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Introdução

A prova do ENEM é composta por 4 áreas: ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza
e suas tecnologias; linguagens códigos e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias. Cada uma dessas áreas
é composta por 45 itens (questões) com seu respectivo nível de dificuldade. Para facilitar, vamos dividi-los em
fácil, médio e difícil. Além da redação.

A prova é dividida em 2 dias. O primeiro dia temos 05:30h para fazer e é composta por linguagens códigos e suas
tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias e redação. No segundo dia temos 05:00 para fazer e é composta
por ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.
A pontuação em cada área é calculada pelo modelo estatístico de teoria de resposta ao item, conhecido como
TRI. Em palavras simples, o objetivo da TRI é medir o nível de proeficiência do aluno, ou seja, a sua coerência
nas questões que acertou. Sendo assim, dois alunos que acertaram a mesma quantidade de questões podem tirar
notas diferentes, uma vez que acertaram questões distintas, mudando a coerência da prova de cada um.

Por exemplo:

Aluno 1: 10 acertos - 7 fáceis, 2 médias e 1 difícil.


Aluno 2: 10 acertos - 8 difíceis e 2 médias.

O primeiro apresentou maior coerência, do que o segundo. Pensando por esse lado, os acertos do segundo aluno,
poderia até mesmo, ser considerado como chute. Porque?

A reflexão é simples: se você é capaz de fazer 8 questões difíceis, porque não consegue fazer uma questão fácil
que envolve habilidades e competências mais simples?

Podemos fazer a analogia com um corredor de obstáculos. Se ele consegue pular os obstáculos altos, faz sentido
que ela consiga pular também os de menor altura.
Muito bem, porque introduzi todos esses
aspectos sendo que o objetivo é estratégia de
prova? Porque precisamos entender esses con-
ceitos para ficar mais claro.

Talvez nesse momento já tenha surgido na sua mente a seguinte


pergunta: Felipe, como vou saber se uma questão é fácil, média
ou difícil?
Irei explicar qual a diferença e também como identificar essas ques-
tões em breve.

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Estratégia de prova
Antes de começarmos, devemos nos fazer a seguinte pergunta:
“Porque ter uma estratégia de prova para o ENEM?”

Uma estratégia em geral é usada para otimizar algo. E ai pensamos:


“Otimizar o que na prova Felipe?”

Otimizar o tempo de prova e a teoria de resposta de item ao seu favor. Como? Direcionando nossas energias para
as questões fáceis, médias e depois as difíceis.

A estratégia possui esse fundamento. Vamos aprender qual é a melhor forma de fazer isso.

Então, só para ficar mais claro, imagine o seguinte: eu vou te dar duas provas iguais, porém com diferente ordem
das questões. A primeira prova as questões estão em ordem aleatória (como no ENEM). A segunda prova está
na ordem da questão mais fácil para a mais difícil.

Qual das provas você gostaria de fazer?


Certamente você optou pela segunda.

Sabe por quê?


Porque você já estaria no fundamento de dedicar sua energia nas questões fáceis, depois média e depois difíceis.

“Entendi Felipe. Mas como podemos fazer


isso?

Como aplicar na prática uma estratégia


com esse fundamento?”

Serão duas etapas para serem aplicadas.


Lembrando que essa estratégia é para o segundo dia e devemos começar obviamente por Matemática.

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Etapa 1
Marcar algumas questões para fazer depois.
Quais questões devo marcar para fazer depois?

1 Questões que você não saiba fazer;


2 Questões difíceis;
3 Questões demoradas, que exigem mais tempo para resolver (em geral são difíceis).

Felipe como eu sei o nível


de dificuldade de uma
questão?

Para não entrarmos em termos técnicos, pense o seguinte: em geral as questões difíceis, são
questões que envolvem habilidades e competências complexas e possuem mais etapas para
resolução da questão. Por outro lado, uma questão mais fácil, exige habilidades e competências
mais simples e menos etapas para a resolução da questão.

Felipe, entendi, mas não


ajudou muito.

Há alguns conteúdos que só de batermos o olho já tem grandes chances de sabermos o nível de
dificuldade. Podemos destacar como as materiais mais difíceis; Trigonometria, probabilidade, análise combina-
tória, função do segundo grau, função logarítmica e geometria analítica.

