Você está na página 1de 81

Anotações

Co
Ac m
iss
id ão
ca en
de te In
rn s te
o - rn
do C IP a d
al A e
un Pr
o ev
enç
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
ão
de


Diretoria Executiva Geral

Coordenação de Promoção Social e Desenvolvimento Profissional - DEX

Educação Profissional:
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA

Modalidade Presencial

Apostila do Aluno

Elaboração, conteúdo técnico, diagramação e ilustração


Escola do Transporte

Atualização outubro/2007

Fale com o SEST/SENAT


0800.7282891
www.sestsenat.org.br

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA :


caderno do aluno. - Brasília : SEST/SENAT, 2007.
81 p. : il.

1. Acidente de trabalho – prevenção. 2. Segurança


no trabalho. 3. Legislação trabalhista. 4. Legislação
previdenciária. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título.

CDU 656:331.823
SUMÁRIO

Sobre o Conteúdo ................................................................................................................................................ 05

Unidade 1: Introdução à segurança do trabalho ..................................................................................................... 07


Apresentação ................................................................................................................................................. 09
Objetivos ......................................................................................................................................................... 09
1- Introdução ................................................................................................................................................... 09
2- Histórico ...................................................................................................................................................... 09
3- Importância na segurança do trabalho ............................................................................................... 12
4- A função da CIPA na empresa .............................................................................................................. 12
5- Conceito e objetivo da CIPA .................................................................................................................. 12
6- Conclusão ................................................................................................................................................... 13

Unidade 2: Organização da CIPA ............................................................................................................................ 15


Apresentação ................................................................................................................................................. 17
Objetivos ......................................................................................................................................................... 17
1- Introdução ................................................................................................................................................... 17
2- NR 5 - Organização e funcionamento da CIPA .................................................................................. 17
3- Aspectos necessários ao exercício das atribuições da CIPA ......................................................... 18
4- Conclusão ................................................................................................................................................... 21

Unidade 3: Estudo das condições e riscos ambientais ......................................................................................... 23


Apresentação ................................................................................................................................................. 25
Objetivos ......................................................................................................................................................... 25
1- Introdução ................................................................................................................................................... 25
2- O que são riscos ambientais? ................................................................................................................ 25
3- Estudo de riscos potenciais no trabalho, decorrentes do processo produtivo ......................... 26
4- Mapa de riscos .......................................................................................................................................... 31
5- Conclusão .................................................................................................................................................. 33

Unidade 4: Acidentes e doenças no ambiente de trabalho .................................................................................... 35


Apresentação ................................................................................................................................................. 37
Objetivos ......................................................................................................................................................... 37
1- Introdução ................................................................................................................................................... 37
2- Conceito legal e prevencionista de acidente do trabalho ............................................................... 37
3- Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS ................................................ 40
4- Princípios gerais de higiene e segurança do trabalho ..................................................................... 44
5- Medidas de controle dos riscos ............................................................................................................... 46
6- Conclusão ................................................................................................................................................... 50

Unidade 5: Investigação de acidentes .................................................................................................................. 51


Apresentação ................................................................................................................................................. 53
Objetivos ......................................................................................................................................................... 53
1- Introdução ................................................................................................................................................... 53
2- Causas dos acidentes do trabalho ....................................................................................................... 53
3- Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho ............................ 55
4- Prevenção e combate ao incêndio ....................................................................................................... 58
5- Conclusão ................................................................................................................................................... 65
Unidade 6: Legislação trabalhista e previdenciária - NR 5 .................................................................................... 67
Apresentação ................................................................................................................................................. 69
Objetivos ......................................................................................................................................................... 69
1- Introdução ................................................................................................................................................... 69
2- Quadro de benefícios ............................................................................................................................... 70
3- Conclusão ................................................................................................................................................... 72

Anexo 1 - Norma Regulamentadora - NR 5 ............................................................................................... 73

Bibliografia ............................................................................................................................................................ 81
Sobre o Conteúdo

O curso para componentes da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – desenvolvido


pelo SEST/SENAT tem a finalidade de preparar os profissionais para o exercício desta atribuição, propor-
cionando condições para que o Cipeiro desenvolva um trabalho com qualidade na prevenção de aciden-
tes e de doenças decorrente do trabalho na sua empresa.
O Objetivo Geral do curso é apresentar conceitos e práticas que possibilitem aos participantes
exercer as atividades de Cipeiro e desenvolver seu trabalho com qualidade na prevenção de possíveis
acidentes e doenças que poderão ocorrer do trabalho na empresa.
O curso foi desenvolvido em seis unidades, cujos temas e carga horária seguem criteriosamente o
estabelecido na Norma Regulamentadora nº 5 e Portaria nº 8 do Ministério do Trabalho e Emprego.
O principal a destacar é a importância desta Comissão para todos os trabalhadores porque a CIPA
se ocupa especificamente das condições de trabalho e saúde, buscando, antes de tudo, a prevenção de
doenças ocupacionais e evitar acidentes.
Este Curso foi desenvolvido pensando nos trabalhadores de todas as atividades que compõe todas
as atividades produtivas do setor de transporte.
A metodologia de ensino empregada está voltada para que você obtenha os melhores resulta-
dos. De forma viva e participativa, com certeza, os exercícios individuais e coletivos farão com que você
assimile os conteúdos de forma prazerosa e eficaz. A avaliação será feita de maneira contínua pelo seu
instrutor e ao término de cada Unidade. E, ao final, será realizada uma Avaliação, testando todos os co-
nhecimentos adquiridos.
No início de cada unidade você será informado sobre o conteúdo a ser estudado e os objetivos que
se pretende alcançar. O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e
ajudá-lo na compreensão do conteúdo.
Você encontrará também, exercícios de fixação e atividades de aprendizagem.

CONFIRA O SIGNIFICADO DE CADA ÍCONE:


UNIDADE I
INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DO
TRABALHO
Apresentação

Anotações
A CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES foi cria-
da em 1921 através de uma recomendação da Organização Internacional do
Trabalho, cuja sigla é OIT. No Brasil, somente 23 anos depois, passou a ser lei
através do Decreto Lei 7036, de 10 de Novembro de 1944, durante o governo
de Getúlio Vargas.
E como ela está hoje?
Isso é o que vamos estudar, nesta unidade! Saber como se originou a
CIPA, sua história e, principalmente, porque ela é tão importante para a se-
gurança no trabalho. Será ainda apresentada a conceituação de CIPA e sua
função na Empresa.

OBJETIVOS

Ao final desta unidade os participantes deverão ser capazes de:


• Entender a importância da história da segurança no trabalho.
• Identificar as leis e normas que regem a segurança no trabalho.
• Conceituar e identificar a função da CIPA na Empresa.

1 - INTRODUÇÃO

A CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES foi criada


com o objetivo de proteger o ambiente de trabalho evitando doenças e acidentes.
O conhecimento da história da segurança no trabalho possibilita entender como

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


o trabalho era considerado em cada época, tanto no Brasil como em outros
países. Também possibilita saber em que condições o trabalho era realizado.
Este estudo será feito acompanhando a evolução da CIPA no Brasil e no
mundo, através do conhecimento de leis e normas que foram sendo cria-
das até chegarmos aos dias atuais. E, ainda, como todos estes fatos influen-
ciaram no papel que as CIPAs desempenham hoje dentro das Empresas.

2 - HISTÓRICO

A preocupação com a segurança no trabalho pode ser constatada desde


épocas muito antigas.
• No Egito Antigo, o trabalho escravo era realizado em condições mui- 
to precárias. Escavações arqueológicas localizaram esqueletos hu-
manos fossilizados em galerias de minas com mínimas dimensões: 1
metro de altura por 0,80 m de largura.
• O filósofo Aristóteles cuidou das enfermidades dos trabalhadores de
minas e das maneiras de como evitá-las.
• Outro filósofo Platão chegou a expor certas deformidades do esque-
leto, típicas para determinadas profissões.
• Também o filósofo Plínio que viveu antes da era Cristã, descreveu di-
versas moléstias do pulmão entre mineiros e envenenamento advin-
do do manuseio de compostos de enxofre e zinco apontando os males
do saturnismo e recomendando o uso de máscaras protetoras.

10 • Hipócrates, o Pai da Medicina, quatro séculos antes de Cristo, revelou


a origem das doenças profissionais que acometiam os trabalhadores
em minas de estanho.
• O alquimista Galeno que viveu no século II, fez várias referências a
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

moléstias profissionais entre trabalhadores das ilhas do mediterrâ-


neo. Indicou como causa de cólicas, o trabalho em pinturas com tintas
a base de chumbo.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial que se iniciou na Inglaterra, trouxe muitas trans-


formações para a sociedade, principalmente para a classe trabalhadora. Para
os trabalhadores foram transformações negativas no que diz respeito ao bem-
estar físico e psicológico do trabalhador.
Isto porque ele era obrigado a executar longas jornadas de trabalho em
ambientes sem segurança, tendo que manusear máquinas tecnologicamente
avançadas, com as quais não estavam habituados. Este fato gerava graves aci-
dentes de trabalho tais como: mutilação, intoxicação, desgaste físico, etc., Estas
situações ocorriam principalmente com mulheres e crianças que ocupavam o
mercado de trabalho em grande número por serem consideradas mão-de-obra
barata. As mortes, principalmente de crianças, eram muito freqüentes.

Esta foi a primeira conquista da classe trabalhadora no


que diz respeito à higiene e segurança do trabalho.

• Em 1919, pelo Tratado de Versalhes, foi criada a Organização Interna-


cional do Trabalho - OIT. A OIT substituiu a Associação Internacional
de Proteção Legal do Trabalhador e, desde então, tem sua sede em
Genebra, na Suíça.
• Em 1959 a OIT, em sua 43ª Conferência Internacional do Trabalho,
aprovou a Recomendação nº 112 com o título de “Recomendação para
Serviços de Saúde Ocupacional” visando à proteção dos trabalhado-
res contra quaisquer riscos. Visava, também, contribuir para o esta-
belecimento e a manutenção do mais alto grau possível de bem-estar
físico e mental dos trabalhadores.
Anotações

EVOLUÇÃO NO BRASIL

Até o final do século XIX, o trabalho no Brasil era realizado em grande


parte pelos escravos. A base da economia da época estava praticamente restri-
ta a atividades agrícolas e extrativistas de madeira e minérios. A preocupação
com as condições de saúde e trabalho da população em geral restringia-se a
campanhas sanitárias contra as epidemias de febre amarela, cólera e “peste”,
que acabaram matando dezenas de milhares de trabalhadores, causando gran-

Anotações
des prejuízos para a economia da época.
O único movimento em favor dos trabalhadores foi verificado durante o
Ciclo do Café, com destaque para a atuação do sanitarista Osvaldo Cruz, ao
final do Século XIX.
No início do Século XX a economia brasileira já estava organizada em no-
vas bases. Com a presença de investidores estrangeiros, empresários brasilei-
ros e os lucros resultantes da produção do Café, foram geradas novas ativida-
des econômicas, tais como: pequenas indústrias, serrarias, moinhos de trigo,
tecelagens, ferrovias e atividades comerciais.
Da mesma forma, os trabalhadores também começaram a se organizar
para melhorar as condições de trabalho. A Lei 3724 de 15 de Janeiro de 1919
foi a primeira lei voltada para a proteção do trabalhador. Esta Lei tratava da ca-
racterização dos acidentes de trabalho, das doenças ocupacionais e das obri-
gações resultantes dos acidentes do trabalho.
Para exercer estas novas atividades, veio somar-se à mão de obra dos
escravos livres e demais trabalhadores brasileiros, a contribuição dos imigran-
tes que aqui chegaram. Desta forma, a industrialização em nosso país tomou
impulso decisivo diversificando ainda mais as atividades econômicas. Formou-
se um grande contingente de trabalhadores que passou a demandar mais leis
para proteção ao trabalho. Em função disso, em 10 de Novembro de 1944 foi
promulgado o Decreto Lei 7.036, que determinou a obrigatoriedade da organi-
zação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAs nas empre-
sas que possuíssem mais de 100 empregados.
Entretanto, pouco era feito com relação à prevenção, uma vez que as
atenções estavam voltadas para a fiscalização da legislação. Esta situação so-
mente se alterou a partir da década de 70 quando começou existir em todo o
país maior conscientização quanto à prevenção de acidentes no trabalho. O
Governo, empresários e o próprio trabalhador passaram a dar maior ênfase às
ações para a prevenção de acidentes nos locais de trabalho.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


• 1921 – Recomendação da OIT que estabelece a CIPA
• 1921 – Formação da primeira CIPA no Brasil, na LIGHT, no
Rio e Janeiro
• 1944 – Determinação da obrigatoriedade de formação das CIPAs
• 1964 – Participação cada vez maior do sindicato dos trabalhado-
res e instituto nacional de saúde
• 1978 - Regulamentação da NR 5 – CIPA, através da Portaria 3214
de 08/06/1978
• 1985 – Desenvolvimento de curso de CIPA com introdução do
Mapa de Riscos através de modelo operário italiano, em 1972 na
Fundacentro - MG 11
• 1999 - regulamentação e atualização da legislação da CIPA, pela
Portaria nº 8, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego -
MTE em 23 de Fevereiro de 1999
• 2007 - Atualmente há 33 Normas Regulamentadoras relativas à
Segurança e Medicina do Trabalho e 5 Normas Regulamentado-
ras Rurais
3 - IMPORTÂNCIA NA SEGURANÇA DO TRABALHO

Todo esse processo teve como propósito garantir a segurança no tra-


12 balho e assegurar a proteção da integridade física e mental do trabalhador, a
partir das transformações ocorridas com a Revolução Industrial.
A implantação de leis e normas que visam garantir os direitos dos tra-
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

balhadores em caso de acidentes e doenças profissionais tem como objetivo


oferecer-lhes condições materiais, espaço físico e proteção à saúde, adequa-
das ao ambiente de trabalho e ao bom desempenham de suas atividades pro-
fissionais.
Por outro lado, a Segurança do Trabalho faz com que a empresa se orga-
nize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as
relações humanas no exercício da atividade profissional.

