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Centro Universitário Fundação Santo André

Edmar Souza de Almeida RA 736419


Gilmar Fernandes Filho RA 736418

Variações Linguisticas na Mídia Impressa

Santo André
2019
Edmar Souza de Almeida RA 736419
Gilmar Fernandes Filho RA 736418

Variações Linguisticas na Mídia Impressa

Trabalho de Comunicação e Expressão apre-


sentado como exigência parcial para obtenção
do grau de Engenheiro à Faculdade de En-
genharia Engenheiro Celso Daniel do Centro
Universitário Fundação Santo André.

Orientador: Profa Denise

Santo André
2019
Edmar Souza de Almeida RA 736419
Gilmar Fernandes Filho RA 736418

Variações Linguisticas na Mídia Impressa

Trabalho de Comunicação e Expressão apre-


sentado como exigência parcial para obtenção
do grau de Engenheiro à Faculdade de En-
genharia Engenheiro Celso Daniel do Centro
Universitário Fundação Santo André.

Trabalho aprovado. Santo André, ___ de ____________ de 2019:

Profa Denise
Orientador

Santo André
2019
Resumo
A presente dissertação visa desnudar os elementos e processos de comunicação envolvidos
na mídia dos outdoors. Serão discutidos os elementos que envolvem a comunicação visual
verbal e não verbal, bem como a capacidade de interpretação dos receptores.

Palavras-chaves: variações linguísticas. outdoor. signo linguístico. símbolo.


Abstract
The present dissertation aims to uncover the elements and processes of communication
involved in the media of billboards. The elements that involve verbal and non-verbal visual
communication, as well as the capacity of interpretation of the receptors will be discussed.

Keywords: variations. outdoor. linguistic sign. symbol.


Lista de ilustrações

Figura 1 – Emotions . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Figura 2 – Perigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Figura 3 – Variação Diastrática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 4 – Outdoor KitKat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Figura 5 – Banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1 Sistema, Norma e Fala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Variações Linguísticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2.1 Variações Históricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2.2 Variações Diafásicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2.3 Variações Diastráticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2.4 Variações Diatópicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Linguagem Verbal e Não Verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Estudo de Caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Introdução
2

1 Introdução

A capacidade de comunicação e expressão de um indivíduo é o principal fator de


sobrevivência do mesmo. Desde que nasce, o ser humano aprende de alguma forma a
expressar suas necessidades fisiológicas, como a fome e o frio, através do choro. Nos primeiros
anos de vida, por não ter desenvolvido ainda sua capacidade de fala, a comunicação é
empreendida através de sinais que o mesmo emite e recebe, como sons, acenos e gestos.
No âmbito coletivo, o desenvolvimento de civilizações se dá, entre outros fatores, em
função das suas capacidades de trocas de informação. Por volta de 3000 a.C., os sumérios,
na mesopotâmia, desenvolveram a escrita cuneiforme, que se tratava de um conjunto de
símbolos cunhados em placas de argila. Grande parte do se sabe hoje sobre os sumérios se
dá em função das descobertas dessas placas.
As grandes campanhas militares empreendidas ao longo dos séculos foram decididas pela
capacidade de comunicação que cada exército tinha. Os registros dos feitos militares de
Sun Tzu, por exemplo, são usados até hoje inclusive por executivos comerciais.
No presente século, a capacidade de troca de informações cresce diariamente graças
ao advento da internet. A comunidade cientifica, por exemplo, expande a produção de
conhecimento em função do fluxo de informações que hoje consegue tramitar.
Num processo de comunicação existem: o emissor, o receptor, a mensagem, o canal e o
código. A preocupação que paira sobre os estudiosos desses processos é se, com todo o
avanço tecnológico, a mensagem do emissor é compreendida com clareza pelo receptor.
Nesse aspecto se discute o atual uso de emotions (Figura 1), que são pequenas figuras
usadas em conversas de meio eletrônico. Alguns pesquisadores se debruçam sobre o possível
retrocesso que essa prática pode levar, comparando a evolução da escrita cuneiforme até a
escrita moderna, e, agora, voltando ao uso de hieróglifos.

Figura 1 – Emotions

Fonte: diascomuns.blogspot.com
Discussão
4

2 Discussão

A língua de uma sociedade é o seu principal patrimônio. É impossível existir uma


comunidade que não se comunica, visto que através da comunicação dos indivíduos se
produz conhecimento, tecnologias e cultura. A língua, por sua vez, é compreendida como
um sistema de signos convencionais, ou seja, todo o conjunto de elementos e regras de
associação que permitem a comunicação entre os indivíduos (PRETI, 1994).

