Você está na página 1de 72

Anotações

Di
re
ca çã
de o
rn Pr
o ev
do en
al tiv
un a
o

Direção Preventiva


Diretoria Executiva Geral

Coordenação de Promoção Social e Desenvolvimento Profissional - DEX

Educação Profissional:
Direção Preventiva

Modalidade Presencial

Apostila do Aluno

Elaboração, conteúdo técnico, diagramação e ilustração


Escola do Transporte

Atualização novembro/2007

Fale com o SEST/SENAT


0800.7282891
www.sestsenat.org.br

Direção preventiva : caderno do aluno. – Brasília:


SEST/SENAT, 2007.
72 p. : il.

1. Acidentes de trânsito - prevenção. 2. Trânsito.


3. Veículos - manutenção. I. Serviço Social do Transporte
II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
III. Título.

CDU 656.1.08
SUMÁRIO

Apresentação ....................................................................................................................................................... 05

Unidade 1: Direção Preventiva ................................................................................................................................ 09


Apresentação ................................................................................................................................................. 11
Objetivos ......................................................................................................................................................... 11
Introdução ...................................................................................................................................................... 11
1.1- O que significa dirigir preventivamente ............................................................................................ 13
1.2- Os cinco elementos da direção preventiva ...................................................................................... 15
1.3- Conclusão.................................................................................................................................................. 18
Exercícios de Fixação ................................................................................................................................... 18

Unidade 2: Circulação e conduta no trânsito ......................................................................................................... 21


Apresentação ................................................................................................................................................. 23
Objetivos ......................................................................................................................................................... 23
Introdução ...................................................................................................................................................... 23
2.1- Características da Via ........................................................................................................................... 23
2.2- Conduta no trânsito ............................................................................................................................. 29
2.3- Conclusão ............................................................................................................................................... 30
Exercícios de Fixação ................................................................................................................................... 31

Unidade 3: Prevenção de acidentes ...................................................................................................................... 33


Apresentação ................................................................................................................................................. 35
Objetivos ......................................................................................................................................................... 35
Introdução ...................................................................................................................................................... 35
3.1- O custo dos acidentes no Brasil ......................................................................................................... 35
3.2- Evitando acidentes com outros veículos ......................................................................................... 36
3.3- Evitando acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito ....................................... 40
3.4- Calculando distâncias .......................................................................................................................... 42
3.5- Conclusão ................................................................................................................................................ 46
Exercícios de Fixação ................................................................................................................................... 46

Unidade 4: Acidente evitável ou não evitável ....................................................................................................... 49


Apresentação ................................................................................................................................................. 51
Objetivos ......................................................................................................................................................... 51
Introdução ...................................................................................................................................................... 51
4.1- Condições adversas para dirigir ........................................................................................................ 51
4.2- Fator humano e os acidentes de trânsito ....................................................................................... 57
4.3- Princípios gerais de higiene e segurança do trabalho ................................................................. 61
4.4- Conclusão ................................................................................................................................................ 61
Exercícios de Fixação ................................................................................................................................... 61

Unidade 5: Manutenção periódica e preventiva .................................................................................................... 63


Apresentação ................................................................................................................................................. 65
Objetivos ......................................................................................................................................................... 65
Introdução ...................................................................................................................................................... 65
5.1- Manutenção de veículos ....................................................................................................................... 65
5.2- Conclusão ................................................................................................................................................ 70
Exercícios de Fixação ................................................................................................................................... 71

Bibliografia ............................................................................................................................................................ 72
APRESENTAÇÃO

Bem-vindo ao Curso de Direção Preventiva!


Este curso foi desenvolvido para fornecer a você, motorista brasileiro, uma abordagem inovadora
sobre uma forma de dirigir que vem ganhando adeptos no mundo inteiro: a Direção Preventiva. Mais do
que uma exigência da legislação, o que você estudará a partir de agora representa uma profunda mudan-
ça de mentalidade. Uma mudança na direção de um trânsito seguro e consciente da nova realidade das
estradas brasileiras. Uma mudança que pode salvar vidas.
Esperamos que esta experiência represente uma porta aberta para uma outra maneira de enxer-
gar o trânsito em sua cidade, em seu município, no País em que vivemos e transitamos. Mais do que isso,
o que os idealizadores do curso esperam é que, a partir de agora, você comece a se tornar um tipo de
motorista ainda pouco comum nas estradas brasileiras, mas que está destinado a mudar a realidade das
duras estatísticas do trânsito.
Mas que “novo motorista” é esse? Será que existe mesmo esse personagem? Afinal, muita gente
acredita que, desde que os primeiros automóveis começaram a circular pelas estradas, os condutores de
veículos dividem-se em dois tipos: os bons e os maus motoristas. Por que razão as coisas haveriam de
mudar a partir de agora?
As respostas a essas perguntas serão dadas no decorrer de nosso estudo. São muitas, como muitos
são os aspectos do trânsito abordados nos próximos capítulos. E a razão para isso é muito simples: o
trânsito mudou. O volume de veículos nas pistas aumentou dramaticamente. Com esses veículos chega-
ram novas demandas, novas necessidades. Novos padrões de relacionamento entre pessoas que ocupam
um mesmo espaço de convivência. Motoristas, motociclistas, pedestres, ciclistas, cidadãos dos mais va-
riados perfis ocupam as ruas brasileiras e exigem, de quem está atrás de um volante, uma postura de
atenção permanente em defesa da vida. Da própria e da alheia.
Um condutor mais resistente — e não são poucos! — certamente estaria pensando neste momento: “Ora,
conversa fiada! No fim das contas, é tudo a mesma coisa. O importante é saber dirigir bem e ponto final!”
Nosso amigo descrente e irônico tem seu modo de enxergar a questão. O problema é que se trata
de um tipo de visão ultrapassada, que não considera os novos cenários do trânsito. Esperamos que ele
não precise aprender da forma mais difícil que, hoje em dia, não é tão simples definir o que é ser um
“bom motorista”. Por exemplo: dirigir com habilidade é o bastante para dirigir com segurança?
E você, como se sente em relação a essas questões?
Que tal um pequeno teste antes de prosseguir na leitura? Leia as perguntas na página a seguir e
assinale somente aquelas com as quais você concorda. Ao final, leia as orientações para correção e veja
se você está realmente pronto para o trânsito do século 21!

Leia a avaliação ao final do teste somente depois de assinalar todas


as alternativas com que concorda!
Você se considera um motorista preparado para o trânsito de hoje em dia?
( ) Fico irritado quando encontro um motorista lento, dirigindo devagar demais.
( ) Não preciso de placas. Sou capaz de avaliar a melhor velocidade para cada ocasião ou con-
dição de tráfego.
( ) Obediência ao sinal luminoso tem limites. Se não houver ninguém, até dá para avançar.
( ) Uma maneira de pedir passagem é colar na traseira do motorista da frente.
( ) Se não houver guardas ou radar, não haverá tanta necessidade de obedecer aos limites de
velocidade.
( ) Celular? Todo mundo usa. Claro que só em caso de necessidade.
( ) Não cultivo estresse. Não levo desaforo de outro motorista para casa.
( ) O sinal de PARE não é inflexível. Eu costumo verificar se há realmente necessidade de parar.
( ) Quando o sinal verde abrir, é importante tentar arrancar antes dos outros.
( ) Cinto de segurança não é tão fundamental se você é um bom motorista. Sem acidentes,
para quê cinto?
( ) Se o trânsito está lento, dá para fazer pequenas tarefas, sem correr riscos, como ler um fo-
lheto ou falar ao celular.

Avaliação:
Considere as opções abaixo e veja em qual delas você se encaixa melhor:
• Se você respondeu afirmativamente a mais de 5 afirmações, atenção: você tem o perfil de
um motorista sujeito a se envolver em colisões no trânsito;
• Se você concordou com 5 ou menos afirmações, então pode ser considerado um motorista
de baixo risco.

“Motorista de baixo risco? Então este é o novo perfil que se espera dos condutores?”

Você está no caminho certo. Mas o motorista que o trânsito espera ver nas ruas brasileiras é um pou-
quinho mais do que um condutor de baixo risco. O condutor que desejamos formar é o motorista preventivo.

Motorista preventivo: uma nova postura, um novo perfil!

Mas esta é uma discussão para o próximo capítulo. A Apresentação teve por objetivo fazer uma
“provocação saudável” para lançá-lo no universo dos temas da direção preventiva, um conceito atual e
cada vez mais consolidado entre os brasileiros.
Antes de avançar para o próximo tópico, alguns lembretes:
• Atente para os ícones presentes em vários momentos da apostila. Eles têm o objetivo de esta-
belecer vínculos de memória e facilitar seu aprendizado, tornando a leitura familiar. Os ícones
são os seguintes:

• Observe a ordem de abordagem dos conteúdos. Eles têm uma razão interna de ser e procuram
lançá-lo na discussão dos temas de forma ordenada e seqüencial. Portanto, evite saltar etapas
e páginas de leitura. Embora muitos tópicos “seduzam nossa atenção”, o conteúdo integral é
importante e deve ser lido na ordem correta.
• Traga seu aprendizado para a vida. Muito do que você vai ler aqui, certamente, poderia se es-
pelhar em alguma experiência que você já viveu. Nem todas, talvez, de lembrança agradável. É
importante aprender com a experiência.

Bom estudo!
UNIDADE 1
DIREÇÃO PREVENTIVA
Apresentação

Anotações
Esta Unidade 1 aborda o conceito de Direção Preventiva e as várias in-
terpretações a ele atribuídas. Como foco central é abordado as atitudes de um
motorista preventivo em oposição aos maus hábitos do trânsito.
Um segundo aspecto igualmente importante é o conjunto de 5 elemen-
tos que constituem a essência da direção preventiva, a saber: conhecimento,
atenção, previsão, decisão e habilidade.

Objetivos

Ao final desta Unidade, você deverá estar apto a:


• Definir o que significa “direção preventiva”;
• Identificar os cinco elementos que caracterizam a direção preventiva;
• Reconhecer as atitudes que caracterizam comportamento seguro e
comportamento de risco.

Introdução

A expressão “direção preventiva” dá margem a uma série de interpre-


tações, nem todas muito próximas da verdade. Pergunte aos seus amigos de
estudo e trabalho e, certamente, vai ouvir as respostas mais surpreendentes:

“Direção Preventiva é aquela mania de dirigir devagar demais!”


“É dirigir de vidros fechados, atento à questão da segurança.”
“É dirigir tomando cuidado para não quebrar o carro.”
“É dirigir sempre abaixo da velocidade da faixa.”

Na verdade, a definição de “Direção Preventiva” passa bem longe dessas


visões mais superficiais, e vai encontrar sua justificativa em um contexto sur-
preendente: as estatísticas de acidentes de trânsito do Brasil.
Direção Preventiva

São índices impressionantes, que ultrapassam a linha da estatística fria e


nos tocam profundamente. Todos nós tivemos, em algum momento das nossas
vidas, alguma experiência relacionada a perdas no trânsito. Não raramente,
essas perdas eram de vidas humanas, entes queridos que já não convivem co-
nosco por razões que, na grande maioria dos casos, poderiam ter sido evitadas
com uma pequena mudança na postura em relação ao trânsito.
11
Quem conduz nosso veículo, nós ou o acaso?
Não há como negar. Cada um de nós, ao sentar-se ao volante de um
automóvel para transitar, está correndo algum risco. O que cabe perguntar,
então, é de que forma estamos dispostos a lidar com esse risco. Vamos jogar
12 com ele? Quando fazemos isso, estamos entregando o controle da situação e
dos acontecimentos nas mãos do acaso, de alguém ou de alguma coisa sobre
a qual não temos controle.
Direção Preventiva

Duas perguntas a fazer a si mesmo antes de entregar o controle a


alguém ou ao acaso:
1. O que tenho para fazer é tão importante que vale a pena arriscar minha
vida ou a vida das pessoas?
2. O que tenho para fazer justifica receber uma multa e adicionar pontos
na minha habilitação?

Se você responder SIM, por mais que a situação que você está imaginan-
do justifique essa atitude, então você deverá assumir as responsabilidades.
Porque, a partir desse momento, você estará jogando com o risco.

Se o trânsito automobilístico corresse em total harmonia, estaríamos vi-


vendo num mundo perfeito, onde os motoristas demonstrariam:
• Atenção constante;
• Respeito às leis e regra de trânsito;
Anotações

• Cortesia com as demais pessoas.


