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Sem rituais, as uniões espíritas priorizam o amor e as afinidades existentes entre o casal. 

Então, os espíritas não se casam? “Casam!


 
A diferença é que não temos o ritual religioso. O casamento tradicional,
independentemente da religião é um ritual. E como não temos rituais, não há uma
cerimônia religiosa em um casamento entre espíritas”, afirma o professor e coordenador
de grupos de estudos espíritas Paulo Henrique Wedderhoff. Na realidade, o que importa
são as intenções pelas quais o casal decidiu se unir. E aí, deve-se colocar em foco o que
seria um princípio básico do Espiritismo: o amor.

Para os Espíritas, não é novidade ser a reencarnação um dos princípios básicos e mais
importantes da sua Doutrina; que a sua finalidade é a de proporcionar aos Espíritos
perfeição, progredindo sempre, para aproximar-se de Deus, conforme aprendemos em O
Livro dos Espíritos, na questão 132.
Nas questões 231 e 258, aprendemos também que, quando desencarnados e ainda
vinculados à Terra, são eles chamados de errantes e que, nesse estado, entreveem o que
lhes falta para serem felizes. É por isso que buscam os meios de atingirem o objetivo
almejado, escolhendo, eles mesmos, o gênero de provas que desejam sofrer. Nisso
consistem os seus livres-arbítrios. Quando lhes falta experiência para escolher, Deus supre
as suas inexperiências, por intermédio da colaboração dos bons Espíritos, Seus
mensageiros. 
São, em tese, esses os ensinamentos dos Espíritos superiores sobre a importância da volta
do Espírito à Terra, através das reencarnações sucessivas. São ensinamentos que nenhum
Espírita pode ignorar e deve entendê-los, nos seus meandros, para que possa assumir sua
parte de responsabilidade nos atos praticados, em sua vida terrena, na busca de sua
transformação interior, para melhorar sempre.

Sendo o casamento uma das provas mais importantes na vida de todos e, perante os
conhecimentos trazidos pela doutrina Espírita, somos levados a uma cogitação séria sobre
o casamento na ótica espírita. O objetivo é posicionar os interessados sobre a
responsabilidade de cada um, considerando a liberdade da mulher; a quase liberação do
sexo; o uso do anticoncepcional tornou-se prática fácil e moderna e a dissolução do
casamento, muitas vezes, é causada pelo simples desejo de inovação. 
Martins Peralva, estudioso do Espiritismo e bom entendedor dos ensinamentos constantes
da obra de Kardec, em feliz abordagem sobre o tema Espiritismo no Lar, constante do livro
de sua autoria, Estudando a Mediunidade, sugere a seguinte classificação dos
casamentos: 
“Acidentais: Encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem
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qualquer ascendente espiritual.


