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TOMO XXXVII Junho de 1996

EFEMÉRIDE HISTÓRICA DO MES

Igreja Matriz São Paulo Apóstolo - Blumenau


A consagração da Igreja ocollreu no dia 25 de janeiro de 1958 . A torre
ccmeçou a ser construída em 1960 e foi inaugurada em 01 DE JUNHO
DE 1963 , concluindo assim a construção da Igreja m。エイゥセ@ de Blumenau .

IMPHESSO

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A QUEM DEVEMOS A REGULARIDADE DESTAS EDiÇõES
A FUNDAÇÃO CULTURAL DE BLUMENAU, EDITORA DESTA REVISTA, TORNA
PÚBLICO O AGRADECIMENTO AOS AOUI RELACIONADOS PELA CONTRIBUI-
çÃO FINANCEIRA QUE GARANTIRÃO AS EDiÇÕ ES MENSAIS DURANTE
O CORRENTE ANO:
- AlGA BARRETO M . HERING
- ALFREDO LUIZ BAUMGARTEN
- ALTAMIRO JAIME BUERGER
- ANTONIO ROBERTO NASCIMENTO
- ARIANO BUERGER E FAMILlA
- ARMANDO LUIZ MEDEIROS
- ARTHUR FOUQUET
- AUTO MECÃNICA ALFREDO BREITKOPF S/ A.
- BENJAMIN MARGARIDA E FAMILlA
- BUSCHLE & LEPPER S/ A
- CASA FLAMINGO LTDA.
- CLlCHERIA BLUMENAU LTDA .
- COMPANHIA COMERCIAL SCHRADER
- COOPERATIVA DE CONSUMO DOS EMPREGADOS DO GRUPO
HERING - COOPERHERING
- CREMER S/A. PRODUTOS tセxeis@ E CIRÚRGICOS
- CURT FIEDLER
- D. G . S. - FACTURING FOMENTO COMERCIAL LTDA.
- DISTRIBUIDORA CATARINENSE DE TECIDOS S/A.
- GENÉSIO DESCHAMPS
- GRAFICA 43 S/ A IND. E COM.
- ENGEPROM ENGENHARIA, PROJETOS E MONTAGENS LTDA.
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- HERWIG SHIMIZU ARQUITETOS ASSOCIADOS
- HOH , - MAQUINAS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS S/A.
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- L1NDNER ARQUITETURA E GERENCIAMENTO S/ C LTDA.
- MADEIREIRA ODEBRECHT LTDA .
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- NELSON VIEIRA PAMPLONA
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- PAUL FRITZ KUEHNRICH (in memória)
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- RESTAURANTE A NAPOLITANA - RODIZIO DE MASSAS
- SCHRADER S/A. COMÉRCIO E REPRESENTAÇOES
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- TEKA - TECELAGEM KUEHNRICH S/A.
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EM CADERNOS
TOMO XXXVII Junho de 1996

SUMÁRIO Página
Verbetes para Dicionário de História (7) - Theobaldo Costa Jamundá ... .. ....... 162
Curiosidades de uma セーッ」。@ - XLIII - S . C . Wahle ........... . ............ ... .. 164
Reminiscências de Ascurra - Atílio Zonta 166
Autores Catarinenses - Enéas Athanázio ...... .. ........... . ..... .. ......•... . 168
Cinemas, ontem e hoje - Gervásio Tessaleno Luz .. ........... . .. . .. .. ,....... 170
Um capítulo da história de Rio do Sul - Emílio Odebrecht . ... , ...... , ......... 171
Aconteceu ... Abril de 1996 . . .... ...... . .. .. .. . .... ... . , '. , . . . ... .. ... .. . ..... 180
Registros de Tombo de Brusque (V) - Pe'. Antônio Francisco Bohn ............ 183
Aconteceu . .. há 50 anos passados ...... ... .. ...... ..... ... . .. .. ... . ... .... .. 185
A vida de descendentes alemães no Hinterland e o auxílio da Mãe Natureza -
W. H. Tônje·s ..... .......... .. ..... ... ...... , ..... . ... , ....... .. ... .. ... ..... . 186
Genealogia das Famílias Gehrent - Schmidt e Silva - Gorges . ..... .. ......... 188

BLUMENAU EM CADERNOS
Fundado por José Ferreira da Silva
Órgão destinado ao Estudo e Divulgação da História de Santa Catarina
Propriedade da FUNDAÇÃO CULTURAL DE BLUMENAU
Editor responsável: José Gonçalves - Reg nO. 19
Assinatura por Tomo (12 nOs . ) R$ 20,00
Número avulso R$ 5,00
Assinatura para o exterior (porte via aérea) RS 40,00
Rua 15 de Novembro, 161 - Caixa Postal 425 - Fone 326-6787
89010-001 - B LU M E NAU SANTA CATARINA B RA S I L

CLlCHI:: Cortesia da CLlCHIiRIA BLUMENAU.

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VERBETES PARA DICIONARlà DE HISTÓRIA (7)
THEOBALDO COSTA JAMUNDA

1. GARIMPEIROS CIVILIZADORES Na terra viveu pouco mas na História


da educação, ficou para sempre.
Enriquece a Bibliografia catarinensc
desde 1995, o livro de ,frei Elzeário 2. O ATO DE "DOIS PESOS E DUAS
Schmitt, OFM., intitulado: "ROMAN- MEDIDAS"
CINHO FRANCISCANO NO SUL".
Está completando 100 anos a revo-
Sem ele sabia-se menos sobre a atuação
gação do "RESCRITO VON DER HE-
dos franciscanos no território caturinrnse.
YDT". Foi aplicado durante trinta e
Nele está a divulgação mais profun- sete anos e durando retardou com pre-
da da sementeira religiosa de Teresópo- juízo a ocupação dos lotes que devenam
lis. Alí avizinhados da Ilha de Santa interessar europeus dispostos a comprá-
Catarina, quatro frades ativaram a "NO- los. - O imigrante não chegou por que
VA PROVíNCIA FRANCISCANA". aquele ato político proibiu. O prejuízo
E foi daquela sementeira-mãe ou como conhecido no território catarinense alcan-
diz frei Elzeário: "DO MODESTíSSI- çou as áreas de Blumenau e Joinvil1e,
MO BERÇO DA PROVíNCIA RENO- exatamente, quando o imigrante era in-
VADA, NA MODESTíSSIMA TERESÓ- vestimento básico.
POUS" que sairam os frades para Blu- O ato apareceu como salvàguarda
menau e também para Lages, SC. necessária: a mão de obra qualificada
E por que o padre José Maria Ja- saia da Europa. E quando o país preju-
cobs quis eles aceitaram ser continua- dicado com a diminuição da população
dores de tudo já começado e até da e mais que isso com o braço trabalhador,
entidade hoje, universalmente, conhecida apelou para a providência que na Ale-
sendo o COLÉGIO FRANCISCANO manha foi, exatamente, o "R escrito von
SANTO ANTÔNIO. der Heydt". O ato relacionou também
Convém reinformar pe. J acobs sen- a cobrança obrigatória de bom tratamen-
do criatura de vida curta: 38 anos ape- to para o imigrado-colonizador. Entend\!-
nas, no período 1854-1892. Entretanto se a propriedade e o alcance social e
nos seus 16 anos blumenauenses com político no interesse do governo alemão.
gesto e ato de inspiração divina: passar Nunca se pode desconhecer que foi es-
à assistência religiosa e o "Colégio Cen- trangulador da corrente imigrantista:
trai São Paulo", que fundara em 1877, Alemanha-Brasil . E que era proibido vir
para os frades de São Francisco . Desta imigrante para Santa Catarina, porém
decisão em 1892 se conclui que o "CO- ia para o Espírito Santo. Daí poder tam-
LÉGIO FRANCISCANO SANTO AN- bém ter sido ato político da política ger-
TÔNIO tem 119 anos, sendo que desses mânica com "DOIS PESOS E DUAS
tantos 104 sob o tirocínio colhido no MEDIDAS". Os dirigentes responsáveis
Brasil mais antigo (dos baianos, pernam- pelos assuntos Emigração, na Alema-
bucanos, cariocas e fluminenses, paulis- nha, jamais cooperaram com o Dr. Blu-
tas e capixabas) por religiosos e profes- menau e estenderam a restrição ou a
sores franciscanos. discriminação do plano colonizador que
O gesto e a decisão de pe. Jacobs, fomentou. Veja-se Carl Fabri metido de
foi ato de bem querer à Terra e a Gente . corpo e alma no povoamento dos lotes

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pelos vales do rio Itajaí-do-Norte, falan- cionar a Academia Catarinense de Letras.
do alto sobre a necessidade da extinção Ainda naqueles tempos do prestigiado
da " Portaria ministerial de von der He- prefeito Koffke, dois acontecimentos mar-
ydt". E só falou por que era senhor de caram a presença do getulismo: (1)
experiência maior adquirida na SOCIE- Construção do grupo escolar "Gustavo
DADE COLONIZADOR.'\ DE 1849, em Capanema", no distrito Getúlio Vargas
Hamburgo. (Este topônimo lhe foi dado em 1938,
era "Nova Breslau"). O homenageado
3. COLôNIA "HANSA-HAMÔNIA" nessa casa de ensino foi o ministro da
educação e saúde do período 1933-1945.
Foi fração do território de Blumenau O evento da inauguração solene com
e hoje está integrado na Microrregião presença de autoridades civis e militares,
de Rio do Sul. A raiz do seu povoamen- foi presidido pelo Dr. Nereu Ramos
to é a "Sociedade Colonizadora Hanseá- acompanhado do comandante da 5a . Re-
tica de 1897" criada pan povoar as ter- gião Militar. O orador da saudação às
ras das ecologias dos rios Itajaí-do-Nor- autoridades foi o juiz de Direito da Co-
te, Itapocu e Cachoeiro. Diz o comunica- marca, Dr. Cantídio Amaral.
tivo eng. Otto Lira, que os construtores O acontecimento entrou para a Histó-
da casa da sede, aIí onde o ribeirão "[:l- ria da educação catarinense a 08.06.1941.
quaras entra no Itajaí-do-Norte, foram Também é da era getulista a presença
A . W. Selin e Emil Odebrecht, o pri- do Exército Brasileiro alí: esta foi con-
meiro incumbido da gerência e o segun- cretizada pela 6a . Cia. do 13 R. I. (se-
do no ofício de demarcação dos lotes. diado em Ponta Grossa, PR.) sob o co-
Quando o território de Blumenau ficava mando do capitão Emanuel de Morais.
no distrito "lndaial". A 29.05.1912 foi Esta unidade já estava aIí antes do 32
elevado a categoria de distrito e chama- B . C. chegar para Blumenau SC, a
do, regionalmente, "Hansa-Hamônia" . 11.04.1939.
Foi com o topônimo: "Dalbérgia" feito Hamônia assemelhada a outras lo-
município em 11.03.1934. Voltou a ser calidades interioranas, ficava distante dos
"Hamônia" em maio de 1935. E sua centros das decisões políticas, adminis-
sede alcançou a categoria oficial de ci- trativas, comerciais e outras: a distân-
dade pelo decreto-lei estadual, 86, de cia isolava. Examine-se que desde o iní-
31.03.1938. cio do povoamento, aquela estrada, que
A revisão da divisão administrativa não era mais que picadão seguindo o
e judiciária de Santa Catarina 1944-1948 ribeirão do Cocho, assim como a cons-
(decreto-lei estadual 941) deu-lhe o to- truíra Gottlieb Reif, era precária tam-
pônimo "IBIRAMA". - A voz do povo bém até para ser alcançada no local da
invencionou a pilhéria inofensiva: "Aipi- desembocadura daquele ribeirão do Itajaí·
rama" ( ... ) açu. E foi de tanta inconveniência que
Nas terras ibiramenses quando ape- foi abandonada. Por aquele caminho vi-
lidadas: hamonienses e o seu prefeito cinal o progresso seria muito lento.
era Rodolpho Koffke (nereusista decla- O bloqueio da comunicação com VIZI-
rado e prestigiado) foram prestadas ho- nhos demoraria muito mais, principal-
menagens que não desapareceram às se- mente, descendo na direção do mar.
guintes personalidades: Getúlio Vaõga., E subir para os lageanos e os curitibanos,
(1883-1954); Gustavo Richard (1847- dependia de ultrapassar a mata com to-
1929); José Boiteux (1865-1934). O pri- dos os seus riscos e exigências.
meiro era presidente da República, o se- Quando o dia 30 de março de 1997
gundo governou Santa Catarina em 1891 chegar, os ibiramenses completarão um
e o terceiro criou, organizou e fez fun- século de povoamento DOS áres do rio

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Itajaí-do-norte. - Quantos deles lem- ção candente e vezes sendo governador
brar-se-ão de CARL FABRl, sonhador, dos catarinenses: Hercílio Pedro da Luz
idealista e colonizador de boa intenção (1860-1924) . Recorde-se que consumiu
lucrativa e ao mesmo tempo estimulado- período da vida chefiando "Comissão de
ra do progresso? Terras, em Blumenau, SC (1891) .
Quantos avaliarão a origem das raí-
zes familiares, estreitamente ligadas com o ibiramense vem no processo ci-
o funcionamento da "Sociedade Coloni- vilizatório fomentado naquela Sociedade
zadora Hanseática", exatamente, 、・ ウ セ￧G@ onde Carl Fabri, foi líder de personali-
o primeiro contrato firmado com o go·· dade forte. Ele aparece na amálgama do
verno da República ainda criança? Quan- catarina da Bacia do Itajaí pelas afini-
tos sabem a diferença do por que o ibi- dades de maneiras assemelhadas, que
ramense não teve começo na "KOLONJE uns enxergam como: étnicas; outros de-
BLUMENAU"? - "HAMÔNIA" vem finem como: culturais. - E mercadores
aparecer em 1912 sendo distrito do mu- de turismo, vendem como: germânicas.
nicípio: Blumenau. E o rio Itajaí-do- As pressões liderantes que o núcleo cha-
norte é chamado "rio Hercílio" fixando mado "BLUMENAU" exerceu e exerce :
homenagem política ao político de atua- é outra conversa ...
BIBLIOGRAFIA DE APOIO:
STADEN, Boletim do Instituto Hans, nO . 3, nov o 1950 .
"A COMARCA" (jornal publicado em Indaial, início 1939) .
D'AMARAL, Max Tavare's, Contribuição à História da Colonização Alemã no Vale do
Itajaí, (1950) .
RICHTER, Klaus, A Sociedade Colonizadora Hanseática de 1897 e a Colonização do
interior de Joinvil!e e Blumenau (1986) .
ARNS, Alice Bertoli, Laguna , uma esquecida epopéia de franciscanos e bandeirantes
e a história de uma velha igreja (1975).
WAGEMANN, Ernest, Colonização alemã do Espírito Santo, tradução de R. Sant'Ana .
IBGE, Rio de Janeiro, RJ.

