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STAND DE CONSERTO DE ELETRÔNICOS

Universidade Federal Fluminense – UFF

Departamento de Desenho Técnico – TDT

Curso de Graduação em Desenho Industrial – Projeto de Produto – GDI

Disciplina Ergonomia 3 – Professor: Giuseppe Amado

Maio 2021 – Semestre 2020.2

Alunos:

- Lucas Tribuzy

- Mariana Godinho

- Nayandra Mafra

- Nicoly Morais
Universidade Federal Fluminense – UFF

Departamento de Desenho Técnico – TDT


Curso de Graduação em Desenho Industrial – Projeto de Produto – GDI

STAND DE CONSERTO DE ELETRÔNICOS

Projeto 5

Dezembro de 2020 – Semestre 2020/1

Professor orientador: Giuseppe Amado

Alunos:

Lucas Tribuzy, 25 anos, é estudante do 5° período de Desenho


Industrial na UFF. Motivado e sempre deseja aprender coisas
novas. Ainda busca o seu caminho dentro do design.

Mariana Godinho, 28 anos, é estudante do 5° período de Desenho


Industrial na UFF. Sempre foi muito curiosa, se diverte e se vira bem
na bricolagem e adora a multidisciplinaridade do Design de Produto
físico.

Nayandra Mafra, 24 anos, é estudante do 5° período de Desenho


Industrial na UFF. Adora estar em contato com a natureza. Aprecia
qualquer forma artística de se expressar. Inconstante, sempre
desejando aprender coisas novas, talvez seja por isso que se
encontrou no Design.

Nicoly Morais, 21 anos, estudante do 5° período de Desenho


Industrial. Membra do departamento de Chassi da Equipe Tuffão Baja
Sae, se vê em todas as áreas e gosta de saber de tudo um pouco.
Ainda procura seu lugar no mundo.
Dedicatórias e agradecimentos
No cenário de pandemia que assolou nosso mundo muito tem se falado dos profissionais de
saúde que estão na linha de frente para combater o coronavírus mas para além desses,
gostaríamos de dedicar este trabalho à todos os profissionais que foram essenciais para que
de algum forma mantivéssemos o isolamento social, arriscando suas vidas para ajudar em
entregas domiciliares, como os motoboys; aos técnicos de eletrônicos, produtos dos quais
estamos mais reféns do que nunca e aos pesquisadores que desenvolvem um trabalho
extremamente relevante para o mundo.
Aos professores da Universidade Federal Fluminense que tentam da melhor forma possível
continuar compartilhando seus conhecimentos de forma paciente e compreensível com a
realidade. E ao querido e alegre Jailton, técnico de eletrônicos que não hesitou em nos
mostrar o dia a dia de sua profissão.

Desejamos que após tudo isso, sejamos seres humanos mais gentis.

(...)
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos
Nós entenderemos o frágil
O que significa estar vivo
Vamos suar empatia
por quem está e por quem se foi
Sentiremos falta do velho
que pedia peso no mercado
de quem nós não soubemos o nome
e sempre esteve ao seu lado
E talvez o velho pobre
Era Deus disfarçado
Você nunca perguntou seu nome
Porque estava com pressa
(...)
Alexis Valdés
Resumo
Projeto desenvolvido para as disciplinas de Projeto de Design 5 e Ergonomia 3 do curso de
Desenho Industrial da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O tema proposto pelos
professores orientadores Luiza Rabello e Giuseppe Amado foi “Estação de Trabalho”, no qual
deveríamos projetar de forma a solucionar problemas relacionados ao exercício da profissão
de algum profissional de nossa escolha. Decidimos direcionar nossa visão para alguma
profissão pouco observada e chegamos até Jailton, técnico de eletrônicos de uma galeria do
centro de Duque de Caxias, Rio de Janeiro.

Através de pesquisas, observações do local de trabalho, gravações de vídeo durante


consertos, conversas e questionário com o técnico descobrimos problemas importantes dos
quais poderíamos desenvolver uma estação de trabalho a fim de gerar melhorias na
qualidade de trabalho do mesmo. A proposta foi deixar o profissional com liberdade o
suficiente para fazer suas próprias modificações conforme suas necessidades e desejos e ao
mesmo tempo financeiramente acessível.
Sumário

1 Apreciação Ergonômica
1.1. Introdução ……………………………………………………………………………….…………………….. 7
1.2. Problematização ergonômica …………………………………………………………….…………… 8
1.3 Disfunção do Sistema ……………………………………………………………………………………… 19
1.4. Sistematização ………………………………………………………………………………………………. 20
1.5. Parecer Ergonômico
1.5.1. Formulação do problema e predição ………....………………………………………………. 22
1.5.2. Priorização do problema (tabela GUT) …………………...………………………………….. 22
1.5.3. Sugestões preliminares de melhoria …………………………………...…………………….. 23
1.5.4. Quadro do parecer ergonômico ………………………………………....……………………… 24
2 Diagnose Ergonômica
2.1- Caracterização da tarefa ………………………………………………………….……………………..24
2.2 - Discriminização da tarefa: ………………………………………………………....………………...25
2.2.1 - Quadro de Atividades e Meios ………………………………………………...………………..26
2.2.2. - Ambiência da Tarefa …………………………………………………………...…………………...27
2.2.3. - Fluxograma das atividades da tarefa …………………………………………...…………...33
2.4 - Resultados de Entrevistas e/ou Questionários ……………………………….……………..34
2.5 - Registros Comportamentais ………………………………………………………….……………...36
2.5.1. - Tabela de Atividades ……………………………………………………………………....………..39
2.5.2 - Tabela de Assunção Postural ………………………………………………………...……………48
2.5.3. - Gráficos dos Registros Comportamentais …………………………………………….....................51
2.5 - Quadro do Diagnóstico Ergonômico …………………………………………………................………….53
3. Projetação Ergonômica
3.1 - Requisitos e Necessidades do Projeto …………………………………………………...............……….56
3.2 - Requisitos da Tarefa: Tomada de Informação e Acionamento……………..............………….56
3.3 - Dimensões Relevantes …………………………………………………………………………...............………57
3.4 - Definição População Usuária ………………………………………………………………................………58
3.5 - Seleção da População Acomodada …………………………………………………………...............…...58
3.6 - Escolher e Informar Levantamento Antropométrico …………………………...............………...58
3.7 - Informação sobre Roupas e EPIs …………………………………………………………................……...58
3.8 - Identificar Usuários Limitantes ………………………………………………………………................…...59
3.9 - Parâmetros do Projeto Antropométrico ………………………………………………................……...61
4. Validação Ergonômica
4.1 Modelo virtual renderizado ……………………………………………………………………..................…...73
4.3 Conclusão ……………………………………………………………………………………………….................…… 76
5. Referências Bibliográficas.....................................................................................................77
1. Apreciação Ergonômica

1.1 Introdução

Em 2020, o mundo entrou em colapso por conta do Covid-19, que fez com que
milhares de pessoas perdessem seus entes queridos, empregos e estabilidade. Com
o aumento de casos no Brasil, estados começaram a fechar todos os
estabelecimentos, causando desespero e muita insegurança nas empresas e nos
trabalhadores.

