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Prefácio

Este material não tem a pretensão de esgotar conhecimentos


sobre o assunto, mas tem, sim, a intenção de servir como um ponto
de partida para abrir novos horizontes àqueles que estão à
procura de novas e melhores oportunidades.

Numa linguagem acessível e com metodologia adequada a jovens


e adultos, esta apostila tem por objetivo proporcionar-lhes
condições de melhorar sua capacidade de inserção ou reinserção
no mercado de trabalho, apontando-lhes meios de geração de
renda para sustento seu e de sua família e, num espectro mais
amplo, oferecer uma pequena contribuição na busca da redução
das desigualdades sociais.

Centro Paula Souza


Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada
Sumário
Algumas atribuições para o assistente de logística ......................................................................... 6
Administração de produção e logística .................................................................................................... 7
Apresentação ......................................................................................................................................................... 7
Cinco objetivos básicos ..................................................................................................................................... 8
Administração da produção ........................................................................................................................... 8
Departamento de compras .............................................................................................................................. 8
Solicitação de compras...................................................................................................................................... 9
Logística ..................................................................................................................................................................... 9
Previsão e controle de estoque ...................................................................................................................... 9
Controle ................................................................................................................................................................... 10
Logística empresarial ...................................................................................................................................... 10
Logística de abastecimento .......................................................................................................................... 10
Administração de materiais e logística ................................................................................................. 12
O conceito de administração de materiais: ........................................................................................ 12
Administração de materiais: definições................................................................................................ 13
A importância da administração de materiais e sua amplitude ............................................ 14
Responsabilidade e atribuições da administração de materiais............................................ 17
Redução nos custos de fabricação: ......................................................................................................... 17
Redução dos custos de material comprado ....................................................................................... 17
Redução dos custos e perdas de estoque ............................................................................................ 17
Redução dos custos de escritórios: ......................................................................................................... 18
Fortalecimento da posição financeira: .................................................................................................. 18
Como atingir os objetivos.............................................................................................................................. 18
Terminologias utilizadas na administração de materiais .......................................................... 20
Classificação e descrição dos materiais ............................................................................................... 22
Critérios sobre a descrição........................................................................................................................... 23
Estrutura e formação da especificação ................................................................................................ 24
Fontes de especificação ................................................................................................................................ 25
Principais Objetivos ........................................................................................................................................ 25
Classificação do material .............................................................................................................................. 25
Tipos de classificação ...................................................................................................................................... 26
Por tipo de demanda ...................................................................................................................................... 26
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Materiais de estoque ...................................................................................................................................... 26
Quanto ao valor do consumo anual...................................................................................................... 27
Codificação dos materiais ........................................................................................................................... 27
Tipos de codificação........................................................................................................................................ 27
Método decimal e classificação de material ....................................................................................... 28
Exemplo de codificação pelo sistema decimal .................................................................................. 28
Fluxo de documentos ...................................................................................................................................... 29
Sistema e controle da informação ........................................................................................................... 30
Tipos de arranjo físico de instalações de manufatura ................................................................. 30
Objetivos da gestão de estoque ................................................................................................................. 31
Qual é hora certa de fazer compras? ..................................................................................................... 32
Recursos de materiais .................................................................................................................................... 33
Controle seu estoque ....................................................................................................................................... 33
Funções do estoque .......................................................................................................................................... 34
Classificação de estoques de matérias-primas (mps)................................................................... 35
Estoques de materiais em processamento ou em vias ................................................................ 35
Estoques de materiais semiacabados .................................................................................................... 35
Estoques de materiais acabados ou componentes ........................................................................ 36
Estoques de produtos acabados (pas) ................................................................................................... 36
Controle de estoques ....................................................................................................................................... 36
Principais objetivos ......................................................................................................................................... 37
Informações contidas na ficha ................................................................................................................... 37
Modelos de fichas: ............................................................................................................................................. 39
Curva ABC ............................................................................................................................................................. 39
Aplicação................................................................................................................................................................. 40
Procedimentos de Classificação ................................................................................................................ 40
Coleta de dados ................................................................................................................................................. 40
Investimento anual ......................................................................................................................................... 41
Ordenação dos itens....................................................................................................................................... 41
Cálculo da Porcentagem .............................................................................................................................. 41
Elaboração da Curva ABC .......................................................................................................................... 42
1ª Etapa .................................................................................................................................................................. 42
2ª Etapa .................................................................................................................................................................. 43

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Análise dos resultados: .................................................................................................................................. 44
Arranjo físico (layout) de instalações ..................................................................................................... 45
Layout de instalações alguns objetivos ............................................................................................ 45
Análise de um valor.......................................................................................................................................... 46
Causas de custos supérfluos...................................................................................................................... 47
Objetivos da análise do valor ...................................................................................................................... 47
Composição de custos .................................................................................................................................... 47
O que é uma Composição de Custos? ................................................................................................. 47
Materiais ou Serviços .................................................................................................................................... 47
Mão-de-Obra ....................................................................................................................................................... 48
Custos Diretos ................................................................................................................................................... 48
Custos Indiretos ............................................................................................................................................... 49
Elaboração de uma Composição de Custos ..................................................................................... 49
Custos dos estoques ........................................................................................................................................ 50
Custos de Manutenção ou de Posse ..................................................................................................... 50
Custos de natureza física (são os que encontramos na Contabilidade): ......................... 50
Custos de natureza comercial:................................................................................................................. 50
Custos de Risco de: ........................................................................................................................................ 50
Custos de oportunidade = Desvio de dinheiro que poderia ser utilizado nos custos
de oportunidade: .............................................................................................................................................. 50
Objetivo de compras ........................................................................................................................................ 51
Aquisição e compra de material ................................................................................................................ 51
Fluxo sintético de compras .......................................................................................................................... 51
Tipos de compras............................................................................................................................................... 52
Compras para investimento ........................................................................................................................ 52
Compras para consumo ................................................................................................................................ 52
Materiais Produtivos ........................................................................................................................................ 52
Materiais improdutivos .................................................................................................................................. 53
Compras Locais................................................................................................................................................. 53
Compras por Importação............................................................................................................................. 53
Material certo ....................................................................................................................................................... 53
O pedido de compra ......................................................................................................................................... 54
O armazenamento ............................................................................................................................................. 54

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Embalagens........................................................................................................................................................... 55
Perspectivas .......................................................................................................................................................... 56
Materiais de embalagem................................................................................................................................ 56
Tipos de materiais ............................................................................................................................................. 56
Tipos de embalagem ........................................................................................................................................ 56
Embalagem para o consumidor com ênfase no marketing ...................................................... 57
Embalagem industrial com ênfase na logística ............................................................................... 58
Proteção contra avaria .................................................................................................................................. 58
Utilidade e eficiência do manuseio de materiais ............................................................................. 59
Características dos produtos ...................................................................................................................... 59
Cargas unitizadas.............................................................................................................................................. 60
Fixação de cargas .............................................................................................................................................. 60
Comunicação........................................................................................................................................................ 60
Rastreamento ....................................................................................................................................................... 60
Instruções de manuseio................................................................................................................................. 60
Materiais alternativos ..................................................................................................................................... 60
Materiais tradicionais ..................................................................................................................................... 60
Tipos de Contêineres...................................................................................................................................... 61
Classificação dos tipos de embalagens ................................................................................................. 62
Sistema 5´s ............................................................................................................................................................ 63
O Método 5 s ........................................................................................................................................................ 64
Os 5 conceitos são: ........................................................................................................................................... 64
Objetivos do programa: .................................................................................................................................. 65
Planejamento e prática dos conceitos ................................................................................................... 65
Vantagens: ............................................................................................................................................................. 66
Dicas para a prática do método 5s: ........................................................................................................ 70
Estoques e utensílios de trabalho: .......................................................................................................... 71
Atividade prática em sala de aula............................................................................................................ 72
Referências bibliográficas ............................................................................................................................. 73

Curso de Assistente de Logística 5


Algumas atribuições do assistente de logística

Elaborar planilhas de custos de fabricação e de manutenção de máquinas e


equipamentos, considerando a relação custo-benefício;
Identificar e formular estratégias de planejamento: de armazenamento e
disposição física de produtos, de compra e venda, de pós-venda;
Controlar estoques utilizando técnicas e modelos adequados;
Identificar as estruturas orçamentárias e societárias das organizações e
relacioná-las com os processos de gestão específicos;
Utilizar os instrumentos de planejamento, bem como executar, controlar e
avaliar os procedimentos dos ciclos:
o de pessoal;
o de recursos materiais;
o tributário;
o financeiro; o

contábil;
o do patrimônio;
o dos seguros; o
da produção;
o dos sistemas de informações.
Executar a logística do transporte e do tráfego, aplicando estratégias que
compatibilizem recursos com demandas;
Identificar os diversos tipos de veículos transportadores e relacioná-los com
as diversas modalidades de transporte, visando a sua adequação e
integração;
Aplicar a legislação referente ao trânsito de veículos, ao transporte de
passageiros e à manipulação, armazenamento e transporte de cargas,
identificando os organismos que as normatizam, no Brasil e no exterior;
Elaborar a documentação necessária para operações de transportes segundo
a modalidade e o tipo de veículo;
Realizar processos de compras;
Executar conferência de materiais na recepção e na expedição;
Utilizar sistemas e processos para planejamento, programação e controle:

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o da produção de bens e serviços;
o de transportes e cargas;
o de estoques;
o de armazenagem;
o de custos logísticos.
Controlar movimentação de materiais na organização;
Elaborar planilhas eletrônicas para tomada de decisões gerenciais.

Administração de produção e logística

Apresentação
Administração da Produção é uma atividade que atinge a todos os ramos de uma
organização. Sua dinâmica de operacionalização ocorre através da utilização das
funções básicas administrativas:
Planejar;
Organizar;
Comandar;
Controlar;
Coordenar.

A função central da produção é alcançar o objetivo principal da empresa, ou seja,


a razão dela existir. É responsável pela produção de bens ou serviços.
Estratégia de produção: as formas de organizar a produção para atender a
demanda e ser competitiva.
Projeto de produtos e serviços: criação e melhoramento em produtos e
serviços.
Sistemas de produção: arranjo físico e fluxos produtivos.
Estudos de tempos e movimentos.
Planejamento da produção: planejamento de capacidade.
Planejamento e controle de projetos.
Responsabilidade na transformação de entrada (matéria-prima) e em saída
(material acabado).
Curso de Assistente de Logística 7
Diante do envolvimento da função produção com outras atividades para o sucesso
competitivo das empresas em longo prazo, é importante ressaltar o relacionamento
com outros departamentos.

Cinco objetivos básicos

Qualidade: reduz custos aumenta confiabilidade;


Rapidez: reduz estoques e riscos;
Confiabilidade: economiza tempo, dinheiro e dá estabilidade;
Flexibilidade: agiliza resposta, maximiza tempo;
Custos: diminui o custo com funcionários, instalações, materiais etc.

Administração da produção

Especificar e acumular elementos de entrada: atividades que devem ser feitas


antes que o processo produtivo tenha início (equipamentos, mão-de-obra,
matéria-prima) para que a produção tenha um fluxo contínuo;
Instalação do processo de transformação: decisões sobre o tipo de processo,
equipamentos e máquinas a serem utilizados;
Coordenação e operação do processo produtivo: garantir a produção e
programação;
Avaliar e controlar materiais diversos e matéria-prima de forma a não
permitir a falta de suprimentos, bem como, planos de produção que atendam
a previsão de vendas;
Avaliar a amplitude dos aspectos ambientais e definir medidas corretivas;
Desenvolvimento do projeto;
Especificação do produto;
Planejamento da produção;
Métodos de produção feita de acordo com o volume de vendas;
Controle da produção assegurar a qualidade do produto acabado. Obter
baixo custo e melhor qualidade.

Departamento de compras

Ter critérios técnicos para escolha dos fornecedores;


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Ter históricos de preços;
Negociações com clientes para não ter grandes estoques;
Follow-up (prazos, preços, quantidade e qualidade);
Recebimento dos materiais.

Solicitação de compras

Controle gastos orçamento para autorizar as compras;


Processo de compras processo de licitação ou compras diretas;
Qualificação de fornecedores;
Cotação de preços on-line;
Seleção de vencedor: melhor e menor preço, técnico, prazo;
Interação com administração financeira para gerar previsão de pagamentos;
Integração com contabilidade alimentando compras e consumo;
Distribuição de material recebido (controle).

Logística

É encarregada por uma sequência de operações que se inicia na solicitação de


compras, identificação dos fornecedores, compra e recebimento de material,
transporte, armazenamento de produto acabado e encerra-se quando ocorre a
distribuição deste produto ao consumidor final.

Previsão e controle de estoque

Reposição automática de estoque com geração de compras através de lotes


(requisição de materiais de compras através de lotes);
Organização física e financeira acompanhamento dos níveis de estoque e
consumo;
Controle de lote validade dos produtos;
Inventário contagem física do material;
Auxilia no processo de aquisição controle na movimentação das entradas
de insumos e matérias-primas.

Curso de Assistente de Logística 9


Controle

Auxilia nos processos de Controle, Programação e Planejamento das


Movimentações de materiais (interno e externo);
Níveis de estoque;
Suporte nos canais de comunicação dos Sistemas Logísticos;
Interpretar planilhas rodízio material;
Introdução de novas tecnologias e no intercâmbio dos câmbios;
Identificar falhas no projeto logístico;
Estoque mínimo ponto de reposição estoque máximo lote de compra.

