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Instalações Hidráulicas II

Conteúdo Programático

- Águas pluviais
- Gases Combustíveis
- Sistemas de Proteção e Combate a Incêndio

Bibliografia

- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10844:1989 – Instalações Prediais de


águas pluviais.

- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15526:2012 (Versão corrigida 2016) –
Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais – Projeto e
execução.

- MACINTYRE, A. J. Manual de instalações hidráulicas e sanitárias. Rio de Janeiro: LTC, 1990-2012.


324p.

- CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010, 423p.

- São Paulo (Estado). Decreto n° 63.911, de 10 de Dezembro de 2018. Institui o Regulamento de


Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e dá providências
correlatas. São Paulo, 2018. http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/

Avaliação
M1 = (P1 x 0,9) + (T x 0,1)

M2 = (P2 x 0,9) + (T x 0,1)

MS = (M1+2M2)/3

P1 – 05/10

P2 – 23/11

Exame – 14/12

e-mail: micheletakano@umc.br
Águas Pluviais

NBR 10844:1989 – Instalações Prediais de águas pluviais

- Captação da água da chuva visando garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene,
conforto, durabilidade e economia.
- Águas pluviais não devem ser lançadas em redes de esgoto ou qualquer outra instalação predial.
- Quando houver risco de obstrução das saídas prever mais que uma saída.

1. Cálculo da vazão de projeto

IA
Q=
60

Onde:
Q = vazão de projeto (l/min)
I = intensidade pluviométrica (mm/h)
A = área de contribuição (m²)

1.1 Intensidade pluviométrica

- Duração da precipitação, fixada em t = 5 min;


- Período de retorno (T) – Tabela 5 da NBR 10844;
T = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser tolerados
T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços
T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamento ou extravasamento não possa ser
tolerado

OBS. Para construção até 100 m² de área de projeção horizontal salvo casos especiais, pode-se adotar
I = 150mm/h.
1.2 Área de contribuição

- Devem ser considerados incrementos devido à inclinação da cobertura e às paredes que interceptam
a água da chuva.

- Devido à ação dos ventos, deve-se considerar um ângulo de inclinação da chuva em relação à
horizontal conforme mostra o desenho abaixo:
1.2.1 Cálculo das áreas de contribuição

Exercícios

1) Para o dimensionamento de um sistema de captação de águas de chuva do telhado de um galpão


de uma água, um engenheiro verificou que a precipitação crítica de projeto é de 180mm/h. Se a área
de captação do telhado é de 2100m², segundo a NBR 10.844/89 a vazão de dimensionamento da calha
para atender a precipitação crítica em (l/s) é de:

I A 180 x 2100
Q= = = 6300 𝑙/𝑚𝑖𝑛
60 60
𝑙
6300
Q= 𝑚𝑖𝑛 = 105 𝑙/𝑠
60

Onde:
Q = vazão de projeto (l/min)
I = intensidade pluviométrica (mm/h)
A = área de contribuição (m²)

2) Considerando a vazão de projeto de uma edificação igual a 0,012 m³/s e a área de contribuição de
253 m², qual a intensidade pluviométrica deste local em mm/h?
0,012𝑚3 𝑙
Q= = 0,012 𝑥 1000 = 12 𝑥 60 = 720 𝑙/𝑚𝑖𝑛
𝑠 𝑠

I x 253
720 =
60
I = 170,75 𝑚𝑚/ℎ

Onde:
Q = vazão de projeto (l/min)
I = intensidade pluviométrica (mm/h)
A = área de contribuição (m²)

3) Calcular a vazão de projeto dos condutores verticais considerando o período de retorno de 5 anos
(I = 172 mm/h)

Para superfícies inclinadas:


h 1,8
A = (a + ) 𝑥𝑏 = (10 + ) 𝑥 30 = 327 𝑚²
2 2

I A 172 x 327
Q= = = 937,4 𝑙/𝑚𝑖𝑛
60 60

Para dois condutores verticais:


Q1 = Q2 = 937,4/2 = 468,7 l/min

4) Idem exercício anterior considerando a seguinte planta e vista:


Para superfícies inclinadas:
h 1,8
A = (a + ) 𝑥𝑏 = (10 + ) 𝑥 30 = 327 𝑚²
2 2

Para superfícies verticais:


(axb) (2,30 x 30)
A= = = 34,5 𝑚²
2 2
At = 327 + 34,5 = 361,5 𝑚²
I A 172 x 361,5
Q= = = 1036,3 𝑙/𝑚𝑖𝑛
60 60

Para dois condutores verticais:


Q3 = Q4 = 1036,3/2 = 518,15 l/min

5) Calcular a vazão de projeto dos condutores verticais referente às áreas de telhado abaixo,
considerando que empoçamentos não possam ser tolerados e que a edificação será construída em
Maceió-Al.

