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DE SINAIS BRASILEIRA
NA SALA DE AULA
2ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
L557i
CDD 370
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
REFLEXÕES SOBRE A NATUREZA DO PROCESSO TRADUTÓ-
RIO E DOS ESTUDOS DA TRADUÇÃO........................................... 9
CAPÍTULO 2
TRADUZIR E INTERPRETAR: LIMITES E POSSIBILIDADES NO
CAMPO DA EDUCAÇÃO................................................................ 37
CAPÍTULO 3
AS ESCOLAS E OS PROFISSIONAIS INTÉRPRETES DE LIBRAS:
A INOVAÇÃO NO ÂMBITO DA INTERPRETAÇÃO........................ 73
APRESENTAÇÃO
As diferentes maneiras que o ser humano possui de se comunicar vai para
além da compreensão das línguas orais que fazem uso do canal oral auditivo
para estabelecer uma comunicação. Enquanto as línguas de sinais se projetam
utilizando o espaço, a visualização as mãos e as expressões para estabelecer
uma comunicação com o meio. Contudo, para os surdos usuários da língua
de sinais uma ferramenta humana possui um papel fundamental para que a
compreensão aconteça entre as partes do discurso: o intérprete de língua de
sinais, um profissional que possibilita a transparência e a concreta comunicação
entre surdos e não surdos.
Após essa apresentação e sob esse prisma lhe convidamos para iniciar
seus estudos sobre a disciplina de Intérprete de língua de sinais brasileira em
sala de aula – Libras, iremos viajar por uma estrada repleta de curiosidades e
ética. Este livro é um forte aliado na construção de seu conhecimento acerca do
profissional intérprete de Libras, aproveite-o e efetive as leituras complementares
com atenção e responsabilidade, seja cuidadoso e determinado nas atividades de
cada capítulo empodere-se do conteúdo para argumentar com segurança acerca
do profissional responsável pela tradução e interpretação de Libras nos espações
onde a língua de sinais e a educação de surdos seja principal tema discutido.
Vamos começar!
C APÍTULO 1
REFLEXÕES SOBRE A NATUREZA
DO PROCESSO TRADUTÓRIO E DOS
ESTUDOS DA TRADUÇÃO
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Como acontece o desenvolvimento da tradução e da interpretação são
assuntos que buscaremos tratar nesse livro, esses dois fatos são importantes
para a compreensão do universo que envolve não apenas os surdos, mas
principalmente o profissional que atua diretamente com a língua brasileira de
sinais. Entretanto, é fundamental compreender as diferenças entre tradução e
interpretação para que os processos que envolvem ambos sejam compreendidos
de maneira clara e objetiva.
2 CONCEITOS E TIPOLOGIAS DA
TRADUÇÃO
A tradução não se vê como a obra literária, mergulhada,
por assim dizer, dentro da floresta da língua, mas
fora dela, frente a ela, e sem penetrá-la, ela chama o
original neste único lugar onde, a cada vez, o eco de
sua própria língua pode reproduzir a ressonância de
uma obra da língua estrangeira (Walter Benjamin).
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INTÉrPrETE DE LÍNGuA DE SiNAiS BrASiLEirA NA SALA DE AuLA
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
Albir (2008) apresenta também esse conceito e busca identificar três traços
fundamentais para definir de maneira mais efetiva as características da tradução.
Primeiramente, o autor considera que a tradução tem, sim, uma finalidade
comunicativa, para o destinatário que não tem conhecimento de determinada
língua na qual encontra-se um texto, permitindo a compreensão por meio da
comunicação ativa. Todavia, nesse caso o tradutor deve considerar as intenções
comunicativas presentes e o fato de que cada língua se expressa de maneira
diferenciada em cada cultura, assim é necessário observar as necessidades do
destinatário.
Todos os elementos que integram a tradução devem fazer parte dessa forma
de comunicação, visto que a finalidade da tradução pode ainda ir ao encontro do
público a que se dirige, por meio dos métodos e soluções diferenciados escolhidos
pelo tradutor.
