Você está na página 1de 83

Anotações

au
xi
li
ca ar
de de
rn m
o ec
do ân
al ic
un a
o

Auxiliar de Mecânica

1
Diretoria Executiva Geral
Superintendência Técnica
Coordenação de Promoção Social e Desenvolvimento Profissional

Auxiliar de Mecânica
Caderno do Aluno

Elaboração, conteúdo técnico, diagramação e ilustração


Escola do Transporte

Versão 1.1
15 de abril de 2010

Fale com o SEST/SENAT


0800.7282891
www.sestsenat.org.br

Auxiliar de mecânica : apostila do aluno. – Brasília :


SEST/SENAT, 2010.
83 p. : il.

1. Veículo automotor. 2. Oficina mecânica.


I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional
de Aprendizagem do Transporte.

CDU 629.3.08
Auxiliar de mecânica
Unidade 1 – Conhecendo os veículos . ......................................................................................................................7
Apresentação................................................................................................................................................9
Objetivos........................................................................................................................................................9
Introdução.....................................................................................................................................................9
Desenvolvimento..........................................................................................................................................9
1. Veículos automotores . ...........................................................................................................................9
Conclusão.................................................................................................................................................... 13
Exercícios de fixação................................................................................................................................. 14
Unidade 2 – Conhecendo as partes dos veículos – Parte I....................................................................................... 15
Apresentação.............................................................................................................................................. 17
Objetivos...................................................................................................................................................... 17
Introdução................................................................................................................................................... 17
Desenvolvimento........................................................................................................................................ 17
1. Partes do veículo.................................................................................................................................... 17
Conclusão................................................................................................................................................... 20
Exercícios de fixação................................................................................................................................. 21
Unidade 3 – Conhecendo as partes dos veículos – Parte II .....................................................................................23
Apresentação............................................................................................................................................. 25
Objetivos..................................................................................................................................................... 25
Introdução.................................................................................................................................................. 25
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 25
1. Partes dos veículos rodoviários ........................................................................................................ 25
Conclusão................................................................................................................................................... 29
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 29
Unidade 4 – Conhecendo as partes dos veículos – Parte III .................................................................................... 31
Apresentação............................................................................................................................................. 33
Objetivos..................................................................................................................................................... 33
Introdução.................................................................................................................................................. 33
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 33
1. Motor ....................................................................................................................................................... 33
2. Transmissão........................................................................................................................................... 35
Conclusão................................................................................................................................................... 36
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 36
Unidade 5 – A oficina mecânica – Parte I................................................................................................................37
Apresentação............................................................................................................................................. 39
Objetivos..................................................................................................................................................... 39
Introdução.................................................................................................................................................. 39
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 39
1. Manutenção veicular ........................................................................................................................... 39
2. Estrutura de uma oficina mecânica.................................................................................................40
Conclusão................................................................................................................................................... 43
Exercícios de fixação................................................................................................................................44
Unidade 6 – A oficina mecânica – Parte II...............................................................................................................45
Apresentação............................................................................................................................................. 47
Objetivos..................................................................................................................................................... 47
Introdução.................................................................................................................................................. 47
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 47
1. Alinhamento da geometria do veículo ............................................................................................ 47
2. Funilaria .................................................................................................................................................48
3. Pintura ................................................................................................................................................... 49
Conclusão...................................................................................................................................................50
Exercícios de fixação................................................................................................................................50
Unidade 7 – A oficina mecânica – Parte III.............................................................................................................. 51
Apresentação............................................................................................................................................. 53
Objetivos..................................................................................................................................................... 53
Introdução.................................................................................................................................................. 53
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 53
1. Troca de óleo e lubrificação................................................................................................................ 53
2. Lavagem e higienização......................................................................................................................54
3. Setor administrativo............................................................................................................................ 55
4. Planta baixa de uma oficina............................................................................................................... 56
Conclusão................................................................................................................................................... 56
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 57
Unidade 8 – Equipamentos utilizados na oficina mecânica......................................................................................59
Apresentação.............................................................................................................................................. 61
Objetivos...................................................................................................................................................... 61
Introdução................................................................................................................................................... 61
Desenvolvimento........................................................................................................................................ 61
1. Jogo de ferramentas ............................................................................................................................ 61
2. Elevadores de veículos........................................................................................................................ 62
3. Compressor de ar................................................................................................................................. 63
4. Máquina de desmonte de rodas........................................................................................................64
Conclusão................................................................................................................................................... 65
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 65
Unidade 9 – Profissionais envolvidos na oficina mecânica......................................................................................67
Apresentação............................................................................................................................................. 69
Objetivos..................................................................................................................................................... 69
Introdução.................................................................................................................................................. 69
Desenvolvimento....................................................................................................................................... 69
1. Dono ........................................................................................................................................................ 69
2. Vendedores ........................................................................................................................................... 70
3. Serviços administrativos ................................................................................................................... 70
4. Mecânico ................................................................................................................................................ 71
Conclusão....................................................................................................................................................73
Exercícios de fixação.................................................................................................................................73
Unidade 10 – O auxiliar de mecânico.......................................................................................................................75
Apresentação..............................................................................................................................................77
Objetivos......................................................................................................................................................77
Introdução...................................................................................................................................................77
Desenvolvimento........................................................................................................................................77
1. Competência profissional ....................................................................................................................77
2. Competências necessárias ao auxiliar mecânico ........................................................................ 78
3. Próximos passos ................................................................................................................................... 81
Conclusão.................................................................................................................................................... 81
Exercícios de fixação................................................................................................................................ 82
Referências Bibliográficas .................................................................................................................................... 83
APRESENTAÇÃO

Prezado Aluno,

Desejamos-lhe boas-vindas ao curso de Auxiliar de mecânica! Vamos trabalhar juntos para desen-
volver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui!
O transporte representa uma atividade essencial para a economia e para o desenvolvimento do
país. No Brasil, mais de 60% de todo o transporte é realizado em nossas rodovias por onde circulam
diariamente carros, caminhões e ônibus para realizar o transporte de pessoas e cargas.
Os veículos são equipamentos que precisam de cuidados, pois os componentes e suas peças pos-
suem vida útil variadas, que influenciam na segurança do trânsito. Sabendo disto, as oficinas mecânicas
têm um papel fundamental no funcionamento adequado dos veículos. De tempos em tempos, os veículos
necessitam de manutenção, sejam elas preventivas ou corretivas.
Uma oficina mecânica possui uma equipe para que funcione corretamente e de forma mais eficien-
te. Em geral, diversos profissionais estão envolvidos desde o momento que o veículo chega à garagem,
passando pelas estações até o momento da entrega e conferência. Todo o conhecimento adquirido em
relação aos veículos e à oficina visam a atender aos clientes com qualidade, que certamente irão garantir
a continuidade dos negócios.
Apoiar profissionais responsáveis pela manutenção é uma função muito importante para o bom
funcionamento de oficinas, por isto aprofundar os conhecimentos sobre essa atividade, conhecendo os
procedimentos a serem adotados e os equipamentos utilizados, auxilia os profissionais a exercerem sua
atividade com maior qualidade e eficiência.
Nesse sentido, este curso foi desenvolvido para que os auxiliares de mecânicos aumentem seu
conhecimento e ajudem a promover a melhoria do setor. Para isso, foram utilizadas algumas referências
bibliográficas, apresentadas ao final deste material, que serviram como base para o desenvolvimento e
elaboração do conteúdo do curso.
No início de cada unidade você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos que
se pretende alcançar. O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e
ajudá-lo na compreensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, con-
ceitos, exercícios de fixação e atividades de aprendizagem. Confira o significado de cada ícone:
O curso está dividido em unidades para facilitar o aprendizado. Nesse sentido, esperamos que este
Curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e solu-
ções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia-a-dia de trabalho.
Bom estudo!
UNIDADE 1
Conhecendo os veículos
Apresentação

Anotações
Antes de aprender o que fazer na nossa profissão, vamos conhecer
quais são os tipos de veículos que poderemos encontrar nas oficinas. Por
isso, nesta primeira unidade, iremos conhecer alguns tipos de veículos de
transporte rodoviário.

Objetivos

O objetivo desta unidade é:


• Apresentar diversos tipos de veículos encontrados no mercado.

Introdução

De maneira significativa, veículos como carros, ônibus e caminhões transi-


tam livremente em vias e rodovias do país. Esses veículos apresentam diferenças
e podem ser divididos em várias categorias de acordo com a potência, capacida-
de de carga ou de número de passageiros a serem transportados. Então, vamos
conhecer os tipos de veículos automotores rodoviários mais comuns.

Desenvolvimento

1. Veículos automotores

Os veículos automotores fazem parte da evolução da humanidade, pois


tornaram o transporte de pessoas e bens mais seguro, rápido e confiável. O
transporte sempre esteve presente na vida das pessoas, por isso entendemos
o motivo do grande interesse e desenvolvimento dos veículos. Vamos conhe-
cer agora, os principais veículos rodoviários que possuem motores e suas ca-
racterísticas mais marcantes.
Auxiliar de Mecânica

1.1 Motocicletas

As motocicletas são veículos que se equilibram em duas rodas. Diferen-


temente das bicicletas, as motos podem se movimentar com mais autonomia,
velocidade e menor esforço do condutor. Este tipo de veículo é utilizado com
muita frequência nas entregas rápidas em pizzarias, farmácias, escritórios, 9
bancos, entre outros.
No país, o número de motos vendidas tem batido recordes a cada ano.
Com isto, o número de acidentes relacionados a este veículo aumentou, mas
também se percebe a criação de diversas oficinas especializadas em motos
para atender a este público.
A potência das motocicletas varia muito, desde pequenas motos, cha-
madas de “scooters”, com 50 cilindradas, até motos de competição, com mais
1400 cilindradas.

10
Auxiliar de Mecânica

1.2 Carros

O carro é o sonho de consumo de vários brasileiros. É um tipo de veículo


com 4 rodas que realiza o transporte de passageiros e cargas. Surgiu da evolu-
ção das antigas carroças que eram puxadas por cavalos.

No Brasil, o automóvel foi definido pelo Código de Trânsito Brasi-


leiro como um veículo de transporte com capacidade para até 8
passageiros, excluído o condutor e cujo peso não exceda 3500 kg.

Por ser mais confortável que o transporte público, é comum o seu uso
para atender a satisfação e conforto pessoal. Para tanto, as pessoas adquirem
carros para o deslocamento entre a sua residência e o trabalho, lazer, educa-
ção, entre outros.
Os carros possuem características da carroceria que definem as sua apa-
rência, podendo ser classificados da seguinte forma:
• “Hatchback” (ou “hatch”): São veículos menores em extensão, pois o
porta malas é integrado ao compartimento de passageiros.
• Sedan: veículos com a carroceria com espaço para o motor, duas fileiras
Anotações

de banco de passageiros e um porta malas bem definido.