“Provacionais: Reencontro de almas, para reajustes necessários para a evolução de
ambos.
“Sacrificiais: Reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com objetivo de
redimi-la;
“Afins: Reencontro de corações amigos, para consolidação de afetos.
“Transcendentes: Almas engrandecidas no Bem e que se buscam para realizações
imortais.”
Tomando-se por base essa classificação, podemos deduzir que os Acidentais, quando duas
pessoas se unem, sem qualquer ascendente espiritual, onde funcionou apenas o livre-
arbítrio, na busca do sexo oposto, apenas para satisfação instintiva, tem início ali um
vínculo de comprometimento para o futuro, em próximas existências, uma vez que ninguém
tem o direito de lesar sentimentos alheios, sem que lhe seja imputada a devida reparação. 
Nos casamentos Provacionais, em que duas almas se encontram em processo de
reajustamento, necessário ao crescimento espiritual, esses que são a grande maioria na
Terra, o ensinamento trazido pelo Espiritismo faz luz para nos alertar sobre a sua
finalidade.
Essas uniões demonstram, de forma palpável, que não existem encontros afetivos, sem
raízes profundas nos princípios cármicos, onde as nossas responsabilidades são esposadas
em comum. Quando, ainda no mundo espiritual, programou-se, por motu-próprio (livre
escolha), o remédio, embora amargo, que precisa ser ingerido para o restabelecimento da
saúde espiritual, isto é, o acerto de contas reclamado por ambas as partes.
No livro de sua autoria, Fé, Paz e Amor, página 92, Emmanuel, o sábio amigo do médium
Chico Xavier, ensina: “Se encontrastes em casa, o campo de batalha, em que sentes
compelido a graves indenizações do pretérito, não te detenhas na dúvida! Suporta os
conflitos à própria redenção, com valor moral do soldado que carrega o fardo da própria
responsabilidade, enquanto se desenvolver a guerra a que foi trazido. Não te esqueças de
que o lar é o espelho, onde o mundo contempla o teu perfil e, por isso mesmo, intrépidas e
tranquilas nos compromissos esposados, saibamos enobrecê-los e santificá-los.”
Pensemos nisto: se contraímos dívida nos estabelecimentos bancários ou comerciais e, se
não pagarmos no vencimento, o nosso nome será encaminhado ao Serasa ou SPC e
ficamos com o nome “sujo”, sem direito a novos créditos. Para reaver o crédito e limpar o
nome, é necessário pagar a dívida.
O mesmo acontece com o Espírito encarnado, na vigência do casamento. Praticando erros
em prejuízo do outro cônjuge, fica sem crédito espiritual e só o reaverá, quando conseguir
resgatá-lo, atendendo Jesus, quando afirmou: “reconcilia-te com o adversário enquanto
em caminho com ele”. 
Fica claro que os Espíritas, que conhecem tudo isso, no seu interesse próprio, devem ver,
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no casamento provacional, a oportunidade bendita que nos é dada por Deus para o nosso
entendimento pacífico com os nossos supostos adversários, por nós mesmos lesados, em
outros tempos, e, agora, podermos nos entender, retirando da consciência o peso difícil de
ser carregado. 
A separação consiste no não cumprimento da programação anterior que se adia para outra
encarnação. Pode ser comparada com a Nota Promissória que, vencida, poderá ser
prorrogada, mas, com o ônus do acréscimo dos juros, multas e correções.
Sendo assim, verificamos que não é compensadora a separação, uma vez que demonstra
falta de inteligência e de bom senso. 
Para tanto, torna-se necessário que cada um dos cônjuges compreenda a importância de
sua participação empenhada no êxito resolutivo nas divergências. Assumindo, com boa
vontade e compreensão, a parte que lhes compete, receberão, necessariamente, uma
solução positiva. Isso é de Lei.
É importante olhar para dentro de si, com valor e humildade, admitindo a necessidade de
modificar alguma coisa, talvez, o comportamento com o outro cônjuge, perdoando-o,
tratando-o com afetividade, com indulgência, usando da caridade que enaltece e ensina a
amar. 
Se não fizer mudanças necessárias e continuar com o mesmo procedimento anterior,
permanecerá sofrendo aquilo que já sofria, isto é, as dificuldades de relacionamento
familiar, em prejuízo dos próprios filhos. Não agindo assim, estará, sem dúvida,
transferindo para encarnação futura a solução daquilo que pode resolver desde já.
A separação, portanto, torna-se necessária em casos extremos, quando a irracionalidade
de um ou de ambos os cônjuges não propiciar ambiente para entendimentos; quando a
convivência, ao invés de pacificar, cria maiores divergências, complicando, ainda mais, as
dificuldades para o bom relacionamento; quando as agressões podem causar prática de
crimes ou por adultério. Todavia, mais cedo ou mais tarde, as partes se encontrarão para
os devidos reparos, pois, nas Leis de Deus, só a prática do AMOR nos fará felizes.
A visão espírita sobre o casamento, cogitada, estudada e divulgada tem o objetivo de ser
útil, especialmente a quem tem conhecimento dos ensinamentos do Espiritismo e da
finalidade da encarnação na Terra. 
Trata-se de estudo sério, com a finalidade de colaborar, sem puritanismo. Ninguém de nós
está imune de provas e expiações. Todos somos portadores de muitos problemas que se
relacionam, muitos deles, com o tema desta explanação, sem nenhuma pretensão de fazer
doutrinação, pois o dever de fraternidade determina que sejamos amigos solidários, nas
alegrias e nas tristezas.