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INTÉrPrETE DE LÍNGuA DE SiNAiS BrASiLEirA NA SALA DE AuLA
Em terceiro lugar, o autor considera que não se pode jamais esquecer que
a tradução é a atividade de um sujeito (um tradutor), que necessita de uma
competência específica para traduzir um texto, a qual é chamada de competência
tradutória. A tradução consiste em um complexo processo mental, que se constitui
primeiramente em compreender o sentido que esse transmite e, na sequência,
reformulá-lo com os meios da outra língua.
Percebemos que para essa autora, qualquer definição de tradução tem que
incluir necessariamente essas três caracterizações: texto, ato de comunicação
e a atividade cognitiva de um sujeito. Considera a definição da tradução como
um processo interpretativo e comunicativo que busca a reformulação de um texto
de uma língua para outra, de uma cultura para outra, sempre ligado ao contexto
social e com uma finalidade determinada. Entendemos que esse pensamento é
ação entre textos e não apenas entre línguas, na qual deve-se analisar todos os
mecanismos de atualização textual, não apenas as suas relações internas (de
texto para texto), mas também a importância de observar as relações externas,
com os fatores condicionantes externos:
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
Muitas vezes, esse fato também acontece no momento da tradução por vídeo,
na sinalização realizada de forma simultânea com a oralização de cada palavra e
cada sinal, surgindo o Português sinalizado. Essa imposição na tradução para
Libras revela a dominação e a imposição do Português, oral ou escrito, sendo
possível fazer uma relação com a tradução etnocêntrica citada por Berman.
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
FONTE: http://www.casaguilhermedealmeida.org.br/revista-
reproducao/ver-noticia.php?id=111. Acesso em: 7 maio 2021.
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mais reduzidos.
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
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Lemos (2017), em sua dissertação, faz uma breve análise do ponto de vista
da autora e constata que ela identifica a forma como o tradutor constrói os sentidos
sobre o texto-fonte que se apresenta, percebendo também como acontece a
materialização em texto de chegada por meio da sinalização gravada por vídeo.
Concordamos com as ideias postas em sua pesquisa de dissertação quando
ela afirma que “todas essas particularidades da tradução, como juízo de valor,
valorização do conteúdo e do público-alvo necessitam determinados critérios e
escolhas pelo tradutor” (LEMOS, 2017, p. 37).
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
4 O TRADUTOR E INTÉRPRETE DE
LIBRAS
FIGURA 3 – TILSP – TRADUTOR INTÉRPRETE DE LIBRAS/PORTUGUÊS
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
Outra autora que se debruça sobre o tema e nos traz ricas considerações é
Russo (2009), quando afirma que, enquanto formadora de intérpretes de língua
de sinais, busca sentidos dos discursos dos sujeitos de sua pesquisa durante
percursos de formação e enquanto profissionais atuantes na área. A autora
revela ainda os aspectos relacionados à proficiência da língua em uso, salienta
fortemente a necessidade de apropriar-se de um saber fazer a interpretação,
e que a singularidade dos profissionais e a importância da demonstração de
diversos saberes, técnicas específicas e práticas relacionadas aos contextos
distintos, bem como o pertencimento à comunidade surda, são questões que
devem acompanhar de maneira muito expressiva o pensar do tradutor intérprete
de Libras.
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INTÉrPrETE DE LÍNGuA DE SiNAiS BrASiLEirA NA SALA DE AuLA
Fica muito nítido que nas pesquisas que optamos em trazer para a discussão,
todas revelam a necessidade de aprofundamento acerca do conceito de tradução,
e de interpretação, que estão presentes no cotidiano e nas questões culturais,
linguísticas e sociais do profissional tradutor. Entendemos que a tradução cultural
exige maior conhecimento das questões de hábito, da cultura e tradições da língua
em uso, respeitando sempre as suas especificidades. Nas pesquisas citadas,
percebemos que todos os especialistas da área apontam que o profissional
tradutor deve ser comprometido com o produto de seu trabalho e que “o processo
de tradução também requer do profissional a compreensão e a produção de um
novo texto” (ALBRES, 2015, p. 394).
Julgamos que sim, a tradução não deve ser percebida como um campo
limitado, mas sim de uma maneira mais ampla: considerando sempre que
o ato de traduzir alcança de maneira profunda e especial as questões dos
sentimentos, culturas e sensações, traduzir para além das palavras contidas no
texto. Corroboramos com Albres (2015, p. 395) quando a autora se aproxima e
faz referência a Sobral (2008, p. 57) reconhecendo que “traduzimos discursos,
no sentido de que as palavras não existem no vazio, elas somente existem e
significam dentro de um contexto específico”.