Logística empresarial

A logística empresarial estuda como a administração pode melhor prover o nível de


rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de
planejamento, organização e controles efetivos para atividades de movimentação e
armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. Ela trata de todas as
atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim
como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o
propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo
razoável. Existem muitas maneiras de definir o conceito de logística. Neste
trabalho estaremos adotando o conceito de Logística definido pela organização
Council of Logistics Management - CLM
suprimentos (supply chain) que planejam, estruturam e controlam, de forma
eficiente e eficaz, o fluxo de armazenamento dos bens dos serviços e da informação
relacionada, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, para satisfazer o

Logística de abastecimento

Dentro da logística integrada temos que fazer uma diferenciação entre as variantes
da logística:
A logística de abastecimento é a atividade que administra o transporte de
materiais dos fornecedores para a empresa, o descarregamento no
recebimento e armazenamento das matérias-primas e concorrentes.
Estruturação da modulação de abastecimento, embalagem de materiais,

Curso de Assistente de Logística 10


administração do retorno das embalagens e decisões sobre acordos no
sistema de abastecimento da empresa.
A logística de distribuição é a administração do centro de distribuição,
localização de unidades de movimentação nos seus endereços,
abastecimento da área de separação de pedidos, controle da expedição,
transporte de cargas entre fábricas e centro de distribuição e coordenação
dos roteiros de transportes urbanos.
A logística de manufatura é a atividade que administra a movimentação para
abastecer os postos de conformação e montagem, segundo ordens e
cronogramas estabelecidos pela programação da produção. Desovas das
peças conformadas como semiacabados e componentes, armazenamento nos
almoxarifados de semiacabados. Deslocamento dos produtos acabados no
final das linhas de montagem para os armazéns de produtos acabados.
A logística organizacional é a logística dentro de um sistema organizacional,
em função da organização, planejamento, controle e execução do fluxo de
produtos, desde o desenvolvimento e aquisição até a produção e distribuição
para o consumidor final, para atender às necessidades do mercado a custos
reduzidos e uso mínimo de capital.
Outro fator importante que surgiu com a evolução da logística foi a Logística
Reversa, que é a área da logística empresarial associada a retornos de produtos,
reciclagem, substituição de materiais, reutilização de materiais, descarte de
resíduos e reformas, reparos e remanufatura.
A missão do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as atividades
necessárias para alcançar níveis desejáveis dos serviços e qualidade ao custo mais
baixo possível. Portanto, a logística deve ser vista como o elo entre o mercado e a
atividade operacional da empresa. O raio de ação da logística estende-se sobre
toda a organização, do gerenciamento de matérias-primas até a entrega do
produto final.
Unitização: Corresponde à alocação de um conjunto de mercadorias em uma
única unidade com dimensões padronizadas, o que facilita as operações de
armazenamento e movimentação da carga sob forma mecanizada. Não constitui
propriamente uma embalagem; é um acessório para o deslocamento ou transporte
de carga, não integrando o produto ou o conjunto de produtos armazenados.
Paletização - utilização de plataforma de madeira ou estrado destinado a suportar
carga, fixada por meio de cintas, permitindo sua movimentação mecânica com o
uso de garfos de empilhadeira ou guindastes mecânicos específicos para esse fim,
obedecendo padrões, permitindo que o guindaste movimente o pallet por dois
lados ou por quatro lados com seus garfos ou permitindo ainda que a carga seja
paletizada, envolvida em filme PVC.
Curso de Assistente de Logística 11
Conteinerização - colocação da carga em contêiner ("cofre de carga") que é um
recipiente construído de material resistente o suficiente para suportar o uso
repetitivo, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança,
inviolabilidade e rapidez, permitindo o fácil carregamento e descarregamento,
adequado à movimentação mecânica e ao transporte por diferentes equipamentos.

(pés), com sua classificação para cada tipo de carga.

Administração de materiais e logística

Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, sejam eles
financeiros, humanos ou materiais. Esta disciplina irá focar a sua atenção sobre
estes últimos, sejam eles no que diz respeito aos insumos ou aos bens
patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação. Com a crescente
concorrência existente por uma participação no mercado consumidor, as
empresas buscam identificar formas de melhorar seus desempenhos, encontrando
maneiras diferentes de obterem vantagens competitivas. Uma das formas de obter
uma vantagem, se não competitiva, mas pelo menos comparativa, é através de
uma boa gestão dos recursos materiais e patrimoniais.
Com os custos crescentes é importante gerir bem seus estoques e seu patrimônio
produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficácia. É sobre isso
que estaremos falando a partir de agora.

O conceito de administração de materiais:

Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de operações que tem


início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu
recebimento, transporte interno e acondicionamento (armazenagem), em seu
transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto
acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. FIGURA 1. Ciclo
da Administração de Materiais.

Curso de Assistente de Logística 12


Administração de materiais: definições

A Administração de Materiais é definida como sendo um conjunto de atividades


desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a
suprir as diversas unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal
das respectivas atribuições. Tais atividades abrangem desde o circuito de
reprovisionamento, inclusive compras, recebimento, armazenagem dos materiais,
fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de
controle de estoques etc.

contínua de um estoque, organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens

A Administração de Materiais moderna é conceituada e estudada como um


Sistema Integrado em que diversos subsistemas próprios interagem para
constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a administração dos meios
necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da
organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade
requerida e pelo menor custo.
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, influi no
tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento oportuno acarretará, em
regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da organização. Por outro
lado, a providência do suprimento, após esse momento, poderá levar à falta do
material necessário ao atendimento de determinada necessidade da
administração. Do mesmo modo, o tamanho do Lote de Compra acarreta as
Curso de Assistente de Logística 13
mesmas consequências: quantidades além do necessário representam inversões
em estoques ociosos, assim como, quantidades aquém do necessário podem levar
à insuficiência de estoque, o que é prejudicial à eficiência operacional da
organização.
Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acarretam, se mal
planejados, além de custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes, fatores
esses decorrentes de quaisquer das situações assinaladas. Da mesma forma, a
obtenção de material sem os atributos da qualidade requerida para o uso a que se
destina acarreta custos financeiros maiores, retenções ociosas de capital e
oportunidades de lucro não realizadas. Isto porque materiais nestas condições
podem implicar em paradas de máquinas, defeitos na fabricação ou no serviço,
inutilização de material, compras adicionais etc.
Os subsistemas da Administração de Materiais, integrados de forma sistêmica,
fornecem, portanto, os meios necessários à consecução das quatro condições
básicas alinhadas acima, para uma boa Administração de material.

A importância da administração de materiais e sua amplitude

Sendo o ambiente competitivo como é, faz-se necessário a busca de alternativas de


vencer os concorrentes. A administração de materiais é bastante ampla e pode
contribuir a partir do momento que envolve as seguintes atividades:
Gerenciamento dos recursos materiais;
Gerenciamento dos estoques de:
o Materiais auxiliares;

o Matéria-prima;

o Produtos/materiais em processo;

o Produtos acabados;

Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais:


o Equipamentos;
o Instalações, prédios, veículos etc.
Compras:
o O que deve ser comprado? o

Como deve ser comprado? o


Quando deve ser comprado? o
Onde deve ser comprado?
Curso de Assistente de Logística 14
o De quem deve ser comprado?

o Por que preço deve ser comprado?

o Em que quantidade deve ser comprado?

o Logística interna e Logística Externa.

Do desempenho satisfatório dessas atividades dependem os Departamentos de


Vendas, Produção, Manutenção, os Setores Administrativos etc.
Deve-se considerar:
que o número de itens e a diversidade dos mesmos é grande;
que as informações têm de ser precisas e rápidas;
que a manutenção de estoques representa parcela significativa do ativo
da empresa etc.
Armazenagem / Almoxarifado - subsistema responsável pela gestão física
dos estoques, compreendendo as atividades de guarda, preservação,
embalagem, recepção e expedição de material, segundo determinadas
normas e métodos de armazenamento. O almoxarifado é o responsável pela
guarda física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em
processo. É o local onde ficam armazenados os produtos para atender a
produção e os materiais entregues pelos fornecedores.
Movimentação de Material - subsistema encarregado do controle e
normalização das transações de recebimento, fornecimento, devoluções,
transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de
entrada e de saída de material.
Inspeção de Recebimento - subsistema responsável pela verificação física e
documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar-se da
verificação dos atributos qualitativos pelas normas de controle de qualidade.
Cadastro - subsistema encarregado do cadastramento de fornecedores,
pesquisa de mercado e compras.
Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio responsável pela
verificação da aplicação das normas e dos procedimentos estabelecidos para
o funcionamento da Administração de Materiais em toda a organização,
analisando os desvios da política de suprimento traçada pela administração
e proporcionando soluções.
Padronização e Normalização - subsistema de apoio ao qual cabe a
obtenção de menor número de variedades existentes de determinado tipo de
material, por meio de unificação e especificação dos mesmos, propondo
medidas de redução de estoques.

Curso de Assistente de Logística 15


Transporte de Material - subsistema de apoio que se responsabiliza pela
política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de
material. A colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das
matérias-primas na fábrica são de responsabilidade do setor de Transportes
e Distribuição. É nesse setor que se executa a administração da frota de
veículos da empresa e/ou onde também são contratadas as transportadoras
que prestam serviços de entrega e coleta.

A integração dessas subfunções funciona como um sistema de engrenagens que


aciona a Administração de Material e permite a interface com outros sistemas da
organização. Assim, quando um item de material é recebido do fornecedor, houve,
antes, todo um conjunto de ações inter-relacionadas para esse fim: o subsistema
de Controle de Estoque aciona o subsistema de Compras que recorre ao
subsistema de Cadastro.
Quando ocorre o recebimento do material pelo almoxarifado, o subsistema de
Inspeção é acionado de modo que os itens aceitos pela inspeção física e
documental são encaminhados ao subsistema de Armazenagem para guarda nas
unidades de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo tempo em que o
subsistema de Controle de Estoque é informado para proceder aos registros físicos
e contábeis da movimentação de entrada. O subsistema de Cadastro também é
informado para encerrar o dossiê de compras e processar as anotações cadastrais
pertinentes ao fornecimento.
Os materiais recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos ao fornecedor.
A devolução é providenciada pelo subsistema de Aquisição que aciona o fornecedor
para essa providência após ser informado, pela Inspeção, que o material não foi
aceito. Igualmente, o subsistema de Cadastro é informado do evento para
providenciar o encerramento do processo de compra e processar, no cadastro de
fornecedores, os registros pertinentes.
Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comunicado ao
subsistema de Controle de Estoque pelo subsistema de Armazenagem. Este
procede à baixa física e contábil, podendo gerar com isso, uma ação de
ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo subsistema de Controle de Estoques
uma ordem ao subsistema de Compras para que o material seja comprado de um
dos fornecedores cadastrados e habilitados pela organização do subsistema de
Cadastro. Após a concretização da compra, o subsistema de Cadastro também fica
responsável para providenciar aos fornecedores o cumprimento do prazo de
entrega contratual, iniciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento de
material.
Todos esses subsistemas não aparecem configurados na Administração de
Curso de Assistente de Logística 16
Materiais de qualquer organização. As partes componentes desta função
dependem do tamanho, do tipo e da complexidade da organização, da natureza e
de sua atividade-fim e, do número de itens do inventário.

Responsabilidade e atribuições da administração de materiais

a) suprir, através de compras, a empresa, de todos os materiais necessários ao


seu funcionamento;
b) avaliar outras empresas como possíveis fornecedores;
c) supervisionar os almoxarifados da empresa;
d) controlar os estoques;
e) aplicar um sistema de reprovisionamento adequado, fixando Estoques
Mínimos, Lotes Econômicos e outros índices necessários ao gerenciamento
dos estoques, segundo critérios aprovados pela direção da empresa;
f) manter contato com as Gerências de Produção, Controle de Qualidade,
Engenharia de Produto, Financeira etc.
g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
h) coordenar os inventários rotativos.

Redução nos custos de fabricação:

a) Aumento da utilização de mão-de-obra, supervisão, através de eliminação


das paradas, causadas por falta de matéria-prima;
b) Minimização das paradas das máquinas pela falta de peças sobressalentes
essenciais;
c) Produção de lotes econômicos em lugar de lotes pequenos,
constantes programação.

Redução dos custos de material comprado

a) Redução de compras de emergência;


b) Redução dos custos de obtenção em virtude de menor frequência de
compras.

Redução dos custos e perdas de estoque

É alcançada:

Curso de Assistente de Logística 17


a) Mantendo-se um estoque adequado de cada produto e, portanto, reduzindo
a quantidade total de artigos acabados, necessários para proporcionar uma
distribuição competitiva;
b) Mantendo equilíbrio mais econômico entre os custos de armazenamento e
os custos de obtenção;
c) Impedindo acumulação de produtos em processamento devido à falta
imprevista de matéria-prima ou peças compradas.

Redução dos custos de escritórios:

É conseguida através da redução:


a) Nos custos das atividades de acompanhamento das compras expedição;
b) Nos custos de verificação física dos estoques;
c) No tempo gasto pelo pessoal do escritório em administrar complexas rotinas
de modificação e localização das ordens, reprogramação ou atividades
similares, essenciais para fazer verificação das ordens em processamento e
para expedir ordens urgente para clientes importantes.

Fortalecimento da posição financeira:

a) Preservação de uma liquidez maior do capital de giro;


b) Redução das necessidades totais de capital para depósitos regionais e outros
espaços de armazenamento para fábrica e equipamentos, para suportar
picos (aumentos, culminância) na demanda e na produção.

Como atingir os objetivos

Estes objetivos da gestão do Estoque podem ser praticamente atingidos através do


exercício das seguintes funções principais:
1. Fazer o cálculo do estoque mínimo;
2. Fazer o cálculo do lote de suprimento;
3. Fazer o cálculo do estoque máximo;
4. Emitir ficha de controle de estoque completa;
5. Manter atualizadas a ficha de estoque;
6. Replanejar os dados quando surjam razões para sua modificação;
Curso de Assistente de Logística 18
7. Emitir solicitação de compra para os materiais cuja compra tenha sido
delegada pelo PCP, ao qual a função pertence;
8. Fornecer aos demais órgãos da Empresa, os dados que lhes são solicitados,
medindo autorização do PCP, ao qual deve ser normalmente subordinado;
9. Receber o material que entra juntamente com a nota de entrega (N.F.),
conforme sistema adotado pela Empresa;
10. Identificar o material com o código interno da Empresa;

11. Guardar o material;

12. Conservar o material nas condições mais seguras;

13. Entregar o material mediante requisição;

14. Guardar a documentação de entrada e saída;

15. Organizar o material e manter sua organização.

Seguem os principais objetivos da área de Administração de Recursos Materiais e


Patrimoniais:
a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e, certamente, um dos mais
importantes. Reduzir o preço de compra implica em aumentar os lucros, se
mantida a mesma qualidade;
b) Alto Giro de Estoques - implica melhor utilização do capital, aumentando o
retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital de giro;
c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem fundamentalmente da
eficácia das áreas de Controle de Estoques, Armazenamento e Compras;
d) Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma análise criteriosa
quanto à escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e
transportes são afetados diretamente por este item;
e) Consistência de Qualidade - a área de materiais é responsável apenas pela
qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedores externos.
Em algumas empresas, a qualidade dos produtos e/ou serviços constitui-se
no único objetivo da Gerência de Materiais;
f) Despesas com Pessoal - obtenção de melhores resultados com a mesma
despesa ou mesmo resultado com menor despesa - em ambos os casos, o

pessoal porque se pode alcançar com isto outros objetivos, propiciando


m
g) Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de uma empresa no
Curso de Assistente de Logística 19
mundo dos negócios é, em alto grau, determinada pela maneira como
negocia com seus fornecedores;
h) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve estar interessada em
aumentar a aptidão de seu pessoal;
i) Bons Registros - são considerados como o objetivo primário, pois
contribuem para o papel da Administração de Material na sobrevivência e
nos lucros da empresa, de forma indireta.