Mas a realidade do trânsito que você irá encontrar é bem diferente. Infe-
lizmente, muitos motoristas decidem dirigir com atitudes que pioram as condi-
ções que já não são boas, infernizando a vida de quem cruza com eles.
Em contrapartida, a técnica de Direção Preventiva ajuda você a se prote-

Anotações
ger dos riscos e perigos que estarão presentes ao seu redor.

Direção Preventiva é:
“Conduzir um veículo evitando mortes, sofrimentos, perda de
tempo e dinheiro, independentemente das condições ao nosso
redor e das ações dos outros”.
Fonte: MSD Tecnologia Educacional, Curso de Formação de Condutores.

1.1 – Os cinco elementos da direção preventiva


Como você já observou, dirigir preventivamente é uma questão de ati-
tude. Essa atitude envolve, principalmente, estar apto a prevenir acidentes,
antecipando possíveis situações de risco e preparando-se para contorná-las.
Para isso, é preciso estar dotado de algumas habilidades fundamentais:

a) Conhecimento
Prudência é importante.
Mas ela vale muito pouco se você
não sabe, por exemplo, quais os
procedimentos corretos para
realizar uma ultrapassagem se-
gura. Em outras palavras, antes
de se tornar um bom motorista
prático das ruas, você deve estar
de posse dos conhecimentos teó-
ricos que orientarão sua conduta
no trânsito.
Atenção para o conhecimento das leis e regulamentos de trânsito, os
procedimentos para ultrapassagens seguras, o direito de preferência nas vias
e uma série de outras informações essenciais a qualquer pessoa que pretenda
dirigir um veículo. Este é o ponto de partida para uma condução segura.
Direção Preventiva

b) Atenção
Lembre-se da abordagem sobre transferir o controle da situação ao aca-
so ou a outra pessoa? Pois a atenção tem muito a ver com isso. É preciso estar
sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as condições de tráfego,
para o limite de velocidade na via percorrida, etc. Dirigir um veículo significa
prestar atenção constante no trânsito, pois alguns segundos de desatenção
podem gerar acidentes. 13
A importância da atenção para a direção preventiva pode ser resumida
da seguinte forma: O motorista preventivo cuida, o tempo todo, de prevenir
acidentes; os acidentes são provocados, na maioria das vezes, por descuidos.
Então, o motorista preventivo deve manter-se atento o tempo todo.
As muitas faces da atenção
Na verdade, a atenção no trânsito não é concentrada, é difu-
sa. Ela permite ao condutor estar atento, ao mesmo tempo,
14 a todos os elementos envolvidos no trânsito, como a via, a
sinalização, os veículos, o painel do seu próprio veículo, os
pedestres, animais, etc.
Direção Preventiva

Às vezes, o condutor tem a atenção concentrada. Isso ocorre por ocasião


de um perigo, como um pedestre cruzando a rua inadvertidamente, um
ciclista ou outro veículo em atitude inesperada, com risco de colisão.
Esta atenção concentrada dura apenas alguns segundos. Depois o con-
dutor volta para a atenção difusa.

c) Previsão
Prever é ser capaz de antecipar situações de perigo, sejam elas mediatas
ou imediatas.
A previsão mediata é aquela que deve ser feita antes de se iniciar uma
viagem. Já a imediata acontece quando o motorista está dirigindo.

Um fator de diferença
Uma boa forma de caracterizar o motorista preventivo, dife-
renciando-o do conceito comum do motorista “habilidoso”, é
a capacidade de previsão.
Prever significa lembrar-se, por exemplo, de verificar o esta-
do dos amortecedores antes de uma viagem. Um motorista habilidoso
e descuidado, que não se lembrasse desse detalhe, poderia enfrentar
sérios problemas, pois não há habilidade que contorne falha mecânica.

d) Decisão
É fundamental decidir e agir prontamente em situações de risco. Nesses
momentos, a decisão é auxiliada pelo conhecimento que o condutor possui,
pela atenção que ele mantém e pela previsão do perigo.
A capacidade de decisão, como você vê, depende totalmente das outras
habilidades e competências do motorista. Para decidir, você precisa ter elementos.
Esses elementos serão úteis se você está atento para a necessidade de usá-los.

e) Habilidade
Saber exatamente qual a melhor maneira de parar, dar marcha a ré, fazer
Anotações

conversões, enfim, de manejar o veículo. Este requisito é fundamental, princi-


palmente, em manobras de emergência. A habilidade ao volante é a capacida-
de de manusear corretamente os instrumentos de comando e executar com
perícia e sucesso as manobras de trânsito.
Prática, prática! O fato de você estar se preparando para se tornar um moto-
rista preventivo, bem melhor preparado do que o motorista simplesmente “habili-
doso”, não significa que deva deixar de lado o conhecimento das habilidades bási-
cas de um bom condutor. Principalmente, procure conhecer bem o seu veículo.
Controle emocional e responsabilidade

Anotações
• Quando estiver atrás do volante, ninguém pode controlar suas emo-
ções e atitudes além de você.
• Assuma o controle de suas decisões. Não entregue o controle do seu
veículo a outro motorista, cedendo a pressões e a emoções aleatórias.

• Mesmo existindo condições adversas que você não pode controlar


(luminosidade, climáticas, rodovias, trânsito, outros motoristas), você
poderá controlar a si mesmo para, assim, poder lidar com as condi-
ções adversas.
• Cada decisão tomada levará a, pelo menos, uma conseqüência. As con-
seqüências decorrentes de dirigir com prudência, preventivamente e
com responsabilidade levarão você até o seu destino com segurança.
• Por outro lado, as conseqüências decorrentes de decisões erradas
conduzirão a uma variedade de problemas, como multas de trânsito,
acidentes, lesões graves e morte.

1.2 – Comportamento Seguro e Comportamento de Risco

1.2.1 – Método Básico de Prevenção de Acidentes


Direção Preventiva

Existe uma série de procedimentos que podem ajudar o motorista a


manter um comportamento seguro no trânsito. A prática do método básico de
prevenção de acidentes, que consiste em três ações interligadas, pode ser um
excelente começo:

• Preveja o Perigo: 15

A previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que os


acidentes aconteçam deve ser efetuada com antecedência, podendo ser de
horas, dias ou, até, semanas, caracterizando a previsão mediata.
A previsão do perigo es-
tende-se por muitos momen-
tos. Vai desde a checagem
dos itens de segurança de seu
veículo até o conhecimento
16 prévio dos trajetos de viagem,
das condições de tráfego e do
clima, por exemplo.
Direção Preventiva

• Descubra o que fazer:

Em algumas vezes, os
acidentes resultam de erros
dos motoristas. A mesma falha
que provoca um acidente leve
pode causar um acidente fatal – a gravidade é determinada pela ocasião. Isso
quer dizer que os acidentes, mesmo os pequenos, merecem ser revistos, anali-
sando-se o tipo de erro cometido para afastar a possibilidade de repetição.
O fato de um motorista ter contribuído para que houvesse um acidente
indica que ele não agiu em tempo, não sabia como ser preventivo, ou ainda,
que desconhecia o perigo.
Lembre-se: para estar preparado para iniciar uma viagem é preciso pre-
ver mentalmente o que poderá acontecer. Assim, é mais fácil descobrir o que
fazer ou como ser preventivo.

• Aja a tempo:

Além de estar consciente sobre os perigos e quais atitudes devem ser


tomadas, é preciso saber agir imediatamente, e jamais esperar para ver o que
vai acontecer. Algumas vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o mo-
torista espera a atitude dos outros, ou que os demais conheçam e respeitem
as regras de trânsito.
Importante: não conte com a sorte, não espere que tudo vá dar certo,
proceda como se o acidente estivesse para acontecer. Na verdade, ele pode
mesmo estar próximo!

1.2.2 - Cinto de Segurança

Você acredita que ainda existem pes-


soas que insistem em não utilizar o cinto
Anotações

de segurança? Embora as estatísticas se


multipliquem, destacando o enorme ganho
em termos de segurança representado pelo
uso do cinto, não é raro encontrar aqueles
que se recusam a usá-lo. As razões? São as
mais diversas:
• Sensação de desconforto;

Anotações
• Privação da sensação de liberdade;
• Incômodo com o amarrotamento da roupa;
• Redução da mobilidade.

Agora você, como um futuro e excelente motorista preventivo, pode co-


locar os prós e contras na balança e responder: os argumentos apresentados
justificam o tremendo risco de vida que se corre sem o cinto de segurança?

A verdade inatacável dos números


O uso do cinto de segurança:
• Reduz em 45% os riscos de morte dos passageiros via-
jando nos assentos dianteiros dos veículos
• Reduz em 50% os riscos gerais existentes

No momento do acidente acontecem dois choques simultâneos: o pri-


meiro, do veículo contra o obstáculo e o segundo, dos ocupantes contra as
partes internas do veículo. O uso do cinto de segurança evita ou pelo menos
ameniza o segundo choque, pois mantém o motorista e os demais ocupantes
fixos no banco. Além disso, o uso do cinto evita que as pessoas sejam arremes-
sadas para fora do veículo, o que quase sempre é muito grave.

Vantagens do cinto de segurança:

• Protege contra os impactos no interior do veículo, principalmente a


cabeça e o rosto, que são as partes mais atingidas em uma colisão;
• Diminui a possibilidade da perda de consciência num acidente;
• Em uma colisão a 20 Km/h, o corpo do motorista é arremessado con-
tra o volante, coluna de direção e pára-brisa, numa força equivalente
a seis vezes o seu peso; o cinto dá firmeza, mantém o motorista na
Direção Preventiva

posição correta e pode até ajudar a amenizar o cansaço do corpo,


principalmente em viagens longas. O rosto pode chocar no pára-brisa
e danificar os olhos, e pode ficar cego;
• Não usar o cinto, além de ser perigoso, é infração. O CTB, no artigo
65, diz: é obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e
passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situa-
ções regulamentadas pelo CONTRAN. 17

Air bags substituem o cinto?


Os air bags são equipamentos suplementares de seguran-
ça e não substituem os benefícios do cinto. O uso simul-
tâneo dos dois sistemas aumenta o nível de proteção dos
ocupantes do veículo em caso de colisão.
1.3 - Conclusão

São hábitos saudáveis para dirigir preventivamente:


18 • Avaliar as condições antes de dirigir e manter essa avaliação em to-
dos os momentos da viagem;
• Manter sempre o controle, independentemente das ações dos outros;
Direção Preventiva

• Aplicar o método básico de prevenção de acidentes: prever o perigo,


descobrir o que fazer e agir a tempo;
• Deixar claras suas intenções aos outros motoristas, demonstrando
cortesia e respeito;
• Usar sempre o cinto de segurança;
• Aceitar o ritmo de condução dos outros condutores e respeitar os
limites de velocidade legais;
• Adequar sua condução às condições atmosféricas e da via;
• Não utilizar nada nem executar ações que possam lhe tirar a atenção
durante a condução.

Os exercícios abaixo vão ajudá-lo a memorizar o conteúdo estudado.


Faça-os com atenção e disciplina.

1. A ssinale a alternativa que melhor caracteriza o que é dirigir pre-


ventivamente.
( ) a) Dirigir preventivamente é conduzir um veículo evitando mortes,
sofrimentos, perda de tempo e dinheiro, independentemente das condi-
ções ao nosso redor e das ações dos outros.
( ) b) Dirigir preventivamente é dirigir de forma consciente e em baixa
velocidade.
( ) c) Dirigir preventivamente é uma prática que permite a um condutor
se prevenir contra o mau comportamento dos demais.
( ) d) Dirigir preventivamente é dirigir tendo em mente os perigos cons-
tantes do trânsito e tentando se antecipar aos problemas.
Anotações

2. Os cinco elementos da direção preventiva são:


( ) a) Responsabilidade, Habilidade, Controle emocional, Atenção e Se-
gurança.
( ) b) Segurança, Conhecimento, Atenção, Habilidade e Controle emo-
cional.
( ) c) Conhecimento, Atenção, Previsão, Decisão e Habilidade.
( ) d) Habilidade, Responsabilidade, Predisposição, Controle e Atenção.
3. São corretas as alternativas:

Anotações
( ) I) Uma boa forma de caracterizar o motorista preventivo, diferen-
ciando-o do conceito comum do motorista “habilidoso”, é a capacidade
de previsão.
( ) II) Prever significa lembrar-se, por exemplo, de verificar o estado dos
amortecedores antes de uma viagem.
( ) III) Um motorista habilidoso e descuidado, que não faça a manuten-
ção periódica do veículo, pode enfrentar sérios problemas, pois não há
habilidade que contorne falha mecânica.
( ) IV) A previsão de possíveis situações de risco que contribuem para
que os acidentes aconteçam deve ser efetuada com antecedência, po-
dendo ser de horas, dias ou, até, semanas, caracterizando a previsão me-
diata.
( ) a) I, II e IV
( ) b) I, III e IV
( ) c) I, II e III
( ) d) Todas as alternativas são corretas.

