Você está na página 1de 61

FOCUS

ESCOLA DE FOTOGRAFIA

FOTOGRAFIA DE PRODUTO

KAREN LYNNE DEJEAN

Monografia apresentada como


Trabalho de Conclusão do Curso
Online de Fotografia na Escola
Focus, 2017/2018.

Orientação: Prof. Dr. Enio Leite.

Joinville, SC

Abril de 2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que me ajudaram neste processo de aprendizagem


com seu tempo e conselhos, seja modelando ou me orientando. Em especial,
meu marido, por sua paciência e total apoio, assim como o Prof. Dr. Enio Leite,
por toda a orientação e atenção dispensadas.
SUMÁRIO

Resumo e Abstract............................................................................................04

1. Publicidade e Fotografia................................................................................05

2. História da Fotografia na Propaganda...........................................................10

3. Primeiros Fotógrafos Publicitários Brasileiros...............................................14

4. A Fotografia de Produto.................................................................................19

5. Equipamentos para Fotografia de Produto....................................................25

6. Fotógrafos de Produto Internacionais............................................................36

7. Fotógrafos de Produto Nacionais..................................................................41

8. Mercado de Trabalho e Honorários...............................................................50

9. Fotos de minha autoria..................................................................................52

10. Referências Bibliográficas...........................................................................60


RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso tem como propósito apresentar a


evolução histórica da fotografia na propaganda, citando quais foram os
fotógrafos publicitários pioneiros da fotografia comercial. Iremos discorrer, em
especial, sobre as características e desafios inerentes à Fotografia de Produto,
aqui a considerando um ramo da Fotografia Publicitária, e nem sempre
necessariamente sinônima da Fotografia Still. Trataremos da questão de que
esta categoria de imagens possui fins de publicidade, mesmo quando o intuito
não for comercial e sim ilustrativo.
Serão expostas noções básicas sobre as técnicas comumente utilizadas
e abordaremos os equipamentos necessários para a obtenção de bons
resultados. Citaremos fotógrafos nacionais e internacionais especializados na
área; além de apresentarmos dados sobre tendências atuais do mercado de
trabalho assim como estimativas de honorários.
Palavras-chave: Fotografia de Produto, Fotografia Publicitária, publicidade,
técnicas, mercado, honorários.
ABSTRACT

This undergraduate thesis aims at presenting the historical evolution of


photography in advertisement, citing the pioneering advertising photographers
in commercial photography. The inherent characteristics and challenges in
Product Photography will also be addressed. We will here consider Product
Photography a branch of Advertising Photography, and not always necessarily
synonymous with Still Photography. We will further state the fact that it is
produced for publicity purposes, even when there is no commercial but rather
illustrative intent.

A basic understanding of the commonly used techniques will be


presented and we will cover the equipment needed to achieve good results.
Information concerning national and international product photographers, as
well as data on current market trends and fee estimates are also a part of the
present report.

Key words: Product Photography, Advertising Photography, advertising,


techniques, market, fees.
1. PUBLICIDADE E FOTOGRAFIA:

Publicidade e Fotografia sempre caminharam juntas, uma


complementando a outra. Poucos recursos se tornaram tão indispensáveis
quanto a utilização da fotografia no mercado publicitário. Uma infinidade de
produtos e serviços são anunciados sem que uma única palavra seja dita,
graças ao apelo e expressividade que a fotografia é capaz de causar. Cabe
também a ela a função de atrair a atenção do consumidor, fazendo com que,
durante este processo, o mesmo sinta a necessidade de adquirir um produto ou
serviço.

Figura 1: Anúncio de produto de beleza da marca Marc Jacobs. Fotografia de Alex Koloskov.

Pode-se considerar a Fotografia Publicitária como uma imagem


fotográfica produzida de forma a ter um significado predeterminado, que traduz
a intenção de venda e a persuasão, a ideia de uma campanha publicitária, o
estilo ou posicionamento de uma marca. A principal motivação deste ramo da
fotografia é a intenção de caracterizar o conceito de acordo com o universo dos
consumidores, fazendo com que estes visualizem a imagem e se identifiquem.

A Fotografia Publicitária distingue-se da Fotografia Jornalística, Artística,


Documental ou Amadora, quanto a esse poder de atração sobre os clientes e
quanto ao processo de sua produção. A fotografia jornalística tem como
objetivo capturar um momento decisivo no cotidiano, já a

“imagem publicitária constrói, com embasamento de


pesquisas e observação do comportamento do público-
alvo, a figuração da cena que será apresentada
sedutoramente ao consumidor como condição de
felicidade. As técnicas usadas pela produção publicitária
vão buscar estabelecer uma relação direta com os desejos,
motivações e práticas comuns ao meio social dos
indivíduos. Assim, a fotografia publicitária, como todos os
outros ramos da publicidade, recorre a pesquisas em
ciências sociais, à psicologia aplicada, à investigação
sociológica e a análise estatística do público-alvo que se
pretende representar ou atingir. Fica claro na produção
dessas imagens fotográficas, que a escolha temática da
captação vai explorar as necessidades pré-conscientes e
inconscientes do consumidor, e este, por meio da compra,
vai satisfazer e saciar as suas demandas de segurança,
narcisismo e identificação com uma classe social.” (DA
SILVA, 2006).

A função da fotografia dentro do contexto da publicidade tem, portanto,


uma missão muito específica: fazer uso da linguagem não verbal (sua principal
característica, por se tratar de uma imagem) e, desta maneira, demonstrar um
tema por inteiro ou como complemento de uma linguagem verbal. A boa
fotografia publicitária possui a capacidade de, muitas vezes por si só,
influenciar o consumidor a fazer associações, motivando-o à compra.

As características inerentes a cada produto são altamente importantes,


sendo também responsáveis por torná-lo distinto de outros que possam ser
usados para o mesmo propósito. Desta forma, quando fotografados
profissionalmente, deverão sempre ser demonstrados em sua mais fiel
reprodução, salvo em casos em que as imagens são intencionalmente
manipuladas de maneira a ressaltar suas peculiaridades e funções.

Figura 2: Anúncio de tablet da marca Samsung. Fotografia de Nori Inogushi.

Acreditamos que a Fotografia de Produto, tema do presente trabalho,


deva ser considerada uma subdivisão da Fotografia Publicitária, uma vez que
esta última engloba outros ramos, como a Fotografia de Moda, por exemplo,
dentre outras. Embora muitos considerem-nas sinônimas, pode-se afirmar que
a Fotografia de Produto, por sua vez, subdivide-se em Fotografia ´Still´ (do
inglês “imóvel” ou “estático”), derivada do gênero da pintura denominado
“natureza-morta”, onde se fotografam objetos inanimados inertes; e ainda em
Fotografia ´High-Speed´ (do inglês “alta velocidade”), proveniente da
cinematografia, onde se capturam tais objetos em movimento. Nos
posicionamos de forma a não considerar a Fotografia de Produto idêntica à
Fotografia Still pois há gêneros da Fotografia de Produto, como a Fotografia
Culinária, onde vemos imagens tanto em still, como em high-speed (caso de
“splash” de líquidos, por exemplo).