O Namoro
Todo o relacionamento conjugal precede de um determinado tempo de maturação afetiva,
marcado por um período denominado NAMORO.
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O Namoro, segundo a visão espírita, se traduz por suave encantamento, onde dois seres
descobrem um no outro de maneira “imprevista”, motivos e apelos para a entrega
recíproca, numa relação matrimonial e familiar.
No plano espiritual estes encontros são traçados obedecendo às Leis da reencarnação
entre espíritos que, possivelmente, já tenham partilhado experiências passadas a nível
afetivo e sexual.
Embora os estudos terrenos estejam propensos a designarem a atração entre dois seres
através da libido, não podemos negligenciar que esta ligação vai além do físico, pois
contamos com inteligências desencarnadas neste “jogo afetivo” resguardando e guiando
companheiros de experiência, volvidos à reencarnação para fins de progresso e
burilamento.

O Casamento
O Espiritismo ensina-nos que o casamento “é um progresso na marcha da Humanidade” e
que a sua abolição significaria o “retorno à vida animal”.
(O Livro dos Espíritos, Questões 695 e 696)

O casamento ou união de dois seres origina um regime de vida em comum pela qual duas
criaturas se confiam uma à outra no campo da assistência mútua, na criação e
desenvolvimento de valores para a vida implicando em direitos e deveres de um para com o
outro.
Para além da união física e moral, o ser liga-se a outro com um compromisso afetivo,
sendo estabelecido entre ambos um circuito de forças pelo qual se alimentam
psiquicamente de energias espirituais em regime de reciprocidade.
Quase sempre recebemos como cônjuge a quem muito prejudicamos no passado ou a quem
conduzimos ao desequilíbrio.
Há quem fuja à responsabilidade do matrimônio para evitar problemas ou sofrimentos
inerentes aos compromissos previamente assumidos no plano espiritual. Estará assim
adiando o seu resgate.
(Questão 298 do Livro dos Espíritos)
A maior parte dos relacionamentos matrimoniais que se distinguem felizes, só o são,
relativamente pelas afinidades de suas inclinações e instintos.
Apenas nas esferas superiores, advertem-nos a Espiritualidade, é que se encontra a
verdadeira união e reciprocidade entre os espíritos.

União Feliz
Quando dizemos que ansiamos para encontrar a nossa “cara metade”, estamos desejando
uma relação à dois feliz. Pensamos encontrar alguém que nos complemente de todas as
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formas.
Geralmente marcada por resgates de provas ou expiações, é o tipo de união mais propenso
no nosso estágio evolutivo. Com mais ou menos intensidade, dependerá de várias
condicionantes pretéritas para determinar a sua complexidade.
Nas ligações terrenas encontramos as grandes alegrias; no entanto é também dentro delas
que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações. Isto porque, embora
não percebamos de imediato, recebemos “quase sempre no companheiro da vida íntima os
reflexos de nós próprios”. (Emmanuel)
Através dos princípios cármicos – Lei da ação e reação – vamos resgatando nossos débitos
através das provas, tentações, crises ou situações expiatórias.
Aquilo que passamos hoje, possivelmente, fizemos o nosso companheiro experimentar no
passado.