Com a crise, houve um aumento substancial dos trabalhadores autônomos, que


acabaram achando uma forma de sobreviver através de diversas formas, mas todas
elas usando o celular, que acaba sendo a principal ferramenta de trabalho e de
estudo. Segundo um levantamento da IDC, o comércio e os valores de telefones
móveis sofreram impactos devido à pandemia. De acordo com o levantamento, os
preços em geral tiveram o crescimento de 15,1%, devido ao aumento do dólar.

Se poucas décadas atrás não tínhamos os celulares em nossa rotina, hoje em dia
parece impossível viver sem eles. Seja por trabalho, estudo, família e até mesmo
planejar a rotina diária; o celular está em todos os momentos da nossa vida. Desde o
início da pandemia, o aumento do uso dos eletrônicos aumentou substancialmente,
já que é o melhor jeito de se comunicar com o mundo externo. Sendo assim, se há
algum problema com o celular, pode acarretar em um certo desespero, já que é
nossa ferramenta de trabalho. Com isso tudo, a demanda de consertos de
eletrônicos aumentou demasiadamente.

Nesse projeto, escolhemos um Stand de conserto de eletrônicos, algo que tem


crescido cada vez mais por conta dessa necessidade de continuarmos conectados à
tudo. Nessa estação de trabalho, que acaba sendo complexa por, na maioria das
vezes, serem em espaços reduzidos, procuramos proporcionar maior conforto para
esses profissionais, o que, consequentemente, melhora também o desempenho
durante a jornada de trabalho.
Figura 1 - Entrada da galeria onde se encontra o stand.

Figura 2 – Foto do Stand.


1.2 Problematização Ergonômica

Através de entrevistas e visitas à estação de trabalho escolhida, foi possível observar


problemas ergonômicos que foram dispostos seguindo a categorização e taxonomia dos
problemas ergonômicos do sistema homem-tarefa-máquina do livro Ergonomia Conceitos e
Aplicações, da Anamaria de Moraes.

● Problema Interfacial Postural

- Postura do usuário

Para consertar os eletrônicos, o técnico se mantém sentado a maior parte do dia. Durante o
conserto, o pescoço fica inclinado para baixo na maior parte do tempo, fazendo com que a
cabeça pese até 28kg se inclinada em 60º, sendo um peso 4x maior do que se em posição
correta. Ele também não costuma utilizar toda a área de apoio da cadeira fazendo com que a
coluna fique curvada durante a atividade ocasionando dores na coluna vertebral (região
lombar, cervical e dorsal) em função da concentração do peso do corpo nessa região. As
mãos ficam suspensas, enquanto seus dedos exercem pressão e movimentos repetitivos
para parafusar e desparafusar os pequenos parafusos do eletrônico.

Figura 3 - Foto do trabalhador consertando o celular.


● Problema Acional Pedioso

- Acionamento do ventilador com o pé

Esse problema ocorre pois o botão do ventilador que foi feito para ser acionado com a mão,
só pode ser acionado com o pé, porque pela limitação do espaço em que se encontra, esse é
o único lugar onde o ventilador possa estar, causando assim, um desconforto a longo prazo
no acionamento do mesmo.

Figura 4 - Foto do ventilador no chão e o pé que o


Usuário utiliza para acionar o botão de ligar.

● Problemas Informacionais / Visuais

- Exposição de material de forma excessiva

O trabalhador pode enfrentar dificuldades na tomada de decisão relacionadas a escolha de


peças devido a quantidade enorme de materiais e sucatas que ficam espalhadas pelo stand
sem um lugar pré estabelecido, ocasionando assim atrasos para concluir o conserto dos
eletrônicos.
Figura 5 - Interior do stand.

Figura 6 - Materiais expostos em ganchos e


prateleira

● Problema Comunicacional

- Ruído na comunicação

Pelo espaço de trabalho do técnico se dispor mais ao fundo do stand, ocorre falhas na
comunicação com clientes e até mesmo com os demais funcionários que por consequência
pedem para que ele repita o que já foi falado. O problema se agrava ainda mais quando o
stand está cheio e os ruídos do corredor se misturam com o do próprio stand.
Figura 7 - Fonte autores do projeto

● Problemas Biológicos

- Poeira no Stand

O acúmulo de poeira ocorre devido a má circulação de ar no stand, visto que essa poeira
vem da avenida, na parte de fora da galeria onde há uma grande movimentação de veículos
diariamente. A poeira se concentra sobre as peças na estante e no chão, e pela falta de
tempo, essa sujeira é limpa somente 1 ou 2 vezes ao mês.
Figura 8 - Poeira sobre os materiais.

- Água de reuso

A água que é utilizada na galeria é de reuso, não sendo considerável potável para consumo,
então, não se pode beber. Ela é usada raramente para escovar os dentes ou lavar as mãos.

- Lixo

O lixo na área de trabalho é misturado, não possui separação, geralmente é o lixo orgânico
junto com eletrônico, pois pela falta de espaço ou de informação, não há uma segunda
lixeira.

● Problemas químico/ambiental

- Fumaça da solda

Quando o funcionário está realizando uma solda no aparelho, ele não utiliza máscara, porém
ao longo prazo, a fumaça que é liberada por componentes tóxicos, pode causar algum
desconforto ou alguma doença respiratória.
● Problemas Espaciais / Arquiteturais de Interiores

- Pouca iluminação na mesa do funcionário

No local onde o funcionário conserta os eletroeletrônicos, a iluminação é apenas no teto do


stand, fazendo com que fique difícil para enxergar, já que o ângulo da lâmpada é logo acima
da cabeça do indivíduo, que se posiciona para baixo para executar a tarefa

Figura 9 - Luz de cima do stand.

Figura 10 - Sombra que se forma sobre o eletrônico


- Pouco espaço para locomoção

Como o local de trabalho é pequeno, acaba dificultando a locomoção do trabalhador,


fazendo com que ele fique horas no mesmo lugar por ser mais cômodo apenas fazer todas
suas tarefas ali, inclusive almoçar. Além disso, não há espaço para esticar o corpo durante a
jornada de trabalho, fazendo com que ele possa ter futuros problemas como citado no item
de problemas interfaciais posturais.