Na Fotografia de Produto devemos representar o produto com precisão,


sem distorções de forma, volume ou cor (a não ser em casos de imagens
intencionalmente manipuladas), com boa iluminação, ausência de reflexos
indesejados; e atratividade, criando-se interesse em objetos inanimados, para
fins de publicidade, mesmo quando o intuito não for comercial e sim ilustrativo.

Figura 3: Anúncio de mala de viagem da marca Samsonite. Fotografia de Tim Hawley.


2. HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA NA PROPAGANDA:

Historicamente, a relação entre Publicidade e Fotografia nem sempre foi


simbiótica... além de não haver ocorrido da noite para o dia. No decorrer da
história da publicidade, o uso da imagem foi sendo utilizado aos poucos, sendo
os primeiros anúncios apenas com textos, posteriormente foram utilizadas
ilustrações e, com o aprimoramento das técnicas de impressão, possibilitou-se
o uso de fotografias. Esta parceria portanto iniciou-se, primeiramente, com a
imprensa. Haviam dois fatores fundamentais que impediam que a fotografia
fizesse parte indissociável da publicidade naquele período, no entanto:
primeiramente, a recusa por parte das agências, que até então estavam
somente habituadas à imprensa escrita e com artes desenhadas; e,
segundamente, uma limitação técnica, pois até então a qualidade das imagens
se davam apenas em meio-tom (tons de cinza).

No século XIX, os anúncios em jornais, revistas, cartazes, embalagens


de produtos, folhetos, etc, costumeiramente traziam imagens de figuras
femininas sedutoras, com suas longas cabeleiras esvoaçantes, tecidos
drapeados e ornamentos em forma de flores, mosaicos, pássaros, estrelas,
com uma infinidade de curvas. Afinal, nas décadas de 1890 e 1900, o principal
modelo estético da grande publicidade no mundo ocidental era o Art Nouveau.
Grandes artistas desse estilo, como o tcheco Alphonse Mucha, criaram o
referencial de maior sofisticação para a propaganda da Belle Époque. Os
publicitários naquele momento, estavam, portanto, mais empolgados com as
curvas da corrente modernista, do que com o classicismo das fotografias
pictóricas.
Figura 4: Propaganda de chocolate em pó, solúvel, do artista Alphonse Mucha.

Por um lado, a fotografia era técnica demais para alcançar a fruição


artística do desenho, por outro, não tinha a precisão do traço para a
reprodução dos detalhes técnicos na impressão, já que as imagens ficavam
ainda muito reticuladas. A impressão direta de fotografia era possível desde
1880, quando apareceu o já citado processo de impressão por meio-tom
(halftone). Mas, conforme já dito, a utilização da fotografia pela publicidade não
aconteceu na seqüência. No século XIX, o uso de fotografias na imprensa
ainda era muito esporádico.

Assim, o uso da fotografia na propaganda do século XIX foi bastante


irrisório, tanto na Europa e Estados Unidos, como também no Brasil.
Basicamente, a imagem fotográfica continuava a servir, tanto na publicidade
como na cobertura jornalística, à mesma finalidade de antes do
desenvolvimento do meio-tom, ou seja, como referência para a produção de
gravuras/ilustrações.

A substituição das ilustrações pelas fotografias foi feita de forma


gradativa, não apenas pelas questões técnicas já mencionadas, mas também
pelo fato de não existir fotógrafos especializados em publicidade, visto que era
uma nova possibilidade de uso para a fotografia, exigindo-se o
desenvolvimento de uma linguagem específica. Com isso, os gêneros
incorporados pela publicidade de início (e que já eram utilizados no final do
século XIX e início do século XX de forma não-comercial) foram o retrato –
para anúncios em que artistas davam seu testemunho sobre algum produto – e
as fotografias de fachadas de estabelecimentos.

No Brasil, observamos o retrato como gênero mais recorrente de


fotografia na publicidade das primeiras décadas do século XX. As imagens
seguiam o padrão dos retratos particulares praticado desde meados do século
XIX nos ateliês espalhados pelos grandes centros urbanos. As poses rígidas
faziam parte de um repertório que vinha sendo constituído por retratistas desde
os primeiros portraits, na pintura a óleo.

Assim, os retratos não eram pensados em termos de uma linguagem


publicitária mais articulada. Nos casos mais cuidados, esses retratos eram
realizados por retratistas experientes, com acuidade técnica, em estúdios
modernos, mas funcionavam como os retratos avulsos, daqueles que eram
realizados para circulação no âmbito privado. Existiam também os instantâneos
realizados muitas vezes por um faz-tudo da redação para a área gráfica. Então,
o que observamos nesse primeiro período de assimilação da fotografia pela
publicidade foi a inserção do retrato, objeto de uso particular, num contexto de
circulação de massa.
Figura 5: Capa de uma revista brasileira do início do século XX, a Fon Fon.

De início, temos, portanto, na fotografia publicitária uma forma de


registro, uma imagem muito descritiva e sem envolver nenhum conceito como
se caracteriza a imagem publicitária atual. Aos poucos, a fotografia publicitária
criou seus próprios códigos, através de elementos que reconhecemos hoje
facilmente como sendo constitutivos de uma fotografia publicitária.

Eguizabal (2001) afirma que a inserção da fotografia nas criações


gráficas publicitárias exerceu um fascínio muito maior e mais impacto aos olhos
acostumados com as ilustrações, uma vez que a fotografia é capaz de
transmitir uma quantidade de informações superior aos desenhos e ilustrações.
De fato, acredita-se nesse fascínio e impacto causado pela fotografia quando
das primeiras utilizações pela publicidade, pela crença (que se desenvolveu
após o seu invento) de ser uma forma de representação fiel da realidade.
Ressaltamos que não é o caso do advento da fotografia causar a
extinção do uso de ilustrações na publicidade, até porque, até hoje, ambas as
linguagens são utilizadas amplamente pelas agências, respeitando-se as
particularidades de cada forma expressiva de acordo com a finalidade de cada
anúncio e/ou campanha. A questão aqui é ter a fotografia como objeto de
estudo, abordando as particularidades que foram desenvolvidas nesta
linguagem quando usada pela publicidade.

3. PRIMEIROS FOTÓGRAFOS PUBLICITÁRIOS BRASILEIROS:

“Os fotógrafos que produziam as imagens encomendadas


pelas agências publicitárias não tinham especialização na
área. Henrique Becherini, Peter Scheier, Hans Gunther
Flieg e Chico Albuquerque foram os primeiros fotógrafos no
Brasil que buscaram se especializar na produção de
fotografias publicitárias.” (PALMA, 2005).