,
Curiosidades de uma Epoca - XLIII
Dr. Luiz Renaux
S .. C. Wahle
1995

Quando em 1922, .o meu pai outro lado o terreno dos Veigas e


ainda lecionava no Colégio Santo passando o portão junto a cozinha
Antônio, os padres franciscanos, do convento, aí o caminho fazia
para ganhar um campo esportivo, uma descida antes de entrar na
estavam provocando um desmonte rua 15 . O percurso ia até o canal
do morro que limitava com o cemi- de um córrego que vinha da colô-
tério velho. Esta escavação era nia dos franciscanos e desaguava
feita manualmente e a terra era no rio Itajaí entre os terrenos dos
transportada por carroças contrata- Baumgarten do jornal Blumenauer-
das com o Sr . Paul Freygang . Zeitung e do Sr . Theodoro Zadroz-
O trajeto destas carroças S8- ny . Este canal era chama1do na épo-
guia ao lado do colégio, tendo do oa de Peter's Kanal. A terra remo-

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vida era depositada nos terrenos até uso de pinça para retirar grãos
de Arthur Rabe e Frederico Rabe . de areia das feridas abertas ensan-
Brincar para mim, trepando nos guentadas. Usava soluções desin-
cambões traseiros das carroças, e lentantes preparadas pelo Dr. Re-
andar nas carroças na descida era naux. Meu pai dissera-me que fo-
o máximo para um garoto de minha ram cerca de 3 horas. Quando ter-
idade. Es,te tipo de brincadeira era minou, o meu pai perguntou ao
proibido, tanto pelos cocheiros, co- enfermeiro o que ele deveria pa-
mo pe'los padres e também pelos gar por todo este trabalho. Gomo
meus pais. Numa dessas descidas, bom alemão respondeu: «Ein ans-
o chicote do cocheiro estalou bem taendiges geeistes Glass Bier» (Um
perto de mim, o que me dava a copo de cerveja decentemente ge-
impressão de que o cocheiro esti- lado). O que foi providenciado na
vesse querendo me chicotear . De hora. Foi ai que começou .o traba-
susto caí do cambão e a carroça lho paciente do Dr. Renaux. Fo-
que vinha logo atrás, passou por ram meses de curativos, engessa-
cima de mim. Felizmente só fui vi- mentos e tudo o mais que se tor-
tima do tropel dos cavalos ficando nava necessário para um completo
no centro da linha das carroças e restabelecimento. Inicialmente fica-
distante das rodas da carroça que ra com a boca bem deformada,
não chegaram a me tocar. Um alu- com o lábio superior virado para
no de nome Meie-r, um ex-semina- cima. Parecia que eu teria que ser
rista que ficara em Blumenau pa- submetido a uma cirurgia na boca.
ra aprender o alemão, recolheu- Mas Dr. Renaux era contrário a
me, entregou-me a minha mãe e cirurgia e favorecia intensas mas-
foi buscar o meu pai qUe estava sagens e ginásticas. Diariamente
dando aula no colégio. O meu pa i passava de uma a duas horas em
levou-me ao Hospital Santa Isabel, sua clínica e que durou cerca de
.onde o médico, um professor ale- 3 meses . Em continuação foi a
mão, informou que não ,disp,unha persistência de minha mãe que fez
de enfermeiros para limpar-me. com que o lábio voltasse ao lugar
Terra e areia misturado com ester- normal. Este contato ,f orj·ou uma
co cobriam o meu corpo e enchiam grande amizade entre o médico e
as feridas. Não perdendo s calma . o paciente. Periodicamente o irmão
foi direto ao consultório recém francisoano aparecia por lá para
aberto com uma pequena clínica, saber como eu estava passando.
pertencente ao Dr. Luiz Renaux, O Dr . Renaux sempre tinha uma
filho do Cônsul Carlos Renaux da cerveja na geladeira, para quando
Brusque . Dr. Luiz Renaux tinha viesse o irmão e fazia questão que
estudado na Alemanha e passara eu lhe servisse. Nesta ép.ooa ainda
a guerra por lá. De imediato reco- não haviam refrigeradores e sim
mendou que se deveria obter a per_ geladeiras alimentadas com barras
missão dos franciscanos, em ceder de gelo, que eram compradas e
o irmão franciscano, que tinha si- entregu,es à domieí'lio. Um belo
do enfermeiro de frente de bata- dia, quando ia passando para cum-
lha durante a P guerra mundial. primentar o Dr . Renaux, informa-
Este enfermeiro estava nesta épo- ram-me que ele tinha se mudado
ca cuidando da ferraria da colônia para o Rio de Janeiro. Fiquei pro-
dos padres. Ele ficou horas cui- f'undamente abatido , pois nesta ida-
dando da minha limpeza, fazendo de tudo é sensível. Somente mais

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iardé, o meu pâl ・セーャゥ」ッオMョ■@ que taniêntos e curativos impostos póf
o Dr. Renaux não podia mais tra- meu acidente, com orientação sem-
balhar, pois estava doente. Ele so- pre segura do Dr. Renaux e com
breviveu a doença (câncer) por o apoio integral de meu pai não
10 anos, vindo a morar na praia de foram constatadas sequelas.
Camboriú, quando nela não exis- Logo após o acidente houve
tiam mais de 5 casas, sendo só a uma tendência de se despedir o
dele construída em alvenaria. Sem- cocheiro. Mas, o bom senso do
pre quando havia oportunidade de Sr. Freyg'ang, apoiado pelo meu
passar pela praia de Camboriú não pai, acharam por bem deixá-lo no
deixava de visitá-lo, e ele sempre trabalho e isentá-lo de culpa . Foi
sentia prazer em me ver, pois um justo, pois alguns anos mais tarde
dia me falou que eu devia a minha este cocheiro ・セーャゥ」ッオMュ@ que usa-
vida ao irmão franciscano, pois, va o chicote para, com os estalos,
por um verdadeiro milagre deixou excitar os cavalos, pois, a carga
de haver uma infecção letal. E que era pesada, e que um destes esta-
a maior sorte que eu tive, e o que los deve ter ocorrido perto de mim,
mais o preocupava seriam as se- provocando um susto, caindo em
quelas que poderiam se origi- consequência do cambão traseiro
nar em consequência dos maus da carroça. Quando fui contar ao
tratos que as patas dos cavalos meu pai, ele ficou muito contente
tinham provocado na minha cabe- por ter me livrado do complexo em
ça. Por ,f alta de aparelhos e instru- oulpar .Q cocheiro.
mentos adequados, na época, não Quando o meu pai me informou
havia possibilidade de se veriHcar do falecimento do Dr. Luiz Renaux,
a extensão da concussão cerebral. senti um vazio e ,f iquei horas man-
P.or ter sido obrigado a observar tendo viva a imagem deste médico
uma disciplina em função dos tra- humano.

REMINISCE:NCIAS DE ASCURRA
ATILlO ZON1A

PRIMEmAS ELEIçõES MUNICIPAIS EM ASCURRA

Em 15 de novembro de 1963, pro- União Democrática Nacional, foi impug-


cedeu-se no município de Ascurra, em nado pelos representantes do PSD em
ambiente ?Iui acalorado, as ・ャゥ￧￵セウ@ mu- razão de um pequeno lapso cometido
nicipais . Duas facções políticas, somen- na elaboração dos documentos apresenta-
te, pleitearam as vagas de Prefeito e dos à 15 a . Zona Eleitoral de Indaial.
Vereadores: União Democrática Nacio- A UDN não conseguiu corrigir o simples
nal (UDN) e Partido Social Democrático erro cometido em seus documentos, no
(PSD) . prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral,
Com a aproximação do pleito, a o que resultou no cancelamento das can-
luta pela conquista da Prefeitura agra- didaturas de seus postulantes à Câmara
vou-se e, mais ainda, quando o registro Municipal. Em consequência, as elei-
dos candidatos à Câmara Municipal pela ções transcorreram em clima mui tenso.

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Encerrada a eleição, o PSD elegeu seus so proferido por Arlindo Ferrari, exten-
sete candidatos à Câmara de Vereadores sivo esse agradecimento à população de
que passaram a constituir a 1a. Câmara Ascurra que o elegeu. Afirmou, também,
Municipal de Vereadores do Município que envidaria todos os esforços ao seu
de Ascurra. Os candidatos eleitos foram alcance em prol do bem da comunidade
os seguintes: Antônio Dalfovo, Ambró- e tudo faria para um entrosamento espe-
sio Poffo, Pasqual Poffo, Silvestre Pra- cial com o Governo do Estado, e sobre-
da, Leopoldo Sandri, Juvenal J. Reis c tudo, com a Câmara de Vereadores com-
Olivo Chiste. Suplentes: Carlos Poffo posta de sete membros todos da oposi-
e Erwin Pisa. ção, ou seja, do Partido Social Democrá-
O candidato a Prefeito, porém, pe- tico.
la UDN, Leandro Possamai, conseguiu Se os candidatos à Câmara Muni-
eleger-se com uma maioria de quarenta cipal pela União Democrática Nacional
e poucos votos e toma posse do cargo, tivessem concorrido à eleição que se rea-
no dia 27 de novembro de 1963, às 15h lizou, o Prefeito Leandro Possam ai po-
no edifício da Prefeitura Municipal de deria contar com a maioria absoluta de
Ascurra. Presentes à posse de Leandro seus membros, em seu período de go-
Possam ai encontravam-se o Prefeito Al-· verno.
fredo H. Hardt do município de lndaial , Desde os primeiros dias, a adminis-
Atílio Zonta, Deputado Estadual, Alber- tração do 10 . Prefeito eleito, grangeou-
to Moser, Escrivão de Paz, Arthur Re .. lhe vasta popularidade em razão de ter
blin, membro do Diretório da UDN, Car- começado a estimular mais o desenvol-
lo Bona, funcionário público municipal, vimento agrícola em virtude de a princi-
Virgílio Beber, cunhado e correligioná- pal riqueza de Ascurra consistir-se em
rio do novo Prefeito, Richard Paul Neto, plantações de cereais. Procurava, Lean-
Advogado com escritório de advocacia dro Possamai, convencer os colonos de
na cidade de Timbó e a participação de não negligenciarem seus trabalhos agrí-
expressiva massa popular. Após à posse colas, pois dele, receberiam toda a ajuda
do Prefeito Leandro Possamai, constituiu que fosse necessária para o aumento da
uma Comissão Especial para procedel produtividade .
ao levantamento do Patrimônio do Mu- Aceitava o novo mandatário suges-
nicípio, Comissão esta, composta dos no- tões com humildade, e agradecia as crí-
mes constantes das Portarias 1/ 63 e ticas construtivas de quem corrigisse a
2/ 63, que dentro de instantes, referida sua atuação, para melhorar. Foi ele sem-
Comissão, apresentou a relação dos bens pre um homem de grande habilidade e
e valores que foram levantados. amou, sobretudo, o trabalho. Educado
Fazendo uso da palavra o ex-Pre- dentro das no rmas de vida herdadas de
feito provisório Arlindo Ferrari, desejou seus ancestrais, normas essas rígidas e
ao novo mandatário uma boa e profícua de princípios morais severos. Enfim, pos-
gestão, dizendo mais, que se sentia feliz suía os atributos administrativos que lhe
em poder transmitir o governo do mu- permitiram iniciar uma administração no-
nicípio a um cidadão probo e que certa- tável em seu primeiro período de gover-
mente irá realizar uma administração no.
digna de admiração por todos os muní- Leandro Possamai, sempre foi um
cipes e plenamente entrosado com o Go- homem dinâmico e trabalhador e sem-
verno Estadual. Ao ser encerrada a Ses- pre teve por base o bom êxito individual
são solene de posse, Leandro Possamal, através de um alto quociente de méritos
usou da palavra para agradecer o discUl- pessoais.

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AUTORES CA TARINENSES =========
·- - - - - - - - - - - E n é a s Athanázio
o FECHO DA TRILOGIA

Com a publicaçã.o da antologia «Este Amar Catarina » (Editora


da UFSC - Florianópolis - 1996) , fechou-se a trilogia de coletâneas
de contistas catarinenses iniciada com «Este Mar Catarina» e «Este
Humor Cata.rina» . Neste terceiro volume , organizado por Salim Miguel ,
Silveira de Souz,a e Flávia José Cardozo, f.oram publicados contos de
quarenta e cinco autores de todas as gerações e tendências, dando uma
mostra bem representativa do conto em nosso Estado, tendo como tema
central, informa o título, o amor. Estão presentes os nomes bem conhe-
cidos, que já ostentam uma obra considerável, e al'guns das gerações
mais recentes, embora ninguém possa ser considerado iniciante. Agora,
em três volume,s compactos, poderá o I'e itor interessado ter uma visão
ampla de nossa contística, de suas variantes e da criatividade de nossos
autores. O livro foi ilustra'do por R.odrigo de Haro, produzindo um desenho
específico para cada conto, conforme o seu tema inspirou .o artista .
Infelizmente a revisão deixou a desejar, o que é lamentável. Meu conto,
por exemplo , além de um «pastel », tem vários erros menores. Dentre as
matérias que vi na imprensa a respeito do livro, a mais extensa foi a de
Tânia Regina Oliveira Ramos, pública'da no «Diário de Cuaura ». Perden-
do-se em aspectos menores, ela não viu , ou não sentiu, o lirismo ,sub-
jacente em todo o Hvro. Uma pena .

CONGRESSO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

Será realizado em Florianóp.olis, entre 4 e 7 de setembro, o «Con-


gresso de História e Geografia de Santa Catarina », promovido pelo Insti-
tuto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (I HGSC) e com a cola-
boração de outros órgãos. Os temas serão a história e a geografia de
nosso Estado, não se a'd mitindo trabalhos alheios a eles . O Congresso
acontece.rá no Palácio Cruz e Sousa e as inscrições encontram-se aber-
tas . Mai.ores informações poderão ser solicitadas pelo telefone (048)
221-3502 . Seria excelente ocasião para que alguém lembrasse, em
palestra, a vida e a obra de Crispim MiI'a, um dos precursores dos estu-
dos geográficos em Santa Catarina.

CONCURSO SINERGIA, NOVA EDiÇÃO

Foram divulgados os premiados no 2° . Concurso de Contos e P'oe-


sias d.o Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis ( Sinergia) . Concor-
reram ao todo 733 trabalhos , em prosa e verso, sendo classi,f icados
quinze contos e trinta poemas Estes serão pub.licados numa antologia, no
correr do mês de setembro. Entre os premiardos aparecem nomes conhe-
,cidos, como os de Oldemar Olsen Jr . . Nedi Terezinha Locatel'li , Silvé-
rio Ribeiro da Costa e Miguel Russowsky, todos autores de obras consi-

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deráveis, em meio aos demais premiados, todos in iciantes. A primeira
coletânea do Sinergia teve excelente nível editorial . Vamos esperar que
esta também tenha.