Terminologias utilizadas na administração de materiais

Artigo ou Item - designa qualquer material, matéria-prima ou produto


acabado que faça parte do estoque;
Unidade - identifica a medida, tipo de acondicionamento, características de
apresentação física (caixa, bloco, rolo, folha, litro, galão, resma, vidro, peça,
quilograma, metro etc.);
Pontos de Estocagem - locais onde os itens em estoque são armazenados e
sujeitos ao controle da administração;
Estoque - conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes
fisicamente no almoxarifado à espera de utilização futura e que permite
suprir regularmente os usuários, sem causar interrupções às unidades
funcionais da organização;
Estoque Ativo ou Normal - é o estoque que sofre flutuações quanto a
quantidade, volume, peso e custo em consequência de entradas e saídas;
Estoque Morto ou Inativo - não sofre flutuações, é estático;
Estoque Empenhado ou Reservado - quantidade de determinado item, com
utilização certa, comprometida previamente e que por alguma razão
permanece temporariamente em almoxarifado. Está disponível somente para
uma aplicação ou unidade funcional específica;
Estoque de Recuperação - quantidades de itens constituídas por sobras de
retiradas de estoque, salvados (retirados de uso após desmontagens) etc.,
sem condições de uso, mas passíveis de aproveitamento após recuperação,
podendo vir a integrar o Estoque Normal ou Estoque de Materiais
Recuperados, após a obtenção de suas condições normais;
Estoque de Excedentes, Obsoletos ou Inservíveis - constitui as
quantidades de itens em estoque, novos ou recuperados, obsoletos ou
inúteis que devem ser eliminados. Constitui um Estoque Morto;

Curso de Assistente de Logística 20


Estoque Disponível - é a quantidade de um determinado item existente em
estoque, livre para uso;
Estoque Teórico - é o resultado da soma do disponível com a quantidade
pedida, aguardando o fornecimento;
Estoque Mínimo: é a menor quantidade de um artigo ou item que deverá
existir em estoque para prevenir qualquer eventualidade ou emergência (falta)
provocada por consumo anormal ou atraso de entrega;
Estoque Médio (Operacional): é considerado como sendo a metade da
quantidade necessária para um determinado período mais o Estoque de
Segurança;
Estoque Máximo: é a quantidade necessária de um item para suprir a
organização em um período estabelecido mais o Estoque de Segurança;
Ponto de Pedido (Limite de Chamada ou Ponto de Ressuprimento): é a
quantidade de item de estoque que ao ser atingida requer a análise para
ressuprimento do item;
Ponto de Chamada de Emergência: é a quantidade que, quando atingida,
requer medidas especiais para que não ocorra ruptura no estoque.
Normalmente é igual a metade do Estoque Mínimo;
Ruptura de Estoque: ocorre quando o estoque de determinado item zera (E =
0). A continuação das solicitações e o não-atendimento a caracteriza;
Frequência - é o número de vezes que um item é solicitado ou comprado em
um determinado período;
Quantidade a pedir - é a quantidade de um item que deverá ser fornecida ou
comprada;
Tempo de Tramitação Interna: é o tempo que um documento leva, desde o
momento em que é emitido até o momento em que a compra é formalizada;
Prazo de Entrega: tempo decorrido da data de formalização do contrato
bilateral de compra até a data de recebimento da mercadoria;
Tempo de Reposição (Ressuprimento): tempo decorrido desde a emissão do
documento de compra (requisição) até o recebimento da mercadoria;
Requisição ou Pedido de Compra - documento interno que desencadeia o
processo de compra;
Coleta ou Cotação de Preços: documento emitido pela unidade de Compras,
solicitando ao fornecedor Proposta de Fornecimento. Esta Coleta deverá
conter todas as especificações que identifiquem individualmente cada item;
Curso de Assistente de Logística 21
Proposta de Fornecimento - documento no qual o fornecedor explicita as
condições nas quais se propõe a atender (preço, prazo de entrega, condições
de pagamento etc.);
Mapa Comparativo de Preços - documento que serve para confrontar
condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável;
Contato, Ordem ou Autorização de Fornecimento: documento formal,
firmado entre comprador e fornecedor que juridicamente deve garantir a
ambos (fornecimento x pagamento);
Custo Fixo: é o custo que independe das quantidades estocadas ou
compradas (mão-de- obra, despesas administrativas, de manutenção etc.);
Custo Variável - existe em função das variações de quantidade e de despesas
operacionais;
Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem: são os custos
decorrentes da existência do item ou artigo no estoque. Varia em função do
número de vezes ou da quantidade comprada;
Custo de Obtenção de Estoque, do Pedido ou Aquisição: é constituído pela
somatória de todas as despesas efetivamente realizadas no processamento de
uma compra. Varia em função do número de pedidos emitidos ou das
quantidades compradas.
Custo Total: é o resultado da soma do Custo Fixo com o Custo de Posse e o
Custo de Aquisição;
Custo Ideal: é aquele obtido no ponto de encontro ou interseção das curvas
dos Custos de Posse e de Aquisição. Representa o menor valor do Custo
Total.

Classificação e descrição dos materiais

Classificação de Material - subsistema responsável pela identificação


(especificação), classificação, codificação, cadastramento e catalogação de material.
A especificação adquire preponderância, visto que dela depende o ressuprimento
necessário às atividades da empresa. Detalhada e completa, evita a compra de
materiais em desacordo com as necessidades e, por outro lado, os compradores não

catalogação dos materiais utilizados pela empresa e a possibilidade de se efetuar a


padronização.
O sucesso do processo depende necessariamente das seguintes condições básicas:

Curso de Assistente de Logística 22


existência de catalogação de nomes, que deve ser padronizada;
estabelecimento de padrões de descrição;
existência de programa de normalização de matérias;

A especificação propicia facilidades para a realização das tarefas de coleta de


preços, negociação empreendida pelo comprador com o fornecedor, cuidados no
transporte, identificação, inspeção, armazenagem e preservação dos materiais,
apresentando um conjunto de condições destinadas a fixar os requisitos e
características exigíveis na fabricação e no fornecimento de materiais.
Entre as inúmeras vantagens destacamos: a eliminação de dúvidas que porventura
se apresentem na identificação de um material, jamais podendo ser confundidas
com um ou mais similares.

Critérios sobre a descrição

A descrição deve ser concisa, completa e permitir a individualização; deve-se abolir


a utilização de vocábulos referentes a marcas comerciais, gírias e regionalismo, que
inadequadamente consagram a nomenclatura dos materiais. Portanto, as
especificações devem ser: descrição sumária e objetiva, termos técnicos adequados
e usuais e, critério de qualidade determinando o uso.
É a descrição técnica do material. Utilizando-se de suas características, a descrição
minuciosa possibilitará melhor entendimento entre requisitante, comprador e
fornecedor. (Utilizar catálogo técnico do fornecedor para auxiliar o comprador).
Exemplo: pilha alcalina, marca Duracell, tamanho AA, 1, 5V.
Especificação nada mais é que a identificação do material, na qual procuramos
apresentar todas as particularidades ou características físicas e químicas a fim de
individualizar tal material. Dizemos, então, que estamos adotando o método
descritivo para especificar o material.
Exemplo: lâmpada para escritório

Philips marca General Electric


TL 40W/75 RS referência comercial BR 40W

Curso de Assistente de Logística 23


Fluorescente modelo Incandescente
40W potência 40W
1200mm 40mm comprimento diâmetro 120mm 60mm
Extra luz do dia tipo econômica
110V tensão 110V

Estrutura e formação da especificação

Monta-se a especificação por meio da seguinte estrutura:


Nome básico: trata-se do primeiro termo da especificação. Exemplos:
1. Lâmpada

2. sabão

Nome modificador: trata-se do termo complementar. Exemplos:


1. lâmpada incandescente

2. lâmpada fluorescente

3. sabão em pó

4. sabão líquido

Características: trata-se de informações detalhes referentes às propriedades


físicas e químicas dos materiais, tais como densidade, peso específico,
granulometria, viscosidade, dureza, resistência e outros, devendo-se ainda
apontar tolerâncias das propriedades indicadas, métodos de análise dessas
propriedades, padrões ou normas a serem manuais e desenhos construtivos
dos equipamentos e em catálogos técnicos de fabricantes.
Unidade metrológica: a boa especificação deve conter em seu bojo as
informações referentes à unidade de fornecimento do material, a unidade de
controle adotada pela empresa, bem como o fator de conversão da unidade de
fornecimento para a unidade de controle, caso essas sejam diferentes.
Medidas: se for o caso, devem ser fornecidos desenhos dimensionais e
tolerâncias, limites de qualidade nos quais o material pode ser fabricado e
aceito pelo consumidor, bem como outras medidas, como capacidade,
potência (HP), frequência (HZ), corrente (A), tensão (V) etc.
Características de fabricação: indicar os processos de fabricação, detalhes

Curso de Assistente de Logística 24


de construção ou execução, acabamento do material etc.
Características de operação: garantias exigidas, testes a serem executados
durante o processo de produção e testes de aceitação.
Cuidados com relação ao manuseio e armazenagem: devem ser fornecidos
todos os detalhes sobre o manuseio, transporte e precauções com relação à
preservação e armazenagem dos materiais.
Embalagem: deve levar em conta a finalidade do material, como meios de
transportes, manuseio e armazenagem, visando a sua integridade e evitando
perdas até o consumo final.

Fontes de especificação
a) Especificações do comprador;
b) Especificações Padronizadas;
c) Desenhos de engenharia.

Principais Objetivos
a) Reduzir as incertezas na compra;
b) É através da especificação que o comprador vai adquirir mercadorias e
serviços que vão atender as demandas internas da empresa;
c) Se detalhada e completa, evita a compra de materiais em desacordo com as
necessidades;
d) Evita a distribuição de amostras para cotação.

Classificação do material

Classificar um material é agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso, utilidade,


tipo etc. A classificação não deverá gerar confusão, ou seja, um produto não poderá
ser classificado de modo a ser confundido com outro, mesmo havendo semelhança
entre eles.
Classificar é ordenar os produtos, segundo critérios previamente adotados,
agrupando-os de acordo com a semelhança, sem causar dispersão no espaço ou
alteração na qualidade. Exemplo: agrupar produtos de limpeza junto com
alimentos.
A classificação é o processo de aglutinação de materiais por características
semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques depende

Curso de Assistente de Logística 25


fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa. Assim o sistema
classificatório pode servir também, dependendo da situação, de processo de seleção
para identificar e decidir prioridades.

Tipos de classificação

A classificação deverá ser feita para atender as necessidades da empresa, visando


propiciar decisões e resultados que contribuam para atenuar o risco de falta.

Por tipo de demanda

Materiais de estoque
São materiais que devem existir em um estoque e para os quais são determinados
critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com base na demanda
prevista e na importância para a empresa.
Os materiais de estoque são classificados: Quanto à aplicação:

Materiais produtivos: compreendem todo e qualquer material ligado


direta ou indiretamente ao processo de fabricação. Ex.: matérias-primas,
produtos em fabricação, produtos acabados.

Matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens


iniciais e fazem parte do processo produtivo da empresa;

Produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em


processamento são os que estão sendo processados ao longo do processo
produtivo da empresa. Não se encontram no almoxarifado porque não são
matérias primas iniciais, nem podem estar na expedição porque ainda não
são produtos acabados.

Produtos acabados: são os produtos constituintes do estágio final do


processo produtivo.

Materiais de manutenção: materiais de consumo, com utilização


repetitiva, aplicados em manutenção,

Materiais improdutivos: compreende todo e qualquer material não


incorporado às características do produto fabricado. Ex: materiais de
limpeza, escritório etc.

Curso de Assistente de Logística 26


Materiais de consumo geral: materiais de consumo, com utilização
repetitiva, aplicados e diversos setores da empresa, para fins que não
sejam de manutenção.

Quanto ao valor do consumo anual

É fundamental para o sucesso do processo de gerenciamento de estoques que se


separe o essencial do acessório, voltando as nossas atenções para o que é
realmente é importante quanto ao valor de consumo.

Codificação dos materiais

A codificação do material não é nada mais do que a simplificação do controle


efetuado.
Assim, será mais fácil e rápido solicitar o material pelo código que pelo nome. Por
exemplo: Material B-

OBJETIVO: a codificação alicerça-se em bases técnicas, a partir de uma análise


dos materiais da empresa e tem por objetivo propiciar aos envolvidos a solicitação
de materiais por seu código, em lugar do nome habitual e, além disso, possibilitar a
utilização de sistemas automatizados de controle, objetivando:
facilitar a comunicação interna na empresa no que se refere a materiais e
compras;
evitar a duplicidade de itens no estoque;
permitir as atividades de gestão de estoques e compras;
facilitar o controle contábil dos estoques;

Tipos de codificação

Uma codificação é boa quando a simples visualização do código por aqueles que o
manuseiam permite identificar, de modo geral, o material, faltando apenas os
detalhes para a identificação total, o que somente será obtido consultando-se os
catálogos de materiais.
Numérica - uso somente de algarismos arábicos (51)
Alfa-numérica - combinação de letras e números (XR3, 14 BIS)
Curso de Assistente de Logística 27
Decimal - dividindo-se em três grupos:
a) aglutinante: é o grupo-chave designador do agrupamento de materiais. Ex.:
Matéria-prima, Material de Escritório, de segurança, de limpeza, diversos etc.
b) individualizador: identifica cada um dos materiais que constam do grupo
Aglutinador. Ex.: no material de escritório, temos lápis, caneta, régua etc.
c) descritivo: descreve os materiais pertencentes ao grupo individualizado. Ex.:
régua milimetrada de madeira.

Método decimal e classificação de material

01 - Tinta 02 - Móvel 03 - Ferro 04 - Máquina Elétrica

01.01 - Verniz 02.01 - Armário 03.01 - Redondo 04.01 - Gerador


01.02 - Esmalte 02.02 - Arquivo 03.02 - Chato 04.02 - Turbina

01.03 - Solvente 02.03 - Mesa 03.03 - Sextavado 04.03 Motor

A classificação do material pode ser feita também por ordem alfabética ou alfa-
numérica. A
C.D.U. (Classificação Decimal Universal) de Melville Dewer proporciona uma série
de variações em grupamentos, permitindo uma identificação e localização imediata
do material.

Exemplo de codificação pelo sistema decimal

11 Disponível
12 Realizável a curto prazo
12.11 Almoxarifado
12.11.01 Matéria-prima
12.11.02 Material de escritório............................ (aglutinante)
12.11.02.01 Réguas ........................................... (individualizador)
12.11.02.01.01 Régua de plástico milimetrada de 30 cm.
12.11.02.01.02 Régua de madeira milimetrada de 50 cm.
12.11.02.01.03 Régua de aço milimetrada de 15 cm.
Curso de Assistente de Logística 28
Exemplo de codificação por grupamento

Exemplo de uma empresa farmacêutica, adotando um sistema de codificação


composto por três grupamentos de dígitos, a saber:

CLASS
GRUPO DESCRIÇÃO DO GRUPO DESCRIÇÃO DA CLASSE
E
15 Amicacina

20 Amoxicilina
85 Antibióticos de uso
sistêmico 25 Ampicilina
30 Cefazalina
10 Ácido acetil salicílico
15 Ácido mefenânico
86 Analgésico
20 Dipirona
25 Morfina

Fluxo de documentos

Como já vimos anteriormente é a comunicação entre os departamentos. Assim, é


importante:
a) Interpretar as informações das listas de insumos que integram os produtos
a serem produzidos e correlacionados com o plano de produção.
b) Consolidar as necessidades e estabelecer critérios para as compras de
materiais e serviços, definir programação de quantidades a serem
compradas utilizando o conceito de lote econômico, material estratégico ou
estoque técnico, definir o mercado do fornecedor se é interno ou externo.
c) Dimensionar e organizar espaço físico, instalação, equipamentos de
trabalhos para recebimento, internação e armazenamento de recursos e
materiais. Fazer a programação das máquinas que serão utilizadas no
processo produtivo dos materiais.

