Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudo Experimental de Concreto de Alto Desempenho Utilizando Agregados Graúdos Disponíveis Na Região Metropolitana de Curitiba PDF
Estudo Experimental de Concreto de Alto Desempenho Utilizando Agregados Graúdos Disponíveis Na Região Metropolitana de Curitiba PDF
CURITIBA
2002
TERMO DE APROVAÇÃO
ii
DEDICATÓRIA
iii
AGRADECIMENTOS
iv
Ao Ruy Dikran e Paulo Chamecki, pelo apoio e crédito depositado em minha
pessoa e em meu trabalho, disponibilizando a estrutura do LAME para a realização dos
ensaios da pesquisa.
Ao pessoal de laboratório do LAME, Cíntia, João Carlos, Rosane, Eustáquio,
Mariano, Amauri, Roberto Zorzi, Magno, Gilson, Ezequias, Marcelo, Francisco e
Anivo, pela amizade, colaboração e contribuição no desenvolvimento dos ensaios de
laboratório. Em especial ao amigo João Luiz, pelo apoio e pela criatividade no
desenvolvimento do equipamento para retificação dos corpos-de-prova.
À Irene e ao Jéferson, pelo atendimento sempre simpático e prestativo no
dia-a-dia do laboratório.
À Soeli e Maristela, pela simpatia, carisma e boa vontade com que me
atenderam ao longo do mestrado.
Aos amigos Plínio e Milton, pela companhia agradável e amizade do dia-a-
dia durante meu período como bolsista no LAME.
À Dona Carmem e suas companheiras, pela amizade e pelo carinho com que
cuidaram da limpeza de meu ambiente de trabalho, bem como de meu guardapó e
uniforme de laboratório.
Aos professores Carlos Parchen e Eduardo Dell’Avanzi, por terem me
incentivado a ingressar no mestrado e terem encaminhado as cartas de recomendação.
Ao Prof. Freitas, que nos momentos finais deste trabalho, deu seu apoio,
substituindo-me nas atividades acadêmicas.
Ao Prof. José Manoel dos Reis, pela colaboração com a análise petrográfica
das rochas utilizadas no experimento.
A Itaipu binacional pelo apoio financeiro no primeiro ano do mestrado.
Ao LACTEC, pela bolsa de estudos e suporte financeiro durante a realização
da pesquisa experimental, ao longo desses últimos um ano e seis meses.
Às empresas, Camargo Correia Industrial S/A, Companhia de Cimentos
Itambé, Rheotec, Grace, Otto Baumgart, MBT, e às pedreiras Tancal, Basalto e
v
Coperlit, e ao areal Costa, que gentilmente me forneceram todos os materiais
necessários à produção dos concretos estudados. Agradeço particularmente ao Thomas
da Rheotec Aditivos e ao Patrick da Grace pelo apoio técnico e suporte oferecidos.
Aos meus tios Petronilo e Helena, pela oportunidade que me deram de
estudar a língua inglesa nos EUA, o que facilitou em muito minhas pesquisas
bibliográficas na literatura internacional.
Às minhas tias Haide, Vera e Rose, professoras, que sempre me apoiaram e
incentivaram a continuar estudando, seguindo a tradição da família, que sempre foi
buscar o conhecimento não apenas para si mesmo mas para transmitir aos outros, pelo
simples prazer de ensinar.
À minha noiva Joelma Letícia e meu garoto Tobias Netto, pelo amor, dedicação,
companheirismo e compreensão que demonstraram durante todos os momentos.
Ao meu sogro, Flávio Dinão, por acreditar na minha dedicação à família e aos
estudos, apoiando-me nos momentos difíceis vivenciados ao longo deste trabalho.
À minha sogra Regina e seu companheiro Amadeu, pelas preces e orações que
contribuíram para minha paz de espírito nos momentos turbulentos durante todo o mestrado.
Aos meus pais e a minha irmã, pela torcida, incentivo, imenso carinho,
compreensão e auxílio durante todos os anos de minha vida, principalmente nestes
dois últimos.
Ao meu amigo Amaral, que sempre acreditou em mim e sabia que eu
chegaria mais longe.
A todos os demais que, direta ou indiretamente, contribuíram para a
realização deste trabalho.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS....................................................................................................................xiii
RESUMO ............................................................................................................................................ i
ABSTRACT .......................................................................................................................................ii
1. INTRODUÇÃO. ............................................................................................................................ 1
2.1 HISTÓRICO............................................................................................................................. 8
2.2 DEFINIÇÕES........................................................................................................................... 9
2.5.2 Agregados............................................................................................................................ 18
vii
2.5.3.4 Efeito da sílica ativa nas propriedades do concreto fresco e endurecido........................... 29
3.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 59
4. PROGRAMA EXPERIMENTAL.............................................................................................. 74
4.2.1.4 Adições.............................................................................................................................. 84
4.2.1.5 Aditivo............................................................................................................................... 85
viii
4.2.3 Produção e Preparo dos Corpos-de-prova............................................................................ 87
5.2.1 Relação entre a Resistência à Tração (ft,sp) e a Resistência à Compressão (fc)...................... 108
5.3.1 Relação entre o Módulo de Elasticidade (Ec) e a Resistência à Compressão (fc) ................... 113
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1 – EDIFÍCIOS ALTOS EM CAD NOS ESTADOS UNIDOS (AÏTCIN, 2000) ................ 12
FIGURA 2.2 – CURVAS DE HISTERESE PARA CONCRETOS PRODUZIDOS COM
DIFERENTES AGREGADOS (MEHTA E AÏTCIN, 1990).......................................... 20
FIGURA 2.3 – PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SILÍCIO E DE CAPTAÇÃO DE SILICA
ATIVA (DAL MOLIN, 1995)......................................................................................... 22
FIGURA 2.4 – MICROGRAFIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO DA SÍLICA ATIVA
(MEHTA E MONTEIRO, 1994)..................................................................................... 23
FIGURA 2.5 – EFEITO MICROFILER DA SÍLICA ATIVA NO CONCRETO (BACHE APUD
AÏTCIN, 2000) ................................................................................................................ 26
FIGURA 2.6 – EFEITO FÍSICO DA SÍLICA ATIVA NO CRESCIMENTO DOS CRISTAIS DE
HIDRATAÇÃO, DE ACORDO COM (MALE APUD DAL MOLIN, 1995) ............... 27
FIGURA 2.7 – ESTRUTURA DE C-S-H DENSO NUM CONCRETO COM SÍLICA ATIVA EM
TORNO DO AGREGADO. NOTA-SE A AUSÊNCIA DE ZONA DE
TRANSIÇÃO ENTRE A PASTA E O AGREGADO (AÏTCIN, 2000)......................... 28
FIGURA 2.8 – ATUAÇÃO DA SÍLICA ATIVA NA INTERFACE AGREGADO-PASTA DOS
CONCRETOS (ALMEIDA, 1996). ................................................................................ 28
FIGURA 2.9 – REPRESENTAÇÃO DIAGRAMÁTICA DA FLOCULAÇÃO DE PARTÍCULAS
DE CIMENTO ANTES DA ADIÇÃO DO SUPERPLASTIFICANTE E A
DISPERSÃO DOS FLOCOS APÓS A ADIÇÃO (MEHTA E MONTEIRO, 1994). .... 33
FIGURA 2.10 – ENSAIO DE MINIABATIMENTO DE KANTRO........................................................ 38
FIGURA 2.11 – ENSAIO DE FLUIDEZ – CONE DE MARSH .............................................................. 39
FIGURA 2.12 – INTERAÇÃO DOS FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA DO
CONCRETO (MEHTA E MONTEIRO, 1994) .............................................................. 42
FIGURA 2.13 – (A) CORPO-DE-PROVA SUBMETIDO À ENSAIO DE COMRESSÃO AXIAL
UTILIZANDO CAPEAMENTO DE ENXOFRE; (B) DETALHE DA RUPTURA
PREMATURA DO CAPEAMENTO DURANTE O ENSAIO...................................... 45
FIGURA 2.14 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA COM A IDADE PARA CONCRETOS DE
DIFERENTES RESISTÊNCIAS (CARRASQUILLO ET AL., 1981)........................... 47
FIGURA 2.15 – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL EM FUNÇÃO
DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO POR DIFERENTES EQUAÇÕES
(GOMES ET AL., 1996). ................................................................................................ 51
FIGURA 2.16 – MÓDULO DE ELASTICIDADE SECANTE EM FUNÇÃO DA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO POR DIFERENTES EQUAÇÕES (GOMES ET AL., 1996).............. 54
FIGURA 2.17 – CONSUMO DE CIMENTO POR M³ DE CONCRETO ................................................ 57
FIGURA 2.18 – CUSTO DO M³ DE CONCRETO.................................................................................. 57
FIGURA 3.1 – (A) NO CCV, A RUPTURA OCORRE NA PASTA E NA INTERFACE PASTA-
AGREGADO; (B) NO CAD, ALGUMAS FISSURAS PROPAGAM-SE
ATRAVÉS DAS PARTÍCULAS DO AGREGADO GRAÚDO.................................... 60
FIGURA 3.2 – ESTIMATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DA PARTÍCULA DE
AGREGADO: (A) FORMA IRREGULAR; (B) FORMA PRISMÁTICA; (C)