VARIAJDAS'
«Borboletas no Varal » é o opúsculo de poemas de Dinovaldo
GHioli, editado por Letras Conte-mporâneas, de Florianópolis. É o se-
gundo trabalho individual do autor e reúne vinte e dois micro-poemas
que têm sido sua marca no gênero . * * * A Editora da UFSC e o
Museu de Arte de Santa Oatarina promove'ram o lançamento da edição
em língua portuguesa do livro «Os Papéis do Coronel », de autoria de
Harry Laus. Traduzido do francês por Joca Wolf.f, o livro mereceu exce-
lente comentário de Claire Cayron, tradutora do escritor na França .
* * * «Lírico Outono » foi o evento promovi1do pelo Espaço de Arte Açu -
Açu, reunindo pinturas (óleo sobre tela) de Julieta Brüning , e o livro
«Seleções de Textos», do poeta blumenauense Martinho Brüning , ambos
conhecidos e consagrados em suas atividades artísticas . * * * A praça
de eventos do Neuma.rkt viveu a promoção «Corpoema», entre 16 e 25
de maio, com retrospectiva (1975-1996) e lançamentos de textos/poe-
mas de Lindolf Bell, imagens de Cesar Otacílio , Elke Hering, Lair Leoni
Bernardoni e Lygia Roussenq Neves, além de design de Luiz Bernardes.
* * * A Biblioteca Pública do Estado comemorou festivamente , com
cerimônia em sua sede, à rua Tenente Silveira, em FlorianópoliS, o seu
1420 aniversário de fundação, contando com a presença de autoridades
e de público. Em quase século e meoio de existênci,a, a Biblioteca tem
prestado relevantes serviços, conservando um acervo considerável , e
foi dirigida, ao longo de sua história, 'por figmas de realce na vida
cultural do Estado. * * * Faleceu em Londres, onde participava de
um congresso, o esc'ritor, jornalista e professor Sílvio Meira, renomado
espec.ialista em Direito Romano. Tradutor de grandes poetas alemães,
biógrafo de Teixeira de Freitas e Clóvis Beviláqua, autor de vasta obra
de Direito Romano e também romancista, foi grande amigo de Santa
Catarina, onde esteve em várias ocasiões, como palestrante e examina-
dor em bancas acadêmicas. Tive o prazer de acompanhá-lo na visita
que fez a Blumenau e Pomerode em sua última vinda ao Estado. * * *
Faleceu também, na noite de 19 de abri,!, o escritor Aracyldo Marques .
Médico e romancist'a, com várias obras publicadas, seu último livro foi
«.Demônios do Planalto» (Editora Cátedra), onde romanceou a chamada
Guerra do Contestado, e que tive o prazer ,de pre.faoiar . Seu interesse
pelo assunto o ligou a fundo ao nosso Estado, que conhecia muito bem,
de pesquisas e ·de viagens. * * * Foi apresentada em Joinville, nos altos
do Shopping Müller, a entrevista imaginária com o poeta Pablo Neruda,
organizada em computador pelo ・ウー」ゥ。 セ ゥウエ 。@ em sua obra, o chileno
Edmundo Olivares. Nela o poeta falava sobre sua vida e ob ra exibindo-
se documentos, livros, fotos e originais relacionados ao saudoso autor
do «Canto General » . A apresentação foi ゥャオセエイ。、@ por fotos de Lair Leoni
Bernardoni, repisando mais uma vez a sua monótona técnica. * * *
Está circulando o volume quatro da Antologia Poética Del'Secchi , orga-
nizada por Roberto de Castro Del'Secchi, de Engenheiro Paulo de Fron-

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tin , no Rio de Janeiro . Em volume elegante, com excelente aspecto grá-
·f ico , publica trabalh.os de vários catarinenses. * * * E por falar em
antologias, a Editora do Esc ritor, de São Paulo, anuncia que lançará em
breve mais um número da coleção «Em Revista» e uma nova coletânea
de contos . Vamos esperar que nelas apareçam conterrâneos nossos,
que têm estado ausentes nas últimas publicações da Ed itora .

Cinemas, ontem e hoje


Gervásio Tessaleno Luz

Blu menau, desde 1993, nªo é No sentido negativo, Ja que o gê-


mais a mesma . Os c inemas morre- nero é altamente positivo .
ram. Dirão: que é isso? Tem do is Sexta , 22 de outubro , à noite,
novos naquele shopping nov.o da a cena era deprimente . Os porta-
rua Sete de Setemb ro . Nada a cartazes vazios. Frente aos finados
ver . Morreram de morte mand ada cinemas, só a presença sonolenta
.os cines Busch I e Busch 11 . dos motoristas de táxi. agora pos-
tados, com a mudança do trânsito,
O prédio em arte-decô era pa- em ヲイ・ョ セ ・@ a um banco que ocup.ou
trimônio histórico da cidade, cartão lugar no prédio dos Correios e Te-
postal da alameda Rio Branco . Li légra.fos, nos tempos passados .
nos diários que o prefeito Renato Está bom . A tevê, venceu .
Vianna e .o vice Vilson de Souza An tes dela, Blumenau possuía ci -
bateram no peito e juraram impedi r nemas no centro e bairros .
a demolição do edi,tíc io que viraria Eram o Busch , o Blumenau
mais um monstrinho para alimentar ( depois Lojas Americanas , após as
a selva de pedra que está virando cheias de 83 ), o cine Carlitos 2
Blumenau . Pelo jeito, passados ( o 1 era em Florianópolis, também
três anos , a promessa continua de já devidamente enterrado) e nos
pé. ba irros : o Garcia (em frente à rua
Os cinemas Busch , vêm da dé- Antônio Zendron ), o Atlas, na Vila
cada de 20, sang.ue genuíno da Nova, que virou minimercado, e o
cidade . Com eles, surgiu a presen- Mogk, na Itou.pava Norte, que se
ça ímpar e insubstituível de seu transformou em ví'deo locadora .
gerente, por mais de 40 anos, Her- Gasp,a r também já teve o seu
bert Holetz . Homem sensível , inte- cine, também Mogk . O local hoje
ligentíssimo, com uma biblioteca é loja de comércio. p1assaram-se
sobre a Sétima Arte de fazer inve- 20 anos sem sala de espetáculos .
ja a países do dito Primeiro Mun- Surgiu o cine Gaspar num centro
,do. Inda bem que a Cultura Muni- comercial . N·ovamente , Herbert
cipal atendeu um sonho do Ho,letz : Holetz entra em ação como geren-
um espaço no Arquivo Histórico te.
para guardar, tranquilo, o seu acer- E Blumenau , repetindo o tecla-
vo cultural cinematográfico. do, não é mais a mesma . Sem os
Pobre cidade esta . Que vive cinemas Busch .
empolgada com shoppings a man-- Reag.ir é preciso, diriam poe-
cheias. E deixa o melhor que pos- tas, até d'além mar, como Fernan-
sui fenecer . Mas a vida é assim . do Pessoa . Faltam pessoas para
Os filmes «noir» estão em alta . reagir . The end .
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Um capítulo da história de Rio do Sul
Experiências de um brasileiro neto de alemães
EMILlO ODEBRECHT

ASPECTOS DA DESAPROPRIAÇÃO DO HOSPITAL CRUZEIRO EM 1942

A título de explicação: A origem brecht, Otto Em, João Hoffmann e Sa-


do Hospital Cruzeiro remonta a uma muel Hoffmann de conselheiros, a 27 de
fundação por doação testamentária feita junho de 1942, a exigência de doação
pelo imigrante evangélico OITO SCHOE- para a Prefeitura e a ilegalidade dessa
NICHEN. Ele se fixara cerca de 3 qui- doação eram ass untos que já haviam
lômetros acima de Rio do Sul, na dire- estado na pauta de várias e infrutíferas
ção de Barra do Trombudo, como eremi- reuniões de diretoria e de assembléias
ta, no ano de 1897 (Crônica da Paró- gerais, sempre com a presença de auto-
quia Evangélica de Rio do Sul, pg. 64). ridades da cidade, e ntre elas o Delegado
No ano de 1918 caiu seriamente Regional Loureço Alves de Deus, o Pro-
doente, vindo a falecer em 26.07. 1918, motor púb.1ico Vinicius de Oliveira, o Te-
e sentiu ele próprio a necessidade de um nente Domingos de Paula Neves e o De-
atendimento hospitalar, legando toda a legado de Saúde, médico Dr. Cominese
sua propriedade para a construção de da Rocha .
um hospital evangélico. A venda de sua Uma guerra de nervos havia sido
propriedade rendeu a apreciável soma de criada, correndo boatos de que toda a
Rs 9:000$000 (Nove contos de réis). diretoria da Associação seria presa. O
(Crônica pág. 64). jornal Nova Era, há semanas, vinha pu-
Infelizmente não é mais possível blicando artigos tendenciosos e intimida-
precisar a data de inauguração do Hos- dores. Assim, no dia 4 de outubro de
pital, cuja pedra fundamental foi colo- 1942: "Quinta coluna pretende fazer ne-
cada no dia 7 de setembro de 1922. ten- gociata com o Hospital Cruzeiro (...) e-
do o professor GEORG SCHUETZ 、jセᆳ xigindo do Executivo pelo Hospital, que
c.ursado e lido o documento que foi .:i- jamais lhe pertenceu, a exagerada quan-
mentado na pedra fundamental, por4ue tia de 326:180$000, ( ... ). O astuto Wal-
os livros de contabilidade, como também ter Budag ( ... ) revelou-se em Rio do Sul
os livros de atas foram apreendidos セ」ᆳ um autêntico quinta-colunista, violador
la polícia no ano de 1942, na febre da das leis, ( ... ) indigno portanto do título
desapropriação e sumiram para sempre. de cidadão brasileiro".
Este relatório foi feito por mim em Já em 1O de outubro: 'Desarticula-
1991, baseado nas anotações que fiz du- da, em Rio do Sul, uma grande célula
rante a época da campanha de desapro- nazista. Desde algum tempo as autorida-
priação e fotocópias de documentos. des desconfiavam de que o cura protes-
ANO DE 1942: Quando nos foram tante Hermann. Stoer costumava, clandes-
passados os cargos da Associação Bene- tinamente, altas horas da noite, fazer
ficente de Bella Aliança, ao Senhor Wal- reuniões de carater tendencioso e nazista
ter Budag de Presidente, a mim de Vi- numa das salas do Hospital Cruzeiro'.
ce-presidente, a Ralf Baumgarten de ge- Foi nesse clima, que a 12 de outu-
rente e a Felix Odebrecht, Alfredo Ode- bro de 1942, lá pelas 9 horas da ma-

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nhã apareceu o Sr. Ralf Baurngarten em trovoada, e eu já temia não poder con-
minha farmácia, e com ares de segredo, tinuar a viagem de bicicleta e me per-
me falou baixinho: 'O Senhor e o Wal- guntava se não seria melhor partir já .
ter Budag tem que sumir imediatamen- No entanto, como minha bicicleta
te, pois nas próximas horas o Juiz de não possuía farol, percorrer os 40 qui-
Direito decretará a desapropriação do lômetros à noite teria sido muito peno-
Hospital Cruzeiro, sendo que neste en- so . Pelas 8:00 horas da noite, tio Hen-
tretempo o Senhor e Walter Budag se- rique estava ouvindo rádio numa sala
rão presos pela polícia para trabalhos e eu me encontrava numa sala ao lado
forçados na construção da estrada'. A quando ouvimos bater palmas. Em se-
seguir, saiu para avisar também o Wal- guida apareceu meu tio, veio até mim,
ter Budag. estava muito apreensivo e me disse:
Depois de pensar um pouco sobre - "A polícia está aí à tua procura .
a situação, também eu fui procurar o A casa está cercada, estão esperando por
Budag, para me entender com ele. No você . "
caminho encontrei com o Ralf Baumgar- Fui com tio Henrique até a porta
ten que me sussurou : - "Combine tudo onde me foi dada voz de prisão. Per-
com o Budag". Na ferraria me disse- guntei se ainda podia buscar meu cha-
ram que o Budag estava em sua casa péu, mas gritaram-me:
e iria à cidade. Fui encontrá-lo na co- - - O Senhor está preso e tem
zinha, onde sua esposa muito nervosa, que obedecer!
e com lágrimas nos olhos, veio ao meu Logo após soou um apito rápido e
encontro. Ele estava se preparando para a seguir juntaram-se ao Delegado Regio-
viajar . nal Lourenço Alves de Deus, o Sargento
Perguntei para onde iria; respondeu- Mann e João f・セイ。ゥN@ O automóvel de-
me que iria passar uns dias no morro, les estava parado a certa distância e foi
onde tinha plantações (Morro do Bu- assim que para mim começou uma via-
dag). Desejei-lhe 'boa viagem' e lhe dis- gem com destino ignorado. A meio ca-
se que iria até o meu irmão em Taió, minho, de repente um farol ofuscou
de bicicleta. nosso carro por alguns segundos. Era um
Voltei à farmácia onde me esperava pequeno Opel parado à margem da es-
o Sr. Gabriel dos Santos, para tomar trada, de faróis baixos acesos. Nosso car-
sua injeção diária, que Gabriel dos San- ro parou bruscamente, e os homens pula-
tos, sessenta anos, sempre doente, toma- ram para fora de pistolas em punho e
va por ordem médica. apontadas para o carro parado. Os pas-
Como eu não sabia quanto tempo sageiros foram tirados de dentro do car-
se arrastaria até a desapropriação, man- ro e examinados, e em seguida postos
dei meu empregado Siegfried Baumgar- em liberdade A nossa viagem continuou.
ten ao seu irmão Ralf que me trouxera Chegando à cadeia pública de Rio
a notícia. Resposta: 6 a 8 dias. do Sul , fui primeiramente obrigado a
Assim sendo, peguei a bicicleta e permanecer na casa de um dos polici?is
fui para casa, tomei um lanche, juntei a e de lá pude ver pela fresta da porta,
roupa necessária, disse à minha esposa minha esposa com nosso pequeno Ro-
que naquele dia iria até a casa de tio berto nos braços e meu idoso pai a seu
Henrique Voigt, em Barra do Trombudo lado, saindo da prisão. Haviam obtido
e que no dia seguinte cedo continuaria, a liberdade com a minha chegada. So-
de bicicleta, até Taió. Passei o dia em mente então fiquei sabendo que a polí-
Barra do Trombudo, naturalmente infor- cia havia prendido minha esposa Marian-
mando meu tio da situação das coisas . ne já pela manhã, por não me terem en-
À noitinha parecia que ia-se armar uma contrado nem na farmácia nem em casa.

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Primeiramente haviam levado só dado junto com outros 'alemães' para
Marianne, mas mais tarde foram obriga- o trabalho forçado de construção de es-
dos a buscar também o pequeno Roberto trada. Novamente perguntado sobre o
de quatro meses e meio, que precisava nome de quem me dera o aviso, eu dis-
ser amamentado. se que a pessoa com certeza se apresen-
Meu pai, que havia chegado de taria. O interrogatório foi até às 23:00
Blumenau na noite anterior e pernoitado horas . Depois de mim foram interroga-
em nossa casa, foi preso na Estação Fer- dos meu irmão Alfons, Siegfried Baum-
roviária quando esperava o trem para garten e Ralf Baumgarten, também pre-
seguir viagem para Barra do Trombudo. sos. O interrogatório estendeu-se até de-
Desta forma, meu pai, com 74 anos, ci- pois da meia-noite. De vez em quando
dadão cumpridor de seus deveres, torna- ouvia-se o carro da polícia indo e vindo.
ra-se um 'bom brasileiro' pois passara A procura por Walter Budag prosseguiu
um dia na cadeia ... até às 4:00 horas da manhã.
Fui encarcerado na mesma cela
Além de meu pai, minha esposa e
com ladrões e criminosos. O segundo
a criança, prenderam também meu ir-
interrogatório que me fizeram foi levado
mão Alfons e meu ajudante de farmá-
a protocolo, o que não aconteceu com
cia Siegfried Baumgarten.
o primeiro. Eu estava incomunicável,
Nos dias em que Alfons passou na não sabia quem mais tinha sido pre-
cadeia, de 12 a 18 de outubro, ele "fes- so, nem a quantas andava minha far-
tejou" seu aniversário em companhia mácia, já que meu auxiliar Friedel (Sieg-
de presos políticos. Como a polícia não fried) também havia sido preso.
encontrou o Sr. Walter Budag em casa, Mais tarde vim a saber que minha
levou igualmente sua esposa e seu filho casa e minha farmácia já estavam sendo
mais velho Ralf de 16 anos. Ambos ti·· vigiadas há semanas, pois o industrial Sr.
veram que passar a noite em pé no cor- Alfredo João Krieck também fora inter-
redor da cadeia. Ralf adormeceu em pé rogado. Queriam saber porque tanto vi-
e em determinado momento, dominado nha à minha farmácia e ao meu escritó-
pelo cansaço, caiu estendido no chão, rio. O Sr . Krieck proprietário de torre-
pelo que ameaçaram levá-lo pro morro fação de café, costumava vir orientar-se
e dar-lhe uma surra com galhos de ur- sobre os preços do café através do jor-
tiga (do tipo gigante que crescia lá). O nal 'O Estado de São Paulo', do qual eu
Delegado de Polícia vociferava como mantinha assinatura.
um louco e organizou uma verdadeira Perguntado como eu justificava mi-
razia durante a noite, atrás do Sr. Bu- nha repentina viagem a Barra do Trom-
dag. Mais tarde o sargento Mann me con- budo, citei o artigo que saira um dia an-
tou que "naquela noite ninguém dormiu" . tes no jornal 'Nova Era', no qual eu fo-
Quando Marianne e Papai se haviam ra chamado de traidor da Pátria e de
distanciado, fui levado à prisão, para a 'Quinta Coluna'.
mesma cela onde meus familiares ha- Esse artigo não era assinado, mas
viam passado o dia. Foi-me dito que eu que eu sabia ser de autoria do P romo-
estava incomunicável. Uma hora depois tor Público Vinicius de Oliveira; e que
começou o interrogatório. Queriam sa- essa acusação só poderia estar relaciona-
ber N セュ、・@ eu deixara a comunicação es- da com a desapropriação do Hospital,
crita, que eu por certo havia recebido. que estava sendo imposta, isto é, exigia-
Concordei que recebera uma comunica- se que a Associação Hospitalar fizesse a
ção, mas que não revelaria o nome da doação do mesmo.
pessoa que a havia feito. Disseram-me Disse também que a doação do
que me cuidasse, pois poderia ser man- Hospital nunca poderia ser feita pela Di-

