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1. Introdução
O Conselho de Profissionais de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos dos EUA
(CSCMP) (2016) é a maior associação de profissionais para logística e Supply Chain
Management com mais de 9.000 membros em todo o mundo. CSCMP define logística como a
parte do Supply Chain Management que planeja, implementa e controla a eficiência, fluxo e
armazenamento efetivo, direto e reverso, de bens, serviços e informações correlatas entre o
ponto de origem e o ponto de consumo, a fim de atender aos requisitos dos clientes.
Como a flexibilidade logística oferece tempo, eficiência e melhora a consistência da
entrega, ajustando o armazenamento, inventário e atividades de entrega em resposta aos
requisitos do cliente, de acordo com Swafford et al. (2006), o que sustenta a flexibilidade
logística é uma capacidade de processamento de informações de mercado relacionadas à
logística dos distribuidores ou clientes finais da empresa. Assim, para permitir que uma empresa
ofereça qualidade do serviço de logística e manter as relações comprador-vendedor, em um
ambiente incerto requer flexibilidade logística, com uma forte capacidade de processar
informações de mercado.
Segundo Chopra e Meindl (2003. p. 50), as escolhas sobre o transporte exercem um
forte impacto na responsividade e na eficiência da cadeia de suprimentos.
Uma maneira para que se reduzam custos sem alterar a qualidade do produto é a
aplicação de programas de melhoria contínua tendo como base conceitos do Lean
Manufacturing, que possui como conceito um exemplo de oito tipos de desperdícios, e um
destes desperdícios elencados é o de transporte.
Devido a grande gama de modais de transportes à disposição muitas empresas se perdem
na hora de analisar qual o melhor modal de transporte para a carga desejada, muitas das vezes
em caso de transportes de cargas pesadas estes transportes envolvem altos custos com frete. A
Engenharia de Produção possui como desafio a seguinte questão. Como otimizar recursos e
minimizar custos, dentre eles os de transportes que conceituados a partir do Lean é tido um dos
oito desperdícios?
O objetivo principal deste trabalho é apontar as oportunidades de redução de custos no
processo de transporte de matéria-prima, nesse caso, aplicados a movimentação de bobinas de
aço.
Justifica-se a relevância deste trabalho devido a crescente necessidade quanto à redução
de custos envolvendo está tão importante vertente do nosso cotidiano, o transporte, sendo cada
vez mais necessário reduzir seus custos e otimizar recursos. Para a indústria este último fator
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faz-se cada vez mais necessário, visto que a tendência dos gastos é de elevar-se em função da
quantidade demandada sendo que para empresas que não pertencem ao ramo de transportes o
transporte em si é uma operação que não agrega valor ao produto e seus custos devem ser
otimizados ao máximo.
2. Revisão Bibliográfica
A seguir veremos uma revisão de literatura com os principais assuntos pertinentes a este
trabalho.
2.1 Supply Chain Management
A Supply Chain Management (SCM) é um termo inglês, que significa na língua
portuguesa Gestão da Cadeia de Suprimentos, sendo essa introduzida em 1982 por Keith Oliver,
vice-presidente do escritório de consultoria internacional de Londres, Booz Allen Hamilton
(FERRAGI, 2016).
Segundo Schimi-Levi e Kaminsky (2010), uma cadeia de suprimentos pode ser definida
como a integração entre fornecedores, fabricantes, depósitos e pontos comerciais. Para Stevens
e Jhonson (2016) o desenvolvimento da temática Supply Chain Management ocorreu devido à
necessidade de melhoria e alinhamento dos processos internos e externos das empresas.
Segundo Ballou (2006. p. 28), a cadeia de suprimentos engloba uma sequência de
atividades que envolvem fornecedores, fábrica, varejo e clientes. Os componentes típicos em
cada um desses elos são, de modo geral, escolha de locais para fábrica e armazenagem, previsão
de demanda, controle de estoque, manuseio de materiais e transportes. Na Figura 1 pode-se
observar os pontos mais importantes dessa cadeia.
Figura 1 – Estratégias de Estocagem, Transportes e Localização.
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3. Materiais e Métodos
Primeiramente será necessária a realização de uma pesquisa prévia acerca dos modais
para transporte por meio de revisão bibliográfica em livros, artigos em bancos de dados como
Scopus, Web of Science, Scielo e Google Acadêmico de modo a avaliar suas vantagens e
peculiaridades de cada modal. Posteriormente será realizada uma pesquisa em campo, junto ao
estudo de caso, sendo esta realizada por meio de consulta por meio de entrevistas presenciais e
telefônicas aos transportadores autorizados e com contrato em vigência com a empresa estudada
dentro do mercado que se destina ao transporte de cargas pesadas, de modo que o transporte
possa ser realizado com a máxima eficiência e segurança.