4 - A FUNÇÃO DA CIPA NA EMPRESA

A CIPA tem como principal função a constante melhoria das condições


de trabalho para prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
O acidente do trabalho pode ocorrer pelo exercício da função do traba-
lhador em seu local de trabalho, provocando lesão física ou psicológica, ou
ainda, a perda temporária ou permanente da capacidade de trabalho, levando
até a morte.
As doenças ocupacionais ou profissionais são aquelas decorrentes de
exposição a substâncias ou condições perigosas inerentes a processos e ativi-
dades profissionais ou ocupacionais ou pelas condições inadequadas em que
o trabalho é realizado.
Por isso é fundamental prevenir os riscos que podem levar aos aci-
dentes e doenças.

A prevenção de acidentes e a preocupação com as doenças


ocupacionais são posturas que devem ser incorporadas na
rotina de todos os trabalhadores da empresa. E não apenas
constituir obrigação dos membros da CIPA.

5 - CONCEITO E OBJETIVO DA CIPA


Anotações

Podemos dizer que a CIPA é um instrumento previsto na Legislação Tra-


balhista que tem como principal função cuidar da melhoria das condições de
trabalho para prevenção de acidentes e doenças dele decorrentes.
Tem uma representação paritária. Isto quer dizer que dela participam
duas partes: uma que repreenta os trabalhadores e outra que repreenta os
empregadores.
A forma de compor uma CIPA é realizada por eleição direta, entre os

Anotações
seus pares. Isto é, os trabahadores elegem seus representantes por votação
direta. E os empregadores indicam seus representantes. Os empregados não
podem representar os empregadores.
Podemos, também, conceituar CIPA como:

COMISSÃO Grupo de pessoas que, em conjunto, estão


encarregadas de tratar de um determinado
assunto.
INTERNA Seu campo de atuação está restrito à própria
empresa.
PREVENÇÃO É a meta principal da comissão. Significa to-
mar decisões para prevenir ou eliminar os
riscos inerentes à atividade desenvolvida na
empresa.
ACIDENTE Qualquer ocorrência imprevista e sem inten-
ção que possa causar danos ou prejuízos à
propriedade ou à pessoa.

O principal objetivo da CIPA é “prevenir os acidentes e as doenças do trabalho”.

“Não basta saber, é preciso aplicar.


Não basta querer, é preciso fazer”.
Goethe

6 - CONClusão

Nesta unidade você pode constatar que a preocupação com condições

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


de segurança no trabalho existe desde épocas muito antigas. Ficou sabendo
que a CIPA originou-se de uma recomendação da OIT. Conceituamos o que é a
CIPA, sua função na empresa e sua importância para a segurança no trabalho.
Na próxima Unidade serão estudados aspectos importantes para o fun-
cionamento da CIPA: objetivo, organização, dimensionamento, composição e
atribuições da CIPA, conforme estabelece NR 5.

13
Responda às perguntas abaixo:
1. Qual o objetivo de conhecer a história da formação das normas de higiene
e segurança no trabalho?
2. Qual a importância da CIPA para a Empresa?
3. E para os trabalhadores?
4. E para você?
UNIDADE 2
ORGANIZAÇÃO DA CIPA
APRESENTAÇÃO

Anotações
Após a apresentação da íntegra da NR 5, serão tratados aspectos impor-
tantes para o funcionamento da CIPA: objetivo, organização, dimensionamen-
to, composição e atribuições da CIPA.
Também serão abordadas as regras para a realização de reuniões e ou-
tros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.

OBJETIVOS

Ao final desta unidade os participantes deverão ser capazes de:


• Conhecer as exigências da NR 5 para a implantação da Comissão In-
terna de Prevenção de Acidentes – CIPA.
• Atuar com compromisso na construção de ambientes de trabalho se-
guros visando à preservação da vida e a promoção da saúde do traba-
lhador.

1 - INTRODUÇÃO

De maneira geral, as empresas com mais de 19 trabalhadores, sejam em-


presas públicas ou privadas, estão obrigadas por lei a constituir uma Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA. O número de pessoas que constitui
a Comissão e a sua forma de composição está definido na Norma Regulamen-
tadora Número 5, a NR 5, definida pelo Ministério do Trabalho.
E, como não se pode debater sobre o que não se conhece nesta Unidade
está sendo apresentado a Norma na sua totalidade.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Então, depois de conhecer o que diz a NR 5, é que vamos estudar sua
Organização, Funcionamento e Atribuições.

2 - nr 5: organização e funcionamento da cipa

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA é regulamentada


pela Norma Regulamentadora Número 5, a NR 5. As Normas são princípios
reguladores utilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego para instituir pro-
cedimentos de segurança e proteção ao ambiente de trabalho e ao trabalhador.

17
Há um conjunto de 33 Normas Regulamentadoras
relativas à segurança e medicina do trabalho e 5 Normas
Regulamentadoras Rurais. Cada uma delas organiza e es-
18 tabelece providências especificamente para uma ativi-
dade profissional ou estabelece condições de proteção e operação de
maquinas, equipamentos de proteção ou atividades de risco.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

A seguir você vai conhecer a NR 5 que trata das disposições para orga-
nização e funcionamento da CIPA. Para esta Unidade Você deverá consultar,
ao final da apostila, o anexo, contendo a NR 5 na íntegra. Bom estudo!

3 - ASPECTOS NECESSÁRIOS AO EXERCÍCIO DAS


ATRIBUIÇÕES DA CIPA

Papel do Cipeiro
O Cipeiro é um empregado eleito por voto ou escolhido pelo empregador
para representar o empregador e os empregados diante a Comissão, sobre os
assuntos relativos à segurança do trabalho.
Sendo assim, deve estar consciente do seu papel e estar preparado para
desempenhar suas funções na comissão com a responsabilidade que a função
precisa ter.
O Primeiro passo é acreditar que algo pode ser feito para prevenção de
acidentes em sua empresa, devendo, portanto:
• relacionar-se adequadamente com empregados e empresa.
• ser receptivo no que diz respeito à prevenção.
• participar do treinamento para membros da CIPA.
• dominar as Normas Regulamentadoras (NRs).
• desenvolver o papel de educador de adultos em Segurança e Saúde do
Trabalho.
• buscar e propor soluções para os problemas de segurança e saúde de
todos da empresa.

Plano de Ação da CIPA


• Planejamento: Estabelecer o que o grupo de trabalho vai realizar no
Anotações

futuro, baseando-se nas necessidades e deficiências da organização,


respeitando a política e regulamentos da empresa.
• Organização: Estabelecer e fixar objetivos claros, distribuindo as ta-
refas e responsabilidades adequadas à competência e disponibilidade
de cada cipeiro.
• Controle: Os planos devem ser pré-estabelecidos para garantir que os
mesmos não se desviem ou diluam de seu objetivo.
• Avaliação: Checar os resultados, apurando as distorções e corrigir as

Anotações
falhas mediante a um replanejamento.

Reunião da CIPA
• Objetivo: É importante que a CIPA seja um grupo, e não só uma
reunião de pessoas. Todos devem cooperar para atingir objetivos
comuns.
É necessário que cada cipeiro tenha a responsabilidade de participar
das reuniões, sugerindo discussões sobre assuntos relativos a segu-
rança, para que a comissão possa analisá-los e debatê-los.

• Estrutura da Reunião: Para que as reuniões sejam proveitosas, devem


ter começo, meio e fim. Devem ser organizadas com pauta determi-
nada, para não se tornarem um aglomerado de assuntos aparente-
mente desligados uns dos outros.
Antes da reunião é necessário enviar a pauta a todos os participan-
tes, para que possam se preparar.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Atividades de reunião
• Leitura da ata da última reunião. Retomar se necessário, algum con-
teúdo da ata. Assiná-la.
• Enumeração das tarefas a serem realizadas nesta reunião, destacan-
do as mais urgentes.
• Apresentação dos temas a serem discutidos pelos membros do grupo.
• Estudo e análise dos temas.
• Síntese da reunião.
19
• Lembrar ao final de cada reunião: o dia, local e horário da próxima
reunião.
• A CIPA deve possuir um livro-ata para lavratura das reuniões, que de-
verá ficar sob a guarda do secretário e ser apresentado aos Agentes
de Inspeção do Trabalho quando solicitado.
Normas para quem preside uma reunião
• Dispor o grupo, se possível, em círculo, pois desta forma todos podem
estabelecer contato visual entre si.
• Checar os materiais a serem utilizados (papéis, caneta e documentos
20 necessários), ventilação e iluminação e, se necessário, flip-chart.
• Não atrasar nem prolongar demais a reunião.
• Certifique-se de que todos sejam apresentados.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

• Fazer as intervenções necessárias, tomando o cuidado de não cons-


tranger a pessoa.
• Incentivar a participação de todos.
• Procurar manter o interesse do grupo nos temas discutidos.
• Após a reunião, fazer uma síntese dos assuntos discutidos.

Normas para quem participa de uma reunião


• Expor as idéias de forma clara e objetiva, evitando longos “discursos”.
• Ouvir os demais participantes.
• Não interromper quem estiver com a palavra.
• Não monopolizar a discussão.
• Se discordar de alguma coisa, expor seu ponto de vista sem agressividade.
• Valorize sua participação na reunião levando materiais, artigos, críti-
cas e sugestões.
• Analise os problemas do grupo e contribua para solucioná-los.
• Só levante, ou se ausente da reunião em caso de extrema necessidade.

Semana Interna de Prevenção de Acidentes do


Trabalho – SIPAT
A CIPA é instrumento de grande
A Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT, é uma
importância para os trabalhado- campanha que a CIPA promove anualmente nas empresas.
res tratarem da prevenção de
acidentes do trabalho, das con- Nesta campanha todos os empregados devem participar, porisso é im-
dições do ambiente do trabalho portante que a CIPA seja muito criativa para motivar essa participação e dele-
e de todos os aspectos que afe-
tam sua saúde e segurança. gue atividades a serem realizadas pelos empregados, como forma de envolvê-
los neste trabalho.
O sucesso da SIPAT depende do seu planejamento, ou seja:
• devem ocorrer reuniões para decidir
o que será realizado;
• ninguém deve ser sobrecarregado,
Anotações

mas sim deve haver divisão de tarefas


e trabalho de equipe, com cada um sa-
bendo exatamente o que deve fazer;
• todo evento deverá ter uma progra-
mação diária;
• a empresa deverá dar todo apoio ne-
cessário para que os organizadores
possam dispor de todos os recursos;
• deve haver ampla divulgação entre os empregados e algum tempo

Anotações
antes do início, para que possa despertar o interesse de todos, poden-
do esta divulgação incluir envio de correspondência aos empregados
e afixação de faixas e cartazes em locais estratégicos e outras formas
de divulgação, de acordo com a disponibilidade de recursos financei-
ros e criatividade dos organizadores.

A SIPAT poderá desenvolver:


• palestras e conferências,
• concursos de frases e cartazes,
• projeção de filmes sobre prevenção de acidentes e proteção à saúde,
• gincanas e sorteios de brindes,
• peças teatrais,
• júri simulado,
• concurso de músicas, poesias, fotos sobre o tema saúde e segurança.

As campanhas devem ser constantes, enfocando vá-

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


rios temas, pois isto demonstrará o interesse dos cipeiros
pela preservação da saúde e prevenção de acidentes dos
trabalhadores, além de conscientizar os trabalhadores da
importância do seu bem-estar e minimizar as ocorrências
de doenças e acidentes.

4 - conclusão

Nesta unidade você conheceu, na íntegra, a Norma Regulamentadora NR


5, que estabelece as normas para a implantação e funcionamento da CIPA.
Conheceu as atribuições dos componentes da CIPA e, principalmente, seu pa- 21
pel como CIPEIRO. Também foram abordados aspectos importantes para sua
atuação na Comissão.
Na próxima Unidade serão estudados os Riscos Ambientais, sua classifi-
cação e os agentes causadores de acidentes e doenças no trabalho. E, você vai
aprender a elaborar o Mapa de Riscos Ambientais
22
Agora que você já conhece a NR 5, suas atribuições e funcionamento,
você e seus colegas vão escolher um assunto, planejar e realizar uma reunião
da CIPA.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Lembre-se: a CIPA já está instalada, seus membros eleitos e em funcio-


namento na Empresa.
Seja criativo!
Anotações
UNIDADE 3
ESTUDO DAS CONDIÇÕES E RISCOS
AMBIENTAIS
APRESENTAÇÃO

Anotações
Nesta unidade serão estudados os riscos presentes nos ambientes de
trabalho e suas conseqüências para a saúde e integridade física do trabalha-
dor. Será abordado ainda como reconhecer e mapear agentes de acidentes e
riscos ambientais.

OBJETIVOS

Ao final desta unidade os participantes deverão ser capazes de:


• Reconhecer os Riscos Ambientais.
• Identificar as condições de risco no ambiente de trabalho.
• Reconhecer os efeitos causados pelos fatores e situações de risco no
ambiente de trabalho.
• Elaborar Mapa de Riscos Ambientais.

1 - INTRODUÇÃO

Passamos grande parte da nossa vida no trabalho, dentro do ambien-


te da Empresa ou exercendo atividades em um local determinado. Estes am-
bientes devem ser saudáveis, arejados e iluminados. Também não devem ter
“armadilhas” que podem estar ocultas ou visíveis que possam trazer danos à
saúde e integridade física do trabalhador.
Quando condições inseguras estão dentro do ambiente, podem aparecer
riscos de acidentes ou expor o trabalhador a doenças que não se manifestam

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


imediatamente. Mas que, com o tempo, podem comprometer a saúde ou gerar
danos irreversíveis.

