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CASTIDADE – POR QUE A IMPORTANCIA DE VIVE-LA

“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que habita em vós, o qual
recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes
comprados por um grande preço” (1 Cor 6,19).

Quando falamos de castidade é muito provável que nos encontremos


com muitos mal-entendidos. Muitos creem que a castidade é o mesmo que
“não ter sexo nunca”, e que “isso é coisa para padres e freiras”. Poucos
entendem seu verdadeiro significado e isso faz que não poucos reajam
negativamente e se enganem quando somente mencionam a palavra. Quiçá
nós mesmos, no meio de tanta confusão e ignorância, não acabamos por
entender errado o que é a castidade. Por isso é importante esclarecer seu
significado e suas implicações, para termos as coisas claras e para podermos
dar argumentos aos outros de seu significado e sua importância para todos.
Primeiramente referimos à etimologia da palavra.

Castidade vem do latim Castus, e se traduz ao espanhol como puro.


Portanto, Castidade e pureza são sinônimas, significam o mesmo.

O Filósofo francês, católico, Paul Claudel. Disse certa vez: “A juventude


não foi feita para o prazer, mas para o desafio”.

Realmente, a vivência da castidade nos tempos modernos tem se


convertido num verdadeiro desafio, uma batalha desonesta. Um famoso ditador
alemão, Bismarck, também disse: “Uma mentira dita um milhão de vezes,
torna-se verdade”. E é aqui que começamos a entender o motivo da
sexualidade estar sendo vista de um modo tão imoral em nossos dias: A
grande mentira que os formadores de opinião (por meio da Mídia de Massa)
têm contado milhões de vezes é que as criaturas têm valor absoluto e trazem
felicidade em si mesmas e que o prazer vivido na relação entre as criaturas é
suficiente para realizar plenamente o homem!

Perdidos nesta realidade onde o mundo tenta excluir Deus, ouvimos o


grande grito da imoralidade que é “Eu não preciso de Deus para ser feliz!”. E
muitos que entram nessa senda acabam por encontrar o vazio, pois essa é
uma afirmação enganosa, e enganados são os que vivem baseados nela.
Encontrando o vazio, a frase muda: “Será que o amor é uma mentira, ou
mentiram pra mim a respeito do amor?” Vivem à espera de um amor que as
sacie, mas que nenhuma criatura pode dar, pois esse retorno só vem de forma
eficaz de onde o amor foi total, ou seja a Cruz de Cristo.

Ali, se revela aos homens, a verdade essencial do amor: que Ele cresce
e realiza-se na medida que é dado, e não recebido! Mas o que a cruz tem a ver
com a castidade? Simples, a castidade supõe o amor ordenado, educado,
integral, vivido segundo os planos de Deus, e a única escola capaz de educar o
amor do homem é a Cruz, que é a oferta total de si mesmo a Deus em favor
dos outros. Por isso, a castidade é bandeira a ser erguida diante de um mundo
que aprisiona o amor nas grades do prazer, vendendo-o como mercadoria
barata e exclui a sua essência verdadeira, traindo a todos, traindo o próprio
amor. Ser castos é não criar substitutos para Deus.

São Francisco se jogava numa roseira para não pecar; São Tomás de
Aquino pegou numa brasa quente para afastar a tentação; Santa Terezinha,
com três anos, rezava um mistério do terço toda vez que sentia vontade de
pecar. Santo Efrém diz: “A castidade torna os homens semelhantes aos anjos!”
Os anjos são puros por natureza, as almas castas, por virtude. Deus ama de tal
forma a castidade que escolheu por Mãe, uma virgem, por Pai, um virgem e por
precursor, um virgem.

Muitos confundem a virgindade com a castidade, nem sempre a virgindade


é sinal de castidade. Por outro lado, uma pessoa que não é mais virgem, pode,
por convicção e empenho, viver na castidade. São duas realidades diferentes.
A virgindade diz respeito a uma questão física, biológica e está relacionada
com a primeira experiência sexual. Na mulher esta relação inicial provoca,
inclusive, o rompimento do hímen. A castidade, porém, é uma experiência
interior, tanto para a mulher quanto para o homem. Desconsiderar a castidade
traz consequências negativas, tanto para ela quanto para ele.
Mas quem são os chamados à castidade? Quais são os diversos
formatos de castidade? Como vivê-la? O Catecismo da Igreja Católica diz:
“Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo o seu
estado de vida.” (CIC§2348).

Existem três formas de viver a castidade:

 A Virgindade (ou Celibato Consagrado): pessoas que, de forma total,


ofertam o dom da sua sexualidade a Deus, de forma integral e
permanente. São considerados esposos e esposas de Cristo. Nesse
estilo de vivência da castidade se encontram os religiosos e outros
consagrados celibatários.
 No Casamento: as pessoas casadas são convidadas a viver a
castidade conjugal, que consiste na observância do duplo fim do
matrimônio (união e procriação). Assim, o cônjuge já não se pertence a
si, mas um pertence ao outro. A abertura à vida no casamento também
faz parte do cumprimento da castidade, além da fidelidade matrimonial,
que é sinal visível da fidelidade de Deus com seu povo.
 Fora desses dois casos, todos são convidados a viver a continência,
ou seja, não usar da própria genitalidade; não de forma
permanente, mas provisória. Aqui se encaixam os solteiros,
namorados e noivos. A masturbação, a pornografia, a fornicação, o
adultério, a prostituição, o estupro e a prática homossexual constituem
exemplos típicos de pecados que ofendem a pureza da castidade.