Um ponto muito importante para ressaltar é que matemática básica é um conteúdo muito amplo que abarca
outros conteúdos menores.
Os conteúdos de matemática básica são divididos em: razão e proporção, porcentagem, unidade de medida,
escala, matemática financeira, interpretação de gráficos, lógica e MMC, MDC e quantidade de divisores

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Felipe, mas como eu melhoro
ainda mais nesse aspecto de
identificar o nível de dificuldade?

Conhecendo cada vez mais os padrões do ENEM. Isso requer uma maturidade que vamos tendo à medida que
vamos analisando e resolvendo exercícios também.

Então, retomando, vamos marcar algumas questões para fazer depois.

Exemplo: você começou (questão 136) e chegou ao final (questão 180) e marcou 4 questões para fazer depois.

Questões 138, 151, 168 e 177. Após chegar no final, você vai voltar e tentar fazer essas questões. Ficando um
tempo prudente em cada uma delas. Quando eu digo tempo prudente é para não ficar obstinado e tentar resolver
a qualquer custo. Cuidado.

Talvez nesse momento você esteja se perguntando: “Quantas questões vou marcar para fazer depois?”

A resposta é aquela que você odeia: “depende”.

Depende de que? Do tempo que você leva em geral para fazer 45 questões de matemática. Talvez você já saiba
do tempo médio que você gasta ou talvez não. Caso não saiba, recomendo pegar um simulado com a “pegada
do ENEM” e cronometrar o tempo que você gasta.

• Se estiver gastando menos de 2:45, recomendo marca entre 3 e 4 questões para fazer depois.
• Se estiver gastando entre 2:45 à 3:00, recomendo marcar entre 5 e 6 questões para fazer depois.
• Se estiver gastando acima de 3:00, recomendo marcar entre 7 a 9 questões para fazer depois.

ATENÇÃO

Esses números não são rígidos. Ou seja, você pode marcar algumas a mais e
algumas a menos. Isso é para te dá um norte. Mas obviamente que se você
estiver gastando 3:20h por exemplo no simulado e está marcando somente
2 questões, você está fazendo muito errado.

Algo comum que eu observei após corrigir centenas de simulados individuais


com essa estratégia, foi que alguns alunos têm receio de marcar algumas
questões para fazer depois. Não deixe que isso te impeça de aplicar a estra-
tégia. Com o tempo esse receio some.

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Concluímos a nossa primeira etapa da estratégia. Diria que até aqui é a parte para os iniciantes – intermediários.
Lapidando bem essa parte, vamos conseguindo gastar melhor nossa energia nas questões para otimizar o tempo
e o TRI ao nosso favor.

Vamos agora para a segunda etapa da estratégia de prova. Vale ressaltar que essa etapa só é válida quando já con-
seguimos reduzir o tempo em que fazemos um simulado. Já estamos fazendo em menos de 3:00. Caso contrário
não terá muito sentido aplica-la.

Recordando que outros aspectos ajudam a gastar menos tempo no simulado além da estratégia de prova. Como
por exemplo: melhorar no cálculo mental, conhecer mais os padrões do ENEM e saber outros métodos de reso-
lução como os que não são de forma analítica.

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Etapa 2
Marcar algumas questões para refazer depois.
Parece que você leu a mesma coisa que na etapa 1 né? Porém é diferente. A primeira etapa implica em
“fazer depois” a segunda etapa em “refazer depois”.

Essa etapa é ótima para quem, principalmente, costuma errar coisas bobas e cair em pegadinhas e distratores por
falta de atenção.

Nessa etapa vamos selecionar ao longo da prova, algumas questões para refazer. Quando eu digo refazer não
significa revisar. Significa fazer de novo. Novamente eu vou dizer. Significa fazer de novo.

Quer uma imagem que você talvez já pôde experimentar?

Se você faz uma redação nesse exato momento e imediatamente a re-lê,


dificilmente encontrará erros grandes. Talvez alguns erros de gramática.
Porém, se você focasse em outras coisas e voltasse 2:30h depois de escrever
a redação para analisa-la e revisa-la, você encontraria muito mais erros do
que se fizesse imediatamente.
E isso também acontece na parte de matemática. Se você faz uma questão
e refaz a mesma questão após uma, duas horas, é mais fácil de observar
algum erro ou pegadinha.