Para isso é necessário:


Interpretar a especificação do material;
Coletar, processar e formatar as informações orientadas para o plano de

Curso de Assistente de Logística 29


compras;
Pesquisar as informações técnicas;
É importante estudar a movimentação dos materiais na área relativa ao armazém
central da empresa, para a elaboração de propostas que possibilitem a otimização
do fluxo de materiais e a minimização da sua movimentação, através do
estabelecimento das áreas, nas quais devem ser executadas as operações de
recebimento, distribuição de matéria-prima e expedição de produtos acabados.

Sistema e controle da informação

Envolvem as operações de manufatura, definições de produtos e processos e,


integração de sistemas tecnológicos.
Nas operações de manufatura, as pessoas responsáveis pela administração de
materiais lidam com previsões de demanda, ordens, compras, controle de
produtividade, controle de inventários e sistemas de feedback.
Para isso, elas aplicam sistemas de informação especializados em gerência de
manufatura, que exigem técnicas especiais, como tempo real, suporte para decisão
no local e orientação e administração do uso da informação na fábrica.
A integração de sistemas tecnológicos possibilita a efetiva interação de recursos de
informação pela organização, por meio da integração de engenharia de manufatura
e os sistemas de negócios, comunicação automática, uso em condomínios dos
bancos de dados. Enfatizando o uso de softwares amigáveis, todos os sistemas
integrados, num planejamento global de informatização, possibilitam a geração de
informações utilizáveis direto do chão de fábrica.

Tipos de arranjo físico de instalações de manufatura

Arranjo Físico Posicional (de posição fixa): não há fluxo do produto (permanece
fixo enquanto está sendo processado). Ocorre um fluxo de materiais, pessoas,
máquinas, facilidades em direção ao produto.
A localização dos recursos não vai ser definida com base no fluxo de recursos
transformados, mas na conveniência dos recursos transformadores em si. O
objetivo do projeto detalhado do layout é conceber um arranjo que possibilite aos
recursos transformadores maximizar sua contribuição potencial ao processo de
transformação, caracterizado pela imobilidade do produto ou serviço que está
sendo produzido ou prestado.
Arranjo Físico por processo: também chamado de layout funcional ou job shop.
Trabalha com uma variedade de produtos personalizados em lotes relativamente
Curso de Assistente de Logística 30
pequenos. Usam máquinas de uso geral, que podem ser mudadas rapidamente
para novas operações, para diferentes projetos de produtos. As máquinas são
organizadas de acordo com o tipo de processo que é executado: setor de usinagem,
setor de pintura, setor de soldagem etc. Trabalha com flexibilidade.
O projeto deste tipo de layout é marcado pela complexidade devido ao grande
número de diferentes alternativas de arranjos entre os diversos centros de trabalho
existentes. Assim, na prática, torna-se difícil encontrar soluções ótimas. Quando se
projeta um arranjo físico, usa-se uma combinação de intuição, bom senso e
técnicas de tentativa e erro.
Arranjo Físico Celular (Tecnologia de Grupo): as máquinas são agrupadas em
células e funcionam de uma forma bastante semelhante a uma ilha de layout por
processo (job shop). O fluxo de materiais e peças tende a ser mais similar a um
layout por produto do que a uma job shop (por isso é considerado uma combinação
destes dois tipos de arranjo físico).
Arranjo Físico por produto: são organizados para acomodar somente alguns
poucos projetos de produto (baixa variedade de produtos), permitem grande volume
de produção e trabalha com equipamentos de baixa flexibilidade (usam máquinas
especializadas) e são projetados para permitir um fluxo linear de materiais ao longo
da linha de produção.
Arranjo Físico misto: a maioria das instalações de manufatura usa uma
combinação de tipo de arranjo físico. Departamentos são organizados de acordo
com os tipos de processos, mas o produto flui através de um layout por produto.

Objetivos da gestão de estoque

O que é um estoque?
Estoque, por definição, refere-se à estocagem de qualquer item ou recurso utilizado
em uma elaboração que pode estar nos seguintes formatos:
Matérias-primas:
Serviço em andamento;
Produtos finalizados;
Peças componentes;
Suprimentos.
O que é o gerenciamento de um estoque?
O gerenciamento de estoques lida com controle e planejamento de estoques. O
planejamento de estoques procura responder a duas questões básicas:

Curso de Assistente de Logística 31


Quando fazer o pedido? - Esta questão relaciona-se ao conceito do ponto de
refazer um pedido. Este é o sistema pelo qual qualquer material utilizado
regularmente é pedido novamente quando o estoque desce para um
determinado nível. Este nível geralmente é consistido em função do tempo de
execução, demanda diária e estoque de segurança.
Quanto pedir? - A quantidade a ser pedida é determinada por meio da
Quantidade Econômica de Pedido.

Existem dois sistemas básicos de planejamento de estoques


1. modelo de quantidade fixa de pedido e

2. modelo de período de tempo fixo.

A política de estoques de firmas que empregam o modelo de Quantidade Fixa de


Pedido consiste em pedir uma quantidade padrão quando o ponto de refazer o
pedido for alcançado independente de quando ocorrer. Isto é disparado por evento e
depende da demanda pelos itens. Este modelo é aplicável para:
Itens mais caros e
Itens mais importantes /críticos.

O Modelo de Período de Tempo Fixo consiste no outro sistema de planejamento de


estoque em que a política de estoque é pedir materiais ou partes em um período de
tempo determinado, independente se o ponto de refazer o pedido foi alcançado. Isto
é disparado por tempo e envolve contagem física dos itens do estoque. Isto é
aplicável sob as seguintes condições:
Menos itens caros ou críticos;
Fornecedores/compradores podem ter pedidos recentes, se eles costumam
fazer visitas regulares/de rotina aos seus clientes;
Fornecedores/compradores combinarão pedidos para reduzir custos de
pedidos e transporte.

Qual é hora certa de fazer compras?

Antes de fazer novas compras, é necessário saber alguns itens importantes:


Planejamento e aquisição de recursos necessários: selecionar e certificar
Curso de Assistente de Logística 32
fornecedores; comprar bens de capital, matérias-primas e componentes e
adquirir tecnologia apropriada;
Conversão dos recursos ou entradas em produtos: desenvolver e ajustar o
fluxo de produção (para processos existentes); programar a produção;
movimentar materiais e recursos; fazer, embalar, armazenar e embarcar o
produto para a entrega;
Administração dos Processos de produção e entrega: documentar e
monitorar o processo das ordens; gerenciar estoques, assegurar a
qualidade dos produtos, programar e efetuar manutenção e monitorar
restrições ambientais.
Planejamento e aquisição dos recursos necessários: selecionar e certificar
fornecedores; comprar materiais e itens de suprimentos e adquirir
tecnologia apropriada.

Recursos de materiais

Recursos Materiais são os itens ou componentes que uma empresa utiliza nas suas
operações do dia a dia, na elaboração do seu produto final. Eles podem ser
classificados em materiais auxiliares, matéria-prima, produtos em processo e
produtos acabados.
Materiais auxiliares: são os materiais que não se incorporam ao produto
final. Materiais de escritório e manutenção são classificados como
materiais auxiliares. São chamados de materiais indiretos ou não-
produtivos.
Matéria-prima: os materiais que se incorporam ao produto final,
incluindo os de embalagem, são classificados como matéria-prima. São
também chamados de materiais diretos ou produtivos.
Produtos em processo: são os materiais que estão em processo de

Produtos acabados: são os materiais, que sob a forma de produto final,


estão prontos para serem comercializados ou entregues, caso tenham
sido feitos sob encomenda. Os produtos acabados são bem conhecidos
por nós em nosso dia a dia e itens como os de revenda enquadram-se
nessa categoria.

Controle seu estoque


Curso de Assistente de Logística 33
Existem várias noções a respeito de estoques. Uma escola filosófica afirma que ter
um estoque é inevitável já que os custos de não possuí-los quando solicitado pelos
clientes excedem os custos de mantê-los. Outra escola filosófica acredita veemente
que um estoque é a raiz de toda a produção. Em outras palavras, a presença de um
estoque significa que a firma está escondendo determinadas ineficiências de
produção por trás dos níveis de estoque.
Se os estoques não podem ser totalmente eliminados e uma produção sem ações
torna-se uma situação ideal, então os estoques devem ser, no mínimo,
administrados.
Os estoques existem para permitir que as companhias possam ir de encontro às
necessidades do cliente. Eles também existem, normalmente, para amenizar o fluxo
de mercadorias ao longo do processo de produção, especialmente, para núcleos de
trabalho dependentes. Sua principal razão de existir consiste na proteção contra as
incertezas dos fornecedores. A presença de um estoque também permite a
utilização máxima e real do equipamento e da força de trabalho.
Controle de Estoque - subsistema responsável pela gestão econômica dos
estoques, através do planejamento e da programação de material, compreendendo
a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de material. O estoque é
necessário para que o processo de produção-venda da empresa opere com um
número mínimo de preocupações e desníveis. Os estoques podem ser de: matéria-
prima, produtos em fabricação e produtos acabados. O setor de controle de estoque
acompanha e controla o nível de estoque e o investimento financeiro envolvido.

Funções do estoque

As principais funções do estoque são:

a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos


de:
- demora ou atraso no fornecimento de materiais;
- sazonalidade no suprimento;
- riscos de dificuldade no fornecimento.

b) Proporcionar economias de escala:


- através da compra ou produção em lotes econômicos;
- pela flexibilidade do processo produtivo;
- pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

Curso de Assistente de Logística 34


Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e
venda:
- no processo de comercialização em empresas comerciais - e entre as etapas de
compra, transformação e venda
- no processo de produção em empresas industrias. Em qualquer ponto do
processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel
importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como
amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de
comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de
planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo
tempo em que isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes
da organização empresarial.

Classificação de estoques de matérias-primas (mps)

Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no


processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a produção dos
produtos/serviços da empresa.

Estoques de materiais em processamento ou em vias

Os estoques de materiais em processamento - também denominados materiais em


vias - são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das
diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no
almoxarifado - por não serem mais MPs iniciais - nem no depósito - por ainda não
serem Pas. Mais adiante serão transformadas em Pas.

Estoques de materiais semiacabados

Os estoques de materiais semiacabados referem-se aos materiais parcialmente


acabados, cujo processamento está em algum estágio intermediário de acabamento
e que se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo
produtivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais
avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas
etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados ou em
PAs.

Curso de Assistente de Logística 35


Estoques de materiais acabados ou componentes

Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes - referem-


se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados ao
produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas,
constituirão o PA.

Estoques de produtos acabados (pas)

Os Estoques de Pas se referem aos produtos já prontos e acabados, cujo


processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo
produtivo e já passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamento,
materiais semiacabados, materiais acabados e Pas.

Controle de estoques

O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta
diligência resulte em estoque excessivo às reais necessidades da empresa. O
controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades
de consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes. Para mantermos este nível
de água, no tanque, é preciso que a abertura ou o diâmetro do ralo permita vazão
proporcional ao volume de água que sai pela torneira. Se fecharmos com o ralo
destampado, interrompendo, assim, o fornecimento de água, o nível, em unidades
volumétricas, chegará, após algum tempo, a zero. Por outro lado, se a mantivermos
aberta e fecharmos o ralo, impedindo a vazão, o nível subirá até o ponto de
transbordar. Ou, se o diâmetro do raio permite a saída da água, em volume maior
que a entrada no tanque, precisaremos abrir mais a torneira, permitindo o fluxo
maior para compensar o excesso de escapamento e evitar o esvaziamento do
tanque.
De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da
demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de
ressuprimento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a
fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de
ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a
produção, manutenção, vendas etc.
Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as necessidades do estoque,
poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento dos
seus níveis em relação à demanda real, com prejuízos para a circulação de capital.
O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material, onde atua, sobretudo, o

Curso de Assistente de Logística 36


controle de estoque, é um dos objetivos da gestão.

Principais objetivos
a) conhecer a disponibilidade do material;
b) permitir e analisar quando será necessário emitir um PEDIDO DE
REPOSIÇÃO;
c) conhecer o valor monetário do estoque e do custo de cada item;
d) indicar desvios e/ou perda de material.

Informações contidas na ficha

1) PARA IDENTIFICAÇÃO:
- nome do item;
- número ou código do item;
- especificação ou descrição;
- unidade de medida;
- localização no almoxarifado;
- produto final a que se destina (tipo de utilização);

2) PARA CONTROLE:
- lote mínimo ou estoque mínimo;
- lote econômico;
- tempo necessário para atendimento de um pedido;
- preço unitário;
- possíveis fornecedores;
- percentual de perda ou rejeição prevista e realizada;

3) SOBRE MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE:


- pedidos de reposição: data do pedido, nº do pedido, quantidade pedida e
data em que o material será recebido;
- recebimento do material: data, quantidade recebida, nº da N.F.;
- reserva do material: data, quantidade e nº do pedido de reserva;
Curso de Assistente de Logística 37
- retirada do material: data, quantidade e nº da requisição;

4) SOBRE SALDOS:
- saldo em estoque - quantidade existente no almoxarifado;
- saldo disponível - quantidade existente no almoxarifado, não reservado,
mais a quantidade encomendada e ainda não recebida;
- saldo das encomendas: quantidade total encomendada e ainda não
recebida;
- saldo das reservas: quantidade do total reservado e ainda não retirado
do almoxarifado.

5) SOBRE O CUSTO E VALOR DO TRANSPORTE:


- custo unitário de cada entrada;
- custo total de cada entrada;
- custo unitário médio, PEPS ou UEPS;
- Standard Cost
- custo total de cada saída;
- custo da quantidade encontrada em estoque.

Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos descrever


suas funções principais que são:
a) permanecer em estoque. Número de itens;
b)
c) -
determinado; quantidade de compra;
d) acionar o Depto de Compras para executar aquisição de estoque;
e) receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as
necessidades;
f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor e, fornecer
informações sobre a posição do estoque;
g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos
materiais estocados;

Curso de Assistente de Logística 38


h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

Modelos de fichas:

Podem variar quanto às informações contidas e quanto à disposição das


informações.
1) Modelo A: indica as quantidades recebidas (entrada), as quantidades
entregues (saída) e saldo em estoque. Este é o modelo mais simples, porém,
o menos útil.
2) Modelo B: indica a quantidade de material encomendado, recebido, entregue
e saldo em estoque. Este modelo, relativamente simples, tem a limitação de
indicar a quantidade entregue e o saldo em estoque após a transação ter
sido realizada. O pessoal responsável pelo controle não possui aviso prévio
da demanda. Este sistema ou suas variações são adequadas quando o
material tem sua utilização sem grandes flutuações ou quando há
encomendas de material para satisfazer a cada ordem de fabricação.
3) Modelo C: indica a quantidade de material encomendado, recebido, saldo a
receber, reservado para trabalho específico e saldo disponível para reserva.
Esta ficha visa indicar previamente qual será a situação de estoque em um
futuro próximo. Por meio deste sistema, a requisição de material ou a ordem
de fabricação é enviada ao fichário de estoque, imediatamente após sua
preparação e, portanto, antes da retirada do material do almoxarifado. Isso
representa vantagem por se conhecer a demanda do material antes do fato
consumado. Se a demanda for maior do que o disponível para a reserva, um
pedido de compra deverá ser emitido para se cobrir a necessidade. Caso o
prazo de entrega seja maior do que o necessário, o P.C.P. deverá ser
informado para que possa reprogramar a produção.
4) Modelo D: combina os dois modelos anteriores, indicando a quantidade de
material encomendado, recebido, saldo a receber, reservado, saldo disponível
para outras reservas, saídas, saldo em estoque. Este modelo torna-se
obrigatório quando se deseja o saldo em estoque simultaneamente com o
aviso prévio das quantidades necessárias.

Curva ABC

No século XIX, o economista Vilfredo Pareto fez um estudo sobre a riqueza da


população italiana e observou que 20% da população, ou seja, uma pequena
parcela, concentrava 80% da riqueza, isto é, a maior parte da riqueza.

Curso de Assistente de Logística 39


O teorema de Pareto é bastante utilizado em diversas análises e é conhecido como
80/20 e é a base da Curva ABC.
A montagem é um pouco trabalhosa, porém, normalmente ela é feita uma única vez
no período.

Aplicação

A Lei de Pareto referenciada com regra 80/20, isto é, 80% do valor do estoque de
uma operação são responsáveis por somente 20% de todos os tipos de itens.

Exemplo
Num estoque de uma empresa há 200 itens e o valor desse estoque é de R$
100.000,00. Pelo Teorema de Pareto, temos:
80% do valor do estoque = R$ 80.000,00
20% dos itens = 40 itens, então temos que 40 itens do estoque somam um valor de
R$ 80.000,00.
Utilizando o teorema de Pareto para definir a curva ABC, temos a seguinte
classificação dos itens:
Itens Classe A: são os itens de valor mais alto, ou seja, os 20% de itens que
representam cerca de 80% do valor do estoque. São os itens mais importantes e
que devem receber atenção especial.
Itens classe B: são os itens de valor médio, normalmente 30% dos itens do estoque
e que representam cerca de 10% do valor do estoque.
Itens classe C: são os itens de valor mais baixo e que, mesmo representando cerca
de 50% dos itens estocados, representam apenas 10% do valor do estoque.

Procedimentos de Classificação

Os itens devem ser classificados segundo os critérios a seguir:

Coleta de dados
Os itens devem ser identificados de acordo com a quantidade consumida ou
projetada para o período e valor unitário.

Curso de Assistente de Logística 40


Investimento anual
Para cada item deve ser determinado o investimento anual (preço unitário X
consumo) que ele acarreta.

Ordenação dos itens


Os itens são ordenados por valor do investimento, do maior para o menor valor.

Cálculo da Porcentagem
Calcular a porcentagem que cada item representa no investimento total. Dividir em
classes
Dividir nas classes A, B, C.
Após classificar os itens, devemos focar esforços para gerenciar os itens Classe A e
desenvolver estratégias para reduzir os custos de estoque destes itens. Isto significa
rever as funções relacionadas a compras, transportes, armazenagem e produção.
Algumas estratégias relacionadas à administração desses itens:
- Centralização da área de compras, no caso de materiais comprados;
- Aumentar o poder de negociação;
- Desenvolver aliança com fornecedores e clientes;
- Analisar a eficiência e possíveis perdas na cadeia de abastecimento seja no
transporte, armazenagem ou produção.

os itens de maior importância ou impacto os quais são normalmente em menor

O método de classificação ABC também pode ser utilizado para classificar clientes
em relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade
proporcionada; classificação e produtos da empresa pela lucratividade
proporcionada e outros tantos.
Numa organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de
estoques, mas também é usada para a definição de políticas de vendas, para o
estabelecimento de prioridades. Na administração de estoques é utilizada como
parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens (mercadorias ou
matérias-primas), que são fundamentais para o controle de estoque e que variam
de acordo com a demanda do consumidor.
Ao avaliar a curva ABC percebemos o giro dos itens no estoque, a lucratividade e
Curso de Assistente de Logística 41
grau de representação no faturamento da organização. Podemos, ainda, definir os
recursos financeiros investidos analisando a curva ABC e pela aplicação correta
dos dados.
Para a administração de estoques a curva ABC apresenta resultados da demanda
de cada item nas seguintes áreas:
- Giro no estoque;
- Proporção sobre o faturamento no período;
- Margem de lucro obtida.

Elaboração da Curva ABC

Para definir a curva ABC, utilizamos a definição de que 20% dos itens estão na
classe A, 30% na classe B e os restantes na classe C.
Se tivermos um estoque com 80 itens, teremos:
Classe A (20% dos itens) = 16 itens (80 * 0,2);
Classe B (30% dos itens) = 24 itens (80*0,3);
Classe C (50% dos itens) = 40 itens (80*0,5).
Vamos trabalhar com um exemplo de um estoque de 10 itens. Dessa forma,
sabemos que: 20% dos itens (10 X 0,2) = 2 itens serão classificados como Classe A;
30% dos itens (10 X 03) = 3 itens serão classificados como Classe B; 50% dos itens
(10 X 0,5) = 5 itens serão classificados como Classe C.

1ª Etapa

- Relacionar todos os itens consumidos num determinado período (1);


- Registrar o preço unitário (2) e o consumo no período considerado (3) (se a
análise fosse sobre vendas, seria utilizada a quantidade vendida; se fosse o
transporte, seria a quantidade transportada e assim por diante);
- Calcular o valor do consumo (4) = preço unitário X consumo;
- Registrar a ordenação (5) do valor do consumo (um para o maior valor, dois
para o segundo maior valor e, assim por diante).

Exemplo com um controle de estoque de 10 itens:

Curso de Assistente de Logística 42


Material (1) Preço Unitário Consumo (3) Valor do Ordenação (5)
(2) Quantidade no Consumo (4)
período

Parafuso R$ 1,21 123 R$ 148,83 4

Tampa R$ 11,90 15 R$ 178,50 3

Pino C R$ 3,64 89 R$ 323,96 2

Pino B R$ 5,98 12 R$ 71,76 6

Display R$ 11,20 75 R$ 840,00 1

Isolador R$ 11,98 6 R$ 71,88 7

Espaçador R$ 1,60 22 R$ 35,20 10

Porca R$ 0,38 84 R$ 31,92 9

Pino A R$ 5,12 19 R$ 97,28 5

Membrana R$ 21,60 3 R$ 64,80 8

2ª Etapa

- Classificar os itens de acordo com a Ordenação (6);


- Para cada item, lançar o valor de consumo acumulado (7) = o valor do item +
o valor acumulado da linha anterior;
- Para cada item, calcular o percentual sobre o valor total acumulado (8) =
valor de consume acumulado do item valor de consumo acumulado do último
item.
Ordenação (5) Classificação Material (1) Valor de Valor de % sobre total
ABC Consumo (4) Consumo acumulado (8)
Acumulado (7)

1 A Display R$ 840,00 R$ 840,00 45,06%

2 A Pino C R$ 323,96 R$ 1.163,96 62,44%

3 B Tampa R$ 178,50 R$ 1.342,46 72,02%

4 B Parafuso R$ 148,83 R$ 1.491,29 80,00%

5 B Pino A R$ 97,28 R$ 1.588,57 85,22%

6 C Pino B R$ 71,88 R$ 1.660,45 89,07%

7 C Isolador R$ 71,76 R$ 1.732,21 92,92%

8 C Membrana R$ 64,80 R$ 1.797,01 96,40%

9 C Espaçador R$ 35,20 R$ 1.832,21 98,29%

10 C Porca R$ 31,92 R$ 1.864,13 100,00%

Curso de Assistente de Logística 43


No exemplo anterior:
Os dois primeiros: Display e Pino C, estão na classe A; os três itens seguintes:
Tampa, Parafuso e Pino A estão na classe B, e os cinco restantes: Pino B, Isolador,
Membrana, Porca e Espaçador, na classe C.
Para traçar a curva ABC utilizamos os dados obtidos na tabela anterior.

Curva ABC do exemplo dado

Análise dos resultados:

Para fazer a análise sobre o valor acumulado do estoque, ainda no mesmo exemplo,
vimos pela tabela que 62,44% é a porcentagem do valor acumulado dos itens da
classe A.
Display e Pino C são responsáveis por 62,44% do valor do consumo acumulado;
Tampa, Parafuso e Pino A são responsáveis por (85,22% - 62,44%) 22,78% do valor
do consumo acumulado e, Pino B, Isolador, Membrana, Porca e Espaçador são
responsáveis por (100% - 85,22%) 14,78% do consumo acumulado.
Como o Display e o Pino C representam 62,44% do valor acumulado do estoque no
período, devemos ter atenção especial sobre esses dois itens e desenvolver todas as
estratégias de compras, controle, utilização etc.
As estratégias são desenvolvidas de acordo com as necessidades e metas da
organização e as decisões não podem partir de um único departamento.

Curso de Assistente de Logística 44


Arranjo físico (layout) de instalações

Arranjo Físico é a manifestação física de um tipo de processo. É uma extensão do


planejamento de processos de P ou S: escolher ou projetar os equipamentos de
processamento; em conjunto com o projeto de produtos, determinar as
características dos materiais que compõem os produtos; introduzir nova tecnologia
nas operações.
Planejar o layout da instalação significa planejar a localização de todas as
máquinas, utilidades, estações de trabalho, áreas de atendimento aos clientes,
áreas de armazenagem de materiais, corredores, banheiros, refeitórios, bebedouros,
divisórias internas, escritórios e salas de computadores e, ainda, os padrões de
fluxo de materiais e de pessoas que circulam nas instalações. O planejamento do
layout de instalações deverá fornecer: a disposição física desses processos dentro e
ao redor dos prédios; o espaço necessário para a operação desses processos; o
espaço necessário para as funções de apoio. À medida que o planejamento do
processo e o planejamento de instalações progridem, há um contínuo intercâmbio
de informações entre estas duas atividades de planejamento, porque uma afeta a
outra.

Layout de instalações alguns objetivos

Objetivos para os layouts da operação de manufatura:


. fornecer suficiente capacidade de produção;
. reduzir o custo de manuseio de materiais;
. adequar-se às restrições do lugar e do prédio;
. garantir espaço para os equipamentos e máquinas de produção;
. permitir elevada utilização e produtividade da mão-de-obra, das máquinas e
do espaço;
. fornecer flexibilidade de volume e produto;
. garantir espaço para banheiros e outros cuidados pessoais dos empregados;
. permitir facilidade de supervisão;
. permitir facilidade de manutenção;
. atingir os objetivos com o menor investimento de capital.

Objetivos adicionais para os layouts da operação de manufatura:


. promover carga e descarga eficiente de veículos de transporte;
Curso de Assistente de Logística 45
. fornecer eficaz retirada de estoques e atendimento de encomendas;
. permitir facilidade de contagem de estoques.

Objetivos adicionais para layouts da operação de serviços


. proporcionar conforto e conveniência para o cliente;
. fornecer um ambiente para o cliente;
. permitir uma exposição atraente das mercadorias;
. reduzir o tempo de locomoção do pessoal e dos clientes;
. proporcionar privacidade nas áreas de trabalho;
. promover a comunicação entre as áreas de trabalho;
. proporcionar rotação de estoques para os produtos que estão na prateleira.

Objetivos adicionais para layouts da operação de escritórios


. reforçar a estrutura da organização;
. reduzir o tempo de locomoção do pessoal e dos clientes;
. proporcionar privacidade nas áreas de trabalho;
. promover a comunicação entre as áreas de trabalho.

Análise de um valor

A análise de valor é usada, desde a fase de desenvolvimento do produto até o fim de


sua permanência na linha de fabricação da empresa, na melhoria dos processos
internos de fabricação e administrativos e, também, na geração de ideias de gestão.
Consideramos custos totais a soma de todos os esforços e despesas feitas no
desenvolvimento, produção e aplicação do produto.
Chamamos custos supérfluos os que, não contribuindo significativamente para a
performance, oneram o produto.

Curso de Assistente de Logística 46


Causas de custos supérfluos

Condicionamento mental;
Falta de informação;
Falta de ideias;
Honestas crenças erradas;
Circunstâncias temporárias;
Hábitos e atitudes.

Objetivos da análise do valor

Minimizar o custo mantendo o desempenho e sempre chegar a soluções


múltiplas melhoradas para o produto ou processo;
Selecionar a melhor alternativa para cada momento;
Ter menos medo de mudar;
Ter flexibilidade para aproveitar oportunidades ou enfrentar crises;
A análise de valor é fundamental para a composição de estoque, sua
formulação e seu controle;
Serve como parâmetro para o planejamento e orçamento organizacional.

Composição de custos

O que é uma Composição de Custos?

Basicamente, uma Composição de Custos retrata a unidade de determinado


produto- acabado em várias etapas construtivas de obra ou serviço, perfeitamente
identificado na objetiva quantificação de todos os insumos que dela fazem parte,
através de coeficientes, incluindo-se materiais, mão-de-obra e encargos sociais.
Em cada Composição de Custos, na sua fase de elaboração, é adotado o seguinte
procedimento básico:

Materiais ou Serviços

A quantificação dos materiais ou serviços empregados em cada etapa - objeto de


Curso de Assistente de Logística 47
determinada Composição de Custos - engloba a sua exata participação naquela
unidade de trabalho, anotando-se, inclusive, os índices de perdas ou desgastes,
quando existentes, em cada parcela ou insumo apropriado.
Cada material ou serviço é representado por uma codificação para sua identificação
e a sua participação em determinado serviço é representado por unidades de
inteiros e três decimais.
Cada unidade devidamente codificada permite que possam ser anotadas todas as
participações de determinados materiais ou serviços em mais de uma Composição
de Custos de forma a serem relacionados, quantificados através de coeficientes em
relação aos diversos Grupos e estágios que compõe uma obra, multiplicados pelas
áreas, volumes e quantidades obtidas nos levantamentos de projetos e
especificações diversas.

Mão-de-Obra

Da mesma forma, todos os operários e técnicos, nas mais diversas especialidades


ou funções são identificados em cada Composição de Custos, na razão direta de sua
participação, através de coeficientes em cada tipo de trabalho, dentro da unidade de
medida apropriada.
A mesma lógica obedece à codificação e quantificação referidas nos insumos de
materiais e serviços para que possam ser obtidos os mesmos resultados finais de
quantificações em cada etapa da obra.