As Responsabilidades Mútuas
Nos casos de aborto, a responsabilidade é comum quando de conhecimento mútuo.
Em casos de casais sem filhos, a causa poderá estar fundada em infertilidade de um dos
cônjuges, ou de ambos, resultando em instabilidade emocional a nível familiar. Ou no caso
de um dos dois não optar por filhos, tal gerará desentendimentos também a este nível.
Tanto na primeira como na segunda hipótese a situação é delicada e poderá ser
encontrada uma resposta através do passado espiritual.
Terapêutica: No primeiro caso a doutrina aconselha a adoção, pois nunca se saberá se os
laços espirituais estarão próximos independentemente da consanguinidade. No segundo, é
recomendada a paciência e o respeito pelo outro, ponderando em conjunto a melhor
solução para a manutenção da família.
O Respeito e a cooperação em casa, nos afazeres domésticos, são importantes detalhes
para a manutenção equilibrada e harmoniosa de uma relação conjugal. Principalmente,
nos dias de hoje, que os jovens casais fracionam o seu dia entre o seu trabalho profissional
e a casa e que, muitas vezes, se vêm confrontados com situações delicadas a este respeito.
A formação por parte dos pais, por melhor que seja, nem sempre se ajusta às necessidades
atuais, visto que as gerações vão modificando as suas expectativas.
A cooperação nas pequenas coisas deve ser constante na vida a dois, principalmente hoje,
na vida moderna.

Diálogo
Através do diálogo e bom senso, o casal passa a conversar acerca das suas diferenças e
mutuamente procuram um consenso.
A primeira condição para o sucesso do diálogo está em saber ouvir.
A falta de paciência de um dos cônjuges em ouvir o outro contribui para que haja mágoa,
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decepção, influindo negativamente no próprio relacionamento do casal.


E quando se diz dialogar é em tom baixo e respeitoso e não pendendo para a discussão.
Terapêutica: O diálogo é edificante, a discussão desestabilizadora.
É de tal conveniência para a harmonia do casal que tanto o esposo quanto a esposa
reservem sempre tempo para conversar, seja à noite seja fins-de-semana.
É preciso não permitir que o diálogo torne-se cada vez mais raro.
O casal deve saber ceder.
Na convivência conjugal, nenhum deve deixar prevalecer a sua vontade de forma
impositiva e nem deixar que o outro se anule para atender as suas exigências egoísticas.
Cada um tem a sua personalidade e consciência que precisam e devem ser respeitadas.
Nenhum tem o direito de cercear a liberdade do outro, desde que esta não corrompa o
respeito e as responsabilidades mútuas assumidas enquanto casal.
Infelizmente ainda possuímos o desejo de “limar” as imperfeições e defeitos do outro
segundo os nossos critérios e modelos mentais.
Devemos aceitar as diferenças com carinho, respeito e dignidade.

As Diferenças entre os cônjuges


Não esperemos que o nosso cônjuge não tenha defeitos. Todos os temos. Bastará algum
tempo de convivência para nos darmos conta dos defeitos dele e ele dos nossos.
A aceitação será o melhor caminho.
Sem dúvida o cônjuge poderá ajudar o outro a combater as suas más inclinações. Mas essa
ajuda terá que ser dada com muito cuidado, de forma amiga, respeitosa, longe de terceiras
pessoas, para não ferir a sua sensibilidade, caso contrário, será uma atitude
profundamente infeliz e deselegante.
Infelizmente, constatamos muito mais as atitudes constrangedoras.
Para o cidadão comum, deveria representar um código de ética as atitudes baseadas na
benevolência e indulgência; para nós espíritas, para além de um código de ética moral,
representa uma atitude cristã.
Outro hábito anticristão é o de utilizar expressões depreciativas para os defeitos do
cônjuge – incluindo
também as brincadeiras de mau gosto. As qualidades é que devem ser exaltadas
contribuindo para uma harmonia constante e admiração mútua entre o casal.