• Utilitários esportivos ou “SUV”: São carros maiores que combinam
maior espaço interno para passageiros com a versatilidade do transporte
de carga de uma picape.
• Picape: A picape é uma espécie de caminhão pequeno, composto do
compartimento do motor, uma cabine pequena de passageiros e a carro-
ceria para o transporte de cargas.
Veja exemplos de alguns tipos de carros na ilustração a seguir.

Anotações
1.3 Caminhões

O caminhão é um veículo rodoviário para transporte de cargas muito


utilizado no nosso país. São mais de 1 milhão destes rodando pelas estradas
brasileiras. A capacidade de carga varia muito. Há veículos menores utilizados
principalmente no transporte de cargas em áreas urbanas e veículos de gran-
de capacidade de carga transportando a produção nas estradas brasileiras.
A carroceria de um caminhão determina o tipo de carga a ser transpor-
tada. Existem diversos tipos, vamos listar alguns:
• Aberta: para o transporte de bens resistentes ou que não necessitam
de cuidados. Por exemplo, o transporte de rochas ou pedras;
Auxiliar de Mecânica

• Fechada: para o transporte de bens que necessitam de uma proteção,


seja ela contra a chuva, como no transporte de alimentos, ou mesmo con-
tra ladrões, como no transporte de televisões e computadores;
• Blindada: para o transporte de dinheiro;
• Frigorificada: para o transporte de bens que necessitam ser armazena-
dos em baixa temperatura, como alguns remédios ou alimentos;
• Cegonheira: para o transporte de veículos; 11
• Basculantes: para o transporte de areia, brita, entre outros;
• Betoneira: para o transporte de concreto;
• Tanque: para o transporte de líquidos.
Os caminhões podem ser construídos basicamente de duas formas. Para
os caminhões menores, a cabine e a carroceria são integradas em um único
chassi. Veja a ilustração a seguir.

12
Auxiliar de Mecânica

A outra forma de construção é o chamado conjunto cavalo mecânico


mais a carreta. O cavalo mecânico é um conjunto formado pela cabine, motor e
rodas de tração do caminhão, mas que possui uma peça para ser engatado em
diferentes carretas para o transporte.

Esta configuração garante mais flexibilidade no transporte de cargas,


pois com um único cavalo mecânico é possível transportar diversos tipos de
carretas. Além disso, esta configuração permite o transporte de maiores quan-
tidades de carga e por isso é muito utilizado nas estradas brasileiras.
Anotações

Para conduzir veículos desse porte, é necessário que o condu-


tor seja habilitado nas categorias C ou E.
1.4 Ônibus

Anotações
É um veículo que tem como principal função o transporte de passagei-
ros. A origem do nome “ônibus” vem do latim e significa “para todos”. Esta
definição é bem adequada a estes veículos que realizam o transporte de pas-
sageiros em grandes quantidades de uma só vez.
O aparecimento do ônibus foi fator fundamental para o surgimento dos
serviços de transporte público, seja ele dentro das cidades ou entre cidades.
Sua maior vantagem é a flexibilidade no planejamento do percurso e de ma-
nutenção.
As características do ônibus variam com a sua utilização. Presente no
nosso dia a dia, o tipo mais conhecido de ônibus é o utilizado nas cidades, ou
seja, o ônibus urbano. Este tipo tem cadeiras de plástico, chão composto de
placas de aço, local para o cobrador da tarifa, roletas para contagem dos pas-
sageiros pagantes, entrada diferente da saída etc.

Os ônibus utilizados nas cidades estão sendo testados para


funcionar com diferentes tipos de combustível. Os pesquisa-
dores estão testando desde o Biodiesel, o álcool etanol e até
o hidrogênio. O objetivo é diminuir a poluição causada pelos
ônibus em relação aos atuais que são movidos a diesel.

Já os ônibus que realizam viagens entre cidades são mais confortáveis.


Não é para menos, pois as viagens podem durar vários dias entre a origem e o
destino. Em geral, as poltronas são mais espaçosas e acolchoadas, não existe co-
brador e o acesso é feito pela porta, localizada quase sempre na parte da frente.
Há ônibus com banheiro químico, sala de reuniões e assentos que deitam e se
transformam em camas, proporcionando maior conforto ao passageiro.
O transporte de escolares é fundamental para o futuro do país. Na cidade
ou na zona rural, os ônibus cumprem uma função social muito importante ao
transportar diariamente as crianças até as escolas.
Além do ônibus urbano, do ônibus intermunicipal e do ônibus escolar
existe também o ônibus de fretamento, que pode ser utilizado para o trans-
porte de um grupo de pessoas, seja ele de funcionários de uma empresa ou
turistas. Os ônibus fretados são alugados para uma viagem específica.
Auxiliar de Mecânica

Para conduzir veículos deste porte é necessário que o condu-


tor seja habilitado nas categorias D ou E.

Conclusão 13

Os veículos foram evoluindo ao longo do tempo e é muito importante


para o desenvolvimento dos países. Vimos que o transporte coletivo de pas-
sageiros e o transporte de cargas são realizados por veículos maiores e mais
robustos, enquanto que os utilizados no transporte individual são menores.
Apesar do tamanho, todos os veículos são compostos de vários sistemas, con-
forme veremos no próximo capítulo.
14 Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São exemplos de veículos automotores rodoviários:


Auxiliar de Mecânica

( ) Carros.
( ) Ônibus.
( ) Navio.
( ) Caminhão.

2) Principal veículo utilizado no transporte de cargas:


( ) Caminhão.
( ) Ônibus.
( ) Motocicleta.

3) Marque verdadeiro ou falso na afirmativa:


“Qualquer um pode conduzir um caminhão ou um ônibus.”
( ) Certo ( ) Errado
Anotações
UNIDADE 2
Conhecendo as partes dos
veículos – Parte I
Apresentação

Anotações
Antes de aprender o que fazer no trabalho, é importante conhecer
com o que estaremos trabalhando. Por isso nesta unidade iremos apresen-
tar diversas partes constituintes de um veículo. Saber diferenciá-las será
muito importante para a comunicação entre os profissionais envolvidos na
manutenção veicular. A comunicação irá ajudar a equipe de manutenção a
realizar seus trabalhos de maneira mais rápida e eficiente.

Objetivos

Os objetivos desta unidade são:


• Conhecer as partes constituintes de um veículo;
• Conhecer os principais sistemas dos veículos.

Introdução

Em geral, os veículos apresentados possuem os mesmos componentes


constituintes. Podemos citar o chassi, a carroceria, o motor e a transmissão
para começar. Além destes, outros sistemas são necessários para que o veículo
se movimente da forma mais segura, confortável e econômica. Vamos conhe-
cer as partes e sistemas mais importantes.

Desenvolvimento

1. Partes do veículo

1.1 Chassi

O chassi é uma das partes


Auxiliar de Mecânica

mais importantes do veículo, pois


é a estrutura principal onde todas
as partes serão montadas. Nele é
instalado o motor, a carroceria, e
por aí vai. Percebemos então que
o chassi deverá ser resistente
para não torcer ou sofrer varia-
ções, mas também não pode ser 17
muito pesado para não afetar a
potência do motor.
O chassi é composto basicamente por duas longarinas de aço, que são
vigas dispostas no mesmo eixo do comprimento de uma estrutura. Em geral,
as longarinas são paralelas com travessas rebitadas ou soldadas entre si, de
maneira que formam uma única estrutura sólida. Para os veículos maiores,
como os caminhões e ônibus, a estrutura tem que ser mais robusta.
A estrutura do chassi pode ser montada com diferentes ligas
metálicas. A mais utilizada é o aço, mas nos carros esportivos
podem utilizar outros compostos metálicos, como por exemplo,
18 o alumínio. O alumínio proporciona mais leveza sem comprome-
ter a rigidez e durabilidade.
Auxiliar de Mecânica

Dois itens devem ser observados na manutenção de um chassi:


• Medidas originais: o conhecimento destas medidas será importante
para auxiliar na restauração após alguma batida ou empenamento;
• Alinhamento: em alguns casos, as longarinas podem torcer e empenar
o chassi, assim a oficina terá de realizar o alinhamento desta peça.

1.2. Carroceria

Carroceria é a estrutura que envolve o veículo e define a sua forma. Ela


abriga e protege o motor e os sistemas, os passageiros e a as malas contra sol,
chuva, vento, poeira etc. Além disso, devem trazer maior conforto e isolamento
do meio externo. As carrocerias são fabricadas em chapa de aço, podendo ser
uma ou mais peças, soldadas ou parafusadas entre si. Já vimos no capítulo
anterior diversos tipos de carrocerias.

1.3. Suspensão

A suspensão é o conjunto de peças que trazem mais conforto aos passa-


geiros e às cargas transportadas dentro do veículo. Ela impede a transmissão
das trepidações causadas pelos desníveis da pista à carroceria.
Anotações
A suspensão é composta de um con-

Anotações
junto de mola e amortecedor. Existem molas
de vários tipos, vamos conhecê-las:
• Feixe, como a que usam todos os ca-
minhões;
• Espiral, usada tanto na suspensão
dianteira como traseira.
O sistema de suspensão fica comple-
to com o amortecedor apoiado nas molas.
Como o próprio nome já diz, sua função é
amortecer as oscilações. Um veículo sem
amortecedor fica balançando para cima e
para baixo por muito tempo causando mal
estar e insegurança para quem está dentro.
O amortecedor melhora as condições de
conforto dos passageiros.

1.4. Sistema de direção

O sistema de direção é considerado um dos sistemas mais importantes


do veículo. Falhas neste sistema podem causar acidentes graves. Vamos re-
lembrar: a causa do acidente que matou o piloto de fórmula 1 Ayrton Senna foi
o sistema de direção.
Características importantes para uma direção:
• Facilidade na operação: para não cansar o motorista;
• Amortecer os choques das rodas: não transmitir ao motorista as vibra-
ções das estradas.
Vamos agora conhecer o sistema de direção convencional e o sistema
hidráulico.

1.4.1 Sistema Convencional


O sistema convencional é formado por engrenagens que transformam o
movimento de rotação da coluna de direção em ângulo na roda. Isso é cumprido
essencialmente por duas peças: um parafuso chamado de pinhão e um setor den-
Auxiliar de Mecânica

tado conhecido por cremalheira, conforme pode ser visto na ilustração a seguir.