Q1 Q3

A1 A3
A7 A8
A5 A6

A2 A4

Q2 Q4

Pela Tabela 5 – I = 174 mm/h

Q4 A4
Para superfícies inclinadas:
h 2
A4 = (a + ) 𝑥𝑏 = (4 + ) 𝑥 10 = 50 𝑚²
2 2
I A 174 x 50
Q4 = = = 145 𝑙/𝑚𝑖𝑛
60 60

Q2 A2 + A7
Para superfícies inclinadas:
h 2
A2 = (a + ) 𝑥𝑏 = (4 + ) 𝑥 10 = 50 𝑚²
2 2
Para superfícies verticais:
(axb) (4 x 10)
A7 = = = 20 𝑚²
2 2
A2+ A7 = 70 m²

I A 174 x 70
Q2 = = = 203 𝑙/𝑚𝑖𝑛
60 60

Q3 A3 + A6
Para superfícies inclinadas:
h 2
A3 = (a + ) 𝑥𝑏 = (4 + ) 𝑥 10 = 50 𝑚²
2 2
Para superfícies verticais:
(B + b)xh (3 + 1) x 4
( ) ( )
2 2
A6 = = = 4 𝑚²
2 2
A3+ A6 = 54 m²

I A 174 x 54
Q3 = = = 156,6 𝑙/𝑚𝑖𝑛
60 60

Q1 A1 + (A5//A8)
Para superfícies inclinadas:
h 2
A1 = (a + ) 𝑥𝑏 = (4 + ) 𝑥 10 = 50 𝑚²
2 2

Para duas superfícies verticais adjacentes e perpendiculares:


2
√(4 𝑥 10)2 + ((3 + 1) x 4)
√𝐴82 + 𝐴52 2
A5//A8 = = = 20,4 𝑚²
2 2

A1 + (A5//A8) = 70,4 m²

I A 174 x 70,4
Q1 = = = 204,16 𝑙/𝑚𝑖𝑛
60 60
Através da vazão de projeto é possível dimensionar os componentes de instalações de águas pluviais:

- CALHAS
- CONDUTORES VERTICAIS
- CONDUTORES HORIZONTAIS

2. Dimensionamento das Calhas

- Inclinação mínima de 0,5%


- Colocar mais de uma saída para evitar extravasamento

Fórmula de Manning-Strickler

𝑆
𝑄=𝑘 𝑅ℎ 2/3 𝑖1/2
𝑛
Onde:
𝑄 = vazão de projeto (l/min);
𝑘 = 60000;
𝑆 = área da seção molhada (m²);
𝑛 = coeficiente de rugosidade (Tabela 2 da NBR 10844);

𝑅ℎ = raio hidráulico (m);


𝑆
𝑅ℎ =
𝑃

Sendo P o perímetro molhado (m)

𝑖 = declividade da calha (m/m);

Para calhas semicirculares pode-se dimensionar conforme Tabela 3 da norma.


Estes valores foram calculados utilizando a fórmula de Manning-Strickler, com lâmina de água igual à
metade do diâmetro interno.

Exercícios

1) Verificar se a calha adotada pode ser utilizada neste projeto considerando a vazão de projeto
calculada igual a 156,8 l/min e sabendo que é uma calha de aço com inclinação de 0,5%.

𝑆
𝑄=𝑘 𝑅 2/3 𝑖1/2
𝑛 ℎ

n=0,011
Onde:
𝑄 = vazão de projeto (l/min);
𝑘 = 60000;
𝑆 = área da seção molhada (m²);
𝑛 = coeficiente de rugosidade (Tabela 2 da NBR 10844);
𝑅ℎ = raio hidráulico (m);
𝑆
𝑅ℎ =
𝑃
Sendo P o perímetro molhado (m)
𝑖 = declividade da calha (m/m);

(0,05𝑥0,1) (0,05𝑥0,1)
𝑄 = 60000 𝑥 𝑥( ) 2/3 (0,005)1/2
0,011 0,05 + 0,1 + 0,05
𝑄 = 164,88 𝑙/𝑚𝑖𝑛 > 156,8 l/min OK
2) Fazer a mesma verificação que o exercício anterior considerando uma calha semicircular.

10cm

5cm

𝜋 𝑥 0,05² 𝜋 𝑥 0,05²
( ) ( )
𝑄 = 60000 𝑥 2 𝑥( 2 ) 2/3 𝑥 (0,005)1/2
0,011 𝜋 𝑥 0,05

𝑄 = 129,5 𝑙/𝑚𝑖𝑛 < 156,8 l/min Não pode-se adotar esta calha semicircular

3) Calcular as dimensões das calhas do exercício 4 da aula passada considerando uma calha de aço
retangular com i = 0,5%, onde a base é o dobro da altura da lâmina d’água.