2 - O QUE SÃO RISCOS AMBIENTAIS?

São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, bioló-


gicos, ergonômicos e de acidentes que possam trazer ou ocasionar danos à
saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza,
concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente.
A Portaria nº 25, de 29 de Dezembro de 1994, que regulamenta a NR 9
– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, classifica os riscos 25
ocupacionais conforme tabela a seguir:
CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM
SUA NATUREZA E PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES

Grupo 1 - Verde Grupo 2 - Vemelho Grupo 3 - Marrom Grupo 4 - Amarelo Grupo 5 - Azul

26 Riscos Físicos
Ruídos
Riscos Químicos
Poeiras
Riscos Biológicos
Vírus
Riscos Ergonômicos
Esforço físico
Riscos de Acidentes
Arranjo físico
intenso inadequado
Vibrações Fumos Bactérias
Levantamento e Máquinas e
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Radiações Névoas Protozoários transporte equipamentos sem


ionizantes manual de peso proteção
Neblinas Fungos
Radiações não Exigência de Ferramentas inadequa-
ionizantes Gases Parasitas postura inadequada das ou defeituosas
Frio
Vapores Bacilos Controle rígido de Iluminação
Calor produtividade inadequada
Substâncias,
Pressões anor- compostos ou Imposição de Eletricidade
mais produtos químicos ritmos excessivos
em geral Probabilidade de
Umidade Trabalho em incêndio ou explosão
turno noturno
Armazenamento
Jornada de inadequado
trabalho
Animais
peçonhentos

Outras situações de
risco que poderão con-
tribuir para a ocorrência
de acidentes

Observação: O Grupo 5 - Riscos de Acidentes, antigamente era denominado


“Risco Mecânico”.

A identificação e o reconhecimento antecipado dos


riscos ambientais são de muita importância para que se-
jam adotadas as medidas necessárias e suficientes para a
eliminação, minimização ou o controle dos riscos.

3 - ESTUDO DE RISCOS POTENCIAIS NO TRA-


BALHO, DECORRENTES DO PROCESSO PRODUTIVO

Uma das atribuições da CIPA é identificar e relatar os riscos existentes


nos setores e processos de trabalho. Para isso é necessário conhecer os riscos
que possam existir nesses setores, solicitando medidas para que os mesmos
possam ser eliminados e/ou neutralizados.
Anotações

Grupo 1 - Riscos Físicos


Consideram-se agentes físicos as diversas for-
mas de energia a que possam estar expostos os tra-
balhadores.
Anotações
Grupo 1 - Riscos Físicos
Agente Consequências
Ruídos Cansaço, Irritação, Dores de cabeça,
Máquinas e equipamentos utilizados Diminuição da audição (surdez temporá-
por diversas empresas ria, surdez definitiva e trauma acústico),
Aumento da pressão arterial, Problemas
no aparelho digestivo, Taquicardia, Perigo
de infarto.
Vibrações Mecânicas Localizadas Problemas nas articulações de mãos e
São provocadas por ferramentas ma- braços, problemas neuro-vasculares nas
nuais, elétricas e pneumáticas. mãos, osteoporose.

Vibrações de Corpo Inteiro Lesões na coluna vertebral, dores lomba-


Características do trabalho a que res, rins, etc.
estão expostos operadores de grandes
máquinas, motoristas de caminhões e
tratores.

Radiações Ionizantes: Problemas visuais, alterações celulares, câncer.


Operadores de raios-X e radioterapia Afeta o organismo ou se manifesta nos descen-
estão expostos a esse tipo de radiação. dentes das pessoas expostas
Perturbações visuais (conjuntivites, cataratas),
queimaduras, lesões na pele, etc.

Radiações Não Ionizantes Desidratação, Câimbras, Fadiga física,


São de natureza eletromagnética Problemas cardio-respiratórios, insolação,
tais como: radiação infravermelha, Distúrbios psiconeuróticos.
proveniente de solda oxiacetilênica,
operação em fornos, ou radiação
ultravioleta gerada por operações em
solda elétrica, ou ainda raios laser,
microondas, etc.

Calor Intenso Feridas, Rachaduras e necrose na pele,

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Indústrias que utilizam caldeiras, for- Congelamentos dos membros,
nos, etc. Agravamento de doenças reumáticas,
Predisposição para acidentes e doenças das vias
respiratórias.

Umidade Contato prolongado da pele, mãos, pés


Atividades ou operações executadas ou qualquer parte do corpo com água ou
em locais alagados ou encharcados, outros líquidos, pode eliminar a membrana
com umidade excessiva. protetora da pele que ficará exposta à pe-
netração de agentes nocivos, causadores
de doenças.
Pressões Anormais Ruptura do tímpano quando o aumento de
Trabalhos realizados em tubulações de pressão for brusco,
ar comprimido, máquinas de perfura- Liberação de nitrogênio nos tecidos e
ção, caixões pneumáticos e trabalhos vasos sangüíneos e morte. 27
executados por mergulhadores.
Grupo 2 - Riscos Químicos
Os agentes químicos podem pene-
trar no organismo pela via respiratória,
nas formas de poeiras, fumos, névoas,
28 neblinas, gases ou vapores, ou que, pela
natureza da atividade de exposição, pos-
sam ter contato ou ser absorvido pelo or-
ganismo através da pele ou por ingestão.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Grupo 2 - Riscos Químicos


Agente Consequências
Gases Efeitos irritantes: são causados, por
São substâncias gasosas nas condições exemplo, por ácido clorídrico, ácido sulfú-
normais de temperatura e pressão, tais rico, amônia, soda cáustica, cloro,
como: oxigênio, nitrogênio, gás carbô-
nico, etc. Efeitos asfixiantes: gases como hidrogê-
nio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno,
Névoas dióxido de carbono, monóxido de carbono
São encontradas quando líquidos são e outros causam dor de cabeça, náuseas,
pulverizados, como em operações de sonolência, convulsões, coma e até morte.
pinturas. São formadas normalmente
quando há geração de spray. Efeitos anestésicos: a maioria dos sol-
ventes orgânicos assim como o butano,
propano, aldeídos, acetona, cloreto de
Vapores
carbono, benzeno, xileno, álcoois, tolue-
Ocorrem através da evaporação de
no, tem ação depressiva sobre o sistema
líquidos ou sólidos, geralmente são ca-
nervoso central, provocando danos aos
racterizados pelos odores (cheiros), tais
diversos órgãos. O benzeno especialmen-
como: gasolina, querosene, solvente de
te é responsável por danos ao sistema
tintas, etc.
formador do sangue.

Poeiras Minerais Provocam silicose quartzo, asbestose (asbesto),


Provêm de diversos minerais, como pneumoconioses (ex.: carvão mineral, minerais
sílica, asbesto, carvão mineral. em geral).

Poeiras Vegetais Causam bagaçose e bissinose.


Produzidas pelo tratamento industrial,
por exemplo, de bagaço de cana de
açúcar e de algodão.

Poeiras alcalinas Causando doenças pulmonares obstruti-


Provém em especial do calcário vas crônicas, como enfisema pulmonar.

Fumos metálicos Causam doença pulmonar obstrutiva crô-


Ocorrem quando um metal ou plástico nica, febre de fumos metálicos, intoxica-
é fundido (aquecido), vaporizado e res- ções específicas, de acordo com o metal
friado rapidamente, formando partículas (chumbo, manganês, ferro etc.).
Anotações

muito finas que ficam suspensas no ar.


Grupo 3 - Riscos Biológicos

Anotações
São microorganismos que em contato
com o homem podem provocar inúmeras do-
enças no exercício de diversas atividades tais
como: médicos, enfermeiros, funcionários de
hospitais, laboratórios de análises biológicas,
lixeiros, açougueiros, lavradores, tratadores
de animais, trabalhadores de curtume e de es-
tações de tratamento de esgoto.

Grupo 3 - Riscos Biológicos


Agente Consequências
Doenças infecto-contagiosas.
Vírus, bactérias, protozoários Ex.: hepatite, cólera, amebíase, AIDS,
tétano, etc.

Fungos e bacilos Infecções variadas externas na pele: der-


matites e internas: doenças pulmonares.

Parasitas Infecções cutâneas ou sistêmicas poden-


do causar contágio.

Grupo 4 - Riscos Ergonômicos


A Organização Internacional do Traba-
lho define ergonomia como a “aplicação das
ciências biológicas humanas em conjunto
com os recursos e técnicas da engenharia
para alcançar o ajustamento mútuo, ideal
entre o homem e seu trabalho e cujos resul-

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


tados se medem em termos de eficiência hu-
mana e bem-estar no trabalho”.
Os agentes ergonômicos podem ocasionar distúrbios fisiológicos e psi-
cológicos no trabalhador, comprometendo seu organismo e seu estado emo-
cional. Como conseqüência, piora sua produtividade, saúde e segurança.

Grupo 4 - Riscos Ergonômicos


Agente Consequências
Esforço físico Cansaço, dores musculares, fraquezas.
Levantamento e transporte manual de pesos Hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças
Exigências de posturas; nervosas,
Posturas incorretas. Acidentes e problemas da coluna vertebral.
29
Ritmos excessivos Cansaço, dores musculares, fraquezas,
Trabalho de turno e noturno; Alterações do sono, da libido e da vida social,
Monotonia e repetitividade; com reflexos na saúde e no comportamento,
Jornada prolongada; hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatia,
Controle rígido da produtividade; asma, doenças nervosas,
Outras situações (conflitos, ansiedade, Doenças do aparelho digestivo (gastrite, úlcera, etc.),
responsabilidade). tensão, ansiedade, medo e comportamentos
estereotipados.
Grupo 5 - Riscos de Acidentes
São considerados como riscos geradores de aci-
dentes: arranjo físico deficiente; máquinas e equipa-
mentos sem proteção; ferramentas inadequadas ou
30 defeituosas; eletricidade; incêndio ou explosão; ani-
mais peçonhentos; armazenamento inadequado.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Grupo 5 - Riscos de Acidentes


Agente Consequências
Arranjo físico inadequado. Acidentes e desgaste físico excessivo.
Prédios com área insuficiente ou com
pisos fracos e/ou irregulares;
Localização imprópria de máquinas e
equipamentos;
Má arrumação e limpeza;
Sinalização incorreta ou inexistente.

Máquinas e equipamentos sem proteção Acidentes graves.


Máquinas obsoletas;
Máquinas e equipamentos com defeitos
ou inadequados ou sem proteção em
pontos de transmissão e de operação;
Comando de liga/desliga fora do alcan-
ce do operador.

Ferramentas defeituosas Acidentes, principalmente com repercus-


Ferramentas usadas de forma incorreta; são nos membros superiores.
Falta de fornecimento de ferramentas
adequadas;
Falta de manutenção.

Iluminação Inadequada Além de interferir na qualidade final do


Falta ou excesso de iluminação serviço e criar situações de emergência
das quais provêm ocorrências de aciden-
tes, causam fadiga, problemas visuais.

Ligações elétricas deficientes Curto-circuito, choques elétricos, incên-


Instalação elétrica imprópria, com dios, queimaduras, acidentes fatais.
defeito ou exposta;
Fios desencapados;
Falta de manutenção ou de aterramen-
to elétrico.

Armazenamento inadequado Acidentes por estocagem de materiais


Manipulação e transporte inadequado sem observação das normas de segurança.
de produtos inflamáveis e perigosos;
Anotações

Falta de sinalização.
Equipamento de proteção individual Acidentes e doenças profissionais.
inadequado
EPI inadequado ou não fornecido
Anotações
Possibilidade de Incêndio ou Explosão Acidentes graves e/ou fatais.
Armazenamento inadequado de infla-
máveis e/ou gases;
Manipulação e transporte inadequado
de produtos inflamáveis e perigosos;
Sobrecarga em rede elétrica;
Falta de sinalização;
Falta de equipamentos de combate a in-
cêndios ou equipamentos defeituosos.
Animais peçonhentos: cobras, escorpi- Acidentes graves.
ões, aranhas
São os animais que injetam veneno
com facilidade e de maneira ativa.

4 - MAPA DE RISCOS

O Mapa de Risco no Brasil, foi instituído através da portaria nº 05 de


20/08/92, modificada pelas portarias nº 25 de 29/12/94 e portaria 08 de
23/02/99, tornando obrigatória a elaboração de Mapas de Risco pela CIPA.
O que é Mapeamento de Riscos?
É o levantamento de possíveis riscos ambientais que possam oferecer
perigo aos trabalhadores presentes nos locais de trabalho de cada setor de
uma empresa.
O que é Mapa de Riscos?
O Mapa de Risco é a representação gráfica do reconhecimento dos riscos
existentes no local de trabalho.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Objetivos do Mapa de Riscos


a. Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da
situação de segurança e saúde no trabalho na empresa,
31
b. Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de infor-
mações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas ati-
vidades de prevenção.
Quem elabora?
O mapeamento é realizado pela CIPA, após ouvir os trabalhadores de
todos os setores da empresa e com a orientação do Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT da empresa.
É imprescindível a participação dos trabalhadores na
elaboração do Mapa de Riscos devido ao conhecimento da
área e envolvimento com os riscos.
32
O mapeamento deve ser feito anualmente, toda a vez que se renova
a CIPA. Desta forma, cada vez mais trabalhadores aprendem a identificar
e a registrar graficamente os riscos de acidentes nas empresas, contri-
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

buindo para eliminá-los ou controlá-los.

Etapas para a Elaboração do Mapa de Risco:


1º) Fazer o levantamento dos riscos
2º) Elaborar do Mapa de Riscos
3º) Afixar o mapa de riscos ambientais em local de fácil visualização para
conhecimento dos trabalhadores
4º) Propor medidas corretivas

Representação Gráfica do Mapa de Riscos


• Círculo - indica a intensidade do risco.