4. São várias as vantagens da utilização do cinto de segurança. Des-


creva duas delas.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5. O air-bag pode ser um substitutivo do cinto de segurança? Por quê?


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

6. Cite dois hábitos saudáveis para se dirigir preventivamente.


_____________________________________________________________________
Direção Preventiva

_____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

19
UNIDADE 2
CIRCULAÇÃO E CONDUTA NO
TRÂNSITO
Apresentação

Anotações
A unidade 2 – Circulação e conduta no trânsito aborda o importante papel
que o comportamento do condutor tem para a segurança no trânsito, identifi-
cando, primeiramente, os riscos que envolvem certas atitudes e, num segundo
momento, as reações diante de situações inesperadas como, por exemplo, um
estreitamento de pista.
O conceito mais importante a ser explorado diz respeito à postura dos
motoristas em situações tanto rotineiras como inesperadas, de forma a asse-
gurar uma circulação no trânsito sem problemas.

Objetivos

Ao final desta Unidade, você deverá estar apto a:


• Identificar os problemas mais comuns em uma via pública;
• Reconhecer os procedimentos mais adequados para essas situações;
• Identificar os procedimentos de rotina mais adequados a uma condu-
ta preventiva no trânsito;
• Identificar as atitudes que asseguram uma boa presença no trânsito.

Introdução

Uma via pública é a superfície por onde transitam os veículos, as pessoas


e os animais. A via compreende a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e
o canteiro central. As vias podem ser urbanas ou rurais (estradas ou rodo-
vias). Diga-se que cada via tem suas características e é preciso atentar para
cada uma delas.

2.1 – Características da Via

LIMITE DE Velocidade
Direção Preventiva

Você deve respeitar os limi-


tes de velocidade da via. Há situa-
ções (tráfego, condições do tempo,
obstáculos, aglomeração de pesso-
as) que exigem que você reduza a
velocidade e redobre sua atenção, 23
para dirigir com segurança. Não se
esqueça de que, quanto maior a ve-
locidade, maior tende a ser o risco
e quase sempre mais grave são os
acidentes, aumentando a probabili-
dade de morte no trânsito.
Para cada 15 quilômetros adicionados à velocidade de 80
quilômetros por hora, o motorista estará dobrando as chan-
ces de morte se por acaso vier a sofrer alguma colisão.
24

• Nas curvas:
Direção Preventiva

Saiba que ao fazermos uma curva, há forças que atuam no veículo em-
purrando-o para fora da curva. Isto exige certo esforço para não deixar o veí-
culo sair da trajetória. Obviamente, quanto maior a velocidade, mais sentimos
tais forças. Muitas vezes, perde-se o controle do veículo, provocando um ca-
potamento, uma colisão com outros veículos ou, pior ainda, atropelamento de
pedestres e ciclistas.

Velocidade nas curvas


A velocidade máxima permitida numa curva leva em
consideração aspectos geométricos de construção da via.
Esta é uma tarefa da engenharia de transportes. Portanto,
acredite na sinalização e adote os seguintes procedimentos:
• Antes de entrar na curva, diminua a velocidade, usando o freio e
reduza a marcha, se necessário;
• Comece a fazer a curva com movimentos suaves e contínuos no
volante, acelerando gradativamente e respeitando a velocidade
máxima permitida;
• Evite movimentos bruscos e oscilações na direção durante a reali-
zação da curva.

• Nas descidas:
Antes de iniciar uma descida acentuada, você deve testar os freios. Duran-
te a descida mantenha o câmbio engatado numa marcha reduzida. Jamais des-
ça com o caminhão ou ônibus desengatado. Se o veículo estiver desengatado,
certamente, em caso de perigo, você não vai ter a força do motor para ajudar a
parar ou a reduzir a velocidade. E mais, os freios podem não ser suficientes!
Nunca desligue o motor nas descidas. Com o motor desligado, os freios po-
dem não funcionar adequadamente, e o veículo pode alcançar velocidades des-
controladas. Acrescente-se, a direção poderá travar se o motor estiver desligado.

• Nas ultrapassagens:
A ultrapassagem é uma das manobras mais peri-
Anotações

gosas, pois o veículo trafega na contramão, correndo o


risco de colidir frontalmente com outro. Em função da
freqüência com que é realizada, muitas vezes o motoris-
ta não utiliza procedimentos preventivos corretos para
essa manobra.
Ao ser ultrapassado, o motorista deve colaborar com o que vai ultrapas-

Anotações
sá-lo e, se necessário, diminuir a velocidade. Já para ultrapassar, a dificuldade
do motorista é saber o tempo e a distância necessários para realizar a mano-
bra, somando-se ainda a velocidade do veículo que vem em sentido contrário.
É importante lembrar que nunca se deve usar a sinalização informal de
setas para indicar ao motorista que vem atrás as condições de ultrapassagens,
já que pode ser que alguns a desconheçam ou a interpretem ao contrário, pro-
vocando acidentes.

Nunca uma ultrapassagem pode ser encarada como uma


disputa, e os motoristas que foram ultrapassados não de-
vem se sentir ofendidos!
Só efetue ultrapassagens onde for permitido. Noutras pa-
lavras, onde houver sinalização proibindo a ultrapassagem,
não ultrapasse.

Não ultrapasse em curvas, túneis, pontes, viadutos, subidas, descidas,


cruzamentos e onde a sinalização for com linha contínua. Ao ultrapassar um
veículo, em uma dessas situações, você poderá ultrapassar a barreira da mor-
te! Em caso de dúvida, não arrisque, espere outra chance.
Todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certifi-
car-se de que:
• Nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra
para ultrapassá-lo;
• Quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o pro-
pósito de ultrapassar um terceiro;
• A faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficien-
te para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua a rodovia
que venha em sentido contrário.
Todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
• Indicar com antecedência a manobra que quer realizar, acionando a
luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional
de braço;
Direção Preventiva

• Afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma


que deixe livre uma distância lateral de segurança;
• Retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem,
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto
convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não
pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou. 25

Faixas
A sinalização está fundamentada na teoria da engenharia de
tráfego. Você deve respeitá-la. O condutor não deve trafegar
na faixa da esquerda. Esta faixa é somente para ultrapassar!
Onde não houver qualquer tipo de sinalização, ou onde houver sinaliza-
ção permitindo a ultrapassagem, só ultrapasse se a faixa do sentido contrário
de fluxo estiver livre e, mesmo assim, deve decidir em efetuar a ultrapassa-
gem, considerando a potência do seu veículo e a velocidade do veículo que vai
à frente.
26
Cuidado, nas subidas deve-se ultrapassar quando estiver disponível a
terceira faixa, destinada a veículos lentos. Não existindo esta faixa, siga as
mesmas orientações anteriores, mas lembre-se que a potência exigida do seu
Direção Preventiva

veículo será maior que na pista plana. Para efetuar a ultrapassagem, acione
a seta para esquerda, mude de faixa a uma distância segura do veículo à sua
frente e só retorne à faixa normal de tráfego quando puder enxergar o veículo
ultrapassado pelo retrovisor.
Nos declives, as velocidades de todos os veículos são muito maiores.
Lembre-se de que você não pode exceder a velocidade máxima permitida na-
quele trecho da via.

Facilite o trânsito
Outros veículos podem querer ultrapassá-lo. Exerça a cida-
dania! Não dificulte a ultrapassagem, mantenha a veloci-
dade do seu veículo ou até mesmo reduza-a ligeiramente,
facilitando para o outro veículo.

Estreitamento de pista e trechos escorregadios

Estreitamentos de pista também aumentam os riscos de acidentes. Fi-


que atento, pois pontes estreitas ou sem acostamento, obras, desmorona-
mento de barreiras e presença de objetos na pista podem provocar o estrei-
tamento da pista.
Ao perceber o estreitamento, redobre sua atenção, reduza a velocidade
e a marcha. Em certas situações, somente um veículo por vez pode passar.
Neste caso, aguarde o momento oportuno, alternando a passagem com os ou-
tros veículos que vêm em sentido oposto.
A presença de água, óleo, barro, areia ou outros líquidos ou materiais na
pista diminuem o atrito do pneu com o solo. A perda de aderência pode causar
derrapagens e descontrole do veículo.
Nunca deixe de observar o estado do pavimento da via e procure ade-
quar sua velocidade a essa situação. Devem ser evitadas mudanças abruptas
de velocidade e frenagens bruscas. Caso contrário você pode perder o contro-
le do veículo.
Anotações

Evite perder o controle da direção em derrapagens.


Dirigindo sob condições atmosféricas adversas, as chances de
derrapagem aumentam. Nessas condições você deverá ava-
liar onde e quando haverá chances de derrapar e como você
poderá evitar derrapagens adotando medidas que incluem:
Anotações
• Reduzir a velocidade;
• Manobrar com cuidado;
• Não pisar nos freios bruscamente;
• Não fazer manobras ou curvas bruscas.

Acostamento
Acostamento é uma parte da via, mas é diferenciada da pista de rola-
mento. O acostamento destina-se à parada ou estacionamento de veículos em
situação de emergência, à circulação de pedestres e de bicicletas, quando não
houver local apropriado.

Não é permitido trafegar com veículos automotores no acostamento, já


que pode causar acidentes com outros veículos parados ou atropelamentos de
pedestres ou ciclistas.
Não raro, em certos trechos da via pode haver um desnivelamento do Dirigir à esquerda da pista
acostamento em relação à pista de rolamento. Redobre sua atenção, con- Depósitos de entulhos à beira
centre-se no alinhamento da via e permaneça a uma distância segura do da calçada ou do acostamento
estão entre as causas que le-
seu limite, evitando que as rodas caiam no acostamento para não perder o vam o motorista a dirigir à es-
controle do veículo. querda do centro da pista.

O acostamento é um espaço muito perigoso. O condutor somente deve


parar no acostamento quando houver uma emergência, como pneu furado ou
Direção Preventiva

falha na manutenção. No caso de parar para descansar, ou outro motivo, não


deve parar no acostamento.
Se precisar parar no acostamento, procure um local onde não haja des-
nível. Se for muito necessário parar, reduza a velocidade, o mais suavemente
possível para não causar acidente com os veículos que venham atrás e, não se
esqueça, sinalize com a seta do veículo. Logo após parar, sinalize com o triân-
gulo de segurança e o pisca-alerta. 27
Sinalização

Segundo o documento do Ministé-


rio das Cidades (2005) a sinalização é
28 um sistema de comunicação para ajudar
você a dirigir com segurança. As várias
formas de sinalização mostram o que é
permitido e o que é proibido fazer, ad-
Direção Preventiva

vertem sobre perigos na via e também


indicam direções a seguir e pontos de
interesse.
Em muitas cidades há árvores e ve-
getação nos canteiros centrais de suas
avenidas ou nas calçadas que podem es-
conder placas de sinalização. Ao perce-
ber árvores ou vegetação que possam estar encobrindo a sinalização, redobre
sua atenção, até mesmo reduzindo a velocidade, para poder identificar restri-
ções de circulação e com isso evitar acidentes.

Cruzamentos

O último ponto desta unidade é: cruzamentos entre vias. A probabilidade


de ocorrência de acidentes em um cruzamento é relativamente maior, segundo
as estatísticas de trânsito. Por isso, redobre sua atenção ao se aproximar de
um cruzamento!
Vale a pena relembrar algumas
regras básicas (Ministério das Cidades,
2005):
• Se não houver sinalização, a
preferência de passagem é do
veículo que se aproxima do cru-
zamento pela direita;
• Se houver a placa PARE, no seu
sentido de direção, você deve
parar, observar se é possível
atravessar e só aí movimentar
o veículo;
• Numa rotatória, a preferência
de passagem é do veículo que já
estiver circulando na mesma;
• Havendo sinalização por semáforo, o condutor deverá fazer a passa-
gem com a luz verde. Sob a luz amarela você deverá reduzir a marcha
Anotações

e parar. Com a luz amarela, ainda, você só deverá fazer a travessia se


já tiver entrado no cruzamento ou se esta condição for a mais segura
para impedir que o veículo que vem atrás colida com o seu.