O primeiro fotógrafo que passou a prestar serviços a agências foi


Henrique Becherini, que é apontado como um dos primeiros a realmente se
especializar no campo publicitário. Becherini produziu fotos para campanhas da
Atlantic, da Goodrich, da Blue Star Lines e das Refinações de Milho Brasil. Um
de seus clientes mais importantes foi a General Motors. Na primeira campanha
para GM, o fotógrafo produziu uma série de retratos de personalidades
brasileiras para compor os anúncios testemunhais.
Figura 6: Fotografia de Henrique Becherini.

“O alemão Hans Gunther Flieg também é considerado um dos


pioneiros da fotografia publicitária no Brasil, juntamente com
Chico Albuquerque. Entre 1941 e 1945, Flieg aprende litografia,
fotolito, além de fotografia técnica e publicitária. Foi ele o primeiro
a realizar fotos, em 1949, para o calendário da Pirelli. O fotógrafo
atuou em áreas como indústria, arquitetura e publicidade.”
(MAGALHÃES, 2004)
Figura 7: Fotografia de Hans Gunther Flieg.

O fotógrafo Chico Albuquerque, por sua vez, é apontado com bastante


recorrência como um dos pioneiros na fotografia publicitária brasileira. Não se
pode, no entanto, considerá-lo como o primeiro fotógrafo publicitário a atuar no
país, pois as primeiras fotos veiculadas em anúncios no Brasil eram produzidas
no exterior devido às agências e multinacionais que se instalaram no país.
Porém a relevância deste fotógrafo, que começa a produzir as fotografias
usadas pela publicidade no país a partir de 1949, é inegável.

Neste período de produção, que vai de 1949 até a década de 1970,


podemos encontrar elementos que certamente influenciaram a implantação de
uma gramática visual para os anúncios das décadas posteriores, seguindo
padrões de composição da imagem publicitária.

Podemos verificar na produção do fotógrafo Chico Albuquerque a


possibilidade do registro fotográfico do produto anunciado juntamente com
alguma encenação de pessoas com o produto em questão (vide fotografia
abaixo), contextualizando a imagem e fornecendo uma messagem objetiva. Na
maioria dos casos, são imagens com função referencial, como se
apresentassem o produto. Contrastando, desta forma, com outras propagandas
da época, nas quais a fotografia figura, mas sempre articulada com a imagem
ilustrada do produto ou mesmo anúncios dominados apenas pela ilustração.

Figura 8: Anúncio do liquidificador Walita de 1960. Fotografia de Chico Albuquerque.

“A instalação de empresas como a General Motors – que ao


montar o seu próprio departamento de propaganda trazendo para
o Brasil as técnicas norte-americanas de propaganda comercial –
foi responsável pela formação de muitos profissionais; estes, após
a dissolução, foram empregados pelas agências norte-americanas
que se instalaram no Brasil, como a Ayer e a Thompson.”
(RAMOS, 1985).

“Desse modo, as primeiras imagens fotográficas veiculadas,


por serem produzidas no exterior (normalmente nos Estados
Unidos) eram fotos padrão, pré-produzidas, ainda tomando como
base os modelos norte-americanos. Tendo em vista a
necessidade de colocar os padrões culturais brasileiros nas
imagens, os fotógrafos brasileiros passam a atuar na produção de
fotografias para uso em publicidade.” (MARCONDES, 2002).

A fotografia na publicidade brasileira ainda pecava na expressão de


padrões culturais brasileiros em suas imagens. Pode-se afirmar, desta forma,
que a estrutura americana de produção de publicidade e os padrões usados
nas primeiras fotografias utilizadas impregnaram o modo de criação na
publicidade brasileira, tanto nos aspectos de estilo – como o modo de compor,
iluminar – como em aspectos da representação de um estilo de vida.

Figura 9: Anúncio do batom Colgate, de 1948.


Para atender às necessidades do mercado publicitário, alguns
fotógrafos abriram seus estúdios e passaram a desenvolver imagens com a
linguagem específica que a publicidade exigia. Esses fotógrafos compravam
equipamento fora do país – cujo mercado ainda era pequeno – e fotografavam
de acordo com o que a agência de publicidade solicitava.

Na década de 1950, o Brasil passa pelo processo de industrialização e


encontra na publicidade o meio para apresentação, divulgação e incentivo ao
consumo de novos produtos. A publicidade passa também por um processo de
profissionalização nesse período, com a criação da Associação Brasileira das
Agências de Publicidade (ABAP), em 1949, instituição que visa defender os
interesses das agências e dos publicitários a fim de regulamentar a profissão.

Outro evento importante na propaganda brasileira foi o 1o Salão


Nacional de Propaganda – realizado em 1950 no Museu de Arte de São
Paulo - que visava expor a publicidade considerada de bom nível que fora
produzida no Brasil. Após o Salão, foi criado o primeiro curso de publicidade
pela Escola de Propaganda do Museu de Arte de São Paulo em 1952. Assim, a
partir desse momento, é mais recorrente o desenvolvimento de uma fotografia
publicitária e não mais de uma fotografia usada na publicidade.

Conforme já mencionado, alguns gêneros foram incorporados de início


pela publicidade, porém a articulação entre imagem, texto e anúncio não
configurava a publicidade no formato como conhecemos hoje. Assim, quando
falamos em fotografia publicitária, devemos ter em mente as imagens
encomendadas pelas agências e não fotografias que foram adaptadas para
figurar em anúncios.

4. A FOTOGRAFIA DE PRODUTO:

A publicidade conseguiu construir, com o passar do tempo,


determinados arquétipos, que se baseiam nas expectativas e no gosto do
consumidor e que são amplamente utilizados. É a partir desses arquétipos, por
exemplo, que os bancos de imagem – recurso muito utilizado por agências de
publicidade no mundo inteiro – atuam, disponibilizando imagens que são mais
ou menos o padrão para determinados tipos de produto com temas como
natureza, saúde, comida, negócios, esportes, etc. Estão à venda nesses
bancos de imagem, fotos que são o cânone daquilo que é considerada como a
fotografia publicitária e que vão servir para qualquer cliente que esteja disposto
a alugar aquela imagem para usar em qualquer material gráfico.

Ao mesmo tempo em que a publicidade se baseia nesses arquétipos,


contraditoriamente ela também é obrigada a buscar certa originalidade visual,
ou seja, a tentativa de dizer a mesma coisa de uma maneira nova, diferente. É
uma tentativa de gerar diferenciação entre um produto e os demais, além de
continuar atraindo a atenção do público, reforçando-se o caráter persuasivo
que é característico de toda campanha publicitária.

Figura 10: Imagem da cidra Rocquette, do fotógrafo Karl Taylor.

Devemos sempre ter em mente que a fotografia publicitária é,


geralmente, comercial e, por este motivo, não tem necessariamente como
principal característica o registro de fatos como eles realmente são, um vez que
sua principal meta é anunciar e/ou vender. A relevância da fotografia num
trabalho publicitário é reconhecida por criativos e anunciantes, não se deve
duvidar que é atribuída à ela a responsabilidade de encantamento numa peça
publicitária, e consequentemente o resultado atingido em uma boa campanha.