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retoria, pois pelos estatutos, só uma As- do que me dissera dois dias antes e fá-
sembléia Extraordinária da Associação zia parte de uma guerra de nervos, coa-
tinha competência para fazê-lo e a re- ção e intimidação.
solução teria que ser aprovada por dois De acordo com essa declaração do
terços dos membros. E disse mais, que Delegado, mandei dizer à minha esposa
o Delegado de Polícia só nos permiti:l que arrumasse minha roupa. À noitinha
uma Reunião de Diretoria e por ele mes- veio então Marianne e eu me despedi de-
mo convocada. Além do mais, se a Di- la por tempo indeterminado. Uma trans-
retoria concordasse com a doação, pode- ferência para a prisão em Florianópolis
ria futuramente ser chamada à responsa- significaria uma ausência de meses ou de
bilidade, inclusive judicialmente. eventualmente até o fim da guerra na
Ao todo só me foram feitas oito Europa. O advogado por nós contrata-
perguntas e com elas esgotara-se o as- do para defender os interesses da Asso-
sunto a tratar. Também este interroga- ciação Hospitalar, Dr. Francisco Got-
tório não foi feito pelo Delegado de Po- tardi, não apareceu.
lícia, mas pelo Sargento Mann e por um No dia seguinte cedo, Walter Bu-
'secreta". Depois da última pergunta os dag e eu esperamos em vão nossa depor-
dois se entreolharam indecisos, não sa- tação para Florianópolis; tratava-se, co-
bendo como prosseguir, me perguntaram mo anteriormente, só de amedrontamen-
finalmente se eu tinha algo a dizer. to. Só na terça-feira, a 15 de outubro,
Diante da minha negativa foi encerrado por ocasião da Posse Provisória do Hos-
o interrogatório e tive que assiná-lo. pital peJo Procurador do Estado, Promo-
Depois disso, pude me reunir com tor Público local Vinicius de Oliveira, é
os outros presos políticos e também con- que avistamos o Dr. Gottardi.
versar com eles. Depois de alguns dias um Polícia Se-
Somente no dia 14 de outubro, perto creta veio me buscar para assinar o Ato
das 21 horas veio Walter Budag. Fi- de Posse do Hospital pelo Estado, com
cara sabendo da prisão da esposa c: de o qual eu teria concordado na ausência
seu filho e então viera a pé de Presiden- de Walter Budag ... Na frente da Dele-
te Getúlio, passando pela Serra do Mira- gacia estava o Dr. Francisco Gottardi;
dor até Rio do Sul. Só então seus fami- veio ao nosso encontro e repetiu o que
liares foram postos em liberdade, depois o Polícia Secreta já me havia explicado.
de terem estado três noites e dois dias Também o Dr. Vinicius de Olivei-
na prisão. Também Walter Budag per- ra veio então até o carro e me cumpri-
maneceu dois dias incomunicável. Na mentou com mal disfarçada cordialida-
manhã do terceiro dia apareceu então o de e repetiu as declarações do Dr. Got-
Delegado Regional Lourenço Alves de tardi, não conseguindo me olhar nos
Deus, conversou por 15 minutos com olhos, enquanto falava, olhava para o
ele, e em seguida pode reunir-se aos de- chão; continuando a falar, disse então,
mais presos políticos, sem ser submetido meio se desculpando:
e nenhum interrogatório. - - Sua prisão não tem nada a ver
com o Hospital, mas foi solicitada pelo
Virando-se para mim, disse o Dele- Delegado Regional por outros motivos.
gado: Enquanto falava isso, me olhou por
- O Senhor será levado amanhã ce- um instante, mas logo baixou os olhos de
do para Florianópolis junto com Budag; novo. Ele sabia muito bem que eu es-
inicialmente só o Senhor seria levado, tava informado de sua atividade, com
juntamente com o Ralf Baumgarten, ca- diversos artigos difamatórios publicados
so o Budag não aparecesse. no jornal 'Nova Era', em pról da desa-
Esse comentário era uma repetição propriação do Hospital. Depois de um

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breve espaço de tempo, veio o carro so- de o denunciante confessou que ele mes-
licitado. Eu sentei na frente com o Po- mo não tinha ouvido as canções, ape-
lícia Secreta, enquanto no banco trasei ro nas fora informado por terceiros. O de-
iam os dois advogados inimigos, não só nunciante "curou-se" quando ele mesmo
por razões profissionais mas também tam bém foi parar no xilindró. Lá che-
por razões políticas. A corrida transcor- gando, confessou que, influenciado pe-
reu em silêncio até o Hospital, onde já los jornais e pelo rádio, achara que
nos esperava o Juiz de Direito com seu precisava fazer pelo menos algumas de-
Escrivão e o médico Dr. Cominese da núncias para passar por bom brasileiro
Rocha. O Juiz de Direito, Dr. Adão e patriota ...
Bernardes, me cumprimentou muito cor-
dialmente, o mesmo fizeram os outros Volto a relatar os fatos relativos
presentes, sem que no entanto, alguém à doa ção do Hospital:
me estendesse a mão. A uma pergunta minha diretamen-
O Juiz de Direito ditou ao Escrivão te ao Delegado local, Algemiro dos San-
um decreto Estadual de 31 de agosto de tos, de qual o motivo verdadeiro de mi-
1942, pelo qual o Hospital, por motivos nha detenção, pois a minha ida de bici-
de Segurança de Estado, estava sendo cleta até Barra do Trombudo - a 6 km
adquirido pelo Estado com todo séu a- de distância - não poderia ser o ver-
parelhamento e acessonos. Quando dadeiro motivo, disse-me muito sincero e
o protocolo da imissão de Posse Pro- franco, que tudo havia sido por causa
visória foi concluido, o Escrivão leu-o em da desapropriação do Hospital.
voz alta e passou-o às mãos dos presen- - O senhor já o devia ter entre-
tes para ser assinado. Em seguida foi gue há muito tempo. Eu quero dar-lhe
feita uma vistoria do Hospital. A visto- novamente o conselho de não continuar
ria dos fundos do Hospital não foi pos- se rebelando contra a doação do Hospi-
sível ser feita porque o cão policial de tal, pois nós estamos em guerra, não es-
guarda não o permitiu, pois ele não co- tamos em uma época normal e assim é
nhecia os novos donos ... jャ セ ャィッイ@ o senhor entregá-I,).
Após, o Juiz de Direito deixou o Eu chamei a atenção dele para o
Hospital, acompanhado do promotor e fato de os Estatutos serem bem claros
do Dr Rocha. Eu fui levado de volta ao quanto a exigência da presença de 2/3
"Campo de Concentração dos Prisioneiros dos membros da Associação para delibe-
Políticos" como era conhecido na época. rarem sobre a Dissolução, Doação ou
Abro um parênteses no desenrolar Venda do Hospital, resolução essa que
dos acontecimentos para relembrar que só poderia ser tomada em Assembléia
além de nós já citados, estavam os se- Geral Extraordinária, especialmente con-
guintes presos políticos na prisão, e to- vocada para esse fim.
dos tiveram que fazer trabalhos forçados No entanto o Delegado Regional
com picareta e enxadão e carregando não nos dera licença para uma Assem-
terra, trabalhando no desmonte do mor- bléia dessas, apenas para uma Reunião
ro situado onde hoje se encontra a Ca- de Diretoria. O que se exigira da Dire-
tedral católica. São os seguintes: toria, era pois, um absurdo. Mais tarde
João Bernardo Buske; Erwin Zei- os outros membros da Associação pode-
big; Gerhardt Schmidt; Hermann Silkc; riam nos chamar à responsabilidade, in-
João Antonio Broch (este representante clusive judicialmente.
do Consulado Italiano); August Hochap- O Sargento Mann também me con-
fel; ..... ? Doliva e o teuto-brasileiro firmou que tudo o que acontecera esta-
Tharun, este último denunciado por ter va relacionado com a desapropriação do
cantado uns "lieder" alemães. Mais tar- Hospital, que já se arrastava por カセイゥッウ@

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meses. Mas disse também que as pri- vra foi dada ao Dr. Gottardi, que ex-
sões todas só haviam acontecido por cau- plicou aos membros da Associação o real
sa do nervosismo do Delegado Regional. motivo da Assembléia Geral Extraordiná-
Disse mais, que esse último ficara pulan·· ria, e salientou o motivo da "altruística
do de um lado para o outro feito um doação do Hospital e do Patrimônio total
doido e enlouquecera os outros. da Associação ao Estado, resolução esta
Ele mesmo fora mandado numa só nascida apenas de uma profunda compre-
noite por três vezes ao Morro do Budag, ensão e de toda confiança do povo em
procurar o Sr. Budag e tinha ido dor- seu governo e unicamente com o pensa-
mir só às 4:00 horas da madrugada. mento voltado para a cooperação com o
Sábado, dia 17 de outubro, veio Ralf Governo do Estado na sua tarefa, nem
Baumgarten com uma "Proposta de sempre fácil, de governar".
Doação" dirigida ao Interventor do Esta- Em seguida ele apontou para fato
do que foi então assinada por Walter de que, como o patrimônio total da Asso-
Budag e por mim. Após isso, Ralf ciação não mais existia, também não
Baumgarten foi de casa em casa dos ou- existia mais a razão de ser da Associa-
tros membros da Associação Hospitalar, ção e pediu então que um dos membros
para colher a assinatura de todos, o que solicitasse a dissolução da mesma, já
não foi fácil, pois vários não quiseram que ele próprio não tinha autoridade
assinar a doação. Às 4:00 horas da tar- para isto. Assim sendo, o Sr. Curt
de Ralf voltou com todas as assinaturas. Schroeder fez o pedido da dissolução aos
Mas nós não mais fomos libertados na- membros reunidos, o qual foi unanime-
quele sábado, conforme havia sido pro- mente aceito.
metido, porque o expediente já havia en.. O Dr. Gottardi salientou então a
cerrado. Tivemos pois que passar mais especial satisfação com que o Interven-
um fim de semana na cadeia, sem podei tor Dr. Nereu Ramos aceitara a Propos-
tomar banho ou trocar de roupas. ta de Doação feita pela Associação Hos-
22 de outubro de 1942: Hoje é o dia pitalar e que Sua Excelência com espe-
da doação oficial do Hospital à Prefeitu- cial simpatia e afeição sabia valorizar
ra. Depois de no sábado ter sido feita a também este gesto de compreensão do
doação ao Estado, o Prefeito consegui- povo riosulense.
ra que o "Estado fizesse uma desistência O Sr. Curt Schroeder teve ainda
em favor do Município". Naturalmente que fazer um segundo pedido aos asso-
uma jogada de cartas marcadas. ciados, de que o dinheiro em Caixa, cer-
No dia 21 dirigiram-se Dr. Gottar- ca de R$ 40:000$000 (quarenta contos
di, Curt Schroeder, Walter Budag e eu, de réis), fosse igualmente doado para que
com o carro da Prefeitura, à casa de to- pudesse ser usado nos melhoramentos e
dos os membros da Associação Hospita- na ampliação do Hospital, o que foi una-
lar, que moravam espalhados, longe uns nimemente aceito. Depois de resolvida a
dos outros, para convidá-los para a As- Transmissão de Posse para a Prefeitura
sembléia Geral Extraordinária a se rea- e encerrada a reunião, foi o "feliz" re-
lizar a 23 de outubro. sultado da Assembléia Geral Extraordi-
Já eram 19:00 horas, quando termi- nária comunicado ao Prefeito Nomeado.
náramos de avisar os últimos membros. O Prefeito Nomeado, Sr. Roberto Ma-
Pontualmente então compareceram todos chado, apareceu logo após como por aca-
os associados. Também o Procurador so e apresentou aos membros da Asso-
Geral do Estado, Dr. Pereira Bastos ha- ciação o seu agradecimento pessoal e
via comparecido. também a gratidão do povo riosulense
Lá pelas 10:00 horas a reunião fo i pela confiança depositada na sua admi-
aberta pelo Sr. Walter Budag e a pala- nistração.

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o gesto que agora fizéramos, disse feito a idéia da doação, demitiu-se da
ele, bem fazia juz à característica ma- Presidência da Associação, com a alega-
neira de ser dos riosulenses que ele tão ção de que a mesma deveria, agora, em
bem chegara a conhecer e a valorizar tempos de guerra ser administrada por
nos múltiplos anos de sua gestão admi- brasileiros natos (todos membros da Asso-
nistrativa; e que essa faceta do caráter ciação eram brasileiros natos). Certamen-
dos riosulenses já se fizera conhecida te ele quis, com sua atitude, colocar-se
para além das fronteiras do município. em situação lisonjeira junto ao Prefeito,
Ele se congratulou com os membros da já que naquela época, quase todos os
Associação pela extremamente feliz so- estrangeiros eram 'demitidos de seus car-
lução desse caso, que certamente corres- gos. Depois disso, solicitado pelo Pre-
pondia ao desejo de todos os presentes feito, convocou uma reunião de Direto-
como também do povo de Rio do Sul. ria e na mesma, não levando em consi-
Como Prefeito ele se esforçaria para deração os Estatutos da Associação foi
administrar o bem imóvel que lhe fora votada a doação, sendo a administração
confiado e se propunha a melhorá-lo e do Hospital imediatamente entregue à
ampliá-lo dentro das possibilidades. Sob Prefeitura.
palmas de aplausos foi encerrada a reu- Somente alguns dias mais tarde,
nião e os membros da sociedade se dis- quando se descobriu a invalidade dessa
persaram. doação, apressaram-se em voltar atrás
Todos os discursos haviam girado tornando tudo sem efeito, devolvendo-se
em torno de uma idéia central: a administração aos legítimos donos.
José Humor tinha reconhecido a ne-
o PATRIOTISMO E A GRANDE cessidade de uma Assembléia Geral Ex-
CONFIANÇA DO POVO NO SEU traordinária e convocou-a.
GOVERNO!! Já dias antes da Assembléia come-
çaram a circular boatos de que a polícia
Mas haviam esquecido de mencio- e outras autoridades estariam presentes
nar que para isto os membros da Dire- à Assembléia. Amedrontados com esses
toria da Associação Hospitalar tiveram boatos muitos dos associadôs não com-
até suas esposas e filhos encarcerados, pareceram, apesar de todo o esforço do
inclusive meu velho pai ... muito ativo membro Walter Budag, o
Encerrava-se assim melancolicamente qual se sacrificara percorrendo muitos
um capítulo da história de Rio do Sul e quilômetros de bicicleta até a casa de
das experiências de cidadãos brasileiros cada um, persuadindo-os a comparecer.
filhos e netos de alemães no Brasil. Apesar de todos os esforços comparece-
Para os pesquisadores de nossa his- ram só 26 membros.
tória e para os leitores mais interessa- Walter Budag queria já, uma solu-
dos, relato ainda em pormenores os acon- ção clara para o assunto. Com 26 asso-
tecimentos primeiros que antecederam a ciados presentes, a Assembléia não ti-
prisão dos membros da Diretoria da As- nha poder de resolução. A Associação,
sociação Hospitalar e a desapropriação tinha 42 membros; para alcançar a maio-
do Hospital: ria de 2/3, teriam que ser 28 membros.
A idéia da doação do Hospital nas- Foi feita a proposta pelo presidente José
ceu da cabeça do presidente da Direto- Humor de mudar os estatutos. No en-
ria anterior, Sr. José Humor, alemão tanto, para mudar os estatutos também
nascido na Hungria, brasileiro naturali- seria necessária uma maioria de 2/3 .
zado e que ocupava na Prefeitura o car- Houve muita discussão em torno da pos-
go de engenheiro agrimensor. sibilidade de uma maneira ou de outra
Depois de ter passado para o Pre- fazer com que a Assembléia tivesse po-