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
por todos os lugares ao nosso redor sempre, esses materiais digitais como E-
books, tablets e e-readers, são capazes de favorecer a interação numa linguagem
hibrida, e esse fato provoca a ampliação de pesquisas e estudos desse gênero
textual.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer desse primeiro capítulo, estudamos questões conceituais
do que é tradução, refletimos sobre a natureza do processo da tradução e da
interpretação, aproximando dos estudos da tradução, trouxemos para o debate
a tarefa do tradutor e algumas de suas escolhas tradutórias que influenciam e
interferem fortemente a compreensão do seu objeto de produção, seja ele escrito
ou por vídeo.
Essa influência deve ser considerada pelo profissional, visto que deve aceitar
o objetivo real da tradução, o público receptor do material traduzido, e os efeitos
dessa influência tradutória na cultura de chegada, o profissional tradutor deve
sensibilizar-se que as palavras lidas no texto fonte fazem parte de um contexto
e de uma situação formativa ou de entretenimento que não podem ser pensadas
isoladamente.
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( ) F – F – F – F.
( ) V – V – V – V.
( ) V – F – V – F.
( ) F – V – F – F.
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Capítulo 1 R. SOBRE A N. DO PROCESSO T. E DOS ESTUDOS DA T.
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REFERÊNCIAS
ALBIR, A. H. Traduccíon y Traductología: Introducción
a la Traductología. Madri: Ed. Catedra, 2008.
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C APÍTULO 2
TRADUZIR E INTERPRETAR: LIMITES
E POSSIBILIDADES NO CAMPO DA
EDUCAÇÃO
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Entender o ato de traduzir e interpretar de/para/entre língua de sinais para,
então, compreender os limites e as possibilidades no campo da educação exige,
primeiramente saber que tudo está interligado aos Estudos da Tradução e da
Interpretação de Línguas de Sinais (ETILS). Inúmeras pesquisas se debruçam
sobre esse tema, sendo um novo campo disciplinar emergente, diretamente
vinculado aos Estudos da Tradução (ET), assim como aos Estudos da
Interpretação (EI).
2 OS LIMITES E POSSIBILIDADES NO
ATO DE TRADUZIR E INTERPRETAR
EM LÍNGUA DE SINAIS
Se pensarmos em comunicação e interação entre duas ou mais pessoas
usuárias de línguas diferentes sejam elas faladas ou sinalizadas e que nenhuma
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
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que acontece com as famílias ouvintes, onde a relação com a língua se dá a todo
instante de diferentes maneiras. O fato dos pais serem surdos ou ouvintes reflete
diretamente no desenvolvimento da criança. Para Coll, Marquesi e Palacios
(2004, p. 174)
Mais de 90% das crianças surdas que possuem pais ouvintes não conhecem
a língua de sinais (ELEWEKE; RODA, 2000 apud SANTOS, 2009, p. 22); essa
situação acaba por prejudicar o desenvolvimento linguístico da criança, visto que
não há exposição a uma língua de maneira efetiva, resultando na carência de
todos os tipos de informação. Dada essa carência, os problemas e limitações
socioeducativas e psicocognitiva se apresentam durante sua vida. Tal problemática
se agrava quando alguns dos pais não querem que seus filhos aprendam uma
língua sinalizada, em alguns casos é comum ouvir justificativas que afirmam que
a aprendizagem de uma língua de sinais prejudica a capacidade de adquirir a fala
(EMMOREY, 2002; GOLDIN-MEADOW, 2006; MAYBERRY; EICHEN, 1991).
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
em todas as áreas aconteça de maneira mais efetiva. Cabe destacar que no âmbito
escolar a presença do intérprete de Libras tem ocorrido com muita frequência,
visto que a demanda de tradução e interpretação cresce proporcionalmente com a
quantidade de matrículas de surdos nos bancos escolares.
