Distrito Policial, por
desobediência, desacato ou resistência.
Em ocorrências violentas, o primeiro dever da Equipe é a defesa
própria e de terceiros, posteriormente o socorro às vítimas e detenção dos
delinqüentes.
A utilização da arma de fogo pelo policial deve ser o último recurso,
somente aceitável após a adequada avaliação do uso escalonado da força, devendo
revestir-se de cuidados especiais para não atingir um inocente que possa estar nas
proximidades. Nessa situação é preferível procurar abrigo e melhor posicionar-se,
mesmo que implique em fuga momentânea do agressor.
Se um policial da Equipe for ferido, será socorrido ao PS mais
próximo, mas preferencialmente, àquele que terá melhores recursos para tratá-lo.
Caso haja necessidade de internação, o policial não ficará sozinho até sua remoção
ao HPM ou Cruz Azul.
Havendo necessidade de preservação do local para perícia, o
Comandante do Pelotão determina uma Equipe para este encargo, enquanto a
Equipe responsável pela primeira intervenção, apresenta dados e partes no DP.
Ocorrências que necessitem de diligências serão sempre
coordenadas pelo Comandante do Pelotão.
É sempre importante a coleta de provas, o arrolamento de
testemunhas e a preservação do local do crime.
74

Em toda ocorrência que houver condução ao DP é confeccionado o


BO/PM-TC. Nas demais, constam-se os dados detalhadamente em relatório de
serviço.
Qualquer pessoa necessitando de cuidados médicos urgentes deve
ser imediatamente socorrida ao PS mais próximo.
Toda pessoa desconhecida que entrar na viatura será submetida a
uma rápida busca pessoal por PM da própria Equipe, mesmo que esteja ferida ou
que já tenha sido submetida a esta circunstância por outro PM participante da
ocorrência.
Sempre que uma Equipe se desloca para o atendimento de uma
ocorrência, seja por solicitação direta ou outro motivo qualquer, o Comandante de
Pelotão é imediatamente cientificado, através do rádio, pelo Comandante de Equipe,
que informa a natureza do fato e o local de destino.
Ao se dirigir para o local de ocorrência, a Equipe deve estar munida
da maior quantidade de informações possíveis, disponibilizadas junto ao COPOM ou
ao solicitante, atentando para características dos indivíduos envolvidos, vestimenta,
veículos utilizados, armamento,..., aproximando-se com cautela e com atenção às
proximidades, inclusive o contra-fluxo, pois, os indivíduos podem estar se evadindo
do local e suas atitudes podem revelá-los.
Nas imediações do local da ocorrência também pode haver
delinqüentes na escolta e proteção dos demais que estão praticando o crime.
O Comandante de Pelotão acompanha toda ocorrência
encaminhada ao DP por suas Equipes, verificando a necessidade de eventuais
apoios e ainda mantendo contato com o Delegado de Plantão para conhecimento
das providências de Polícia Judiciária pertinentes.
Por razões técnicas e operacionais, se guarnições de rádio-patrulha
da área estiverem no local de ocorrência, as Equipes de ROTA não deverão
interferir, permitindo que os policiais que prestaram o primeiro atendimento,
prossigam na solução da ocorrência. Caso seja solicitado apoio, analisadas as
circunstâncias, a tropa da área deve ser retirada do sítio da ocorrência, para que as
Equipes de ROTA assumam.
Durante o atendimento de uma ocorrência, a postura da Equipe deve
ser sempre imparcial e serena, pautando pela técnica, profissionalismo e legalidade.
75

O Comandante da Equipe deverá conversar com as partes


envolvidas e decidir sobre o procedimento a ser tomado.
O motorista permanece próximo à viatura e atento ao rádio, o 3º
homem assume a segurança geral, o 4º homem acompanha o Comandante de
Equipe e faz as anotações necessárias.
A apresentação da ocorrência no DP é feita pelo Comandante de
Equipe ao Delegado plantonista.
Durante a permanência no DP, a segurança não pode ser reduzida
sob nenhuma hipótese.
Dependendo do horário de término da ocorrência e condições das
testemunhas e vítimas, a Equipe de ROTA pode conduzi-las para suas residências,
mediante autorização do Comandante de Pelotão.
Encerrada a ocorrência, o Comandante de Equipe informa ao
Comandante de Pelotão e ao COPOM, retornando ao patrulhamento.
Quando a ocorrência ultrapassa o horário de serviço, o Comandante
do Pelotão pode liberar para retorno ao Batalhão as Equipes desempenhadas e
continua acompanhando a Equipe que permanece.
O Comandante de Pelotão somente recolhe à Base Aguiar com a
última Equipe, ou após prestar todo o apoio necessário para o encaminhamento da
ocorrência no DP, devendo obrigatoriamente, nesse caso, aguardar o encerramento
da ocorrência da Equipe no Batalhão e em condições de saída imediata, na eventual
necessidade.
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25. Procedimentos Operacionais em