Na Fotografia de Produto devemos sempre perguntar ao cliente como


ele visualiza seu produto. É preciso investigar qual o ângulo de visão, assim
como qual a finalidade da foto. Devemos identificar se se trata de uma foto
técnica, ilustrativa ou publicitária e principalmente qual será o veículo ou mídia
(revistas, jornais, sites, cartazes, outdoors, etc) onde ela será inserida, pois o
ponto de vista do observador também é importante.

Ressalta-se que a fotografia de produto não deve ser considerada como


apenas uma foto comercial. Toda fotografia de produto pode ser uma foto
comercial, mas o inverso nem sempre se aplica. Na maioria das vezes, este
tipo de imagem traz uma mensagem, porém há casos em que pode, apenas,
mostrar algo, sem um recado específico, sendo facilmente encontrado em
bancos de fotos. São fotos conceituais que podem se adequar a assuntos
diversos, como uma reportagem, o texto de uma crônica, ou uma
apresentação.

Imagens destinadas a cartazes, posters, etc. possuem um ponto de vista


pré-determinado, enquanto que imagens para folhetos ou catálogos, já
possuem outro meio de visualização. Estas perguntas são fundamentais para
se determinar o ponto de vista da câmera, ou seja, onde ela deverá ficar. Não
podemos nos esquecer de que o ponto de vista da câmera é o ponto de
visualização do leitor ou consumidor. Este precisa ter uma visão privilegiada do
produto, a qual deverá estar em sintonia com sua utilidade, beleza e utilização.
Assim, é essencial sempre procurar qual o melhor plano de enquadramento
para o objeto ser fotografado.
Figura 11: Imagem do fotógrafo Gustavo Pomar.

A Fotografia de Produto em sua modalidade still não é das mais fáceis.


O fotógrafo deverá criar o interesse por objetos inanimados e, na maioria das
vezes, extremamente desinteressantes. Ao contrário de um retrato, não há o
elemento humano para chamar a atenção. Para complicar ainda mais, cada
objeto possui características próprias, como forma, textura, cor e volume,
impossibilitando que a solução de uma foto possa ser utilizada facilmente em
outra.
São considerados passos essenciais na criação de uma foto de
produto:

- Conceito: é necessário pensar na ideia que a foto irá transmitir. Em


uma fotografia comercial, a ideia já foi concebida, na maioria dos casos, sendo
repassada ao fotógrafo.

- Referências: uma busca na internet por imagens interessantes que


podem ajudar na construção estética da foto. O mais importante aqui é fazer
com que referências não tomem conta da foto. Inspiração é diferente de cópia.

Figura 12: Anúncio da cerveja Impeesa, do fotógrafo Gustavo Pomar.

- Produção: deve-se escolher os melhores objetos e fundos que irão


acompanhar o objeto principal. Em produções comerciais, é ideal contratar um
produtor especializado que sabe onde encontrar rapidamente tudo o que se
precisa.

- Análise do objeto: tentar ver o objeto de diferentes ângulos, a


diferentes distâncias. A compreensão do volume não é instantânea, sendo
necessário algum tempo para que a imagem tridimensional se forme
satisfatoriamente. Nunca se deve confiar na primeira perspectiva do objeto.
Provavelmente haverão outras mais interessantes.

- Composição: é a interação entre o objeto, a produção e a lente.


Mudando-se um componente, muda-se tudo. Na composição há dois extremos:
o minimalismo e o preenchimento da cena com elementos. O risco do
minimalismo é uma composição pobre esteticamente, enquanto no outro
oposto o risco é uma composição bagunçada. A escolha varia de acordo com a
intenção da foto.

Figura 13: Anúncio do perfume Bleu de Chanel. Imagem de Alex Koloskov.

- Iluminação: é quando a composição se torna tridimensional. Aqui,


controle é a chave do sucesso. Basicamente, escolhemos o que mostrar e o
que esconder, tendo em vista as características físicas do produto e as
sensações que queremos angariar para aquela imagem.

- Registro: é o clique propriamente dito. Inclui a regulagem da câmera e


as decisões de salvamento da imagem, como o formato a ser utilizado, por
exemplo.

- Edição: é a escolha de uma fotografia em detrimento de outra. A edição


da fotografia é tão importante quanto o próprio ato de fotografar.

- Manipulação: é o chamado tratamento de imagem. Por mais que


tentemos resolver a fotografia diretamente no clique, toda foto em formato
RAW precisa de tratamento, já que ela se apresenta de maneira crua, sem
interpretação estética. A quantidade de manipulação depende da necessidade
do cliente ou da viabilidade do efeito na hora do clique.

Figura 14: Anúncio de produtos Palmolive. Imagem do fotógrafo Karl Taylor.

5. EQUIPAMENTOS PARA FOTOGRAFIA DE PRODUTO:

A Fotografia de Produto, a princípio, não requer equipamentos


sofisticados. Muito embora haja mesas especiais, com suportes para spots, na
maior parte das vezes uma folha de cartolina presa à parede com fita adesiva,
fazendo uma leve curva, criando o efeito de fundo infinito onde não se tem a
noção do vertical e do horizontal, com lâmpadas laterais a 45º e um rebatedor
já é suficiente para bons resultados.

Em relação ao equipamento necessário, este irá variar de acordo com a


necessidade da produção. O mais importante é que câmeras, lentes e tripés
sejam confiáveis e tenham as funcionalidades específicas para a demanda.
Talvez a funcionalidade mais útil para o fotógrafo de estúdio seja a captura
vinculada, que permite o controle da câmera através de software. Dessa
maneira, não é preciso tocar no equipamento, mantendo-o estável durante todo
o processo, além de permitir a visualização da cena através do monitor do
computador.

Quanto ao equipamento de estúdio, os modificadores de luz são o


mais importante. Na fotografia de produtos não são necessárias potências
muito altas de flash, mas é essencial ter o controle sobre o que se faz. Para
isso, geralmente utilizam-se diferentes refletores, snoots, difusores,
rebatedores, bandeiras, garras, diferentes tipos de superfície, etc. Além dos
flashes de estúdio, também é interessante possuir flashes dedicados, ou
speedlights.

Para conseguirem-se luzes bem especulares em produtos reflexivos,


como jóias e relógios, pode-se utilizar flashes dedicados para desenhar luzes
bem localizadas, devido ao tamanho compacto de sua lâmpada. Eles também
são muito estáveis e muito úteis quando precisamos do controle absoluto da
potência para mesclar diferentes fotos, assim como quando se realiza o
empilhamento de foco.