Nos cruzamentos com semáforos, você deve observar apenas o foco de


luz que controla o tráfego da via em que você está e, é claro, aguardar o sinal
verde antes de movimentar seu veículo.
Anotações
Ao parar num cruzamento com sinal vermelho, ou você será
o primeiro veículo ou existirão veículos na sua frente. Se você
estiver na frente, quando o sinal ficar verde:
• Olhe para a esquerda;
• Olhe para a direita;
• Olhe para frente;
• Verifique novamente à esquerda.

2.2 - Conduta no trânsito

Vimos nesta unidade como o condutor deve colaborar para que a circula-
ção não constitua perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, das pessoas
ou de animais. Exemplos de boa conduta no trânsito:
• Não atirar ou abandonar na via objetos ou substâncias que coloquem
em risco a segurança e o fluxo da rodovia;
• Não causar danos a propriedades públicas ou privadas;
• Não colocar o veículo em circulação nas vias públicas sem antes veri-
ficar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipa-
mentos de uso obrigatório, bem como se assegurar da existência de
combustível suficiente para chegar ao local de destino.
O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedece
às seguintes normas:
• A circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exce-
ções devidamente sinalizadas;
• O condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal
entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da
pista, considerando-se, entre outras, a velocidade e as condições do
local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. Direção Preventiva

Fluxo em cruzamentos:
Não se esqueça, quando houver veículos transitando por flu-
xos que se cruzam e não houver sinalização, terá preferên-
cia de passagem:
• No caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele
que estiver circulando por ela;
29
• No caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
• Nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
• A prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar
com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança,
obedecidas as demais normas.
2.3 - Conclusão

A chave para se evitar acidentes é antecipar sua ocorrência, prevenindo-


se e sabendo como agir em cada situação. Isso envolve uma séria de pequenos
30 e grandes cuidados.
Ao regular a velocidade, observe constantemente as condições físicas
da via, do veículo e da carga (se for o caso), as condições meteorológicas e a
Direção Preventiva

intensidade do tráfego, obedecendo aos limites máximos de velocidade esta-


belecidos para a via. E atente para os 13 itens:

As 13 atitudes da boa presença no trânsito

1. Sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo, certifique-se


de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores,
a não ser que haja perigo iminente.
2. Indique, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização
devida, a manobra de redução de velocidade.
3. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, demonstre prudên-
cia, trafegando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veícu-
lo com segurança para dar passagem a pedestres e a veículos que tenham o
direito de preferência.
4. Saiba que mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favo-
rável, não entre em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a
imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passa-
gem do trânsito transversal.
5. Nas paradas para descer ou subir passageiros, nas operações de carga
ou descarga e nos estacionamentos, seu veículo deverá ser posicionado no
sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da
calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
6. Em vez de trafegar lentamente pela esquerda, dificultando as ultrapassa-
gens, mude de faixa andando pela direita; você também chegará ao seu destino.
7. Ao invés de acelerar quando um condutor pede passagem, diminua a
velocidade e deixe-o passar. Você não está disputando um lugar no Pódio.
8. Em vez de invadir a via preferencial de outro condutor, aguarde um
pouco mais. Freadas bruscas não são muito agradáveis e podem, inclusive,
machucar passageiros.
9. Não buzine desnecessariamente, mantenha a calma, principalmente,
se estiver próximo a hospitais, escolas etc.
10. Nunca mude bruscamente de pista, confira antes no retrovisor. E não
se esqueça de usar as setas nas ruas, você não anda sozinho.
Anotações

11. Evite aumentar a velocidade na chuva, ignorando o risco da pista molha-


da. Diminua sempre a velocidade. O aumento dos acidentes com o tempo chuvoso
não é mera coincidência – as estatísticas estão aí para não nos deixar mentir.
12. Jamais esqueça seu veículo em fila dupla, atrapalhando o trânsito e
os outros. Ande um pouco mais, acredite ou não, tem sempre uma vaga livre
adiante!
13. Nunca fique atrás de um veículo que está indicando que vai virar à

Anotações
esquerda. Ultrapasse pela direita. Esta é a única exceção à regra de ultrapas-
sagem, que deve sempre acontecer pela esquerda.

1. Quanto aos procedimentos de entrada em uma curva, todas as alterna-


tivas estão corretas, exceto:
( ) a) Antes de entrar na curva, diminua a velocidade usando o freio e
reduza a marcha, se necessário.
( ) b) Comece a fazer a curva com movimentos suaves e contínuos no
volante, acelerando gradativamente e respeitando a velocidade máxi-
ma permitida.
( ) c) Evite movimentos bruscos e oscilações na direção durante a rea-
lização da curva.
( ) d) Numa curva, a sinalização é o menos importante, o instinto do
motorista deve falar mais alto.

2. Podemos considerar como estreitamento de pista:


( ) a) Pontes estreitas ou sem acostamento, obras, desmoronamento de
barreiras.
( ) b) Trânsito lento com engarrafamento de veículos.
( ) c) Qualquer pista sem acostamento.
( ) d) Vias urbanas quando em manutenção.

3. Marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) Acostamento é uma parte da via, mas é diferenciada da pista de
rolamento. O acostamento destina-se à parada ou estacionamento de veículos
Direção Preventiva

em situação de emergência, à circulação de pedestres e de bicicletas, quando


não houver local apropriado.
( ) Não é permitido trafegar com veículos automotores no acostamen-
to, já que pode causar acidentes com outros veículos parados ou atropelamen-
tos de pedestres ou ciclistas.
( ) Em certos trechos da via pode haver um desnivelamento do acosta-
mento em relação à pista de rolamento. O motorista deve evitar que as rodas 31
caiam no acostamento para não perder o controle do veículo.
( ) O acostamento é um espaço de utilização. O condutor pode parar no
acostamento sempre que necessário, inclusive para descansar.
4. Em um fluxo de cruzamento, quem tem a prioridade da passagem?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
32 _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
5. Cite três atitudes de boa presença no trânsito.
Direção Preventiva

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Anotações
UNIDADE 3
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Apresentação

Anotações
Esta unidade se propõe a discutir como se podem evitar acidentes no
trânsito, seja com outros veículos, pedestres ou ciclistas. Estamos falando, por-
tanto, da principal razão para o surgimento da filosofia da Direção Preventiva.

Objetivos

Ao final desta Unidade 3 – Prevenção de acidentes, você deverá es-


tar apto a:
• Reconhecer, por meio das estatísticas, o impacto que os acidentes de
trânsito representam para a vida das pessoas e para a economia do
País;
• Identificar os principais tempos do trânsito, entre os quais o tempo
de reação;
• Reconhecer como evitar colisões;
• Identificar as atitudes que evitam acidentes com pedestres e outros
integrantes do trânsito;
• Calcular as principais distâncias no trânsito.

Introdução

Você já parou para pensar no quanto custam ao País os acidentes de trân-


sito? Esta é uma pergunta importantíssima que raramente é feita. As razões
são até compreensíveis. Afinal, um acidente de trânsito envolve circunstâncias
emocionais pesadas, que nos levam a ignorar o aspecto do custo financeiro do
acidente. Mas a verdade é que esse componente precisa ser levado em conta,
conforme veremos a partir de agora.

3.1 – O custo dos acidentes no Brasil


Direção Preventiva

De acordo com dados da “World Health Organization”, os aci-


dentes de trânsito respondem por 23% de todas as mortes
decorrentes de ferimentos em todo o mundo.

O Brasil gasta bilhões de reais por ano com acidentes de trânsito. Se-
gundo pesquisa feita pelo IPEA (2006), em parceria com o Departamento Na-
35
cional de Trânsito (DENATRAN), os gastos com acidentes atingiram o número
assustador de aproximadamente R$ 28 bilhões por ano (1,45 do PIB brasileiro),
assim distribuídos: acidentes em rodovias federais alcançaram R$ 6,5 bilhões;
em estradas estaduais, R$ 14 bilhões; em estradas municipais, R$ 1,4 bilhão, e
R$ 6 bilhões nas cidades.
Os custos gerados são relativos a:
a) Pessoas: incluem custos de perda de produção, cuidados com a saúde
(pré-hospitalar, hospitalar, pós-hospitalar), remoção e translado;
b) Veículos: referem-se a danos materiais ao veículo, perda de carga e
36 remoção/pátio;
c) Outros custos: referem-se a atendimento da polícia rodoviária e danos
à propriedade pública e privada.
Direção Preventiva

Comparando – I
O Brasil perde, a cada dois anos, em vítimas de acidentes
no trânsito, a mesma quantidade de pessoas que os ameri-
canos perderam em quase 12 anos de guerra no Vietnã.

Segundo pesquisa feita pelo IPEA (2006), nas rodovias federais, os atro-
pelamentos ocupam o segundo lugar no ranking de mortalidade por acidente.
A cada 34 atropelamentos ocorrem 10 mortes. Ocorrem cerca de 4 mil atrope-
lamentos/ano, aproximadamente um a cada duas horas. Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná lideram com 54% das mortes de
pedestres e doze rodovias federais detêm 75,3% das ocorrências envolvendo
pedestres, das quais, as três primeiras (BR-116, BR-101 e BR-040) respondem
por 50% das mortes.
É importante que você saiba que uma vítima classificada como ferida
apresenta um custo médio de R$ 36.305,00 e uma vítima fatal, por sua vez,
representa um custo médio de R$ 270.165,00.

Comparando - II
A frota americana de veículos é 6,5% maior do que a bra-
sileira. Já o número de vítimas fatais para cada 100 mil ve-
ículos registrados é de 51,5% no Brasil e 17,9% nos Estados
Unidos, uma diferença de mais de 30%.

3.2 - Evitando Acidentes com Outros Veículos

Um veículo, quando em movimento, necessita de tempo e distância para


poder parar, por menor que seja sua velocidade. Por isso, é importante conhe-
cer o que é tempo de reação, de frenagem, de parada e, entre outros concei-
tos, o de distância de seguimento.
• Tempo de reação é aquele que o motorista gasta para reagir frente
a um perigo.
Anotações

• Tempo de frenagem é o tempo que é gasto desde o acionamento do


mecanismo de freio até a parada total do veículo.
• Tempo de parada é o gasto desde que o perigo é visto até a parada
total do veículo.
• Distância de reação é aquela percorrida pelo veículo desde que o
motorista vê o perigo até tomar uma atitude.
• Distância de frenagem é a distância que o veículo percorre depois

Anotações
que o mecanismo do freio é acionado até a parada total do veículo.
• Distância de parada é a percorrida pelo veículo desde que o perigo é
visto até sua parada total.
• Distância de seguimento é a distância entre o veículo que está diri-
gindo e o que segue à frente.

Um conceito importante!
Um dos principais cuidados para evitar colisões e acidentes
consiste em manter a distância adequada em relação ao carro
que segue à frente. Esta distância, chamada de distância de
seguimento, pode ser calculada segundo uma fórmula bastante compli-
cada que envolve a velocidade do veículo em função de seu comprimen-
to. Mas ninguém quer sair por aí fazendo cálculos e contas matemáticas
enquanto dirige. Por isso, bom mesmo é usar o bom senso. Mantenha um
espaço razoável entre si e o carro que vai à sua frente. À medida que a
velocidade aumenta, vá aumentando também a distância, pois precisará
de mais espaço para frear caso surja algum imprevisto. Atente para a dis-
tância a que vem o veículo de trás. Se sentir que o motorista está muito
colado, mude de pista ou diminua sua velocidade para dar-lhe passagem.
Lembre-se: não aceite provocações. Muito cuidado com os veículos de
transporte coletivo, escolares e veículos lentos, que podem parar inespe-
radamente. Quando estiver atrás de um desses veículos, aumenta ainda
mais a distância que o separa dele.