Acompanhamentos e Cerco Policial

O acompanhamento é a situação decorrente da recusa de


obediência à ordem policial de parada, seguida de uma tentativa de evasão,
ensejando que os policias sigam no encalço dos fugitivos.
Seu preceito básico difere da simples perseguição policial, na qual
não há comedimento por parte do policial em seguir os fugitivos, com proximidade tal
que possa elevar significativamente a possibilidade de ocorrência de um acidente
fatal, envolvendo os próprios policiais, ou mesmo civis.
No acompanhamento, os policiais seguem a uma certa distância,
sendo esta suficiente para manter o contato visual, mas ao mesmo tempo adequada
para evitar acidentes envolvendo a própria viatura, permitindo maior mobilidade e
segurança.
Normalmente, a pessoa que foge empreende altíssima velocidade e
suas manobras e reações são imprevisíveis.
Logo, para que se promova à captura dos fugitivos, o
acompanhamento deve ser conciliado com o cerco, no qual através da comunicação
via rádio, a Equipe que acompanha informa sua localização, direção e sentido de
deslocamento, permitindo que outras Equipes se dirijam em apoio, cercando a área,
e bloqueando as rotas de fuga, obrigando a rendição.
O acompanhamento pode se estender por longas distâncias, e
quanto maior sua extensão, mais elevado será o risco e maior será a exigência em
relação ao cerco para o seu desfecho.
As ocorrências de acompanhamento e cerco costumam empenhar
todo o Pelotão, e usualmente, conciliam o apoio de outras Unidades (GRPAe,
Rodoviária, COE,...).

Fatores a serem considerados durante Acompanhamento e Cerco

Para a realização eficiente do acompanhamento e cerco há de se


considerar cinco fatores principais:
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1. Horário e Condições Climáticas – dia, noite, sol, chuva, neblina,


frio, calor,... Tal consideração é fundamental por interferir diretamente na quantidade
de pessoas que estão nas ruas bem como no próprio rendimento, na segurança e
condições de dirigibilidade da viatura.
2. Condições do Terreno – vias urbanas, estradas, aclives,
declives, vias de terra, vias asfaltadas, extensão da área, existência de desfiladeiros,
área de favela, matagal,... O tipo do terreno em que se proceder ao
acompanhamento e o cerco deve ser conhecido para que sejam adotadas
estratégias adequadas ao alcance do objetivo.
3. Comandantes – a personalidade dos Comandantes de Pelotão e
de Equipe, sua serenidade e clareza de comunicação na rede de rádio, o controle da
situação quanto aos riscos expoentes, o fiel cumprimento das determinações,... A
perfeita execução dos planos estratégicos se materializa através da ação dos
Comandantes de Pelotão e Equipe.
4. Método – A existência prévia de planos estratégicos, com linhas
de ação gerais e específicas, voltadas ao estabelecimento de funções (onde atuará
cada Equipe), atribuição de responsabilidades (quem deve fazer, o que deve fazer),
forma de modulação na rede de rádio,...
5. Lei Moral – Há de se ter no consciente os objetivos da atuação:
Preservação de Vidas, Aplicação da Lei, Restabelecimento da Ordem. Aqueles que
empreendem fuga não tem responsabilidade para com a segurança de reféns ou de
civis que estejam nas ruas, diferentemente dos policiais, para quem a preservação
da vida é fundamental. Assim, não se justificam ações de risco extremado que
embora resultem na detenção dos fugitivos culminem com a morte de inocentes.
Observação: A fuga, por si só, não constitui crime. Matar o fugitivo,
apenas por este fato, é crime!
Exemplos negativos infelizmente não faltam: destroem a carreira e a
vida pessoal dos policiais envolvidos e denigrem a imagem da Instituição, além das
vidas barbaramente tiradas (menor sem habilitação, morte de refém, “balas”
perdidas que acertam crianças na via pública,...).
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Procedimentos Básicos

Fuga em Veículos:

O Comandante de Pelotão poderá fazer um croqui resumido da área


de patrulhamento (incluindo vias de acessos principais, DP, PS, favelas e outros
pontos de interesse como pontes e represas) onde se fará a distribuição estratégica
das viaturas.
Traçar o plano geral de cerco da área. Recomenda-se analisar este
plano com o Pelotão (principalmente Motoristas e Comandantes de Equipe), pois,
poderá surgir alguma idéia útil de alguém que conheça peculiaridades da área.
O cerco inicia-se antes das Equipes saírem da Unidade, ou seja,
elas devem estar distribuídas estrategicamente na área de atuação.
O Comandante de Pelotão deve enumerar na instrução as possíveis
causas de um acompanhamento durante o serviço: veículos produto de ilícito, roubo
com refém, condutor sem habilitação, embriagues, socorro de alguém ao PS,...
Especificar a correta verbalização na rede de rádio, evitando-se
gritos ininteligíveis e orientando quando do acompanhamento para que sejam
fornecidas características do veículo, local, direção e sentido tomados, quantidade
de ocupantes e motivo da fuga, se souber, caso contrário alertar “com RESERVA”.
A tentativa de fuga se constata quando, após emprego dos sinais de
advertência, houver a recusa de parada, com o veículo aumentando a velocidade e
tentando despistar a Equipe. Ocorrendo a insistência na fuga, deve-se solicitar o
apoio para o cerco.
A Equipe que acompanha transmite os dados anteriormente
mencionados, com clareza e tranqüilidade, e na pausa das suas transmissões, as
demais Equipes deverão modular informando prefixo, local e rumo que estão
tomando.
O Comandante de Pelotão, possuindo a disposição geral das
viaturas, coordena o cerco através de rede de rádio, sempre promovendo a
atualização das localizações das Equipes (inclusive a sua própria).
Deve-se utilizar, também, o artifício de desvio, isto é, ainda que se
tenha partido depois dos fugitivos, chegar ao objetivo antes dele, através do
conhecimento que os patrulheiros devem ter da área.
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Se houver necessidade e possibilidade de outros tipos de apoio, o


Comandante de Pelotão deverá acioná-los (GRPAe, Rodoviária, COE,...).
Se o veículo estiver em direção à outra área, cientificar o COPOM
para alertar os patrulheiros da área vizinha, com antecedência.
Durante o cerco, a prioridade não é a proximidade física da viatura
com o veículo acompanhado, mas sua visualização constante e o envio de
informações precisas e atuais. A velocidade da viatura é ditada pela manutenção do
contato visual, com um deslocamento seguro à Equipe e demais usuários da via.
Obtendo-se êxito na interceptação do veículo e dos fugitivos,
proceder conforme a técnica de abordagem e vistoria de veículos, comunicando de
imediato o fato através da rede de rádio.
Ao se confirmar à interceptação do veículo através da rede de rádio,
caso não haja necessidade de apoio, as demais Equipes que estiverem muito
distantes irão interromper o seu deslocamento.
O Comandante de Pelotão deverá comparecer ao local e orientar
quanto à apresentação e finalização da ocorrência junto ao órgão competente.
Jamais posicionar a cabeça e o tronco do corpo para fora da viatura,
tampouco bater com a mão na lataria da porta durante os acompanhamentos, pois,
os sinais utilizados são a sirene, high-light, farol alto, buzina, gestos com as mãos,...

Fuga de Pessoas a Pé:

A viatura poderá ser utilizada até onde for possível o seu


deslocamento com segurança à Equipe.
Em caso de desembarque em que haja necessidade de dividir a
Equipe, observar especialmente o princípio da superioridade numérica (jamais o
policial deve prosseguir sozinho) e não permitir que a viatura fique abandonada.
O componente da Equipe que permanecer na viatura, normalmente
o motorista, deverá estacionar a mesma em local seguro, retirar a chave do contato,
fechar as portas e seus vidros, permanecendo coberto e abrigado em posição na
qual tenha ampla visão da viatura e das imediações, se possível com uma arma de
apoio e radiocomunicador.
Jamais executar o “disparo de advertência”, pois na maioria dos
casos, o fugitivo tende a aumentar o seu pânico (Adrenalina) e conseqüentemente a
80

sua velocidade de fuga. Além disso, há o risco do projétil atingir inocentes, outro
policial ou o fugitivo, sem a caracterização de um ato legítimo.
Se a fuga ocorrer em matagal, perdendo-se de vista o suspeito,
deve-se acionar imediatamente os apoios necessários para o cerco e a busca.
Havendo indícios de que o fugitivo tenha adentrado alguma moradia,
proceder ao cerco do local e, devidamente abrigado, averiguar solicitando a
presença de moradores e vizinhos.
No deslocamento em favelas e outros becos similares, atentar para
a progressão com cautela, utilizando-se de coberturas e abrigos, empregando as
técnicas de varredura (olhada rápida, tomada de ângulo, uso do espelho,...)
Ocorrendo a captura do fugitivo, deve-se averiguar as imediações e
o percurso da fuga com vistas a algum objeto abandonado.

Fonte:
Manual de Patrulhamento Tático, 1998.
1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO

Manual de Procedimentos, 1996.