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der de resolução. Todas as propostas conseguiu que 6 sócios disistissem de sê-
iam por terra diante da maioria de 2/ 3. lo, numa declaração escrita. A próxima
Percebia-se nas fisionomias dos presen- Assembléia foi convocada para dali a
tes a alegria mal disfarçada pelo malo- 3 semanas.
gro da idéia do Sr. Humor. A essa reunião compareceram então
Eu, pessoalmente, nunca tinha pos- somente 16 membros, que logo foi encer-
to os olhos nos estatutos e estava surpre- rada por falta de quorum. Reconheceu-se
so mas também satisfeito por não ter-se que seria inútil convocar uma terceira
conseguido concretizar o intento. Assembléia. Assim terminava o primei-
Estavam presentes à Assembléia ro episódio e o assunto da doação do
além dos 26 associados, o Delegado Re- Hospital aparentemente parecia ter esmo-
gional Dr. Lonrenço Alves de Deus, o recido.
Prefeito Nomeado Roberto Machado, o Algumas semanas depois o Dr. Co-
Promotor Dr. Vinicius de Oliveira e o minese da Rocha foi mandado pelo Pre-
Delegado de Higiene Dr. Cominese da feito a Florianópolis para fazer um re-
Rocha. Depois de continuada a discus- latório sobre o Dr. Neumann.
são chegou-se à "feliz" idéia de riscar O Dr. Neumann era o então Médi-
da lista todos os Associados que não co Chefe do Hospital e já há tempo
estavam em dia com suas contribuições. estavam-lhe criando dificuldades. O Dr.
Lendo, porém, os estatutos, desco- Neumann tinha na época cerca de 60
brill-Se que eram bastante incompletos anos de idade, era austríaco, não era
quanto a este aspecto. Eles impunham alemão.
aos associados uma contribuição anual, O Dr. Rocha permaneceu quase
no entanto não falavam de uma exclusão 14 dias em Florianópolis, esperando por
na falta de pagamento da mesma. Puni- uma audiência com o Interventor Dr.
ção só estava prevista, caso o membro Nereu Ramos. Ele desperdiçava lá seu
pecasse contra a Ordem Interna da Asso- precioso tempo, tinha grandes despesas
ciação ou se tentasse prejudicar a mes- P. sentia-se atingido no seu ponto mais
ma visivelmente. delicado. Fervendo de raiva, voltou ele
Prosseguindo, o Presidente José Hu- depois de 2 semanas e por ora estava
mor fez a sugestão de até a próxima As- farto do assunto. Até agora o caso do
sembléia, que aconteceria dali a 14 dias, Hospital pelo qual ele tinha se empenha-
cobrar as contribuições anuais e os que do com entusiasmo só lhe havia trazido
se negassem a pagar seriam riscados da dissabores, perda de tempo e dinheiro.
Lista de Sócios. Assim ele pretendia No entanto, ele tinha conseguido ser
reduzir o número de sócios ao mínimo. investido como Interventor do Hospital e
Essa sugestão continuou a ser discutida agora tinha que se desincumbir de sua
e rediscutida e apontou-se para o fato obrigação.
de que nos estatutos não se falava de Assim, ele logo fez saber que o
exclusão de associado por causa da fal- Dr. Nereu Ramos era a favor da per-
ta de pagamento. manência da Associação e que ele até
O Presidente José Humor tentou salientara, que uma Associação dessa na-
ainda continuar a defender sua idéia de tureza é necessária e totalmente do inte-
exclusão de membros da lista de sócios, resse do Governo. Mas que era neces-
mas foi obrigado a desistir. sário e desejável aumentar o número de
Então foi decidido mandar passar associados, pois de acordo com os esta-
uma lista a todos os associados, na qual tutos, era uma instituição do povo e pa-
assinariam sua disistência da sociedade, ra o povo.
caso não tivessem a inten ção de com 'n- Para melhor manter o Hospital era
recer à Assembléia. Foi assim que se preciso, achava ele, o ingresso de um

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maior nÓmero de associados, COm isso ve lugar um aumento do número de as-
entraria maior soma de dinheiro que po- sociados; e terminava assim o primeiro
deria ser utilizada na aquisição de ms[ru- round de uma batalha renhida. Todos os
mentos, por exemplo, um aparelho de associados eram, com excessão do Sr.
Raio-X (o aparelho de Raio-X existen- José Humor, brasileiros natos.
te era propriedade do Dr . Neumann). Todos os livros do Hospital (atas,
Com isso seria preenchida uma grande contabilidade, etc.) haviam sido apreen-
lacuna . didos e retidos pela Polícia. Em setem-
O período de gestão da então Dire- bro, não me lembro da data exata, o De-
toria havia expirado em janeiro, portan- legado de Polícia convocou uma reunião
to já há cinco meses. Pelo Presidente da Diretoria. Compareceram as segum-
José Humor foi convocada então uma tes pessoas: Walter Budag, Emílio Ode-
Assembléia para o dia 27 de junho com brecht, l{alf Baumgarten, Otto Em, João
a anuência da autoridade polici al, para Hoffmann e Samuel Hoffmann.
a eleição da nova Diretoria . Nós não estávamos informados do
A essa Assembléia, à qual só compa- motivo da reumao, mas imagmavamos
receram 10 membros, também estava que se tratava novamente da doação do
presente o Dr. Rocha. Hospital. Nós todos estávamos de acor-
Para a nova Diretoria a ser eieita do de que uma doação do Hospltai para
foram propostos os seguintes nomC3; a Prefeitura não entrava em cogitação .
WALTER BUDAG para Presidente; Ralf Baumgarten propôs então que Wal-
EMILIO ODEBRECHT para Vice- ter Budag e Emilio Odebrecht viajassem
Presidente - este último chamou a aten- a Florianópolis e em audiência com o
ção para o fato de já no ano anterior Interventor Dr. Nereu Ramos esclare-
ter declinado da indicação, pois como cessem a posição da Diretoria da Asso-
farmacêutico, tinha interesses comerciais ciação e eventualmente propusessem a
no Hospital, o que não seria adequado. doação ao Estado.
Como ninguém se prontificara a assumir Com atraso de quase uma hora, apa-
o cargo, Emilio Odebrecht finalmente receram então as autoridades: Dr. Lou-
se declarou disposto a aceitá-lo. renço Alves de Deus, Delegado de Polí-
cia; Dr. Cominese da Rocha como Inter-
Para os demais cargos foram indi- ventor do Hospital ; o Prefeito Roberto
cados os seguintes nomes: Machado e o Tenente Domingos de Pau-
la Neves.
RALF BAUMGARTEN para Ge- Quando todos haviam tomado lugar
rente, e como Conselheiros os seguintes à mesa, o Delegado de Polícia passou o
membros: livro do Protocolo ao Sr. Budag e orde-
nou-lhe que abrisse a sessão. Eu, Emilio
FELIX ODEBRECHT Odebrecht seria o secretário.
orro ERN O Sr. Budag, diante disso, entregou-
JOÃO HOFFMANN me o livro e eu comecei imediatamente
SAMUEL HOFFMANN a escrever o preâmbulo, enquanto o De-
ALFREDO ODEBRECHT legado dizia de que esta Reunião de Di-
retoria acontecia para finalmente escla-
Os nomes indicados foram aceitos recer que só a Diretoria era cont ra a doa-
e unanimamente eleitos. Da Diretoria ção do Hospital, e deveria ser protocolado
anterior só havia comparecido o Presi- nomina lmente quem era a favor c quem
dente José Humor . Após a eleição, José era contra.
Humor declarou encerrada a Assembléia Em seguida, ordenou-me que lesse
e deixou a sala sem se despedir. Não te- o que tinha escrito até aí. Quando eu li

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que a Reunião da Diretoria havia sido mente o Delegado ficara extrémamente
convocada por ele, Delegado de Polícia, irritado depois da leitura do preâmbulo
ele protestou veementemente e disse que da Ata.
isso não era verdade. Perguntei ao Pre- O próximo a ser perguntado foi Ralf
sidente, Sr. Budag, se ele havia convo- Baumgarten. Ele virou e mexeu, tentou
cado a Reunião, ele disse que não. O De- achar uma saída, mas disse finalmente
legado continuou protestando e me orde- que era a favor de uma doação.
nou acrescentar: "Digo" que a Reunião Otto Em declarou ser, igualmente,
foi convocada pelo Presidente. Mas com a favor de uma doação.
isso, eu havia documentado e deixado Eu pensei comigo mesmo: - ago-
claro que a Reunião havia sido convoca- ra só faltava que os dois Hoffmann tam-
da pela Polícia. bém tombassem ante toda a pressão, en-
O Sr. Walter Budag foi o primeiro tão ficaria provado que só Walter Bu-
a ser perguntado: dag e eu éramos opositores.
- O Sr. é contra ou a favor da O próximo a ser inquirido foi João
doação do Hospital à Prefeitura? Hoffmann, que declarou:
Ao que o Presidente Walter Budag - Eu é contra! !
respondeu: Também Samuel Hoffmann decla·
- Se tiver que ser feita uma doa- rou-se contra a doação. João e Samuel
ção, sou a favor de que seja feita ao HoHmann, dois colonos agricultores, tI-
Estado, pois o Estado tem maiores pos·· nham aguentado a pressão e ficado fir-
sibilidades de ampliar o Hospital. mes, não se deixando intimidar nem pelo
Eu fui o próximo; e disse que, co- Delegado de Polícia. Eram dois homens
mo membro da Diretoria eu havia toma- de palavra com os quais se podia con-
do a mim o dever de defender a Asso- tar.
ciação e seu Patrimônio, e que portan- Depois do encerramento da reunião,
to, era contra qualquer tipo de doação. o Delegado tomou novamente a si o livro
Havia entre todos os presentes um de Atas e nunca mais nenhum de nós
clima de nervosismo e tensão, principal- viu o livro.

ACONTECEU ... ABRIL DE 1996

- DIA 1°. - Ê destaque na imprensa o registro da passagem de 10 anos de


belas performances obtidas pelos atle'tas que integram a Associação de Corredores
de Blumenau (CORBLU).
- DIA 02 - Estatísticas publicadas afirmam que a Campanha de Vacinação
em Blumenau e região do Vale, contra a miningite meningocócica do tipo C, superou
a expectativa, tendo sido vacinadas 136 . 684 crianças. * * * A imprensa de'staca e
lamenta a perda de Celso Ramos, ex-governador do Estado , sepultado neste dia, com
muitas e merecidas homenagens e grande acompanhame'nto, às 17 horas, no cemi-
tério de Itacorumbi, Florianópolis.
- DIA 03 - Também é destaque na imprensa o sucesso registrado nas apre-
sentações de Pedro Dantas e suas bailarinas, na praça central do Shopping Ne'umarkt .
* * * No Espaço de Artes do Banco do Brasil, agência do bairro Garlcia, registrou·se
mais um sucesso da exposição do artista plástico セiゥッ@ Hahnemann . * * * Um tempo-
ral de uma hora de duração, com chuvas torrenciais, causou alguns acidentes nos
bairros da região norte de Blumenau, deixando a maior parte da cidade sem energia

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elétrica durante várias horas, além de estragos em varias residências na região r'lorte .
* * * A atleta blumenauense Ana Moser conseguiu garantir-se para ir ãs Olimpíadas
de Atlanta, com sua rápida recuperação de cirurgia que' havia se submetido . * * *
Foi aprovado pela Câmara de Vereadores o projeto para a construção de uma mini-
cervejaria na Praça do Biergarten, ou Praça Hercílio Luz.
- DIA -07 - セ@ grande destaque a comemoração dos 15 anos de' fundação do
Clube Atlético Itoupava, um clube muito aplaudido naquele bairro, vice-campeão de
futebol amador da Liga Blumenauense de Futebol . * * * O Município de Brusque
comemorou festivamente, com vasto programa, a passagem dos 133 anos de emanci-
pação político-administrativa.
- DIA 09 - A imprensa destaca a conquista dos ciclistas da Fundação Muni-
cipal de Desportos de Blumenau , do título de campeões (equipe) do circuito das
500 milhas (800 kml, no norte do Uruguai, no último fim de semana (021/ 04) . * * *
O Centro de Tradições Gaúchas (CTG) "Fogo de Chão", promoveu o lançamento e
abertura da 14a . Festa do Cavalo.
- DIA 11 - Faleceu o patriarca da alegria nos desfiles da Oktoberfest, o
popularissimo e benquisto Werner Garni, o "Opa Garni", como era mais conhecido .
Se'lJ coração parou aos 90 anos, de batidas firmes e bem cadenciadas, de acordo com
a alegria e o ritmo festivo que sempre imprimiu em sua proveitosa vida. Adeus, caro
amigo Werner.
- DIA 12 - Na Livraria Martin Luther, de Itoupava Central, a talentosa escri-
tora Ana Maria Kovacs lançou, com sucesso de presenças, seu maravilhoso livro
"O Canto das Sereias". * * * Jovens artistas indaialenses abriram exposição na
Sede da Fundação Indaialense de Cultura .
- DIA 15 - O município de Rio do Sul comemorou 65 anos de sua implanta-
ção . * * * Começaram os trabalhos de desobstrução dos entulhos nas barragens
do Alto Vale, buscando-se com isso melhorar as condições de contenção das águas
em épocas 'de cheias .
- DIA 17 - Dalirio Beber, Secretário de Finanças da Prefeitura, foi lançado
candidato ao cargo de Prefeito de Blumenau para as próximas eleições.
- DIA 19 - Na pista do Paraíso dos Poneis, em Gaspar, realizou-se, com gran-
de presença de público, o 11 0 . Festival Nacional de Aeromodelismo . * * * Às 20 ho-
ras, no Teatro Carlos Gomes, apresentou-se, com total suce'sso e muitos aplausos.
o pianista Daniel Binoto, executando peças de Tchaikowsky e Schubert. * * *
No Bistrô 69, do Shopping Center Neumarkt, foi lançado, em maravilhoso show de
Eulina Silveira e Osmar Fernande·s, o CD "Na Onda da Terceira Idade" , com compo-
sições de João Manuel . Foi um sucesso absoluto .
- DIA 20 - Alcançou pleno sucesso a terc eira edição do Palco da Cidade , pro-
moção da Fundação Cultural de Blumenau, cuja atração principal foi uma ginkana
entre escolares.
- DIA 22 - Começou em Blumenau um forum de debates para avaliar o pro-
jeto JICA (Japan International Corporation Agencyl, que visa garantir segurança à
população do Vale do Itajaí, por ocas'ião das ch eias do rio Itajaí-açu e seus afluentes .
- DIA 24 - O bairro Garcia passou a contar com substancial reforço no trans-
porte coietivo: entrou em atividade a linh", 13 expressa, que proporcionou mais ra-
pidez no transporte naquele bairro .
- DIA 25 - A conceituada e competente professora de música Noemi Ke,lIer-
mar:l1, foi , com justiça, homenageada com um concerto musical por alunos da Escola
ele Música no Teatro Carlos Gomes . * * * Na PROEB, foi aberta a primeira etapa
do Campeonato Regional de Ornitologia, do qual participaram ce'rca de 500 pássaros •

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- DIA 26 - No Teatro Carlos Gomes estreou a peça "A Comédia dos Aman-
tes", com José de Abreu e Ana Beatriz Wilt . \
- DIA 27 - No Bistrô 69, do Shopping Neumarkt, às 19 horas, aconteceu um
esplêndido show de Música Popular Brasileira e músicas inteornacionais, com o cantor
Arthur de Carvalho .
- DIA 29 - No auditório da Fundação Cultura) de Blumenau foi apresentado
vídeo e debates sobre Ray Charles.