Abaixo veremos alguns remédios, nessa luta pela castidade, são:

 Vida de oração profunda;


 Comunhão frequente;
 Devoção à Nossa Senhora;
 Vigilância em relação às tentações;
 Fuga das ocasiões mais prováveis à queda;
 Busca do sacramento da Confissão sempre que necessário;

Quando tomamos uma decisão, em determinado momento da vida,


geralmente nos deparamos com alguns conflitos que vêm nos apresentar prós
e contras, possibilidades, dificuldades, desafios que poderemos enfrentar com
a escolha. Nossos valores entram em jogo com bastante peso nesses
momentos. Hoje, não é mais possível falar para as novas gerações: “faça isso”,
“não faça aquilo”. O acesso fácil e rápido às mais diversas informações
capacitou as crianças, adolescentes e jovens a questionarem mais sobre a
maioria dos dilemas da vida.

Assim, quando falamos sobre a proposta de castidade, é necessário estar


atento aos motivos pelos quais se adere a essa prática. É bom pensar
profundamente sobre o assunto e provocar questionamentos a respeito das
razões dessa escolha. Alguns itens que podem nortear essa reflexão, mas
que, com certeza, não encerra toda a gama de motivos para viver a castidade.

 Autoconhecimento

Quando há a vivência da castidade, a tendência é que o indivíduo tenha


mais domínio de si, fruto de um adequado autoconhecimento. Assim,
autoconhecimento gera mais autodomínio, ou seja, a pessoa tem menor
probabilidade de ser vítima das suas emoções e tensões mal trabalhadas;

 Respeito como ponto central das relações

O relacionamento entre pessoas do sexo oposto pode ser mais saudável


e livre, sem desconfianças e constrangimentos. Na castidade, o homem
consegue olhar para a mulher com mais nitidez, porque pratica a pureza; a
mulher, idem. O respeito aparece como ponto central nessas relações, e a
amizade tende a ser mais profunda honesta e descomplicada;

 Valorizar de maneira adequada o corpo

O indivíduo casto aprendeu a valorizar de maneira adequada um grande


presente que Deus deu a cada indivíduo: o seu corpo. Ele conhece suas
potencialidades e limitações com mais propriedade, consegue direcionar-se de
maneira mais centrada nas diversas situações da vida e reconhece que o seu
corpo e o corpo do outro são sagrados, lindos, bons e devem ser tratados com
a alta dignidade que merecem;

 Pensamentos mais livres para o aprendizado

Sabemos que a opção pela castidade não é sempre fácil, rápida ou


simples. Cada pessoa tem o seu próprio caminho para conquistar essa virtude.
Porém, quando somos capazes de viver a castidade adequadamente, depois
de passados os períodos mais turbulentos dessa luta, seus pensamentos
tendem a ficar mais livres para o aprendizado, para a criatividade, a apreciação
do belo e a construção do novo;

 Conhecer-se mais

Espiritualmente, acabamos estreitando mais o seu relacionamento com


Deus, por reconhecer que, sozinhos, iremos até um determinado ponto.
Quando se propõe a viver a castidade, como dito acima, a tendência é
conhecer-nos mais e, com isso, conseguimos apresentar-nos mais inteiramente
diante de Deus, reconhecendo nossas fraquezas e limitações para pedir auxílio
Àquele que tudo pode, que tudo vê e que deseja verdadeiramente ajudar Seus
filhos no caminho da plenitude;

 Pessoas que optaram pela castidade tendem a ser mais leves

Se formos atentos e honestos, saberemos responder essa: já notou que


a alegria das pessoas castas é diferente daquela alegria que mistura malícia,
desrespeito e baixarias? Diferente do que muitos podem pensar, as pessoas
que optaram pela castidade tendem a ser mais leves nos seus contatos sociais,
alegram-se puramente com coisas simples do cotidiano, riem muito (muito
mesmo) de coisas que não precisam envolver maldade; conquista aquela
alegria natural e espontânea, um pouco rara hoje em dia;

 Sabe que pode enfrentar e vencer outros desafios da vida


Por ter decidido viver a castidade, o indivíduo sabe que pode enfrentar e
vencer outros desafios da vida, pois o esforço para ir numa direção contrária ao
que a sociedade prega o deixou mais consciente e fortificado em tudo que o
compõe: pensamentos, sentimentos, reações físicas e biológicas, atitudes etc.

Enfim, como dito acima, essa não pretende ser uma lista completa dos
motivos para se viver a castidade, mas uma proposta de reflexão sobre o
assunto. Quem sabe, esse não era o empurrãozinho que faltava para você se
convencer de que a castidade é algo bom, moderno, bonito, jovial e que
apresenta resultados que podem ajudá-lo no caminho da felicidade que você
deseja para a sua vida? Coragem! O caminho para desenvolver uma grande
virtude pode ser uma aventura maravilhosa que envolve perigos, vitórias,
desafios, lágrimas, suor, conquistas, risos e paz, mas que só será vivida se
você tomar a sua decisão.

REFERENCIA

Catecismo da Igreja Católica – 15.6, §2348.

https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/motivos-
para-viver-a-castidade/

http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s2cap2_2196-
2557_po.html

https://cleofas.com.br/o-que-e-a-castidade-por-que-e-importante-vive-la/

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