Custos Diretos

Todas as Composições de Custos devem refletir exatamente a quantificação do


consumo necessário à complementação de cada unidade de serviço, com os seus
insumos, materiais, serviços e mão-de-obra.
Não se admite a inclusão em qualquer Composição de Custos, de insumos
estranhos a elas, ou seja, por exemplo, percentuais ou verbas destinadas a
máquinas, equipamentos, ferramentas, taxas de lucro, "eventuais" ou outro
qualquer pretexto.
Na Composição de Custos não está incluída - como exemplo - a determinada
quantidade de metros cúbicos de argamassa, nos serviços de revestimentos. A
mesma Composição reflete unicamente - e exatamente - a quantidade - expressa em
unidades
da quantificação de cada insumo correspondente a agregados ou agregantes
Curso de Assistente de Logística 48
destinados a determinado serviço.
A consequente totalização dos insumos, devidamente codificados, trará a
quantificação total de unidades da obra proposta.

Custos Indiretos

Seguindo o mesmo raciocínio - por exemplo - uma Composição de Custos de


Alvenarias ou colocação de Azulejos reflete exatamente a quantificação dos
materiais que estejam à disposição dos operários até uma distância máxima de 2
metros do local de aplicação.
Todos os transportes necessários, estiva ou movimentação, estão contidos em
Composições de Custos especificamente preparadas para tal fim, para cada tipo de
serviço auxiliar desejado.
A eventual inclusão de qualquer "verba" ou "percentual" é absolutamente
desaconselhada, pois de forma alguma irá refletir os trabalhos necessários que
serão exigidos no canteiro de obras que, por sua vez, estão diretamente ligados ao
volume de unidades propostas e, consequentemente, deverão ser dimensionados em
relação a este fator. Dentro deste raciocínio, a correta utilização das Composições
de Custos, cujas unidades refletem unicamente o seu consumo específico, torna
inócuo e perfeitamente dispensável o uso das chamadas "Composições de Custos
Auxiliares".
Reiterando o desaconselhamento à inclusão de qualquer unidade de obra, onde não
haja quantificação prévia, com a perfeita identificação dos produtos ou serviços,
aliados a sua correta mensuração em unidades reconhecíveis no Orçamento de
determinada obra, os valores financeiros que expressam as referidas "verbas"
passam a ter duvidosa qualidade quanto a sua mensuração na hora em que tiverem
que ser feitos os pagamentos pelos serviços "verbificados", o que tornaria um
absurdo a simples tentativa de sua quantificação em qualquer estágio de obra a ser
remunerada.

Elaboração de uma Composição de Custos

A elaboração de uma Composição de Custos reflete, basicamente, o conhecimento e


identificação da unidade de serviço proposta, seja ela, o simples assentamento de
uma porta de madeira, ou a montagem de uma sofisticada subestação.
Ambas as unidades estão contidas em projetos específicos que deverão estar
levantados em todas as suas áreas, volumes e quantidades componentes, assim
Curso de Assistente de Logística 49
como as unidades de mão-de-obra, distribuídas pela participação das diversas
categorias profissionais envolvidas, com a apropriação quantificada do tempo
necessário a cada uma delas para a complementação dos serviços.

Custos dos estoques

Custos de Manutenção ou de Posse

Custos de natureza física (são os que encontramos na Contabilidade):


1- Custos de espaço;
2- Custos de pessoal;
3- Dos materiais indiretos consumidos no serviço de armazenagem (por
exemplo: lubrificante, anticorrosivos, combustíveis etc.).

Custos de natureza comercial:


1- Furos de remuneração do capital investido no material;
2- Seguros (de acordo com cada item e qual é mais provável e, em função de
seu valor, é dividido porcentualmente sobre o estoque médio);
3- Impostos sobre os investimentos em estoque.

Custos de Risco de:


1- Obsolescência do material;
2- Deteriorização;
3- Diminuição da demanda.

Custos de oportunidade = Desvio de dinheiro que poderia ser


utilizado nos custos de oportunidade:
1 - Aumento da capacidade produtiva;
2 - Diminuir custos;
3 - Investir em outras empresas;
4 - Pagar dividendos.

Curso de Assistente de Logística 50


Objetivo de compras

De uma maneira bastante ampla, e que demonstra que a função compras não
existe somente no momento da compra propriamente dita, mas que a mesma
possui uma maior amplitude, envolvendo a tomada de decisões, procedendo a
análises e, determinando ações que antecedem ao ato final, podemos dizer que
compras têm como objetivo "comprar os materiais certos, com a qualidade exigida
pelo produto, nas quantidades necessárias, no tempo requerido, nas melhores
condições de preço e na fonte certa".
Para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se buscar alcançar as seguintes
metas fundamentais:
1) Atender o cronograma de produção, através do fornecimento contínuo de
materiais;
2) Estocar ao mínimo, sem comprometer a segurança da produção desde que
represente uma economia para a organização;
3) Evitar multiplicidade de itens similares, o desperdício, deterioração e
obsolescência;
4) Manter a qualidade dos materiais conforme especificações;
5) Adquirir os materiais a baixo custo sem demérito à qualidade;
6) Manter atualizado o cadastro de fornecedores.

Aquisição e compra de material

A função Compras compreende:


- Cadastramento de Fornecedores;
- Coleta de Preços;
- Definição quanto ao transporte do material;
- Julgamento de Propostas;
- Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade do material;
- Recebimento e Colocação da Compra.

Fluxo sintético de compras

1 Recebimento da Requisição de Compras;


Curso de Assistente de Logística 51
2 Escolha dos Fornecedores;
3 Consulta aos Fornecedores;
4 Recebimento das Propostas;
5 Montagem do Mapa Comparativo de Preços;
6 Análise das propostas e escolha;
7 Emissão do documento contratual;
8 Diligenciamento;
9 Recebimento.

Tipos de compras

Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo ou


investir. Existem, pois, basicamente, dois tipos de compra:
- a compra para consumo;
- a compra para investimento.

Compras para investimento

Enquadram-se as compras de bens e equipamentos que compõem o ativo da


empresa (Recursos Patrimoniais).

Compras para consumo

São de matérias-primas e materiais destinados à produção, incluindo-se a parcela


de material de escritório. Algumas empresas denominam este tipo de aquisição
como compras de custeio.
As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto, subdividem-se
em:
- compras de materiais produtivos;
- compras de materiais improdutivos.

Materiais Produtivos

São aqueles materiais que integram o produto final, portanto, neste caso, matéria-

Curso de Assistente de Logística 52


prima e outros materiais que fazem parte do produto, sendo que estes diferem de
indústria - em função do que é produzido.

Materiais improdutivos

São aqueles que, sendo consumidos normal e rotineiramente, não integram o


produto, o que quer dizer que são apenas materiais de consumo forçado ou de
custeio. Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos ou de suas
origens, a compra pode ser classificada como: Compras Locais ou Compras por
Importação.

Compras Locais
As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa privada e no
serviço público. A diferença fundamental entre tais atividades é a formalidade no
serviço público e a informalidade na iniciativa privada, muito embora com
procedimentos praticamente idênticos, independentemente dessa particularidade.
As Leis nº 8.666/93 e 8.883/94, que envolvem as licitações no serviço público,
exigem total formalidade. Seus procedimentos e aspectos legais serão detalhados
em Compras no Serviço Público.

Compras por Importação


As compras por importação envolvem a participação do administrador com
especialidade em comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui nos
aprofundarmos a esse respeito. Seus procedimentos encontram-se expostos a
contínuas modificações de regulamentos, que compreendem, entre outras, as
seguintes etapas:
a. Processamento de faturas pró-forma;
b. Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior - DECEX dos
documentos necessários à importação;
c. Compra de câmbio, para pagamento contra carta de crédito irrevogável.

Material certo

É importante que o comprador esteja em situação de certificar-se se o material


comprado, de um fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador deve,

discrepâncias entre as cotações de um fornecedor e as especificações da Requisição

Curso de Assistente de Logística 53


de Compras. O comprador deve ter condições de reconhecer, em uma eventual
alternativa de cotação, uma economia do custo potencial ou a ideia de melhoria do
produto. Evidentemente, em tais circunstâncias, a decisão final não será do
comprador, mas ele deve ter habilidade para encaminhar aos setores requisitantes
ou técnicos da empresa essas sugestões.
Toda vez que uma requisição não for suficientemente clara, o comprador deverá
solicitar esclarecimentos ou, se for o caso, devolvê-la a fim de que seja preenchida
corretamente e de maneira que transmita exatamente o que se deseja adquirir.

O pedido de compra

Após término da fase de cotação de preços dos materiais e análise da melhor


proposta para fornecimento, o setor de compras emite o pedido de compras para a
empresa escolhida. Esse pedido deverá ter com clareza a descrição do material a ser
comprado, bem como as descrições técnicas, para que não ocorra as frequentes
dúvidas que comumente acontecem.
Preferencialmente o pedido deverá ser emitido em 3 vias, sendo a 1ª e 2ª vias
enviadas ao fornecedor, o qual colocará ciente na 2ª via e a devolverá, que passará
a ter força de contrato, funcionando como um "instrumento particular de
compromisso de compra e venda". A 3ª via funciona como follow up do pedido.

O armazenamento

Na definição do local adequado para o armazenamento devemos considerar:


- Volume das mercadorias / espaço disponível;
- Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento);
- Número de itens;
- Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva etc.;
- Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens;
- Velocidade necessária no atendimento;
- O sistema de estocagem escolhido deve seguir algumas técnicas
imprescindíveis na Administração de Materiais.

As principais técnicas de estocagem são:

a) Carga unitária: dá-se o nome de carga unitária à carga constituída de

Curso de Assistente de Logística 54


embalagens de transporte que arranjam ou acondicionam uma certa quantidade
de material para possibilitar o seu manuseio, transporte e armazenamento como
se fosse uma unidade. A formação de carga unitária se dá através de pallets.
Pallet (pálete) é um estrado de madeira padronizado, de diversas dimensões.
Suas medidas convencionais básicas são 1.100mm x 1.100mm, como padrão
internacional para se adequar aos diversos meios de transportes e
armazenagem;

b) Caixas ou Gavetas: é a técnica de estocagem ideal para materiais de pequenas


dimensões, como parafusos, arruelas, e alguns materiais de escritório; materiais
em processamento, semiacabados ou acabados. Os tamanhos e materiais
utilizados na sua construção serão os mais variados em função das
necessidades específicas de cada atividade.

c) Prateleiras: é uma técnica de estocagem destinada a materiais de tamanhos


diversos e para o apoio de gavetas ou caixas padronizadas. Também como as
caixas poderão ser construídas de diversos materiais conforme a conveniência
da atividade. As prateleiras constituem o meio de estocagem mais simples e
econômico.

d) Raques: Os raques (do inglês racks) são construídos para acomodar peças
longas e estreitas como tubos, barras, tiras etc.

e) Empilhamento: trata-se de uma variante da estocagem de caixas para o


aproveitamento do espaço vertical. As caixas ou pallets são empilhados uns
sobre os outros, obedecendo a uma distribuição equitativa de cargas.

Embalagens

A embalagem possui um impacto significativo sobre o custo e a produtividade


dentro dos sistemas logísticos. Seus custos mais evidentes se encontram na
execução de operações automatizadas ou manuais de embalagem e na necessidade
subsequente de descartar a própria embalagem. A embalagem pode ser visualizada
tanto dentro do sistema logístico total quanto em seu papel nos mercados industrial
e de consumo. As três principais funções da embalagem são: utilidade e eficiência
de manuseio, proteção contra avarias e comunicação.
O custo da embalagem afeta todas as atividades de logística desde o controle de
estoque até a forma como são transportadas para que cheguem ao seu destino final
que seria o consumidor final.

Curso de Assistente de Logística 55


Perspectivas

A embalagem é classificada em embalagem para o consumidor, com ênfase em


marketing, e embalagem industrial, com ênfase na logística.

Materiais de embalagem

A seleção do sistema de embalagem para um dado produto depende de muitos


fatores como o tipo de produto, os requisitos de proteção e a vida útil do produto
requerida, o mercado a que se destina, o circuito de distribuição e venda etc. Todos
os materiais apresentam aspectos positivos e aspectos negativos e as principais
características são mencionadas a seguir:

Tipos de materiais

O Vidro - O vidro é um material inerte de várias formas e tamanhos com elevada


resistência à tração vertical reutilizável e reciclável e boa barreira física contra o
ambiente o envolvem.
Vidro para embalagens - garrafas, potes, frascos e outros vasilhames fabricados em
vidro comum nas cores branca, âmbar e verde.
O Metal - Boa resistência mecânica, resistente a baixas e elevadas temperaturas,
boa barreira física contra o ambiente e reciclável e, facilidade de separação dos
resíduos.
O Plástico - O plástico é um metal leve, inquebrável e com a possibilidade de
combinação com papel e alumínio ou outros plásticos.
O Papel - O papel é um material de baixo custo com resistência baixa a altas
temperaturas, baixo peso reciclável, mas com baixo nível de proteção. Possibilidade
de combinação com papel e alumínio ou outros plásticos.

Tipos de embalagem

A inovação tecnológica deu início ao renascimento da embalagem para fins


logísticos. As empresas estão pesquisando, cada vez mais, materiais e
formas alternativas de embalagem menos caros e mais criativos.
Embalagens tipo sleeves é um tipo de embalagem aplicada sobre garrafas,
frascos e potes, constituído por um rolo de fita termo-encolhível (o que
depois de exposto a uma forma de calor permite que se adapte a forma da
embalagem primária: garrafa, pote etc.). Esta fita primeiramente decorada
Curso de Assistente de Logística 56
permite a empresa ter um maior canal de comunicação com seus
consumidores. Este tipo de embalagem teve grande sucesso entre as
grandes empresas, para ser usada em todo o tipo de produtos
principalmente nas indústrias de laticínios e de refrigerantes.
Embalagem por acolchoamento é um tipo de proteção tradicionalmente
utilizado por empresas de mudanças. É o tipo de embalagem ideal para
embalar produtos de forma irregular. A embalagem por acolchoamento tem
sucesso em empresas que prestam serviços especiais de transportes que
não recorrerem ao uso de caixas. Elas possuem, fornecem e administram
materiais de embalagem, além de carregar e descarregar, assumindo a
responsabilidade por quaisquer avarias e danos que ocorram na
movimentação dos produtos. As vantagens são a ausência de quaisquer
materiais de embalagem e de seus resíduos, a redução da cubagem e a
maior facilidade ao desembalar os produtos.
Embalagens retornáveis sempre fizeram parte dos sistemas logísticos.
Tais embalagens geralmente são de aço ou plástico. A decisão de investir
num sistema de embalagem retornável requer estudo da quantidade de
ciclos de embarques e de custos de transporte versus custos de compra e
descarte de embalagem sem retorno, bem como os custos futuros de
separar, rastrear e limpar as embalagens para reutilização.
Paletes podem ser de madeira, plásticos e refrigerados. Os paletes exigem
grandes investimentos, pois se mal construídos podem se desfazer e causar
avarias nos produtos. Existem estudos para aperfeiçoarem paletes de
material plástico e refrigerado, uma vez que estes paletes possuem as
mesmas funções dos antigos paletes de madeira, diferenciando destes por
possuírem uma vida útil maior e serem mais resistentes.
Embalagem shrink-wrap é uma embalagem à vácuo. Ela é executada
colocando-se uma película pré-esticada sobre a carga unitizada de
embalagens secundárias, película essa que é encolhida por meio de
aquecimento, para fazer as embalagens aderirem à plataforma como um
volume único.
Embalagem stretch-wrap é uma embalagem também à vácuo. Ela é
executada envolvendo-se a carga a uma película plástica esticada, fazendo-
se a carga rodar e ser envolvida pela película, o que resulta numa carga
única, embalada sob pressão.