1º Ten PM PINCELLI, 1º Ten PM PAULO CÉSAR, Sgt PM VIZIN
81

26. Procedimentos em Ocorrências


de Morte em Decorrência de Intervenção Policial

A atividade de policiamento de ROTA é orientada no sentido de


prevenir e reprimir as infrações penais nos exatos ditames da lei.
A utilização da força ocorre sempre em ordem crescente, iniciando-
se pela persuasão através de ordens verbais e claras no sentido de cessar a
conduta delituosa pela presença da Equipe.
A legalidade e a moderação devem ser os fatores preponderantes
para articular a intervenção policial, justificando-se o uso da força, apenas diante de
uma resistência oposta à autoridade policial e conseqüentemente estatal.
Diante dessa circunstância, a ação policial deve pautar pela
proporcionalidade à resistência embasando-se sempre em uma das causas de
excludente de ilicitude (legítima defesa própria ou de terceiro, estrito cumprimento do
dever legal, estado de necessidade e exercício regular de direito).
Nesse contexto, a força maior a ser empregada, o uso de arma de
fogo com moderação, somente será cabível quando se constituir em um último
instrumento de defesa de direito próprio ou de terceiros.
Em face da destinação do patrulhamento tático motorizado de ROTA
em atuar predominantemente no atendimento de ocorrências de gravidade ou em
missões de alto risco, a probabilidade de conflitos provenientes de sua intervenção
possui maior incidência em relação às demais Unidades da Polícia Militar.
Ao intervir em ocorrência na qual o autor da conduta delituosa
resiste à prisão, não resta aos policiais militares, outra alternativa senão a defesa de
suas vidas e de terceiros, em ação calcada no estrito cumprimento do dever legal,
através do uso moderado da força, com o objetivo de cessar a injusta agressão.
Assim, ocorrendo, ou na iminência de ocorrer resistência ativa e
violenta, a ação da Equipe de ROTA será a necessária para conter o agressor e
impossibilitar nova tentativa.
A primeira providência a ser tomada nesse caso, é o socorro das
vítimas, dos policiais e do próprio agressor.
Cabe ressaltar que antes de ser prestado o socorro, os envolvidos
(civis ou infratores) devem ser submetidos a uma rápida busca pessoal, para garantir
82

que não estejam em posse de armas ou objetos que possam ser utilizados para
atentar contra a vida dos policiais ou de terceiros durante o deslocamento.
Os feridos são socorridos o mais rápido possível ao PS mais
próximo do local dos fatos, pelo motorista, Comandante de Equipe e um dos
seguranças.
O outro segurança da Equipe fica no local com a missão de
preservar todos os detalhes do sítio da ocorrência para perícia, e impedir a
dispersão de testemunhas e vítimas do crime que estava sendo praticado quando da
tentativa de prisão.
A caminho do PS, o Comandante de Equipe informa sucintamente o
Comandante de Pelotão, via rádio, sobre a ocorrência, local dos fatos e PS para
onde está se dirigindo.
Neste momento o Comandante de Pelotão determina à Equipe
comandada pelo Sargento mais antigo (ROTA 90), que se dirija ao PS, e à Equipe
comandada pelo Sargento mais moderno, que se dirija para o local dos fatos, onde
deverá permanecer para realizar a preservação do sítio até a chegada da equipe de
peritos, ou até que o local seja liberado pela autoridade de polícia judiciária.
As demais viaturas também deverão seguir para o local da
ocorrência, enquanto o Comandante de Pelotão seguirá para o PS, onde irá
encontrar o Comandante da Equipe que está prestando socorro aos feridos.
No PS, após um relato sucinto dos fatos por parte do Comandante
da Equipe que se envolveu na ocorrência ao Comandante de Pelotão, ambos
retornarão ao local dos fatos, onde a Equipe, inicialmente fragmentada, será
recomposta.
A Equipe em apoio pelo PS fica encarregada de retirar as papeletas
médicas de internação ou constatação de óbito dos indivíduos socorridos; deve
providenciar a elaboração do croqui cadavérico ou mapa de sítio de tiro, com os
pontos de entrada e saída dos projéteis que atingiram os feridos; informar ao
Comandante de Pelotão sobre o estado dos feridos e conduzir os liberados ao DP.
No local dos fatos, as Equipes verificam os sinais do confronto em
conformidade com o relato das testemunhas e reúnem todos os dados, partes e
objetos relativos à ocorrência (dados das armas utilizadas, qualificação de
testemunhas, vítimas e detidos, horários, logradouros,...).
83

A Equipe do Comando e a Equipe envolvida seguem para


apresentação da ocorrência no DP da área, enquanto a Equipe previamente
designada, permanece no local para sua preservação, e as demais Equipes apóiam
na condução de partes, ou outra tarefa determinada pelo Comandante de Pelotão.
A “Base Aguiar” auxilia na realização das comunicações de praxe às
unidades da PM e demais autoridades que devam ser cientificadas dos
acontecimentos (Correg PM, sala de situação, CPChq, Oficial PPJM,...).
O Comandante da Equipe envolvida, juntamente com o Comandante
do Pelotão, apresentam a ocorrência ao Oficial PPJM e ao Delegado de Plantão.
O BO/PM-TC é confeccionado pela própria Equipe envolvida, cujo
Comandante providenciará as anotações pertinentes em relatório, além de elaborar
uma Parte Circunstanciada a respeito.
A ocorrência somente se encerra após o término dos procedimentos
de polícia judiciária (inclusive militar) e liberação do local da ocorrência.

