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Tecnologia e Sociedade - S32

Derick Hamilton

Flávia Borba

1) Há no livro algumas poucas referências à televisão, novidade ainda não


consolidada naquela época. No entanto, Adorno e Horkheimer fazem suas
ponderações sobre esse novo veículo de comunicação. Retire de Dialética do
esclarecimento uma citação (indicar capítulo e página) e faça as suas
considerações a respeito do que indicaram esses autores sobre essa mídia.

RESPOSTA:

“Os próprios meios técnicos tendem cada vez mais a se uniformizar. A


televisão visa uma síntese do rádio e do cinema, que é retardada enquanto os
interessados não se põem de acordo, mas cujas possibilidades ilimitadas
prometem aumentar o empobrecimento dos materiais estéticos a tal ponto que
a identidade mal disfarçada dos produtos da indústria cultural pode vir a
triunfar abertamente já amanhã – numa realização escarninha do sonho
wagneriano da obra de arte total.” (Capítulo A Indústria Cultural: O
Esclarecimento Como Mistificação das Massas, página 58)

Os autores indicaram sobre a televisão que seria algo entre o rádio e o


cinema, ambos já consolidados na época, entretanto eles fazem uma crítica
sobre a banalidade que essa mídia traria para o público em relação a indústria
cultural. De fato, não estava errado, hoje em dia a televisão mais aliena o
espectador do que educa, mais prejudica na educação do que ajuda, pois há
muita informação desnecessária e até menos entretenimento sem qualidade.

2) Vamos celebrar a estupidez humana


A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião (...)

Trecho inicial retirado da canção “Perfeição” de Renato Russo (Legião Urbana),


escrita em 1993, que anunciava a catástrofe social brasileira, hoje agravada, e que
tem por radical o comportamento da sociedade e seus políticos. Retire de Dialética
do esclarecimento (fornecer capítulo) trecho que reforça essa reflexão de Russo, e
explique de forma concisa a sua própria reflexão.

RESPOSTA:
“Por isso, tudo o que daí resulta é natural: sua opressão, suas violências,
suas crueldades, suas tiranias, suas injustiças,... são, pois, puras como a mão
que as gravou; e quando ele usa de todos os seus direitos para oprimir o
fraco, para despojá-lo, não faz senão a coisa mais natural do mundo…”
(Capítulo EXCURSO II: Juliette ou Esclarecimento e Moral, página 48)

Não podemos naturalizar a violência em todas as esferas que essa palavra


abrange. Em 1993 quando Renato Russo escreveu a canção “Perfeição” ele
retratava, ironizando, um Brasil com muitos defeitos, muita violência e pouca
importância para as crianças e educação das mesmas, que no caso são
sempre o futuro da nação. Infelizmente, este cenário se agravou,
retrocedemos, a violência está aumentando cada vez mais, a banalização com
a educação está enorme. O trecho do livro Dialética do esclarecimento que eu
selecionei traz a ideia que muitas pessoas compactuam, a de que a crueldade
é algo espontâneo dos mais fortes. Isso me remete ao bullying, muito comum
nas escolas. As crianças mais fortes, mais descoladas e extrovertidas as
vezes usam disso para oprimir as mais introvertidas ou que saem um pouco
do padrão social estabelecido, e elas fazem com muita naturalidade, é um ato
comum nas escolas, entretanto nos últimos anos vem sendo condenado mais
fortemente.

3) Em Dialética do esclarecimento os autores Adorno e Horkheimer abordam


diversas anomalias sociais (anomias). Cite três delas, e utilizando três citações
(indicar capítulo, página), e também com suas palavras explique a forma de suas
abordagens em cada problema apontado.

RESPOSTA:

“Se a burguesia os enviou à guilhotina, a eles, seus políticos mais fiéis, ela
também baniu seu mais franco escritor para o inferno da Bibliotheque
Nationale.” (Capítulo: EXCURSO II: Juliette ou Esclarecimento e Moral, pag.
55)

A sociedade num período mais rígido e também marcado por brutalidades,


chegou ao ponto de definir pena de morte, que ainda hoje é existente, para
crimes ou ações, ao qual ela julga necessário. No caso da guilhotina, por
exemplo, levava as pessoas a temer o regime devido à brutalidade da ação.
Ainda hoje, na Indonésia, as pessoas são condenadas à morte por tráfico de
drogas.
“É a ausência de vínculos entre os habitantes das cavernas que explica a
ausência de uma lei objectiva e assim justifica a censura homérica da
desconsideração recíproca, característica do estado selvagem.” (Capítulo
EXCURSO I: Ulisses ou Mito e Esclarecimento, página 32)

O homem em sua condição “natural”, vivendo como um animal qualquer,


apenas seguiria seus instintos, seu intuito de sobrevivência. Não existe um
relacionamento, exceto a necessidade de procriação, alimentação, e tudo gira
em torno disso, tudo que for diferente vai ser considerado como ameaça.

“Na religião judaica, onde a ideia do patriarcado culmina na destruição do


mito, o liame entre o nome e o ser permanece reconhecido através da
proibição de pronunciar o nome de Deus.” (Capítulo O Conceito de
Esclarecimento, página 14)

É um produto das rápidas transformações sociais, perda da fé e das tradições.


Grande parte das sociedades vivem em função de leis determinadas a partir
de doutrinas religiosas, e seguem isso como uma realidade e o que “Deus”
disse ou “Deus” quer que você siga, há casos extremos, como o Talibã, que
seguindo o Alcorão, traz regras para a sociedade conforme as suas
convicções e pregadas através do terror.

4) No que se refere ao desenvolvimento tecnológico e econômico, de que forma


Furtado aborda a implantação das indústrias automotivas no Brasil, a partir do final
da década de 1950? Para explicar o fato, utilize, além de suas palavras, uma
citação presente no livro O mito do desenvolvimento econômico (apontar a página).

RESPOSTA:
Esse período foi marcado pela intensa participação do governo. A ideia foi o
processo de substituição de importações, então em um primeiro momento o
governo criou novos empregos para produção de bens populares. Porém,
como havia uma baixa procura por bens duráveis, devido ao poder aquisitivo
do brasileiro, houve uma queda na procura desses bens e um aumento do
preço. Segundo Celso Furtado (pag 105), “Este efeito negativo foi combatido
até meados dos anos 50 por ações do governo visando a reduzir os preços
dos equipamentos importados, por meio de taxas diferenciais de câmbio, e
objetivando também subsidiar investimentos industriais (particularmente em
indústrias que produziam sucedâneos de bens importados), principalmente
através de empréstimos com taxas de juros negativas.” Uma parcela desses
recursos tinham origem na política de melhoria dos termos de intercâmbio.
Isso ajudou as empresas produtoras de bens duráveis (o caso dos
automóveis) a obter lucro, mesmo operando com uma grande margem ociosa.
Quando esses termos de intercâmbio se deterioraram, o governo lançou uma
política de endividamento que manteve os subsídios e atuou em outras áreas,
com grandes obras públicas, e também com medidas em relação a
distribuição de renda, “a fim de produzir a qualidade ou perfil de demanda que
melhor se ajusta aos planos de expansão das grandes empresas de atuação
internacional e às expectativas da minoria modernizada.”

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