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Com toda demanda advinda das escolas e das universidades, não demorou
para que questões judiciais começassem a surgir com objetivo de suprir e atender
as necessidades da comunidade surda. Desse modo as Instituições de Ensino
Superior (IES) também passaram a contratar pessoas que desejavam atuar como
intérprete de Libras, mesmo que sem formação, afinidade e/ou competência
profissional para exercer a função.
Observa- se, que o que mais importava era a presença em sala de aula e
que o sujeito surdo estivesse acolhido em suas necessidades de comunicação,
mesmo que de maneira simplificada ou assistencialista, esse ponto de vista
também estava diretamente ligado aos professores e comunidade escolar. Dessa
forma, os intérpretes de Libras no âmbito nacional foram inseridos nos espaços
escolares sem atenção a sua formação ou competência linguística, resultando
em profissionais sem competência formal e capacidade linguística atuando de
maneira descontrolada em todos os níveis educacionais.
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
da profissão para, então, buscar quais ações formativas podem ser adotadas para
qualificar o profissional.
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3 AS DIFERENTES IDENTIDADES
DOS INTÉRPRETES DE LIBRAS
Agora, uma palavra sobre que os tipos de intérpretes e os cursos de formação
de intérpretes de língua de sinais.
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
Cabe destacar, que todas essas questões a serem trabalhadas nos cursos
para intérprete de Libras, devem caminhar junto com uma formação continuada
do profissional, por meio de estímulos em palestras, oficinas, encontros com
seus pares e discussões que abordem temáticas afins a áreas de tradução
e interpretação, assim a atualização e o aperfeiçoamento dos profissionais
de interpretação serão permanentes e prósperos. Para Alves (2000, p. 27), a
formação do tradutor e sua qualificação contínua sejam procedimentos essenciais
para o exercício ético e adequado dessa profissão.
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
4 ALGUMAS REFLEXÕES E
AUTOANÁLISES SOBRE O TIPO DE
INTÉRPRETE QUE SOU E QUAL TIPO
EU QUERO SER
Ao realizar uma percepção de seu trabalho, postura e atitude faz com que o
intérprete de Libras analise questões que provocam discussões importantíssimas
acerca de sua atuação. Ao realizar um diagnóstico pessoal do tipo de intérprete que
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
Aqui podemos fazer uma aplicação dos quatro pilares da educação para a
formação e caminhada do intérprete de Libras.
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FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/f8/9d/df/
f89ddfe74f449e12020ea02d23cba9b4.png>. Acesso em: 21 jun. 2021.
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
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FONTE: <https://www.youtube.com/
watch?v=kyLc7LeWqCA>. Acesso em: 7 jun. 2021.
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
Para reflexão: após assistir o vídeo do canal # que discute acerca da postura
e perfil do tradutor intérprete de Libras, sugerimos uma autorreflexão do tipo de
intérprete que você, caro aluno, é nesse momento, qual o perfil de intérprete está
representando quando em atuação? E ainda, qual o perfil de profissional está em
busca de se tornar?
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
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da língua onde a percepção do sujeito (no caso do surdo, a visão) estrutura toda a
leitura de mundo e compreensão de sujeito.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, buscamos trazer a você, acadêmico, conhecimento acerca
dos limites e possibilidades da tradução e interpretação, percebendo as diferenças
entre as duas áreas, porém sempre refletindo sobre os aspectos linguísticos
culturais e situacionais. As particularidades apresentadas no decorrer do capítulo,
buscaram discutir como se dá o papel do intérprete mediador social e linguístico,
objetivando compreender qual o seu papel enquanto profissional da área da
língua de sinais. Ainda consideramos nesse capítulo, reflexões profundas das
responsabilidades que envolvem sua prática, acrescentando ao seu ofício a busca
constante por formação e valorização profissional. As investigações sobre os
assuntos relacionados ao tema apresentado neste capítulo são necessárias para
a formação do intérprete de Libras, sendo assim buscamos contribuir com uma
discussão que pudesse auxiliar tanto os profissionais como aqueles que estão
em busca dessa profissão a compreender as estratégias linguístico-discursivas
utilizadas pelo intérprete de Libras em sua atuação.
REFERÊNCIAS
ALVES, F.; M., C.; PAGANO, A. Traduzir com Autonomia: estratégias
para o tradutor em formação. São Paulo: Ed. Contexto, 2000.