MAIO DE 1996

DIA 1° . - No Clube de Caça e Tiro Velha Central foi abe'rta a temporada


da Festa de Tiro, Bocha e Bolão de 1996.
DIA 02 - Na Casa São Simeão houve festa entre os idosos, pela posse co-
mo diretora da mesma, da professora lodete' Correia de Amorim . * * * No Teatro
Carlos Gomes, apresentou-se com o show "Noite de Boleros", o consagrado cantor
espanhol Manolo Otero, com sucesso total .
- DIA 03 - O Jornal de Santa Catarina destaca a eleição para diretor-presi-
de·nte da Cremer SI A. Produtos Têxteis e Cirúrgicos , do empresário Carlos Henrique
Schmidt. Seu pai, lothar, até então exercendo aquelas funções, assumiu a presidên-
cia do Conselho de Administração da citada e conceituada empresa.
- DIA 06 - Em Rodeio , o Centro Trentino fez lançamento da oitava festa la
Sagra para aconte'cer entre os dias 13 e 22 de setembro. * * * No palco do Teatro
Carlos Gomes, aconteceu noite de gala , com o maravilhoso espetáculo musical pro-
porcionado pelos músicos Renato Borgheti e sua gaita , o violonista Paulinho Nogueira
e o saxofonista Nivaldo Ornelas.
- DIA 07 - Numa ação conjunta, policiais de Blumenau e de Navegante·s con-
segui·ram resgatar uma adolescente - J . L. I. - de 15 anos , que havia sido seques-
trada.
- DIA 08 - Estatística divulgada , garante que, após a obrigatoriedade de uso
do cinto de segurança em Blumenau, os acidentes com morte, fóram reduzidos em
20%. * * * No Espaço Cultural "Maria Pellizzetti ", em Rio do Sul, foi aberta expo-
sição de pintura da artista blumenauense Rose Darius .
- DIA 09 - Na Fundação Cultural de Blum enau, foi aberta a exposição de
telas dos artistas itajaiense·s lindinalva Deóla, Marilina Bernardo e Oara de Jesus.
* * * Em bela reportagem à página 3B, o Jornal de Santa Catarina destaca o apro-
veitamento de jovens excepcionais da APAE, como bons profissionais, num belo tra-
ba lho do Programa Social de Trabalho Educativo da Secretaria da Criança e do Ado-
lescente (SECRIAD) de Blumenau . * * * Numa reunião com a imprensa, o até então
Secretário de Finanças da Prefeitura, Dalirio Beber (PSDBJ, oficializou sua desincom-
patibilização da Secretaria de Finanças, e deu impulso à sua candidatura com vistas
às próximas eleições para a Prefeitura de' Blumenau .
- DIA 10 - No Centro Cultural 25 de Julho, aconteceu a apresentação do Co-
rai Misto, Coral Masculino, Grupo de Gaitas de Boca , Grupo Instrumental de Alunos
e Grupo de Técnica Vocal, tudo como conteúdo do programa elaborado para homena-
ge'ar o Dia das Mães .
- DIA 11 - Para comemorar seu 11 0. aniversário de fundação, o Clube dos
Jipeiros de Blumenau reuniu-se com seus associados no 2° . Encontro d'e Jipeiros do
Vale do Itajaí, na sede à rua John Kennedy . * * * No Hotel Himmelblau , 。」ッョエ G セ・オ@
um show com a cantora Juliana luisa e l os Amigos de la luna, para promover o
'Iançamento de um CO do grupo.

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- DIA 14 - No saguão da Biblioteca da FURB, foi aberta exposição dos 10
anos da Associação de Artistas Pl ásticos. * * * A Associação Blumen auense dos
Deficie'ntes Físicos (ABLUDEF), iniciou a construção de sua sede própr ia no bairro
Garcia, à rua Berta Od ebrecht .
- DIA 17 - Começa a ser alarmante a estiagem em todo o Estado . No Vale
do ltajaí, o rio Itajaí-açú, segundo informações oficiais, o nível está, nesta data, com
1,57 cm abaixo do nível normal. * * * Foram inic iados festejos para comemorar
a passagem dos cem anos de fundação da Igreja Adventista de Gaspar (19.05 . 1896J.
- DIA 19 - Segundo informações prest adas à imprensa pela Polícia Militar,
nas últimas 24 horas foram roubados em Blumenau cinco ca rros .
- DIA 21 - No saguão do Bloco A, da FUR B, foi aberta exposição de tapeça-
ria de Renate Ristow e lançamento dos livros de: José Endoença Martins, Horácio
Braun Jr . e Mauro Galvão, uma concorrida noíte de· festa e cultura .
- DIA 22 - Estatística publicada mostra a queda de produção de leite no Alto
Vale do Itajaí, em consequ ênc ia da prolongada estiagem. * * * Na Fundação Cultural
de Blumenau foi aberta exposição de tapeçaria e pintura de arte plástica de Henri-
que Schurcman .
- DIA 25 - No Teatro Carlos Gomes, foi levada à cena pela Família Adam ,
a peça "Corra que a Noiva Vem Aí ", de Gesner Amaral.
- DIA 28 - No sagu ão da Bibliote'ca da FURB, foi aberta exposição de obras
do artista blumenauen se Rubens Oestroen.
- DIA 29 - Começou em Blumenau a 2a. Exposição de Turismo e Hotelaria
e a 1a . Feira Brasileira de Turis mo - local - PROEB .
- DIA 30 - A ponte dos arcos , ligando a rua República Argentina à rua Itajaí
(antiga ponte ferroviária), após passar por uma grande reforma, foi reaberta. A ponte
havia sido interditada ao tráfego em 23 de janeiro de 1995.
- DIA 31 - A imprensa divulga com destaque merecido, o renascimento da
vida da flora no topo do morro Spitzkopff, cuja floresta foi assolada por violento
incêndio ocorrido há um ano .

REGISTROS DE TOMBO DE BRUSQUE (V)


Pe. Antônio Francisco Bohn

24. Circular nO . 20 sobre o 10 . aniver- 24 . 08 . 1899.


sário da Imprensa Católica, em 02 .02 .1899. " Voss a Revma . pode então em caso
25 . Carta Pastoral de Dom José de dado, quando por ocasião de um matrimô-
Camargo Barros expondo a doutrina da nio misto e julgar preciso, requerer a auto-
Igreja sobre o caso da Paróquia da Pa l- rização para ce lebrá-Ia na Igreja com o
meira , em 24.04 . 1899. rito que, se'gundo o Ritual se emprega
26 . Carta de despedida de Dom José nos matrimônios meramente católicos . "
para participar em Roma do Concílio Ple- 29 . Pedido de Pe. Antônio Eis ing pa-
nário dos Bispos da América Latina , em ra afastar-se' por seis semanas da Paró-
10 . 04 . 1899 . quia (para descanso) em 25 . 04 . 1899 .
27 . Relatório do segundo e terceiro 30. Resposta positiva do Bispo ao pe-
ano da Caixa Dioce'sana (de jane iro de dido feito, em 27 . 10 . 1899.
1897 a dezembro de 1898); em 24 .03 .1899. " Aprovo e abençôo o projeto aqui
28. Carta sobre matrimônio misto , em exposto . "

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31 . Pedido de Pe . Antônio Eising pa- 4à . Circular sobre O Boletim Éclesiás-
,ra a compra de uma colônia para a Cape- tico , em 25 . 01 . 1900 .
la Nossa Senhora do Caravaggio , em 41 . Pastoral Coletiva dos Prelados
08 . 1O. 1899 . Americanos, em 31 . 01 . 1900 .
"A mencionada colônia nO . 04 de 42 . Carta pastoral sobre o aniversá-
Azambuja segundo o título de posse per- rio natalício do Papa Leão XIII , em 03 . 02 .
tence ao Sr. Jacob Kniss e tem uma área 1900.
de 18.416 braças quadradas, está adjacs'n- 43 . Circular sobre as manifestações
te ao caminho público, distante da Vila religiosas (dia 03 de maio) em 09.04 .1900.
Brusque 3 km . 44. Circular sobre o Apostolado da
. '. Como o Vale de Azambuja é mu i- Oração , em 01.07 . 1900 .
to estreito e estéril , tendo em seu grêmio 45. Circular sobre o casams'nto reli-
só 9 pobres famílias italianas além da fa· gioso e civil , em 26 . 07 . 1900.
mília alemã do Sr . Jacob Kniss , a capel a 46. Mandamento sobre o ex-vigário
erigiu-se quase só de esmolas que se ofe· de Palmeira , em 25 . 07 . 1900 .
receram na velha capelinha dos romeiros 47 . Portaria que trata das faculdades
que vêm de longe para alcançar a graça concedidas aos vigários e capelães "in
de Deus nas suas procissões pela inter- articulo mortis " , em 08 .09.1900 .
cessão de Nossa Senhora de Azambuja . 48 . Circular sobre a recitação do ro-
A nova capela que tem 10m de largura e sário no mês de outubro, em 01 . 10 . 1900 ,
14 de comprimento além do pres bitério, 49. Circular sobre a coleta de óbulos
agora está inteiramente acabada e paga ." pa ra a conclusão da Basílica de Lepanto
32 . a) Mandamento em 15. 10 . 1899 so- set embro-1900 .
bre o jejum (Indulto sobre o jejum e abs- 50. Provisão em favor do Pe. Ernesto
tinência em favor da América Latina a ser Consoni , coadjutor da Paróquia, em ....
cumprido no di a 06 de julho). 23 . 11 . 1900 .
b) Aditamento para evitar dúv idas e 51 . Portaria que trata da celebração
incertezas a respeito da esmola que os da missa noturna (dia 31 . 12), em ... . . .
fiéis devem dar em compensação da dis- 24 . 11 .1900 .
pensa do jejum e da abstinência, em 52 . Circular sobre as celebrações re-
22 . 10. 1899 . ligiosas na passagem do novo século, em
33 . Pedido do Pe. Antônio Eising das 25 . 11 . 1900.
dispensas que trata o Ds'creto-Indulto so- 53 . Carta pastoral que trata do Jubi-
bre o jejum e abstinência, em 09 . 11.1899 . leu, em 26.05.1901 .
34 . Tríduo e consagração ao Sagrado 54 . Carta pastoral que trata da Pro-
Coração de Jesus em 20 . 02 . 1900 . mulgação das Atas e Decretos do Concí-
35 . Carta Pastoral sobre o Concílio lio Plenário Latino-Americano, em 24 . 07
e Consagração da diocese ao Sagrado Co- 1901 .
ração de Jesus, em 21 . 11 . 1899 . 55. Circular sobre faculdades dos vi-
36 . Publicação no Boletim Eclesiásti- gários de mais de uma Paróquia, em . ...
co da Pastoral Coletiva dos Prs'lados Ame- 02 . 10.1901 .
ricanos, em 02 . 02.1900 . 56. Provisão em favor do Pe. José
37 . Publicação do 10 . número do Bo- Sundrupp, como coadjutor das Paróquias
letim Eclesiástico da Dioces e de Curitiba , de Brusque , São Sebastião da Foz do Ti-
em 05.01.1900. jucas , São João e Porto Belo, em 26 . 11.
38 . Mandamento sobre o Boletim Ecle- 1901.
siástico, em 31 . 01.1900 . 57 . Circular sobre o Jornal "Estrela ",
39 . Carta Pastoral 90bre as Escol as em 17 . 12 . 1901.
Paroquiais e Associação de Santo Antô- 58. Provisão Em favor do Pe . Antônio
nio, em 02 . 02 . 1900. Eising no cargo de vigário encarregado

184 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


das paróquias de Porto Belo, Tijucas e São 62. Mandamento ordenando algumas
João Batista, em 30 . 11.1901 . obras de piedade em homenagem ao Ju-
59. Circular que trata das modifica- bileu Pontifício de Leão XIII., em 10 . 02 .
ções dos Estatutos da Irmandade de San- 1902.
to Antônio, em 24.12.1901. Termo de encerramento do 1°. Livro:
60. Circular sobre lindUJlgências em As noventa e cinco folhas que tem
favor da dita Irmandade, em 27.12 . 1901 . este livro foram todas numeradas e rubri-
61. Pastoral Coletiva dos Bispos, da cadas com a rubrica - Pe . Alberto -
Província Meridional do Brasil (Rio de Ja- que encerro . Do que lavro este termo.
neiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Ma-
riana, Petrópolis, Curitiba e Pouso Alegre), Brusque, 29 de agosto de 1895
em 12.11.1901. Pe . Alberto José Gonçalves.