FORMA CILÍNDRICA (CHANG E SU, 1996) ............................................................. 65
x
FIGURA 3.3 – (A) REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA EXSUDAÇÃO INTERNA NO
CONCRETO RECÉM-LANÇADO; (B) RUPTURA DA ADERÊNCIA POR
CISALHAMENTO EM CORPO-DE-PROVA DE CONCRETO ENSAIADO À
COMPRESSÃO AXIAL (MEHTA E MONTEIRO, 1994)............................................ 71
FIGURA 3.4 – DIMENSÕES DO GRÃO ............................................................................................... 72
FIGURA 4.1 – CURVA GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO MIÚDO ........................................ 81
FIGURA 4.2 – AGREGADOS GRAÚDOS SELECIONADOS: (A) CALCÁRIO, (B) DIABÁSIO
E (C) GRANITO ............................................................................................................ 82
FIGURA 4.3 – CURVA GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS GRAÚDOS.............................. 84
FIGURA 4.4 – BETONEIRA DE EIXO INCLINADO – 320 LITROS ................................................. 90
FIGURA 4.5 – CORPOS-DE-PROVA COBERTOS COM FILME DE PVC DURANTE AS
PRIMEIRAS 24 HORAS ................................................................................................ 93
FIGURA 4.6 – RETIFICAÇÃO DOS TOPOS DOS CORPOS-DE-PROVA DE 10X20CM COM
TORNO MECÂNICO ADAPTADO (LABORATÓRIO LAME /LACTEC) ................ 94
FIGURA 4.7 – RELAÇÃO ENTRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (MPa) E A RELAÇÃO
ÁGUA/AGLOMERANTE PARA AS IDADES DE 3, 7 E 28 DIAS............................. 95
FIGURA 4.8 – RELAÇÃO ENTRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (MPa) E A IDADE
(DIAS) PARA AS DIVERSAS RELAÇÕES ÁGUA/AGLOMERANTE
ENSAIADAS. ................................................................................................................. 96
FIGURA 4.9 – RELAÇÃO ENTRE A RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO
DIAMETRAL E A RELAÇÃO ÁGUA/AGLOMERANTE PARA A IDADE DE 28
DIAS................................................................................................................................ 97
FIGURA 4.10 – RELAÇÃO ENTRE O MÓDULO DE ELASTICIDADE E A RELAÇÃO
ÁGUA/AGLOMERANTE PARA A IDADE DE 28 DIAS. .......................................... 97
FIGURA 5.1 – INFLUÊNCIA DA INTERAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO A/AGLOM E A IDADE
NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO. ........................................................................ 100
FIGURA 5.2 – INFLUÊNCIA DAS INTERAÇÕES ENTRE: (A) AGREGADO E IDADE E (B)
AGREGADO E RELAÇÃO A/AGLOM NA RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO. ...... 100
FIGURA 5.3 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM FUNÇÃO DA
RELAÇÃO A/AGLOM PARA OS CONCRETOS COM CALCÁRIO......................... 101
FIGURA 5.4 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM FUNÇÃO DA
RELAÇÃO A/AGLOM PARA OS CONCRETOS COM DIABÁSIO. ......................... 102
FIGURA 5.5 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM FUNÇÃO DA
RELAÇÃO A/AGLOM PARA OS CONCRETOS COM GRANITO. .......................... 102
FIGURA 5.6 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO COM A IDADE -
CALCÁRIO. ................................................................................................................... 103
FIGURA 5.7 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO COM A IDADE -
DIABÁSIO...................................................................................................................... 103
FIGURA 5.8 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO COM A IDADE -
GRANITO....................................................................................................................... 103
FIGURA 5.9 – VARIAÇÃO DA RELAÇÃO FC/FC28, EM FUNÇÃO DA IDADE PARA OS
CONCRETOS. ................................................................................................................ 104
FIGURA 5.10 – INFLUÊNCIA DA INTERAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO A/AGLOM E O TIPO DE
AGREGADO NA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO
DIAMETRAL. ................................................................................................................ 107
xi
FIGURA 5.11 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO
DIAMETRAL EM FUNÇÃO DA RELAÇÃO A/AGLOM PARA OS VÁRIOS
CONCRETOS. ................................................................................................................ 108
FIGURA 5.12 – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO (fc,sp) X RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (fc)
PARA IDADE DE 28 DIAS. .......................................................................................... 109
FIGURA 5.13 – CORRELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO
DIAMETRAL E RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO POR DIFERENTES
EQUAÇÕES.................................................................................................................... 110
FIGURA 5.14 – INFLUÊNCIA DO TIPO DE AGREGADO NO MÓDULO DE ELASTICIDADE
DOS CONCRETOS. ....................................................................................................... 112
FIGURA 5.15 – EVOLUÇÃO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE EM FUNÇÃO DA RELAÇÃO
A/AGLOM PARA OS VÁRIOS CONCRETOS. ........................................................... 113
FIGURA 5.16 – MÓDULO DE ELASTICIDADE EC (GPa) X RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
FC (MPa)......................................................................................................................... 114
FIGURA 5.17 – CORRELAÇÃO ENTRE O MÓDULO DE ELASTICIDADE E A RESISTÊNCIA
À COMPRESSÃO POR DIFERENTES EQUAÇÕES................................................... 115
FIGURA 5.18 – CONSUMO DE CIMENTO POR M³ DOS DIVERSOS TRAÇOS COM GRANITO .. 119
FIGURA 5.19 – RELAÇÃO ENTRE A RESISTÊNCIA E O CONSUMO DE CIMENTO PARA OS
CONCRETOS COM GRANITO. ................................................................................... 120
FIGURA 5.20 – CUSTO DO M³ DOS CONCRETOS CAD E CCV (R$/M³).......................................... 121
FIGURA 5.21 – RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO DOS CAD X CCV (R$/MPa).................................. 121
xii
LISTA DE TABELAS
xiii
TABELA 5.4 – EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO COM A IDADE DOS
CONCRETOS PRODUZIDOS – COMPARAÇÃO COM A BIBLIOGRAFIA,
PARA CIMENTOS ARI. ................................................................................................ 104
TABELA 5.5 – VALORES DE RESISTÊNCIAS MÉDIAS DE COMPRESSÃO AOS 28 DIAS
(MPA) EM FUNÇÃO DA RELAÇÃO A/AGLOM – COMPARAÇÃO ENTRE
CONCRETOS PRODUZIDOS E BIBLIOGRAFIA, COM BASE NOS DADOS DE
AÏTCIN (2000)................................................................................................................ 105
TABELA 5.6 – VALORES DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSAO DIAMETRAL
(MPA).............................................................................................................................. 106
TABELA 5.7 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) PARA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO............. 106
TABELA 5.8 – RELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO
DIAMETRAL E RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL (%) – 28 DIAS ............ 109
TABELA 5.9 – VALORES DE MÓDULO DE ELASTICIDADE SECANTE (GPA) .......................... 111
TABELA 5.10 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) PARA MÓDULO DE ELASTICIDADE...... 112
TABELA 5.11 – COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS EXPERIMENTAIS DE CAD
OBTIDOS NA PESQUISA E POR OUTROS PESQUISADORES – CONCRETOS
CONTENDO CIMENTO ARI, A/AGLOM 0,28 E SÍLICA ATIVA,
AGREGADOS DIFERENTES ....................................................................................... 116
TABELA 5.12 – COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS EXPERIMENTAIS DE CAD
OBTIDOS NA PESQUISA E OS OBTIDOS POR PEREIRA NETO (1995) –
CONCRETOS COM CIMENTO ARI, A/AGLOM 0,28, SÍLICA ATIVA E
AGREGADOS DE MESMA MINERALOGIA ............................................................. 117
TABELA 5.13 – CONSUMO DE MATERIAL POR M³ DE CONCRETO, EM KG ............................... 118
TABELA 5.14 – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DOS MATERIAIS PARA OS CONCRETOS COM
GRANITO....................................................................................................................... 120
xiv
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS
xv
RESUMO
ii
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
1
1. INTRODUÇÃO
Sua utilização nas estruturas não se justifica apenas pela elevação de suas
propriedades mecânicas, mas principalmente pelo aumento da durabilidade, face à
utilização de baixas relações água/aglomerante, que levam à diminuição da porosidade
e, conseqüentemente, da permeabilidade do concreto (MEHTA, 1999), caracterizando-
o como o material mais apropriado para garantir uma maior vida útil à estrutura e
custos reduzidos de manutenção.