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Capítulo 2 T. E I.: LIMITES E P. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
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C APÍTULO 3
AS ESCOLAS E OS PROFISSIONAIS
INTÉRPRETES DE LIBRAS:
A INOVAÇÃO NO ÂMBITO DA
INTERPRETAÇÃO
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Abordar os conhecimentos, a atuação e a importância do Intérprete da Língua
Brasileira de Sinais (Libras) na sala de aula, compreender as diferentes situações
que envolvem o seu cotidiano, os desafios enfrentados nas escolhas tradutórias
que lançam mão de construir um saber efetivo na formação do seu público-alvo,
discursando com a realidade no âmbito escolar é o conteúdo que embasa este
último capítulo. É importante estabelecer como objetivo principal a investigação da
atuação do Intérprete de Libras e considerar seus direitos profissionais, postura e
limites com o aluno surdo.
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2 O INTÉRPRETE DE LIBRAS
EDUCACIONAL E A LEGALIDADE
QUE O AMPARA
A interpretação educacional possibilita que a maioria dos tradutores intérprete
de Libras acessem a prática profissional a partir de um contexto real de atuação,
visto a necessidade extrema desse profissional para garantir que o processo
educacional das crianças surdas ocorra de maneira efetiva. Em meados de 1980
os intérpretes estão presentes no contexto religioso e migram gradativamente
para o âmbito educacional. A partir da declaração de Salamanca em 1994 a língua
de sinais retorna à sala de aula mista (bilíngue), possibilitando que as crianças
surdas acessem o conhecimento formal com a mediação do intérprete de Libras
que possibilita a apropriação de saberes e experiências de maneira coletiva,
respeitando seu papel mediador no trabalho educativo, sem deixar de observar as
condições em que desempenha sua atividade profissional.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
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( ) Lei nº 10.098/2000.
( ) Decreto 580001/91.
( ) Decreto 5626/2005.
( ) Lei nº 12.319/ 2015.
( ) Lei nº 12.319/ 2010.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
O intérprete de Libras não possui função pedagógica, não prepara aula, não
fornecem notas aos alunos, não é responsável por lançar registro de avaliação
no diário de classe, ele não é responsável por nenhuma atividade que está
relacionada ao professor regente de turma. Pelo menos quando está no papel
de tradutor intérprete. O que é fundamental esclarecer é que mesmo se um
profissional intérprete de Libras tenha em sua formação uma licenciatura, mesmo
que em alguns casos na rede de ensino sua forma de contratação se dá pelo
cargo de professor na maioria dos estados brasileiros, pois não há outra forma de
contratação, porém, as atribuições são completamente diferentes.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
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Sabemos que muitos intérpretes de Libras têm exercido funções que não
são de sua responsabilidade, como por exemplo: copiar a matéria para o aluno
surdo, cuidar da turma na ausência do professor regente, auxiliar na limpeza e
organização da escola, fazer uma lista dos alunos que são desordeiros quando
o professor regente se ausenta da sala para depois repassar a ele, e outras
tantas funções. Não estamos aqui julgando se essas e outras atividades têm
maior ou menor valor do que a função do intérprete de Libras o que estamos
problematizando é que essa não é a função para a qual o intérprete foi contratado.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
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INTÉrPrETE DE LÍNGuA DE SiNAiS BrASiLEirA NA SALA DE AuLA
clareza de qual a postura adequada para exercer sua função no espaço escolar
para, então, futuramente, conseguir atuar em qualquer outro espaço sem prejuízo
ou dano.
Você pode perguntar como, então, fará a interpretação a esse aluno que tem
o vocabulário limitado. Muitas vezes precisamos usar estratégias interpretativas
para sinalizar algum conteúdo que não temos conhecimento específico ou quando
não há sinal para determinada palavra. É comum usarmos recursos visuais
descritivos, classificadores e ou expressões faciais e corporais que nos ajudam
a descrever a situação para o surdo para que ele indique uma forma visual de
criar um sinal para determinada palavra e/ou conceito. É importante evitar as
relações de dependências que existe entre surdos e intérpretes. Muitas vezes o
intérprete depende do surdo, sente-se incomodado quando o surdo deseja trocar
de profissional ou quando são corrigidos em relação a determinado sinal. Sejamos
profissionais! Se realizar seu trabalho com competência e qualidade certamente
você será reconhecido, e o temor de ficar sem aluno surdo para atender será
superado com muitos outros atendimentos.