Aconteceu... há 50 anos passados


(Notícias copiadas das páginas do jornal "A Nação" - 1943-1980)

- DIA 30/05/1946 - No Palco do Teatro Carlos Gomes apresentou-se' em noite


de gala a soprano gaúcha Alma Orlikowski, oferecendo um espetáculo inesquecível
para a época.
- DIA 02/ 06/ 1946 - No saguão do Teatro Carlos Gomes foi inaugurada expo-
sição de pintura do então consagrado artista plástico Jorge Neider.
- DIA 03/06/1946 - No Palco do Teatro Carlos Gomes, aconteceu bela noite
de arte, com o recital de canto do barítono Silvio Vi·eira.
- DIA 04/06/1946 - A partir desta data, segundo o noticiário, o Clube AtléNco
Carlos Renaux, de Brusque', passou a participar dos certames oficiais da Liga Blume-
nauense de Desportos, por decisão tomada por sua diretoria, desligando-se do certa-
me da Federação Catarinense de Desportos .
- DIA 09 / 06/1946 - Em jogo amistoso com a equipe do Guarani, de' Itoupava
Norte, a equipe titular do Palmeiras perdeu pela contagem de 4 a 2.
- DIA 12/ 06/1946 - O barítono Silvio Vieira, após seu grande sucesso na prl:
meira apresentação no Teatro Carlos Gomes, voltou a cantar em Blumenau, desta
vez no palco d.o Cine Busch , perante numerosa platéia e recebendo fartos aplausos.
- DIA 16/ 06/1946 - O destaque do jornal neste dia foi a exposição, em Blu-
me'nau, desde 09 / 06, no andar térreo do prédio do H . Willecke, à rua 15 de Novembro,
da limousine .. Champion", produzida pela fábrica norte-americana da Studebacker.
- DIA 17/ 06 / 1946 - Neste dia faleceu em Joinville o intelectual jornalista
Augusto Montenegro de Oliveira, da redação do jornal .. A Notícia", cidadão muito esti-
mado naque,la cidade .
- DIA 22 / 06/ 1946 - O Clube Náutico América realizou seu tradicional Baile
de São João, coI1) a presença de grande número de associados, sendo as danças ca-
denciadas pelo afamado Jazz ELITE , de Corupá . * * * No Colégio Santo Antônio, foi
realizada uma sessão cinemotográfica, com a apresentação do filme' .. O Este contra
o Leste" . * * * Neste mesmo dia , falec ia em Blumenau o estimado cidadão Pedro
Christiano Feddersen , que emigrou para o Brasil em 1879 . Casou em São Paulo com
Da . Ella , em 15 de novembro de 1881 . Teve oito filhos . Deixou g·rande acervo de
bons serviços prestados em prol do progresso de BlulTlf:nau e da região .
- DIA 24/06/ 1946 - Jogando contra a equipe de futebol do C.A. Britãnia, de

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


Curitiba, a equipe do Grêmio Esportivo Olímpico empatou por O x O, A equipe do
Olímpico jogou com Waldir, Arthur e Arécio; Piska , Pilolo (Kunitz) e Jalmo; Nadinho,
Braulio, Helio e Brito ,
- DIA 25/ 06/ 1946 - Em sua segunda aprs'sentação na excursão que fez a Blu-
menau, a equipe de futebol do Britânia, de Curitiba, foi derrotada pela equipe do
Palmeiras por 2 a 1, O Palmeiras jogou com: Oscar , pfau e Schramm ; Boia, Emilio e
Doquinha; Nicácio, Teixeirinha, Lazinho, Abreu e Saulzinho ,
- DIA 30 / 06/ 1946 - O jornal denuncia a divs'rsidade de preços do remédio
Malariolisina, para combater a malária que, na época , grassava em Blumenau e na
região, Verificando nas diversas farmácias locais, foram constatados os seguintes
preços para o mesmo produto, com a mesma quantidade de comprimidos: Cr$ 20 ,00 ,
Cr$ 25,00, Cr$ 36,00 e Cr$ 40,00,

A vida de descendentes alemães no


Hinterland e o auxílio da Mãe Natureza
W. H. TbNJES

Os que escolheram regiões afasta- Nestes lugares planta-se tudo para


das de centros urbanos ganharam ou tornar a família auto sustentável. Os
compraram terras quase de graça . Tive- mantimentos são guardados em lugares
ram, por conseguinte, que adaptar-se a não hermeticamente fechados. Há roe-
Natureza aproveitando de melhor jeito dores causadores de prejuizos de monta
o disponível. À noite, velas, candeeiros, e gatos não são disponíveis pois são de-
lamparinas na iluminação; cozinha com vorados por outros animais maiores. Os
fogão a lenha, água das chuvas ou dos cães são mais para guarda e caça e nem
mangues ou de córregos ou rios disponí- sempre ágeis para enfrentar camundon-
veis. Até recentemente o banheiro fica- gos e ratos. Estes animais vão de uma
va fora de casa com sistemas de tábuas propriedade agrícola a outra devorando
com aberturas redondas. Contra mo,;- o que alcançam. De repente aparece ela,
quitos, folhas esmagadas de eucalipto a anti-praga. Ela passa entre as frestas
cheiroso, esfregadas na pele e a queima da casa, em orifícios redondos; seu COI-
de madeira resinosa para afastá-los. po esguio e roliço penetra tão bem como
Os mosquitos costumam chegar ao num buraco quadrado e ela sobe a5 pa-
anoitecer e a defesa é fechar a casa antes redes de madeira e atinge o sótão a pro-
deste horário. Os borrachudos e botucas cura dos roedores. A cani nana. Esta
são uma praga e ganha quem avista o cobra é amiga dos colonos e o rastejar
outro primeiro, quer dizer: a gente tem ouvido é visto com tranquilidade pelos
de ficar de olho no corpo exposto e las- caseiros. Quando nada mais encontra a
car um tapa no inseto. cobra caninana some tão rapidamente
Com o advento da eletricidade em como chegou. Cetra vez uma cobra de
alguns lugares, melhorou a qualidade de quase dois metros atravessava o quintal
vida do agricultor. Nas costas catarinen- frequentado por galinhas caipiras. As
ses no norte do Estado há lugares ainda penosas jamais tinham visto um verme
inóspitos e dá para ter-se uma boa im- tão comprido. Cacarejando entre si co·,
pressão de como se vivia antigamente. mentavam a aparência do réptil e mais

j86 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


bípedes vieiam ver â rastejadora. For- diatámente as batedorás cotnuntcalft às
mou-se uma fila do lado direito da co- outras e uma rápida coluna atravessam
bra e uma fila do lado esquerdo do rép- o obstáculo. Elas sabem a direção a se-
til e assim aquela enorme procissão foi guir e vem pelo cheiro. Refestelado nu-
de um lado do quintal ao outro lado ma poltrona às 10 da noite, vendo tele-
com aquele verme longo demais para visão, senti repentinamente desconforto
ser bicado caminhando lentamente num e olhando bem, vi uma carreira de for-
quadro digno de ser visto e filmado. migas vindo em minha direção. Dado
Lá adia.nte, com os galináceos emitindo o alarme, todos se levantaram e sairam
có. .. có.. cóóóó... a serpente enfiou- da casa esperando a vez das formigas
se num buraco de cerca e desapareceu. por seu turno se retirarem. Se as pes-
soas dormem, as formigas passam pelos
A HIGIENIZAÇÃO DOS LOCAIS mosquiteiros e expulsam os dorminhocos
Elas vem com força total e orgam· altas horas da noite.
zadas em colunas. Feitas as contas po-
de-se dizer que se numa caixa de abe- OS BATRÁQUIOS E
lhas há dezenas de milhares delas, então MICRORÉPTEIS
são milhões as formigas vindas do ma-
to. As formigas são carnívoras e mar- As pererecas, noutras épocas, uma
cham atacando a todos e tudo o que lauta refeição para os répteis, grudam
for comestível. Este fenomeno é chama- nas paredes e, andando de uma parede
do de corrição, e caminham um alqueire a outra, alimentam-se de insetos que
por dia (dados de roceiros). De cor mar·· procuram as proximidades de lâmpadas.
rom ou preta estes pequenos . animais Os humanos sabem do seu valor e as
invadem as casas e vão preferencialmen- respeitam. As lagartixas são igualmente
te a cozinha ou despensa. Baratas e la- úteis e engolem insetos que incomodam.
gartixas, cupins menos desavisados, ュッセᆳ Mini-saurios pré-históricos, oferecem o
quitos, borrachudos, besouros, aranhas rabo em caso de perigo, e um bicho
カ・ョッセ。ウ@ ou não, tentam escapar pu- maior atraido ataca o rabo que se des-
lando ou voando. Onde porém, caem ou prende do corpo, dando tempo para a
pousam lá também, estão outras carní- lagartixa fugir .
voras que prendem os insetos pelas pa-
tinhas e num instante o trucidam só so- AS ANDORINHAS
brando as asinhas. Tive ocasião de ver
uma espécie de enorme aranha destas No verão, é grande a revoada dos
que dão medo ser atacada ou devorada. cupins saindo das frestas das casas de
As formigas tingem de cor diferente um madeira nos sítios. Não se utiliza ーイッ、オセ@
pasto de 20 x 15 metros e o verde do to químico para combatê-los. Entram
campo se movimenta mesmo sem vento. em ação os pássaros. Pousados em lo-
Quem observa este tapete vivo marchan- cal estratégico ao por do sol, as amlori-
do pensa poder pisotear as pequenas ter- nhas em vôo contínuo e rasante atacam
ríveis; é todavia enganoso este proceder. os cupins, voadores e voltam a ーッオセ。イ@ na
Elas sobem pelas botas e bastam algu- quina da casa, aguardando :lova remcs-
mas picadas para a pessoa abandonar a sa de alimento voador, o qual con: inCla-
luta. mente sai dos orifícios da madeira não
cortada na fase da lua correta. A ma-
Usa-se cal virgem espalhada ao re- deira cortada na lua certa é impermeá-
dor da casa toda como meio de impe- vel à ação de insetos roedores.
dimento da ação dos seres. Cai porém, Este espetáculo proporcionado pela
U!ll galho de árvore ou folha seca e ime- Natureza é impressionante e acaba quan-

- 187

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


do o 61tirno cupim abandona a casa. As galinhas costumam liquidar com
Vendo a inexistência de mais cupins, as escorpiões e aranhas, permanecendo o
andorinhas partem. terreiro limpo destes perigosos seres.
A cobra escura de nome mussurana, po-
AS POÇAS D'ÁGUA E licía o quintal a procura de outras co-
BANHADOS bras venenosas como coral e jararacus-
sú. Enquanto que a mussurana receia
São criadores de mosquitos . No ins- o ser humano, a urutú o espera no ca-
tante em que aparecem piavas, muitos minho e ataca jogando para frente, no
dizem, trazidas peJas garras enlameadas comprimento de seu corpo, como uma
de passarinhos adoradores de pequeno mola, no intuito de morder o colono
banho nestes lugares, as larvas de mos- que, corre ou procura acertá-Ia com um
quitos desaparecem ; alimento preferido pau.
pelos peixinhos, habitantes destas p'lÇ'iS
d'água . Narrado por Cesário Wick, apicultor

GENEALOGIA das famílias


Gehrent - Schmidt e Silva Gorges
(Continuação)

Q1-18 - Diva Regina Mees Stringari - Nat . Joinville.


Q2-19 - José Roberto Stringari - Nat . Joinville .
T11-190 - Zulma Mees - (Itajaí) , n . 26.10.1944 - cc Laerte Santos .
B3-181 - José Meurer - Frei Bartolomeu, + no bairro Pari, SP . Previu o dia
de sua morte - f. João José Meurer e Filomena Ge·rent .
B4-182 - Lydia Meurer (SAI) - cc Nicol au Turnes, c/ sucessores .
B5-183 - Leopoldo Meurer (SAI) - cc Mari a . .. c/ m filhos. A filha Elza é
funcionária da matriz São Paulo Apóstolo, onde reside - BI .
N4-79 - Augusta Gerent, n . 06 . 02 .1882 - Spa, f . Pedro João Gerent, n.
21.08.1854 e Ana Schmidt, n . 30.09 .1 857 - n/ p João Gerent, n . 1822 e Ana Maria
Waltrich, n . 1821 - n/m Nicolau Schmidt, n . 1815 e Margarida Bins, n. 1819.
Augusta Florentina + em 1975, c/ 93 anos. Em 22 . 03 . 1907, caso SAI - cc
Pedro Durieux. n. 08 .02 . 1886 - Itajaí, f. Luiz Durieux e Maria Werner, + em 1941
- SAI. Pais de 8 filhos :
B1-184 - Aloysio Durieux, n . 14.05 . 1908 - Frei Odorico, O . F.M . Convento
de Santo Antônio - Blumenau/ SC.
B2-185 - José Durieux - Coqueiros/ FI . - viúvo de Undina Schweitzer, c/ m
filhos .
B3-186 - Maria Augusta Durieux - FI. - viúva de Romeu Melquíades de Souza .
B4-187 - Pedro Durieux Jr . - Joinville - cc Iracema Souza .
B5-188 - Edelberto Durieux, + peq.
B6-189 - Bernadete Durieux, + solt.
B7-190 - Edelberto Durieux li , + c/ 2 anos.
B8-191 - Aloysio Afonso Durieux - cc Vandera Braun (viúva) - BI .
N5-80 - Leopoldo Augusto Gerent, n. 1884, f. Pedro João Gerent, n. 21.08.1854
e Ana Schmidt. n . 30 . 09 . 1857 - n/ p João Gerent, n. 1822 e Ana Maria Waltrich,
n. 1821 - n/m Nicolau Schmidt, n . 1815 e Margarida Bins , n . 1819 .

- 188-

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Em 18 . 02 . 1905, cas o SAI, L 7, fI. 40, T 5 - cc Maria Thiesen, n . 1883, f . Car-
los Thiesen e Joaquina Michels . Pais de 15 filhos .
Bl-192 - Maria Gerent - cc Leopoldo Klein - Jaraguá do Sul - cjm filhos.
B2-193 - José Carlos Gerent, (AstorgajPRj - cc Edith Lehmkuhl. Pais de 9
filhos:
Tl-191 - Wilma Gerent - cc Alilio.
T2-192 - Ivone Gerent - cc Otacílio - AstorgajPR.
T3-193 - Nelson Gerant - Fazendeiro .
T4-194 - Valdir Gerent .
T5-195 - Marlene Gerent.
T6-196 - Mauri Gerent - Joinville - Bancário .
T7-197 - Carlinhos Gerent - Joinville - Rep . Consul .
T8I-198 - Adilson Gerent - P. A.
T9-199 - j。ゥセ@ Gerent - cc Aurora - Adv. - Joinville
83-194 - Augusto Gerent, + 1942 - Jaraguá do Sul - cc Emília Vasen -
cj3 filhos.
B4-195 - Verônica Gerent (T. Martins) - cc André Vicoski.
B5-196 - Pedro Gerent (T. Martins) - cc Maria Klein . Pais de 9 filhos (3 +) .
T1-200 - Erika Gerent - cc Simplício Freiberger.
T2-201 - Osmar Ge·rent - cc Elvira Picoli - (Parente do Pe. Alberto Piazera).
T3-202 - José Gerent - cc Ivone Stinger .
T4-203 - Arnaldo Gerent - cc Cecília Ferreira .
T5-204 - Erondina Gerent - cc Silvério Abreu.
T6-205 - Lourdes Bernadete Gerent - solt .
B6-197 - Bertildes Gerent - cc Victor Vicoski.
B7-198 - João Gerent - cc Maria Spíndola.
B8-199 - Fridolino Gerent, + cj Diabetes .
B9-200 - Ernestina g・セョエ@ - Irmã Marisa - Colégio Mãe de Deus, LondrinajPR.
B10-201 - Antonio Gerent, + cj Diabetes .
B11-202 - Aloysio Gerent - (Grota Funda, ItapocuzinhojJaraguá do Sul), filho
da 2a . esposa de Leopoldo Augusto Gerent e Leopoldin'a Longen .
B12-203 - Rainildes Gerent - cc . . . Correa .
B13-204 - Teresinha Gerent - Joinville.
B14-205 - Eugênio Gerent - Entrada de Joinville.
B15-206 - Mário Gerent.
N6-81 - Rosalina Gerent, n. 1885, f. Pedro João Gerent, n. 21 .08 . 1854 e Ana
Schmidt, n. 30 . 09.1857. Em 18 . 11.1907, cas o SAI, L 8, fI . 23, T 61 - cc José KU,h-
nen, n . 1880, f . João Kuhnen e Maria Michels. Pais de 9 filhos:
Bl-207 - Clotilde Kuhnen, n. 04.04.1909, + 29.06.1935 - cc Adolfo Junglos,
+ 18.11.1937 - cj2 filhos .
B2-208 - Arnoldo Kuhnen, n . 02.05 . 1911, + 09.09.1961 - cc Cecília Bôing,
+ 17 . 05 . 1991 - cj14 filhos.
83-209 - Adelina Kuhnen, n . 08.02 . 1914 - cc Henrique Junglos, + . 10 . 1978
cj12 filhos .
B4-210 - Lydia Kuhnen, n . 19 .06 . 1916 - cc Adolfo Vandressen, + 1987 ;--
cj 6 filhos.
B5-211 - Vend'elino Kuhnen , n . 08.02.1919 - cc Irene Sibila Rode, n. 01.08.1923
ej 9 filhos. V Ramos .
B6-212 - Maria Kuhnen, n . 10.04.1921 - cjl filho.
B7-213 - Leopoldo Kuhnen, n . 01 . 08.1923 - cc Tabita Ern, n. 08.01.1927, em
- j89.-