Fonte:
Manual de Patrulhamento Tático, 1998.
1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO

Manual de Procedimentos, 1996.


1º Ten PM PINCELLI, 1º Ten PM PAULO CÉSAR, Sgt PM VIZIN
84

27. Apresentação de Ocorrências no Distrito Policial ou PPJM

Todas as ocorrências atendidas pelas Equipes de ROTA devem ser


objeto de análise por parte do Comandante de Equipe que irá deliberar quanto à
necessidade ou não de encaminhamento dos dados e partes ao órgão público
competente (DP, PPJM, PS,...).
Quando a ocorrência ensejar tal necessidade, o Comandante de
Pelotão deverá ser imediatamente cientificado, e em seguida o COPOM.
Nas ocorrências de maior complexidade (por exemplo, flagrante
delito), em que não haja extrema urgência na condução das partes, o Comandante
de Pelotão deverá comparecer ao local para apoiar a Equipe.
Verificar qual o órgão competente para adoção das medidas
cabíveis, conforme a caracterização do fato (crime comum, crime militar, infração de
menor potencial ofensivo, ato infracional,...).
Identificar ainda quais os órgãos e autoridades que deverão ser
cientificados da ocorrência (PPJM, Corregedoria Civil ou Militar, Cmt Cia, Supervisor
Regional, Supervisor de Choque, Sala de Situação, Polícia Científica,...).
Antes da apresentação da ocorrência, analisar todos os aspectos
que envolvem o fato para que a apresentação ocorra de forma a deixar evidente a
sua conotação criminosa.
A apresentação da ocorrência deverá ser feita pelo Comandante de
Equipe, diretamente ao Delegado de Plantão ou autoridade encarregada do Órgão
para o qual foram conduzidas as partes, antes de qualquer manifestação dos
envolvidos.
O Comandante de Equipe deve estar munido de todos os dados
relativos à ocorrência para proceder sua apresentação (local, hora, nome dos
envolvidos, qual a participação que cada um teve nos fatos, prefixo de viatura, quem
será o condutor da ocorrência, quem será a testemunha,...), fazendo-se acompanhar
do 4º homem, se necessário, que deverá estar com tais informações disponíveis
para eventuais consultas.
A transmissão do local dos fatos de plano à autoridade de polícia
judiciária é fundamental, para que se confirme se os eventos ocorreram dentro da
85

circunscrição territorial que lhe compete, evitando desta forma quaisquer embaraços
administrativos.
A narrativa dos fatos deve estar organizada conforme os aspectos
legais e técnicos, salientando-se os detalhes que permitam atribuir autoria e
evidenciar a materialidade dos atos praticados, como: quem estava na posse dos
objetos produto de ilícito, onde estava o objeto, quais as suas características, o que
cada testemunha presenciou,...
Deve-se evitar o uso de gírias e de termos que não sejam técnicos,
como: “cano, malaco, sapecou, desovou, pinote,...”.
Evitar caracterizar o crime ou citar artigos de lei e manter-se apenas
atento à narrativa dos acontecimentos, definindo com precisão o local, descrendo
condutas praticadas, objetos apreendidos e circunstâncias atenuantes e agravantes
(tráfico de drogas em frente à escola, crime contra criança,...).
Caso tenha ocorrido a necessidade do emprego de força física
durante a ação policial, justificá-la legalmente.
Somente desembarcar o detido após a confirmação de que o local
da ocorrência ensejará providências naquele órgão público especificamente e jamais
descuidar da segurança do preso mesmo depois de recolhido à carceragem,
atentando para tentativas de fuga dos presos do distrito policial.
Centralizar todos os objetos apreendidos na ocorrência sob os
cuidados de um único policial, em regra o 3º homem, de modo que se mantenha o
controle do material e não ocorra nenhum extravio.
Solicitar ao Delegado, cópia do Auto de Exibição e Apreensão,
desde que haja objetos a serem apreendidos, conforme Portaria nº DGP-08 de 13 de
abril de 1993.
Não é obrigatório o fornecimento de cópia do Registro de Ocorrência
(RDO).
Após a elaboração dos autos, efetuar a leitura do seu depoimento e
estando de acordo assinar, caso contrário alertar o Delegado solicitando correção.
86