Segundo HELENE (1997), no futuro próximo será antieconômico projetar
estruturas com concreto de fck ≤ 50 MPa, especialmente em edifícios altos, com mais
de 35 andares e em pontes e viadutos de grande vão. Por estas razões o CAD é
apropriado para a crescente tendência da verticalização, com estruturas mais altas,
esbeltas e arrojadas, de maiores vãos, localizadas em atmosferas densamente urbanas
ou industriais carregadas de agentes agressivos.
Por todas estas qualidades, o CAD é um material que está sendo muito
pesquisado e divulgado atualmente em diversos países, como Estados Unidos, Canadá,
França, Suíça, Noruega, Austrália, Alemanha, Japão, Coréia, China e outros.
A nível nacional, o CAD já vem sendo utilizado há alguns anos em algumas
cidades brasileiras como São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Niterói e Brasília
(ALMEIDA et al., 1995). As pesquisas em desenvolvimento sobre o CAD estão
relativamente dispersas pelo país - Goiás, Brasília, Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com grupos de
pesquisa concentrados principalmente nas universidades públicas (ALMEIDA,
1996a). Porém, este avanço tecnológico ainda não chegou em Curitiba ou em outras
regiões do Paraná. Embora o Estado possua a escola de engenharia mais antiga do
Brasil e seja reconhecido pelo pioneirismo e arrojo em obras de concreto de grande
porte (barragens, túneis, usinas, pontes e viadutos), a tradição paranaense em
pesquisas na área de materiais é concentrada em aplicações de estruturas de grande
porte de usinas hidrelétricas e é ainda incipiente no estudo de estruturas de
edificações de concreto e em CAD e, no momento, são poucas as pesquisas em
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
3
Esta pesquisa tem por objetivo geral produzir concretos de alto desempenho
com diferentes tipos de agregados graúdos disponíveis na Região Metropolitana de
Curitiba, de maneira que eles possam ser avaliados e comparados, do ponto de vista
técnico e econômico.
Com relação aos ensaios, estes foram realizados nas idades de 3, 7 e 28 dias
para a resistência à compressão, enquanto para resistência à tração por compressão
diametral e módulo de elasticidade apenas aos 28 dias de idade.
Pode-se destacar ainda, como fatores limitantes desta pesquisa, a utilização
constante de sílica ativa em substituição a 8% da massa do cimento, e a utilização de
um único tipo de aditivo superplastificante em todos os concretos produzidos. Estas
especificações ocorreram em função da necessidade de fixar-se parâmetros, de modo
que os resultados obtidos pelos concretos produzidos com os diversos tipos de
agregados possam ser comparados entre si.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
8
2.1 HISTÓRICO
2.2 DEFINIÇÕES
1
SHAH, S. P. Concrete International, v. 3, n. 5, p. 94-98, 1981.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
11
2.3 APLICAÇÕES
Altura
(m)
( ) resistência à compressão do concreto
FIGURA 2.1 – EDIFÍCIOS ALTOS EM CAD NOS ESTADOS UNIDOS (AÏTCIN, 2000)
No presente momento, 2002, cabe destacar três importantes obras que estão
sendo realizadas com uso de CAD no país. Estas obras representam marcos históricos
para a engenharia regional e nacional.
Em Curitiba, está em andamento a construção do edifício “Evolution
Towers”, localizado no centro da cidade, com utilização, em diversos pilares e no terço
superior dos blocos de fundação, de aproximadamente 1060 m³ de concreto com
resistência característica de 60 MPa. Este é o primeiro edifício executado com fck > 50
MPa que se têm notícia no Estado do Paraná.
Em São Paulo, o edifício comercial “E-Tower” com 149 metros de altura,
localizado na zona sul, está sendo executado em sua maior parte com concreto de fck 80
MPa. Em alguns pilares, a resistência do concreto atingiu valores com média de 125 MPa
e máximo de 149,9 MPa, recorde mundial de resistência de concreto em obra
(IBRACON, 2002), determinando um marco histórico para a engenharia de concreto
brasileira, conforme as palavras do engenheiro Paulo Helene: “Na verdade, estamos
batendo um recorde e empurrando a fronteira do conhecimento” (TÉCHNE, 2002).
Ainda em São Paulo, a rodovia dos Imigrantes, obra de grande porte onde a
utilização de CAD possibilitou a redução na quantidade de pilares e blocos de
fundação, permitindo o aumento do vão entre pilares de 45 m para 90 m, reduzindo o
impacto ambiental de sua construção em uma região de preservação do meio ambiente.
MEHTA e MONTEIRO (1994) comentam que concretos de alto
desempenho contendo superplastificante e baixa relação água/cimento, teor adequado
de cimento e uma pozolana de boa qualidade têm um grande potencial de uso, em
situações onde a impermeabilidade e a durabilidade e não apenas as altas resistências
são os fatores de maior consideração.
Neste panorama, o CAD tem sido empregado também em estruturas pré-
moldadas protendidas para pontes, tais como vigas protendidas, onde tem havido
crescente preocupação com a durabilidade do concreto. Nestes casos, o uso de CAD
resulta em: maior resistência à compressão por unidade de custo, peso e volume; maior
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
14
2
CARPENTER, J. E. Applications of high-strength concrete for highway bridges. Public Roads, v.
44, n.2, Sept. 1980, p. 76-83.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
15
2.5.1 Cimento
2.5.2 Agregados
No Brasil, ainda não existe norma especifica para qualificação dos agregados
para emprego em CAD, portanto, devem ser atendidas as exigências mínimas prescritas
nas normais atuais para concretos convencionais (NBR 7211, 1983; NBR 12654, 1992).
Além destas exigências, outros aspectos devem ser considerados, conforme segue.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
19
FIGURA 2.3 – PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SILÍCIO E DE CAPTAÇÃO DE SILICA ATIVA (DAL MOLIN, 1995).
A sílica ativa é um pó fino cuja cor varia de cinza claro a cinza escuro. Como
o SiO2 é incolor, a cor da sílica ativa é determinada pelo teor de carbono e de óxido de
ferro presentes. Do ponto de vista físico, as partículas de sílica ativa são esféricas
(Figura 2.4), extremamente pequenas, com diâmetro médio entre 0,1µm e 0,2µm,
sendo 50 a 100 vezes menores que as do cimento (ACI 234R-96, 2001).
