Você está na página 1de 1

A origem da vida na Terra

A origem da vida é um dos assuntos que mais incitam a curiosidade das pessoas. Será que a primeira forma de vida
surgiu em nosso planeta ou chegou aqui após ser formada? Será que a vida foi criada por ação divina? A Terra primitiva possuía
as condições necessárias para a formação da vida? Várias são as hipóteses que tentam explicar como a vida surgiu e nós
abordaremos algumas das mais conhecidas.

Criacionismo
O criacionismo, uma das ideias mais antigas sobre a origem da vida, defende que os seres vivos do nosso planeta
surgiram por ação divina, assim como descrito na Bíblia, mais precisamente no livro de Gênesis. Essa ideia é até hoje muito aceita
por fiéis em todo o mundo.
Panspermia
A panspermia é uma hipótese que afirma que a vida não surgiu em nosso planeta, mas fora dele. Essa ideia teve início
com a afirmação do filósofo grego Anaxágoras, que afirmou que sementes da vida poderiam ser encontradas em todo o universo.
Com essa afirmação, surgiu a ideia de que a vida poderia ter sido gerada em outro local e depois ter chegado à Terra.
A hipótese da panspermia ganhou força em 1830, quando pesquisadores descobriram a presença de compostos orgânicos
em amostras de meteorito. Os meteoritos, então, poderiam ser considerados como veículos de transporte de partículas para várias
partes do espaço. Desse modo, se meteoritos chegassem à Terra contendo vida, poderiam inoculá-la em nosso planeta.

→ Hipótese de Oparin e Haldane

A hipótese mais aceita atualmente para explicar a origem da vida no planeta é a de Oparin e Haldane. Esses dois
pesquisadores, de maneira independente, propuseram que a Terra apresentava uma atmosfera diferente no passado e que a ação de
diferentes fatores culminou na formação de moléculas simples, as quais deram origem à vida.
A atmosfera primitiva, de acordo com Oparin e Haldane, era composta basicamente por amônia, hidrogênio, metano e
vapor de água. O vapor de água era essencial para a formação de nuvens, que se precipitavam, ocasionando chuvas, o que
permitiu que a superfície da Terra recebesse água. Essa água evaporava muito rapidamente, uma vez que, no início, a superfície
era extremamente quente.
A atmosfera da Terra primitiva sofria ainda com a ação de descargas elétricas e radiação ultravioleta do Sol. Esses dois
agentes foram essenciais para que os elementos da atmosfera reagissem e formassem moléculas orgânicas, como os aminoácidos.
A hipótese de Oparin e Haldane diz que a atmosfera primitiva sofria ação de radiação e descargas elétricas.
Esses compostos chegaram à superfície da Terra por meio da água das chuvas. Os aminoácidos, em condições adequadas, deram
origem a estruturas semelhantes a proteínas. Essas proteínas foram acumulando-se nos oceanos em formação e deram origem aos
chamados coacervados (agregados de proteínas rodeadas por água). Com o tempo, esses agregados tornaram-se cada vez mais
estáveis e complexos e passaram a se duplicar, resultando nos primeiros seres vivos.

Experimento de Miller e Urey

Os pesquisadores Miller e Urey, em 1953, montaram um experimento para recriar as condições da Terra primitiva
proposta por Oparin e Haldane. Nesse experimento, os pesquisadores da Universidade de Chicago foram capazes de produzir
aminoácidos e também outros compostos orgânicos, comprovando, desse modo, que a ideia de Oparin e Haldane poderia estar
correta e que moléculas orgânicas poderiam ser formadas naquelas condições.

Vale salientar, no entanto, que atualmente se sabe que a atmosfera primitiva não seria como aquela proposta por Oparin e
Haldane. É válido ressaltar que experimentos realizados em outras condições da atmosfera também conseguiram produzir
moléculas orgânicas.

→ Hipótese heterotrófica e autotrófica

O planeta primitivo apresentava condições pouco propícias à vida. Assim sendo, muito ainda se discute a respeito de
como era o primeiro ser vivo e como ele conseguia alimento naquele ambiente. Duas hipóteses tentam explicar como eram esses
seres vivos: a hipótese heterotrófica e a hipótese autotrófica.

Como sabemos, organismos heterotróficos são incapazes de produzir seu próprio alimento, necessitando captar matéria
orgânica do meio. Os pesquisadores que defendem que os primeiros organismos apresentavam esse tipo de nutrição baseiam-se no
fato de que os primeiros seres deveriam ser pouco complexos e dificilmente seriam capazes de produzir seu alimento. Eles,
provavelmente, captavam a matéria orgânica disponível e obtinham a energia delas por meio da fermentação.
A outra hipótese existente sugere que os seres vivos primitivos eram, sim, capazes de produzir seu próprio alimento e
realizavam quimiossíntese, isto é, quando os seres vivos são capazes de produzir moléculas orgânicas utilizando a energia liberada
de compostos inorgânicos. Segundo os defensores dessa ideia, os primeiros seres vivos não poderiam ser heterotróficos, pois
naquele ambiente não haveria moléculas orgânicas suficientes para suprir a necessidade de todos os seres vivos em formação.

Você também pode gostar