PEQUENO MÉDIO GRANDE

• Cores - representam os tipos de risco.

Verde Risco físico


Vermelho Risco químico
Marrom Risco biológico
Amarelo Risco ergonômico
Azul Risco de acidentes

Os Mapas de Risco contém ainda, outras informações:


• Pessoas expostas ao risco: Será representada por um número descri-
to dentro dos círculos, por exemplo:
Anotações

• Especificação do agente: Ao lado dos círculos de riscos deve-se des-


crever o tipo específico do risco, observando sempre a cor a ser pre-
enchida, por exemplo:
• Círculo dividido: Quando um círculo estiver dividido e, em suas partes

Anotações
as cores forem diferentes, significa que o grau do risco é o mesmo,
mas o tipo de risco é diferente, por exemplo:

Após a elaboração do Mapa de Riscos, completo ou setorial, o mesmo


deverá ser discutido e aprovado pela CIPA e afixado em cada local analisado,
bem visível e de fácil localização, para que todos tenham acesso e conheçam o
trabalho feito pela CIPA e principalmente caso a fiscalização do Ministério do
Trabalho possa solicitá-lo.
Modelo de Mapa de Risco

A realização do mapa é informada formalmente ao empregador por meio


da cópia da Ata da respectiva reunião da CIPA. Após 30 dias o empregador de-
verá informar se aprovou ou não a adoção das medidas sugeridas pela CIPA. Os

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


prazos para adoção das medidas são negociados entre a CIPA e a empresa.
A não existência e a não afixação do Mapa de Riscos Ambientais nos
locais de trabalho, pode implicar em multas de valor elevado.

É importante ter uma planta do local, mas, se não


houver condições de conseguir, pode-se fazer um desenho
simplificado, um esquema ou croqui do local.

5 - CONCLUSÃO
33
Nesta unidade foram abordados os Riscos Ambientais, sua classificação
segundo NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e os
agentes causadores de acidentes e doenças no trabalho. Estudou também, como
analisar o ambiente de trabalho para diagnosticar a situação de segurança e
saúde no trabalho na empresa e como elaborar o Mapa de Riscos Ambientais.
Na próxima Unidade você vai estudar conceitos importantes sobre aci-
dentes e doenças do trabalho e as medida de controle; transmissão do vírus
HIV. Formas de identificar práticas e condições inseguras no local de trabalho.
E, ainda vai conhecer as principais medidas de controle a serem adotadas para
eliminar os riscos de acidentes e doenças do trabalho.
34
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Cite 3 exemplos de possíveis riscos ambientais que possam existir em


uma empresa similar ao ramo de atuação de sua empresa.

Descrição do acidente.
No dia 10 de abril de 1997, por volta das 15:30 h, a funcionária Roselene adentrou
o Laboratório.
Ao efetuar a limpeza da laboratório, sem ter o cuidado de proteger previamente
suas mãos com luvas adequadas, a funcionária removeu alguns frascos do lugar e lim-
pou a superfície da mesa.
Não houve derramamento de líquidos na mão ou dedos da funcionária, apenas
um contato superficial, com os líquidos remanescentes existentes no lado externo dos
frascos e na superfície da mesa.
A funcionária possuía as luvas mas, no momento não as usou por ignorar os riscos a que
se expunha, mesmo estando os frascos fechados. A funcionária encontrava-se sozinha no labo-
ratório, não havendo no momento, quem pudesse alertá-la.
Na mesa havia frascos de ácido fluorídrico (HF - o provável causador das lesões),
ácido clorídrico (HCl, outro grande suspeito), ácido nítrico e ácido sulfúrico entre ou-
tros, todos altamente concentrados.
Meia hora depois, às 16:00 h, ao término do seu turno de trabalho ela se pre-
parou para pegar o ônibus que a levaria para casa. Já sentia alguma dor nos dedos e
na mão esquerda, porém não comunicou nada a ninguém, com medo de ser demitida
por não ter usado as luvas. Já dentro do ônibus e não mais suportando a sensação de
queimação na mão, principalmente no dedo médio esquerdo, comunicou o ocorrido às
16:20 h, ao supervisor. A funcionária apresentava febre, o dedo estava inchado, infla-
mado e a dor era muito forte.
O supervisor, desviou o ônibus para o Pronto Socorro onde a acidentada foi
prontamente atendida.
O pavor de perder o emprego era tão grande que, quando o médico começou a
fazer perguntas e a anotar os dados para preencher os formulários, a funcionária saiu
Anotações

correndo e chorando do PS, sendo contida somente pelos gritos do médico e pelos
seguranças. Este medo era motivado pela grande necessidade que ela tem de manter
o salário, por ser mãe de três filhos pequenos.
No Pronto Socorro o problema da funcionária foi diagnosticado como queima-
dura por produto químico desconhecido, sendo o causador mais provável o ácido fluo-
rídrico, pelo tipo de lesão apresentado (corrosão das unhas e ossos).
Fonte: http://www.ifi.unicamp.br/~cipaif/abrecipa.htm#top
UNIDADE 4
ACIDENTES E DOENÇAS NO
AMBIENTE DE TRABALHO
APRESENTAÇÃO

Anotações
Nesta unidade serão abordados temas e conceitos importantes sobre
acidentes e doenças do trabalho e suas medidas de controle, aspectos im-
portantes sobre a transmissão do vírus HIV e formas de identificar práticas e
condições inseguras no local de trabalho.
E, você ainda vai conhecer as principais medidas de controle a serem
adotadas para eliminar os riscos de acidentes e doenças do trabalho.

OBJETIVOS

Ao final desta unidade os participantes deverão ser capazes de:


• Definir os conceitos fundamentais ligados à segurança, higiene e
saúde no trabalho.
• Identificar e propor medidas de prevenção e controles de acidentes
e doenças ocupacionais.
• Ter consciência das formas de transmissão do HIV e adotar compor-
tamentos preventivos.

1 - INTRODUÇÃO

Nesta Unidade, a palavra de ordem é segurança.


E, com a integridade física e psicológica das pessoas não se brinca. To-
dos estamos expostos a riscos potenciais. Porém, através do cumprimento das
regras de segurança e a constante vigilância sobre o ambiente de trabalho,
podemos reduzir e até evitar acidentes e doenças. Vamos estudar como con-

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


seguir isto.
Há profissões e ocupações que envolvem um grau maior de perigos,
como os bombeiros, por exemplo. Mesmo se o seu trabalho oferecer riscos
permanentes, os acidentes e as doenças poderão ser evitados. Sempre, preve-
nir é o melhor caminho.
E, para prevenir você vai saber: use sempre os Equipamentos de Preven-
ção, individuais ou coletivos.

2 - CONCEITO LEGAL E PREVENCIONISTA DE ACI-


DENTE DO TRABALHO

37
Acidentes são acontecimentos imprevistos! Acontecem quando menos
se espera. Quando você vai a pé para o cinema e escorrega e torce o pé, você
pode dizer aos amigos que “sofreu um acidente”. São fatos que ocorrem no
dia a dia, na sua vida pessoal, sem relação com o trabalho. Mas, se você es-
correga e cai ao transportar um volume muito pesado no seu ambiente de
trabalho, este foi um acidente de trabalho.
Podemos chamar de doença a falta ou a perturbação da sua saúde. Pode
ser temporária ou permanente. Uma criança que contraiu sarampo está do-
ente. O sarampo faz parte das chamadas “doenças infantis”. Hoje em dia há
vacina para isto e, é mais raro, que as crianças adoeçam de sarampo. Mas, se
no seu setor de trabalho existe umidade excessiva e você contrai uma pneu-
38 monia, você pode dizer que ela foi decorrente das condições de trabalho. Esta
doença poderia ser evitada se a CIPA da Empresa tivesse apontado que o am-
biente da sua oficina necessitava ser restaurado.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Uma das funções da CIPA é cuidar das condições do ambiente de trabalho


para evitar que ocorram acidentes ou que os trabalhadores contraiam doenças
pela exposição de riscos que possam abalar a sua saúde. Por isso é importante
que você conheça estes conceitos para poder agir de forma preventiva.
a) Conceito Legal
A Lei nº 8.213 de 24.07.91 da Previdência Social define em seu Artigo 19 que:
“Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,
ou perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.”
b) Conceito Prevencionista
A mesma Lei, do ponto de vista da prevenção diz que acidente é:
“Uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe
ou interfere no processo normal de uma atividade ocasionando perda de tem-
po e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais. Portanto, mesmo as
ocorrências que não resultam em lesões ou danos materiais devem ser consi-
deradas como acidentes do trabalho.”
A Lei também considerada como acidentes que se “equiparam” aos aci-
dentes de trabalho:
• Acidentes no exercício do trabalho: “o acidente típico de trabalho
ocorre no local e durante o trabalho, considerado como um aconteci-
mento súbito, violento e ocasional que provoca no trabalhador uma in-
capacidade para o trabalho”.
• Acidentes fora do Local e Horário de Trabalho: “o acidente que acontece
quando você está prestando serviços por ordem da empresa fora do local
de trabalho ou quando você estiver em viagem a serviço da empresa”.
Anotações

• Acidentes de Trajeto: “são aqueles que ocorrem no trajeto entre a


casa e o trabalho ou do trabalho para casa”.
• Doença Profissional: “é aquela produzida ou desencadeada pelo exer-
cício do trabalho”.
• Doença do Trabalho: “é aquela adquirida ou desencadeada em fun-
ção de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele
se relacione diretamente”.
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA (NR 9)

Anotações
O PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA é regu-
lamentado pela Norma Regulamentadora - NR 9. Seu objetivo é estabelecer
uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade
dos trabalhadores frente aos riscos dos ambientes de trabalho.
O PPRA prevê a identificação, avaliação e monitoramento dos locais de
trabalho e das atividades, rotinas e situações anormais, com potencial de ex-
posição aos riscos ambientais, estabelecendo recomendações de controle.
As ações do PPRA devem ser elaboradas por profissionais qualificados na
área de segurança do trabalho (engenheiros e técnicos de segurança do trabalho),
sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores.

2.1. CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL E DO-


ENÇA DO TRABALHO

A Doença profissional ou ocupacional é a doença contraída ou desenca-


deada pelo exercício de determinada atividade profissional. A própria ativida-
de que o trabalhador desempenha é suficiente para comprovar a relação de
causa e efeito entre o trabalho e a doença.
Por exemplo: A asbestose, causada pela aspiração do pó de amianto, é
uma doença pulmonar freqüente em trabalhadores de fundições, de mineiros
do chumbo, do cobre, da prata e do ouro e cortadores de granitos, etc.
Doença do trabalho: “É desencadeada ou adquirida em função de condi-
ções especiais em que o trabalho é realizado e que se relacione diretamente a ele”.
Por exemplo: O trabalho num local com muito ruído e sem a proteção
auricular pode levar a perda de audição temporária ou permanente. Neste
caso, é necessário comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a
doença.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Observação: Se o trabalhador adquirir uma doença por contaminação
acidental, no exercício de sua atividade, não será considerada doença do tra-
balho, mas sim acidente do trabalho.

Origem das Doenças
Nos casos de acidente do trabalho, os danos são imediatamente percebi-
dos. Mas quando se trata de uma doença profissional as conseqüências podem
ser lentas e gradativas, e somente percebidas muito tempo após seu início.
A origem das doenças profissionais está diretamente relacionada ao am-
biente de trabalho e aos riscos a que o trabalhador está exposto. É importante
adotar medidas de prevenção para eliminar a exposição aos riscos. Porém, se es-
tes cuidados não foram tomados e há incidência da mesma doença entre vários
trabalhadores no mesmo local, há forte indício de uma doença profissional.
39
Nestes casos, várias providências devem ser tomadas. O afastamento
do trabalhador pode curá-lo e evitar conseqüências mais graves. Além disso,
devem ser adotadas medidas de prevenção para que não ocorram novos casos
de doença.
Os exames periódicos podem prevenir doenças ou detectá-las logo no
início, evitando conseqüências mais graves.
Por isso é fundamental que a empresa implemente e mantenha um
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO.
As diretrizes para este Programa também estão organizadas por uma Norma
Regulamentadora a NR 7. Recomenda, entre outras providências, a realização
obrigatória dos exames médicos:
40
• Admissional;
• Periódico;
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

• De retorno ao trabalho;
• De mudança de função;
• Demissional; Exames especiais re-
alizados para as ocupações que
Mas atenção! So-
mente exames rea- têm maior propensão às doenças
lizados pelo médico ocupacionais.
do trabalho poderão
comprovar se uma
doença é ou não de
origem profissional.

Esta Norma Regulamentadora, a NR 7, estabelece a obrigatoriedade de ela-


boração e implementação, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-
nal – PCMSO com o objetivo de promover e preservar a saúde dos trabalhadores.
As atividades do PCMSO são fundamentais para promover a saúde dos
trabalhadores. Dentre as atividades executadas pela equipe de saúde ocupa-
cional, destacamos:
• Estudo do processo produtivo;
• Identificação dos riscos ocupacionais e ambientais;
• Elaboração do plano de ações preventivas;
• Inspeções programadas de saúde, higiene e segurança;
• Educação relacionada ao trabalho;
• Primeiros Socorros;
• Prevenção de doenças;
• Uso dos EPI;
• Ergonomia;
• AIDS;
• Exames de saúde ocupacional.

3 - NOÇÕES SOBRE A SÍNDROME DA IMUNODEFI-


CIÊNCIA ADQUIRIDA - AIDS
Anotações

O QUE SIGNIFICA AIDS?