Observações Gerais:
Quando da apresentação de ocorrências, evitar que a viatura fique
estacionada em local que irá atrapalhar a entrada e saída de outros veículos e
pedestres.
Nunca descuidar da segurança do preso, da Equipe, da viatura e
dos equipamentos.
Não entregar os instrumentos e objetos a serem apreendidos sem
antes relacioná-los.
Sempre elaborar o BO/PM-TC, independentemente dos
procedimentos adotados pela Polícia Civil.
Observar a norma Constitucional quanto à voz de prisão em
flagrante delito. São direitos constitucionais do preso: manter-se em silêncio, ser
assistido por um advogado, cientificar seus familiares de sua prisão e conhecer o
nome dos policiais que o detiveram.
Caso o Comandante de Pelotão não compareça no local da
ocorrência deverá entrar em contato com a Equipe no DP, quando da apresentação
dos fatos para prestar os apoios necessários.
Feita a apresentação, o encaminhamento de pessoas ou objetos
para exame ou coleta de dados de cunho investigatório (legitimação, constatação), é
de atribuição do Delegado que deve valer-se de recursos próprios de sua repartição
ou da Polícia Civil (Resolução SSP nº 21 de 04 de abril de 1978).
Nas ocorrências de crime militar, as partes serão apresentadas à
autoridade policial militar competente que tomará as medidas de PJM. O Oficial
presidente do feito cientificará o delegado de plantão da área do fato, fornecendo
cópia dos autos (Portaria nº Correg PM – 1/130 de 08 de setembro de 1992);
É permitido, sempre que solicitado, o contato reservado do preso
com seu advogado, porém é conveniente que seja o Delegado de Polícia
responsável por deliberar sobre a oportunidade em que isso será viável (Artigo 7º,
III, da Lei 8.906 de 04 de julho de 1994 – Estatuto da OAB).
A ocorrência para a Equipe se encerra tão logo sejam tomados a
termo os depoimentos do condutor e da testemunha policial, sendo colhidas suas
assinaturas e fornecidas cópias das oitivas, além do recibo de entrega de preso,
conforme estabelece o art. 304 do CPP, alterado ela Lei Federal nº 11.113, de 13 de
maio de 2005.
87

Todos os dados relativos à ocorrência que devam ser transmitidos


ao COPOM são fornecidos por meio de ligação telefônica, realizada enquanto a
Equipe estiver no DP, evitando-se onerar a rede de rádio, que deve estar disponível
para comunicações das Equipes que estiverem no patrulhamento.
Ao término da ocorrência, o Comandante de Equipe cientifica o
Comandante de Pelotão e o COPOM.
A prisão não implica obrigatoriamente na lavratura do auto, podendo
a autoridade policial, por falta de dados que embasem a existência de infração penal
ou por entender que não houve situação de flagrância, dispensar a lavratura do auto
e determinar a instauração de inquérito policial, ou apenas registrá-lo em Boletim de
Ocorrência e providenciar a soltura do preso (TACrim – RT 679/351).
A lei não fixa prazo para a lavratura do auto de prisão em flagrante.
Todavia, o seu caráter de urgência levou os Tribunais a optar por um prazo limite de
24 horas, a contar da prisão, tempo em que deve ser fornecida a nota de culpa ao
indiciado (TJSP – RT 567/286 e TACRS – RT 713/354);
A primeira pessoa a ser ouvida no auto de prisão em flagrante é o
condutor (não necessariamente quem efetuou a prisão, mas quem irá apresentar o
preso ao delegado de plantão), seguido das testemunhas, da vítima e, por fim do
indiciado (Norma Processual Penal).
A postura da Equipe durante a apresentação da ocorrência no DP
deve privilegiar a segurança, como em qualquer outra situação, logo, o policial não
deve sentar-se ou distrair-se com conversas aleatórias, a viatura deve estar
posicionada estrategicamente, pronta para saída, o motorista permanece próximo à
viatura, na segurança, desembaraçado, atento à rede de rádio e à movimentação
nas imediações do DP.

Fonte:
Manual de Patrulhamento Tático, 1998.
1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO

Manual de Procedimentos, 1996.