Como evitar colisão com o veículo da frente

A colisão com o veículo que vai à frente normalmente acontece quando o


motorista não mantém a distância de seguimento ou está desatento em relação
ao carro da frente. Para que este tipo de colisão não ocorra, o motorista deve:
• Concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito;
• Observar os sinais do motorista da frente;
• Olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis situa-
ções que possam forçá-lo a agir;
Direção Preventiva

• Manter os vidros do veículo


limpos e desimpedidos de ob-
jetos que diminuam o campo
de visão;
• Manter a distância de segu-
rança; 37
• Evitar as frenagens bruscas: o
mais correto é pisar no freio
aos poucos, de modo que o
veículo não derrape ou pare
bruscamente.
Como evitar colisão com o veículo de trás

Este tipo de acidente pode provocar ferimentos graves, como fratura no


pescoço ou deslocamento de coluna, dentre outros. Para que esses acidentes
38 não ocorram, siga alguns princípios de direção preventiva:
• Saiba exatamente o que fazer no trânsito (aja com decisão);
• Sinalize suas intenções;
Direção Preventiva

• Pare de forma suave e gradativa;


• Mantenha-se livre dos veículos que estão colados na traseira de seu
veículo, facilitando a ultrapassagem;
• Ajuste o encosto de cabeça.

Como evitar colisão frontal

A colisão frontal é um dos mais graves acidentes de trânsito e, muitas


vezes, leva à morte. Duas situações nas quais podem ocorrer colisão frontal, e
algumas atitudes para evitá-las, são:
Nas retas:
• Não ultrapasse a velocidade máxima permitida;
• Mantenha-se sempre na sua mão de direção;
• Só ultrapasse outro veículo se houver visibilidade suficiente;
• Fique atento aos pedestres e aos ciclistas que poderão entrar repen-
tinamente na pista.
Nas curvas:
• Perceba a curva sempre com antecedência;
• Atenção ao tipo de curva: quanto mais fechada, menor deverá ser a
velocidade;
• Freie antes de entrar na curva e não apenas quando já estiver nela.

Em curvas, a reunião de vários


fatores como velocidade, tipo de pavi-
mento, ângulo da curva, condições dos
pneus e outros, podem provocar a saída
de um veículo da sua mão de direção,
levando-o para a contramão ou para o
acostamento. A força responsável por
Anotações

este perigoso deslocamento chama-


se “força centrífuga”. Em curvas para
a direita, a força centrífuga empurra o
veículo para a esquerda, no sentido da
faixa de contramão. Ao fazer uma cur-
va para a esquerda, a força centrífuga
o empurra para a direita, no sentido do
acostamento.
Anotações
No lugar certo
Mantenha sempre seu veículo posicionado ligeiramente à di-
reita do centro da sua pista, principalmente quando estiver
dirigindo em pistas de mão dupla. Assim, você estará ganhan-
do um espaço extra, aumentado a distância entre seu veículo
e os veículos vindo no sentido contrário que, algumas vezes, invadem
sua pista, principalmente ao finalizar uma curva mal desenhada.

Como evitar colisão nos cruzamentos

Este tipo de acidente acontece, normalmente, nas mudanças de direção,


para a direita ou para a esquerda, devido à disputa pela preferência, excesso
de velocidade ou por falta de atenção e cuidado. O respeito pela preferência,
a velocidade compatível e a atenção são as melhores atitudes para se evitar
tais acidentes.
Cuidados para se evitar colisão nos cruzamentos:
• Saiba exatamente para onde seguir;
• Reduza a velocidade;
• Respeite a preferência de quem transita por via superior, ou que já
esteja transitando nas rotatórias;
• Sinalize suas intenções;
• Siga sempre com atenção.

As colisões nos cruzamentos de áreas rurais são mais graves


do que nas cidades. Isso acontece porque, nas vias rurais, os
motoristas dirigem em velocidades bem maiores e, quanto
maior a velocidade, mais grave será o resultado da colisão.

Nos centros urbanos, os cruzamentos geralmente são locais de pouca


visibilidade. O motorista que pratica a direção preventiva muitas vezes abre
mão da sua preferência em benefício da segurança, porque sabe exatamente
Direção Preventiva

o que está fazendo no trânsito e quais os riscos que corre.

Tempo de reação:
Um procedimento preventivo é entrar no cruzamento com o
pé direito descansando sobre o pedal do freio. Assim, a reação 39
do motorista é imediata em uma situação de emergência.
3.3 - Evitando Acidentes com Pedestres e Outros
Integrantes do Trânsito

40 Os condutores precisam estar especialmente atentos para evitar os se-


guintes casos:
• Colisões na marcha a ré;
• Atropelamentos;
Direção Preventiva

• Choques com objetos fixos;


• Colisões com bicicletas;
• Colisões com motocicletas;
As travessias urbanas das ro-
dovias federais estão sendo • Atropelamentos de animais.
a principal arena da violência
contra a vida dos pedestres.

Colisões na marcha a ré

Como numa manobra em marcha a ré a visão do motorista é limitada, deve-


se prestar muita atenção para evitar acidentes. Observe esses procedimentos:
• Certifique-se de que não há nada atrás do veículo antes de iniciar a
manobra;
• Não dê marcha a ré em esquinas.

Atropelamentos

Como o comportamento de alguns pedestres é difícil de se prever, a me-


lhor forma de evitar atropelamentos é ser cuidadoso ao volante e dar sempre
o direito de preferência a quem está a pé.
Determinadas pessoas têm comportamentos imprevisíveis, não conhe-
cem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-los ou de ava-
liá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de pessoas
com deficiências, dentre outros.
Além disso, há locais que exigem atenção redobrada dos motoristas,
como os pontos de parada de ônibus ou escolas. Ao passar por esses locais, os
motoristas precisam manter um cuidado maior ainda.

Estatísticas brasileiras indicam que cerca de 30% dos aci-


dentes de trânsito são atropelamentos. Calcula-se que mor-
Anotações

rem, ao todo, 33 mil pessoas por ano em decorrência de aci-


dentes de trânsito, sendo que 51% dos óbitos são causados
por atropelamentos.
Choques com objetos fixos

Anotações
Esse tipo de acidente pode ocorrer nas ruas (colisão com árvores, pos-
tes, veículos estacionados, etc.) ou mesmo nas garagens.
Nas ruas, principalmente, esses acidentes podem ter conseqüências gra-
ves aos ocupantes dos veículos e sempre trazem danos materiais. Para evitar esse
tipo de acidente, vale a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não ultra-
passando os limites de velocidade e mantendo as práticas de direção preventiva.

Se não houver como evitar a batida contra um objeto fixo,


ofereça a lateral do veículo para bater. O impacto de frente
será bem maior. Cada centímetro que virado para a lateral do
veículo aumentará suas chances de sobreviver à colisão.

Colisões com bicicletas

A bicicleta, apesar de ser um veículo de propulsão humana, tem direito


de trânsito como qualquer outro veículo. Porém, alguns motoristas parecem
ignorar os ciclistas, atrapalhando a circulação das bicicletas ou mesmo colo-
cando-as em situações de risco de acidente.

Direção Preventiva

Alguns cuidados devem ser mantidos no trânsito em relação aos ciclis-


tas, já que a maioria deles é menor de idade e por isso nem sempre tem conhe-
cimento das regras de trânsito:
• Mantenha uma distância lateral mínima de 1,5 metro da bicicleta; 41
• Olhe antes de abrir as portas do veículo, quando estiver estacionado
ou parado;
• Atenção especial à noite, pois muitos ciclistas não usam os dispositi-
vos refletivos previstos em lei, dificultando visualizá-los;
• Este é um veículo silencioso. Ao fazer uma curva, principalmente à
direita, assegure-se de que não venha alguma bicicleta.
Colisões com motocicletas

Principalmente nas cidades, as motos dividem o trânsito com os demais


veículos. Ao mesmo tempo em que devem ter seu espaço respeitado, esses veí-
42 culos, pelas suas características, exigem muita atenção dos demais condutores.
Muitas vezes, os motociclistas se utilizam de manobras arriscadas, tra-
fegando em meio aos carros, ônibus e caminhões, sem maiores cuidados com
Direção Preventiva

a segurança. Assim, sempre que vir uma moto, em sentido contrário ou no


mesmo sentido, redobre a atenção:
• Mantenha uma distância segura;
• Cuidado nas conversões à esquerda e à direita, pois há motociclistas
que costumam transitar nos “pontos cegos”;
• Cheque constantemente os retrovisores: ao estacionar ou parar o ve-
ículo, cuidado ao abrir as portas;
• Para ultrapassar uma motocicleta, utilize todos os cuidados das de-
mais ultrapassagens.

Atropelamentos de animais

Animais nas ruas e estradas são


sérios fatores de risco de acidentes, seja
pela reação imprevisível de seus movi-
mentos ou pela atitude dos motoristas de
desviar, bruscamente, para tentar evitar a
colisão. Mais uma vez, vale a recomenda-
ção: muita atenção e cuidado!

3.4 - Calculando distâncias

Como você viu, existem vários tipos de colisão que podem acontecer
com o seu veículo, e os comportamentos perigosos dos condutores nas vias
também são bem variados, mas o fator mais comum nos acidentes é não ter
conseguido desviar ou parar a tempo o seu veículo, evitando a colisão.
Anotações
Como parar: Você, condutor preventivo, deve conhecer os tipos de

Anotações
paradas do veículo, tempo e distância necessários para cada uma delas.
Distância de seguimento: É aquela que você deve manter entre o seu
veículo e o que vai à frente, de forma que você possa parar, mesmo numa
emergência, sem colidir com a traseira do outro.
Distância de reação: É aquela que seu veículo percorre, desde o mo-
mento que você vê a situação de perigo, até o momento em que pisa no
freio. Ou seja, desde o momento em que o condutor tira o pé do acelerador
até colocá-lo no freio.
Distância de frenagem: É aquela que o veículo percorre depois de
você pisar no freio até o momento total da parada. Você sabe que o seu
veículo não pára imediatamente, não é mesmo?
Distância de parada: É aquela que o seu veículo percorre desde o
momento em que você vê o perigo e decide parar até a parada total do
seu veículo, ficando a uma distância segura do outro veículo, pedestre ou
qualquer objeto na via.

Na velocidade de 80 Km/h, até


você reconhecer um perigo
e chegar o pé até o pedal de
Você deve ter percebido que a distância de parada é a
freio, seu veículo cobrirá 20
soma da distância da reação mais a distância de frenagem metros de distância .
e, portanto, deve ser maior que as duas juntas para evitar
a colisão e que esta deve ser a distância de seguimento.

Distância segura: Para você saber se está a uma distância segura dos
outros veículos, vai depender do tempo (sol ou chuva), da velocidade, das
condições da via, dos pneus e do freio do carro, da visibilidade e da sua
capacidade de reagir rapidamente.
Existem tabelas e fórmulas para você calcular esta distância, prin-
cipalmente nas rodovias, mas como elas variam muito, e dependem além
do tipo e peso do veículo, de outros fatores que também variam muito, o
melhor é manter-se o mais longe possível (dentro do bom senso), para ga-
rantir a sua segurança.
Porém, para manter uma distância segura entre os veículos nas rodo-
vias, sem a utilização de cálculos, fórmulas ou tabelas, vamos lhe ensinar
a usar “o ponto de referência fixo”:
Direção Preventiva

Os passos para cálculo da distância segura


1. Observe a estrada à sua frente e escolha um ponto fixo de referên-
cia (à margem) como uma árvore, placa, poste, casa, etc.

43
2. Quando o veículo que está à sua frente passar por este ponto, co-
mece a contar pausadamente: cinqüenta e um, cinqüenta e dois;
3. Se o seu veículo passar pelo ponto de referência antes de contar
(cinqüenta e um e cinqüenta e dois), deve aumentar a distância, diminuindo
44 a velocidade, para ficar em segurança.
4. Se o seu veículo passar pelo ponto de referência após você ter fa-
lado as seis palavras, significa que a sua distância é segura.
Direção Preventiva

Enfim, estes procedimentos ajudam você a manter-se longe o sufi-


ciente dos outros veículos em trânsito, possibilitando fazer manobras de
emergência ou paradas bruscas necessárias, sem o perigo de uma colisão.

Condições para contagem:


Esta contagem só é válida para veículos pequenos até 6
metros e na velocidade de 80 e 90 km e em condições
normais de veículo, tempo e estrada.

Um aperfeiçoamento dos passos:


• Para veículos leves:
a) em pista seca = 3 segundos (51, 52, 53).
b) em pista molhada = 4 segundos (51, 52, 53, 54).
• Para veículos pesados:
a) em pista seca = 4 segundos (51, 52, 53, 54).
b) em pista molhada = 5 segundos (51, 52, 53, 54, 55).