Posteriormente será feita uma comparação entre os valores de frete de bobinas e aço.
Estes valores serão comparados a partir de cotações realizadas em mercado com transportadores
especializados.
Também será necessário realizar o levantamento de investimentos que possam vir a ser
necessários, como por exemplo, possíveis mudanças de lay-out, compra, troca ou adequação de
maquinário por meio de um estudo das propostas a serem feitas.
Faz-se necessário a utilização de meios que a auxiliam na redução de custos e na gestão
de projetos para que assim seja criado um projeto voltado para a redução de custos.
Analisar a melhor condição, comparando todas as situações propostas e por fim realizar
análise quantitativa com métodos de análise financeira acerca do retorno obtido com a
otimização do transporte de matéria-prima.
3.1 Problema
Uma empresa do ramo de peças automotivas vem apresentando uma série de problemas
quanto a Logística de Matéria-Prima. Onde foram constatados elevados gastos relacionados ao
transporte e movimentação de matéria-prima, neste caso específico são bobinas de aço.
Estas bobinas de aço chegam até a empresa por modal rodoviário, sendo que requerem
um veículo especial para serem transportadas via rodoviário (caminhão com eixos e chassis
específicos para suportar cargas pesadas sendo que sua capacidade máxima é de 1 bobina de no
máximo 30 Ton. ou 2 de 15 Ton. por veículo transportador).
Após o recebimento da carga estas bobinas são içadas por um dispositivo específico
acoplado na ponte rolante e dispostas em um estoque de matéria-prima, para posteriormente
serem processadas.
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Fonte: Empresa
De acordo com a Figura 3 pôde ser verificado que o problema de maior urgência a ser
solucionado são os elevados gastos com transporte logístico.
Para isso foi feito uma pesquisa que apresentou outra maneira de se transportar as
bobinas de aço, o modal Ferroviário foi tido como principal opção, o que gera uma certa
preferência devido a empresa localizar-se ao lado de uma via férrea.
A empresa em questão possui dois fornecedores de bobinas de aço, o frete é feito por
transportadoras com contratos em vigência com a empresa e cobram um valor tabelado e
acordado via contrato para o transporte das bobinas de aço. Para este transporte existe uma
limitante de capacidade máxima, 1 bobina de no máximo 30 Ton. por veículo transportador, ou
2 de 15 Ton.
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Devido aos valores atrativos com relação aos valores pagos anteriormente a empresa
decidiu por executar um PDCA visando a redução de custos.
Na fase P foram evidenciados elevados gastos com transporte de matéria-prima.
Foram observadas as limitantes de maior impacto de cada modal de transporte, limitação
máxima por transporte rodoviário - 30 Ton. por veículo e limitação mínima por carregamento
no transporte ferroviário - 350 Ton.
Ainda na fase P o time definiu sua predição que é a de reduzir os custos de transporte
de matéria-prima por meio de atividades que não agregam valor ao produto e
consequentemente aumentar a competitividade da empresa.
Foi verificado também que a mudança não causaria grandes interferências nos níveis
de estoque devido ao fato de empresa consumir uma média de 24 bobinas por dia no cenário
atual.
Na fase D foi elaborado o seguinte plano de ação conforme apresentado na Figura 4
para o bom andamento do projeto.
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Através da previsão
de volume de
Apresentar e
Para ter uma noção da bobinas via
analisar possíveis Colaboradores
economia de custos ferroviária e custos 31/12/2015 100%
ganhos com o X, Y, Z
envolvida envolvidos no
time
método atual e
futuro.
Apresentar ao
A fim de verificar Analisar a proposta
PCP proposta do Colaboradores
possíveis restrições de fluxo em conjunto 31/01/2016 100%
fluxo de manobra X, Y, Z
durante operação com planejamento
das pranchas
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Fonte: Empresa
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6. Referências
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
Bartlomiej Gladysz, Aleksander Buczacki. Wireless Technologies For Lean
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2018.
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Estratégia,
Planejamento, e Operação. In: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Estratégia,
Planejamento, e Operação. 2003.
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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRANSPORTES. Disponível em:
http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt. Acessado em: 25/05/2018
CSCMP (2016), “Council of Supply Chain Management Professionals”, Disponível em:
https://cscmp.org/CSCMP/Educate/SCM_Definitions_and_Glossary_of_Terms/CSCMP/Educ
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6878815ef921 Acessado em: 10/03/2019
FERRAGI, E. M. Integrating Supply Chain and Production Chain: a Genesis in the
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