Também é possível obter bons resultados com quase nenhuma


estrutura. No começo da carreira, a luz de janela deve ser o maior aliado do
fotógrafo iniciante, pois este poderá usar a luz do sol em diferentes horários do
dia para conseguir efeitos diferentes. Aliás, fotografia de produto é o tema
perfeito para estudar a iluminação, já que o assunto fotografado tem toda a
paciência do mundo, bastando-se escolher objetos de casa para encontrar
diversos motivos diferentes para fotografar o ano inteiro.
Figura 15: Fotografia de Gustavo Pomar.

Pode-se afirmar que existem três tipos de estúdio para a Fotografia de


Produto: o Mini Estúdio (Pop Up), para pequenos objetos; a Mesa Still, para
objetos pequenos a médios, geralmente com melhor sistema de iluminação; e o
Estúdio Profissional, com o qual pode-se fotografar praticamente qualquer
produto. Ainda há sempre a alternativa de realizar o trabalho ao ar livre,
produzindo-se cenas externas.
Figura 16: Exemplo de Mini Estúdio (Pop Up).

Figura 17: Exemplo de Mesa Still.


Figura 18: Exemplo de Estúdio Fotográfico profissional.

Na luz natural, o horário definirá a inclinação dos raios luminosos em


relação ao objeto fotografado e dela resultará um determinado efeito. Com a
iluminação artificial de um estúdio fotográfico, o efeito desejado dependerá
do posicionamento das diversas fontes de luz e do equilíbrio entre elas. Os
equipamentos que garantem a iluminação de estúdio mais comuns no
mercado atualmente são os seguintes:

a) Tochas Eletrônicas (Flashes): Este é o nome pelo qual são conhecidos


os flashes utilizados em diversos trabalhos profissionais. Cada tocha
eletrônica é composta por dois tipos de lâmpada. Uma lâmpada
halógena ou de tungstênio conhecida como luz piloto ou lâmpada de
modelagem. A outra, uma lâmpada de pirex ou quartzo, é o flash
propriamente dito. A luz piloto é uma luz contínua, de temperatura de cor
baixa, e que têm por principal função simular a luz do flash propriamente
dito. Ela fica acesa durante todo o processo de preparação da foto, para
que o fotógrafo possa posicionar a luz e montar os devidos acessórios
de iluminação, de forma a conseguir o resultado desejado. O flash só é
acionado no momento em que o obturador da câmera é disparado. As
tochas são normalmente conectadas a unidades geradoras de potência.
Figura 19: Exemplo de tocha eletrônica/flash.

b) Geradores de Potência: Unidades eletrônicas às quais podem ser


conectadas até três tochas eletrônicas (flashes). São capazes de gerar
potências que podem chegar a até 5000 watts. Os geradores podem ser
simétricos ou assimétricos. Os simétricos dividem igualmente a potência
de saída para cada uma das tochas conectadas. Já os geradores
assimétricos possuem diferentes combinações de potência entre suas
tochas. A conexão com a câmera é feita, normalmente, através de um
cabo de sincronismo. Ao acionar o obturador da câmera, um sinal
eletrônico é imediatamente enviado ao gerador que, por sua vez, dispara
as tochas a ele conectadas.
Figura 20: Exemplo de gerador de potência.

c) Modificadores de iluminação: Tão importante quanto os flashes são os


modificadores de iluminação. Eles são acessórios que podem ser
conectados às tochas eletrônicas, no intuito de alterar suas
características de iluminação e, com isso, adaptar a luz do flash ao tipo
de luz necessária para aquele trabalho. O mais comuns são:

c.1 - Softbox: Acessório muito utilizado em fotografia de estúdio,


podendo ser encontrado em diversos tamanhos e formas. Possui um
tecido translúcido externo e, em grande parte das vezes, um outro tecido
interno. A luz do flash, ao passar por esses dois tecidos, torna-se
bastante suave, sendo excelente tanto para fotografia de produtos
quanto de pessoas. Suas sombras são igualmente suaves, o que
possibilita grande riqueza de detalhes na imagem.
Figura 21: Exemplo de softbox.

c.2 – Sombrinha: A sombrinha é montada na tocha de forma que a luz


seja direcionada à parte interna da primeira, sendo então rebatida e
retornando ao ambiente. É muito utilizada quando se deseja uma luz
geral, pois seu ângulo de cobertura é bastante extenso. Quando o
interior da sombrinha é branco, a característica da sua luz será bastante
suave, semelhante ao hazy-light. Quando prateada ou dourada, a
sombrinha proporcionará uma luz mais dura, sendo que, no último caso,
a luz terá um tom mais quente (temperatura de cor mais baixa).
Figura 22: Exemplos de sombrinhas prateada, branca e dourada.

c.3 – Refletor Parabólico: Proporciona uma iluminação mais direcionada,


limitando a propagação da luz em torno da cena.

Figura 23: Exemplo de refletor parabólico.


c.4 – Colméia: Acoplada ao refletor, além de dar uma iluminação mais
concentrada, proporciona uma rápida passagem entre a região
iluminada e a região escura da área fotografada, criando uma área de
iluminação arredondada e bastante definida. Este efeito é mais
perceptível quanto mais fechado for o ângulo de seus favos.

Figura 24: Exemplo de colméia.

c. 5 – Barn Door: Também conhecido como bandeira quádrupla, é


também conectado ao refletor e permite direcionar e limitar a
propagação da luz. Permite, ainda, o uso de gelatinas coloridas cuja
função é alterar a temperatura de cor das fontes luminosas.

Figura 25: Exemplo de barn door.


c.6 – Snoot: Acessório em formato de cone que funciona como um
concentrador de luz, muito utilizado para iluminação de pequenos
objetos ou para pequenas áreas da cena. Pode também ser usado com
colméias.

Figura 26: Exemplo de snoot.

c.7 – Rebatedores: Podem ser fabricados em diversos formatos, nas


cores branco, prateado e dourado. O primeiro proporciona luzes mais
suaves. O segundo, luzes um pouco mais duras, tal como o terceiro, que
acrescenta à imagem um tom mais quente. Sua função é, uma vez
posicionado, rebater a luz principal de forma a diminuir as regiões de
sombra ou, ao menos, trazer detalhes para as mesmas. Isopores e
espelhos são também muito utilizados como rebatedores.
Figura 27: Exemplos de rebatedores.

A luz em um ambiente de estúdio fotográfico pode ser classificada da


seguinte forma: “Key Light” (Luz principal), “Fill Light” (Luz de preenchimento),
“Kicker Lights” (Luz de Recorte) e “Background Lights” (Luz de fundo). A Key
Light (Luz principal) é a chave para a iluminação da cena por inteiro. Ela cria
o padrão de sombras que dão forma ao objeto. A Fill Light (Luz de
preenchimento) ilumina as áreas sombreadas em qualquer parte da imagem.

As Kicker Lights (Luz de Recorte) são as luzes que delineam o objeto


e realçam os contornos, separando-o do fundo. Auxiliam na iluminação de
áreas pouco contrastadas onde o objeto e o fundo são dificilmente distinguidos.
Também conhecidas como luzes “de cabelo” ou “de lado”. As Background
Lights (Luz de fundo) são as luzes que não incidem diretamente sobre o
objeto e sim no fundo da cena.