A sigla “HIV” é proveniente do inglês - Human Immu-


nodeficiency Virus.
Também a sigla AIDS, Acquired Immune Deficiency Syndrome, que em
português quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida deriva do inglês.
Anotações
A Síndrome da Imunodeficiência Aquirida (AIDS) é uma
doença provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana,
mais conhecido como HIV, que ataca e enfraquece o Sistema
Imunológico, podendo levar à sua completa destruição.
O vírus destrói progressivamente a capacidade do organismo de
combater as infecções e determinados tipos de câncer.
Os pacientes tornam-se suscetíveis a doenças potencialmente le-
tais chamadas infecções oportunistas, causadas por microrganismos (mi-
cróbios) que habitualmente não causam doença em pessoas saudáveis.
Até hoje não se sabe ao certo como se originou este vírus.
Existem várias teorias, mas ainda não há provas convincentes.
Sabe-se, no entanto, que o foco original está em alguns países da África.
Os primeiros diagnósticos de AIDS nos Estados Unidos foram fei-
tos em 1979. No Brasil, em 1982.

COMO O HIV É DETECTADO

A presença de um determinado anticorpo indica que o organismo entrou


em contato com o respectivo agente invasor.
A maneira de diagnosticar se uma pessoa entrou ou não em contato com
o vírus da AIDS é pesquisando a presença de anticorpos específicos contra o HIV.
Com a análise de uma simples amostra de sangue, esses anticorpos po-
dem ser facilmente detectados. O teste mais utilizado pelos laboratórios é de-
nominado ELISA (anti HIV).
Quando o resultado do teste é positivo, a pessoa é “soropositivo”; caso
contrário, ela é “soronegativa”.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


O fato de um indivíduo ser soropositivo não quer dizer que ele esteja
com AIDS, mas sim que ele já entrou em contato com o HIV, podendo ou não
vir a desenvolver a doença.
Uma pessoa soropositivo é uma transmissora em potencial do HIV. Por
este motivo, deverá tomar todas as precauções para não contaminar outras
pessoas.
Acredita-se que outras infecções ou quaisquer fatores que diminuam a
resistência natural do organismo (stress, alimentação inadequada, fumo, dro-
ga, álcool, etc.) podem facilitar o desencadeamento da doença.

COMO SE TRANSMITE O VÍRUS DA AIDS


41
• Contato Sexual (homossexuais e heterossexuais).
O HIV pode ser transmitido tanto nas relações homossexuais como nas
relações heterossexuais. A contaminação se dá pelas lesões microscópi-
cas que ocorrem durante as relações sexuais e que permitem o contato
do vírus presente no sêmen ou nas secreções vaginais com o sangue
do receptor. Naturalmente, quanto maior o número de parceiros sexuais
maior será a chance de infecção.
• Uso de agulhas e acessórios contaminados (drogas injetáveis).
Estão particularmente expostos a esse perigo,
usuários de drogas que compartilham da mesma
seringa e agulha.
42 Outros instrumentos, como agulhas de acupun-
tura e de tatuagem, teoricamente podem trans-
mitir o HIV, se contaminados, a pessoas que te-
nham sua pele perfurada.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

É fundamental que tais instrumentos sejam des-


cartados ou desinfectados após cada utilização.
O mesmo cuidado, por precaução, deve ser toma-
do com alicates de unha, lâminas de barbear, tesouras, etc.

• Transfusão sangüínea ou hemoderivados.


No Brasil, embora seja obrigatória a realização do teste que detecte a
contaminação do sangue, ele ainda não vem sendo satisfatoriamente realiza-
do em todos os bancos de sangue do país. Por isso, as transfusões de sangue
e hemoderivados devem ser realizadas criteriosamente.

• Durante a gestação, parto e aleitamento.


Esse tipo de transmissão ocorre no momento do parto ou através da
placenta, durante a gravidez. Após o nascimento, é possível a contaminação
através do leite materno.
Atualmente, é possível neutralizar o vírus na criança, se for tratada ain-
da na barriga da mãe, com a administração de medicamentos específicos.

COMO NÃO SE TRANSMITE O VÍRUS DA AIDS


• Em reuniões com amigos;
• Cumprimentando;
• Em ônibus;
• Em bebedouros;
• Em sanitários;
• Em chuveiros;
• Em salas de aulas;
• Em piscinas;
• Visitando hospitais;
• Em utensílios domésticos;
• Em provadores de roupas;
Anotações

• Doando sangue;
• Em telefones públicos;

O risco de transmissão da AIDS pelo convívio no


trabalho, na escola, no lar é INEXISTENTE!
Anotações
PREVENÇÃO DA AIDS

• Reduzir o número de parceiros sexuais;


• Não usar drogas injetáveis;
• Usar agulhas e seringas descartáveis;
• Usar preservativos;
• Para transfusão exigir sangue testado;
• Esterilização adequada de instrumentos pérfuro-cortantes que en-
trem em contato com o sangue e tecidos orgânicos (material utiliza-
do por médicos, dentistas, manicures, etc.).
Se, precauções forem tomadas, estas situações não transmitem AIDS:
• Consultas ao dentista;
• Acupuntura;
• Tatuagem;
• Furar as Orelhas.

SINTOMAS E MANIFESTAÇÕES DA AIDS


Os sintomas mais comuns nos indivíduos que manifestam a doença são:
• Aumento do volume dos gânglios, especialmente do pescoço e axilas;
• Perda de peso superior a 10% do peso corporal, sem causa aparente;
• Febres persistentes;
• Diarréias freqüentes;
• Formas graves de herpes;
• Infecção causada por um fungo denominado Cândida albicans.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Quando a imunidade está muito baixa as infecções oportunistas podem
até levar à morte. São vários os locais que tais infecções podem atacar:
• Aparelho digestivo - diarréia crônica e fungos que atacam a boca,
garganta e esôfago, causando dificuldade para engolir os alimentos e
provocando rápido emagrecimento.
• Sistema nervoso - alterações psíquicas, paralisia, problemas de visão
e meningite.
• Pele - lesões ulcerativas.
• Pulmões - pneumonia e tuberculose.
Uma pessoa não deve pensar que tem AIDS só porque apresenta um ou
mais desses sintomas. Lembre-se de que a ocorrência isolada de cada um de-
les pode estar relacionada a outras doenças. 43

Somente o médico, após a realização dos exames de


laboratório, é capaz de fazer o diagnóstico da doença.
Quando a pessoa que é soropositiva se fere e sangra, é
necessário que haja a desinfecção dos locais onde o sangue
caiu, com hipoclorito de sódio. As roupas sujas de sangue de-
vem ser fervidas ou deixadas de molho também em hipoclori-
44 to de sódio por 30 minutos.

RECOMENDAÇÕES AOS PARENTES E AMIGOS DOS PORTADO-


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

RES DO HIV
• Manter-se informado sobre a doença;
• Demonstrar solidariedade;
• Não discriminar;
• Se necessário, procurar apoio psicológico;
Evitar riscos desnecessários, tomando as precauções devidas.

4 - PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENE E SEGU-


RAnÇA DO TRABALHO

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE
Podemos definir Higiene “como uma ciência que busca a preservação da
saúde e a prevenção de doenças”. Podemos dizer que é uma forma de evitar
doenças e conservar a saúde. Daí a importância com a higiene pessoal, da nos-
sa casa e do ambiente de trabalho.
Os princípios de higiene estão relacionados a diversos aspectos da vida
das pessoas:
• Higiene pessoal – compreende os cuidados de asseio corporal, do
modo de se vestir e de viver.
• Higiene do ambiente de trabalho – assim como em sua
casa, a higiene no ambiente de trabalho é fundamen-
tal. A desordem nos materiais pode causar problemas
de circulação e até ocasionar uma queda. Se o ambien-
te estiver sujo pode expor o profissional aos agentes
biológicos (bactérias, ácaros, fungos etc.) que podem
provocar inúmeras doenças.

• Higiene dos equipamentos - luvas, sapatos


e botas devem ter seu uso individualizado
(um para cada trabalhador) e deverão ser
sempre limpos após o uso. Também as má-
Anotações

quinas e ferramentas utilizadas no trabalho


devem ser conservadas limpas, para evitar
danos e possíveis acidentes.
http://www.tecnodesign.com.br
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA

Anotações
O acidente acontece onde a segurança falha! A escada rolante de um
shopping center, sem manutenção, é uma fonte permanente de problemas e
acidentes. E aí, ninguém vai comprar nada lá. As pessoas não vão se expor ao
risco!
Se você age desta forma no shopping que é um lugar que vai de vez em
quando, por que não agir da mesma forma no trabalho, aonde você vai todo
dia?! A segurança faz parte de um conjunto de conceitos que você deve incor-
porar na sua vida!

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
Você não vai inspecionar o shopping center, não é? Mas, se você é mem-
bro da CIPA, deve inspecionar as condições de segurança do ambiente de tra-
balho permanentemente.
A Inspeção de Segurança é uma vistoria feita nos locais de trabalho, áre-
as externas e instalações, abordando os aspectos relativos à Higiene, Seguran-
ça do Trabalho e Prevenção de Incêndios.
Tem por finalidade identificar práticas e condições inseguras, dependên-
cias de higiene precária, possíveis focos de princípios de incêndios, com o pro-
pósito de eliminá-los de imediato, se possível. É parte integrante da rotina de
trabalho dos membros da CIPA em conjunto com o SESMT.

CLASSIFICAÇÃO DAS INSPEÇÕES


Inspeções Gerais – Abrangem toda a área da empresa, de maneira a visto-
riar os aspectos relacionados à higiene e segurança do trabalho. É conveniente
que delas participem Chefes de Departamentos, Chefe de Divisão, Médicos,
Engenheiros e Supervisores de Segurança do Trabalho.
Inspeções Parciais – São as que se limitam apenas a parte da área total, a
determinadas atividades, ou a certos equipamentos e máquinas existentes.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Inspeções Periódicas – São efetuadas conforme programação prévia e
dependem de sua periodicidade: anual, mensal, quinzenal. Têm por objetivo
apontar riscos previstos pela manutenção ocasionados eventualmente por
desgastes ou fadigas ou exposição ambiental causados nas máquinas, ferra-
mentas, instalações, etc. Algumas dessas inspeções são obrigatórias por lei,
como é o caso de extintores de incêndio, caldeiras, elevadores.

ETAPAS DA INSPEÇÃO
As etapas da inspeção de segurança são as seguintes:
• Observação: a vistoria deve der feita com critério, buscando detalhes e infor-
mações de todo o processo de trabalho, além do simples olhar.
45
• Informação: se houver irregularidades, se possível, devem ser discu-
tida na hora, principalmente quando a situação for grave. Deve-se
buscar solução antes da ocorrência de acidentes, no momento da de-
tecção do problema.
• Registro: os itens levantados devem ser anotados com clareza, re-
latando os problemas, descrevendo os perigos e sugerindo medidas
preventivas e corretivas.
• Encaminhamento: as recomendações devem ser enviadas aos seto-
res competentes, para as medidas cabíveis.
• Acompanhamento: as propostas para a solução dos problemas de-
vem ser acompanhadas até a sua execução.
46
5 - MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Para evitar os acidentes de trabalho e evitar o surgimento de doenças


é que são adotadas medidas de forma preventiva. São as chamadas ações e
medidas de controle de riscos. Cada atividade profissional, cada ambiente da
empresa, as tecnologias e técnicas utilizadas é que vão determinar as medidas
a serem adotadas.
Por isso, é importante que os trabalhadores da empresa conheçam os
riscos que podem advir da atividade profissional que exercem. Estar informa-
do é a primeira medida preventiva! Então, conversar muito e realizar palestras
periódicas são atitudes necessárias para informar os trabalhadores.
Formalmente, as ações e medidas de controle de riscos estão organiza-
das conforme a maneira onde se aplicação. Veja abaixo:

Medidas de proteção coletiva


• Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são utilizados no ambiente
de trabalho com a finalidade de diminuir ou eliminar os agentes causa-
dores de riscos dos trabalhadores.
Exemplo: sistema de exaustão para eliminação de gases ou poeiras.
Podem ser de uso rotineiro ou para situações de emergência, devendo
estar instalados em locais de fácil acesso e devidamente sinalizados.
Estes equipamentos permitem ainda eliminar ou reduzir o uso de alguns EPIs.
• Sinalização do risco
Quando não for possível eliminar ou neutralizar o risco, através da uti-
lização de EPI e EPC, utiliza-se o recurso da sinalização para alertar os
trabalhadores sobre os riscos existentes.
Anotações

Medida de proteção individual


• Equipamentos de Proteção Individual - EPI
Como você vai ver logo a seguir, para determinadas atividades, eles são
sempre obrigatórios.
Também são sempre obrigatórios quando os equipamentos de proteção

Anotações
coletiva não forem instalados. Ou quando a colocação de EPCs for tecni-
camente inviável. Ou ainda quando o EPC não oferecer proteção com-
pleta contra determinados riscos.
Como no exemplo acima, se não houver sistema centralizado contra ga-
ses e/ou poeira, o uso de máscaras se torna um EPI obrigatório.

Medidas de proteção médicas


Você já conhece várias. O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional – PCMSO é o grande instrumento de prevenção. Também os exames
médicos periódicos, os afastamentos de trabalhadores com problemas, a
limpeza e conservação dos ambientes, entre outras, são consideradas
proteção médica.

Medidas administrativas
São exemplos de medidas administrativas:
• A existência de normas é uma forma administrativa para garantir que
os trabalhadores estejam informados sobre as medidas existentes na
empresa para controle dos riscos.
• Definição e aplicação de procedimentos para isolar, sinalizar, contro-
lar ou eliminar os riscos no ambiente de trabalho.
• Fiscalizar o uso obrigatório dos EPIs.