2.1 Sistema, Norma e Fala


Sabe-se que linguagem é qualquer sistema de signos simbólicos usados na comuni-
cação social com o intuito de expressar ideias e sentimentos. A linguagem se desenvolve
historicamente dentro de fronteiras geográficas virtuais, traçadas em função das variações
dialetais (BECHARA, 2012).
Um sistema linguístico é formado por: sistema, signos, símbolos e pela intercomunicação
social (BECHARA, 2012).
O sistema é o conjunto de unidades organizadas. Basicamente é tudo o que está disponível
para ser usado, sejam objetos ou signos reais ou abstratos, independente se os usuários
daquele sistema usam ou não todas as unidades disponíveis, elas estão lá, segundo Bechara
(2012). O sistema alimenta os elementos da norma culta, que por sua vez é o dialeto social
adotado como padrão.
Um signo, ou sinal, é uma unidade, concreta ou abstrata, que, tendo o usuário da língua
o conhecimento do que é a unidade, a mesma dá ao usuário um entendimento de algo
diferente (BECHARA, 2012). A luz vermelha em um sinaleiro de um cruzamento de
avenidas indica que os motoristas devem parar seus veículos. A luz vermelha em si não
representa nada, já inserida no sistema de trânsito tem um significado importantíssimo. A
mesma luz vermelha, se colocada na frente de um estabelecimento indica aos transeuntes
a possibilidade de interação social.
O símbolo é tudo aquilo que representa algo por si, sem depender do contexto. O símbolo
dá significado ao ambiente, enquanto que o signo admite significado em função do ambiente
em que está inserido. Com isso entende-se que o símbolo não depende do sistema.
A figura 2 representa em qualquer lugar no mundo uma situação ou possibilidade de perigo.
Se inserida na porta de um painel de eletricidade, por exemplo, indica que alí há risco de
choque eleétrico, ou, se na porta de um estabelecimento, indica que o ambiênte é perigoso.
Com isso percebe-se que o símbolo muda o significado do lugar, ao contrário do signo que
tem sua interpretação alterada pelo lugar.
A intercomunicação social, por sua vez, é o que faz a linguagem existir, visto que
Capítulo 2. Discussão 5

Figura 2 – Perigo

Fonte: freepik.com

num processo de comunicação existem pelo menos dois indivíduos.


O uso contínuo de uma linguagem designa uma norma. A norma contém tudo
o que é tradicional na língua, comum e constante, em outras palavras, é o mundo real
da utilização da língua. O sistema e a norma de uma língua funcional refletem a sua
estrutura. A norma culta é a que mais coincide com o sistema quando este oferece uma só
possibilidade de realização (BECHARA, 2012). A norma popular, por sua vez, permite o
uso de variações.
A uniformidade da norma culta força o falante ao sacrifício de sua criatividade no que
tange à criação de novas técnicas de linguagem. Por outro lado, a comunidade de falantes,
através do uso diário da língua, cria, incorpora e assimila variações na língua, em função
das necessidades que surgem no processo da comunicação. A norma culta, ao mesmo tempo
que regula o uso da língua, também é modificada pela norma comum, esse processo é
contínuo (PRETI, 1994). Isso quer dizer que enquanto um segura o uso da lingua num
modelo ancorado, o outro o puxa para modificações adaptadas à sociedade. A norma culta
que é usada no ano de 2019 não é a mesma que foi usada no ano de 1919, isso aconteceu
devido à influência da norma comum, ou seja, do uso comum da lingua pela comunidade
de falantes.
A norma é o ponto de chegada no processo de equalização da língua. A sociedade é a
encarregada de preservar o uso do que ela própria estabeleceu. Em todos os níveis sociais
há a preocupação em sujeitar-se a esse acordo normativo, de modo a perguntar-se sobre o
que pode ou não se pode falar (PRETI, 1994).
A fala é o plano da realização, ou seja, uma técnica idiomática efetivamente realizada
(BECHARA, 2012).
Capítulo 2. Discussão 6

2.2 Variações Linguísticas


As variações que uma língua sofre ocorre em várias direções. Varrições históricas
da língua não dificultam a comunicação entre os falantes de uma mesma época, já as
variações diatópicas e difásicas podem geram desconfortos na troca de informações. A
seguir, considerações sobre os tipos de variações linguísticas.

2.2.1 Variações Históricas


São as que sofrem transformações ao longo do tempo. O principal exemplo na
língua portuguesa é o da palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da
linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC (ESTUDOPRATICO, 2019).

2.2.2 Variações Diafásicas


São as variações que se dão em função do contexto comunicativo, isto é, a ocasião
determina o modo como será falado com o interlocutor(ESTUDOPRATICO, 2019). O
professor Pasquale Cipro Neto, em entrevista, afirmou que o melhor português (idioma
falado) é aquele que melhor se adequa à situação .

2.2.3 Variações Diastráticas


São as variações ocorridas em razão da convivência entre os grupos sociais. As gírias,
os jargões e o linguajar caipira são exemplos desta modalidade de variação linguística. É
uma variação social e pertence a um grupo específico de pessoas. As gírias pertencem ao
vocabulário específico de grupos, como os policiais, cantores de rap, surfistas, estudantes,
jornalistas, entre outros. A Figura 3 exemplifica essa variação.