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12.07.1947 - c/ 11 filhos . Mora em Curitiba / PR, Rua: Santa Regina , 253 - Capão Ra-
so - fone : 041-246·0260 .
T1-206 - Maria Antonia Kuhnen , caçula .
B8-214 -lindolfo Kuhnen, n . 31 . 05 . 1926. Em 31.10 . 1948 - GC Rainilda Bôing-
c/7 filhos .
B9-215 - Dorvalino Kuhnen , n. 20 . 10.1928, ia. vez cc Maria Longen - c/ 6 filhos;
2a . vez cc Ursula - c/ i filho.
N7-82 - Albertina Gerent, n. 19.06.1889, em S. Joaquim e + a 26.04.1964 -
SAI - f . Pedro João Gerent, n. 21.08.1854 e Ana Schmidt, n. 30 . 09 . 1857, Spa-
cc Guilherme Hünttemann, viúvo de Catarina Mees - nat. de Teresópolis - f. José
Hünttemann e Ana Maria Theodora Leklen, + a 08 . 01.1943, em SAI - c/ 72 anos,
n. 1871 . Ob. SAI- L 7, fI. 31, T 1 .
Em 14.09.1918, caso SAI - L 9, T 29 . Casou-se c/ Albertina Gerent, com
quem teve 5 filhos:
B1-216 - José Guilherme Hünttemann cc Margarida Zimmermann. Pais de
10 filhos:
T1-207 - Aloísio Hünttemann - cc Lúcia da Silva .f. João Silvino da Silva e
de Holindina Tomázia de Freitas - c/ 6 filhos .
T2-208 - Adolfo Hünttemann cc Antonia Hünttemann.
T3-209 - Sérgio Hünttemann - cc Goreti Santos, f. Diloca Adelino Santos e
Irene Santos - c/2 filhos.
T4-210 - Sílvio Hür:ttemann - cc Onilda Seemann c/3 filhos.
T5-211 - Tadeu Hünttemann - cc Zita Battistoti, f. Mário Battistoti e Olga
Gerent - c/2 filhos .
T6-212 - Teófilo Hünttemann - cc Lourdes Hünttemann - c/ 2 filhos.
T7-213 - Marlene Hünttemann - cc Gerson Duarte, f . Gercino Duarte e Emí-
lia Duarte - c/2 filhos.
T8-214 - - Maria de Fátima Hünttemann - cc João Francisco de Soula Neto,
c/2 filhos.
T9-215 - Marcia Regina Hünttemann - cc Ricardo Guilherme Deucher, f . Jo-
nato Henrique Deucher e Nilza Broering - c/ 2 filhos.
T10-216 - José Afonso Hüntemann - cc Iraci Hüntemann - c/ i filho.
B2-217 - Maria Hüntemann - cc Orlando Becker, f. Pedro Becker e Clara
Becker - c/11 filhos:
T1-217 - José Adolfo Becker - cc Aparecida Lenfers - c/5 filhos.
T2-218 - Selma Becker - cc Nilton Berkembrock - c/ 4 filhos .
T3-219 - Zilma Becker - cc Abelardo Coelho - c/ 4 filhos .
T4-220 - Heriberto Becker - cc Salete Broering - c/ 3 filhos .
T5-221 - GuidO' Becker - cc ligia Becker - c/3 filhos .
T6-222 - Zélia Becker, falecida.
T7-223 - Zelanda Becker_
T8-224 - Zuma Becker, falecida.
T9-225 - Rogério Becker - cc Aladi Bueno - c/ 3 filhos .
T10-226 - Betinha Becker.
T11-227 - Pedro Becker - cc Salete Becker - c/ i filho .
B3-218 - Verônica Hüntemann - cc Aleixo de Souza.
B4-219 - Ernestina Hüntemann - cc Fredolino Schmidt - c/ 8 filhos .
B5-220 - Bernadete Hüntemann - cc Celso Pedro Turnes - c/ 9 filhos.
Q1-20 - Luciane Hüntemann Garcia , f . José Pedro Turnes e Ana Maria Hünte-
mann - n/p Augusto Francisco Turnes e Dalila Maria Ventura - n/ m Aloisio Hün-

.190,......,

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


,
teMann e Luci da Silva - b/ m José Guilherme Hüntemann e Margarida Zimmérmann
cc Marco Aurélio Garcia, f . João Domingos Garcia e Otília Cândida da Cunha .
R. Servo Zilá Bossle, n. 5555 - Centro - SAI, SC fone: 0482 - 45-1148 .
N8-83 - José Gerent, n. 08 . 09.1894, Capivary/Tubarão - SC, f. Pedro João
Gerent, n . 21 . 08 . 1854 e Ana Schmidt, n . 30 . 09 . 1857 - Spa n/ p João Gerent, n .
1822 e Ana Maria Waltrich, n. 1821 - n/ m Nicolau Adão Schmidt, n. 1815 e Marga-
rida Bins, n. 1819 - b/ p Miguel Gerent e Ana Maria Pudinger, n . 1787, + 02 .06 .1863,
c/76 a., sep. em Biguaçu - C53V-8) Spa - b/ m João Pedro Schmidt, n . 08 . 09.1791
e Maria Madalena Wirschem, n . 1792.
Em 21.04.1917, caso SAI - L 9, T 19 - cc Leopoldina Lehmkuhl, n. 14.01.1898,
f . Augusto Antonio Lehmkuhl e Matilde Clasen. Pais de 13 filhos .
B1-221 - Rainildes Gerent, n . 03.02.1918 , Irmã Cl arissa descalça, Maria Filo-
mena do Amor Misericordioso - mosteiro N . S . dos Anjos - Ru a Jequitibá, 41
Gávea/R .J .
B2-222 - Pedro Gerent - cc Edwiges Schwinden , SAI - Fone: 45-1298 .
83-223 - José Gerent - cc Maria Rosar, Fpolis . - Rua Anita g。 イゥ「。セ 、ゥ@ 41 /
102 - Centro - Fone: 0482-22-2701 .
84-224 - Odete Gerent - cc Carlos Coelho , S . P. - Rua: Maestro Elias Lo-
bo, 293 - Fone: 011-887-4895 .
B5-225 - Valda Gerent - cc João Cláudio Santana, Fpolis .
86-226 - Olga Gerent - cc Mário Batistoti , n . 08 . 06 . 1916, + a 15 . 09 . 1985
- SAI.
87-227 - Maria (Mimi) Gerent - solt .
B8-228 - Wilmar Gerent - cc Aimée Ataíde, Fpolis - Fone : 0482-22-1305 .
B9-229 - Teresinha Gerent - cc Elídio Thiesen (falecido) - SAI.
B10-230 - Maury Gerent - cc Teresinha Thiesen - SAI .
811-231 - Zélia Maria Gerent - cc Zélio - (P . A.) RS.
812-232 - Antônio José Gerent - cc Alba Lehmkehl - Fpolis.
813-233 - Maria Salete Gerent - cc Afonso Della Rocca - SAI .
N9-84 - Clotilde Gerent (minha mãe), n. 03 . 06.1894 - Armazém - Tubarão!
se, + a 17 . 06.1964, c/70 anos em Blumenau, onde foi sepultada. A 18.03.1991, aber-
ta a sua sepultura, o seu corpo ainda se conservava intacto, todo rígido, após 27 anos .
Que Deus a tenha em sua Glória!
Clotilde era filha de Pedro João Gerent, n . 21 . 08 . 1854, Spa , + a 04 . 01.1924,
c/69 anos e Ana Schmidt, n . 30 . 09 . 1857, Spa , + em . 08 . 1895, c/ 38 a. - Arma-
zém/SC . n/p João Gerent, n. 1822, + 1855, c/ 33 anos - c.l 4 filhos menores - cc
Ana Maria Waltrich, n . 1821, f. Sebastião Waltrich , n . 1796, e Ana Maria Wilhelms
(Guilherme), n. 1787 - n/m Nicolau Adão Schmidt, n. 1815, Brohl/ Alemanha e Mar-
garida Bins , n . 1819 - b/p Miguel Gerent e Ana Maria Pudinger, n . 1787 e + a
02.06 . 1863, c/76 anos - sep . em Biguaçu (53V-8) Spa - b/ m João Pedro Schmidt,
n . 08 .09 . 1791, 8rohl/Alemanha, e + no começo de 1837, mais ou menos, quando
fazia a travessia do Estreito para Florianópolis, a barca virou com mais 7 ou 8 pes-
soas, iam à uma festa de N . Senhora, conforme tradição oral - cc Maria Madalena
Wirschem, n. 1792, etc .
Em 28.06.1919, cas o SAI , L 9, fI. 46V, T15 - cc Ernesto Marcílio da Silva, n .
13.03.1895, + a 13 .02 . 1979, BI. , c/ 83 anos e 11 meses - filho de Marcílio Manoel
da Silva, n . 30 . 07 . 1865, Spa, + 15 . 08 . 1947, Ang . , c/ 82 anos e Inez Gorges, n. 1865
em Santa Filomena, + 23 . 05.1937, Ang., c/72 anos - LC 4, fi . 121, T 117, n/'p
Manoel Fructuoso Ribeiro e Maria Luiza de Ramos, filh a de Manoel Machado Lopes
e Ana Caetano de Ramos, neta pat.erna de José Machado Lopes e Ana Joaquina e

191 セ@

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


néta materna de José I.:ourenço de Souza e Luiza Caetano de Ramos, n/ m Àntonio
Gorges, n . 05 . 07 . 1830, Spa (viúvo de Helena Ludwig) e Catarina Trierweiler, +
20 . 11.1912, c/79 anos, n . 1833, Spa, filha de Cristóvão Trierweiler e Catarina Kahl ,
n/m João Frederico Kahl, n . 1772 e Catarina Schmidt. n . 1773 n/ p Nicolau Trierwei-
ler e Catarina Hoffmann - n/m Fructuoso Ribeiro e Leocadia Rosa, filha de MANOEl
FHANCISCO DA SILVA! e Luiza Rosa do Nascimento .

Marcílio Manoel adotou o sobrenome SILVA, possivelmente do pai da sua avó


paterna, Manoel Francisco da Si Iva, bl m - Matias Gorges, n. 1795 e Margaretha
Laux, n . 1804 - tjpl Antônio Ribeiro, natural das Ilhas Graciosas, Allquipélago dos
Açores/Portugal e Maria de S José - t / m Antônio Gorges e Maria Prim . Pais de
11 fi lhos, (1 nati morto).
B1-234 - Maria Gerent da Silva, n . 12 . 05 . 1920, Ang ., + 22.11.1987, Sertão do
Imaruí, S.J. - sepultada em Spa.

Em 1948, cas. Ang . - cc Afonso Back, n . 08 . 08.1918 , R. Táboas - Ang .,


f. Nicolau Back e Berta Kreusch - n/i):> Fernando Back e Catarina Schwarz. Pais de
3 filhos.
T1-228 - Jaime Back, n . 06 . 10 . 1949 - Catuira, AW - div . de Alzira Maria Dias ,
c/2 filhos .
01-21 - Jair Back, n. 1968, Catuira , AW.
02-22 - Tânia Back , n . 1970, Catuira, AW.
T2-229 - Teresinha Back, n . 29 . 04.1951, Catuira, AW - cc Rogério Jõnk,
c/3 filhos .
01-23 - Marlei Jõnk, n . 06.11.1972.
02-24 - Vânio Jõnk, n. 17 . 11.1973 .
03-25 - Marcos Jõnk, n. 04.04.1976 .
T3-230 - Orlando Back, n. 16 . 01.1953, Catuira, AW - div. Sônia Perard , n .
27.10.1957 - c! 2 filhos .
01-26 - Max Back, n . 20 . 08.1978 .
02-27 - Márcia Back, n . 25 . 12 . 1982 .
B2-235 - Rainilda Clotilde da Silva, n. Ang ., 18 . 09 . 1921, + 14.12.1986, Blu.,
c/65 anos - sep . de Deoclécio Peneira c/ 2 filhas.
T1-231 - Albertina Pereira, n . 31.05 . 1954, + afogada em Camboriú , c/9 anos
- 1963.
T2-232 - Deonilda Maria Pereira - solt ., n. 11 . 03 . 1961 - Canelinha/ SC .
B3-236 - Aloysio Ernesto da Silva, n . 02 . 05 . 1923, Ang. e + 09 . 08 . 1940, c/
17 anos em Campinho, distrito d.e Boiteuxburgo. Morreu trabalhando, quando um
galho de árvore lhe caiu sobre ·a cabeça, quando fazia uma coivara .
B4-237 - Pedro Ernesto da Silva, n. 26 . 02.1925, Ang ., f. Ernesto Marcílio da
Silva e Clotilde Gerent.

Em 20 . 09.1956, cas . Belo Horizonte - cc Neuza Derenusson Teixeira, n .


28.06.1925 - Praça Barão de Drumond, .Rio de Janeiro - f. Alberto Martins Teixei-
ra, n. a 13 .01.1900 - Portugal e + a 25 . 05.1961, em Belo Horizonte, c/61, onde
foi sepultado no cemitério do Bonfim .

Evadiu-se, com seu .pai e outros irmãos, de Portugal, em 1910 para o Brasil,
devido a queda da Monarquia, chegando ao Rio de Janeiro a 20.03 . 1910 à bordo
do cargueiro Santos.
(Continua)

-192 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


FUNDAÇAO CULTURAL DE BlUMENAU
Inst ituída pela Lei Municipal nO. 1 . 835, de 7 de abri l de 1972 .
Alterada pela Lei Compl ementar nO . 108 , de 22 de deze mbro de 1995 .
Declarada de Utilidade Públ-ica Municipal pela Lei nO . 2 .028 , de 04/09/74 .
Declarada de Utilidade Pública Estadual pela Lei nO. 6 . 643 , de 03/ 10/85 .
Registrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas de Nat ureza Cultural
Registrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas de Natureza
Cultural do Ministério da Cultur.a , sob o nO. 42 . 002219/87-50, .
instituído pela Lei nO. 7 . 505, de 02/07/86 .
89010-001 B LU M E NAU Santa Catarin a

INSTITUIÇAO DE FINS EXCLUSIVAMENTE CULTURAIS

SAO OBJHlVOS DA FUNDAÇAO:


- Zelar pela conservaçã0 do patrimônio histórico e cultural do
município;

- Organilar e manter (') Arquivo Histórico do Município ;

- Promover a conservação e a divulgação das tradições culturais e


do folclore r.egional;

- Promover a edi9ão de livros e outras publicações que estudem


e divulguem as tradições histórico-culturais do Município;
Criar e manter museus, bibliotecas , pinacotecas, discotecas e
outras atiyidades, permanentes ou não, que sirvam de instrumento
de divulgação cultural;

- Promover estudos e pesquisas sobre a história, as tradições, o


folclore, a genealogia e outros aspectos de interesse cultural da
Município;
- A Fundação realizará os seus objetivos através da manutenção das
bibliotecas e museus, de instalação e manutenção de novas
unidades culturais de todos os tipos ligados a esses objetivos,
bem como através da realização de cursos, palestras, exposições,
estudos , pesquisas e publicações .

A FUNDAÇAO CULTURAL DE BLUMENAU , MANTÉM :


Biblioteca Municipal • Dr . Fritz Müller"
Arquivo Histórico • Prof . José Ferreira da Silva "
Museu da Família C010nial
Horto Florestal • édith Gaertner"
Edit8 a revista "Blumenau em Cadernos"
Tipografia e Encadernação .

DIRETORIA :
. Presidente : Al t air Carlos Pimpão
Diretor Administrativo-Financeiro : Valter T. Ostermann
Diretor de Cultura: Lygia Helena Roussenq Neves
Diretor Depto . Histórico Museológ ico : Su eli M . V . Petry

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC


Consórcio
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Para todo mundo. Em todos os tempos .

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

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