Figura 11 - Parte interna do stand

- Entrada do Stand

Há apenas uma entrada para o stand, que é através do movimento de um móvel que separa
a bancada e o interior do estabelecimento do corredor da galeria. Sendo assim, por ser
apenas um móvel separando, o espaço para passar entre a bancada e a prateleira, que
também divide, é reduzido, fazendo com que os funcionários tenham que se locomover com
precaução.
Figura 12 - Usuário entrando de lado no stand, por conta da largura dos móveis.
● Problemas Acidentários

- Dessolda de componentes

Para realizar o conserto de placas, muitas vezes o trabalhador precisa dessoldar alguns
pontos, pra isso ele utiliza a estação de ar quente que emite um vapor de 380º C .Por não
utilizar nenhum equipamento de proteção, ele acaba ficando exposto a possíveis
queimaduras caso o equipamento escorregue.

Figura 13 - Foto mostrando o detalhe da solda


e da dessolda dos componentes.

- Ferramentas fundamentais

Na imagem abaixo podemos ver as ferramentas (espátula, pinça, estilete, chave e paleta) mais
utilizadas nas tarefas exercidas pelo trabalhador, algumas dessas ferramentas são objetos
cortantes, que podem causar escoriações e cortes, como os que foram observados nas visitas.
Figura 14 - Foto mostrando as ferramentas
Principais que o usuário utiliza

- Fixadores do móvel de vidro

O stand possui um móvel de vidro com pequenos fixadores que ficam direcionados na
entrada da loja, o que dificulta ainda mais a entrada dos funcionários, ocasionando lesões ao
longo do corpo já relatadas por eles.

Figura 15 - Fixadores do vidro


● Problemas Operacionais

O técnico se propõe a consertar um celular em até 40 minutos causando uma pressão de


prazo e por muitas vezes o ritmo das tarefas são intensas por conta desse diferencial
ofertado. Ao mesmo tempo que, por trabalhar por demanda, se não houver serviço ele
acaba ficando ocioso, podendo causar ansiedade.

● Problema Psicossocial

Por ser um trabalho que o funcionário acaba executando sozinho e isolado dos demais, ele
acaba ficando bastante tempo sem interação com os outros funcionários, respondendo
apenas o básico, como tempo e preço do serviço.
E também, por ter pouco espaço e alta demanda de conserto, que deve ser executado em
apenas 40 minutos, ele acaba ficando sem tempo para descansar, às vezes almoçando
apenas depois de terminar todos os serviços.

1.3 Disfunção do Sistema


Encontramos uma disfunção relacionada à disposição dos elementos devido a quantidade de
peças e materiais excessivamente espalhadas pelo stand acarretando em um ambiente de
trabalho desorganizado que afeta o desempenho do sistema como um todo.
1.4. Sistematização
● Introdução

Deve-se compreender de forma clara tudo que envolve certa atividade pois uma visão geral
e clara facilita o estudo e consequentemente, a projetar o que queremos atingir.

● Caracterização e posição serial do sistema

Abaixo, apresentamos a modelo do sistema operando na qual possui o sistema Homem-


Tarefa-Máquina analisado como sistema alvo central, que recebe entradas de um sistema
anterior (alimentador), assim como também produz saídas (sistema ulterior). No esquema
há informações como a missão do sistema (meta), suas restrições, requisitos e até se pode
prever os resultados inesperados.

Tabela 1 - Posição serial do Sistema


● Modelagem Comunicacional do Sistema

Tabela 2 - Modelagem Comunicacional do Sistema


1.5 Parecer Ergonômico
1.5.1 Formulação do problema e predição

De acordo com os problemas observados, o que mais chamou atenção foi a postura em que
o usuário assume para consertar o celular/eletrônicos. Ele fica sentado num espaço mínimo
entre a cadeira e a mesa, impedindo assim que se estique ou que fique com o pescoço num
ângulo que não o incomode.
Além da postura, foi notado também um problema com a água que é utilizada para consumo
ou para necessidades básicas. É uma água de reuso, ou seja, não é potável e o usuário
relatou que por muitas vezes deixou de escovar os dentes ou beber mesmo água durante o
dia.

1.5.2 Priorização do problema (tabela GUT)

Utilizamos a tabela GUT ( Gravidade x Urgência x Tendência) para nos ajudar a priorizar os
problemas a serem solucionados visto que esta ferramenta contém critérios destinados para
esse fim.

G U T
Classe de Problema GxUxT
Gravidade Urgência Tendência

Problema Interfacial Postural - Postura assumida para consertar o


5 5 5 125
celular

Problema Biológico - Água de reuso 5 5 4 100

Problemas Acidentários - Dessolda de componentes 4 5 5 100

Problema Espaciais Arquiteturais - Pouco espaço para locomoção 4 5 4 80

Problema Biológico - Fumaça da solda 4 5 3 60

Problema Psicossocial - Monotonia 3 4 4 48

Problema Biológico - Poeira 3 3 4 36

Problema Espaciais Arquiteturais - Pouca iluminação 3 3 3 27

Problema Acional Pedioso - Ligar/Desligar ventilador 3 2 3 18

Problema Biológico - Lixo sem separação 3 3 2 18


Tabela 3 - Tabela GUT

Após a utilização da ferramenta podemos constatar que o problema que obteve maior
pontuação está relacionado à postura adotada para o conserto dos eletrônicos, logo em
seguida vemos os problemas de água de reuso e da dessolda dos componentes. Decidimos
focar no problema de categoria interfacial postural, já que os outros receberam suas
sugestões de melhoria.
1.5.3. Sugestões preliminares de melhoria
Conforme observado, a maioria dos problemas estão relacionados à falta de espaço ou a
postura do usuário, em sua maior parte no momento em que ele está realizando o conserto
de celular/eletrônicos. Porém, além disso também há problemas como: a água, o lixo, a
pouca iluminação, poeira em grande quantidade. Portanto, foram pensadas algumas
sugestões a seguir:

· Obter mesas e cadeiras com a altura adequada;

· Reorganização do arranjo físico com medidas compatíveis ao stand;

· Por a luz diretamente no eletrônico consertado

· Limpeza frequente de armários e portas

· Separação do lixo em três partes;

· Ter uma garrafa com água potável trazida de casa e um copo para bocejo.
1.5.4. Quadro do parecer ergonômico

Constrangimento Custos humanos Disfunções do Sugestões de Restrições do


Classe de Problema Problemas Requisitos
da tarefa do trabalho sistema melhoria Sistema