Medidas educacionais
• Treinamento dos trabalhadores quanto os procedimentos que asse-
gurem a eficiência das medidas de controle coletivo e eventuais limi-
tações dos EPCs.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


• Treinamento dos trabalhadores
quanto à correta utilização do EPI
e orientação sobre as limitações
de proteção que o EPI oferece.
• Treinamento de Direção Defensi-
va para os Motoristas. A direção
defensiva é a principal forma de
evitar acidentes de trabalho. Atra-
vés da aplicação de técnicas de-
fensivas na condução de veículo, o motorista pode prevenir acidentes
e contribuir para a boa fluidez no trânsito. Por essa razão, todos os
motoristas devem passar pelo treinamento em Direção Defensiva.
• Campanhas Internas de Segurança e Saúde com o objetivo de de-
senvolver uma mentalidade prevencionista junto aos empregados de
47
uma empresa, realizam-se. A Semana Interna de Prevenção de Aci-
dentes do Trabalho – SIPAT, é uma campanha que a CIPA promove
anualmente nas empresas.
5.1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo disposi-


tivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física
48 do trabalhador.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Para o uso do EPI é necessário conhecer os equipamentos e os graus de


risco e qual a proteção que os mesmos oferecem.
Cabe ao Empregador:
• Fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipamento de Proteção
Individual aprovado pelo Ministério do Trabalho - MTb, adequado ao
risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sem-
pre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
Cabe ao Empregado:
• Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
• Responsabilizar-se por sua guarda, conservação e higienização;
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso;
• Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada do uso do E.P.I.

EPI’s mais utilizados


Propteção para Tipo de EPI Quando usar Objetivo
Cabeça e crânio Capacete de segurança Em atividades onde Previne: impactos,
há riscos de: Risco perfurações, choques
de queda de mate- elétricos, queima-
rial, batidas contra duras.
obstáculos, traba-
lhos a céu aberto.
Face Máscara de solda Em operações de Protege contra:
soldagem. Impactos de partí-
culas, respingos de
produtos químicos,
radiação, ofusca-
Anotações

Protetor com visor No manuseio de mento, choques


plástico produtos químicos. elétricos.
Anotações
EPI’s mais utilizados
Olhos Óculos contra im- Em trabalhos em que Evita:
pacto há perigo de impacto Cegueira total ou
de estilhaços e cavacos parcial, conjunti-
que voam. vite.

Óculos para soldador Em operações em que


haja respingos de me-
tais fundidos, radiação
ou luminosidade.

Óculos contra po- Em trabalhos em que


eiras e neblinas haja poeira e neblinas.

Óculos contra Em trabalhos em que


gases e vapores haja gases e vapores.
Ouvido Protetor Auricular Em trabalhos em que o Previne: surdez
barulho é intenso. total ou parcial,
cansaço, irritação e
outros problemas
psicológicos.

Vias Respirató- Máscaras com Em lugares com poei- Previne proble-


rias filtros mecânicos, ras, gases, vapores ou mas pulmonares
químicos ou com fumaças nocivas. e das vias respi-
a combinação dos ratórias de modo
dois tipos, etc. geral.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Tronco Aventais De couro: para trabalho Protege de impac-
de soldagem, manuseio tos, respingos de
de chapas com rebar- produtos quími-
bas e peças cortantes. cos, queimaduras,
De PVC: para trabalhos cortes.
pesados, onde haja ma-
nuseio de peças úmidas
ou riscos de respingo
de produtos químicos.
De amianto: para trabalhos
em que o calor é excessivo.

Membros Luvas de Raspa Em trabalhos com Evita: problemas


Superiores soldas elétricas, mate- de pele, choque 49
riais cortantes, ásperos, elétrico, quei-
pesados e quentes. maduras, cortes,
raspões.

Luvas de PVC e de Em trabalhos com pro-


borracha dutos químicos, líquidos
ou sólidos.
EPI’s mais utilizados
Membros Sapatos de Com palmilha de aço: Protegem os pés
Inferiores Segurança Em trabalhos onde há de cortes, perfura-
risco de penetração de ções, escorregões,
50 pregos, vidros etc. queda de objetos
Com biqueira de aço: usada pesados, calor.
em construção civil
Com sola antiderrapante
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Botas de Borracha Usadas em trabalhos Proporcionam iso-


ou PVC úmidos ou quando em lamento elétrico e
contacto com de substâncias no-
produtos químicos civas à saúde, por
exemplo, umidade.

Outros Cintos de Em trabalhos em lu- Previne quedas


Segurança gares altos, em locais por desequilíbrio.
onde possa haver des-
prendimento de terra.

6 - CONCLUSÃO

Nesta unidade foram tratados de assuntos importantes para a preven-


ção de acidentes e doenças do trabalho, dentre os quais o Programa de Con-
trole Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO, exigido pela NR 7 e as medidas de
controle dos riscos. Conheceu um pouco mais sobre a transmissão do vírus da
AIDS sobre a importância da inspeção de segurança para identificar as práti-
cas e condições inseguras no ambiente de trabalho.
Na próxima Unidade você vai estudar a metodologia e os instrumentos
de controle e registro da análise e investigação de acidentes. Também serão abor-
dados os procedimentos para prevenção e combate a princípios de incêndio.

Em grupo, você e seus colegas vão fazer uma Simulação de Inspeção de


Segurança.
Complete as fichas de Inspeção de Segurança com situações existentes
Anotações

em empresas similares a sua, que não aparecem do modelo entregue pelo


instrutor.
Observação: Os modelos de fichas apresentados são apenas sugestões
para levantar atos e condições inseguras em setores de uma empresa.
UNIDADE 5
INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
Anotações
APRESENTAÇÃO
Os acidentes acontecem quando a prevenção falha e neste sentido, os
processos de análise e investigação de acidentes constituem ferramentas de
vital importância para a identificação das causas e estabelecimento de planos
de ação para evitar sua repetição.
Nesta Unidade será abordada a metodologia e os instrumentos de con-
trole, registro da análise e investigação, conseqüências e classificação dos
acidentes.
Serão ainda abordados os procedimentos para prevenção e combate a
princípios de incêndio.

OBJETIVOS
Ao final desta unidade os participantes deverão ser capazes de:
• Identificar as causas de acidentes e doenças profissionais e propor
medidas de prevenção e correção para evitar novas ocorrências.
• Reconhecer a importância das estatísticas de acidentes para controlar
resultados da implantação das medidas de prevenção de acidentes.
• Conhecer a teoria do fogo e as medidas de prevenção de incêndio.

1 - INTRODUÇÃO

É muito comum quando acontece uma tragédia as pessoas pergunta-


rem por que aquilo aconteceu. O que na verdade buscam saber são as causas
do acidente.
Saber a causa de um acidente não envolve somente a curiosidade. Este

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


é um estudo cuidadoso que necessita de um método de investigação, anota-
ção de dados, visitas ao local e conhecimento das circunstâncias pela qual
ocorreu, entre outros requisitos.
Estudar os acidentes é importante para eliminar as causas prováveis
evitando que outros acidentes venham a ocorrer por aqueles motivos.
Também é muito importante saber o que fazer depois de acontecido o
acidente. Principalmente quando ocasiona lesões parciais ou permanentes na
capacidade produtiva do trabalhador.

2 - CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO


53
Qualquer fator que seja removido a tempo de evitar acidentes, é consi-
derado como fator de prevenção.
Nem todo acidente pode ser evitado, mas também não surgem por aca-
so. Todo acidente tem uma causa. Portanto, há possibilidade de preveni-los
através da eliminação das possíveis causas.
Os acidentes podem ser causados por:
• fatores pessoais que decorrem
das ações humanas;
54 • fatores materiais que podem
ocorrer em função das condi-
ções existentes nos locais de
trabalho.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

a) Atos Inseguros
Atos inseguros são atitudes, atos,
ações ou comportamentos do trabalha-
dor, contrários às normas de segurança e
que colocam em risco a sua saúde e/ou
integridade física, ou de outros colegas
de trabalho.
Exemplos:
• Operar máquinas sem estar ha-
bilitado ou autorizado;
• Não usar EPI;
• Remover proteções de máquinas;
• Entrar em áreas não permitidas.

b) Condições Inseguras
Condições inseguras estão ligadas às condições do ambiente de trabalho
que são fontes causadoras de acidentes. Exemplos:
• Máquinas sem proteções adequadas;
• Iluminação e ventilação insuficientes;
• Ferramentas em mau estado de conservação;
• Piso escorregadio, etc.

CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES


Todos perdem com os acidente e doenças profissionais:
• Trabalhador – principal vítima, podendo ser afastado temporariamen-
te ou definitivamente de seu trabalho.
• Família do trabalhador – porque precisa arcar com os cuidados espe-
ciais e custos com o tratamento.
• Empresa – tem sua produção comprometida, além das despesas ex-
Anotações

tras com indenizações (se for o caso).


• Sociedade e Governo - também perdem, pois milhões são gastos por
ano com os acidentes e as doenças do trabalho.

CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES


Os acidentes segundo a sua natureza, classificam-se em dois grupos:
a) Acidentes sem Afastamento

Anotações
É o acidente em que o acidentado pode exercer sua função normalmente,
no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte, no horário regulamentar. Esse tipo
de acidente não é computado nos cálculos das taxas de frequência e gravidade.

b) Acidentes com Afastamento


É aquele acidente que provoca a incapacidade temporária ou permanen-
te do exercício da função. Em casos extremos, pode levar à morte!
Incapacidade temporária – é a perda to-
tal da capacidade de trabalho por um período
limitado de tempo, nunca superior a um ano.
Ocorre nos casos em que o acidentado, depois
de algum tempo afastado do serviço, volta ao
mesmo, executando suas funções normalmente
como o fazia antes do acidente.
Incapacidade parcial e permanente – é a
que provoca mutilação de alguma parte do cor-
po levando a uma lesão física irrecuperável, mas

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


que não impede o exercício de atividade profis-
sional na função de origem ou em outra função.
Incapacidade total e permanente – é a in-
validez incurável, quando o acidentado perde a
capacidade total para o trabalho.

3 - METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE


DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO

A investigação dos acidentes e doenças do trabalho tem por finalidade


apurar todas as causas que levaram à ocorrência, a fim de evitar aconteçam
novamente. 55
Um acidente ou doença nunca é decorrente de apenas uma causa. Por
isso é importante conhecer todos os fatores que contribuíram para a ocorrên-
cia, pois a principal causa pode não estar evidente.
As investigações de acidente visam apurar:
• O que aconteceu?
• Como aconteceu?
• Por que aconteceu?
56
• Como poderia ter sido evitado?
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

FASES DA INVESTIGAÇÃO
A CIPA deverá iniciar a investigação imediatamente após a ocor-
rência, devendo:
a) Coletar os dados descrevendo o ocorrido:
• Conversar com o acidentado, com testemunhas que presenciaram a
ocorrência e com o chefe da área.
• Observar o local do acidente, registrando os riscos que possam tê-lo
causado.
• Conversar com o médico que atendeu a vítima etc.
b) Analisar o acidente identificando suas causas:
• De posse dos dados, o grupo da CIPA deverá analisá-los, podendo
utilizar a metodologia de Árvore de Causas.
• Para utilizar este método, deve-se responder à pergunta “POR QUÊ?”
a partir da conseqüência do acidente ou da doença.
• A cada resposta, deve-se repetir a pergunta, seqüencialmente, até que
não seja mais possível responder ao “por que” da última pergunta.
• Depois de desenhada a Árvore de Causas, identificam-se as mudan-
ças necessárias no ambiente ou processo de trabalho para evitar no-
vas ocorrências.
c) Definir as medidas preventivas:
• Priorizar as ações.
• Acompanhar a implantação das medidas.

COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE
A comunicação do acidente é obrigação prevista em lei conforme dis-
põem o artigo 22 da Lei nº 8.213/91, parágrafos I e II.
As empresas deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência
Social até o primeiro dia útil se-
guinte ao da ocorrência, mesmo
que tenha acontecido fora do local
de trabalho, utilizando para isso o
Anotações

impresso específico de Comunica-


ção de Acidente do Trabalho - CAT.
No caso de ocorrer morte
do empregado a empresa também
deve comunicar o fato às autorida-
des policiais.
Anotações
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o mé-
dico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes
casos o prazo previsto em lei.

CADASTRO DE ACIDENTADOS
As empresas devem possuir um
cadastro dos acidentes ocorridos. É
importante destacar no cadastro dos
acidentados a situação dos acidentes
por áreas da empresa, causas, tipos de
lesão, dias da semana, idade dos aci-
dentados e outros fatores que sejam
de interesse e importantes para análi-
se e adoção de medidas de segurança.