Figura 3 – Variação Diastrática

Fonte: aws.amazon.com
Capítulo 2. Discussão 7

Já os jargões estão relacionados com as áreas profissionais, caracterizando um


linguajar técnico. Como exemplo, podemos citar os profissionais da medicina, os advogados,
os profissionais da informática, dentre outros (ESTUDOPRATICO, 2019).

2.2.4 Variações Diatópicas


Representam as variações que ocorrem pelas diferenças regionais, denominados
dialetos. São as variações referentes a diferentes regiões geográficas, de acordo com a
cultura local. Um exemplo deste tipo de variação é a palavra “mandioca” que, em certos
lugares, recebe outras denominações, como “macaxeira” e “aipim”. Nesta modalidade
também estão os sotaques, ligados às marcas orais da linguagem (ESTUDOPRATICO,
2019).

2.3 Linguagem Verbal e Não Verbal


A linguagem verbal utiliza palavras para estabelecer a comunicação, que são
utilizadas tanto na forma oral como escrita.
A linguagem não verbal não utiliza palavras para estabelecer a comunicação, mas outras
formas como gestos, sinais, símbolos, cores, luzes, etc. Decretos, conversas, e-mails, livros,
são exemplos de meios que se utilizam da linguagem verbal. A linguagem não verbal pode
ser encontrada em bandeiras, figuras, gestos, logotipos, pinturas, placas, etc.

2.4 Estudo de Caso


No presente estudo serão analisados as variações linguísticas e os tipos de linguagens
que envolvem a mensagem transmitida por um outdoor. Abaixo (Figura 4), tem-se a foto
de um outdoor de propagando do chocolate KitKat.

Figura 4 – Outdoor KitKat

Fonte: readbetweentheps.com
Capítulo 2. Discussão 8

Fica evidente que a proposta da propaganda foi de usar apenas linguagem não
verbal. Os nomes das marcas, tanto do produto como do fabricante fazem parte das
logomarcas, portanto não são consideradas como linguagem verbal, apesar de formarem
palavras.
Na propaganda veiculada pela televisão, a frase tema é "have a break, have a kitkat", que
em português quer dizer "faça uma pausa, tenha um kitkat".
Ao fazer o paralelo entre "pausa"e "kitkat", a propaganda visa incutir na mente dos possíveis
consumidores a ideia de que uma pausa digna deve ser acompanhada de um kitkat.
No outdoor, a mão que sai de uma nuvem, simbolizando uma mão divina que desce para
pegar um kitkat, traz à mente do receptor da mensagem a ideia de que até Deus faz uma
pausa com kitkat.
Uma mão representada num outdoor pode não ser um símbolo, porém, no contexto onde
essa está inserida, ou seja, a mão saindo de uma nuvem, indica que o membro pertence a
um ser superior. Logo, foi usado um signo linguístico, que por sua vez só admite sentido
por causa do contexto, onde o receptor da mensagem sabe que a mão pertence ao ser
divino graças a nuvem. Da mesma forma a nuvem não teria significado algum no outdoor
se não tivesse a mão saindo dela.
No entanto, em função da propaganda televisiva, a imagem do kitkat por si trás a mensagem
de “pausa das atividades”, logo, a mesma já é um símbolo, talvez não um símbolo universal,
mas sim para os seus apreciadores. A imagem do kitkat, ao inserida em qualquer outro
ambiente pode, por associação, trazer a ideia de “pausa”. A Figura 5 mostra a associação
das palavras “kitkat” e “pausa”.

Figura 5 – Banco

Fonte: esmemes.com

Sendo o banco um objeto específico para se fazer uma pausa, ao associar o objeto
(banco) com o alimento (chocolate) a comunicação da mensagem é estabelecida.
Conclusões
10

3 Conclusões

Dentre os diversos modelos de linguagem, bem como as variações linguísticas


existentes, pode-se afirmar que a linguagem não verbal é muito mais ampla que a linguagem
verbal. Muito se pode dizer de uma única imagem.
O uso de imagens na comunicação era utilizado pelos egípcios e hoje volta ser incorporado
no dia a dia do ser humano substituindo a linguagem verbal.
11

Referências

BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. [S.l.]: Nova Fronteira, 2012.

ESTUDOPRATICO. Variações Linguísticas. 2019. Disponível em: <https://www.


estudopratico.com.br/variacoes-linguisticas-diafasica-diatopica-diastratica-e-historica/>.
Acesso em: 09/05/2019.

PRETI, D. Sociolingüística: os níveis de fala: um estudo sociolingüístico do diálogo na


literatura brasileira. [S.l.]: Edusp, 1994. v. 15.

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