19
O pinhão e cremalheira ficam no interior da caixa de direção. Além de
permitir a lubrificação das engrenagens, também constitui uma proteção con-
tra poeira e choque contra outros objetos.

20 1.4.2 Direção Hidráulica


O princípio de funcionamento da direção hidráulica é bastante simples.
Trata-se de um sistema com óleo continuamente sob pressão que exerce a
Auxiliar de Mecânica

maior parte da força necessária para girar as rodas. A pressão do óleo é apli-
cada por uma válvula que se abre ou fecha no momento em que o motorista
gira o volante.

Os veículos pesados foram os primeiros a utilizar um sistema


de direção que reforce o movimento do motorista, afinal ma-
nobrar um caminhão carregado ou um ônibus cheio de passa-
geiros não deveriam ser tarefas muito cansativas. Para isso,
vários sistemas foram testados: ar comprimido, mecanismo
eletrônico, direções hidráulicas.
Este último foi o que mostrou melhores resultados e é o que
tem sido usado mais largamente. Atualmente, também é em-
pregado em veículos mais leves. Este sistema traz mais confor-
to, porém é mais caro.

Buscando a segurança de quem conduz o veículo, os sistemas hidráuli-


cos são projetados para funcionarem como sistemas convencionais. Por isso,
em caso de acidente ou emergência, o motorista poderá guiar o veículo nor-
malmente como se fosse uma direção convencional.
Além do sistema hidráulico, diversos carros utilizam a direção elétrica.
É composto por um motor elétrico que deixa o volante mais leve, ajudando na
condução. Este sistema não necessita de várias mangueiras e reservatórios de
óleos, como a direção hidráulica.

Conclusão

Conhecer as partes de um veículo é ótimo para quem trabalha em uma


oficina mecânica. Você terá mais facilidade de compreender os diversos ter-
mos e nomes comumente utilizados por quem faz a manutenção dos veículos.
Na próxima unidade, continuaremos aprendendo sobre as partes constituintes
dos veículos.
Anotações
Anotações
Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São componentes de um veículo:


( ) Sistema de freios.
( ) Sistema de direção..
( ) Suspensão

2) Marque com um “X” as alternativas corretas.


Suspensão é composta pelas seguintes partes:
( ) Molas.
( ) Ar condicionado.
( ) Amortecedor.
( ) Espelhos.

3) Marque V ou F para a afirmação


( ) O sistema de direção é formado por engrenagens que transformam
o movimento de rotação da coluna de direção em ângulo na roda.

Auxiliar de Mecânica

21
UNIDADE 3
Conhecendo as partes
dos veículos – Parte II
Anotações
Apresentação

Já aprendemos sobre algumas partes dos veículos rodoviários, mas


ainda temos muito a aprender. Por isso, nesta unidade, iremos apresentar
outros sistemas constituintes de um veículo.

Objetivos

Os objetivos desta unidade são:


• Conhecer as partes constituintes de um veículo;
• Conhecer os principais sistemas dos veículos.

Introdução

Os pneus e as rodas são partes fundamentais para que os veículos ro-


doviários circulem pela vias. Cada parte evoluiu na maneira de construção e
no material utilizado. Mesmo assim, o desgaste destas partes ainda é alto e
necessitam de manutenção frequente. Vamos conhecer mais sobre os pneus,
as rodas, o sistema de freios e o sistema elétrico.

Desenvolvimento

1. Partes de veículos rodoviários

1.1. Pneus

O pneu é o elemento que faz a conexão en-


tre o veículo e o solo. Seus compostos principais
são derivados de petróleo e o aço.
Auxiliar de Mecânica

O pneu possui diversas funções, como as


seguintes:
• Guiar e dar direção ao veículo;
• Suportar a carga do veículo;
• Amortecer os impactos;
• Rodar; 25
• Transmitir os esforços de aceleração e frenagem.

1.1.1 Problemas com pneus


A pressão dos pneus é muito importante para a economia e segurança
do veículo. É importante verificar a pressão dos pneus com um calibrador pelo
menos uma vez por mês.
Pneus com pouca pressão aumentam o desgaste da parte de fora da ban-
da de rodagem, enquanto os pneus com muita pressão desgastam mais a parte
central da banda de rodagem. Observe as figuras a seguir.

26
Auxiliar de Mecânica

Padrões de desgaste dos pneus: com pouca pressão, com pressão adequada
e com muita pressão

Quando for calibrar um pneu, não se esqueça de seguir a es-


pecificação de calibragem que consta no manual de cada veí-
culo, pois a pressão indicada varia conforme o tipo de veículo,
peso a ser carregado e a localização do pneu no carro. Pneus
dianteiros devem suportar o peso do motor, enquanto que os
pneus traseiros são mais utilizados quando o veículo estiver
com muitos passageiros e com o bagageiro cheio.

O desalinhamento das rodas também causa problema de desgaste do


pneu. Se as rodas estiverem desalinhadas a parte interna ou a externa do pneu
se desgastarão desigualmente. Isto diminui a segurança nas curvas e a vida
útil do pneu.
O desgaste com o uso diminui a profundidade dos sulcos dos pneus. Os
sulcos ou canaletas são desenhos no pneu responsáveis pela segurança na
condução quando está chovendo. Verifique a profundidade delas quando o ve-
ículo estiver na revisão.

1.2 Rodas
Anotações

A roda foi uma das invenções mais simples e geniais do mundo. Não é a
toa que a utilizamos até os dias atuais. Nos veículos rodoviários, as rodas são
as responsáveis em transmitir a força gerada no motor para transformá-la em
movimento.
Dois tipos de rodas são mais utilizados nos dias de hoje: rodas de ferro e
rodas de ligas de leves. Compare os dois tipos de rodas na ilustração a seguir.
Anotações
As rodas de liga leve utilizam uma liga metálica que garantem menor
peso e maior resistência. As rodas de ferro são mais pesadas, mas em compen-
sação são mais baratas que as de liga leve.

1.3. Sistema de freios

Já aprendemos como o veículo faz uma curva, agora precisamos apren-


der como reduzir a sua velocidade. Os freios são os responsáveis em dar maior
controle ao motorista para uma condução segura e econômica.

Um dos itens mais importantes a serem observados na revi-


são é o sistema de freios. Verifique se as pastilhas e o disco
de freio se mostram desgastados, informando ao dono ou ao
responsável do veículo a necessidade de troca por uma nova
imediatamente.

Com o freio, a força aplicada pela perna de um homem é capaz de frear


Auxiliar de Mecânica

um veículo com muitas toneladas. Os freios funcionam por meio de um sistema


de mangueiras e tubos de metal, por onde circula o fluido do freio. Este líquido
transmite a pressão exercida no pedal até a roda.

Procure mais informações sobre o funcionamento dos comandos


hidráulicos, pois elas facilitarão entender como funciona todo o sis-
tema de freio e diversos outros equipamentos em uma oficina. 27

1.5.1 Freios a disco


Os freios a disco funcionam como um freio de uma bicicleta, porém em
tamanho e exigência maiores. O freio da bicicleta é constituído por duas sa-
patas laterais, que quando apertadas são pressionadas contra a roda. O atrito
entre as sapatas e a roda desaceleram a bicicleta.
Nos carros, a concepção é a mesma. A pressão exercida no pedal de freio
pelo motorista seguirá pelo comando hidráulico até a pinça. Esta força será
transferida da pinça para as pastilhas de freio, que em atrito com o disco de
freio da roda, freia o veículo.
28 Os principais componentes de um freio a disco são:
• Pastilhas de freio;
• Pinça que apóia as pastilhas de freio;
Auxiliar de Mecânica

• Disco de aço montado no cubo da roda.


Além do freio a disco, tam-
bém existe o freio a tam-
bor. Procure conhecer mais
sobre este tipo de freio nos
catálogos de fornecedores
ou realizando cursos espe-
cíficos sobre o assunto.

Ouvimos muito falar nos freios ABS (“Anti-lock Braking System”) que tra-
duzido do inglês significa sistema antitravamento de freios. Sua função é não
deixar as pastilhas e o disco de freio travar, fazendo com que o veículo derra-
pe. Sem travar as rodas, o automóvel irá desacelerar com mais segurança em
pisos escorregadios.

1.4 Sistema elétrico


O sistema elétrico de um automóvel
é responsável por alimentar todos os dis-
positivos elétricos instalados, como as lu-
zes do farol, das setas, do freio.
Quando o veículo está parado, uma
bateria fornece a energia necessária para
os componentes elétricos. Sua função é
armazenar energia quimicamente para ser
transformada em energia elétrica quando
o veículo necessitar. Ela mantém os siste-
mas elétricos e eletrônicos ativos enquan-
to o veículo não está em funcionamento.
Anotações

Quando o carro está em funciona-


mento, um gerador contido no motor re-
carrega a própria bateria e também for-
nece corrente para alimentar os sistemas
elétricos do carro.
A cada dia que passa, os carros possuem mais equipamentos que depen-
dem do sistema elétrico, como é o caso do rádio, dos computadores de bordo
e da injeção eletrônica.
Conclusão

Anotações
Já conhecemos diversas partes fundamentais, mas ainda não acabou.
Temos que aprender outras partes vitais para o deslocamento dos veículos. Na
próxima unidade temos mais partes e sistemas para conhecer.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Quais são os tipos de rodas utilizadas nos veículos rodoviários


( ) Rodas de madeira.
( ) Rodas de liga leve.
( ) Rodas de ferro.

2) Marque os componentes que são alimentados pelo sistema elétrico.


( ) Rádio.
( ) Pneu.
( ) Luz de freio.
( ) Computador de bordo.

3) Como o pneu deve ser inflado?


( ) Com pouca pressão.
( ) Com a pressão indicada no manual do veículo e pelo fabricante do
pneu.
( ) com muita pressão.
Auxiliar de Mecânica

4) Marque os componentes de um sistema de freio a disco?


( ) Borracha.
( ) Pastilhas de freio.
( ) Cabos elétricos.
( ) Disco de aço.
29
UNIDADE 4
Conhecendo as partes
dos veículos – Parte III
Apresentação

Anotações
Depois de apresentarmos diversos componentes e partes constituin-
tes, chegou a hora de conhecer um pouco mais sobre 2 sistemas muito
importantes: o motor e a transmissão.

Objetivos

Os objetivos desta unidade são:


• Conhecer as partes constituintes de um veículo;
• Conhecer os principais sistemas dos veículos.

Introdução

Abordamos até aqui, diversas partes muito importantes dos veículos,


mas será normal se você estranhar não termos abordado ainda o motor e a
transmissão. Acontece que o motor e a transmissão são sistemas muito com-
plexos, com muitas partes componentes. Desta forma, iremos comentar um
pouco do funcionamento deles, mas recomendamos o estudo em separado
destes dois componentes.