ESTATÍSTICAS
Um acidente isoladamente é uma ocorrência isolada. As estatísticas são
formadas por um conjunto de ocorrências. Estas ocorrências serão quanti-
ficadas, classificadas, analisadas e estudadas dando origem a um banco de
dados que deve ser alimentado e acompanhado. Esse banco de dados é de
grande importância. Além de identificar as principais causas de acidentes, os
riscos mais comuns e freqüentes, também possibilita controlar os resultados
para implementar medidas de segurança.
É importante o preenchimento de formulários que facilitem o registro
dos dados para a elaboração de estatísticas e estudos.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

CÁLCULOS ESTATÍSTICOS

57
Para elaborar os cálculos estatísticos é necessário conhecer as defini-
ções de “Dias Perdidos e Dias Debitados”:
• Dias Perdidos: São os dias em que o acidentado não tem condições
de trabalhar por ter sofrido um acidente que lhe causou uma in-
capacidade temporária. Esses dias são contados de forma corrida,
inclusive domingos feriados, a partir do dia seguinte ao do acidente
até a alta médica ou do retorno ao trabalho.
• Dias Debitados: São considerados dias debitados, o número de dias
constante da “Tabela de Dias Debitados”, em função da ocorrência
de um acidente que ocasionou ao acidentado incapacidade parcial e
permanente, incapacidade total e permanente ou morte. Conhecendo
o número de acidentes, de dias perdidos e dias debitados, podem ser
58 calculados dois valores: Coeficiente de Frequência e Coeficiente de
Gravidade, que são outros elementos para analisar os acidentes.
• Coeficiente de Frequência - CF: Significa o número de acidente com
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

afastamento que podem ocorrer em cada milhão de horas/homens


trabalhadas. O coeficiente de frequência é calculado pela fórmula
CF = número de acidentes com afastamento x 1.000.000
homens/horas trabalhadas
• Coeficiente de Gravidade – CG – Significa o número de dias compu-
tados por acidentes com afastamento em cada milhão de horas/ho-
mens trabalhadas. Os dias debitados só aparecem quando o acidente
resulta em morte ou incapacidade total permanente ou incapacidade
parcial permanente. Nesses casos é utilizado a Tabela de Dias Debita-
dos. O coeficiente de gravidade é calculado pela fórmula:
CG = (dias perdidos + dias debitados) x 1.000.000
homens/horas trabalhadas

4 - PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

Teoria do Fogo
Fogo ou combustão é o resultado de uma reação química entre três ele-
mentos, chamada de Triângulo do Fogo:
• Combustível - é todo material que queima e se transforma. Exemplo:
carvão, gasolina, GLP, transformadores, magnésio e etc.
• Comburente - é um dos elementos do ar, ou seja, o oxigênio.
Anotações

• Fonte de Calor - é a forma de energia que dá início ao fogo. Exemplo:


chama viva, brasa, faíscas, etc.
Exemplo:

Anotações
• O Combustível: pavio da vela.
• O Comburente: oxigênio do ar.
• Fonte de Calor: chama do palito de fósforo.

Pontos de Inflamabilidade
Alguns materiais em temperatura ambiente podem pegar fogo com uma
simples faísca. Outros, no entanto, necessitam de aquecimento prévio para
que entrem em combustão. Exemplos: a gasolina pode queimar em temperatu-
ra ambiente; já, o ferro necessita de altíssimas temperaturas para queimar.
Por isso, é importante conhecer os pontos de inflamabilidade. São eles:
• Ponto de Fulgor - é a temperatura mínima em que um combustível li-
bera gases ou vapores inflamáveis, que se incendeiam se houver uma
fonte externa de calor, sempre em presença do oxigênio. Entretanto,
o fogo se apaga em seguida devido a pouca quantidade de vapores
formados.
• Ponto de Combustão: é a temperatura mínima necessária para que
um combustível libere gases ou vapores inflamáveis, que se incen-
deiam se houver uma fonte de calor e oxigênio. A queima é contínua
devido a formação em cadeia de novos vapores ou gases.
• Ponto de Ignição: é a temperatura mínima em que um combustível
libera gases ou vapores inflamáveis, que se incendeiam espontane-
amente, na presença do oxigênio, independentemente de uma fonte
externa de calor.
Vale ressaltar que muitos produtos inflamáveis apenas em temperatura
ambiente já ultrapassaram seu ponto de fulgor. Isto é, liberam gases ou vapo-
res suficientes para serem inflamados.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


PRODUTOS PERIGOSOS pONTO DE
INFLAMÁVEIS FULGOR
gASOLINA - 42º C
mETANOL + 12,2ºC
tINTAS, VERNIZES E DILUENTES + 23ºC
QUEROSENE + 34ºC
BUTANO - 60º C

Transmissão de Calor
O calor é uma espécie de energia e, por isso, pode ser transmitido de um 59
corpo a outro.
Esse processo pode ocorrer de três formas:
• Condução: O calor é transmitido de um corpo para ou-
tro, através de contato direto. Exemplo: O calor produzi-
do pela chama da vela incandescente é transmitido por
contato direto à lâmina do estilete.
• Convecção: O calor é transmitido através de um meio
circulante gasoso.Exemplo: O calor produzido pela cha-
ma da vela incandescente é transmitido para o papel
através do ar quente.

60 • Irradiação: O calor é transmitido através de ondas de


energia calorífica, que se deslocam através do espaço.
Exemplo: A lâmpada acesa transmite calor, aquecendo a
folha de papel.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Métodos de extinção do fogo
A maioria dos incêndios começa com um pequeno foco, fácil de debelar.
Conheça os métodos de extinção do fogo e ajude a evitar que um incêndio se
transforme numa catástrofe.
Os métodos de extinção do fogo consistem em “atacar” cada um dos
elementos do triangulo do fogo.
• Isolamento ou retirada do material: Tra-
ta-se da retirada do material (combus-
tível) que está pegando fogo e também
outros materiais que estejam próximos
às chamas. Exemplo: Isolamos a conti-
nuidade da queima do GLP do isqueiro
quando soltamos a válvula de saída.
• Abafamento: Trata-se de eliminar total
ou parcial do oxigênio (comburente)
da reação por meio do abafamento do
fogo. Exemplo: Quando tampamos a
vela acesa com o copo, o oxigênio exis-
tente em seu interior é consumido pela
chama até atingir níveis insuficientes
para continuar a queima.
• Resfriamento: Trata-se de diminuir a tem-
peratura (calor) do material em chamas,
até que sua temperatura fique abaixo do
ponto de combustão. Exemplo: Quando
mergulhamos o palito de fósforo aceso
no copo com água, ocorre resfriamento
total, extinguindo o fogo.

Classificação dos Incêndios


Os materiais combustíveis têm características diferentes e, portanto,
queimam de modos diferentes. Com o intuito de facilitar a adequação dos mé-
todos de extinção de incêndios, adotou-se classificá-los em “classes”, a saber:
Anotações
Anotações
Classe a Incêndio em materiais sólidos, como madeira, papel, tecido, etc.
Deixam resíduos quando queimados (brasas, cinzas, carvão).
Queimam em superfícies e em profundidade

classe b Incêndio em líquidos inflamáveis, como óleo, gasolina, querosene, etc.


Não deixam resíduos quando queimados.
Queimam somente em superfície.

classe c Incêndio em equipamentos elétricos energizados, como máqui-


nas elétricas, quadros de força, etc.
Ao ser desligado o circuito elétrico, o incêndio passa a ser de
classe A.

CLASSE D Incêndio em metais pirofóricos que inflamam facilmente, como


potássio, alumínio em pó, etc.

Agentes Extintores
Agentes extintores são substâncias que, devido às suas características,
quando lançados sobre um fogo o extinguem. São vários os agentes extintores
existentes, porém os mais comuns são: água, espuma, gás carbônico (CO²),
gases nobres limpos (halon) e pó químico seco.
Os agentes extintores e as medidas de controle devem ser utilizados con-
forme a classe de incêndios, pois, a escolha inadequada de um agente extintor
ou medida de controle pode tornar inválida uma tentativa de se combater as
chamas e até mesmo agravar a situação.
Extintores de Incêndio
Os extintores de incêndio possuem em seu interior agentes extintores,
adequados aos diferentes tipos de materiais que estão se queimando.
Há vários tipos de extintores de incêndio e são utilizados para combater

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


princípios de incêndio. Vamos conhecê-los:
• Extintor com água pressurizada: utilizado nos incêndios de classe A.
Processo de extinção: resfriamento. Ação: Resfria, encharca e apaga
totalmente o fogo.

61
• Extintor de Espuma Mecânica: utilizado nos incêndios de classe: A e
B. Processo de extinção: Abafamento e resfriamento. Ação: Abafa e
resfria.

62
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

• Extintor com Pó Químico seco: utilizado nos incêndios de classe: B e


C. Para incêndios da classe D é utilizado pó químico especial. Processo
de extinção: Abafamento. Ação: Apaga o fogo somente na superfície.

• Extintor com Gás Carbônico (CO²): utilizado nos incêndios de classe:


A, B e C. Processo de extinção: Abafamento. Ação: Apaga o fogo so-
mente na superfície.
Anotações
Anotações
Recomendações para o Uso de Extintores de Incêndio
• Conheça os locais onde estão instalados e outros equipamentos de
proteção contra fogo.
• Nunca obstrua o acesso aos extintores ou hidrantes.
• Não retire lacres, etiquetas ou selos colocados no corpo dos extintores.
• Não mexa nos extintores de incêndio e hidrantes, a menos que seja
necessária a sua utilização ou revisão periódica.

Tabela de Classes de Incêndios e Métodos de Extinção

Classe Métodos de Extintores


Extinção
A Resfriamento Água pressurizada, espuma química ou mecâ-
nica. No princípio de incêndio de materiais da
classe A, poderão também ser usados, extinto-
res de pó químico seco ou gás carbônico.
B Abafamento Gás carbônico, pó químico seco, espuma quími-
ca ou mecânica.
c Abafamento Gás carbônico, pó químico seco. Não use água

D Quebra de reação em Pó químico especial e limalha de ferro fundido.


cadeia: pelo uso de Não use água, pois a reação pode ser violenta.
pós químicos.

Incêndios envolvendo Materiais Radioativos:


Em casos de incêndios envolvendo materiais radioati-
vos é indispensável a presença de técnicos especializados.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Medidas de Controle:
• Isolar a área;
• Chamar o Corpo de Bombeiro e a CNEN.

Medidas para Prevenção de Incêndios


• Manter sempre substâncias inflamáveis longe de fonte de calor, ar-
mazenados adequadamente, longe de áreas de trabalho.
• Respeite as normas de segurança ao manusear produtos inflamáveis
ou explosivos.
• Verifique as condições das instalações elétricas, fios expostos ou 63
descascados podem ocasionar curtos circuitos, que podem originar
focos de incêndio.
• Não cubra fios elétricos com o tapete.
• Não faça improvisações em instalações elétricas.
• Não sobrecarregue as instalações elétricas com a utilização de
“benjamim”.
• Desligue os equipamentos elétricos após sua utilização.
• Antes de sair do trabalho verifique, se os equipamentos elétricos es-
tão desligados.
• Não fume e não acenda fósforos em locais proibidos.
64 • Não jogue pontas de cigarro pela janela, em cestos de lixo e não as
deixem sobre armários, mesas, prateleiras, etc.
• Mantenha a ordem e limpeza no ambiente de trabalho. Ambiente com
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

papéis e estopas sujas de óleo, graxa pelo chão, são lugares onde o
fogo pode começar e se propagar rapidamente, sendo mais difícil a
sua extinção.
• Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e
identificados.
• Mantenha as áreas de circulação desobstruídas.

Atitudes ante o princípio de Incêndio


A atitude prevencionista e a colaboração de todas as pessoas envolvidas,
é a melhor maneira de se evitar o início de um incêndio.
Mas, se mesmo tomando todos os cuidados ainda surgir um princípio de
incêndio, é importante saber como combatê-lo.
• Mantenha a CALMA, nem sempre uma atitude tomada rapidamente
é a melhor;
• Verifique a origem do princípio de incêndio;
• Se o fogo for pequeno use o extintor adequado;
• Não havendo condições de apagar o fogo chame imediatamente o
Corpo de Bombeiros pelo telefone 193;
• Informe com precisão o tipo de ocorrência, detalhar o local da ocor-
rência (ponto de referência, rua, etc.);
• Acione o sistema de alarme;
• Desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando essa operação não
evolver riscos adicionais;
• Isolar e sinalizar a área.
Anotações
Anotações
A Norma Regulamentadora N 23 - Proteção Contra Incêndios
estabelece que todas as empresas devem possuir:
• Proteção contra incêndios.
• Saídas suficientes para uma rápida evacuação do prédio.
• Equipamentos suficientes para combater o fogo no
seu início.
• Pessoas treinadas no uso correto dos equipamentos
(extintores, hidrantes, etc.).

Saber combater princípios de fogo é muito importan-


te, porém, a prevenção é a atitude mais sensata que você
pode adotar”.

5 - CONCLUSÃO

Nesta unidade foram tratados conceitos importantes para a sua atua-


ção na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. A metodologia “Árvore
de Causas” explora “as causas das causas”, procurando conduzir o processo
de análise e investigação de acidentes, até o esgotamento de todas as infor-
mações possíveis de serem levantadas ou até o esclarecimento de todos os
aspectos considerados importantes.
Foi abordado ainda o tema Prevenção de Incêndios. Conhecer a forma
como um incêndio se inicia, é importante para adotar medidas de prevenção.
Na próxima Unidade você vai conhecer os benefícios concedidos pela Le-
gislação Trabalhista e Previdenciária relativa à segurança e saúde no trabalho.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

65
66
Dê dois exemplos de possíveis ocorrencias de incendio em sua empresa,
caracterizando as classes de incêndios e determinando os aparelhos extintores
necessários.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Investigação das causas de um acidente

Estudo de Caso 1
Maria gostava muito de limpar o escritório. O chão era um brilho, as es-
cadas eram enceradas e brilhavam. Lavava, limpava com todo cuidado. Certo
dia, após o almoço, foi lavar a entrada do escritório. João estava atrasado para
bater o ponto e correu para não perder o seu dia. De repente, escorregou na
escada e caiu, quebrando o braço e duas costelas.
Estudo de Caso 2
Pedro era um excelente motorista. Conhecia a estrada de trás para fren-
te e de frente para trás. Todo o dia, passava em uma pequena estrada, ao lado
da empresa, que tinha uma pedra imensa no meio do caminho. A empresa já
havia percebido a pedra, mas não achou que era perigoso. Pedro, com toda
a segurança, desviava da pedra, não havia problema. Certo dia, Pedro esta-
va preocupado e se esqueceu da pedra e passou por cima dela. O caminhão
perdeu a estabilidade e tombou. Pedro se machucou muito e ficou vários dias
hospitalizado.
Anotações
UNIDADE 6
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E
PREVIDENCIÁRIA - NR 5
APRESENTAÇÃO

Anotações
Mais importante do que acionar as Leis de Proteção ao Trabalho é pre-
venir que acidentes e doenças ocorram!
Contudo, quando ocorrem, é preciso garantir que o trabalhador tenha
seus direitos garantidos e fazer cumprir a Lei. E, embora não seja exatamente
função da CIPA esta atribuição, o conhecimento da legislação se aplica tam-
bém como mecanismo de prevenção.
No sentido de facilitar o estudo e aplicação da Legislação Trabalhista e
Providenciaria é que foi organizado o Quadro de benefícios.