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
Vamos falar dos intérpretes e seus pares. Vamos discutir a nossa relação
abertamente e de maneira madura?
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
com ele mesmo enquanto profissional. Vamos falar de nós, de nossas escolhas,
nossas frustrações e inquietações. É hora que fazer o exercício do espelho, “eu
comigo mesmo”, vamos falar da gente?
Boa leitura
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Capítulo 3 AS ESCOLAS E OS P. I. DE LIBRAS: A I. NO ÂMBITO DA I.
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INTÉrPrETE DE LÍNGuA DE SiNAiS BrASiLEirA NA SALA DE AuLA
4 QUEM É O PROFISSIONAL
INTÉRPRETE DE LIBRAS QUE
ESTAMOS PROBLEMATIZANDO NO
AMBIENTE ESCOLAR? QUAL O SEU
PAPEL DENTRO DA SALA DE AULA?
Estamos falando de um profissional responsável, compromissado com
a entrega do produto ao qual se dispôs a realizar. Estamos falando de um
profissional que influencia no desenvolvimento individual e social de um sujeito
que tem o direito de receber o melhor serviço, problematizamos igualmente
a atuação e atitude do profissional intérprete de Libras que a muito tempo está
em atuação em diversos ambientes sociais e, para tanto, entendemos que o
profissional deve, obrigatoriamente, dominar a língua falada do país e possuir
a qualificação necessária para desempenhar a função de Intérprete de maneira
satisfatória (BRASIL, 2004), interpretando, então, da língua de sinais para a
língua falada ou vice-versa. Quando nos referimos à qualidade da entrega
do produto interpretativo, é importante perceber que a formação do Tradutor
intérprete de Libras é destacada no Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005,
dispondo claramente a necessidade da formação profissional para atuar na área
da tradução e interpretação da língua brasileira de sinais no Brasil.
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Caro colega intérprete, não vá para além de sua função, interprete com
responsabilidade e competência, busque se qualificar e se manter informado da
sintaxe e semântica da língua de sinais. Participe de seminários e congressos,
faça cursos, se atualize sempre, isso vai lhe proporcionar mais segurança e
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Art. 3º (VETADO)
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Art. 8º (VETADO)
Art. 9º (VETADO)
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Santos (2017) apud ALBRES, 2017) afirma que das várias associações
criadas na esfera estadual, a APILSEMG tem por desafio buscar a união,
valorização e reconhecimento dessa categoria, conforme palavras do site da
referida associação.
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Toda essa discussão tem por finalidade levar uma reflexão a respeito não
apenas da postura do profissional, mas também da atuação do Intérprete de
Libras na sala de aula e em outros espaços que atua, apresentando a importância
desse ofício. Objetiva também estimular diversas pessoas para despertar o
interesse de buscar conhecimento sobre esta área, sem descuidar da fundamental
necessidade da formação qualificada.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitos questionamentos e inquietações permanecem na conclusão desse
livro, inúmeros assuntos que gostaríamos de tratar e trazer à luz para discussão,
porém, é impossível abranger todos os títulos desse universo do profissional
intérprete de Libras. É importante ressaltar que no ambiente escolar, a tradução
e a interpretação se entrelaçam com os processos de ensino-aprendizagem,
comuns a esse universo, tal situação confere à ação do intérprete de Libras
especificidades que necessitam de enfoque mais aguçado com vistas à maior
discussão e atenção por parte dos sistemas de ensino, pesquisadores e, também,
o próprio profissional, de maneira a possibilitar a realização de novos estudos
que viabilizem um olhar diferenciado de sua atuação. Ressignificar e repensar a
formação do profissional intérprete de Libras e sua função na escola junto a todos
os atores que circulam nesse espaço, é fundamental para que as relações sejam
de troca e crescimento das partes.
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REFERÊNCIAS
ALBRES, N de A. Intérprete Educacional: políticas e práticas em sala
de aula inclusiva. São Paulo: Harmonia, 2015.
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