Desenvolvimento

1. Motor

O motor converte a energia produzida pela combustão da gasolina em


energia mecânica, ou seja, no movimento das rodas. Para simplificar, vamos
tentar explicar o motor da seguinte forma:
1. A mistura do combustível com ar é encaminhada até o motor.
2. No motor, a mistura é comprimida ao máximo. Os pistões se movimen-
Auxiliar de Mecânica

tam no cilindro do motor.


3. Após a compressão, uma fagulha elétrica faz a mistura explodir e ex-
pandir-se rapidamente. Os pistões se movimentam no sentido contrário
ao do estágio anterior.
4. O gás resultante da explosão deve ser eliminado, para permitir a
entrada de uma nova mistura. A partir deste ponto, o ciclo se repete
novamente.
33
Este ciclo se repete várias vezes por minuto e a transferência deste
movimento até as rodas irá movimentar o veículo. Neste tipo de motor, cada
estágio apresentado anteriormente é considerado um tempo, por isto os
motores encontrados nos veículos são chamados de motores 4 tempos. A
ilustração a seguir demonstra a quantidade de peças e componentes de um
cilindro do motor:
34
Auxiliar de Mecânica

A ilustração demonstrou os 4 tempos de um cilindro do motor. O mo-


vimento dos pistões para cima e para baixo é convertido em movimento que
é transmitido às rodas. A ilustração seguinte detalha o funcionamento de um
motor com 4 cilindros. No cilindro 1 está ocorrendo a explosão e no cilindro 2 o
tempo de escapamento, enquanto no terceiro cilindro é o tempo de admissão
da mistura e, por fim, no quarto cilindro está no tempo de compressão.
Anotações
Para o bom funcionamento do motor, diversos outros subsistemas são

Anotações
necessários. Vamos conhecê-los:
• Sistema de alimentação: responsável por levar o combustível desde o
tanque até o momento da mistura com o ar.
• Sistema de ignição: responsável pelo início do movimento do motor.
• Sistema de lubrificação: responsável pela lubrificação das partes
do motor.
• Sistema de arrefecimento: responsável por resfriar as partes do motor
devido ao atrito e ao contato com as explosões da mistura.
• Sistema de escape: responsável pela expulsão dos gases ao meio
ambiente.

2. Transmissão

A transmissão é o sistema responsável pela transferência da potência do


motor gerada pela energia mecânica em rotação das rodas. Tanto a embrea-
gem quanto a caixa de câmbio fazem parte da transmissão.

Auxiliar de Mecânica

O motor possui uma faixa de rotações adequada ao funcionamento,


contudo o veículo necessita de forças diferentes para entrar em movimento
e para manter a velocidade constante. A caixa de câmbio é utilizada para
trocar as engrenagens das marchas, que definem as relações de rotação do
35
motor transmitidas às rodas. As marchas são necessárias para dar mais for-
ça ou velocidade ao conjunto. Quanto mais baixa a marcha, mais força ela
transmite ao veículo. Ao contrário, as marchas mais elevadas transmitem
pouca força e mais velocidade.
Para realizar a troca das marchas de maneira suave utiliza-se a embrea-
gem. Ela desconecta a potência gerada pelo motor para efetuar uma mudança
de engrenagens, também chamado de marchas. Assim, é possível engatar su-
avemente uma nova engrenagem antes de a transmissão voltar a ser ligada às
rotações do motor.
36

Conclusão
Auxiliar de Mecânica

O motor e a transmissão são partes fundamentais para o funcionamento


dos veículos rodoviários. Os carros, caminhões e ônibus atuais possuem mui-
tos outros sistemas. Contudo, não foi possível descrever todos aqui com maior
profundidade, portanto não se esqueça de estudá-los separadamente.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São componentes do sistema de transmissão de um veículo:


( ) Chave de fenda.
( ) Embreagem.
( ) Caixa de câmbio.
( ) Pneus.

2) Qual sistema transforma a potência do motor em rotações da roda?


( ) Sistema elétrico.
( ) Sistema de direção.
( ) Sistema de Transmissão.
( ) Sistema de freios.

3) O local do motor onde ocorre os 4 tempos se chama cilindro.


Anotações

( ) Certo ( ) Errado
UNIDADE 5
A oficina mecânica –
Parte I
Apresentação

Anotações
Nesta unidade do curso, vamos conhecer as partes de uma oficina
mecânica e também os locais de consertos especializados e isto te ajudará
a trabalhar melhor neste ambiente.

Objetivos

São objetivos desta unidade:


• Conhecer o conceito de manutenção preventiva e corretiva;
• Conhecer a estrutura física de uma oficina mecânica.

Introdução

A oficina mecânica é o seu lugar de trabalho. É lá que você desempenha


suas tarefas diárias, ajudando as outras equipes a realizar a manutenção dos
veículos que chegam. O seu conhecimento é muito importante neste processo.
Antes de apresentar a oficina, iremos apresentar um conceito importan-
te para a vida de um mecânico. Vamos falar sobre manutenção preventiva e
manutenção corretiva. Esses conceitos são relacionados à forma e à frequên-
cia com que os veículos chegam às oficinas mecânicas.

Desenvolvimento

1. Manutenção veicular

A manutenção das partes do veículo é vital para o funcionamento segu-


ro e econômico. Além disso, sem uma manutenção adequada, o equipamento
com certeza terá uma vida útil menor.
Auxiliar de Mecânica

Manutenção é combinação de todas as ações destinadas a man-


ter ou recolocar um equipamento em estado no qual possa de-
sempenhar uma função.

A manutenção pode ser realizada em diversos momentos. Para facilitar,


vamos conhecer os conceitos de manutenção preventiva e corretiva: 39
• Manutenção preventiva é o conjunto de medidas adotadas com o obje-
tivo de evitar possíveis problemas nos componentes dos veículos. Nesta
modalidade, a cada período de tempo o veículo realiza a troca de alguns
componentes. No caso dos veículos, o acompanhamento é realizado de
acordo com a quilometragem percorrida. Por exemplo, existem óleos fa-
bricados para serem utilizados no máximo por 10.000km, e por isso a
troca deve ser feita cada vez que o veículo rodar esta quilometragem.
• Manutenção corretiva: conjunto de medidas adotadas visando reparar
problemas dos componentes das máquinas e equipamentos, que com-
prometam o desempenho dos mesmos, para que possam executar sua
função normal. Nesta modalidade, alguma peça quebrou e precisa ser
consertada. Por exemplo, quando a luz do farol não acende, é necessário
40 verificar o que ocorreu e depois consertá-la. Nem sempre este tipo de
manutenção é simples, pois o cliente pode não saber o que está aconte-
cendo de errado com o automóvel.
Auxiliar de Mecânica

Na manutenção preventiva, o objetivo é não deixar o veículo


parar, enquanto que na manutenção corretiva o objetivo é con-
sertar o veículo para que ele volte a funcionar e deixá-lo em
perfeito estado.

Em ambos casos o veículo irá para uma oficina mecânica e aí sim come-
çará o seu trabalho.

2. Estrutura de uma oficina mecânica

Uma oficina mecânica é o local adequado para se realizar a manutenção


do veículo, pois é lá que se encontram as ferramentas e pessoal treinado, além
de espaço e peças de reposição.
A oficina pode ser completa ou especializada. Ela é completa quando to-
dos os serviços de manutenção podem ser realizados nas suas dependências,
enquanto que ela é chamada de especializada quando realiza apenas um tipo
de serviço. É mais comum encontrarmos oficinas completas nas empresas de
transporte de cargas ou passageiros. As oficinas especializadas são as mais
comuns nas cidades, como é o caso das borracharias, que realizam diversos
serviços relacionados apenas ao pneu.
Para facilitar, segue uma descrição das principais áreas de trabalho.

2.1 Recepção de veículos

É nesta área que os clientes chegam com seus veículos e os vendedores


vão conversar para descobrir qual será o tipo de serviço a ser realizado. Trata-
se de um local espaçoso e um balcão de atendimento, com um computador,
para facilitar a formação da Ordem de Serviço.

A Ordem de Serviço, também conhecida como OS, é um contrato


de curto prazo entre o fornecedor de serviços e o contratante de
Anotações

serviços. A OS serve como documentação de acompanhamento


das atividades de serviços contratadas e respectivos orçamen-
tos. Uma ordem ser serviço ajuda a:
Executar o planejamento de serviços, relacionando a necessida-
de de utilização de materiais, ferramentas e pessoal, bem como
os prazos para conclusão do contratado;
Acompanhar a execução de serviços previstos.
Anotações
Em diversas oficinas, este é
o único local ao qual o cliente tem
acesso ao estabelecimento. A partir
deste ponto, a responsabilidade so-
bre o veículo passa a ser da oficina,
por isto manobras e movimentação
dos veículos são realizadas por seus
funcionários. Essa política pretende
organizar o ambiente de trabalho,
visando diminuir interferência dos
clientes junto aos mecânicos.
Antes de levar o veículo para a
área de consertos, diversas oficinas
realizam um levantamento com a ficha
de inspeção juntamente com o cliente.
Para isto, cria-se uma lista com todos
os problemas que o veículo apresenta:
riscos na pintura, batidas externas, ní-
vel de combustível, ferramentas e per-
tences pessoais. Isto ajudará a compro-
var se o que foi solicitado foi realizado
e irá garantir que o cliente futuramen-
te não venha afirmar que o veículo foi
danificado dentro da oficina.

Outro cuidado a ser tomado é com a limpeza interna do veículo


ao longo do período que irá ficar na manutenção. Para isto, é re-
comendável passar um filme plástico no volante, câmbio e freio
de mão. Para não sujar o banco do motorista é interessante co-
locar capas protetoras.

2.1.1 Sala de espera


Consiste de uma pequena sala de espera onde os clientes podem espe-
rar seu veículo enquanto é realizada a manutenção. Neste local é comum ter
uma televisão, revistas e jornais, além de água, café e chá para tornar a espera
do cliente mais agradável.
Auxiliar de Mecânica

2.2 Borracharia

Este é o local da oficina que trabalha os problemas relacionados aos


pneus e rodas. É uma área bastante comum em diversos centros automotivos,
tanto nas cidades quanto nos postos de gasolina pelas rodovias brasileiras.
Diversas atividades são realizadas na borracharia, como:
41
• Controlar vida útil e utilização do pneu;
• Realizar montagem e desmontagem de pneu;
• Trocar pneus;
• Consertar pneus a frio e a quente;
• Reparar câmara de ar;
• Balancear conjunto roda e pneu;
• Realizar alinhamento;
• Ressulcar pneus;

42 • Prestar socorro a veículos.