FIGURA 2.4 – MICROGRAFIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO DA SÍLICA ATIVA (MEHTA E MONTEIRO, 1994).
conteúdo de SiO2 na sílica ativa depende do tipo de liga que está sendo produzido. Quanto
maior o teor de silício da liga, maior o teor de SiO2 da sílica ativa. De maneira geral, este
valor deve estar entre 85 a 98% de SiO2 (MALHOTRA, 1993; AÏTCIN, 2000).
3
SILVA, E. F. Concreto de alto desempenho: estudo de propriedades mecânicas. Brasília,
1997. 166 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade de Brasília.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
25
4
MEHTA, P. K. Condensed silica fume. IN: SWAMY, R. N. (ed.). Cement replacement
materials. (Concrete technology and design, v. 3). London, Surrey University Press, p 134-170, 1986.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
26
FIGURA 2.5 – EFEITO MICROFILER DA SÍLICA ATIVA NO CONCRETO (BACHE apud AÏTCIN, 2000)
FIGURA 2.6 – EFEITO FÍSICO DA SÍLICA ATIVA NO CRESCIMENTO DOS CRISTAIS DE HIDRATAÇÃO, DE
ACORDO COM (MALE apud DAL MOLIN, 1995)
FIGURA 2.7 – ESTRUTURA DE C-S-H DENSO NUM CONCRETO COM SÍLICA ATIVA EM TORNO DO
AGREGADO. NOTA-SE A AUSÊNCIA DE ZONA DE TRANSIÇÃO ENTRE A PASTA E O
AGREGADO (AÏTCIN, 2000).
(a) concreto fresco sem sílica, com grande espaço preenchido pela água em torno do
agregado, devido à exsudação e ao empacotamento deficiente dos grãos de cimento (pc)
na interface; (b) zona de transição do mesmo sistema, em estágio de maior maturidade,
mostrando o preenchimento com hidróxido de cálcio (CH) e silicato de cálcio hidratado
(CSH), mas ainda com espaços vazios, alguns dos quais preenchidos com materiais
aciculares, provavelmente etringita (ett); (c) concreto fresco com sílica ativa (sf), cujas
partículas preenchem o espaço em torno dos agregados, anteriormente ocupado, na fase
(a), pela água; (d) zona de transição menos porosa, obtida com o sistema (c) em estágio
de maior maturidade.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
29
3 85 65 100 110 95 98
7 93 80 78 65 69 52
28 108 108 38 41 59 45
Sua atuação consiste em dispersar as partículas de cimento que têm uma forte
tendência a flocular quando misturadas à água de amassamento. Esta tendência, de acordo
com AÏTCIN e NEVILLE (1995), é resultado de vários tipos de interações: forças de Van
der Waals entre partículas, forças eletrostáticas entre partículas com cargas opostas, e
fortes ligações envolvendo moléculas de água ou compostos hidratados. Este processo de
floculação do cimento ocasiona o aprisionamento de parte da água, tornando-a
indisponível para a hidratação do cimento e fluidificação da mistura (AÏTCIN et al, 1994).
Com isso, quando as moléculas longas do superplastificante são adsorvidas
pelas partículas de cimento, conferem uma forte carga negativa, a qual auxilia numa
redução considerável da tensão superficial da água circundante, resultando na
defloculação e dispersão das partículas de cimento, aumentando acentuadamente a
fluidez do sistema, conforme Figura 2.9 (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
33
5
Bradley and Howarth, 1986; Rixom and Mailvaganam, 1986 apud AÏTCIN, 2000
6
BUCHER, H. R. E. Desempenho de aditivos redutores de água de alta eficiência em pastas,
argamassas ou concretos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO – IBRACON/REIBRAC, 30º, Rio
de Janeiro, 1988. pp. 609-625.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
34
7
ISTA, A.; VERHASSELT, A. Chemical characterization of plasticizers and superplasticizers.
IN: SUPERPLASTICIZERS AND OTHER CHEMICAL ADMIXTURES IN CONCRETE. Detroit, ACI SP-
119, p. 99-116, 1989.
8
MITSUI, K. et al. Properties of high-strength concrete with silica fume using high-range
water reducer of slump retainig type. IN: SUPERPLASTICIZERS AND OTHER CHEMICAL
ADMIXTURES IN CONCRETE. Detroit, ACI SP-119, p. 79-98, 1989.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
35
ADITIVOS CONCRETOS
9
CHIOCCHIO, G.; PAOLINI, A. E. Optimum time for addition superpasticizers to portland cement
pastes. Cement and Concrete Research, v. 15, n. 5, p. 901-908, 1985.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
36
10
WHITING, D. Effect of mixing temperature on slump loss and setting time of concrete containing
high-range water reducers. Cement, Concrete and Aggregates, v. 2, n. 1, p. 31-38, 1980.
11
MAILVAGANAM, N. P. Factors influencing slump loss in flowing concrete. IN:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON SUPERPLASTICIZERS IN CONCRETE, 1st., 1978, Ottawa, Canada.
Papers… Detroit: ACI-SP 62, p. 389-403, 1979.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
37
maior do que a recomendada pelos fabricantes, devendo portanto ser definida através
de misturas experimentais. Esta dosagem ótima, segundo GAGNÉ et al (1996),
produzirá um concreto com boa trabalhabilidade mantida durante o tempo necessário,
sem maiores efeitos no tempo de pega e nas propriedades mecânicas iniciais.
Normalmente, a dosagem de superplastificante utilizada em CAD varia entre
0,5 a 2,5 % do teor de sólidos do aditivo em relação à massa de cimento, sendo que a
parte sólida do aditivo é geralmente em torno de 40% da solução (MEHTA e AÏTCIN,
1990b; AÏTCIN, 2000). Isto corresponde à faixa usualmente empregada de 1 a 4 % de
solução de aditivo (sólidos mais água) em relação à massa de cimento (MALHOTRA,
1998). Como o aditivo se apresenta usualmente na forma de solução, a água presente
na solução deve ser considerada e descontada da água de amassamento.
Em resumo, a seleção do superplastificante é determinada, principalmente,
em função de sua compatibilidade com o cimento, desempenho, dosagem e custo. Em
alguns casos, por razões técnicas e/ou econômicas, podem ser usados em conjunto com
plastificantes, com retardadores de pega ou ainda com aceleradores de pega.
12
RAABE, A.L. Aditivos superplastificantes em concretos de cimento Portland pozolânico. Porto
Alegre, 1991. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia, UFRGS.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
39
13
MC COY, W. J. Water for mixing and curing of concrete. ASTM Special Technical Publication
n. 169, Significance of tests and properties of concrete and concrete aggregates, ASTM, p. 355-360, 1962.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
41
FIGURA 2.12 – INTERAÇÃO DOS FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA DO CONCRETO (MEHTA
E MONTEIRO, 1994)
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
43
concretos contendo 10% de sílica, em comparação aos concretos sem adição. Contudo, o
ganho de resistência após os 28 dias é geralmente menor que dos concretos sem sílica
ativa e com mesma relação a/c.
Referentemente aos aditivos, alguns pesquisadores relatam que a adição de
superplastificante no concreto permite a redução do conteúdo de água entre 20 e 35%,
com conseqüente diminuição da relação água/cimento, refletindo em elevações da
resistência à compressão dos concretos da ordem de 50 a 75% para a idade de 1 dia e
de cerca de 45% aos 28 dias (ALMEIDA, 1990; DAL MOLIN, 1995).