OBJETIVOS

Ao final desta unidade os participantes deverão ser capazes de:


• Identificar os benefícios concedidos pela Legislação Trabalhista e
Previdenciária relativa à segurança e saúde no trabalho.

1 - INTRODUÇÃO

Pessoas têm sua capacidade de trabalho reduzida parcial ou integral-


mente pela ocorrência de acidentes de trabalho. Da mesma forma que vulto-
sas somas de recursos são gastas com indenizações por acidentes ou doenças
ocupacionais.
Além do desperdício de vidas, as indenizações saem da própria contri-
buição da previdência social paga tanto pelo trabalhador quanto pelos empre-
gadores. Por isso, reduzir os riscos ainda é o melhor remédio.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Contudo, há casos nos quais existem discordância ou dúvidas sobre o
que deve ser pago, em que circunstâncias ou por quanto tempo.
A Legislação Trabalhista e Previdenciária Relativa à Segurança e Saúde
no Trabalho têm a finalidade de garantir que, sendo devido, o trabalhador tem
seu direito assegurado.

69
2 - QUADRO DE BENEFÍCIOS

Embora não faça parte diretamente das atribuições da CIPA, o conheci-


70 mento das Leis do Trabalho e Previdência Social tem estreita relação com as
conseqüências de acidentes e doenças decorrentes dos riscos enfrentados no
ambiente de trabalho.
A aplicação da Lei, conforme descrito no Quadro abaixo, origina-se dos
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

problemas que trabalhador pode enfrentar e conhecê-las tem um sentido de


prevenir sua aplicação.
Mais importante do que acionar as Leis de Proteção ao Trabalho é preve-
nir que acidentes e doenças ocorram!

Legislação Trabalhista e Previdenciária Relativa à Se-


gurança e Saúde no Trabalho

Benefício Quem recebe Quanto Quando Por quanto


recebe recebe tempo
Auxílio- O segurado 80% a 92% do Para empregados Será mantido
doença incapaz para salário-bene- e empregadores enquanto o
o trabalho por fício. no 16º dia de segurado con-
mais de 15 dias Este valor não afastamento da tinuar incapaz
consecutivos, poderá ser atividade; para o traba-
por motivo de inferior ao Para demais segu- lho, devendo
doença salário mínimo rados, a partir da fazer exames,
nem superior data do requeri- tratamentos
ao limite máxi- mento ou na data e reabilitação
mo do salário da incapacidade. profissional
contribuição. indicados pelo
INSS.
Auxílio- O acidentado De 30% No dia seguinte à Vitalício
acidente que, após con- a 60% do data da cessação
solidação das salário contri- do auxílio-doença
lesões decorren- buição do dia acidentário.
tes de acidente do acidente do
de trabalho, salário-benefí-
permanecer in- cio, se for mais
capacitado para vantajoso.
a atividade que
exercia na época
do acidente, mas
não para outra.
Aposen- O acidentado Valor igual No dia seguinte Até que se
tadoria que, estando ou ao do salário à data da cessa- comprove, por
por inva- não em auxí- contribuição ção do benefício perícia médica,
lidez lio-doença for do acidentado, em cujo gozo a recuperação
Anotações

considerado vigente no dia se encontrava o da capacidade


incapaz para do acidente, acidentado, ou a para o traba-
o trabalho e podendo ser partir do início do lho.
insuscetível de acrescido de auxílio-doença.
reabilitação 25% quando
para o exercício o acidentado
de atividade necessitar de
que lhe garanta assistência
subsistência. permanente de
outra pessoa.
Anotações
Benefício Quem recebe Quanto Quando Por quanto
recebe recebe tempo
Pensão Os dependentes Valor igual A contar da data Até que os
por do segurado ao do salário da morte do dependentes
morte falecido, devido contribuição acidentado. completem 21
a acidente de do acidentado, anos ou ocorra
trabalho. vigente no dia a morte do
do acidente. pensionista.
Pecúlio Os dependentes Pagamento
por do segurado único corres-
morte falecido em pondente a
decorrência 30 vezes o
de acidente do valor de refe-
trabalho rência vigente
na data da
autorização do
pagamento.
Pecúlio Aposentado Pagamento
por inva- por invalidez único corres-
lidez decorrente de pondente a
acidente do 15 vezes o
trabalho. valor-referên-
cia vigente na
data da autori-
zação do
pagamento
Auxílio O acidentado 20% do No dia seguinte à Até a cessação
suple- que, após a salário-con- cessação do de aposenta-
mentar consolidação tribuição do auxílio-doença doria ou auxí-
das lesões acidentado, lio-acidente.
decorrentes vigente no dia
do acidente do acidente.
apresentar
perda anatômi-
ca ou redução

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


da capacidade
funcional, que
mesmo sem
estar impedido
da mesma ativi-
dade requer um
esforço maior
para o trabalho.
Abono Os segurados Igual à renda No mês de dezem-
anual e dependentes mensal de bro ou, em caso
que receberam dezembro, se de auxílio-doença,
durante o ano o o benefício for no mês da cessa-
auxílio-doença, mantido por ção do benefício.
aposentadoria, doze meses,
pensão por dentro do 71
morte. mesmo ano; e
proporcional,
se o benefício
for mantido por
período igual
ou superior a 15
dias ou inferior
a 12 meses.
Benefício Quem recebe Quanto Quando Por quanto
recebe recebe tempo
Auxílio O executor Até o máximo Pagamento único.
Funeral do funeral de 2 vezes o
do segurado valor de refe-
72 recebe uma rência regio-
indenização nal, vigente na
das despesas, data do óbito.
devidamente
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

comprovadas.

2 - CONCLUSÃO

Nesta unidade você conheceu os principais benefícios concedidos aos


trabalhadores envolvidos em acidentes de trabalho e por aquisição de doen-
ças profissionais.

1. O valor do auxílio-doença equivale à:


a. [ ] 30% a 60% do salário contribuição
b. [ ] 80% a 92% do salário-benefício.
c. [ ] Valor igual ao do salário contribuição do acidentado,
2. Pensão por morte é recebida:
a. [ ] O executor do funeral do segurado
b. [ ] O acidentado que permanecer incapacitado para a atividade
c. [ ] Pelos dependentes do segurado falecido, devido a acidente de trabalho.
3. Quem recebe auxílio suplementar?
a. [ ] O acidentado que, após a consolidação das lesões decorrentes do
acidente apresentar perda anatômica ou redução da capacidade funcional.
b. [ ] Os filhos do acidentado
c. [ ] O empregador.
4. O auxílio-acidente é:
a. [ ] Temporário
b. [ ] Anual
Anotações

c. [ ] vitalício
5. O acidentado que, estando ou não em auxílio-doença for considerado
incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de ativi-
dade que lhe garanta subsistência recebe qual benefício?
a. [ ] Aposentadoria por invalidez
b. [ ] Auxilia-doença
c. [ ] Abono Anual
ANEXO 1
NORMA REGULAMENTADORA
NR 5 (na íntegra)
Do Objetivo

Anotações
5.1 a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compa-
tível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde
do trabalhador.

Da Constituição
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcio-
namento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da
administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, coope-
rativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.
5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalha-
dores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições
estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos.
5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabeleci-
mentos deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com
o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.
5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão,
através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo
de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decor-
rentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação
da administração do mesmo.

Da Organização
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados,
de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alte-
rações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles
designados.
5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclu-
sivamente os empregados interessados.
5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a or-

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


dem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Qua-
dro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores
econômicos específicos.
5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa de-
signará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adota-
dos mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permi-
tida uma reeleição.
5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro
de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracteri-
zem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro
estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e
75
segundo do artigo 469, da CLT.
5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação
necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de seguran-
ça e saúde no trabalho analisadas na CIPA.
5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e
os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.
5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro
dia útil após o término do mandato anterior.
5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e
seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária
a concordância do empregador.
76 5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até
dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de elei-
ção e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Em-


prego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não
poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus mem-
bros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso
de encerramento das atividades do estabelecimento.

Das Atribuições
5.16 A CIPA terá por atribuição:
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a
participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de pre-
venção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de
trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho
visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e
saúde dos trabalhadores;
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo em-
pregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho
relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de má-
quina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores;
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem
como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança
e saúde no trabalho;
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da
análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução
dos problemas identificados;
m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que te-
Anotações

nham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;


n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Pre-
venção da AIDS.
5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessá-

Anotações
rios ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realiza-
ção das tarefas constantes do plano de trabalho.
5.18 Cabe aos empregados:
a. participar da eleição de seus representantes;
b. colaborar com a gestão da CIPA;
c. indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar
sugestões para melhoria das condições de trabalho;
d. observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a pre-
venção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:
a. convocar os membros para as reuniões da CIPA;
b. coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão;
c. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d. coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
e. delegar atribuições ao Vice-Presidente;
5.20 Cabe ao Vice-Presidente:
a. executar atribuições que lhe forem delegadas;
b. substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afasta-
mentos temporários;
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes
atribuições:
a. cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvi-
mento de seus trabalhos;
b. coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objeti-
vos propostos sejam alcançados;
c. delegar atribuições aos membros da CIPA;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


d. promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
e. divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
f. encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;v g.constituir
a comissão eleitoral.
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:
a. acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para apro-
vação e assinatura dos membros presentes;
b. preparar as correspondências; e
c. outras que lhe forem conferidas.

Do Funcionamento
5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário pre-
estabelecido.
77
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente nor-
mal da empresa e em local apropriado.
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminha-
mento de cópias para todos os membros.
5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção
do Trabalho - AIT.
5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplica-
ção de medidas corretivas de emergência;
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
78 c) houver solicitação expressa de uma das representações.
5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na


ata da reunião.
5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requeri-
mento justificado.
5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reu-
nião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efeti-
var os encaminhamentos necessários.
5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida
por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de elei-
ção, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do
Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.
5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o
substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.
5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titu-
lares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares,
em dois dias úteis.

Do Treinamento
5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titula-
res e suplentes, antes da posse.
5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo má-
ximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.
5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente
treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:
a. estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos origina-
dos do processo produtivo;
b. metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa;
d. noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas de
prevenção;
e. noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança
Anotações

e saúde no trabalho;
f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;
g.organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribui-
ções da Comissão.
5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo
oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade pa-

Anotações
tronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre
aos temas ministrados.
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à
entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, caben-
do à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.
5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relaciona-
dos ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,
determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo
máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

Do Processo Eleitoral
5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representan-
tes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término
do mandato em curso.
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo
eleitoral ao sindicato da categoria profissional.
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus mem-
bros, no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em
curso, a Comissão Eleitoral - CE, que será a responsável pela organização e acompa-
nhamento do processo eleitoral.
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será
constituída pela empresa.
5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:
a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no
prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;
b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será
de quinze dias;
c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, inde-
pendentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;
d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


e. realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do
mandato da CIPA, quando houver;
f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de
turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
g. voto secreto;
h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento
de representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela
comissão eleitoral;
i. faculdade de eleição por meios eletrônicos;
j. guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um
período mínimo de cinco anos.
5.41 Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na
votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar 79
outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na uni-
dade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros
da CIPA.
5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,
confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou pro-
ceder a anulação quando for o caso.
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cin-
co dias, a contar da data de ciência , garantidas as inscrições anteriores.
5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementa-
ção do processo eleitoral.
80
5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos
mais votados.
5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

estabelecimento.
5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição
e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em
caso de vacância de suplentes.

Das Contratantes e Contratadas


5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus
empregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabeleci-
mento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das
contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de participa-
ção de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabe-
lecimento.
5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento,
deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e do-
enças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nível de
proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabeleci-
mento.
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empre-
sas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele
estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de
trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompa-
nhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento,
das medidas de segurança e saúde no trabalho.

Disposições Finais
5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de
portaria específica.
Anotações
BIBLIOGRAFIA:

Anotações
SEST/SENAT – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, Mo-
dalidade Presencial, Apostila do Aluno.
IDELT - Curso Básico Para Componentes da CIPA, 1998.
SENAI-SP. DMD. Prevenção de acidentes do Trabalho para componentes
da CIPA. 2.ed. São Paulo.1990
http://www.bauru.unesp.br/curso_cipa/artigos/introd.doc
http://www.brigadamilitar.rs.gov.br/bombeiros/DicasPrevencao-Extintores.html
http://www.btu.unesp.br/cipa/mapaderisco07.htm
http://www.cipanet.com.br/forum/topic.asp?TOPIC_ID=33
http://www.faap.br/affaap/cipa.htm
http://www.poli.usp.br/cipa/oquee.htm
http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2001/espaco08mai/varia.htm
http://www.light.com.br/web/institucional/seguranca/historico/tehistorico.asp
http://www.kanaflex.com.br
http://labinfo.cefetrs.edu.br/professores/durval/trans5/anexo%20xiv%20-
%20mapa%20de%20risco.pdf
http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D64%26cn%3D721
http://www.simucad.dep.ufscar.br/dn_eng_seguranca_doc15.pdf
Ministério do trabalho e Emprego – Legislação Atualizada das Leis de
Prevenção a Acidentes do Trabalho; Normas Regulamentadoras.
FUNDACENTRO – Brasília, Belo Horizonte, São Paulo

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

81

Você também pode gostar