Auxiliar de Mecânica

A manutenção dos pneus é um dos itens mais importantes para a segu-


rança de todos no trânsito.

2.3 Balanceamento

O balanceamento de rodas con-


siste em equilibrar a má distribuição
de massas no conjunto pneu e roda.
Sem equilíbrio, os passageiros e o mo-
torista sentem vibrações muito incô-
modas. Para combater esta sensação
desconfortável, instala-se um contra
peso de chumbo no aro para com-
pensar a área da roda que apresenta
desigualdade de peso, favorecendo o
equilíbrio no conjunto.
É possível listar alguns motivos para uma roda estar desbalanceada: aros
da roda amassados e pneu no formato de ovo. Para combater estes problemas,
a peça de chumbo deve estar posicionada no local certo, contudo é quase im-
possível realizá-la sem o auxilio de equipamentos.
Após a montagem da roda e pneu, deve-se instalar o pneu no equipa-
mento de balanceamento de rodas. Após uma breve análise, o sistema do equi-
Anotações

pamento mostrará ilustrativamente onde instalar a peça de chumbo. Com a


roda balanceada, pode montá-la no veículo. Veremos mais sobre os equipa-
mentos nas unidades seguintes.
As peças instaladas nas rodas são produzidas em diferentes pesos e es-
pecificações. São comercializados peças com 5 até 100 gramas de peso. Em
relação às especificações, pode-se dizer que as peças indicadas para rodas
de ferro possuem garras enquanto as peças para rodas de liga leve possuem
material colante. Veja as ilustrações a seguir.
Anotações
O resultado da calibração das rodas é:
• A diminuição das vibrações do carro;
• A redução do desgaste prematuro das peças da suspensão, direção e
pneus;
• Uma condução mais confortável.

Conclusão

A manutenção preventiva e a manutenção corretiva fazem parte do


dia a dia de quem possui veículos rodoviários. Aprendemos alguns locais de
interação entre os profissionais da oficina e os clientes, como a recepção.
Também conhecemos o conceito de ordem de serviço e a borracharia da
oficina. Na próxima unidade iremos apresentar outras áreas importantes
para o seu trabalho.
Auxiliar de Mecânica

43
44
Assinale V se a sentença for verdadeira ou F se for falsa:
Auxiliar de Mecânica

1) ( ) A Manutenção é a combinação de todas as ações destinadas a


manter ou recolocar um equipamento em estado no qual possa desempenhar
uma função.
2) ( ) A Manutenção preventiva é o conjunto de medidas adotadas vi-
sando a reparar problemas dos componentes das máquinas e equipamentos,
que comprometam o desempenho dos mesmos, para que possam executar sua
função normal.
3) ( ) A manutenção corretiva é o conjunto de medidas adotadas com o
objetivo de evitar possíveis problemas nos componentes das máquinas e equi-
pamentos, que comprometam o desempenho dos mesmos, para que possam
executar sua função normal.

4) A ordem de serviço é ________. Marque um x na resposta correta.


( ) ordem expressa de lavagem do veículo
( ) um contrato de curto prazo que define os serviços a serem realiza-
dos na manutenção de um veículo
( ) manual de manutenção do veículo
Anotações
UNIDADE 6
A oficina mecânica –
Parte II
Apresentação

Anotações
Nesta unidade do curso, vamos conhecer onde são consertadas as
partes externas do veículo, por meio da funilaria e da pintura. Isto deixará
o veículo mais bonito e mais seguro. Além destas partes, vamos apresentar
também as geometrias do veículo, que são definidas pelos engenheiros,
mas devem ser mantidas ao longo da vida útil do automóvel.

Objetivos

São objetivos desta unidade:


• Conhecer a estrutura física de uma oficina mecânica;
• Apresentar as principais geometrias das rodas de um veículo;
• Apresentar área de pintura da carroceria nas oficinas mecânicas;
• Apresentar a área de funilaria de uma oficina mecânica.

Introdução

Já vimos nas partes do veículo qual é a importância da carroceria para


o automóvel e seus passageiros. Seja por causa dos acidentes de trânsito ou
pela ação da natureza, a carroceria será modificada das suas características
originais, e para isto existem a funilaria e a pintura.
A geometria compromete a condução do veículo. Em diversos momen-
tos, o motorista pode sentir que a direção está puxando para a esquerda ou
para a direita, afetando não só o consumo de peças como a segurança de
quem está no trânsito

Desenvolvimento

1. Alinhamento da geometria do veículo


Auxiliar de Mecânica

Apesar de o nome parecer ser bem difícil, não se assuste. A geometria


do veículo é definida pelos engenheiros ainda em projeto. Podemos citar como
ângulos de geometria da suspensão e medidas do alinhamento o ângulo do
Câmber, Cáster, Convergência e Divergência. Veja na ilustração a seguir o que
significa cada um destes ângulos.
47
48
Auxiliar de Mecânica

Ao saírem da fábrica, os automóveis estão alinhados como definidos em


projeto, mas com o uso é comum estes ângulos serem modificados. As condi-
ções da via podem afetar no alinhamento, por exemplo, quando caímos em um
buraco, ou passamos despercebidos em um quebra-mola.
Os aparelhos de medição da geometria podem ser do tipo mecânico,
ótico, a lazer e computadorizado com relatório impresso. Todos os aparelhos
apresentam bons resultados, desde que o profissional responsável esteja bem
treinado e conheça os ângulos corretos de cada veículo.
Desvios mecânicos provocam desgastes prematuros de pneus e desali-
nhamento de direção, deixando o veículo mais instável e inseguro. Por isto, é
necessário alinhar a geometria dos veículos quando:
• O veículo sofrer impactos na suspensão;
• O veículo estiver instável, com tendência a puxar para um lado ou outro;
• Forem substituídos alguns componentes da suspensão;
• Os pneus apresentarem desgastes irregulares.

2. Funilaria

Já falamos antes que a carroceria protege os passageiros de diversos


perigos, seja ela uma colisão ou apenas da chuva, e que ela é composta de
Anotações

uma ou várias chapas de aço soldadas ou rebitadas ao chassi. Sabendo disto,


podemos entender o papel da funilaria como o ajuste de qualquer imperfeição
ou machucado na carroceria. A maior quantidade de serviços neste departa-
mento tem como causa os acidentes de trânsito, que são muito frequentes em
nosso país.
Anotações
Na funilaria, o objetivo é deixar
o veículo da mesma forma como era
na hora em que saiu da montadora.
Diversas técnicas são utilizadas para
retirar ondulações, quinas e amassa-
dos. As principais vieram da serralha-
ria, como o uso de soldas, calor, res-
friamento, entre outros.

Outra técnica muito conhecida no Brasil é o martelinho de


ouro. Surgida há mais de 30 anos, esta técnica em funilaria
tira os amassados das carrocerias dos carros utilizando ape-
nas a habilidade manual do responsável e um martelinho.

3. Pintura

Eventualmente a pintura do veículo precisará de uma nova camada de


tinta, seja por causa de algum arranhado, batida ou mesmo pela exposição ao
tempo. Veículos mais antigos que ficaram no sol durante o dia e no sereno du-
rante a noite por longos períodos podem ter a pintura do veículo queimada.
A pintura é realizada na fábrica por meio de diversas camadas. Além de
deixar o veículo mais bonito, ela também protege a carroceria contra intem-
péries, ou seja, contra a maresia, água, sol, entre outros.
A pintura pode influenciar na segurança quando a carroceria começa a
ser atacada pela umidade, fazendo-a enferrujar. A carroceria enferrujada fica
comprometida, pois ela resiste menos ao peso dos passageiros e ao impacto
das batidas. O aspecto da segurança é importante, mas o aspecto financeiro
será mais afetado, pois um veículo com a pintura desgastada certamente terá
um preço de venda menor.
Auxiliar de Mecânica

49
Conclusão

Nesta unidade pudemos conhecer melhor os locais da oficina onde serão


50 consertados a carroceria, como a pintura e a funilaria. Além disso, manter a
geometria do veículo como especificado inicialmente trará mais segurança no
trânsito e mais economia, pois rodas e eixos desalinhados são responsáveis
pelo consumo mais rápido dos pneus e de combustível.
Auxiliar de Mecânica

1) Marque um X nas geometrias dos veículos:


( ) Cambagem.
( ) Convergência.
( ) Divergência.
( ) Cáster.

2) Marque Verdadeiro ou Falso para as afirmações:


( ) A pintura é importante apenas para o aspecto estético.
( ) A funilaria irá ajustar o funil do veículo.
( ) O sol pode queimar a pintura de um automóvel.
( ) A funilaria desamassa as chapas que compõem a carroceria.
Anotações
UNIDADE 7
A oficina mecânica –
Parte III
Apresentação

Anotações
A última unidade de apresentação dos locais mais importantes das
oficinas mecânicas abordará uma das áreas muito comuns nas oficinas. É
a troca de óleo e lubrificação. Também conheceremos o objetivo e como
realizar a limpeza e higienização de veículos.

Objetivos

São objetivos desta unidade:


• Conhecer a estrutura de troca de óleo e lubrificação dos motores;
• Apresentar a limpeza e higienização de veículos em uma oficina
mecânica.

Introdução

Os motores esquentam muito devido à explosão controlada do combus-


tível. Uma forma de mantê-lo funcionando por mais tempo sem estragos é
realizando a troca do óleo do motor, que forma uma película protetora entre
as partes do motor.
E depois de terminar todos os consertos, o cliente espera que o seu ve-
ículo chegue limpo e pronto para o uso. Para isto, a área de limpeza e higieni-
zação realizará estes serviços.

Desenvolvimento

1. Troca de óleo e lubrificação

A troca do óleo é vital


para funcionamento do motor.
Auxiliar de Mecânica

O óleo tem a finalidade de lu-


brificar as partes internas do
motor, ou seja, criar uma fina
película entre duas superfícies
em movimento evitando o con-
tato direto entre elas. Sem o
contato direto, haverá uma di-
minuição do atrito que resulta- 53
rá na diminuição do desgaste e
da geração de calor.
Os óleos atuais são produzidos a partir do petróleo e possuem viscosida-
de variada que permitem o funcionamento do motor conforme planejado. Com
o tempo de uso, o óleo perde a sua característica e junta sujeiras do motor que
podem travá-lo.
54 Sabendo disso, percebemos que o filtro de óleo tem um papel fundamen-
tal no sistema de lubrificação. O filtro retém as possíveis impurezas contidas
no lubrificante, em função disso também é necessário trocar periodicamente o
filtro de óleo lubrificante, a fim de garantir seu perfeito funcionamento.
Auxiliar de Mecânica

As oficinas possuem algumas formas de trocar o óleo. Pode ser por gra-
vidade ou por vácuo. Para esvaziar o óleo do motor pela gravidade, a oficina
utiliza normalmente elevadores hidráulicos ou valas no chão. Ao abrir o para-
fuso do motor, também chamado de bujão do motor, o óleo cai em um funil
com um tanque na parte de baixo.