Q1 = 937,4 l/min
Q2 = 1036,3 l/min
𝑆
𝑄 = 𝑘 𝑅ℎ 2/3 𝑖1/2
𝑛
n=0,011

b = 2a
S = a x b = a x 2a =2a²
P = a + b + a = 2a +2a =4a

Para Q1 = 937,4 l/min


2𝑎² 𝑎 2/3 2𝑎² 𝑎2/3
937,4 = 60000 ( ) 0,0051/2 = 60000 . . . 0,0051/2
0,011 2 0,011 22/3
2 𝑎8/3
937,4 = 60000 . . 2/3 . 0,0051/2
0,011 2
937,4 = 485.944,7553 𝑎8/3

𝑎8/3 = 0,001929056
3/8
(𝑎8/3 ) = 0,0019290563/8
𝑎 = 0,096 𝑚 10 cm
b = 20 cm
x = 2/3 x 10 = 6,666 7 cm

Para Q2 = 1036,3 l/min


4) Idem exercício anterior, considerando calha semicircular com inclinação de 1%.

Para Q1 = 937,4 l/min


𝑆
𝑄 = 𝑘 𝑅ℎ 2/3 𝑖1/2
𝑛
S = (πr²)/2
P = 2 πr/2 = πr
Rh = ((πr²)/2) / πr = r/2
(πr²)/2 𝑟 2/3 π/2 𝑟 8/3
937,4 = 60000 . . ( ) . 0,011/2 = 60000 . . . 0,011/2
0,011 2 0,011 22/3
𝑟 8/3 = 0,00173673345
3/8
(𝑟 8/3 ) = 0,001736733453/8
𝑟 = 0,0922 𝑚 10 cm
𝐷 = 20 𝑐𝑚

Para Q2 = 1036,3 l/min

5) Calcular os diâmetros das calhas de PVC do exercício 5 da aula passada considerando a inclinação
mínima exigida por norma.
Para calha da esquerda – Q1 + Q2 = 204,16 + 203 = 407,16 l/min D = 200 mm
Para calha da direita – Q3 + Q4 = 156,6 + 145 = 301,6 l/min D = 150 mm
3. Dimensionamento dos condutores verticais

O dimensionamento dos condutores verticais é obtido através dos ábacos da Figura 3 da Norma,
em função da vazão de projeto, altura da lâmina d’água na calha e comprimento do condutor vertical.
O diâmetro mínimo permitido por norma é de 70mm (comercialmente 75mm).
Exercícios

1) Determinar os diâmetros dos condutores verticais do exercício 5 (Q1, Q2, Q3 e Q4) sabendo que a
saída da calha será em aresta viva.
Q1 = 204,16 l/min, H = 100 mm, L = 6m
Q2 = 203 l/min, H = 100 mm, L = 6m
Q3 = 156,6 l/min, H = 75 mm, L = 6m
Q4 = 145 l/min, H = 75mm, L = 6m

Para todos os casos adota-se a vazão mínima de 70mm.

2) Determinar os diâmetros dos condutores verticais para cada caso, considerando saída da calha com
funil de saída:

a) Q = 520 l/min; L = 10 m e H = 100 mm D = 70 mm (mínimo)


b) Q = 1000 l/min; L = 3 m e H = 70 mm D = 78 mm
c) Q = 1520 l/min; L = 6 m e H = 75 mm D = 108 mm
d) Q = 1800 l/min; L = 3 m e H = 85 mm D = 100 mm
4. Dimensionamento dos condutores horizontais

O dimensionamento dos condutores horizontais de seção circular deve ser feito para escoamento
com lâmina de altura igual a 2/3 do diâmetro interno (D) do tubo.
As vazões para tubos de vários materiais e inclinações usuais estão indicadas na Tabela 4 da
Norma.

- Devem ser projetados sempre que possível com declividade uniforme com valor mínimo de 0,5%
- Prever peças de inspeção ou caixas de areia nas condições:
• Mudança de direção;
• A cada 20m;
• Interligação com outros condutores.

- Ligações entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio longo, com
inspeção ou caixa de areia.
Exercícios

1) Determinar os diâmetros dos condutores horizontais conforme a figura abaixo:

1 Dados:
- n = 0,011
- i = 0,5 %

Trecho 1 – Q = 186,7 l/min D = 100 mm


2
Trecho 2 – Q = 186,7 l/min D = 100 mm
Trecho 3 – Q = 215,8 l/min D = 125 mm
Trecho 4 – Q = 186,7 + 215,8 = 402,5 l/min D = 150 mm

Para trecho de saída deve-se adotar diâmetro menor devido à altura da calçada:
Considerando condutores de 75 mm – N = 402,5/95 = 4,23 – 5 condutores
Considerando condutores de 100 mm – N = 402,5/204 = 1,97 – 2 condutores (melhor opção)
Considerando condutores de 125 mm – N = 402,5/370 = 1,08 – 2 condutores

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