6. FOTÓGRAFOS DE PRODUTO INTERNACIONAIS:

Atualmente, há fotógrafos de produto excepcionais no mundo inteiro,


desde os menos famosos e criativos aos mais renomados, dentre os quais
destacamos os seguintes:

Marcel Christ é um dos fotógrafos mais famosos e criativos da


fotografia still em todo o mundo e não apenas na Holanda, onde nasceu.
Estudar engenharia química e fotografia ajudou Marcel Christ a capturar as
fotos mais surpreendentes.

Ele começou sua carreira como fotógrafo tirando fotografias em preto e


branco e misturando química com fotografia de produtos para finalmente criar
as fotos deslumbrantes que vemos. O trabalho de Marcel é baseado em
Amsterdã, Holanda, e suas imagens são conhecidas por serem dinâmicas e
cheias de energia.

Figura 28: Fotografia do holandês Marcel Christ.

Tim Tadder é um fotógrafo publicitário americano que se especializa em


capturar fotografias dramáticas impressionantes de diferentes coisas, tais como
conceitos, ações, pessoas e esportes. O fotógrafo trabalha no sul da Califórnia
criando imagens deslumbrantes através do uso de fotografia de locação,
adicionando efeitos de iluminação, sendo internacionalmente reconhecido por
sua fotografia de publicidade conceitual altamente inventiva.

Tadder começou sua carreira como fotojornalista e depois decidiu ser


um fotógrafo comercial e editorial. Ele fotografa para várias marcas famosas
que são amplamente conhecidas por muitas pessoas ao redor do mundo. Seus
principais clientes incluem Coca Zero, Pepsi, Adidas, Craftsman, Bud Light,
Budweiser Miller Lite, Marlboro, McDonald's e diversas marcas famosas que
precisam de imagens atraentes e deslumbrantes de seus produtos.

Figura 29: Anúncios do celular Samsung S4, imagens do fotógrafo americano Tim Tadder.

Karl Taylor é um fotógrafo publicitário e comercial com mais de 20 anos


de experiência. Karl começou sua carreira como fotojornalista antes de se
tornar um fotógrafo comercial. Ele não é apenas um fotógrafo, sendo também
instrutor de fotografia oferecendo cursos de treinamento para todos os
profissionais da área, independentemente de sua experiência.

Taylor tem seu trabalho criativo publicado internacionalmente, sendo


contratado por empresas líderes mundiais por sua atenção precisa aos
detalhes e seu requintado controle da luz. Seu trabalho abrange a fotografia de
publicidade, beleza e moda para clientes comerciais.

Figura 30: Imagem do britânico Karl Taylor.

Timothy Hogan é um especialista da fotografia still residente em Los


Angeles, EUA. Conhecido por seu domínio de iluminação e imagens de
naturezas-mortas precisas, Hogan fotografa em todo o mundo para uma série
de marcas internacionais e agências de publicidade nas indústrias de bebidas,
tecnologia, fragrâncias e design. Esses clientes repetidamente procuram
Timothy por suas imagens dramáticas.

Figura 31: Fotografia de Timothy Hogan.

Nascido no Japão, Nori Inoguchi foi educado em Nova York, onde ele
refinou sua paixão pela fotografia. Seu amor pelo luxo e desejo de criar
imagens visualmente impressionantes o inspirou a se tornar um excepcional
fotógrafo de de produto. Inogushi procura encontrar beleza em todos os objetos
que ele fotografa.

Com seu olhar sofisticado e abordagem minimalista, ele explodiu no


cenário mundial e foi comissionado pelos melhores nomes da moda,
cosméticos e eletrônicos. Sua carreira o trouxe para Paris, Londres, NY e até
mesmo para sua terra natal, o Japão. Utilizando técnicas limpas, claras e
nítidas, Inogushi foi responsável por inúmeras campanhas desde 2009 e,
desde então, tornou-se um dos melhores neste nicho.
Figura 32: Anúncio de batom da Lancôme. Imagem do fotógrafo Nori Inogushi.

7. FOTÓGRAFOS DE PRODUTO NACIONAIS:

Alexandre Salgado é um fotógrafo publicitário brasileiro que está no


mercado há mais de 25 anos. Formou-se na Faculdade da Cidade em
Jornalismo Audiovisual e recebeu o prêmio Conrado Wessel de primeiro lugar,
com o trabalho para DPZ. Estudou nos cursos do americano Richard Welton e
do belga Michel Aertsens, especialistas em still life. De 1981 a 1984 executou
trabalhos para teatro e cinema, atuando como still, produtor e diretor. A partir
daí, iniciou na publicidade e trabalha desde então para agências do Rio de
Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e mais recentemente do Texas
(Bromley Communications, JWT, McCann Erickson,Fischer América, Young &
Rubican, DPZ, Talent, Leo Burnett, DM9 DDB, Artplan, Giovanni FCB, NBS,
Ogilvy, Publicis, EURO RSCG).

Fundou o estúdio de fotografia ArtluzStudio, formado por uma equipe de


profissionais da área. Além dos trabalhos em fotografia, a empresa é uma das
pioneiras nos serviços de manipulação de imagem e 3D no Brasil. Seu forte é a
manipulação fotográfica para publicidade, tendo feito trabalhos incríveis neste
meio e atendido agências do Brasil inteiro. Possui em seu portfólio, grandes
clientes como: Petrobrás, Gatorade, Shell, Texaco, Vivo, Claro, Varig, Walita,
Topper, Correios, Consul, Bob’s, Caixa Econômica Federal, Net, O Globo, O
Dia, JB, Bradesco, CityBank, Michellin, McDonald’s, Embratel, Telemar, Oi,
Tim, Banco do Brasil, H. Stern, Consul, Heineken, Kaiser, BR, Coca‐Cola,
Duloren, entre outros.

Suas fotos são sempre em alta definição para a composição do trabalho


como um todo. Priorizando a qualidade, criou também uma gama de imagens
de lugares pelo mundo e objetos diversos ao longo de toda a trajetória da
agência. Imagens de vários fotógrafos também estão anexadas ao Banco de
Imagem da empresa para aumentar as possibilidades em atender melhor o
mercado publicitário ajudando, assim, a compor layouts e trabalhos finais.

Figura 33: Anúncio de veículo da Peugeot. Imagem do fotógrafo Alexandre Salgado.


Alexandre Rielo nasceu em 1970, sendo natural da cidade de São
Paulo. Iniciou sua vida profissional como assistente de fotografia em 1988. Em
1995, montou seu próprio estúdio fotográfico no bairro de Vila Madalena, em
São Paulo, onde está até hoje.