Alterações afetivas no Casamento


No princípio tudo é sonho – é Lua de Mel!
Depois o quotidiano se encarrega de moldar o nosso olhar para as experiências, retirando
o véu de ilusões. Em muitos casos a afeição perdura e amadurece. Mas em uma
esmagadora maioria a união se desencanta e aí verificamos se os cônjuges estão unidos
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verdadeiramente em espírito.
Com a chegada dos filhos, a situação agrava-se, pois o carinho e a afeição que está
dividida entre duas pessoas, passa a ser partilhada por mais.
O casamento repentinamente promissor “adoece”. Os desafios do quotidiano representam
conflitos, moléstias, falhas de formação e temperamento.

Ciúme
A união conjugal deve estar apoiada na confiança mútua, conquistada e não imposta.

Confiança:
Motivos de abalo
Pequenas mentiras
(muitas vezes antes do casamento)
Traição
(dificilmente a confiança é reconquistada)
O cônjuge ciumento fere profundamente o outro quando por motivos infundados,
arriscando o desgaste da relação e frequentemente provocando separações.
O ciumento é infeliz, vítima da sua insegurança.
Por outro lado, o cônjuge que é vítima do ciúme deve armar-se de muita compreensão para
evitar o desgaste e a dissolução do casamento.
A doutrina nos orienta ajudando-nos a entender que muitas causas reais de males e
aborrecimentos estão radicadas em vidas anteriores.
Terapêutica: Os cônjuges devem procurar a educação permanentemente para terem e
concederem liberdade ao parceiro sem que venham a abusar dela.
Caso o desajuste seja de difícil solução deve-se sempre ponderar saídas alternativas à
separação.

Crises na vida conjugal


Podem afetar ambos ou a um dos dois.
As causas podem ser as mais variadas, dentre as quais:
Problemas financeiros
(mais comuns)
Processo obsessivo
(não perceptível claramente)
Ambos os motivos podem gerar certa indiferença afetiva com evidentes repercussões no
relacionamento conjugal.
O casal, principalmente o espírita, deve estar preparado para enfrentar estes momentos de
crise, recorrendo a medidas preventivas que estão no Evangelho de Jesus, instruindo-se
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através das obras da codificação.


Problemas Financeiros – Costumam exercer grande influência no relacionamento
conjugal, quando:
O marido deixar de colocar à disposição do lar o dinheiro necessário para as despesas
normais.
Quando há controlo rígido por parte do marido acerca do dinheiro que disponibiliza para
a esposa.
Por vezes torna-se problemático a mulher ganhar mais que o marido.
Quando há escassez ou excesso de dinheiro que possa influenciar a estabilidade emocional
do casal.
A Doutrina Espírita fornece meios para que modifiquemos o nosso olhar para as diversas
situações problemáticas, através do entendimento do presente, considerando as provas e
expiações inerentes ao nosso passado espiritual. O ser ao deparar-se com a sua situação
de vida motivada pela compreensão dos fatos, tornar-se-á mais resignado e prudente na
sua conduta mental e ativa.
Estará mais motivado em todos os aspectos, fomentando a fé e a esperança no dia de hoje
para que o amanhã seja mais promissor.
Portanto, não há passividade e sim atitude pacífica de aceitação e na confiança de que
nada acontece por acaso.
Tanto na escassez como na abundância, o dinheiro representa um empréstimo que Deus
confere aos homens para o uso ao bem geral. Alimentando paixões é desvirtuar a
finalidade justa.
O dinheiro familiar deve ser empregue para a sua manutenção, sem deixar melindres tanto
ao homem como à mulher, de reter a sua pequena porção para o seu uso pessoal.
Problemas obsessivos – Tanto a vítima da obsessão quanto o cônjuge, na maioria das
vezes, nada percebem; porquanto os obsessores não criam o mal da vítima; apenas
identificam as tendências e as estimulam de forma intensa e persistente procurando
exacerbá-las.
Entre as várias consequências da ação obsessiva, a que ocorre com mais frequência é a