O tipo, o momento de início e a duração das condições de cura afetam
significativamente a resistência dos concretos com ou sem sílica ativa. DAL MOLIN
(1995) cita diversos trabalhos comprovando o efeito negativo da cura ambiente na
resistência dos concretos com e sem adição, apontando como mais afetados aqueles
com relações água/cimento mais altas. Na maioria dos casos, os concretos submetidos
à cura úmida apresentaram as maiores resistências; sendo, portanto, o método de cura
mais indicado para CAD. O início da cura deverá ser imediato, após a desforma ou
após o desempeno no caso de lajes. Quanto à duração da cura úmida, KHAYAT e
AÏTCIN (1993) recomendam um período de 7 dias consecutivos como suficientes para
que os concretos com sílica ativa desenvolvam a resistência e durabilidade esperadas.
Dentre os parâmetros de ensaio que têm influência nos resultados de
resistência à compressão do concreto, os principais são: o tamanho e formato dos
corpos-de-prova, o tipo de capeamento e o procedimento de cura.
O valor de resistência à compressão é obtido em ensaios de ruptura de
corpos-de-prova de concreto para cada idade pré-estabelecida. Este valor é
influenciado diretamente pelo tamanho e formato dos corpos-de-prova. As dimensões
padrão mais utilizadas nas normas internacionais são o cubo de 15x15x15cm e o
cilindro de 15x30cm (ALMEIDA, 1990). O primeiro é mais utilizado na Europa e o
segundo é adotado no Brasil e nos Estados Unidos (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
45
14
LESSARD, M. How to test high-performance concrete. Master´s degree thesis (in French) –
Department of Civil Engineering, Université de Sherbrooke, Canada, 105 p.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
46
- A norma norueguesa NS 3473E (1992), sugere, para 20MPa < fc < 94MPa,
indicando um valor nominal máximo para resistência à tração de 4MPa:
fct,sp = 0,36. fc0,6 (MPa)
- ZAIN et al. (2002) propõem uma equação baseada no ACI 363R-92 (2001)
que abrange qualquer concreto, em qualquer idade t:
fct,sp (t) = 0,59. fc(t)1/2.(t/28) 0,04 (MPa)
- A norma brasileira NBR 6118 (1978), recomenda para fck > 18 MPa:
fct,sp = 0,066. fck + 0,77 (MPa)
- A norma norueguesa NS 3473E (1992), sugere, para 20MPa < fc < 94MPa:
Ecs = 9500 . fc.0,3 (MPa)
- A norma brasileira NBR 6118 (1978), que ainda não foi ajustada para
abranger concretos de alta resistência, recomenda para fck > 18 MPa:
Ecs = 5940 .( fck. + 3,5)1/2 (MPa)
- O Projeto de Revisão da NBR 6118 (2000) sugere, para fck < 50 MPa:
Ecs = 4760 . fck1/2 (MPa)
1000
consumo de cimento (kg/m³)
900
800
700
600
500
400
300
50 55 60 65 70 75 80 85 90
fc (MPa)
IPT Toralles Carbonari Mehta & Aitcin Aitcin
350
300
custo (R$/m³)
250
200
150
100
50 55 60 65 70 75 80 85 90
fc (MPa)
IPT Toralles Carbonari Mehta & Aitcin Aitcin
3.1 INTRODUÇÃO
(a) (b)
FIGURA 3.1 – (A) NO CCV, A RUPTURA OCORRE NA PASTA E NA INTERFACE PASTA-AGREGADO; (B)
NO CAD, ALGUMAS FISSURAS PROPAGAM-SE ATRAVÉS DAS PARTÍCULAS DO AGREGADO
GRAÚDO.
TABELA 3.1 – PROPRIEDADES MECÂNICAS DAS ROCHAS, ARGAMASSAS E CONCRETOS AOS 91 DIAS
QUARTZITO CALCÁRIO ARENITO
PROPRIEDADES
Rocha* Argamassa* Concreto Rocha* Argamassa* Concreto Rocha* Argamassa* Concreto
Resistência à
Compressão 87 108 99 115 106 106 147 - 107
(MPa)
Módulo de
Elasticidade 42 38 45 49 36 44 40 - 31
(GPa)
FONTE: BAALBAKI, W. et al. Influence of coarse aggregate on elastic properties of high-performance concrete. ACI Materials
Journal, v. 88, n. 5, p. 499-503., set./out. 1991.
(*) ensaios realizados com cilindros de 52 x 104 mm.
FONTE: GIACCIO, G. et al. High-strength concretes incorporating different coarse aggregates. ACI Materials Journal, v. 89, n.
3, p. 242-246., mai./jun. 1992.
(*) valor médio da argamassa, obtido de cada concreto.
P P P
a r
b
h h h
P P
P 2 2
V = abh A = ab V = π.r h A = π.r
σ22 = Ph σ22 = Ph = P σ22 = Ph = P
2
V V ab V π.r
15
CARRASQUILLO, 1985. Dissertação de Mestrado.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
68
16
JENNINGS, H. M. Design of high-strength cement based materials: part 2 – microstructure.
Materials Science and Technology, v. 4, n. 4, p. 285-290, April 1988a.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
69
De acordo com AÏTCIN (2000), pouca pesquisa tem sido realizada sobre a
influência da granulometria dos agregados graúdos sobre a trabalhabilidade do
concreto de alto desempenho. Portanto, as considerações feitas para o concreto
convencional devem ser estendidas para o CAD.
Em primeiro lugar, a distribuição granulométrica dos agregados afeta
diretamente a quantidade de água necessária à obtenção da relação a/c desejada e,
conseqüentemente, influencia na trabalhabilidade do concreto.
Além disso, agregados bem graduados, sem deficiências ou excessos de
qualquer fração, possibilitam o emprego de maior quantidade desse material em um
determinado volume de concreto, dando origem a uma mistura mais densa, com maior
estabilidade volumétrica e mais resistente.
Ainda, com o melhor empacotamento dos grãos, as partículas menores
preenchem os espaços existentes entre as partículas maiores, diminuindo a quantidade
de vazios na mistura. Logo, menor será o consumo de cimento para uma determinada
trabalhabilidade, reduzindo o custo do concreto (MEHTA, 1996).
Portanto, conclui-se que um controle mais rigoroso da qualidade do
agregado, com relação à granulometria, dimensão máxima e mineralogia, é
fundamental para a produção de concreto de alto desempenho. Uma vez que a
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
70
preocupação principal é manter a demanda de água tão baixa quanto possível, impõe-
se que apenas agregados graúdos bem graduados devem ser utilizados no CAD
(MEHTA e AÏTCIN, 1990; AÏTCIN, 2000).
A determinação da forma do agregado pode ser feita com base nas normas
NBR 7809 – Índice de Forma do Agregado Graúdo pelo Método do Paquímetro
(1983) e NBR 7225 – Materiais de Pedra e Agregados Naturais (1982).
Segundo a NBR 7809 (1983), o índice de forma do agregado graúdo é dado
pela média da relação C/e de todos os grãos medidos, onde “C” é a maior dimensão
possível de ser medida, correspondendo ao comprimento do grão e “e” é a menor
distância possível entre dois planos paralelos à direção da medida “C” (Figura 3.4).
Este índice permite avaliar a qualidade de um agregado graúdo em relação à forma dos
grãos, considerando que os agregados com grãos de forma cúbica tida como forma
ótima para agregados britados, terão índice próximo de 1; os de grãos lamelares
apresentarão valores bem maiores, sendo considerado aceitável o limite de 3.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
72
Quando uma rocha não inerte é utilizada, a interação química existente entre
o agregado graúdo e a pasta matriz pode afetar, positivamente ou não, as
características do concreto.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
73
4. PROGRAMA EXPERIMENTAL
Relação
Nível de Resistência (MPa)
a/aglom
50 MPa 0,35
65 MPa 0,31
80 MPa 0,28
95 MPa 0,26
FONTE: Dados extraídos de AÏTCIN, 2000.