Atua em diversas áreas, mas tem se destacado com trabalhos


publicitários produzidos para clientes como, Nestlé, Goodyear, Sony, AACD,
Banco Bradesco, Santander, Citibank, Itaú, Banco Real, Credicard, Ericsson,
Telefônica, Brasiltelecom, Johnson e Johnson, Cinemark, Abev, Aché
Laboratório, Faculdade Uninove, Governo do Estado de São Paulo, Rádio Kiss
FM, Penalty, Asics, Electrolux do Brasil, Café 3 Corações, dentre outros.
Atende grandes agências de comunicação, gravadoras e editoras.

Desenvolve trabalhos em fine-art também, frutos de sua refinada técnica


e o mais apurado senso estético. Seus trabalhos permeiam o setor de
fotografia de produto. Em seus trabalhos predominam a luz suave, mas
também trabalha com luz dura quando o trabalho exige impacto e reflexão, algo
essencial no mercado publicitário.
Figura 34: Anúncio de produtos da Marca Natura. Imagem do fotógrafo Alexandre Rielo.

Chico Audi é um fotógrafo brasileiro reconhecido internacionalmente.


Tantos atributos fez com que ele se destacasse na publicação alemã “Lürzers
International Archive”, figurando entre os “200 Best Ad Photographers
Worldwide” de 2008 a 2013. O prêmio rendeu e rende vários trabalhos em
outros países, para marcas globais como HBO, Oral B, Gillette, Johnson &
Johnson’s, Nestlé, Lupo, Maggi, Vanish, além de diversos clientes no Brasil.

Audi coleciona imagens desde 1986, início de sua carreira. Trabalhou


em Minnesotta (EUA), Europa e países da América do Sul para adquirir
experiência em outros tipos de fotografia, mas hoje demonstra todo seu talento
na publicidade. Desde essa época, ele relata que já tinha vontade de atender
ao mercado publicitário, simplesmente por causa do alto grau de
profissionalismo que as fotos de publicidade exigem. Para ele, cada sessão de
fotos é um novo desafio. Procura sempre criar uma solução de luz, um clima,
um momento diferenciado.

O fotógrafo revela que o que lhe chama atenção na fotografia publicitária


é que, a cada momento, os criativos desenvolvem ideias e conceitos
revolucionários para chamar mais atenção ao produto que promovem e, com
isso, a precisão da execução dos trabalhos de fotografia é maior, quase
impossível de ser realizada. Isto, para o mesmo, é um desafio, pois após cada
foto aprovada, ele percebe o quão importante é estar a par das novas
tendências, conceitos e equipamentos, obrigando-o a manter-se muito
atualizado para atender seus clientes da melhor maneira possível.

Figura 35: Anúncio de bebida da marca One. Fotografia de Chico Audi.


Amaury Simões nasceu em Campinas, São Paulo. Durante o colegial,
foi orientado pela mãe a fazer um teste vocacional que revelou habilidades nas
áreas de Análise de Sistemas e Publicidade. A segunda opção foi a escolhida,
formando-se na PUC de Campinas em 1988.

Durante o primeiro ano quis abandonar a faculdade, pois achava tudo


muito monótono e teórico. A história mudou ao conhecer a sala escura e ver a
imagem surgir no papel branco após ser mergulhada em líquido químico de
revelação. Seu professor, Seiji Hiraide, notou o interesse do aluno e o convidou
para ser monitor das aulas; e depois, para auxiliar no estúdio em que
trabalhava. Ao se formar, continuou especializando-se e trabalhando como
assistente de diversos profissionais até seguir carreira sozinho. Foi um dos
primeiros fotógrafos a aderir ao formato digital.

Especialista em fotografia de moda, arquitetura e produto, trabalha com


marcas famosas como: Schincariol, Ford, Singer, 3M, Peels, Extra, General
Eletric, Benetton, Chamex, dentre outras.

Figura 36: Imagem de forno industrial. Fotografia de Amaury Simões.


Nascido em São Paulo em 1942, Du Ribeiro conviveu na infância com a
magia do laboratório fotográfico de seu tio, arquiteto e fotógrafo, Guilherme
Malfatti, que lhe deu, aos 14 anos, uma pequena câmera box. Anos mais tarde,
comprou uma Leica e passou a frequentar a Galeria Fotótica, no centro da
cidade, onde os apaixonados pela fotografia se encontravam. Nesse ambiente,
mergulhava nas imagens dos livros e municiava-se de informações, tornando-
se um autodidata em fotografia. A chance de ser fotógrafo veio quando ocupou
a vaga de assistente de Luiz Autuori, da antiga Standard Propaganda, que
passou a ser seu mestre durante dois anos.

Em 1977 montou seu próprio estúdio. Foi presidente da Abrafoto durante


seis anos, participando de diversas exposições no Brasil e no exterior e fez
parte de conselhos e associações importantes para o desenvolvimento da
fotografia brasileira. Hoje, considerado um dos principais fotógrafos de
publicidade do Brasil, possui um portfólio que conta com trabalhos de qualidade
em automóveis, aviões e produtos em geral, com importantes clientes
nacionais e internacionais, além dos trabalhos autorais que desenvolve.

Du Ribeiro faz o uso adequado de luz e sombras para enfatizar os


produtos e suas qualidades; a presença do objeto sempre se sobressai. A
intenção é claramente vender o produto pelo produto. Sendo um fotógrafo
detalhista, preocupa-se com o realismo de cada imagem, ressaltando as
peculiaridades de seus motivos com olhos apurados e precisão em sua técnica
fotográfica.

Figura 37: Fotografia de aeronave para a empresa Gol, de Du Ribeiro.


8. MERCADO DE TRABALHO E HONORÁRIOS:

Seguindo uma tendência natural da fotografia como forma de expressão,


a Fotografia de Produto evoluiu também como expressão artística e já não é
raro encontrar exemplos em certas galerias, como obras de arte (“fine art”) e a
um bom preço.

Também está sendo muito utilizada para popularizar uma atividade em


voga atualmente, principalmente nas redes sociais: a gastronomia. A
Fotografia Culinária já tornou-se, inclusive, uma especialidade, com
profissionais se destacando no setor, cada vez mais amplo, demandando fotos
de divulgação para restaurantes, bares, cafeterias e grandes empresas do
setor alimentício. Destacams também o e-commerce, que é, atualmente, um
enorme mercado para a Fotografia de Produtos, demandando fotos de jóias,
roupas e objetos em geral à venda pela Internet.

Figura 9: Exemplo de Fotografia Culinária para anúncio da série da Netflix: Chef's Table. Fotografia de
Patrick Darby.

