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Aluna: Tainá Carneiro Silva

Professora: Analu Garcia

Resenha: Morte e vida de grandes cidades – Jane Jacobs

O livro de Jane Jacobs crítica de forma aberta o urbanismo moderno e ortodoxo, a concepção
dela de urbanismo vai muito além e em um viés bem diferente de como são planejadas as
cidades e feitas as resoluções urbanísticas no urbanismo moderno e ortodoxo. Jane acredita que
no modelo moderno há uma escassez de diversidade em como são planejadas as cidades.

Na visão de Jane os urbanistas modernos não fazem a mínima ideia de como projetar cidades
funcionais e saudáveis, ela cita que “as qualidades, as necessidades, as vantagens e o

comportamento das grandes cidades tem sido inteiramente confundidos com as qualidades, as
necessidades, as vantagens e o comportamento de outros tipos de assentamentos menos ativos”,
muitas vezes se deixa de lado como a cidade realmente funciona na prática e se leva em conta
apenas a idealização de como na cabeça dos projetistas ela deveria funcionar, o que faz com
que os projetos de requalificação não atendam de verdade as necessidades da população da
localidade.

A parte onde ela descreve North End e a percepção das pessoas sobre aquela localidade,
deixa claro a ideia pré-concebida de que áreas com grande concentração populacional não são
boas para viver, mesmo os índices mostrando bons resultados daquela região a ideia sobre a
localidade ser um grande cortiço permaneceu. Além de explicitar o raciocínio econômico da
urbanização atual, “A economia da reurbanização não se baseia unicamente no investimento
racional através de subsídios públicos, como proclama a teoria da renovação urbana, mas
também em vastos e involuntários subsídios, arrancados de vítimas locais indefesas”.

Retomando a questão da diversidade existente nas cidades que muitas vezes são deixadas de
lado por quem planeja as cidades, Jane afirma que os componentes dessa diversidade podem
diferir muito, mas devem-se complementar concretamente. As cidades são planejadas na
grande maioria das vezes como se todas fossem iguais e desprezando os fatores de diversidade
existentes, Jane chama os urbanistas de “descentralizadores” pois as soluções urbanísticas
atualmente estão bastante voltadas a descentralização das cidades, como se a grande solução
para os problemas das grandes cidades fosse a distribuição da grande população para áreas
menos densamente povoadas.

“É uma tolice planejar a aparência de uma cidade sem saber que tipo de ordem inata e
funcional ela possui”, muito se fala sobre o problema doe excesso de automóveis e a questão
dos transportes como se fosse o principal problema das cidades, mas não sabem lidar com os
problemas da cidade como um todo, Jane deixa isso claro no trecho: “Eles não sabem o que
fazer com os automóveis nas cidades porque não têm a mínima ideia de como projetar cidades
funcionais e saudáveis – com ou sem automóveis.”

A cidade vertical de Le Corbusier é colocada como uma “evolução” da cidade jardim de


Ebenezer Howard, pois a cidade vertical já considerava os grandes edifícios que abrigariam
um grande contingente populacional, porém esse modelo ainda é considerado uma utopia
social, pois ele previa grandes espaços abertos entre um edifício e outro, o que não é uma
realidade viável devido ao aumento de contingente populacional de forma rápida.

Portanto, como Jane Jacobs cita no livro “Não estudadas, desprezadas, as cidades têm
servido de cobaia”. As cidades têm servido de cobaia para as ideias de urbanização que muitas
vezes não são efetivamente eficientes e que não levam a pluralidade da localidade em
consideração, a tentativa de descentralização não leva a população em consideração e os
hábitos já existentes.

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