NOTA: valores médios sugeridos pela fonte.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
76
Calcário 0,26 3 3 36
0,28
Resistência à compressão Diabásio 7 3 36 108
0,31
Granito 0,35 28 3 36
Calcário 0,26 3 12
0,28
Resistência à tração Diabásio 28 3 12 36
0,31
Granito 0,35 3 12
Calcário 0,26 2 12
0,28
Módulo de Elasticidade Diabásio 28 2 12 24
0,31
Granito 0,35 2 12
A seleção dos materiais utilizados nesta pesquisa foi realizada de acordo com
a disponibilidade dos mesmos na região, através de pesquisa de mercado junto às
concreteiras de Curitiba. Os materiais foram utilizados da maneira como são
fornecidos comercialmente, sem alterações em suas características iniciais (p. ex.
ajustes na curva granulométrica dos agregados através de peneiramento, lavagem para
diminuição da quantidade de pó, entre outras).
4.2.1.1 Cimento
C3S 69,22 -
C2S 1,77 -
C3A 6,72 ≤ 8%
C4AF 7,36 -
FONTE: Laboratório de Materiais e Estruturas – LAME/LACTEC
2,4 9,4 10
1,2 22,8 33
0,6 24,2 57
0,3 27,0 84
0,15 12,5 96
100
90
80
% passante acum ulada
70
60
50
40
30
20
10 Areia Natural
0
15
,5
3
19
25
32
38
50
64
76
o
0,
0,
1,
2,
4,
6,
9,
nd
12
0,
Fu
abertura (m m )
maneira que são fornecidos no mercado; ou seja, sem alterações nas suas
características iniciais. A utilização destes agregados tem o objetivo principal de se
trabalhar o mais próximo possível da realidade observada nas centrais produtoras de
concreto. Assim, não foram utilizados procedimentos de lavagem prévia do material e
nem de ajuste da granulometria através de peneiramento. Desta forma, prosseguiram-
se os experimentos com os materiais inalterados (Figura 4.2). A análise petrográfica
das rochas encontra-se no ANEXO 3.
FIGURA 4.2 - AGREGADOS GRAÚDOS SELECIONADOS: (A) CALCÁRIO, (B) DIABÁSIO E (C) GRANITO
De acordo com a tabela 4.10, é possível fazer uma análise dos agregados,
conforme algumas características peculiares. Primeiramente, destaca-se que os
agregados apresentam módulo de finura muito próximos, indicando, como efeito, que
para uma mesma relação água/aglomerante os concretos apresentariam uma mesma
consistência. Em segundo lugar, os três materiais apresentam valores de absorção
abaixo do normalmente empregado na produção de CAD (1%). Em terceiro lugar,
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
84
100
90
80
% passante acum ulada
70
60
50
40
30
20 Calcário 19mm
Diabásio 25mm
10
Granito 25mm
0
15
,5
3
19
25
32
38
50
64
76
o
0,
0,
1,
2,
4,
6,
9,
nd
12
0,
Fu
abertura (m m )
4.2.1.4 Adições
4.2.1.5 Aditivo
A escolha do aditivo a ser utilizado em CAD deve ser feita com base em
ensaios preliminares de compatibilidade com o cimento e a sílica ativa. Desta forma,
realizou-se um estudo preliminar com quatro aditivos superplastificantes de pega
normal, sendo três a base de naftaleno sulfonado e um a base de melanina (ANEXO 1).
A seleção do aditivo foi realizada através dos ensaios de miniabatimento
desenvolvido por KANTRO (1980) e do funil de Marsh (NBR-7682/83). AÏTCIN
(2000) explica que o uso simultâneo dos dois métodos possibilita a análise de
diferentes parâmetros reológicos da pasta. Enquanto no primeiro a pasta é avaliada
num comportamento mais estático, no segundo é ensaiada em condições mais
dinâmicas.
O aditivo selecionado, de acordo com os resultados dos ensaios de
compatibilidade (ANEXO 1), foi um superplastificante a base de naftaleno sulfonado,
com massa específica de 1,19 kg/dm³, e teor de sólidos igual a 38%.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
86
volume absoluto, sugerido pelo ACI 211.1-91 (2001), sendo utilizado para estimar-
se a demanda de agregado graúdo.
Outro fator importante, dentro do método utilizado, é que os cálculos de
traço dos concretos foram feitos com base no teor de sólidos do superplastificante,
ou seja, considerando na água total adicionada ao concreto, a água presente no
aditivo, de modo a manter fixa a relação água/aglomerante.
TABELA 4.13 – QUANTIDADE DE MATERIAL UTILIZADO NOS TRAÇOS COM CALCÁRIO - TCS
(1ª REPETIÇÃO)
TABELA 4.14 – QUANTIDADE DE MATERIAL UTILIZADO NOS TRAÇOS COM CALCÁRIO - RCS
(2ª REPETIÇÃO)
TABELA 4.15 – QUANTIDADE DE MATERIAL UTILIZADO NOS TRAÇOS COM DIABÁSIO - TDS
(1ª REPETIÇÃO)
TABELA 4.16 – QUANTIDADE DE MATERIAL UTILIZADO NOS TRAÇOS COM DIABÁSIO - RDS
(2ª REPETIÇÃO)
TABELA 4.17 – QUANTIDADE DE MATERIAL UTILIZADO NOS TRAÇOS COM GRANITO - TGS
(1ª REPETIÇÃO)
TABELA 4.18 – QUANTIDADE DE MATERIAL UTILIZADO NOS TRAÇOS COM GRANITO - RGS
(2ª REPETIÇÃO)
TCS-028 28/02/02
TDS-028 ; TGS-028 01/03/02
TCS-031 19/03/02
TDS-031 ; TGS-031 20/03/02
TCS-035 ; TDS-035 25/03/02
TGS-035 ; TCS-026 26/03/02
TDS-026 ; TGS-026 27/03/02
RGS-026 ; RCS-026 08/04/02
RDS-026 ; RGS-028 09/04/02
RCS-028 ; RDS-028 10/04/02
RGS-031 ; RCS-031 11/04/02
RDS-031 ; RGS-035 12/04/02
RCS-035 ; RDS-035 15/04/02
FONTE: O autor.
NOTAS: Significado das siglas: T – traço inicial; R –
traço repetido; S – sílica ativa; C – calcário; D –
diabásio; G – granito. Os números representam a
relação a/aglom (p. ex. 028 – a/aglom = 0,28)
17
AGUADO, A.; OLIVEIRA, M. O. Informe sobre la caracterización mecánica de un hormigón
de alta resistencia. Barcelon, 1992. 79 p. Relatório – Universitat Politècnica de Catalunya & Fomento de
Construciones y Contratas SA.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
93
FIGURA 4.6 – RETIFICAÇÃO DOS TOPOS DOS CORPOS-DE-PROVA DE 10X20CM COM TORNO
MECÂNICO ADAPTADO (LABORATÓRIO LAME /LACTEC)
80 80
fc (MPa)
fc (MPa)
70 70
60 60
50 50
40 40
0,26 0,28 0,31 0,35 0,26 0,28 0,31 0,35
a/aglom a/aglom
3d 7d 28d 3d 7d 28d
80
70
70
60
60
50
40 50
0,26 0,28 0,31 0,35 0,26 0,28 0,31 0,35
a/aglom a/aglom
100 100
90 90
80 80
fc (MPa)
fc (MPa)
70 70
60 60
50 50
Calcário Diabásio
40 40
3d 7d 28d 3d 7d 28d
idade idade
100
90
80
fc (MPa)
70
60
50
Granito
40
3d 7d 28d
idade
FIGURA 4.8 – RELAÇÃO ENTRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (MPa) E A IDADE (DIAS) PARA AS
DIVERSAS RELAÇÕES ÁGUA/AGLOMERANTE ENSAIADAS.