INFIDELIDADE CONJUGAL.
Os obsessores atraem para o obsedado, pessoas com necessidades afetivas e determinados
desejos sensuais.
Passada a fase de júbilo, de grandes satisfações, os obsessores mudam de tática levando a
vítima ao desinteresse gradual e à infelicidade incitando-o ao sentimento de culpa.
Terapêutica – Eis porque o casal deve cultivar o Cristo no Lar. O trabalho persistente na
seara do bem, a oração constante e a harmonia em casa, são recursos de valor inestimável
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para proteger a família das investidas das entidades infelizes:


” Vigiai e orai para não cairdes em tentação” – disse Jesus.

Separação
O homem da atualidade tem encarado com muita naturalidade a separação conjugal, não
exigindo motivos muito fortes para consumá-la – uma simples incompatibilidade de gênios.
À luz do Espiritismo, a separação se constitui em decisão muito séria, que só deve ser
tomada em situações extremas.
A maioria dos casamentos na Terra, por serem Provacionais, requerem muita renúncia
para serem levados até ao fim.
Frequentemente os casais confundem diferenças de gostos e ideais com incompatibilidade.
É muito raro que as pessoas não apresentem tais diferenças.
É necessário aprenderem a dialogar e a se respeitarem mutuamente, e assim poderão viver
em paz no lar. Mas o egoísmo leva o casal a agir de forma antagônica.
Sob o ponto de vista espiritual é recomendado o esforço para melhorar-se a si próprio,
tomando consciência dos seus defeitos corrigindo-os, auxiliará à melhoria da relação,
possivelmente convertendo aversões do pretérito em razoável amizade.
A separação não será solução pois significará o protelamento de reajustes indispensáveis
e, por conseguinte, a falência da união perante as Leis de Deus.
Quando envolve filhos, a separação pode significar profundas alterações de matriz
imprevisível, desviando-os do curso da própria vida, em situações por vezes debilitantes e
de graves consequências – vícios, desajustes psicológicos, etc.
Se for desejada por um dos cônjuges por fuga ao compromisso assumido, não haverá outra
alternativa senão aceitá-la pacificamente.
Neste caso, se a relação implicava reajuste, àquele que sucumbiu ao seu compromisso será
exigido resgate futuro.
Mesmo assim não devemos julgar os motivos de uma separação. Cada caso é um caso.

Romantismo
A preservação do romantismo é indispensável à consolidação da vida conjugal.
Muitas vezes o romantismo se dilui devido a vários fatores do quotidiano e envolvência
excessiva pela rotina diária, conduzindo o afeto mútuo ao engano através de decepções,
indiferença, desprezo, falta de diálogo, egoísmo, grosseria, maus tratos, infidelidade, etc.
A mente tem papel importantíssimo neste assunto. Se ela está voltada constantemente para
a pessoa amada, nosso sentimento para com ela aumenta, evolui.
Lembra-se quando você estava apaixonado pelo seu companheiro?
Pequenos gestos são importantes e afastam a indiferença que afeta corrosivamente a
relação a dois.
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É muito importante continuar com as suas “pequenas investidas” no seu parceiro, tal
como no princípio, mantendo a chama acesa.
Se a fase da vida não lhe permite vivenciar este romantismo, seja qual for a razão, então
encontre na amizade e carinho pelo seu parceiro o caminho para o mais elevado
sentimento de amor espiritual, dando-lhe muita ternura de forma prazerosa sem nada
querer receber.
Jesus nos ensina que onde está o nosso tesouro aí está também o nosso coração.
Se um cônjuge considera o outro o seu tesouro, com ele estará o seu coração e toda a sua
afetividade.

O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços


morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas
nos Domínios do Criador. Treinamos na família menor habilitando-nos para o serviço à
família maior que constituí a Humanidade inteira.

Emmanuel nos diz: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo,
precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a
felicidade alheia no caminho que avança”.

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