Conforme já foi observado, você não precisa ficar fazendo cálculos


para medir as distâncias adequadas às diversas situações de trânsito. O
bom senso continua sendo seu principal aliado nesses momentos. Mas é
interessante conhecer os mecanismos que levaram a essas estimativas. Ve-
jamos as mais importantes a seguir:

Cálculo da distância de reação de 3/4 de segundo a velocidade de 40 km/h:


Sabemos que: 1 hora = 60 minutos = 3.600 segundos
1 km = 1.000 metros
3/4 de segundo = 0,75 segundo
Anotações

Logo: 40.000 -------------- 3.600


X ----------------- 0,75
X= 40.000 X 0,75
3.600
X = 8,33 metros.
Distância em metros que um veículo percorre por segundo na velocidade (km/h)

Anotações
em que estiver:
Para se conseguir, basta dividir a velocidade por 3.600 segundos.
Exemplos:
a) v= 60 km/h d= 60 = 16,66
3.600
b) v = 80 km/h d= 80 = 22,22
3.600

Distância de Parada de veículos em pista seca e pista molhada:


• Veículo leve em pista seca: d = 0,7 v
• Veículo leve em pista molhada: d = 0 ,9 v
• Veículo pesado em pista seca: d =1,0 v
• Veículo pesado em pista molhada: d =1,3 v
d = é a distância percorrida em metros.
v = é a velocidade.

Aplicando as equações: veículos leves


• Distância de parada de um veículo leve a 80 km/h em pista seca
d = 0,7 x 80 = 56 m.
• Distância de parada de um veículo leve a 80 km/h em pista molhada
d = 0,9 x 80 = 72 m.

Aplicando as equações: veículos leves pesados


• Distância de parada de veículo pesado a 80 km/h em pista seca
d = 1,0 x 80 = 80 m.
• Distância de parada de um veículo pesado a 80 km/h em pista molhada
d =1,3 x 80 = 104m.

Distâncias de reação e de frenagem para veículos em pistas seca e molhada: veículos leves
Direção Preventiva

• 80 km/h – distância de reação = 22 m (pista seca)


• 80 km/h – distância de frenagem = 34 m (pista seca)
• 80 km/h – distância de reação = 22 m (pista molhada)
• 80 km/h – distância de frenagem = 50 m (pista molhada)

45
Distâncias de reação e de frenagem para veículos em pistas seca e molhada: veículos
leves e pesados
• 80 km/h – distância de reação = 22 m (pista seca)
• 80 km/h – distância de frenagem = 58 m (pista seca)
• 80 km/h - distância de reação= 22 m (pista molhada)
• 80 km/h – distância de frenagem = 82 m (pista molhada).
3.5 - Conclusão

Conforme você estudou, os acidentes de trânsito representam dor, so-


frimento e prejuízos financeiros, tanto para o cidadão quanto para o país. Em
46 vários momentos, o simples estado de alerta permite a reação adequada e
evita uma situação incontrolável.
O motorista preventivo deve saber como evitar colisões. E cada uma de-
Direção Preventiva

las exige suas próprias respostas. Da mesma forma, para evitar acidentes com
pedestres e outros integrantes do trânsito, é importante que o motorista saiba
identificar as atitudes que o ajudam nessa tarefa. Calcular as distâncias corre-
tas é o melhor começo para esse tipo de postura.

1. Assinale com V as alternativas que possuem conceitos corretos e com


F as incorretas.
( ) Distância de frenagem é a distância que o veículo percorre depois
que o mecanismo do freio é acionado até a parada total do veículo.
( ) Tempo de reação é aquele que o motorista gasta para reagir frente
a um perigo.
( ) Tempo de frenagem é o tempo que é gasto para a parada total do veículo.
( ) Distância de reação é aquela percorrida pelo veículo desde que o
motorista vê o perigo até tomar uma atitude.

2. Um dos principais cuidados para evitar colisões e acidentes consiste


em manter a distância adequada em relação ao carro que segue à frente. Esta
distância recebe o nome de:
( ) a) Distância de segmento
( ) b) Distância de parada
( ) c) Distância segura
( ) d) Distância de frenagem

3. São incorretas as alternativas:


( ) 1. Nas curvas não se deve ultrapassar a velocidade máxima permitida.
( ) 2. Em curvas só se deve ultrapassar outro veículo se houver visibili-
Anotações

dade suficiente.
( ) 3. Pedestres e ciclistas nunca entrarão repentinamente na pista.
( ) 4. Não há necessidade de se perceber uma curva com antecedência
se houver sinalização indicadora.
( ) 5. Quanto mais fechada a curva, maior deverá ser a velocidade.
( ) 6. Os freios devem ser acionados antes de se entrar na curva e não
apenas quando já estiver nela.
( ) a) 1, 3 e 6

Anotações
( ) b) 2, 3 e 4
( ) c) 3, 4 e 5
( ) d) 4, 5 e 6

4. Cite dois cuidados básicos que o motorista deve manter no trânsito


em relação aos ciclistas.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5. Como você, motorista, faz para calcular a distância segura do veículo


da frente?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Direção Preventiva

47
UNIDADE 4
ACIDENTE EVITÁVEL OU
NÃO EVITÁVEL
Apresentação

Anotações
Esta Unidade 4 – Acidente evitável ou não evitável apresenta o funda-
mental conceito de condição adversa, no qual se estudam as principais situa-
ções imprevisíveis, as quais dificultam a ação do condutor.
A ação adequada em condições adversas pode ser fundamental para re-
duzir as probabilidades de um acidente. Mas é fundamental considerar, tam-
bém, que o próprio motorista pode caracterizar uma condição dessa natureza,
seja por fatores alheios à sua vontade, seja por atitudes que são de sua res-
ponsabilidade direta.

Objetivos

Ao final desta Unidade, você deverá estar apto a:

• Identificar as principais condições adversas presentes no trânsito;


• Saber como reagir diante de cada uma dessas condições;
• Reconhecer as situações em que o próprio motorista pode ser consi-
derado uma condição adversa;
• Identificar as relações entre o fator humano e os acidentes de trânsito.

Introdução

Sempre é bom lembrar: a chave para a direção preventiva é o controle.


Bem preparado, alerta e consciente das condições em que está dirigindo, o
motorista tem condições de manter-se no domínio das situações do trânsito
cotidiano, antecipando e prevenindo imprevistos.
Mas como proceder quando as condições escapam de nossa capacidade
de prever e controlar?

4.1 - Condições adversas para dirigir


Direção Preventiva

O que fazer quando, à noite, um carro vem em sentido con-


trário e mantém a luz alta?

Essas situações são imprevisíveis. Todo motorista sabe que deve manter 51
luz baixa ao cruzar veículos. As placas de sinalização repetem o alerta nas
rodovias exaustivamente. Mas o motorista preventivo sabe que, mais cedo ou
mais tarde, um motorista descuidado irá esquecer esse procedimento.
O esquecimento pode acontecer quando ele estiver cruzando a mesma
rodovia que você, em sentido contrário. O que fazer nessa situação?
Este exemplo é uma das muitas situações que denominamos
“condições adversas”:

Condições adversas
52 São aquelas que estão além da capacidade de controle do
motorista, exigindo técnicas de direção preventiva que per-
mitam antecipá-las.
Direção Preventiva

Essas situações incontroláveis estão prestes a ocorrer a qualquer momen-


to. Para evitar que eles ocorram, o motorista precisa estar preparado para reco-
nhecê-las, identificar os perigos que estão associados a elas e aplicar as técnicas
preventivas adequadas. As situações envolvem os seguintes contextos:
• Luminosidade;
• Condições climáticas;
• Via;
• Trânsito;
• Veículo;
• Motorista;
• Passageiro.

Luminosidade

Este é, infelizmente, um dos fatores adversos mais presentes nas estra-


das brasileiras. As condições de iluminação, tanto natural como artificial, po-
dem afetar a visão. Sem que o motorista tenha condições de ver ou de ser
visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrer acidente.
Anotações

Mas é possível contornar a alteração súbita de luminosidade? Sim, se o


motorista aplica técnicas de direção preventiva. Vejamos como proceder em
alguns casos:
Anotações
O que o motorista deve fazer quando se deparar com...

Muita luminosidade Pouca luminosidade

Utilizar o quebra-sol Acender os faróis baixos


Utilizar os óculos escuros Aumentar a distância de segurança em re-
lação ao veículo da frente
Manter limpos os vidros
Aumentar a distância de segurança em
relação ao veículo da frente

Faróis altos em sua direção Faróis altos vindos por trás

Desviar o olhar para a direita, procuran- Desviar a cabeça


do a faixa
branca.
Ajustar os retrovisores

Condições climáticas

São fenômenos atmosféricos como chuva, vento, neblina, cerração, neve


e granizo. Além de dificultar a visão do motorista, esses fenômenos também
tornam a pista perigosa e tiram a estabilidade do veículo.
Os problemas com as condições atmosféricas incluem:
• Redução de visibilidade;
• Redução do controle da direção;
• Redução de aderência/atrito do veículo sobre o pavimento.

Qual a primeira providência a tomar diante de condições atmosféricas severas?


Direção Preventiva

Antes de mais nada, o


motorista preventivo deve
avaliar se ele realmente pre-
cisa continuar dirigindo e se
as condições oferecem segu-
rança para isso. Se for seguro
continuar dirigindo, então é 53
hora de ligar os limpadores
de pára-brisa e acender os
faróis baixos.
A aquaplanagem é um dos muitos problemas decorrentes de chuvas
intensas, quando as pistas podem acumular espessas camadas de água em
determinados pontos. Se os pneus não conseguem romper essas camadas de
água, perdem a aderência e o veículo começa a aquaplanar (ou hidroplanar).
A aquaplanagem se forma pela combinação de quatro fatores: velocidade alta;
54 muita água no chão; pneus lisos, sem sulcos para afastar a água entre os pneus
e a via; e óleos e resíduos no asfalto.
Cuidados a serem tomados em condições climáticas adversas:
Direção Preventiva

• Mantenha os vidros limpos por dentro e por fora, sempre;


• Atenção para a velocidade. Dependendo das condições, até mesmo o
limite legal pode ser rápido demais;
• De preferência, mantenha os faróis baixos acesos. Você será visto
mais facilmente;
• Sob neblina, use luz baixa. Faróis altos ofuscam sua visão nessas
condições;
• Para evitar derrapagens, manobre com cuidado, não freie brusca-
mente nem faça manobras ou curvas bruscas.
E lembre-se:
A melhor defesa numa dessas condições adversas será reduzir a veloci-
dade e aumentar a distância de segurança do veículo a sua frente.

Via

Esta condição adversa está


relacionada com a construção e
conservação das vias. Condições
Em caso de derrapagem, vire o adversas de rodovias incluem
volante sempre para a direção
onde você quer que a frente do
rodovias estreitas, obras em ro-
veículo siga! dovias, buracos no pavimento,
rodovias com lombadas, sem
acostamento, sinuosas, com incli-
nação errada, mal pavimentadas,
subidas e descidas acentuadas.
Encontrando-se em rodo-
vias com condições adversas,
atente para:
• Reduzir a velocidade;
• Aumentar a distância
de segurança;
• Manter sempre a velo-
Anotações

cidade adequada para


as circunstâncias;
• Manter o controle;
• Seguir as instruções da sinalização próxima às áreas em obras;

Anotações
• Olhar para todas as direções e manter-se alerta.

Trânsito

Condições de trânsito são situações que levam aos congestionamentos


ou tráfego lento, sendo provocadas, normalmente, pelo excesso de veículos
circulando em determinadas vias. Por outro lado, o trânsito rápido é perigoso,
pois muitos motoristas ignoram a distância de segurança. Ocorrendo alguma
adversidade, não conseguem parar o veículo a tempo, provocando colisões ou
mesmo “engavetamentos”.

Outros problemas relacionados à quantidade de veículos em áreas urbanas:


• Hora do “rush”;
• Veículos estacionados.
Já nas áreas rurais, o problema está relacionado aos limites de
velocidade. Direção Preventiva

Uma atenção especial deve ser mantida em regiões de


grande safra agrícola, pois há a presença de veículos len-
tos, como treminhões, máquinas agrícolas e tratores, circu-
lando nas estradas.