Pescoço inclinado Postura usuário ter que mesa e cadeira Custo e


Problema Interfacial Postura Dores nos
para baixo durante o adequada para interromper o com altura arranjo físico
Postural desconfortável ombros e coluna
conserto o conserto conserto adequada do stand

Acionamento
Botão manual do
Problema Acional de forma Quebra do Mudar posição
ventilador sendo Pé esticado Machucar o pé Arranjo físico
Pedioso adequada (com ventilador do ventilador
acionado com o é
a mão)
Soldar com
Dores de cabeça
Problema Químico Inalar fumaça tóxica Soldar sem Desconforto Interromper o equipamento de Desconhecim
e complicações
Ambiental da solda riscos respiratório conserto proteção ento
respiratórias
individual

Armários com
Grande quantidade Ambiente Desconforto Complicações Interromper o Custo e falta
Problema Biológico portas e limpeza
de poeira limpo respiratório respiratórias conserto de tempo
frequente

Lixo reciclável Separação do


Separação de Ambiente sujo ou Interromper o Falta de
Problema Biológico misturado com lixo Falta de higiene lixo em três
lixo mau cheiro conserto espaço
orgânico e eletrônico lixeiras

Problemas
Acesso à água Garrafa com
dentários ou,
com qualidade Ficar sem escovar água potável Falta de
caso tenha acesso Perda de
Problema Biológico Água de reuso o suficiente os dentes durante trazida de casa e fornecimento
à água de reuso, higiene básica
para escovar os o dia todo copo para adequado
problemas
dentes bocejo
intestinais.

Iluminação
Pouca iluminação Dores de cabeça Não enxergar Luz direta no
Problema Espaciais/ adequada para Desconforto
para consertar o e visão embaçada componentes eletrônico a ser Custo
Arquiteturais realizar o visual
celular pelo esforço eletrônicos consertado
conserto

Reorganizar
arranjo físico
Se locomover Lesões ao entrar Risco de bater
Problema Espaciais/ Pouco espaço para Dificuldade ao com medidas de
com mais no stand e e deixar algo Custo
Arquiteturais locomoção entrar no stand acordo com o
liberdade irritabilidade cair
tamanho do
stand

Queimar
Usar a estação Usar
Problemas Utilização da estação algum Má aderência
de forma Queimadura Se queimar equipamento de
acidentários de ar quente componente e desconforto
segura proteção
eletrônico

Ansiedade,
Ter atividades Pausas para Rotina de
Problema Psicossocial Monotonia Sonolência depressão e Estresse diário
de distração lazer trabalho
irritabilidade

Tabela 4 - Quadro do parecer ergonômico


2 Diagnose Ergonômica

- 2.1 - Caracterização da tarefa

Nessa etapa, podemos entender melhor como funciona esse subsistema no conserto de
eletrônicos nessa estação de trabalho.

Tabela 5 - Caracterização da tarefa.


2.2 - Discriminização da tarefa:

- 2.2.1 - Quadro de Atividades e Meios

Tabela 6 - Quadro de atividades e meios


2.2.2. - Ambiência da Tarefa

Para nos ajudar a compreender melhor a ambiência do posto de trabalho escolhido, foram
feitas análises que se dividiram em três etapas: Organizacional, Tecnológica e Física

- Ambiência Organizacional da Tarefa

O stand de conserto de eletrônicos fica localizado no calçadão na cidade de Duque de


Caxias, onde a circulação de pessoas é muito grande, principalmente no turno da tarde. A
grande parte dos clientes são funcionários das lojas ao redor que aproveitam seu horário de
almoço para levar o eletrônico para conserto, o que acaba influenciando no horário de
almoço do trabalhador que prefere terminar o serviço para depois fazer sua refeição. Sua
jornada de trabalho é de 8 horas diárias, exceto aos sábados que são de 7 horas, o mesmo é
um profissional autônomo que divide o aluguel do stand com outro rapaz.

- Ambiência Tecnológica da Tarefa

Abaixo reunimos as principais ferramentas utilizadas para a realização da tarefa do


trabalhador.

FERRAMENTA MARCA INFORMAÇÕES DIMENSÕES

Manta Magnética Antiestática Feita de material à prova


de fogo e de boa
qualidade, pode soldar
diretamente sobre ele, até
450°C em estanho de alta
temperatura.

Yaxun 30x45cm
Separadora de Lcd Touch

Máquina separadora de lcd


utilizada para substituir o
Yaxun 19x10x1cm
lcd de vários tamanho
celulares

Estação de Retrabalho

A estação de retrabalho
possui controle de
temperatura digital, com
HIKARI 16 x 14,5 x 22,5cm
vazão de ar de de 24l/min
e temperatura 160ºC a
480ºC

Pinça reta utilizada para


Pinça Reta reparos de produtos
Yaxun eletrônicos, 14,5 x 1 cm
principalmente celulares,
por ser antiestática.
Palheta

Feita de plástico duro,


DS-Tools utilizada para abertura de 2,5 x 3,0cm
dispositivos eletrônicos

Estilete

Feito de aço utilizado para


Dexter 18cm
cortar superfícies diversas

Chave Torx

Seu cabo tem detalhes


emborrachados e sua base
Yaxun é giratória, muito mais 1.5 x 25mm
prático quando utilizada
somente com uma mão.
Notebook

Hp Elitebook 840 G3
Core I5 vpro 6300u
Hp 16gb ram Tela 14 polegadas
Ssd m.2 nvme 512 gb
Hd 1tb

Espátula

Feito de aço carbono preto


refinado, durável e
BEST conveniente mais 16.60 mm
adequado para trabalhos
de reparação e montagem.

Tabela 7 - Principais ferramentas utilizadas pelo usuário.

- Ambiência Física da Tarefa

Para validação de alguns pontos levantados na observação assistemática, utilizamos


aplicativos móveis para medir fatores relacionados à temperatura, ruído e iluminação do
posto de trabalho

- Temperatura

No momento da medição, a temperatura na cidade de Duque de Caxias marcava 27°. No


entanto, o posto de trabalho não possui ar condicionado e o ventilador estava desligado,
dando a sensação de estar pelo menos 2° acima do mostrado na imagem. Para medição foi
utilizado o aplicativo “The weather channel” da Apple.
Figura 16 - Temperatura na cidade de Caxias.

- Ruído

No momento em que foi marcado o nível de ruído o trabalhador estava efetuando um


reparo e utilizava a máquina de retrabalho, o aplicativo marcou 76 dB. Para medição foi
utilizado o aplicativo “Decibelímetro Sound Matter” encontrado na Apple store.
Figura 17 - Nível de ruído.
- Iluminação

A luminosidade foi medida na região do stand onde é realizado os consertos dos eletrônicos
tanto em direção ao ponto de luz quanto à mesa de trabalho, foram registrados 234 e 52
lumens, respectivamente. Para medição foi utilizado o aplicativo "Light Meter" encontrado
na Apple Store.