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Beleza Felipe, entendi.
Mas quais questões eu irei
marcar para refazer?

Você marcará de preferência as questões fáceis. Não tem problema se for uma questão média. Mas de preferência
questões fáceis. Aquelas questões que você faz e pensa: “tá fácil demais pra ser verdade” ou “acho que tem alguma
pegadinha, mas não consigo ver”. Porque refazer essas questões? Porque são questões que “valem mais pontos”
no TRI e são questões que exigem menos tempo para serem refeitas.

Felipe, e quantas questões


irei marcar para refazer
depois?

Te darei a resposta que você não gosta: Depende.

Nesse caso, quanto mais questões você conseguir refazer melhor. Podendo ir de 1 até 7 ou 8 questões. A ideia é
usar todo o seu tempo restante que você calculou para matemática refazendo as questões.

Sendo assim, vamos continuar o nosso exemplo anterior, porém aplicando a etapa 2. Etapa no qual já é parte
da estratégia avançada.

Exemplo: você começou (questão 136) e chegou ao final (questão 180) e marcou 4 questões para fazer depois
(questões 138, 151, 168 e 177) e marcou 3 questões para refazer (questões 137, 157 e 179). Para identificar,
coloque um circulo nas questões para fazer depois, e um quadrado nas questões para refazer.

Após ter marcado todas essas questões você irá voltar para tentar fazer as questões 138, 151, 168 e 177,
questões essas que são difíceis, ou que você não sabe ou que possa demorar mais. Após tentar faze-las,
irá refazer as questões 137, 157 e 179. Posteriormente pode já marcar no gabarito ou esperar ao final
da prova de ciências da natureza para passar tudo de uma vez pro gabarito.

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Para finalizar, vou trazer 2 aspectos muito importantes que fazem parte da estratégia de prova.

1 – Utilize as 05:00h de prova. Todo minuto vale ouro. Sei que no final da prova, nosso cérebro está derretendo
e a única coisa que a gente pensa é entregar a prova. Porém, é nesse momento que você tem que utilizar suas
últimas energias e continuar dando o seu melhor.

2 – Não seja obstinado em resolver uma questão. Marca para fazer depois. Tem alunos que eu tenho que falar isso
umas 159 vezes. Por mais que no fundo você saiba que se ficar ali muito tempo vai conseguir resolver a questão,
se for demorar além do tempo prudente, marca para fazer depois. Esse aspecto já destruiu muitas notas, porque
quem não leva isso em consideração e fica 15 minutos em uma questão, pode estar correndo um sério risco de
deixar outras questões sem nem serem lidas.

Tudo que eu disse até aqui é teoria. Você só irá compreender melhor se aplicar. Na experiência de analisar os simulados
com os alunos, depois de 3 simulados, pegamos o jeito e as coisas fazem mais sentido.

Perceba que em nenhum momento citei outras estratégias de prova por aqui. Poderia citar mais de 5 e apontar os pontos positivos e negativos
de cada uma. O foco é essa estratégia. A estratégia que observei ter melhor resultado depois de anos, aplicando em centenas de alunos e em
mim mesmo

Para facilitar o entendimento da estratégia eu vou deixar um formulário aqui. Para cada simulado que fizer você
levar em consideração e estar consciente do que tem que fazer em cada um.
Toda vez que fizer um simulado, preencha-o, e já vai com as perguntas apresentadas a seguir em mente.

Um ponto que você já sabe, mas vou frisar é o seguinte:

Existem 3 etapas:

1 Fazer o simulado (poucos fazem)


2 Corrigir o simulado (menos ainda fazem)
3 Analisar o simulado (quase ninguém faz)
4 Ter um debriefing para preencher para fazer uma análise profunda (somente aluno do xequemat)

E o fato de analisar o simulado, implica também em você observar o que você está errando e o porquê você está
errando. Se é falta de conteúdo, se é falta de atenção, se são erros em continhas. Analisar também o seu tempo
de prova, se as questões que você demorou mais tempo foi por ter ficado obstinado em tentar resolve-las ao invés
de marcar para fazer depois, etc...

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