7
idade: 28 dias
ft,sp (MPa)
5
4
0,26 0,28 0,31 0,35
a/aglom
60
idade: 28 dias
50
Ec (GPa)
40
30
20
0,26 0,28 0,31 0,35
a/aglom
100 100
90 90
80 80
fc (MPa)
fc (MPa)
70 70
60 60
50 50
40 40
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37 0 5 10 15 20 25 30
a/aglom idade (dias)
0,26 0,28 0,31 0,35
3 7 28
90
100 85
90 80
75
80
fc (MPa)
fc (MPa)
70
70
65
60
60
50 55
40 50
0 5 10 15 20 25 30 0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37
idade (dias) a/aglom
Calc ário Diabásio Granito
Granito Calcário Diabásio
(a) (b)
FIGURA 5.2 - INFLUÊNCIA DAS INTERAÇÕES ENTRE: (A) AGREGADO E IDADE E (B) AGREGADO E
A/AGLOM NA RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO.
100
90
Equações para estimativa de fc em função de a/aglom:
80
p/ 3 dias : y = -59,896 . Ln(x) - 14,914 R² = 0,9997
fc (MPa)
70
p/ 7 dias : y = -50,205 . Ln(x) + 5,664 R² = 0,9820
60
40
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37
a/aglom
100
90
Equações para estimativa de fc em função de a/aglom:
80
p/ 3 dias : y = -53,890 . Ln(x) - 9,0954 R² = 0,9616
fc (MPa)
70
p/ 7 dias : y = -39,775 . Ln(x) + 16,737 R² = 0,8377
60
40
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37
a/aglom
100
Equações para estimativa de fc em função de a/aglom:
90
70
p/ 7 dias : y = -39,938 . Ln(x) + 23,790 R² = 0,9880
60
40
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37
a/aglom
100
Relação fc/fc28 em função da idade - calcário
90
100
Relação fc/fc28 em função da idade - diabásio
90
80
a/aglom 3 dias 7 dias 28 dias
fc (MPa)
100
Relação fc/fc28 em função da idade - granito
90
1,2
0,2
0 5 10 15 20 25 30
idade (dias)
Na tabela 5.4, faz-se uma comparação entre as relações obtidas nos concretos
estudados com as encontradas na bibliografia, para concretos produzidos com cimento
ARI, considerando a idade de 28 dias como sendo 100% da resistência à compressão.
De acordo com a tabela, verifica-se que os valores obtidos são superiores aos
encontrados em concretos convencionais, significando que a resistência à tração nos
concretos de baixa relação a/aglom cresce, embora em menores proporções, com o
aumento da resistência à compressão. Cabe destacar que estes valores se explicam pelo
efeito significativo da incorporação de sílica ativa no aumento da resistência à tração
por compressão diametral, conforme constatado por DAL MOLIN (1995).
Com base nestes dados, realizou-se uma análise de variância (RIBEIRO e
CATEN, 2001) para verificar a influência dos fatores a/aglom e tipo de agregado
graúdo nos ensaios de resistência à tração por compressão diametral, conforme mostra
a tabela 5.7.
TOTAL 37,0 71
NOTAS: GDL - graus de liberdade; SQ - soma quadrada; MQ = SQ/GDL – média quadrada; FCALC. –
valor calculado de F; FLIM. – valor tabelado de F para nível de significância 0,05 (distribuição
de Fischer); SIGNIFIC. – efeito significativo.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
107
7
ft,sp (MPa)
3
0,26 0,28 0,31 0,35
a/aglom
ft,sp (MPa)
6
3
0,26 0,28 0,31 0,35
a/aglom
7
ft,sp (MPa)
3
70 75 80 85 90 95 100
fc (MPa)
FIGURA 5.12 – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO (fc,sp) X RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (fc) PARA IDADE
DE 28 DIAS.
7
ft,sp (MPa)
4
y = 0,1008x 0,9106
3
60 70 80 90 100 110
fc28 (MPa)
Com base nos resultados obtidos, foi realizada uma análise de variância
(RIBEIRO e CATEN, 2001) para verificar a influência da relação a/aglom e do tipo de
agregado no módulo de elasticidade dos concretos, conforme mostra a tabela 5.10.
TOTAL 1289,27 47
NOTAS: GDL - graus de liberdade; SQ - soma quadrada; MQ = SQ/GDL – média quadrada; FCALC. –
valor calculado de F; FLIM. – valor tabelado de F para nível de significância 0,05 (distribuição
de Fischer); SIGNIFIC. – efeito significativo.
60
55
50
45
Ec (GPa)
40
35
30
25
20
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37
a/aglom
DIABÁSIO CALCÁRIO GRANITO
60
55
50
45
Ec (GPa)
40
35
30
25
20
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37
a/aglom
Diabásio Cálcario Granito
70
60
50
Ec (GPa)
40
30
20
70 75 80 85 90 95 100
fc (MPa)
60
55
Ec (Gpa))
50
45
40
35
30
60 70 80 90 100 110
fc28 (MPa)
Conforme a figura 5.17, verifica-se que a previsão com base nas correlações
apenas entre o módulo de elasticidade e a resistência à compressão não conseguem
abranger os efeitos do tipo de agregado empregado. O próprio ACI 363R-92 (2001)
alerta que os desvios dos valores estimados a partir das equações empíricas são
altamente dependentes das características dos agregados graúdos.
Ainda, confirma-se que a norma NBR 6118 (1978) superestima os valores de
módulo quando empregada em concretos de alta resistência, em concordância com os
resultados de vários pesquisadores, entre eles GOMES et al. (1996).
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
116
dos agregados. Desta forma, optou-se por realizar a comparação de custos apenas com
os concretos produzidos com granito, uma vez que apresentaram as maiores
resistências.
Esta análise estará focada no custo básico dos materiais, pois se considera
que o processo de fabricação do CAD em central de concreto não agrega valores
substancialmente maiores que o concreto convencional a longo prazo, já que são
necessários apenas pequenos ajustes de silos e na mistura. Pela necessidade de rigor no
controle e cura, há possivelmente acréscimos de custo provavelmente pouco
significativos, que deverão ser objeto de pesquisa específica. Para efeito de
fornecimento de uma primeira aproximação, visando contribuir à comunidade técnica
local com subsídios para início da absorção das vantagens da técnica do CAD, uma
análise comparativa baseada no custo dos materiais é uma ferramenta útil e
complementar aos estudos de parâmetros mecânicos.
A tabela 5.13 apresenta o consumo de material por m³ de concreto para os
quatro traços produzidos com granito.
550
500
486
cimento (kg/m³)
450 455
400 409
362
350
300
250
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37
a/aglom
FIGURA 5.18 – CONSUMO DE CIMENTO POR M³ DOS DIVERSOS TRAÇOS COM GRANITO
550
500 486
455
cimento (kg/m³)
450
409
400
362
350
300
250
70 75 80 85 90 95 100 105
fc (MPa)
Areia ⇒ R$ 19,00 / m³
Brita ⇒ R$ 18,00 / m³
Aditivo SP ⇒ R$ 4,00 / kg
Nas figuras a seguir (Figura 5.20 e 5.21) são apresentados os gráficos de custo
do m³ dos concretos em função das resistências obtidas e a relação custo/benefício
expressa em R$/MPa, para os concretos de alto desempenho produzidos na pesquisa em
comparação com concretos convencionais fornecidos no mercado.
400,00
350,00
304,26
300,00 277,39
251,62
R$ / m³
250,00 226,25
200,00
155,27
150,00 126,42
100,00
26,6 36,6 77,7 83,6 94,1 99,2
fc (MPa)
8,0
7,0
6,0
4,75
5,0 4,24
R$ / MPa
4,0
2,91 3,01 2,95 3,07
3,0
2,0
1,0
0,0
26,6 36,6 77,7 83,6 94,1 99,2
fc (MPa)
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÕES
• Foi comprovado estatisticamente, que para relações a/aglom < 0,35, o tipo de
agregado passa a não ter efeito significativo na resistência à compressão,
indo de acordo com os raciocínios já estabelecidos para concreto
convencional.
• A evolução do crescimento da resistência apresentou comportamento muito
próximo para os três agregados. A relação fc/fc28 foi em média 0,69 (3 dias)
e 0,81 (7 dias).