Figura 18 e 19 - Iluminação no stand, na esquerda diretamente no ponto de luz, na direita na mesa do


usuário.
2.2.3. - Fluxograma das atividades da tarefa

Realizando um fluxograma de atividades da tarefa é possível registrar de forma organizada


as posturas assumidas e assim, percebe-se com maior facilidade os constrangimentos da
tarefa.

Tabela 8 - Fluxograma
2.4 - Resultados de Entrevistas e/ou Questionários

Foi realizado um questionário a fim de obter mais informações para dar continuidade aos
registros.

Turno: Tarde Local: WhatsApp Entrevistado: Jaílton Sexo: Masculino


Idade: 25 anos Pesquisador(a): Nayandra Mafra

Perguntas Respostas

- Quanto tempo você trabalha consertando - 8 anos.


aparelhos eletrônicos?

- Qual foi o máximo de tempo que você - 8 horas.


ficou consertando algum aparelho?

- Quantos aparelhos em média você - 20 a 30 aparelhos.


conserta por semana?

- Já sentiu alguma dor ou desconforto - Sim, dores nas costas e nos ombros.
ocasionada pela sua rotina de trabalho? Se
sim, em qual local você sentiu dor?

- Essas dores surgem com alguma - Quando o trabalho é demorado, ou a


frequência? atividade é repetitiva.

- Já deixou alguma vez de trabalhar por - Não.


estar sentindo dor?

- Você considera o seu local de trabalho um - Não, por ter pouquíssimo espaço e
ambiente confortável? Por que? também não ser um ambiente privado.

- Você faz pausas durante os consertos, - As vezes sim.


para se alongar ou algo semelhante?

- Quanto tempo destina para o seu almoço? - Almoço geralmente dura de 30 min a 40
min.

Tabela 9 - Entrevista com usuário


2.5 - Registros Comportamentais

Registro cursivo minuto a minuto - Troca de tela quebrada

Turno: Tarde Tempo de Observação: 10 minutos Hora Início: 17:20


Hora Fim: 17:30 Data:22/04/2021 Local: Stand de conserto Observado: Jaílton
Pesquisador: Lucas Lopes

Minuto Sequência e explicitação dos


comportamentos/eventos

1 Sujeito pega o celular com a tela quebrada e começa a


desmontá-lo. Retira a capa da parte traseira e desparafusa o
back frame (moldura traseira) da placa mãe do aparelho.

2 Sujeito retira o conector da tela quebrada que está ligado a


placa mãe, mas não a descola ainda. Sujeito então conecta o
cabo da tela nova a placa, a partir do mesmo conector. Sujeito
espera o celular ligar.

3 Sujeito testa a nova tela no aparelho. Verifica se a cor e a


imagem da tela estão corretas. Testa também o touch screen
(ecrã tátil).

4 Sujeito desliga o celular e retira o conector da tela nova. Retira


a bateria do celular. Remove a tela quebrada que está colada
ao aparelho, com o auxílio de um estilete.

5 Sujeito remove a cola ressecada que ficou no aparelho, usando


uma espátula. Utiliza também o estilete para raspar a cola nos
cantos do celular. Sujeito olha para o computador.

6 Sujeito limpa e confere toda a superfície do aparelho onde


estava a cola. Usa um pincel para limpar a bancada dos
resquícios de cola que caíram nela. Sujeito limpa os braços e as
mãos.

7 Sujeito pega uma fita isolante. Cola a fita sobre a câmera do


celular. Com o estilete, retira os excessos de fita. Sujeito pega
o tubo de cola e aplica sobre a parte que será fixada a tela
nova.

8 Sujeito cola a tela nova. Conecta o cabo da tela ao conector da


placa mãe. Sujeito coloca a bateria no celular.
9 Sujeito põe o back frame (moldura traseira) na placa mãe no
celular. Parafusa a moldura.

10 Sujeito põe a capa traseira no celular. Sujeito coloca elásticos


de escritório em volta do celular. 1 elástico na parte superior, 1
no meio e 1 na parte inferior. Faz pressão no aparelho para
ajudar a colar a tela nova. Sujeito põe o celular para carregar.
Tabela 10 - Registro cursivo

Registro por amostragem de tempo - Intervalo de tempo: 5s no período


de 10 minutos. Posição do pescoço do sujeito: inclinado

Turno: Tarde Tempo de Observação: 10 minutos Hora Início: 17:20


Hora Fim: 17:30 Data:22/04/2021 Local: Stand de conserto Observado: Jaílton
Pesquisador: Lucas Lopes

/X/ - inclinado
/O/ - não inclinado

MIN 00-05 06-10 11-15 16-20 21-25 26-30 31-35 36-40 41-45 46-50 51-55 56-60

1 X O X X X X X X X X X O

2 O X X X O X X O O X X O

3 X X O X X X X X X O O O

4 O O O O X X O O O X X O

5 X X X O O X O O O O X X

6 X X X X X X O O O O O X

7 O X O X X O X X X X O O

8 O O O O X X X X X X X X

9 O X X X X O O X X X O O

10 X O O O O O O O O X O O
Tabela 11 - Registro por amostragem de tempo
Gráfico 1 - Posição do pescoço.
2.5.1. - Tabela de Atividades

1 - Pegar celular quebrado para iniciar o 2 - Retirar a capa traseira para expor os
conserto componentes

Figura 20 e 21 - Fonte autores do projeto


3 - Desparafusar o back frame (moldura 4 - Conectar tela nova
traseira) para achar o conector da tela
Figura 22 e 23 - Fonte autores do projeto
5 - Testar tela nova, primeiro as cores 6 - Testar tela nova, agora o touch screen
Figura 24 e 25 - Fonte autores do projeto
7 - Retirar a bateria para seguir com a 8 - Descolar tela antiga com a ajuda de um
remoção da tela antiga estilete para facilitar a remoção
Figura 26 e 27 - Fonte autores do projeto
9 - Raspar o que ficou de cola ressecada, 10 - Pegar fita isolante para isolar a
com a ajuda de uma espátula, para não câmera do celular
agarrar na hora de colar a nova tela
Figura 28 e 29 - Fonte autores do projeto
11 - Isolar câmera para não ter o risco de 12 - Aplicar a cola na parte onde será
cair cola ou danificá-la colada a nova tela
Figura 30 e 31 - Fonte autores do projeto
13 - Colar a tela no aparelho e 14 - Colocar a bateria no celular
conectar o cabo dela novamente
Figura 32 e 33 - Fonte autores do projeto
15 - Parafusar o back frame (moldura 16 - Colocar a capa traseira e terminar de
traseira) montar o celular
Figura 34 e 35 - Fonte autores do projeto
17 - Colocar pressão com elásticos, para 18 - Colocar o celular pra carregar antes
fixar a cola de entregar para o cliente
Figura 36 e 37 - Fonte autores do projeto
2.5.2 - Assunção Postural