Outra forma de realizar a troca de óleo é com equipamentos a vácuo. O


equipamento suga o óleo do motor por meio de uma mangueira inserida pela
entrada de óleo do motor. Ainda que a troca de óleo por gravidade seja a mais
adequada, muitas oficinas utilizam o método a vácuo.

Os resíduos do óleo trocado não podem ser descartados de


qualquer maneira, pois são extremamente poluidores do meio
ambiente. É a lei. A fiscalização ambiental pode emitir uma
multa se o dono do estabelecimento não respeitá-la. A forma
correta de descarte deste óleo é encaminhar para a recicla-
gem, que geralmente é realizada pelo fornecedor.
Anotações

2. Lavagem e higienização

Como o nome bem diz, esta é a área da oficina que realiza a limpeza in-
terna e externa do veículo. A lavagem da carroceria conserva o automóvel por
fora e a higienização deixa o ambiente interno livre de odores e sujeiras.
Anotações
A lavagem externa é realizada para retirar sujeiras da pintura do veículo.
A remoção destas partes é comumente realizada por meio de jatos de água,
panos ou buchas e algum tipo de sabão não agressivo. Existe a lavagem ma-
nual que é realizada por profissionais e a lavagem por meio de equipamentos,
onde o veículo passa por um pórtico ou uma sala, e os equipamentos realizam
o serviço sem a interferência humana.

Lavagem manual Lavagem automática

A higienização interna do veículo é importante para a saúde de seus


passageiros. Nos carros particulares é comum cair algum resto de alimento ou
líquido que consumimos. Estes restos podem estragar, causando mau cheiro e
juntando insetos, como baratas e formigas.
No transporte público, o risco de contami-
nação em massa é grande, pois um passageiro
doente pode passar seu vírus ou outra doença
para diversos usuários. Por isto as empresas são
obrigadas a realizar a descontaminação frequn-
te. A higienização é feita de diversas maneiras:
• Aspirando e lavando estofados;
• Hidratando estofados de couro;
• Enxaguando pisos metálicos;
• Aspirando pisos com carpete;
• Borrifando ou instalando essências suaves;
• Lavando e desengordurando os vidros.
Auxiliar de Mecânica

Cuidado com as essências com cheiro forte, pois diversas pes-


soas possuem alergia a cheiros.

3. Setor administrativo
55
O setor administrativo é o responsável pelas atividades de apoio aos
profissionais das oficinas. É composto por profissionais que realizam os pa-
gamentos das compras e funcionários, o recebimento dos serviços realizados,
guardar materiais e equipamentos, contratação e demissão de funcionários,
entre outros.
4. Planta baixa de uma oficina

Cada oficina tem um espaço disponível que é variável de acordo com os


56 departamentos existentes na empresa. Como exemplo, uma borracharia terá
mais espaço para elevadores, montagem e desmontagem de pneus, área para
balanceamento e alinhamento. Já para a pintura, a estufa é indispensável. O
desenho a seguir é apenas um exemplo de uma oficina.
Auxiliar de Mecânica

As empresas de transporte geralmente possuem oficinas bem estrutu-


radas, com valas para manutenção dos veículos, setor elétrico, borracharia,
setor de pintura e equipamentos para lavagem do motor e da carroceria.

Conclusão

Vimos assuntos muito importantes para o entendimento da nossa profis-


são. A oficina é um ambiente em que, até meados dos anos 80, a graxa se mis-
turava com peças de carros soltas. Esse modelo ainda pode ser encontrado em
diversas cidades. Mas não se engane! A maioria dos clientes prefere encontrar
a oficina bem arrumada e limpa.
Aos poucos, as oficinas mais modernas têm se diferenciado. As peças
estão bem organizadas nas paredes, balcões ou caixas. O ambiente é limpo
Anotações

diariamente e em várias oficinas as paredes são brancas e o piso não tem ne-
nhuma mancha de óleo.
A empresa é controlada pelo departamento administrativo com o apoio
da tecnologia. O controle e avaliação dos custos dos serviços prestados e dos
carros que entram e saem é feito por meio do computador, bem como do pe-
dido de compra das peças e do pagamento. Essas tecnologias trazem maior
segurança e controle para uma oficina.
Anotações
1) Marque um X na resposta correta. Qual o objetivo da lavagem externa
do veículo?
( ) Desamassar a carroceria do veículo.
( ) Ttrocar o óleo do motor.
( ) Retirar sujeiras da pintura do veículo.
( ) Calibrar o pneu.

2) Marque um x nas respostas corretas. A troca de óleo pode ser feita


das seguintes formas:
( ) Virando o veículo de cabeça para baixo.
( ) Retirando o bujão do motor e deixando o óleo escorrer com a ajuda
da gravidade.
( ) Com equipamentos de sopro.
( ) Com equipamentos de sucção a vácuo.

3) Marque Verdadeiro ou Falso


( ) todas as oficinas possuem a mesma estrutura física.

Auxiliar de Mecânica

57
UNIDADE 8
Equipamentos utilizados na
oficina mecânica
Apresentação

Anotações
Acabamos de ver quais áreas podem fazer parte de uma oficina mecâ-
nica. Mas para atuar em cada uma delas, o auxiliar de mecânico terá que se
familiarizar com os equipamentos lá existentes. Iremos conhecer a partir de
agora alguns dos equipamentos mais utilizados nas oficinas mecânicas.

Objetivos

São objetivos desta unidade:


• Apresentar diversos equipamentos e ferramentas utilizadas em uma
oficina mecânica;
• Conhecer as principais características dos equipamentos utilizados na
oficina mecânica.

Introdução

Os equipamentos são ferramentas de trabalho que facilitam o trabalho.


Nas oficinas mecânicas, diversas ferramentas aumentam a produtividade, di-
minuindo a força braçal necessária para executar um serviço de manutenção
ou mesmo automatizando tarefas repetitivas. Em geral, as máquinas são sim-
ples e fáceis de aprender a utilizar, por isto seguiremos para aprender sobre
alguns destes equipamentos.

Desenvolvimento

1. Jogo de ferramentas

O jogo de ferramentas é a vida do


mecânico. Nele há um conjunto de fer-
ramentas necessárias para a realização
Auxiliar de Mecânica

do trabalho, que podem variar muito de


tamanho e peso, por isto é importante
guardá-las em local adequado e de fácil
acesso. Os mecânicos guardam e arru-
mam suas ferramentas em caixas e ar-
mários. É o local adequado para manter o
ambiente de trabalho organizado e limpo,
além de evitar acidentes. Cada estação
61
de trabalho ou mecânico deve possuir o
seu próprio conjunto de ferramentas.
As caixas utilizadas para guardar as ferramentas variam de tamanho e
de forma. Existem caixas que podem ser carregadas pelo mecânico ou caixas
maiores com gavetas que possuem rodas para deslizar, pois quanto mais ferra-
mentas forem guardadas, mais pesado o armário fica.
É conveniente lembrar que cada uma delas tem um tamanho diferente,
assim o conjunto ideal para cada profissional vai depender do serviço que ele
executa. A seguir listamos algumas ferramentas muito utilizadas no dia a dia
dos profissionais da mecânica que podem ser encontrados nos conjuntos de
ferramentas:
62
• Chaves de fenda;
• Chaves de fenda de ponta cruzada, ou mais conhecida como chave
philips;
Auxiliar de Mecânica

• Martelos;
• Alicates;
• Chaves hexagonais;
• Chave de boca;
• Chave de roda;
• Fita isolante.

2. Elevadores de veículos

Diversas partes de um veículo somente são acessíveis aos mecânicos


pelo lado inferior, por isso é muito comum ter que elevar o veículo para poder
avaliar ou consertar alguma peça. Existem várias formas de manter um veícu-
lo suspenso, vamos conhecer os mais comuns.

2.1 Macaco tipo joelho

O macaco tipo joelho é o mais co-


mumente encontrado dentro dos veículos
para auxiliar na troca das rodas. Em ge-
ral, deve-se suspender apenas uma roda
por vez, para que as outras ainda conti-
nuem em contato com o solo, garantindo
mais aderência para não escorregar. Sua
utilização é simples, mas sua capacidade
de elevar levantar objetos é a menor dos
macacos. Para elevar o veículo, basta en-
caixar o macaco no chão e no chassi do
motor, e começar a girar a manivela.

Este tipo de macaco não é muito confiável, pois a sua base de


apoio no solo é pequena. Por isto, evite entrar debaixo do veí-
Anotações

culo com ele suspenso por um macaco tipo joelho.


2.2 Macaco tipo garrafa

Anotações
O macaco tipo garrafa, ou também conheci-
do como hidropneumático, é um tipo de macaco
hidráulico forte que utiliza comandos hidráulicos
para ampliar a força de aplicação. Este tipo será
mais confiável que o macaco tipo joelho, desde
que esteja muito bem apoiado no solo. É acon-
selhável elevar uma roda por vez para garantir a
estabilidade do conjunto.

2.3 Macaco tipo jacaré

Muito utilizado nas oficinas, o maca-


co tipo jacaré também utiliza comandos
hidráulicos que permitem elevar veículos
bastante pesados. A vantagem em relação
aos macacos tipo garrafa é a facilidade em
deslocamento, acesso ao ponto de apoio do
veículo e o seu acionamento pela alavanca
que fica em altura ergonômica. Não se es-
queça de travar as rodas do macaco antes
de elevar o veículo.