1º Ten PM PINCELLI, 1º Ten PM PAULO CÉSAR, Sgt PM VIZIN
88

28. Procedimentos para realização de Escoltas

A Diretriz nº PM3-004/02/06 de 15MAR06, estabelece que uma das


missões do 1º BPChq é a realização de escoltas armadas de presos e adolescentes
infratores.
Desta forma, quando houver a necessidade de deslocamento de
presos de alta periculosidade, cuja perspectiva de resgate seja iminente, ou mesmo
quando a vida de tais detentos estiver em risco, devido ao eventual fornecimento de
informações no curso processual, que possam responsabilizar outros infratores,
sobretudo ligados ao crime organizado, as Equipes de ROTA serão incumbidas da
realização da escolta.
A realização da escolta observará necessariamente as seguintes
etapas:
 Recebimento da ordem;
 Planejamento e preparação da escolta;
 Execução da escolta;
 Relatório.
Uma vez recebida a ordem para a realização da escolta, inicia-se a
fase de planejamento, na qual serão colhidas todas as informações necessárias ao
cumprimento da missão.
O planejamento deverá incidir sobre cinco variáveis:
 Estudo de Situação;
 Estudo da Missão;
 Forma de Execução;
 Administração e Logística;
 Comunicação.
No Estudo de Situação devem ficar claros os fatos geradores da
ação policial, que justificam a efetiva necessidade do emprego da tropa.
Para tanto, deve ser realizada uma análise criteriosa quanto aos
locais de origem e destino dos infratores; forças policiais, funcionários de repartições
públicas ou privadas que estarão envolvidos na missão; coleta de informações
referentes aos detentos que serão transportados e condições climáticas.
89

As informações relativas aos locais de origem e destino deverão


compreender: endereço completo, com página do guia, ponto de referência,...;
características das instalações, especificando local de recebimento e entrega dos
detentos, existência de salas para realização de identificação e busca pessoal,...
Quanto aos dados dos detentos, procurar informar-se dos crimes
cometidos, motivos de sua remoção, envolvimento com o crime organizado,...
Obter informações quanto aos encarregados pela entrega e
recebimento dos detentos, ou seja, os encarregados de cada estabelecimento que
deverão ser contatados durante a execução da missão; e ainda quanto à presença
do efetivo de outros órgão policiais (Polícia Civil, Polícia Federal,...) ou de policiais
de outras Unidades.
Obs.: Atentar para a delimitação da autoridade de cada órgão
envolvido e a distribuição de funções.
As condições climáticas devem ser consideradas devido à
interferência direta na escolha de itinerários e adoção de procedimentos, como por
exemplo, no caso de inundações e alagamentos provocados pelas chuvas.
O Estudo da Missão pressupõe a resposta aos seguintes quesitos: O
que, Quem, Quando, Onde e Porquê.
Considerando que a missão a ser realizada compreende a escolta
de infratores, devidamente justificada por critérios objetivos, será definido quem
tomará parte na escolta (qual Pelotão, quantos policiais, viaturas,...), quando a
escolta ocorrerá (data, horário previsto,...), onde (locais de origem e destino,
itinerário a ser percorrido,....)
O Planejamento da Forma de Execução deverá especificar como a
missão será cumprida.
Deve-se atentar para a seqüência de ações a serem realizadas,
estabelecendo qual o papel de cada Equipe no contexto.
Nessa etapa, são definidos:
Horário de início do serviço, com previsão de tempo para preparação
de viaturas e equipamentos, incluindo inspeção e teste do material; e tempo para um
deslocamento seguro até o estabelecimento de origem dos detentos.
Posição de cada viatura no deslocamento. Em regra, é utilizada a
seguinte configuração: precursor (100 a 200m à frente do comboio), controlador de
velocidade, veículo de transporte dos detentos, balizador (ao lado), Equipe de
90

Comando, e “serra-fila”. Cabe salientar que as escoltas são normalmente realizadas


com os veículos de transporte dos detentos trafegando na faixa de rolamento da
esquerda, sendo as demais viaturas posicionadas no seu entorno. Ao se deslocar
por rodovias, de acordo com o grau de periculosidade dos detentos, as faixas de
rolamento podem ser bloqueadas, de modo a se impedir as ultrapassagens,
conferindo maior segurança ao comboio, que nesse caso, estabelecerá a velocidade
de rodagem na via.
Ponto de parada das viaturas nos locais de recebimento e entrega
dos infratores.
Equipes encarregadas de isolamento do perímetro e Equipes que
permanecem em patrulhamento nas imediações, caso necessário.
Formação das Equipes quando desembarcadas (quem permanece
na viatura, quem realiza busca pessoal se houver necessidade, quem vistoria o
veículo que será utilizado para transporte dos detentos, quem faz a segurança
geral).
Local de abastecimento das viaturas.
O planejamento da Administração e Logística compreende:
Identificação da cadeia de comando, com o designativo de cada um
dos envolvidos na missão, o que pode variar conforme o número de Equipes,
Pelotões ou Companhias.
Separação dos equipamentos necessários: material de proteção
individual (colete balístico, luvas de procedimento caso seja necessária à realização
de busca pessoal nos detentos,...); material de Controle de Distúrbios Civis
(capacete, escudo, bastão,...); material de registro (filmadora, máquina
fotográfica,...); material de comunicação (rádios, baterias,...).
Seleção de armamento e munição convencionais para emprego
durante a escolta propriamente dita e armamento e munições não letais para
utilização no interior dos estabelecimentos prisionais (munição química, munição de
elastômero,...)
Alimentação para o efetivo, material de pronto-socorrismo,
combustível,...
Designar quem vai portar cada armamento e os responsáveis pelos
diversos tipos de equipamento.
91

Quanto ao planejamento da Comunicação, atentar para


padronização das freqüências utilizadas, designativos de chamada, padronização de
gestos e realização do teste dos equipamentos de comunicação com antecedência.
Finalmente, executada a operação, relatar consignando os dados
referentes ao veículo de transporte de presos, e de seu condutor; e dados dos
encarregados pela entrega e recebimento dos presos, anexando o devido recibo de
entrega, se houver.