Postura de Braços

Flexionados

Figura 38 - Trabalhador manuseando o eletrônico com os braços flexionados. Fonte: Autores

Antebraços

Suspensos
Figura 39 - Trabalhador com os antebraços suspensos, sem tocar na mesa. Fonte: Autores

Mãos

Movimentos rápidos e exercendo força para baixo

Figura 40 - Trabalhador desparafusando um dos muitos parafusos de um eletrônico. Fonte: Autores

Movimentos de pinça polpa-a-polpa

Figura 41 - Trabalhador exercendo movimento de oposição entre o polegar e seu ao dedo indicador (pinças
polpa-a-polpa) para pegar ou encaixar pequenas peças. Fonte: Autores
Coluna Cervical (Pescoço)

Inclinação para baixo

Figura 42 - Trabalhador exercendo movimento de oposição entre o polegar e seu ao dedo indicador (pinças
polpa-a-polpa) para pegar ou encaixar pequenas peças. Fonte: Autores

Coluna vertebral e toráxica

Não apoio no encosto da cadeira

Figura 43 - Trabalhador com a coluna curvada sem utilizar o apoio de coluna da cadeira. Fonte: Autores
2.5.3. - Gráficos dos Registros Comportamentais

Registro diacrônico de frequência temporal de evento - Troca de tela


quebrada

Comportamento: Posição Frequência total


do pescoço

Ereto ///// ///// // 12

Levemente Flexionado ///// ///// ///// ///// ///// 29


////

Flexionado para o lado ///// ///// ///// ///// // 22


Tabela 12 - Registro diacrônico

Gráfico 2 - Posição do pescoço


Comportamento: rotação Frequência Total
de pulso

Desvio ulnar ///// ///// ///// // 17

Desvio radial ///// ///// ///// ///// /// 23

Flexão ///// ///// ///// ///// ///// 32


///// //

Extensão ///// ///// ///// / 16


Tabela 13 - Registro diacrônico

Gráfico 3 - Rotação do pulso


2.5 - Quadro do Diagnóstico Ergonômico

Classe do Exigências e
problema Problemas constrangimentos Avaliações e Recomendações
da tarefas opiniões

Interfacial/ Pescoço inclinado A postura O usuário não Projetar uma mesa


Postural para baixo desconfortável gera possui espaço na com a altura
durante o dores no pescoço, na estação de adequada e com a
conserto coluna e nos ombros. trabalho e no profundidade correta
A execução da tarefa ambiente de também, para que o
é sempre na mesma trabalho. A mesa usuário possa ter um
posição, agravando as não tem uma ganho de espaço
dores ao longo do altura correta, e o traseiro.
dia. espaço não
permite que o
usuário possa se
alongar nos
intervalos da
tarefa.

Acional/ Pedioso Botão manual do O ventilador corre o O ventilador fica O ventilador poderia
ventilador sendo risco de quebrar, por posicionado ficar na parte
acionado com o ser sempre acionado embaixo da mesa, superior da mesa, ou
pé com o pé, ou, o não tem espaço na se fosse na parte
próprio usuário pode parte superior. inferior, que fosse
se machucar na hélice Sempre que o acessível ao
do ventilador. usuário precisa acionamento
Sempre que é mexer na máquina manual, para evitar o
necessário o de solda, ele problema do
acionamento, o pé precisa desligar o desconforto pedioso.
fica esticado, ventilador, assim,
podendo causar repetindo o ato de
desconforto. ligar e desligar
várias vezes ao
longo do dia.

Químico/Ambient Inalar fumaça Ao inalar a fumaça da Por se tratar de O usuário deve


al tóxica da solda solda, o usuário pode um espaço que sempre utilizar o EPI
sofrer com não possui quando se tratar de
complicações ventilação e por solda. Nesse caso
respiratórias e dores ser apertado, o seria uma máscara
de cabeça, por conta usuário fica muito com filtro de ar.
das substâncias próximo a tarefa
tóxicas presentes na de soldagem,
solda. mesmo que seja
rápida, ainda
assim há um
malefício à saúde.
Biológico Grande A poeira presente no O local não possui O local precisa ter
quantidade de local pode levar a um uma regularidade uma frequência de
poeira desconforto na limpeza. Varia limpeza semanal,
respiratório e num de 1 a 2 vezes ao para que sempre
longo prazo a uma mês. Isso acarreta esteja limpo. É
complicação uma grande necessário também
respiratória. quantidade de uma organização das
poeira espalhada carcaças dos
pelos móveis e eletrônicos que
pelas carcaças de ficam na estante,
eletrônicos na para que eles não
estante. acumulem poeira
também.

Biológico Lixo reciclável O lixo misturado pode O local possui uma O local precisa de
misturado com provocar um lixeira somente, e uma lixeira com
lixo orgânico e ambiente sujo e um nela são separação dos
eletrônico mau cheiro no local, descartados os resíduos, para que
evidenciando uma resíduos não haja a mistura
falta de higiene. eletrônicos e deles. A retirada do
algumas vezes as lixo precisa ser feita
comidas e com frequência
embalagens do diária.
usuário.

Biológico Água de reuso A falta de água A galeria não O usuário precisa


tratada na galeria dispõe de sempre levar uma
impede que o usuário bebedouro, assim garrafa de água
possa realizar sua o consumo se potável para
higiene bucal, e torna quase consumo e um copo
também a falta de impossível sem para o bocejo, assim
água potável impede risco à saúde do mantendo sua
o consumo. Se o usuário. Eles higiene bucal.
usuário quiser beber utilizam a água de
ou utilizar água para reuso por ser uma
escovar os dentes, alternativa barata,
pode ter problemas então não há a
bucais ou problemas possibilidade de
intestinais. alterar esse fato.

Espaciais/ Pouca iluminação A falta de uma O local possui O eletrônico precisa


Arquiteturais para consertar o iluminação adequada lâmpadas ter uma luz
celular pode trazer num somente no teto, posicionada
primeiro momento e estas não são diretamente nele,
um desconforto direcionáveis ou seja por luminária de
visual e dores de ajustáveis. Dessa pé ou por foco de luz
cabeça. Se a atividade forma, o usuário na estação de
for longa, pode quase sempre faz trabalho. Dessa
embaçar a vista pelo sombra em cima forma, o usuário
esforço. do eletrônico que poderá enxergar
está consertando. todos os
componentes no
momento da tarefa.