2.4 elevador hidráulico

O elevador hidráulico é uma for-


ma muito utilizada nas oficinas para po-
der ver o fundo do veículo, trocar ro-
das e o óleo. Este equipamento utiliza
comandos elétricos e hidráulicos para
elevar o veículo acima de 1,5 metro. Sua
vantagem é a facilidade no manuseio e
na capacidade de elevar o veículo todo, o
que possibilita retirar todas as rodas de
uma só vez, por exemplo.
Auxiliar de Mecânica

3. Compressor de ar

O compressor de ar é um equipamento muito utilizado nas oficinas. Sua


utilização se baseia em aumentar a pressão do ar que sai por uma mangueira.
O compressor necessita de energia elétrica para funcionar. 63
Sua principal função nas oficinas mecânicas é calibrar os pneus dos ve-
ículos. Lembre-se de que já vimos antes que pneus devem estar inflados na
pressão correta, evitando seu desgaste excessivo e desnecessário.
Alguns compressores possuem válvulas combinadas com um equipa-
mento de verificação da pressão. Ao conectar a mangueira de saída no pneu,
o equipamento avalia se é necessário aumentar ou diminuir a pressão do pneu
até atingir o valor indicado pelo o usuário.
Contudo, ainda encontramos muitos com-
pressores sem este equipamento e a verifi-
cação da pressão interna do pneu é feita por
meio de um bico adaptado, por isto cuidado
64 ao inflar demais o pneu para ele não explodir.
Outras funções do compressor de ar são:
• Auxiliar em outros equipamentos,
Auxiliar de Mecânica

como na chave de impacto pneumá-


tica. Esta chave se parece com uma
furadeira que facilita na troca dos pa-
rafusos da roda. A chave de impacto
é muito utilizada na fórmula 1 e por
isso acelera a troca das rodas.
• Auxiliar na pintura dos veículos,
pois o compressor utiliza a pressão
do ar como meio para espalhar uni-
formemente a tinta.

4. Máquina de desmonte de rodas

Para realizar a manutenção do pneu ou roda, é necessário que ambos


sejam separados. O aro da roda é maior que o do pneu, para facilitar o encaixe,
quando cheio, e vedar a saída de ar. Trata-se de uma tarefa que não é difícil,
porém exige-se muita força. E mais uma vez, os equipamentos hidráulicos irão
nos ajudar nesta tarefa. O equipamento de desmontar pneus é um braço que se
encaixa perto do aro do pneu, forçando-o a passar pelo aro da roda.
Anotações
Conclusão

Anotações
Abordamos neste capítulo, alguns dos principais equipamentos e fer-
ramentas muito utilizadas pelos mecânicos e auxiliares de mecânica. Vários
equipamentos utilizam o conceito de comandos hidráulicos para transformar
pequenas forças em grandes ajudas. O manuseio com segurança e agilidade
destes equipamentos irá ajudar muito na profissão do mecânico.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) A caixa de ferramentas é o local adequado para guardar quais ferra-


mentas?
( ) Chave de fenda.
( ) Alicates variados.
( ) Esparadrapo.
( ) Fita isolante.

2) O compressor de ar será utilizado para:


( ) Encher pneus.
( ) Ligar à pistola de pintura.
( ) Alimentar a chave de impacto pneumático.
( ) Gerar energia na oficina.

3) Marque V para verdadeiro ou F para falso nas seguintes afirmação:


( ) É preciso tomar muito cuidado ao manusear os macacos hidráulicos.
Auxiliar de Mecânica

65
UNIDADE 9
Profissionais envolvidos na
oficina mecânica
Apresentação

Anotações
Já aprendemos muito até agora, mas ainda temos que aprender quem
serão os profissionais envolvidos na manutenção dos veículos. A equipe é
fundamental para atingir os objetivos da oficina. É muito mais difícil reali-
zar as tarefas de uma oficina sem a ajuda de outros. É sobre o tema equipe
de profissionais que este capítulo irá abordar.

Objetivos

São objetivos desta unidade:


• Apresentar a equipe em oficinas mecânicas;
• Conhecer as principais competências da equipe de oficinas mecânica.

Introdução

Quanto maior a oficina mecânica, maior é o número de profissionais en-


volvidos para alcançar os objetivos da empresa. A coordenação de equipes é
fundamental para alinhar os esforços de cada um, transformando-os em metas
da empresa.
Sem a empresa, os profissionais não possuem local para trabalhar. E vamos
lembrar que quem paga os salários dos funcionários são os clientes, por isso a
empresa precisa dar lucro. Por agora, vamos conhecer parte desta equipe.

Não se esqueça: os auxiliares também fazem parte da equipe,


mas de tão importantes, separamos uma unidade exclusiva-
mente para falar sobre esses profissionais.

Desenvolvimento
Auxiliar de Mecânica

1. Proprietário

O proprietário é o responsável pela oficina mecânica perante a lei. Suas


responsabilidades legais junto ao governo e a terceiros são muitas. Podemos
citar o pagamento dos funcionários e o pagamento de impostos como o IPTU,
IPVA, entre outros. 69
Se por um lado, abordamos poucas das muitas obrigações que os pro-
prietários das empresas assumem, por outro lado a ele cabe o lucro do ne-
gócio. Ser proprietário é conhecer os riscos de gerenciar a empresa com a
possibilidade de reverter os serviços prestados em lucro financeiro.
70
Auxiliar de Mecânica

Em diversos casos, o proprietário assume uma ou mais atividades de


uma oficina, pois em algumas a quantidade de carros consertados no mês
é insuficiente para pagar uma equipe grande. Este é o caso das pequenas
e micro empresas do país. Diversos proprietários de oficinas já foram ou
ainda são mecânicos.

2. Vendedores

São os profissionais que realizam as vendas na oficina. Pode ser a venda


de um serviço, como a troca de pneus, ou mesmo a venda de mercadorias,
como som automotivo. Estes profissionais fazem o contato inicial com os con-
sumidores, procurando apresentar as qualidades do produto ou serviço, bem
como criam orçamentos.
Em geral, os vendedores são pessoas extrovertidas com alta capacidade
de persuasão, já que em muitos casos os clientes ainda precisam ser convenci-
dos da necessidade de realizar serviços em uma oficina.
Os vendedores de serviços em oficinas mecânicas devem conhecer bem
os carros e os tipos de serviços da oficina. Significa que os vendedores devem
saber quanto tempo leva para trocar o óleo ou um pneu, quantos profissionais
estão envolvidos no serviço, e outras informações relevantes.

3. Serviços administrativos
Anotações

O nome nos faz lembrar a área da oficina que apoia o trabalho dos
mecânicos. Já falamos de diversas áreas de apoio no capítulo das oficinas
mecânicas. Mas para ter aquelas áreas, é indispensável ter os profissio-
nais que cuidarão delas. Vamos citar alguns profissionais e o que eles
realizam no dia a dia.
• Caixa: o responsável pelos recebi-

Anotações
mentos dos clientes. É a pessoa que
lida com os pagamentos nas suas di-
ferentes formas: dinheiro, cheque,
cartão de crédito, por exemplo. De-
vem saber reconhecer notas falsas e
pesquisar cheques para garantir que o
pagamento será realizado conforme o
combinado.
• Secretária: Atende aos telefonemas, anota recados, agenda serviços de
manutenção, passa instruções de localização da oficina, entre outros.
• Almoxarife: É o responsável pelos produtos a serem utilizados nas ma-
nutenções. Sua principal função é garantir que as peças estejam no mo-
mento adequado na mão do mecânico, sem gastar muito com o estoque.
Também organizam um local para armazenar, bem como autorizam a en-
trada e saída dos produtos. Em muitos casos realizam as compras das
peças e por isto devem conhecer bem o mercado.

Estas pessoas são o seu apoio no cotidiano. Lembre-se de tratar bem, ser
educado e tratar com respeito cada um deles, afinal eles também querem que
a empresa dê certo.

4. Mecânicos
Auxiliar de Mecânica

Falamos muitos dos mecânicos ao longo do nosso curso. São profissio-


nais que trabalham em oficinas, sejam elas nas empresas de transporte ou
não. Realizam suas tarefas em lugares fechados ou abertos, com barulhos ca-
racterísticos de motores, alarmes, ferramentas e equipamentos.
71
Utilize os Equipamentos de Proteção Individual – EPI para se
proteger dos diversos perigos ao qual estão expostos. Em ge-
ral, são utilizados luvas, máscaras, tapa-ouvidos e óculos para
proteger de faíscas, peças que caem dos veículos, barulho ex-
cessivo, entre outros.
Os mecânicos devem realizar cursos profissionalizantes específicos de
mecânica veicular, eletricidade veicular, suspensão, borracharia, para citar al-
guns. A carga horária de cada curso deve ser de no mínimo 400 horas. Dentre
as atividades aprendidas nos cursos, podemos listar algumas a seguir:

72 • Elaborar plano de manutenção veicular;


• Realizar manutenção de motores, sistemas e partes do veículo;
• Substituir peças dos diversos sistemas do veículo;
Auxiliar de Mecânica

• Reparar componentes e sistemas de veículos;


• Testar desempenho de componentes e sistemas de veículos;
• Realizar o trabalho com segurança.
Além do conhecimento técnico, espera-se que os mecânicos possam:
• Manter o local de trabalho organizado;
• Manterem-se atualizado profissionalmente;
• Estabelecer vínculos de confiança entre o cliente e a empresa;
• Interpretar termos técnicos em língua estrangeira;
• Trabalhar em equipe;
• Cumprir compromissos assumidos;
• Comunicarem-se com clareza verbal e por escrito.

Os mecânicos serão os seus chefes. São eles que irão te comunicar o que
você deverá fazer. Em alguns casos, eles também te avisarão o que evitar ou
quais cuidados tomar para realizar a manutenção veicular. Os chefes existem
Anotações

para poder instruir os demais componentes da equipe com a finalidade de po-


der terminar o trabalho prometido aos clientes.
Os auxiliares de mecânico realizam as tarefas indicadas pelos mecânicos.
Iremos abordar quais atividades são esperadas desse profissional em outra
unidade. Isto não significa que os auxiliares não fazem parte da equipe. Mui-
to pelo contrário. Os auxiliares são muito importantes para a eficiência da
oficina mecânica.
Conclusão

Anotações
Cada profissional possui sua responsabilidade perante a empresa. En-
quanto uns ajudam no apoio operacional, outros ajudam nas vendas e os me-
cânicos realizam diretamente a manutenção dos veículos. Sem essa divisão de
atividades e responsabilidades, a empresa não consegue existir.
Estes profissionais serão seus principais colegas de trabalho e tentamos
apresentar suas principais atividades a serem desempenhadas. Além do co-
nhecimento técnico do funcionamento do motor e de outros sistemas veicula-
res, espera-se que estes profissionais e seusauxiliares tenham um bom relacio-
namento pessoal, afinal eles passam muito tempo por dia juntos.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Quem é o responsável legal pela empresa?


( ) Telefonista.
( ) Caixa.
( ) Proprietário.
( ) Mecânico.

2) Quem realiza as compras de peças para o almoxarifado?