Embalagem para o consumidor com ênfase no marketing

O projeto da embalagem de consumo deve ser voltado para a conveniência do


Curso de Assistente de Logística 57
consumidor, ter apelo de mercado, boa acomodação nas prateleiras dos varejistas e
dar proteção ao processo. A embalagem dos produtos de consumo precisa chamar a
atenção no ponto de venda, informar as características e atributos do produto e
despertar o desejo de compra no consumidor. Se ela falhar nesta função, o produto
corre o risco de desaparecer do mercado. Pesquisa da AC Nielsen apresentada no
Congresso Brasileiro de Embalagem mostrou que cerca de 80% dos produtos
lançados no Brasil saem do mercado em até dois anos. A embalagem é uma
poderosa ferramenta de marketing que pode ajudar o produto a conquistar a
preferência do consumidor e garantir seu lugar no mercado.

Embalagem industrial com ênfase na logística

Os produtos e as peças são embalados geralmente em caixas de papelão, caixas,


sacos ou mesmo em barris, para maior eficiência no manuseio. São embalagens
usadas para agrupar produtos e são chamadas de embalagens secundárias. O peso,
a cubagem e a fragilidade das embalagens secundárias utilizadas nas operações de
linhas de produção determinam as necessidades de manuseio e de transportes.
As embalagens secundárias eram projetadas de forma que sua cubagem deveria ser
totalmente preenchida para que não ficassem espaços evitando a avaria. A
importância da padronização da embalagem secundária proporcionou substancial
redução do custo total, bem como a adoção de um sistema de manuseio muito mais
eficiente, tanto no depósito como na loja varejista.

Proteção contra avaria


Existe a importância das embalagens secundárias para proteger os produtos contra
avarias durante o manuseio e a armazenagem, como também protege contra furtos.
Para proteger a embalagem contra avarias, é necessário adequá-la ao produto e
selecionar seu material, levando em conta o grau desejado de proteção ao produto.
É proibitivo, no entanto, o custo de proteção total para a maioria dos produtos,
tendo como fatores determinantes do grau de proteção, o valor e a fragilidade do
mesmo.
A fragilidade de um produto pode ser medida através de testes, tanto do produto
como da embalagem, com o uso de equipamentos de choque e de vibração e seu
resultado permite determinar o nível de acolchoamento ou de forração nas caixas.
O ambiente também deve ser estudado quanto as suas características físicas e aos
fatores que o compõem. O ambiente físico que envolve um produto é o ambiente
logístico, ele influencia e é influenciado pela possibilidade de avaria. Neste ambiente
ocorre a avaria por transporte, armazenagens e manuseio. Nos depósitos próprios,
os produtos movem-se para seus destinos num ambiente relativamente controlado;
Curso de Assistente de Logística 58
já com transportes fretados os produtos entram num ambiente sem controle.
Quanto menos controle a empresa tiver sobre o ambiente físico, maiores devem ser
as precauções com a embalagem para evitar avarias, portanto, o ambiente logístico
influencia as decisões relativas ao projeto da embalagem.
Existem quatro causas de avarias que são as vibrações, os impactos, as
perfurações e as compressões que podem ocorrer simultaneamente, esteja ele em
trânsito ou sob manuseio, como também podem ocorrer falhas no empilhamento
que podem causar avarias.
Em trânsito, as avarias podem ser significativamente reduzidas por amarração de
volumes, fixação, amarração à carroceria do veículo, calços para impedir o
deslizamento, a vibração e o choque entre as mercadorias ou simplesmente
utilizando, ao máximo, o especo disponibilizado nos veículos transportadores das
mercadorias.
Fatores externos como temperaturas elevadas, umidade e materiais estranhos
podem acarretar avarias. Estes fatores externos estão fora de controle logístico e
afetam o conteúdo das embalagens quando estes são expostos, podendo derreter,
estragar, empolar, descascar e até fundir-se uns com os outros, perdendo cores.

Utilidade e eficiência do manuseio de materiais

A utilidade de uma embalagem está ligada à forma como ela afeta tanto a
produtividade quanto à eficiência logística. Todas as operações logísticas são
afetadas pela utilidade da embalagem. Desde o carregamento do caminhão e a
produtividade na separação de pedidos até a utilização do espaço cúbico no
armazenamento e no transporte.
A eficiência do manuseio dos materiais é fortemente influenciada pela natureza do
produto, pela utilização e pelas características em termo de comunicação.

Características dos produtos

A embalagem dos produtos sob determinadas configurações e as quantidades


padronizadas contribuem para aumentar a produtividade das atividades logísticas.
A redução do tamanho da embalagem, por exemplo, pode melhorar a utilização do
espaço cúbico. O peso pode ser reduzido com alterações do produto da embalagem.
Substituindo-se garrafas de vidro por garrafas de material plástico, por exemplo,
pode aumentar significativamente a quantidade de garrafas que pode ser
transportada.

Curso de Assistente de Logística 59


Cargas unitizadas

As cargas unitizadas apresentam muitas vantagens. São reduzidos o tempo de


descarga e o congestionamento no ponto de destino. É facilitado o manuseio de
materiais pela verificação das mercadorias, em sua entrada e no rápido
posicionamento para a separação de pedidos.

Fixação de cargas

Pode aumentar a possibilidade de avarias se não for adequadamente fixada durante


o manuseio ou transporte.

Comunicação

É a função para a identificação do conteúdo da embalagem. À medida que os


produtos se tornam mais importante, é necessário o aumento de produtividade.

Rastreamento

Um sistema de manuseio de materiais, com bom nível de controle, deve ter a


capacidade de rastrear o produto no recebimento, na armazenagem, na separação e
na expedição. O controle de toda movimentação reduz os níveis de perda e furto e
pode ser muito útil para monitorar a produtividade dos funcionários.

Instruções de manuseio

Outro papel de embalagem para a atividade logística é transmitir instruções de


manuseio e de prevenção contra avarias. Se o produto é perigoso, como no caso de
produtos químicos, se é de vidro etc.

Materiais alternativos

São usados os mais diversos tipos de materiais em embalagens para o uso na


logística, desde o papelão tradicional até plásticos.

Materiais tradicionais

Curso de Assistente de Logística 60


Sacos são embalagens de papel ou de material plástico que dão proteção, na
forma de embrulhos, podendo conter produtos soltos. São flexíveis e
facilmente descartáveis. Suas desvantagens são a pouca proteção contra
avarias e sua impossibilidade para uso com uma grande quantidade de
produtos.
Caixas de material plástico de alta densidade são embalagens com tampa
similar às caixas de uso doméstico. São rígidas, resistentes e oferecem
proteção substancial aos produtos. Seus pontos fracos são a inflexibilidade,
o peso e a necessidade de seu retorno à origem, por motivos econômicos.
Paletização - utilização de plataforma de madeira ou estrado destinado a
suportar carga, fixada por meio de cintas, permitindo sua movimentação
mecânica com o uso de garfos de empilhadeira ou guindastes mecânicos
específicos para esse fim, obedecendo padrões, permitindo que o guindaste
movimente o pallet por dois lados ou por quatro lados com seus garfos,
permitindo ainda que a carga seja paletizada, envolvida em filme PVC.
Conteinerização - Colocação da carga em contêiner ("cofre de carga"), que
é um recipiente construído de material resistente o suficiente para suportar
uso repetitivo, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com
segurança, inviolabilidade e rapidez, permitindo fácil carregamento e
descarregamento e adequado à movimentação mecânica e ao transporte por
diferentes equipamentos. As opções de utilização no transporte marítimo são

carga.

Tipos de Contêineres
Contêiner de teto aberto (Open Top) - Utilizado para cargas pesadas em
sua totalidade, com encerado para cobertura na parte de cima do mesmo.
Muito utilizado para máquinas e equipamentos que são maiores que as
dimensões da porta do contêiner e são colocadas pela parte superior.
Contêiner térmico (aquecido ou refrigerado): utilizado para produtos que
requerem temperatura constante durante seu transporte para não
alterarem sua qualidade e apresentação; muito comum para produtos
perecíveis.
Contêiner ventilado: evita a condensação do ar em seu interior, utilizado
para transporte de frutas, legumes, animais vivos etc.
Contêiner seco: utilizado para cargas secas (contêiner normal).
Contêiner tanque: utilizado para cargas líquidas a granel;
Contêiner para granéis sólidos: como cereais, pós, farinhas, açúcar etc.
Curso de Assistente de Logística 61
Mariner - Slings são cintas de material sintético que formam uma rede com
dimensões padronizadas, geralmente utilizadas para sacaria. Dependendo
do embarque, seguem com a carga até o destino ou apenas até o porão do
navio, quando são retirados.
Big-Bag são sacos de material sintético, com fundo geralmente circular ou
quadrado, utilizados frequentemente para produtos industrializados em
grãos e pós, em substituição à sacaria. Permitem o reaproveitamento e cada
unidade de carga tem uma variação de peso de 800 kg até 2,0t. O seu custo
é superior ao dos mariner-slings e, por isso, em operações de comércio
exterior, geralmente, não embarcam com a carga. A sua capacidade
geralmente é superior à dos mariner-slings.
Armazenagem e estruturas de armazenagem - a armazenagem é a
administração do espaço necessário para manter os estoques. O
planejamento de armazéns inclui: localização, dimensionamento de área,
arranjo físico, baias de atracação, equipamentos para movimentação, tipo e
sistemas de armazenagem, de sistemas informatizados para localização de
estoques e mão- de-obra disponível. O funcionamento adequado do
armazém exige que o mesmo disponha de um sistema rápido para
transferência da carga, imobilizando o veículo durante o menor tempo
possível.

Classificação dos tipos de embalagens

1. Embalagem de venda ou embalagem primária: envoltório ou recipiente que


se encontra em contato direto com os produtos. Ex.: frasco ou blister de
remédio;
2. Embalagem grupada ou embalagem secundária: é a embalagem destinada a
conter a embalagem primária ou as embalagens primárias. Ex.: caixinha de
remédio que contém o pote de remédio;
3. Embalagem de transporte ou embalagem terciária: utilizada para o
transporte, protege e facilita a amarzenagem dos produtos. Ex.: pallet.

Podemos reduzir os custos de armazenagem utilizando como base quatro razões


básicas:
1. Reduzir custos de transporte e produção - a estocagem de produtos, tende
a reduzir custos de transporte pela compensação nos custos de produção e
estocagem;
2. Coordenação de suprimento e demanda - caso trabalhe-se com produto
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sazonal (ou seja, que não se pode encontrar em qualquer época do ano com
facilidade), deve- se estocar esses produtos para venda fora da safra/época,
com isso terá um aumento considerável na receita;
3. Auxiliar processo de produção - a manufatura de certos produtos, como
queijos e bebidas alcoólicas, precisa de um período de tempo para maturação.
No caso de produtos taxados, segurar a mercadoria até a sua venda evita o
pagamento de impostos antecipado;
4. Auxiliar marketing - para a área do marketing, somos importantes à
disponibilidade do produto para o mercado. Pela estocagem do produto
próximo ao consumidor se tem uma entrega mais rápida e melhoria no nível
de serviço, com isso o processo de marketing será um sucesso.

Sistema 5´s

A gestão da Qualidade é primordial para o estabelecimento e sobrevivência de uma


instituição e para viabilizar o controle de atividades, informações e documentos. A
meta é a boa prestação de serviços, de forma eficiente e dinâmica para que o
solicitante fique satisfeito.
Dentre as muitas ferramentas que podem ser usadas para implantar o Sistema da
Qualidade total numa empresa ou instituição, tem-se o Programa 5S. Este é o
ponto de partida e um requisito básico para o controle da qualidade, uma vez que
proporciona vários benefícios ao setor. A ordem, a limpeza, o asseio e a
autodisciplina são essenciais para a produtividade. Porém, este programa
implantado sozinho, somente ele, não assegura o Sistema da Qualidade eficiente. É
necessário haver melhorias contínuas, treinamentos e conscientização do pessoal
quanto à filosofia da qualidade.
O Programa 5 S tem aplicabilidade em diversos tipos de empresas e órgãos,
inclusive em residências, pois traz benefícios a todos que convivem no local,
melhora o ambiente, as condições de trabalho, saúde, higiene e traz eficiência e
qualidade.

não é somente a aplicação dos conceitos, mas a mudança cultural de todas as


pessoas envolvidas e a aceitação de que cada um deles é importante para melhorar
o ambiente de trabalho, a saúde física e mental dos trabalhadores e o sistema da
qualidade.
O conceito do Método 5S e as palavras surgiram no Japão, onde cada um destes

houve adaptação dos conceitos para a língua portuguesa, assim como adaptação
em outros países que desenvolveram programas semelhantes para aprimorar a
qualidade.
Curso de Assistente de Logística 63
Mas é importante lembrar que implantar o programa não é apenas traduzir os
termos e estudar sua teoria e seus conceitos. Sua essência é mudar atitudes,
pensamento e comportamento do pessoal.

O Método 5 s

O Método "5S" foi base da implantação do Sistema de Qualidade Total nas


empresas. Surgiu no Japão, nas décadas de 50 e 60, após a Segunda Guerra
Mundial, quando o país vivia a chamada crise de competitividade. Além disso, havia
muita sujeira nas fábricas japonesas, sendo necessária uma reestruturação e uma

O país precisava reestrutura-se, organizar as indústrias e melhorar a produção


para ser compatível com o mercado mundial O programa tem este nome por tratar-
se de um sistema de cinco conceitos básicos e simples, porém essenciais e que
fazem a diferença no Sistema da Qualidade.
Espanha e Inglaterra adotaram metodologias equivalentes, porém com nomes

mesma - sempre buscar o Sistema da Qualidade Total.


É possível eliminar o desperdício (tudo o que gera custo extra) em cinco fases, com
base no método "5S". Foi um dos fatores para a recuperação de empresas japonesas
e a base para a implantação da Qualidade Total naquele país.
Os cinco conceitos foram introduzidos no Brasil, posteriormente, em 1991, pela
Fundação Cristiano Ottoni.

Os 5 conceitos são:

1.º S - SEIRI - SENSO DE UTILIZAÇÃO


CONCEITO: "separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário".
2.º S - SEITON - SENSO DE ARRUMAÇÃO
CONCEITO: "identificar e arrumar tudo, para que qualquer pessoa possa localizar
facilmente".
3.º S - SEISO - SENSO DE LIMPEZA
CONCEITO: "manter um ambiente sempre limpo, eliminando as causas da sujeira e
aprendendo a não sujar".
4.º S - SEIKETSU - SENSO DE SAÚDE E HIGIENE
CONCEITO: "manter um ambiente de trabalho sempre favorável à saúde e higiene".
Curso de Assistente de Logística 64
5.º S - SHITSUKE - SENSO DE AUTODISCIPLINA
CONCEITO: "fazer dessas atitudes, ou seja, da metodologia, um hábito,
transformando os 5s's num modo de vida".