Espaciais/ Pouco espaço O usuário tem O stand é É preciso reorganizar


Arquiteturais para locomoção problemas ao entrar pequeno e o arranjo físico e
no stand ou quando dividido para 3 fazer a medição
precisa se locomover pessoas em correta dos espaços
dentro dele. Ainda algumas partes do e móveis disponíveis,
possui o risco de dia, então a assim tendo um
quebrar alguma coisa locomoção é melhor
importante ao tentar muito limitada. Na aproveitamento do
transitar no espaço. entrada dele ainda stand.
possui uma
bancada de vidro
onde já houve
ocorrência de
acidentes.

Acidentários Utilização da O usuário pode se A estação é O usuário deve


estação de ar queimar ou queimar utilizada em sua sempre utilizar o EPI
quente algum componente grande maioria quando se tratar da
ao utilizar a estação. para ajudar a utilização da estação
Também corre o risco amolecer a cola ao de ar quente. Nesse
de danificar algum retirar uma tela caso seriam luvas de
eletrônico ao utilizar quebrada. Sempre proteção.
essa ferramenta. que utilizada, é
evidenciado um
aumento de
temperatura e de
tensão.

Psicossocial Monotonia A repetição de tarefas O usuário, em um É necessário uma


ao longo do dia pode dia de muito pausa para lazer ou
causar uma serviço, pode fazer para descanso entre
sonolência. Ao longo de 3 a 4 consertos os consertos. O
da semana e do mês, ao longo do dia, usuário assiste séries
o estresse de fazer a muitos iguais, no computador, mas
mesma coisa sempre como a troca de se faz necessário
pode desenvolver tela quebrada ou uma caminhada ou
doenças mentais, troca de bateria, algum outro lazer
como a ansiedade. por exemplo. Por momentâneo para
se tratar de um aliviar a tensão da
stand de conserto repetição.
de eletrônicos,
serão sempre os
mesmos
consertos.
Tabela 14 - Quadro do diagnóstico
3. Projetação Ergonômica

3.1 Requisitos e Necessidades do Projeto

- A estação de trabalho deverá comportar e armazenar todas as ferramentas e


maquinários necessários para o conserto de eletrônicos, separando-os por suas
funções, seguindo o princípio de funcionalidade, importância, sequência e frequência
de uso;
- Dimensões que não atrapalhe a locomoção do trabalhar no espaço;
- A mesa deverá ter estabilidade vista a precisão do trabalho;
- Altura e profundidade que proporcione condições de boa postura, visualização e
operação;
- Suporte para os pés para auxiliar no relaxamento dos músculos das pernas e
descomprimir os vasos e artérias

3.2 - Requisitos da Tarefa: Tomada de Informação e Acionamento

Tomada de Informação

O aparelho a ser consertado deve estar no campo de visão do trabalhador

As ferramentas essenciais para o conserto dos eletrônicos devem estar dentro do campo
de visão do trabalhador

Deve ter um monitor posicionado a frente do usuário

Acionamentos

A estação deve proporcionar fácil acesso a todas as ferramentas necessárias para o


conserto do eletrônico

O aparelho a ser consertado deve estar ao alcance dos braços do trabalhador

Tabela 15 - Requisitos da tarefa


3.3 - Dimensões Relevantes

Tomada de informação

Requisitos da tarefa Dimensões Relevantes

Movimentação de cabeça com flexão


frontal de 30° no plano lateral/sagital;
O aparelho a ser consertado deve estar no Rotação de cabeça lateral esquerda, direita
campo de visão do trabalhador com angulação de 45° no plano
cranial/superior. Distância focal máxima
desejável: 70cm

As ferramentas essenciais para o conserto Cone de visão central no plano


dos eletrônicos devem estar dentro do sagital/lateral e cranial/lateral.
campo de visão do trabalhador Distância focal máxima desejável: 70cm

Deve ter um monitor posicionado a frente Movimentação de cabeça com flexão


do usuário frontal de 30° no plano lateral/sagital;
Rotação de cabeça lateral esquerda, direita
com angulação de 45° no plano
cranial/superior. Distância focal máxima
desejável: 70cm

Acionamentos

Requisitos da tarefa Dimensões relevantes

A estação deve proporcionar fácil acesso a Plano Sagital/Lateral:


todas as ferramentas necessárias para o Ombro/braço superior -10° <-> 25°
conserto do eletrônico Cotovelo/Antebraço: 80° <-> 115°
Plano cranial/superior: cotovelo/antebraço
-30° <-> 40°
Ombro/Braço 0° <-> 25°

O aparelho a ser consertado deve estar ao Plano coronal/frontal:


alcance dos braços do usuário Ombro/braço superior 0° <-> 30°
Plano cranial/superior: cotovelo/antebraço
-30° <-> 40°
Ombro/Braço 0° <-> 25°
Plano Sagital/Lateral:
Cotovelo/Antebraço: 80° <-> 115°
Tabela 16 - Requisitos da tarefa
3.4 - População Usuária

Para definição da população usuária foi consideração os fatores de sexo, idade e


nacionalidade. Nossa população usuária ficou definida da seguinte forma: Homens e
mulheres, com idade de 17 a 50 anos, brasileiros e técnicos em consertos de eletrônicos.

3.5 - Seleção da População Acomodada

Para este trabalho foi utilizado o percentil 1º (menor mulher) e percentil 99° (maior homem)
por entender que a profissão abrange todos os gêneros.

3.6 - Escolher e Informar Levantamento Antropométrico

O levantamento antropométrico utilizado para o estudo foi o de Henry Dreyfuss, no qual o


grupo se baseou para construir os parâmetros do projeto e identificar os usuários limitantes.