( ) Almoxarife.
( ) Caixa.
( ) Proprietário.
( ) Mecânico.
Auxiliar de Mecânica

3) São atividades dos mecânicos:


( ) Realizar manutenção de motores, sistemas e partes do veículo.
( ) Substituir peças dos diversos sistemas do veículo.
( ) Reparar componentes e sistemas de veículos.
( ) Realizar o trabalho com segurança.
73
UNIDADE 10
O auxiliar de mecânico
Apresentação

Anotações
Anteriormente vimos os diversos profissionais que irão trabalhar com
você. Agora, vamos ver o que é necessário fazer para ser um bom auxiliar
de mecânico. Começaremos a unidade aprendendo algumas das competên-
cias necessárias para atuar nessa profissão.

Objetivos

É objetivo desta unidade:


• Conhecer as competências esperadas de um auxiliar mecânico.

Introdução

Já mencionamos anteriormente que cada profissional em uma empresa,


seja ela uma oficina ou não, possui sua lista de atividades e responsabilidades.
Algumas delas estão explícitas, ou seja, já são conhecidas e esperadas por
quem contrata. Outras não são listadas em nenhum lugar, mas mesmo assim
são muito importantes. Vamos ver o que esperam dos auxiliares de mecânica.

Desenvolvimento

1. Competência profissional

Falar de alguém competente nos faz lembrar um bom profissional que


executa suas atividades corretamente, no prazo combinado e com qualidade.
Por isso, quando vamos ao hospital, gostamos de ser atendidos por médicos
competentes. Na oficina mecânica não é diferente, já que os carros são patri-
mônios caros e necessitam de manutenção para durarem mais tempo.
Então, o que precisamos fazer para sermos considerados bons profissio-
nais? Tudo começa com o conhecimento. Antes de realizar qualquer atividade
Auxiliar de Mecânica

devemos conhecer o que fazer e para isso frequentamos a escola ou cursos


profissionalizantes. Ao longo deste curso, aprendemos como funciona o motor
de um carro e as áreas de uma oficina. Estes foram apenas alguns dos conhe-
cimentos adquiridos ao longo deste curso.
Depois, precisamos pôr em prática o que conhecemos nos livros para
registrar e manter o conteúdo vivo em nossa cabeça. A melhor forma de fazer
isto é nos lembrarmos do que aprendemos aqui e aplicar nos veículos, na ofi- 77
cina, na nossa vida.
2. Competências necessárias ao auxiliar mecânico

O auxiliar de mecânico é a pessoa que executa tarefas auxiliares relativas


ao conserto, regulagem, lubrificação e limpeza de veículos, máquinas pesadas
78 e demais equipamentos eletromecânicos.

Auxiliar é a palavra utilizada para definir tudo que apoia ou pres-


Auxiliar de Mecânica

ta ajuda. Assim, o auxiliar é o profissional que auxilia ou que


presta ajuda a outro profissional. Sua principal função é tornar
o serviço ou trabalho mais ágil. Portanto, o auxiliar de mecânico
é o profissional que dá assistência ao mecânico na função de
realizar a manutenção nos veículos.

Diversos profissionais exercem funções auxiliares, por exemplo, auxiliar


de enfermagem, auxiliar administrativo, auxiliar de dentista, auxiliar financei-
ro, e por aí vai. A função do auxiliar é tão importante que em uma cirurgia, o
médico utiliza outros médicos para auxiliar os procedimentos médicos.
Veremos, a seguir, algumas formas de ajudar os mecânicos no local de
trabalho.

2.1 Oficina mecânica

As principais funções esperadas de um auxiliar de mecânico na oficina são:


• Substituir peças e componentes avariados dos veículos segundo instru-
ções recebidas do seu chefe;
• Auxiliar na retirada e colocação de motores, válvulas e na montagem e
desmontagem de chassi;
• Limpar o local de trabalho e guardar as ferramentas em locais prede-
terminados;
• Zelar pela conservação dos equipamentos utilizados no trabalho, co-
municando à chefia imediata qualquer irregularidade verificada.

Algumas das atividades apresentadas necessitam de comando


superior, como é o caso de substituir uma peça. Outras, como
manter o local de trabalho organizado e zelar pela conservação
dos equipamentos são atitudes que não devem ser exigidas pelo
seu chefe. Cabe a você, auxiliar de mecânico, realizá-las toda
vez que observar que a oficina está desorganizada ou ao final do
seu expediente. Com certeza, você deixará o local de trabalho
Anotações

mais agradável.
Além destas atividades, o auxiliar de mecânico não pode se esquecer de:

Anotações
• Ser educado e respeitoso com os colegas de trabalho e com os clientes;
• Manter linguajar apropriado para ambientes de trabalho;
• Conversar com os amigos do trabalho. Assuntos polêmicos devem ser
evitados ao máximo;
• Ser assíduo no trabalho, ou seja, não faltar desnecessariamente;
• Ser pontual, de acordo com o horário de funcionamento da oficina e o
combinado com o seu chefe;
• Manter o uniforme limpo.

2.2 Borracharia

A borracharia é um dos locais que mais utiliza o trabalho do auxiliar, pois


espera-se dele que:
• Realize a calibragem de pneus, quando necessário, enchendo-os ou
esvaziando-os de ar comprimido, a fim de mantê-los dentro das especifi-
cações predeterminadas;
• Substitua pneus avariados ou desgastados, desmontando a roda do ve-
ículo, com auxílio de ferramentas adequadas;
• Restaurar diversos tipos de pneus e câmaras de ar, consertando e reca-
peando partes avariadas ou desgastadas, com o auxílio de equipamento
apropriado para restituir-lhes condições de uso.

Lembre-se dos capítulos anteriores para saber como executar


essas tarefas!

2.3 Setor eletro-eletrônico

O setor eletroeletrônico cuida dos sistemas elétricos do veículo. Aqui são


realizados testes e regulagens na bateria, nos cabos, fios, fusíveis, lâmpadas
e nos componentes inteligentes, como é o caso da injeção eletrônica. Você irá
Auxiliar de Mecânica

ajudar o mecânico:
• Na montagem, no desmonte, no reparo e no ajustamento de motores e
equipamentos eletromecânicos em geral;
• Na revisão e conserto de sistemas mecânico e elétrico de veículos de
acordo com orientação recebida.
79
Esta área de trabalho é nova e utiliza equipamentos mais mo-
dernos, como o computador. Por isto, realize cursos mais espe-
cíficos para aumentar o conhecimento e desta forma melhorar
o seu trabalho.
2.4 Troca de óleo e lubrificação

As atividades de troca de óleo e lubrificação serão realizadas com bas-


tante frequência. Para ajudar na troca de óleo você irá:
80 • Verificar o nível e a viscosidade do óleo de cárter, caixa de mudanças,
diferencial e demais reservatórios de óleo. Se for necessário, completar
ou trocar completamente o óleo do reservatório;
Auxiliar de Mecânica

• Lubrificar as peças do motor, articulações dos sistemas de direção, do


freio, entre outros, aplicando o óleo adequado.

Procure conhecer os vários tipos de óleos disponíveis no merca-


do. Sintéticos, semissintéticos e minerais são os principais, mas
existem outras características que irão facilitar o seu trabalho
de troca de óleo.

2.5 Higienização e polimento do veículo

Os detalhes na limpeza e higienização são importantes. Assim, nesta


área você irá:
• Lavar a carroceria do veículo e higienizar o ambiente interior utilizando
produtos apropriados;
• Polir o veículo com produtos e equipamento específicos;
• Limpar os filtros de diferentes sistemas do veículo com jatos d’água ou
ar sob pressão, após receber instruções.

Não se esqueça de usar luvas, avental e botas de borracha na


lavagem da carroceria para não ficar em contato direto prolon-
gado com a água e outros produtos químicos de limpeza.

2.6 Pintura e carroceria

Nas áreas de chapeação e pintura, o auxiliar irá:


• Ajudar nos trabalhos de chapeação de carrocerias de máquinas e veículos;
• Ajudar na preparação para a pintura, que consiste na mistura das tin-
tas, no ajuste do compressor, no isolamento de partes da carroceria.
Anotações

Quando for entrar em uma estufa, não se esqueça de colocar


a máscara e os óculos protetores, pois tinta possui compostos
químicos que fazem mal a saúde.
3. Próximos passos

Anotações
A vida profissional deve seguir caminhos que nos levam à realização
pessoal e financeira. Alcançar e conquistar desafios são importantes para
o desenvolvimento, por isso não devemos parar nosso caminho. Continu-
ar estudando é uma forma de não ficar para trás. Você pode continuar os
seus estudos:
• Realizando cursos técnicos profissionalizantes. Alguns destes cursos
podem ser realizados no SEST/SENAT;
• Realizar cursos de informática, pois vários sistemas elétricos e eletrô-
nicos podem ser consertados com o computador, é o caso da injeção
eletrônica.
Estamos quase chegando ao fim, mas seu caminho profissional está ape-
nas começando. A cada dia que passa, aprendemos mais e mais, portanto,
além do conhecimento aprendido aqui, a curiosidade e o interesse pela profis-
são são fundamentais para o crescimento profissional.

Conclusão

Agora você já conhece as principais atitudes necessárias para que um


bom auxiliar de mecânico realize a sua profissão com competência. Apresen-
tamos algumas formas de você iniciar seu trabalho como esperam os seus
chefes. Assim, continuar aperfeiçoando seu trabalho é a sua meta, por isso a
busca pelo conhecimento não deve acabar aqui.

Auxiliar de Mecânica

81
82 Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) O auxiliar de mecânico pode ajudar os mecânicos nas seguintes áreas:


Auxiliar de Mecânica

( ) Borracharia, pintura, troca de óleo.


( ) Caixa, lavagem, pintura
( ) Higienização, telefonia, oficina mecânica.
( ) Caixa, higienização, troca de óleo

2) O que você deve fazer no trabalho:


( ) Ser educado com os amigos do trabalho.
( ) Ser assíduo no trabalho.
( ) Ser pontual.
( ) Manter o uniforme limpo.

3) A curiosidade e o interesse são importantes para o desenvolvimento


profissional do auxiliar de mecânico.
( ) Certo ( ) Errado
Anotações
Referências Bibliográficas

Anotações
BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica, Porto Ale-
gre: SEBRAE/RS, 2006.34p. (O Que Você Precisa Saber Sobre, 8)

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Classificação Brasileira de


Ocupações – CBO.

BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro. LEI Nº 9.503, de 23/09/1997 – http://


www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9503.htm

COMO TUDO FUNCIONA – http://www.hsw.uol.com.br

REVISTA MECÂNICA ONLINE - Curso básico de mecânica gratuito. - http://


www.mecanicaonline.com.br/

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade – http://www.sae-


brasil.org.br

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do


Estado de São Paulo – http://www.oficinadeveiculos.co

Auxiliar de Mecânica

83

Você também pode gostar