Objetivos do programa:

Baseado em sua própria elaboração, o Método 5S visa a combater eventuais perdas


e desperdícios nas empresas e indústrias; educar a população e o pessoal envolvido
diretamente com o método para aprimorar e manter o Sistema de Qualidade na
produção. É importante a alteração no comportamento e atitudes do pessoal. A
conscientização dos integrantes da importância dos conceitos e de como eles devem
ser usados facilita a implantação do programa.
A abordagem do programa deve ser aplicada como hábito e filosofia não apenas no

Deste modo, o 5S auxiliará na reorganização da empresa, facilitará a identificação


de materiais, descarte de itens obsoletos e melhoria na qualidade de vida e
ambiente de trabalho para os membros da equipe.
-
consolidação da fase seguinte. Uma vez iniciado o processo, fica mais fácil dar
continuidade à implantação do método. Consequentemente, haverá consolidação do
Sistema da Qualidade e melhoria do desempenho geral no setor.

Planejamento e prática dos conceitos

De acordo com o conceito japonês, pode-se eliminar o desperdício e,


consequentemente, o custo extra também, nestas cinco fases que ajudarão também
a implantar o Sistema da Qualidade.

1.º S - SEIRI - SENSO DE UTILIZAÇÃO


CONCEITO: "separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário".
Também pode ser interpretado com Senso de Utilização, Arrumação, Organização,
Seleção. Nesta fase, o trabalho começa a ser colocado em ordem, para que só se
utilize o que for realmente necessário e aplicável. Por isso, é importante ter o
necessário, na quantidade adequada e controlada para facilitar as operações.

É essencial saber separar e classificar os objetos e dados úteis dos inúteis da

Curso de Assistente de Logística 65


seguinte forma:
o que é usado sempre: colocar próximo ao local de trabalho.
o que é usado quase sempre: colocar próximo ao local de trabalho.
o que é usado ocasionalmente: colocar um pouco afastado do local de
trabalho.
o que é usado raramente, mas necessário: colocar separado, em local
determinado.
o que for desnecessário: deve ser reformado, vendido ou eliminado, pois
ocupa espaço necessário e atrapalha o trabalho.

Vantagens:

Reduz a necessidade e gastos com espaço, estoque, armazenamento,


transporte e seguros;
Facilita o transporte interno, o arranjo físico, o controle de produção;
Evita a compra de materiais e componentes em duplicidade e também os
danos a materiais ou produtos armazenados;
Aumenta a produtividade das máquinas e pessoas envolvidas;
Traz maior senso de humanização, organização, economia, menor cansaço
físico e maior facilidade de operação;
Diminui riscos acidentais do uso destes materiais pelo pessoal. Todos da
equipe devem saber diferenciar o útil do inútil, o que é realmente necessário e
o que não é. Na terminologia da Qualidade, denomina-
ou ação preventiva.

2.º S - SEITON - SENSO DE ARRUMAÇÃO


Conceito: "identificar e arrumar tudo, para que qualquer pessoa possa localizar
facilmente.
Também pode ser definido como Senso de Ordenação, Sistematização,
Classificação, Limpeza.
O objetivo é identificar e arrumar tudo, para que qualquer pessoa possa localizar
facilmente o que precisa e a visualização seja facilitada.
Nesta fase é importante:
padronizar as nomenclaturas;

Curso de Assistente de Logística 66


usar rótulos e cores vivas para identificar os objetos, seguindo um padrão;
guardar objetos diferentes em locais diferentes;
expor visualmente os pontos críticos, tais como extintores de incêndio, locais
de alta voltagem, partes de máquinas que exijam atenção etc.;
determinar o local de armazenamento de cada objeto;
onde for possível, eliminar as portas;
Não deixar objetos ou móveis no meio do caminho, atrapalhando a locomoção
no local.

Vantagens:
Menor tempo de busca do que é preciso para operar, ler, enviar etc.;
Menor necessidade de controles de estoque e produção;
Facilita transporte interno, controle de documentos, arquivos ou pastas, além
de facilitar a execução do trabalho no prazo;
Evita a compra de materiais e componentes desnecessários ou repetidos ou
danos a materiais ou produtos armazenados;
Maior racionalização do trabalho, menor cansaço físico e mental, melhor
ambiente;
Melhor disposição dos móveis e equipamentos;
Facilitação da limpeza do local de trabalho A ordenação eficiente do material
de trabalho deve ser implantada com uma nomenclatura padronizada e
divulgada dos arquivos, pastas, documentos, salas, estoques etc. e com a
indicação correta do local de estocagem. As pessoas devem saber onde
procurar cada coisa quando necessário e todos devem seguir as regras. É
importante fazer uma análise da situação atual da instituição, como as coisas
estão organizadas e onde. Sempre que possível, deve-se trabalhar para
reduzir os estoques e qual o melhor local para guardar cada coisa.
A ideia principal nesta fase é:

3.º S - SEISO - SENSO DE LIMPEZA

Conceito: "manter um ambiente sempre limpo, eliminando as causas da

Curso de Assistente de Logística 67


Cada pessoa deve saber a importância de estar em um ambiente limpo e dos
benefícios de ambiente com a máxima limpeza possível. O ambiente limpo traduz
qualidade e segurança.
O desenvolvimento do senso de limpeza proporciona:
Maior produtividade das pessoas, máquinas e materiais, evitando o
retrabalho;
Evita perdas e danos de materiais e produtos;
Para isto, é importante que o pessoal tenha consciência e habitue-se a:
Procurar limpar os equipamentos após o seu uso, para que o próximo a usar
encontre- o limpo;
aprender a não sujar e eliminar as causas da sujeira;
definir responsáveis por cada área e sua respectiva função;
manter os equipamentos, ferramentas etc., sempre na melhor condição de
uso possível;
Após usar um aparelho, deixá-lo limpo e organizado para o próximo utilitário;
Cuidar para que se mantenha limpo o local de trabalho, dando atenção para
os cantos e para cima, pois ali acumula muita sujeira;
Não jogar lixo ou papel no chão;
Dar destino adequado ao lixo, quando houver. Inclui-se ainda neste conceito,
de um modo mais amplo, manter dados e informações atualizados, procurar
ser honesto no ambiente de trabalho e manter bom relacionamento com os
colegas. Tudo isto é fundamental para a imagem (interna e externa) da
empresa.

4.º S - SEIKETSU - SENSO DE SAÚDE E HIGIENE


Conceito: "manter um ambiente de trabalho sempre favorável à saúde e higiene".
Também pode ser definido como Senso de Asseio e Integridade. Higiene é
manutenção de limpeza e ordem. Quem exige qualidade, cuida também da
aparência. Em um ambiente limpo, a segurança é maior. Quem não cuida bem de si
mesmo, não pode fazer ou vender produtos ou serviços de qualidade.
O pessoal deve ter consciência da importância desta fase, tomando um conjunto de
medidas:
ter os três S's previamente implantados;
capacitar o pessoal para que avaliem se os conceitos estão sendo aplicados

Curso de Assistente de Logística 68


realmente e corretamente;
eliminar as condições inseguras de trabalho, evitando acidentes ou
manuseios perigosos;
humanizar o local de trabalho numa convivência harmônica;
difundir material educativo sobre a saúde e higiene;
respeitar os colegas como pessoas e como profissionais;
colaborar, sempre que possível, com o trabalho do colega;
cumprir horários;
entregar documentos ou materiais requisitados no tempo hábil;
não fumar em locais impróprios etc.
Ter a empresa limpa e asseada requer gastos com sistema e matérias de limpeza.
Requer manutenção da ordem, da limpeza e principalmente disciplina. Cada
membro da equipe deve ter consciência da importância de se trabalhar num local
limpo e organizado.
As vantagens são:
melhor segurança e desempenho do pessoal;
Prevenção de danos à saúde dos que convivem no ambiente;
Melhor imagem da empresa internamente e externamente;
Elevação do nível de satisfação e motivação do pessoal para com o trabalho.
Algumas medidas importantes e úteis nesta fase também podem ser: colocar avisos
ou instruções para evitar erros nas operações de trabalho, bem como designações,
avisos e identificação dos equipamentos (recursos visuais).
Quando importantes, os avisos devem ser vistos à distância, bem destacados e
acessíveis a todos do setor. É importante, nesta fase, conferir se o programa está
sendo realmente implantado, verificando cada etapa, se o pessoal está preparado e
motivado a cumprir o programa.

5.º S - SHITSUKE - SENSO DE AUTODISCIPLINA


Conceito: "fazer dessas atitudes um hábito, transformando os 5s's num modo de
vida". Atitudes importantes:
Usar a criatividade no trabalho, nas atividades;
Melhorar a comunicação entre o pessoal no trabalho;
Compartilhar visão e valores, harmonizando as metas;

Curso de Assistente de Logística 69


Treinar o pessoal com paciência e persistência, conscientizando-os para os
5s's;
De tempos em tempos aplicar os 5s's para avaliar os avanços;
É importante cumprir os procedimentos operacionais e os padrões éticos da
instituição, sempre buscando a melhoria. A autodisciplina requer a consciência e
um constante aperfeiçoamento de todos no ambiente de trabalho. A consciência da
qualidade é essencial.
Com o tempo, a implantação do programa traz benefícios:
Reduz a necessidade constante de controle;
Facilita a execução de toda e qualquer tarefa/operação;
Evita perdas oriundas de trabalho, tempo, utensílios etc.;
Traz previsibilidade do resultado final de qualquer operação;
Os produtos ficam dentro dos requisitos de qualidade, reduzindo a
necessidade de controles, pressões etc.

Dicas para a prática do método 5s:

Cada pessoa deve saber diferenciar o útil do inútil. Só o que tem utilidade certa
deve estar disponível. Eliminando-se o que não é útil, você pode se concentrar
apenas no que é útil. Dê atenção a tudo que estiver dentro de seu ambiente de
trabalho (máquinas, ferramentas, estoques, móveis, papéis etc.) e defina o que é
necessário através de instruções claras para que todos possam separar o útil do
inútil.

Algumas perguntas podem ser elaboradas para direcionar o processo:


1. O que pode ser jogado fora e o que deve ser guardado?
2. O que pode ser útil para outro setor?
3. O que pode ser consertado?
4. É possível trabalhar de forma mais econômica, racionalizando o tempo?

Após colocar em um local determinado aquilo que será descartado, convide as


pessoas de outros setores para que escolham, entre os itens disponíveis, o que de
fato lhes interessar.
Analisar como as coisas estão guardadas, onde e por quê. Arrumação é importante

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para agilizar o acesso aos documentos e outras coisas em seus devidos lugares.
Administrar bem o patrimônio da instituição é essencial, principalmente no que se
refere à organização e identificação de:
laudos;
relatórios;
atas;
documentos em geral;
pareceres;
dados estatísticos;
arquivos e pastas de documentos.
Sempre que possível, eliminar ou diminuir o processo burocrático de ações ou
documentos, procurando aproveitar o tempo e economizar trabalho desnecessário.
Cada um deve ficar responsável pelo seu espaço, sem prejudicar o espaço do outro.
Sempre se deve questionar se algo está bom o suficiente ou se é possível ser
melhorado.

Estoques e utensílios de trabalho:

Para haver corretas armazenagem, organização e identificação, devem ser feitas


algumas perguntas:
1. É possível reduzir os estoques?
2. O que está à mão precisa mesmo estar ali?
3. Os nomes das coisas estão padronizados?
4. Qual é o melhor local para cada coisa e por quê?
5. O que é necessário está à mão?

Levante sugestões para a melhoria e limpeza do local de trabalho. Defina, se


possível, o dia da limpeza para que todos se organizem. É importante que todos
participem, fazendo a limpeza básica em conjunto, jogando fora papéis, fazendo
pequenos consertos etc. Compartilhe ideias com os colegas, discuta as alternativas
propostas e valorize o trabalho de cada um.
O que deve ser verificado e avaliado para elaboração de um ambiente organizado e
propício, com a metodologia 5S implantada:

Curso de Assistente de Logística 71


1. Os funcionários devem se apresentar com boa aparência usando trajes
limpos, não rasgados.
2. Piso e área externa ao setor (corredores) devem estar limpos, secos e
organizados, sem acúmulo de materiais e sucatas, devem possuir linhas
demarcando as áreas de circulação.
3. Higiene - o ambiente deve estar limpo, sem acúmulo de materiais orgânicos
ou inorgânicos. Deve estar livre também de materiais/ equipamentos que
provoquem contaminação química.
O pessoal deve cuidar da higiene pessoal e usar os devidos equipamentos de
segurança (onde aplicáveis), para garantir a integridade física.
É importante também o cuidado com as máquinas, aparelhos, equipamentos e
utensílios. As dicas de prática do método 5S devem tornar-se hábitos na instituição
entre os funcionários, em todos os setores para que o programa seja mantido e o
controle fique mais fácil. Em cada etapa, é essencial que o método seja verificado, a
implantação tem de estar em constante verificação; isto também é importante para
a próxima fase, pois são todas interligadas. A última etapa de uma série é o ponto
de partida para a primeira etapa da próxima. A fase de autodisciplina,
principalmente, é uma das mais importantes e cruciais do programa, pois é a fase
em cada um dos envolvidos terá que desenvolver seu próprio senso de ordenação e
assumir o compromisso com a metodologia e com suas atividades cada um fazendo
a sua parte contribui para o desenvolvimento de todo o programa e a manutenção
da qualidade.
Cada um deve estar ciente de suas responsabilidades, ter suas funções definidas e
ser treinados para que haja eficiência na prestação dos serviços, segurança no local
de trabalho e incentivo à capacidade criativa.

Atividade prática em sala de aula

No decorrer do curso, vocês irão desenvolver toda a prática, conforme relacionada


abaixo:
1) Irão trabalhar em cima de um produto a ser definido, aonde deverão fazer as
seguintes atividades:
- Descrição do material;
- Codificação de material;
- Levantamento de matéria-prima utilizada na produção deste produto;
- Levantamento do custo da matéria-prima;
- Controle de matéria-prima e produto acabado;
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- Determinar forma de armazenar o produto;
- Preparar o material para o transporte.
2) Levantamento de produtos comercializados em um supermercado, para
definir a logística de armazenagem e fluxo de mercadorias e clientes;
3) Levantamento da Logística de serviços;
4) Elaborar programas de estoques de matéria-prima e produto acabado;
5) Preenchimento de fichas;

Referências bibliográficas

MARTEL, Alain. Análises e Projetos de Redes Logísticas. São Paulo: Saraiva, 2010.
MARTINS, Petrônio Garcia. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais.
Atlas, 2010.
POZO. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. São Paulo: Atlas, 2007.

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