Os fotógrafos profissionais em geral não possuem um salário mínimo


único em todo o país. A remuneração inicial de um fotógrafo depende muito
da região onde ele atua, do tipo de fotografia que produz e do mercado onde
trabalha. Algumas associações e sindicatos publicam pisos salariais para a
categoria, bem como tabelas de preços para guiar profissionais autônomos da
fotografia.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas no Distrito


Federal define o piso de R$ 2.657,60 para a função de fotógrafo gráfico. A
Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de
São Paulo divulga uma tabela de preços para diferentes serviços prestados
por fotógrafos:

 Fotos para utilização jornalística (editorial):

Jornal: R$ 160,00 (miolo) e R$ 599,00 (capa)

Revista: R$ 274,00 (miolo) e R$ 1.090,00 (capa)

Site: R$ 160,00

 Fotos para utilização jornalística (institucional):

Jornal: R$ 230,00 (miolo) e R$ 829,00 (capa)

Revista: R$ 420,00 (miolo) e R$ 1.402,00 (capa)

Site: R$ 280,00

 Fotos para livros didáticos:

Até meia página: R$ 160,00

Página miolo: R$ 218,00

Página dupla: R$ 308,00

Capa: R$ 465,00

 Fotos para livros comerciais:

Até meia página: R$ 274,00

Página miolo: R$ 389,00

Página dupla: R$ 547,00


Capa: R$ 817,00

 Fotos para utilização em publicidade (licenciamento por 6 meses):

Jornal: R$ 1.070,00 (até meia página) e R$ 1.520 (uma página)

Revista: R$ 1.371,00 (até meia página), R$ 1.978,00 (uma página) e R$


2.967,00 (página dupla)

Outdoor: R$ 6.089,00

De acordo com o site de empregos Catho, no ano de 2018, a média


salarial nacional para fotógrafos é de R$ 1.444,24 (o site não especifica a área
de atuação ou a jornada de trabalho). Um assistente de fotógrafo, segundo o
site, ganha em média R$ 1.036,93.

9. FOTOS DE MINHA AUTORIA:

Durante o curso de Fotografia Profissional Online na escola Focus, as


seguintes fotografias foram produzidas:
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

EGUIZABAL, Raul. Fotografia Publicitária. Madrid: Cátedra, 2001.

DA SILVA, Marcos. A influência da Fotografia Publicitária por meio da


persuasão por identificação nos anúncios da Triton. Santa Maria, 2006.
Disponível em :

https://lapecpp.files.wordpress.com/2011/05/marcos.pdf Acesso em 14/04/2018

MAGALHÃES, Ângela; PEREGRINO, Nadja Fonseca. Fotografia no Brasil: um


olhar das origens ao contemporâneo. Rio de Janeiro: FUNARTE, 2004.

MARCONDES, Pyr. Uma história da propaganda brasileira. 2ª ed. Rio de


Janeiro: Ediouro, 2002.

PALMA, Daniela. Do registro à sedução: os primeiros tempos da fotografia na


publicidade brasileira. Disponível em:

<http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao01/mat
eria01/do_registro_a_seducao.pdf>. Acesso em 08/04/2018
RAMOS, Ricardo. Do reclame à comunicação: pequena história da propaganda
no Brasil. 3ª edição. São Paulo: Atual, 1985.

https://focusfoto.com.br/a-fotografia-publicitaria-do-registro-a-seducao/ Acesso
em 02/04/2018

https://focusfoto.com.br/sobre-fotografia-publicitaria-tcc/ Acesso em 02/04/2018

https://focusfoto.com.br/fotografia-publicitaria-fotografia-still-tcc/ Acesso em
02/04/2018

https://focusfoto.com.br/fotografia-publicitaria-e-foto-produtos-tcc/ Acesso em
02/04/2018

https://focusfoto.com.br/fotografia-publicitaria-e-still-tcc/ Acesso em 02/04/2018

https://focusfoto.com.br/fotografia-publicitaria-tcc/ Acesso em 02/04/2018

https://focusfoto.com.br/fotografia-still-tcc/ Acesso em 02/04/2018

https://focusfoto.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Refer%C3%AAncias-
sobre-fotografia-publicit%C3%A1ria.pdf Acesso em 01/04/2018

http://intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2011/resumos/R28-1124-1.pdf
Acesso em 02/04/2018

https://lumina.ufjf.emnuvens.com.br/lumina/article/viewFile/121/115 Acesso em
02/04/2018

http://blogillustratus.blogspot.com.br/2010/03/fotografia-e-publicidade.html
Acesso em 02/04/2018

http://plugcitarios.com/2016/11/24/influencia-da-fotografia-na-publicidade/
Acesso em 02/04/2018

http://emais.estadao.com.br/noticias/geral,mostra-conta-a-historia-da-fotografia-
publicitaria-no-brasil-com-480-imagens,10000088937 Acesso em 02/04/2018

https://www.boredpanda.com/creative-print-ads/ Acesso em 02/04/2018

http://www.topteny.com/top-10-best-product-photographers-in-the-world/
Acesso em 01/04/2018
https://www.photoawards.com/top-10-advertising-commercial-photographers/
Acesso em 01/04/2018

https://www.quora.com/Who-are-the-3-best-product-photographers-today-and-
why Acesso em 01/04/2018

https://dofotografo.wordpress.com/2010/03/01/equipamentos-de-iluminacao/
Acesso em 01/04/2018

https://www.escoladeimagem.com.br/wp-content/uploads/MaterialAlunoEstudio-
de-Produtos.pdf Acesso em 01/04/2018

https://www.tecmundo.com.br/9930-fotografia-entenda-os-diferentes-tipos-de-
iluminacao.htm Acesso em 01/04/2018 Acesso em 01/04/2018

https://blog.emania.com.br/o-que-e-fotografia-still/ Acesso em 08/04/2018

http://college.canon.com.br/blog/os-segredos-da-fotografia-de-produtos-67
Acesso em 08/04/2018

https://wiki.nikonians.org/Product_photography Acesso em 08/04/2018

https://coconutproductphotography.com/blog/what-is-product-photography/
Acesso em 08/04/2018

https://www.shopify.com/blog/195059273-product-photography-guide Acesso
em 08/04/2018

http://socalwebworx.com/wordpress/what-is-product-photography/ Acesso em
08/04/2018

http://www.guiadacarreira.com.br/salarios/quanto-ganha-um-fotografo/ Acesso
em 08/04/2018

http://www.gustavopomarfotografia.com/ Acesso em 14/04/2018

http://www.koloskov.com/ Acesso em 14/04/2018

http://www.marcelchrist.com/ Acesso em 14/04/2018

https://www.timtadder.com/ Acesso em 14/04/2018

http://karltaylorportfolio.com/ Acesso em 14/04/2018


http://www.timothy-hogan.com/index Acesso em 14/04/2018

http://www.norimichi.com/ Acesso em 14/04/2018

http://www.timhawley.com/ Acesso em 14/04/2018

http://www.duribeiro.com.br/ Acesso em 14/04/2018

http://www.alexandrerielo.com.br/ Acesso em 14/04/2018

http://www.chicoaudi.com/ Acesso em 14/04/2018

https://www.amaurysimoes.com/ Acesso em 14/04/2018

http://www.patrickdarbyphotography.com/ Acesso em 14/04/2018

Você também pode gostar