Veículo
55
O que é mais importante, saber dirigir em condições adversas ou fazer
a manutenção adequada do veículo? Na verdade, ambos os procedimentos
são fundamentais para uma direção segura. Direção Preventiva não é apenas
prevenir acidentes, mortes e perda de tempo; é, também, evitar prejuízos fi-
nanceiros, como aqueles causados por danos ao veículo.
Pneus gastos ou mal calibrados, freios desregulados, suspensão desa-
linhada, direção com folga, sinaleiras e faróis com defeitos, espelhos mal re-
gulados ou sujos, vazamentos de fluidos e falta de revisão são algumas das
situações que tornam o próprio veículo adverso e, portanto, uma causa de aci-
dentes. Observe os equipamentos obrigatórios como triângulo, extintor etc.
56
Cuidando do veículo:
Esta apostila contém um tópico especial sobre manutenção periódica do
veículo. São recomendações importantes para o motorista preventivo
Direção Preventiva

, pois podem influir diretamente em uma situação de risco!

Motorista

Como o motorista se encontra, física e mentalmente, é um fator impor-


tante para que ele próprio não seja a adversidade. O sono, o cansaço, o consu-
mo de bebida alcoólica e os estados emocional e psíquico alterados têm levado
a muitos acidentes. Estudos comprovam que a grande maioria dos acidentes é
Ser motorista preventivo é causada por falhas humanas.
uma questão de consciência
e de atitude, e esses atributos O motorista é considerado uma condição adversa que pode ser modifi-
só são atingidos quando há, cada, mas esse é um trabalho difícil. Afinal, ninguém admite que possa estar
além da vontade, uma motiva-
ção intensa. favorecendo ocorrências de acidentes.

Fator humano no trânsito:


O próximo tópico, relacionado ao fator humano no trânsi-
to, aborda importantes aspectos ligados à saúde física e
mental do motorista.

Passageiro

O passageiro pode se tornar uma condição adversa já que, indiretamen-


te, pode ser responsável pela causa de um acidente.
No transporte de passageiros, o motorista deve tomar as seguintes pre-
cauções: conversar o mínimo necessário, responder a perguntas de passagei-
ros sem desviar a atenção do trânsito, ter cuidado especial no embarque e
desembarque e orientar quanto ao uso obrigatório do cinto de segurança.
Quando você entrar no veículo:
• Verifique se todas as portas estão fechadas;
Anotações

• Afivele o cinto de segurança;


• Confira se todos os passageiros estão seguros;
• Regule assento e retrovisores;
• Assegure-se de que você tem visão ampla em todas as direções ao
redor do veículo.
4.2 - Fator humano e os acidentes de trânsito

Anotações
O fator humano é preponderante na ocorrência de acidentes de trânsi-
to. E isso ultrapassa a questão da embriaguez ou do efeito das drogas. Sem
dúvida, álcool e drogas estão entre os principais causadores de acidentes,
mas, como você verá, outros elementos têm, também, participação decisiva
nas ocorrências de trânsito.
De maneira geral, os aspectos psíquicos/emocionais e os físicos podem
influenciar na ocorrência de acidentes. Os mais comuns são:

Alcool e drogas

Para dirigir com segurança,


o motorista precisa contar com
boas condições físicas e mentais,
e o álcool, ao contrário do que se
imagina, é uma droga depressora
do sistema nervoso. Após beber,
o motorista pode se envolver em
acidentes, pois o álcool afeta o cé-
rebro, diminuindo o senso de cui-
dado, tornando lentos os reflexos,
prejudicando a visão, a audição,
enfim, comprometendo toda a ca-
pacidade para dirigir.

Uma estatística preocupante: dentre cada cinco brasileiros,


dois serão vítimas de acidente de trânsito provocado por
um motorista dirigindo sob efeito de drogas ou álcool.

Na prática, isso significa que 40% das pessoas que você ama, poderão
se tornar vítimas de acidentes de trânsito provocados por motoristas altera-
dos por uso de drogas ou embriaguez.
Direção Preventiva

A estatística assusta, mas parece não comover a grande maioria da po-


pulação. Afinal, o álcool está associado aos prazeres e hábitos sociais, sendo
aceito em qualquer classe social.
A automedicação é uma prática prejudicial à saúde, pois pode acar-
retar sérias conseqüências ao organismo. Alguns remédios também podem
atrapalhar o ato de dirigir. Por isso, não se deve tomar medicamentos sem 57
prescrição médica.
Já as drogas, especialmente as ilícitas, são substâncias de origem na-
tural ou sintética que alteram o comportamento das pessoas quando são
consumidas. Consumir drogas e dirigir um veículo são coisas totalmente
incompatíveis.
Algumas verdades sobre álcool e drogas:
• O primeiro aspecto da consciência a ser comprometido pela ingestão
de drogas ou álcool é o senso de julgamento. Isso significa que, no
trânsito, você pode avaliar incorretamente uma situação de risco e
58 tomar a decisão errada;
• Por que mais pessoas utilizam ál-
cool ao invés de drogas? Porque
o álcool é socialmente e legal-
Direção Preventiva

mente aceito;
• Teor alcoólico nada tem a ver
com calorias. Cerveja “light” pos-
sui o mesmo teor alcoólico que as
outras, embora seja menos caló-
rica;
• Café não cura bebedeira. A úni-
ca cura para os efeitos do álcool
é a eliminação da substância do
organismo;
• Não existem medicamentos inócuos. A menos que esteja indicado no
rótulo, qualquer remédio pode interferir na habilidade de dirigir.

Aspectos emocionais

Os aspectos psíquicos/emocionais influenciam bastante na maneira de


ser das pessoas. Alguém que passou por uma emoção muito forte como, por
exemplo, o falecimento de uma pessoa querida, poderá ter o seu comporta-
mento alterado.
As pessoas diferem muito entre si quanto aos aspectos emocionais. As-
sim, há pessoas que se irritam com mais facilidade, outras são mais tranqüilas,
outras ainda não se deixam abalar por fatos desagradáveis. Mas, independente
do tipo psíquico da pessoa, uma coisa é certa: ao dirigir irritado, nervoso ou
sob emoções fortes, o motorista pode causar acidentes.

O motorista agressor
Quando um motorista comporta-se de modo que irrita os
demais, a ponto de fazê-los perder o controle emocional, é
chamado de motorista agressor.

A melhor atitude a tomar diante de um motorista agressor é deixá-lo ir


embora para ganhar controle da situação. Você não pode prever o que ele é
Anotações

capaz de fazer.
Outra condição que, assim como raiva, poderá interferir em suas atitu-
des é o estresse. O fato de você estar atrasado para um compromisso pode
desencadear uma situação de estresse. E isso poderá ganhar prioridade de
atenção e mudar sua forma de dirigir...
Anotações
Da intenção ao ato:
Ter consciência de que é preciso manter o controle das pró-
prias emoções é muito diferente de manter esse controle sob
situações estressantes. É importante traçar um plano que per-
mita recuperar o controle das ações quando se está dirigindo.

Aspectos físicos

Uma pessoa cansada ou com sono não tem


condições de dirigir. O cansaço e o sono, muitas
vezes, são mais fortes do que a vontade de per-
manecer acordado e a pessoa adormece sem
perceber. Assim, é importante descansar nos
momentos de folga, para poder dirigir com mais
tranqüilidade durante a jornada de trabalho.
Vários tipos de condições físicas podem in-
fluenciar a conduta dos motoristas em suas atitudes.

Idade

• Responsável pela redução da capacidade auditiva e visual e pelas re-


ações e reflexos, entre outros, nos mais velhos;
• Responsável por atitudes imaturas e imprevidentes nos mais jovens,
além da falta de experiência para identificar situações de perigo.
O que fazer?
Para os mais velhos, usar a experiência para compensar as limitações fí-
sicas e evitar dirigir em condições difíceis, como na hora do rush; para os mais
jovens, não dirigir em velocidade e procurar manter a concentração.

Mais uma vez, os números impressionam: os acidentes au-


tomobilísticos constituem a causa principal de morte entre
1 e 25 anos de idade.
Direção Preventiva

Mobilidade

Limitações de mobilidade incluem:


• Dificuldade para mover o pescoço e verificar pontos cegos do veículo;
59
• Dificuldade para manobrar o veículo.
O que fazer?
Utilizar veículos com câmbio automático, direção hidráulica, etc., e ajus-
tar o banco para condições confortáveis.
Audição

São limitações auditivas as dificuldades para:

60 • Ouvir sirenes de emergência ou ferroviárias;


• Ouvir o ruído do trânsito;
• Distinguir e localizar diferentes sons e ruídos.
Direção Preventiva

O que fazer?
Observar mais o trânsito para compensar a deficiência auditiva e baixar
o volume interno, tanto das conversas quanto do som.

Visão

A visão é responsável por 90% das informações sensoriais que recebe-


mos. Condições visuais incluem:
• Incapacidade de ajustar a visão no escuro ou no crepúsculo;
• Problemas clínicos como miopia e daltonismo;
• Uso de lentes corretivas inadequadas.
O que fazer?
Utilizar lentes corretivas, evitar óculos escuros ao anoitecer e manter
vidros limpos e limpadores funcionando.

Enfermidade

Enfermidades e medicamentos causam:


• Redução no tempo de reação;
• Desatenção.
O que fazer?
Evite dirigir por muitas horas consecutivas e verifique as indicações do
medicamento que estiver tomando. Se produzir efeitos colaterais, não dirija.

Fadiga e Enjôo

Fadiga e enjôo acontecem não ape-


nas pela falta de sono, mas também pelo
Anotações

ato de dirigir. Eis as situações:


• Em trânsito intenso;
• Em rodovias monótonas;
• Com mau tempo – (chuvas, neblina);
• Por longas jornadas;
• Em temperaturas elevadas;
• Tomando medicamentos.
O que fazer?

Anotações
Programe a viagem com pausas para descanso e alimentação adequada.
Abra as janelas, areje o ar do veículo.

4.3 - Conclusão

O trânsito já é, por si só, uma situação que exige cuidado e atenção per-
manente. Afinal, o motorista, ao assumir o volante de seu veículo, torna-se
responsável pela própria vida e pela de terceiros: seus passageiros, o pedestre,
o condutor do veículo ao lado.
Algumas situações agravam as condições de trânsito e exigem do mo-
torista preventivo uma atenção extra: são as condições adversas, que podem
surgir a qualquer momento e demandar respostas prontas.
Nessas situações inesperadas, o fator humano pode ter participação fun-
damental, tornando o próprio motorista uma condição adversa para as situa-
ções de trânsito do dia-a-dia.

1. A melhor definição para condições adversas encontra-se na alternativa:


( ) a) São aquelas que estão além da capacidade de controle do motoris-
ta, exigindo técnicas de direção preventiva que permitam antecipá-las.
( ) b) São aquelas que dependem das condições climáticas e das condi-
ções físicas do motorista.
( ) c) São aquelas que ocorrem quando um animal entra na pista, por
exemplo.
( ) d) São aquelas que dependem unicamente do motorista e de sua
capacidade e habilidade de conduzir um veículo.

2. Situações adversas envolvem os contextos seguintes, exceto:


( ) a) Luminosidade
Direção Preventiva

( ) b) Habilidade do motorista
( ) c) Condições climáticas
( ) d) Trânsito

3. Quanto à utilização do álcool e remédios antes de dirigir, são corretas 61


as alternativas:
( ) 1) O primeiro aspecto da consciência a ser comprometido pela in-
gestão de drogas ou álcool é o senso de julgamento. Isso significa que,
no trânsito, você pode avaliar incorretamente uma situação de risco e
tomar a decisão errada.
( ) 2) Teor alcoólico nada a ver com calorias. Cerveja “light” possui o
mesmo teor alcoólico que as outras, embora seja menos calórica.
( ) 3) Café não cura bebedeira. A única cura para os efeitos do álcool é
a eliminação da substância do organismo.
( ) 4) Não existem medicamentos inócuos. A menos que esteja indicado
no rótulo, qualquer remédio pode interferir na habilidade de dirigir.
62
( ) a) 1, 3 e 4
( ) b) 1, 2 e 3
Direção Preventiva

( ) c) 1, 2, 3 e 4
( ) d) Nenhuma alternativa está correta.