• Quanto à resistência à tração por compressão diametral, estatisticamente não
há diferença significativa entre os resultados obtidos com os diferentes
agregados para relações a/aglom > 0,26.
• A relação ft,sp/fc para a idade de 28 dias manteve-se na faixa de 6,5 a 7,0%,
dentro dos limites encontrados na bibliografia.
• Quanto ao módulo de elasticidade dos concretos estudados, estes
apresentaram valores superiores aos comumente obtidos em concretos
convencionais, da ordem de 36 a 52 GPa, comprovando a grande influência
do tipo de agregado nesta propriedade.
• Constatou-se que o concreto produzido com granito apresentou as maiores
resistências à compressão e, entretanto, os menores valores de módulo de
elasticidade. A situação inversa foi verificada com o diabásio (menor
resistência à compressão e maior módulo de elasticidade).
• Confirma-se, portanto, que o uso de equações para cálculo do Ec a partir de
fc não é apropriado para estimativa do módulo de elasticidade no CAD,
sendo recomendada a determinação do seu valor através de ensaio, em
concordância com os resultados obtidos por outros pesquisadores.
• Em resumo, os resultados obtidos nos ensaios desta pesquisa apresentaram-se
compatíveis e consistentes com os valores encontrados na bibliografia.
• Por fim, com relação a custos, embora o custo unitário do m³ do CAD seja
mais caro que do concreto convencional, o volume total a ser utilizado pode
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
126
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AÏTCIN, P. C.; NEVILLE, A. 120 MPa sem mistério. Revista Téchne, São Paulo, v. 3, n.
19, p. 29-33, nov/dez. 1995.
AÏTCIN, P. -C. Concreto de Alto Desempenho. Trad. Geraldo G. Serra. São Paulo, ed.
PINI, 2000, p. 667.
AÏTCIN, P. -C.; JOLICOEUR, C.; MACGREGOR, J. G. Superplasticizers: how they work and
why they occasionally don´t. Concrete International, v. 16, n. 5, p. 45-52, May, 1994.
AÏTCIN, P. -C.; SARKAR, S. L.; YAYA, D., Microstructural study of different types of
very high-strength concrete, In: MRS SYMPOSIUM, Pittsburgh. Proceedings…
Pittsburgh, 1987, v. 85, p. 261-272.
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. Committee 234. Guide for the use of silica fume
in concrete, ACI 234R-96. ACI Manual of Concrete Practice 2001. ACI, Detroit (USA),
2001. 51 p.
BAYASI, Z.; Zhou, J. Properties of sílica fume concrete and mortar. ACI Materials
Journal, Detroit, v. 90, n. 4, p. 349-356, July/Aug. 1993.
BIZ, C. E.; PAULON, V. A.; PINTO JUNIOR, N. O concreto de pós reativos: eficiência
de aditivos e utilização do cone de “minislump” e cone de Marsh como forma de
avaliação da trabalhabilidade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONCRETO,
REIBRAC/IBRACON, 42., Fortaleza. Anais... Fortaleza, CE, 2000.
BOULAY, C.; DE LARRARD, F. A new capping system for testing cylinders: the sand
box. Concrete International, v. 14, n. 4, p. 63-66. April. 1996.
CEB/FIP Report. “High-strength concrete – State of the art report”, SR90/1, Bulletin
d’Information, n. 197, August, 1990.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
131
DAL MOLIN, D. C.; VIEIRA, F. M. P.; WOLF, J. Concreto de alta resistência. CD-
ROM: Concreto de Alto Desempenho, versão 1.0. Produzido por NUTAU/USP.1997.
DE LARRARD, F.; BELLOC, A. Are small aggregates really better for making high-strength
concrete? Cement, Concrete and Aggregates, v. 14, n. 1, p. 62-63, Summer, 1992.
DEHUAI, W.; ZHAOYUAN, C.; WEIZU, Q. Computerized mix proportioning for HPC.
Concrete International, v. 19, n. 9, p. 42-45, September, 1997.
DUVAL, R.; KADRI, E. H. Influence of sílica fume on the workability and the
compressive strength of high-performance concretes. Cement and Concrete Research, v.
28, n. 4, p. 533-547, 1998.
FERRARIS, C. F.; OBLA, K. H.; HILL, R. The influence of mineral admixtures on the reology
of cement past and concrete, Cement and Concrete Research, v. 31, p. 245-255, 2001.
GIACCIO, G.; ZERBINO, R. Effect of aggregate type on the behavior of high strength
concrete. In: INTERNATIONAL CONGRESS ON HIGH-PERFORMANCE CONCRETE,
AND PERFORMANCE AND QUALITY OF CONCRETE STRUCTURES, 1996,
Florianópolis. Proceedings... Florianópolis, SC, Jun. 1996. p. 52-60.
HSU, K.-C. et al. Effect of addition time of a superplasticizer on cement adsorption and
on concrete workability. Cement e Concrete Composites, v. 21, p. 425-430, 1999.
MALHOTRA, V. M. Fly ash, slag, sílica fume, and rice-husk Ash in Concrete: A Review.
Concrete International, p. 23-28, April, 1993.
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
134
MALIER, Y. The french approach to using HPC. Concrete International, p. 28-3, July, 1991.
MANGAT, P. S.; KHATIB, J. M. Influence of fly ash, silica fume, and slag on sulfate
resistance of concrete. ACI Materials Journal, Detroit, v. 92, n. 5, p. 542-552, Sept./Oct. 1995.
MEHTA, P. K., Aïtcin, P. -C. Microstructural basis of selection of materials and mix
proportions for high-strength concrete. In: HIGH-STRENGTH CONCRETE
INTERNATIONAL SYMPOSIUM, 2nd., ACI SP-121. Proceedings… 1990a, p. 265-286.
MEHTA, P. K., Aïtcin, P. -C. Principles underlying production for high strength
performance concrete. Cement, Concrete e Aggregates, v. 12, n. 2, p. 70-78, 1990b.
MONTEIRO, P. J. M.; MEHTA, P. K., Interaction between carbonate rock and cement
paste, Cement and Concrete Research, v. 16, n. 2, p. 127-134, Mar. 1986.
MONTGOMERY, D. C. Design and Analysis of Experiments. 3rd. ed. John Wiley &
Sons, Inc. 1991. 649 p.
TAYLOR, M. R.; LYDON, F. D.; BARR, B. I. G. Mix proportions for high strength
concrete. Construction and Building Materials, v. 10, n. 6, p. 445-450, 1996.
TÉCHNE, Revsta. São Paulo, ed. PINI, n. 63, p. 36-43, junho, 2002.
UCHIKAWA, H.; SAWAKI, D.; HANERAHA, S. Influence of kind and addition timing
of organic admixture on the composition structure and property of fresh cement paste.
Cement and Concrete Research, v. 25, n.2, p. 353-364, 1995.
ANEXOS
ANEXO 1
250 170
Área de Espalhamento (cm²)
160
200 150
140
150
130
120
100
110
50 100
90
0
80
10 min 30 min 60 min 90 min
10 min 30 min 60 min 90 min
Intervalo (min)
Intervalo (min)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C Aditivo D A - 1% A - 1,5% A - 2% C - 1% C - 1,5% C - 2%
Ensaio de Marsh
5 min 30 min 60 min
60
50
Escoamento (s)
40
30
20
10
0
0,6 0,8 1,0 1,2 1,5 2,0
Teor de Aditivo A (% )
Dissertação de Mestrado Sandro Eduardo da Silveira Mendes PPGCC/UFPR 2002
139
ANEXO 2
ANEXO 3
AMOSTRA 1:
(a) (b)
FIGURA 1C - Imagem micrográfica com falsa cor – (a) luz normal ; (b) luz polarizada
AMOSTRA 2:
(a) (b)
FIGURA 2C - Imagem micrográfica com falsa cor – (a) luz normal ; (b) luz polarizada
AMOSTRA 3:
(a) (b)
FIGURA 3C - Imagem micrográfica com falsa cor – (a) luz normal ; (b) luz polarizada