3.7 - Informação sobre Roupas e EPIs

O usuário informou que já tentou utilizar EPIs, como luvas eletrostáticas, por exemplo, mas
não se adaptou. Porém, foi identificado na fase do parecer ergonômico que se faz necessário
o uso de um EPI para a segurança e saúde do usuário:

- Máscara com filtro ou Máscara PFF2/ N95. Esse EPI deve ser utilizado no momento em que
é realizada a solda e dessolda, pois a fumaça que é liberada pelos componentes tóxicos é
prejudicial à saúde.
Valor entre R $35,90 e R $98,90.
3.8 - Identificar Usuários Limitantes (máximo e mínimo)

Tomada de informação
Requisitos da tarefa Dimensões Relevantes Usuário Limitante
Movimentação de cabeça com
flexão
frontal de 30° no plano
O aparelho a ser consertado deve estar lateral/sagital; Rotação de cabeça
Menor mulher percentil 1°
no campo de visão do trabalhador lateral esquerda, direita com
angulação de 45° no plano
cranial/superior. Distância focal
máxima desejável: 70cm
As ferramentas essenciais para o Cone de visão central no plano
conserto dos eletrônicos devem sagital/lateral e cranial/lateral.
Menor mulher percentil 1°
estar dentro do campo de visão Distância focal máxima desejável:
do trabalhador 70cm
Movimentação de cabeça com
flexão
frontal de 30° no plano
Deve ter um monitor posicionado lateral/sagital; Rotação de cabeça
Menor mulher percentil 1°
a frente do usuário lateral esquerda, direita com
angulação de 45° no plano
cranial/superior. Distância focal
máxima desejável: 70cm

Acionamentos
Requisitos da tarefa Dimensões relevantes Usuário Limitante
Plano Sagital/Lateral:
Ombro/braço superior -10° <->
A estação deve proporcionar fácil
25°
acesso a todas as ferramentas
Cotovelo/Antebraço: 80° <-> 115° Menor mulher percentil 1°
necessárias para o conserto do
Plano cranial/superior:
eletrônico
cotovelo/antebraço -30° <-> 40°
Ombro/Braço 0° <-> 25°
Plano coronal/frontal:
Ombro/braço superior 0° <-> 30°
O aparelho a ser consertado deve Plano cranial/superior:
estar ao alcance dos braços do cotovelo/antebraço -30° <-> 40° Menor mulher percentil 1°
usuário Ombro/Braço 0° <-> 25°
Plano Sagital/Lateral:
Cotovelo/Antebraço: 80° <-> 115°
Tabela 17 - Usuários limitantes
3.9 - Construir Parâmetros do Projeto Antropométrico

Figura 44 - Manequim antropométrico feito no autocad da menor mulher


percentil 1º e maior homem percentil 99° no plano frontal.
Tomada de informação

Figura 45 - Manequim antropométrico, tomada de informação plano lateral.


Figura 46 - Compatibilização da tomada de informação no plano lateral.
Figura 47 - Tomada de informação do homem percentil 99° no plano superior.
Figura 48 - Tomada de informação da mulher percentil 1° no plano superior.
Figura 49 - Compatibilização da tomada de informação no plano superior
Acionamentos

Figur
a 50
-
Acio
nam
ento
da
mulh
er
perc
entil

no
plan
o
later
al.
Figura 51 - Acionamento do homem percentil 99° no plano lateral.
Figura 52 - Compatibilização de acionamento no plano lateral.
Figura 53 - Acionamento da mulher percentil 1° no plano superior.
Figura 54 - Acionamento do homem percentil 99° no plano superior
Figura 55 - Compatibilização de acionamento no superior
Utilização e validação do modelo físico pelo usuário
A validação foi feita de forma virtual, utilizando bonecos em 3d do percentil do
maior homem. Nessa validação, utilizamos os bonecos nas posições onde o usuário
geralmente se encontra em maioria durante o dia.

Temos um modelo sentado, onde o usuário se encontra trabalhando em uma


posição normal, observando a distância dele para a mesa e a altura. É possível
verificar também a posição dos pés nos apoios. Os braços também se encontram
em posição confortável.

Na posição em pé, onde ele pode alcançar os objetos nas prateleiras, mexer nos
painéis e no monitor à frente dele.

Figura 56 - Imagem isométrica superior mostrando o usuário sentado na estação de trabalho. A


altura da mesa e dos trilhos ficou numa posição confortável e ele possui agora um espaço melhor
para as pernas.
Figura 57 - Imagem da vista lateral mostrando melhor o apoio dos pés e a altura da mesa em relação ao
antebraço/ombros. O campo de visão do usuário melhorou também em relação a estação de trabalho
antiga.

Figura 58 - Imagem isométrica mostrando o usuário em pé. Nessa posição ele pode acessar a parte
superior da estação sem danos à postura. Tanto os painéis quanto as prateleiras. Ainda assim, ele pode
alterar a disposição dessas peças na forma vertical usando os trilhos.
Figura 59 - Imagem superior mostrando o usuário em pé.

Figura 60 - Rendering do Projeto


Conclusão

Para concluir, o grupo encontra-se satisfeito com o projeto que foi desenvolvido ao longo
desse período de pandemia, o segundo totalmente com ensino remoto. Foi um projeto
diferente de todos que já foram produzidos em nossa vida acadêmica nesse curso, com
certeza muito desafiador projetar algo de forma remota, já que houveram poucas visitas
presenciais. Em relação ao cliente, ele gostou do projeto e das sugestões que demos a ele
sobre a parte organizacional do stand. Com todas as dificuldades e os contratempos,
tentamos sempre manter boas conversas, não só entre o grupo, mas também com o
trabalhador escolhido. Recomendamos ao usuário que para melhor aproveitamento do seu
futuro novo espaço, ele invista em iluminarias com luz direta para as peças a serem
consertadas e cadeiras ergonômicas.
O modelo físico infelizmente ainda não foi criado devido à pandemia, somente o virtual, mas
esperamos que quando isso tudo acabar, nós possamos tentar fazer o modelo virtual ganhar
vida e ajudar no ambiente de trabalho.
Bibliografia

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● DETRO, Silvana. Engenharia Ergonômica - Biomecânica Ocupacional.


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● FERNANDES, Patrícia Vieira. Você sabe o que é NR 17 - Ergonomia?. Disponível


em:https://interfisio.com.br/voce-sabe-o-que-e-nr-17-ergonomia/ http://blog.ergotec.com.br/4-
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https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572004000200006. Acesso em
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● FRANCISCONI, Bruno. Você já teve dor no pescoço? Torcicolo? Aquela sensação de peso nos ombros?
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● DE ARAÚJO, Marco Poli. et al. Estudo populacional das forças das pinças polpa-a-polpa, trípode e
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● MATTOS, Daniela Junckes da S. Você sabia que é mais saudável para a coluna
ficar em pé do que sentado?
Disponível em:
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● JUNIOR, Golbery. Treinamento Básico em Ergonomia. Disponível em:


https://slidetodoc.com/treinamento-bsico-em-ergonomia-ministrado-por-golbery-junior/. Acesso em
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● HUET, Marina; DE MORAES, Anamaria. Apoio ergonômico para a região sacro-ílio lombar na posição
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https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/51/77-
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● BMADEIRANIT. Compensado: Quais são e quais escolher? Disponível em:


http://blog.madeiranit.com.br/compensado-quais-sao-e-quais-escolher/. Acesso em 04/05
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janeiro: 2AB Editora, 2009

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