4. Considerando-se que um motorista tenha problemas de mobilidade, o


que pode ser feito?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5. Cite duas causas para que a fadiga e o enjôo afetem o desempenho


do motorista.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Anotações
UNIDADE 5
MANUTENÇÃO PERIÓDICA E
PREVENTIVA
Apresentação

Anotações
Esta Unidade 5 aborda a importante questão dos cuidados com o veículo,
considerados no contexto da manutenção periódica e preventiva. Apresenta,
também, os principais procedimentos para uma boa manutenção do veículo e
enfatiza a importância da regularidade na adoção desses procedimentos.

Objetivos

Ao final desta Unidade, você deverá estar apto a:


• Identificar os diversos componentes do veículo que demandam ma-
nutenção periódica e preventiva;
• Reconhecer os principais procedimentos a serem adotados para uma
manutenção segura e abrangente.

Introdução

Os caminhões e ônibus, assim como os automóveis, possuem equipa-


mentos e sistemas para evitar situações que possam provocar acidentes. Os
principais equipamentos e sistemas são: freios; suspensão; pneus; iluminação;
e sistema de direção.

Direção Preventiva

Os veículos também dispõem de equipamentos destinados a diminuir os


impactos causados em caso de acidentes, como os cintos de segurança, o air-
bag e a carroçaria.
Você deve procurar manter todos esses equipamentos em boas condi- 65
ções. Observe a vida útil e a durabilidade definida pelos fabricantes para os
componentes, dentro de certas condições de uso.
Lembre-se que o desgaste de um componente pode prejudicar o fun-
cionamento de outros, comprometendo sua segurança. Faça manutenções no
veículo conforme previstas no manual do proprietário, assim evitará quebras,
custos com consertos e acidentes.
Recomenda-se observar com freqüência os seguintes itens:
• Combustível: veja se o indicado no painel é suficiente para chegar ao
destino;
• Nível de óleo de freio, do motor e de direção hidráulica: observe os
66 respectivos reservatórios, conforme manual do proprietário;
• Nível de óleo do sistema de transmissão (câmbio): para veículos de
transmissão automática, veja o nível do reservatório, e nos demais
Direção Preventiva

veículos, procure vazamentos sob o veículo;


• Água do radiador: nos veículos refrigerados a água, veja o nível do
reservatório de água;
• Água do sistema limpador de pára-brisa: verifique o reservatório de
água;
• Desembaçador dianteiro: verifique se estão funcionando correta-
mente;
• Funcionamento dos faróis: verifique visualmente se todos estão acen-
dendo (luzes baixa e alta);
• Regulagem dos faróis: faça através de profissionais habilitados;
• Palhetas do pára-brisas: devem ser trocadas uma vez por ano, prova-
velmente quando começar o tempo de chuva;
• Lanternas dianteiras e traseiras, luzes indicativas de direção, luz de
freio e luz de ré: faça inspeção visual.

Uma opção segura para checagem dos itens do seu veículo é observar a
tabela abaixo:

Não se esqueça de conferir:

Uma vez por Uma vez por mês Uma vez por ano
semana
Nível do óleo do Nível do óleo caixa Limpador do pára-
motor de marchas brisas

Nível de água do Óleo do freio Estrias dos pneus


limpador

Sistemas hidráu-
licos
Anotações

Em viagem:
Como qualquer outra técnica de direção preventiva, quan-
do você transformar em hábito a rotina de inspecionar o
veículo antes de viajar, perceberá os benefícios.
Pneus

Anotações
Você sabe quais são as princi-
pais funções dos pneus? São três fun-
ções importantes: impulsionar; frear;
e manter a dirigibilidade do veículo.
Deve-se sempre conferir: ca-
libragem; desgaste; deformações na
carcaça (os pneus não podem apre-
sentar bolhas ou cortes); e dimensões
irregulares (diferentes das recomen-
dadas pelo fabricante).
E mais, vibrações do volante indi-
cam possíveis problemas com o balan-
ceamento das rodas. O veículo puxando
para um dos lados indica um possível problema com a calibragem dos pneus ou
com o alinhamento da direção.
Enfim, todos estes problemas podem reduzir a estabilidade e a capa-
cidade de frenagem do veículo. É importante verificar os pneus estepes ou
sobressalentes.

Condições dos pneus


a) Calibragem:
• Deve ser feita a cada 15 dias;
• Deve ser feito com os pneus frios, num posto perto de sua casa;
• Deve ser feita a calibragem do pneu sobressalente;
• Quando for viajar, observe o peso das pessoas e das cargas de acordo
com as especificações o manual, ou no porta-luvas ou na porta do
veículo.
b) Rodízio:
• Fazer rodízio entre 10 e 15 mil Km.
c) Sulco dos pneus:
• Limite da profundidade do sulco para a troca do pneu: 1,6 mm.
Direção Preventiva

Suspensão e amortecedores

A suspensão e os amortecedores cumprem um importante papel, isto é,


eles mantêm a estabilidade do veículo. Quando gastos, podem causar a perda
de controle do veículo e talvez seu capotamento, especialmente em curvas e 67
nas frenagens.
Não se esqueça de verificar de tempos em tempos o estado de conser-
vação e o funcionamento da suspensão e dos amortecedores, usando como
base o manual do fabricante e levando o caminhão ou ônibus a um profissional
especializado.
Direção

A direção, responsável pela di-


rigibilidade do veículo, destaca-se
68 como um importante componente de
segurança. Evite folgas no sistema de
direção, pois as folgas podem fazer o
veículo “puxar” para um dos lados, e
Direção Preventiva

podendo até mesmo levar o condutor


a perder o seu controle.
E o que é pior, ao acionar o sis-
tema de freios, estes defeitos tendem
a ser aumentados. Novamente, reco-
menda-se verificar periodicamente o
funcionamento correto da direção e fazer as revisões preventivas nos prazos
previstos no manual do fabricante, com profissional especializado.

Sistema de iluminação

O sistema de iluminação é mais um componente fundamental de se-


gurança. Serve tanto para você enxergar bem o seu trajeto, como para ser
O que diz a lei:
visto pelos demais usuários da via. O Código Nacional de Trânsito, no artigo
A Resolução do Contran nú- 83, inciso XXI, estabelece que os faróis baixos devem ser mantidos acesos
mero 18 de 1998 recomenda
que todos os veículos usem
entre o pôr do sol e o amanhecer, contudo muitos motoristas brasileiros não
faróis baixos acesos nas ro- obedecem a tal artigo.
dovias.
Os faróis baixos permitem, por outro lado, que os veículos se percebam
nos cruzamentos antes de entrarem no campo físico de visualização, o que
pode muitas vezes, evitar acidentes.

Com iluminação deficiente, pior, sem iluminação você pode-


rá provocar acidentes. É preciso conferir se:

• Os faróis não estão queimados, se estão em bom estado de con-


servação ou alinhados;
• As lanternas de posição, as luzes de freio e as luzes indicativas de
direção (pisca-pisca) e se estão funcionando perfeitamente;
• Verifique periodicamente o estado e o funcionamento do sistema
de iluminação de seu veículo;
• A regulagem dos faróis deve ser observada. Se não estiverem re-
Anotações

gulados, podem inibir a sua visão ou atrapalhar os outros motoristas.


Freios

Anotações
O sistema de freios desgasta-se com o uso do seu veículo e, portanto,
tem sua eficiência reduzida.
Cuidando dos freios: Os freios gastos exigem maiores distâncias para frear.
Usualmente, o sistema de freios é composto por: sistema hidráulico, flui-
do, discos e pastilhas ou lonas, dependendo do tipo de veículo. É preciso verifi-
car, periodicamente, o nível do reservatório de fluido; a existência de manchas
no piso, sob o veículo; se o disco, pastilhas e lonas de freio não estão gastos.

Sem excessos:
Ao dirigir, evite utilizar tanto as freadas bruscas, quanto
as desnecessárias, já que estes procedimentos desgastam
mais rapidamente os componentes do sistema de freios.

Retrovisor interno

Saiba que quanto mais você enxerga o que acontece à sua volta enquan-
to guia, maior a probabilidade de evitar situações de perigo. Nos veículos com
o retrovisor interno, sente-se na posição correta e ajuste-o numa posição que
dê a você uma visão ampla do vidro traseiro.

Retrovisores externos

Os retrovisores externos (esquer-


do e direito) devem ser ajustados de ma-
neira que você, sentado na posição de
direção, aviste o limite traseiro do seu
veículo e com isso reduza a possibilida-
de de “pontos cegos” ou sem alcance vi-
sual. Para evitar o ponto cego, ajuste a
velocidade do veículo e, antes de iniciar
uma manobra, movimente a cabeça ou
Direção Preventiva

o corpo para encontrar outros ângulos


de visão pelos espelhos externos, ou por
meio da visão lateral.
Pontos cegos são pontos que ficam à direita ou à esquerda de quem diri-
ge a frente, de forma que escapam da visão dos retrovisores.

69
5.1 - Conclusão

No trânsito tudo acontece muito rapidamente, e o motorista precisa es-


tar atento às reações e movimentos dos outros motoristas e pedestres.
70
Outros cuidados:
Direção Preventiva

Atenção especial deve ser dedicada aos “pontos cegos”,


colunas e partes da carroceria que podem ocultar veículos
e pedestres. A correta regulagem dos espelhos retroviso-
res é muito importante para enxergar os veículos que se
aproximam pela traseira ou laterais do seu veículo.

Tão importante quanto ver os demais é também ser visto. Para isso, uti-
lize adequadamente os faróis, luzes indicadoras de direção (seta), pisca-alerta
(quando necessário), e mantenha sempre em perfeito funcionamento as luzes
de ré e de freio. A sinalização das manobras no trânsito é fundamental para
que todas as pessoas que utilizam as vias possam perceber a presença do veí-
culo e prever seus movimentos.
Apesar de não ser obrigatório, o uso do farol baixo aceso durante o dia,
nas estradas, é recomendado pelas autoridades de trânsito. Isso facilita a visu-
alização dos veículos a uma distância segura para qualquer ação preventiva.

1. Na manutenção preventiva do veículo, recomenda-se observar com fre-


qüência os itens seguintes, exceto:
( ) a) Combustível
( ) b) Nível de óleo de freio, do motor e de direção hidráulica
( ) c) Nível de óleo do sistema de transmissão (câmbio)
( ) d) Injeção eletrônica

2. Quanto aos pneus do veículo, assinale V para as alternativas verdadei-


ras e F para as falsas:
( ) Deve-se sempre conferir: calibragem; desgaste; deformações na
carcaça (os pneus não podem apresentar bolhas ou cortes); e dimensões irre-
gulares (diferentes das recomendadas pelo fabricante).
Anotações

( ) Vibrações do volante indicam possíveis problemas com o balance-


amento das rodas. O veículo puxando para um dos lados indica um possível
problema com a calibragem dos pneus ou com o alinhamento da direção.
( ) Pneus estepes ou sobressalentes não precisam de manutenção pe-
riódica, pois raramente são utilizados.
( ) O rodízio dos pneus deve ser feito entre 10 e 15 mil Km.
( ) O limite da profundidade do sulco para a troca do pneu é de 1,6 mm.
3. Composto por: sistema hidráulico, fluido, discos e pastilhas ou lonas,

Anotações
dependendo do tipo de veículo. Estamos nos referindo ao:
( ) a) Sistema de freios
( ) b) Sistema de amortecimento
( ) c) Sistema de suspensão
( ) d) Sistema de direção

4. O que são os “pontos cegos”? Cite exemplos.


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Direção Preventiva

71
Bibliografia

ABREU, Waldir de. Código de Trânsito Brasileiro, Infrações


Administrativas,Crimes de Trânsito e Questões Fundamentais. São Paulo: Sa-
72 raiva, 1998.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em


Direção Preventiva

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm . Acesso
em 10 nov. 2007.

BRASIL. Código de trânsito Brasileiro. Disponível em http://www.senado.


gov.br/web/codigos/transito/httoc.htm. Acesso em 14 nov.2007.

DETRAN/DF. Manual de Policiamento e Fiscalização de Trânsito.


Brasília, 2000.

DIAS, Gilberto Antonio Faria. Manual Faria de Trânsito: As Infrações de


Trânsito e suas Conseqüências. São Paulo: Juarez de Oliveira, 7. ed., 2005.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portu-


guesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 3. ed., 1993.

MACHADO, Nílson José. Cidadania e educação. São Paulo: Escri-


turas, 2001.

RODRIGUES, Juciara. 500 anos de trânsito no Brasil.Ministério da


Justiça - Departamento Nacional de Trânsito- Unesco.
Anotações

Você também pode gostar