Fonte:
SWAT - Leadership and Tactical Planning, 1996.
Tony L. Jones.

Raids - A Tactical Guide to High Risk Warrant Service, 1994.


Mark V. Londasdale.

Manual de Campanha: Patrulhas (C-21-75), 1986.


Estado Maior do Exército
92

29. Retorno à Base e término do serviço

Ao final do patrulhamento todas as viaturas devem ser abastecidas


antes do recolhimento ao Batalhão, de tal modo que estejam em condições de ser
prontamente empregada caso haja necessidade de deslocamentos inesperados a
localidades remotas.
O Comandante do Pelotão deverá estipular um local para a reunião
do Pelotão onde serão analisadas quaisquer novidades que tenham ocorrido durante
o patrulhamento, assim como serão transmitidas as ordens relativas ao próximo
serviço (horário, uniforme, atividades,...).
O Comandante do Pelotão deverá ainda considerar sobre a
conveniência de fixar o local da reunião do Pelotão na área onde foi desenvolvido o
patrulhamento de ROTA ou na área central da Capital, de onde o Pelotão se
deslocará em comboio até o Batalhão.
O retorno ocorre em velocidade moderada, com toda atenção à
segurança, respeitando-se a legislação de trânsito vigente.
Os sinais luminosos devem estar acionados e após a viatura do
Comandante de Pelotão, as viaturas seguem a ordem de antiguidade dos Sargentos
Comandantes de Equipe.
Ao retornar ao Batalhão, os seguranças das Equipes devem realizar
a conferência e entrega do material das viaturas na Reserva de Armas.
Caso a viatura esteja suja em razão dos locais de patrulhamento, o
motorista deverá providenciar sua limpeza imediata, evitando o acúmulo de sujeira
no pátio, para então estacioná-la em local próprio.
Os Comandantes de Equipe confeccionam os históricos dos
relatórios de serviço motorizado e demais documentos que forem necessários,
encaminhando-os ao Comandante do Pelotão, que após analisar e vistar toda
documentação, providenciará sua entrega na sala de Rádio do Batalhão, onde após
a coleta inicial de dados para remessa ao CPChq e elaboração de resumo de
ocorrências, será providenciado o encaminhamento ao Comandante da respectiva
Companhia e posteriormente ao P/3.
Cumpridas as tarefas e estando todos cientes das ordens para o
serviço seguinte, o Pelotão será liberado pelo Comandante de Pelotão.
Fonte:
93

Manual de Procedimentos, 1996.


1º Ten PM PINCELLI, 1º Ten PM PAULO CÉSAR, Sgt PM VIZIN
94

30. Referências

Decreto nº 50.824 de 25MAI06

Diretriz nº PM3-004/02/06 de 15MAR06

Dos Valores Doutrinários – Jornal “Boina Negra” – Edição 3 – ago/set/out 2004


2º Ten PM KOMATA

Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Transeunte, 2002.

Procedimento Operacional Padrão para Busca Pessoal, 2002.

Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Veículos de Passeio, 2002.

Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Motocicletas, 2002.

Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Veículos Utilitários, 2002.

Procedimento Operacional Padrão para Abordagem a Veículos de Carga, 2002.

Procedimento Operacional Padrão para Abordagem de Coletivos, 2002.

Curso de Equipe Tática, 1998.


1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO

Manual de Patrulhamento Tático, 1998.


1º Ten PM MARCO ANTÔNIO, 1º Ten PM SANTIAGO

Manual Básico de Policiamento Ostensivo da Polícia Militar (M-14-PM), 1997.

Manual de Procedimentos, 1996.


1º Ten PM PINCELLI, 1º Ten PM PAULO CÉSAR, Sgt PM VIZIN
95

SWAT - Leadership and Tactical Planning, 1996.


Tony L. Jones

Raids - A Tactical Guide to High Risk Warrant Service, 1994.


Mark V. Londasdale

Manual de Campanha: Patrulhas (C-21-75), 1986.


Estado Maior do Exército

A Força Pública de São Paulo – Esboço Histórico, 1831 – 1931.


Euclides Andrade, 1º Ten HELY F. DA CÂMARA

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