Você está na página 1de 18

CV7710 Concreto Armado I

Capítulo 9
Força Cortante

Prof. MARCELLO CHEREM


E-mail: mcherem@fei.edu.br
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.1. INTRODUÇÃO
Analisando o elemento ‘K’ da viga abaixo:
SEÇÃO ‘S’

Tensões no Elemento ‘K’

Estado Duplo de tensão


CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.1. INTRODUÇÃO
Pode-se traçar o círculo de Mohr para o Estado
Estado Duplo de tensão Duplo de Tensão:

O elemento está submetido a uma tensão diagonal de tração e outra de compressão.


CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.1. INTRODUÇÃO
Pode-se estabelecer o caminhamento das tensões principais para a viga exibida:
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.1. INTRODUÇÃO
Tensões principais para uma viga bi-apoiada com carregamento distribuído.
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.1. INTRODUÇÃO
Em 1906 Emil Mӧrsch concebeu, ensaiou e divulgou a "Treliça de Mӧrsch“.

Assim sendo, são necessárias duas verificações quanto as solicitações transversais:

a) Verificação da diagonal/biela comprimida de concreto;


b) Dimensionamento da armadura de tração (estribos).
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.2. EQUILÍBRIOS DE ESFORÇOS

FV = 0
Rcwd ∙ sen  = VSd
VSd
R cwd 
sen θ

FV = 0
Rswd ∙ sen  = VSd
VSd
R swd 
sen α
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.3. VERIFICAÇÃO DA DIAGONAL/BIELA COMPRIMIDA

Condição de resistência:
cwd  0,6v2∙ fcd
R cwd
 0,6 v 2  f cd
Ac
VSd
 0,6α v2  fcd
sen θ  b w  zcotg α  cotg θ  senθ

VSd  0,6v2∙ fcd ∙ bw ∙ z  sen² (cotg  + cotg )

Reescrevendo, temos: VSd  VRd2


onde:
VRd2 = 0,6v2∙ fcd ∙ bw ∙ z ∙ sen² (cotg  + cotg )
(é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais
comprimidas de concreto)
fck
α v2  1  (coeficiente redutor de resistência)
250
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.4. DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL (ESTRIBOS)

Condição de resistência:
swd  fywd
R swd
 f ywd
As
VSd
 f ywd
A sw
sen   zcotg α  cotg θ 
s
Asw área de todos os ramos (pernas) A
do estribo. VSd  sw  z  fywd cotg α  cotg θ  sen α
s
s espaçamento entre estribos

Reescrevendo, temos: VSd  Vsw


A sw
onde: VSw   z  fywd cotg α  cotg θ  sen α
s
(é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal)
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.5. MODELO DE CÁLCULO I
O modelo I admite diagonais de compressão inclinadas de θ = 45° em
relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural e admite ainda que a parcela
complementar Vc tenha valor constante, independente de VSd.

9.5.1. Verificação da diagonal comprimida

VSd  VRd2

Para fins práticos: z  0,9d e  = 90°

VRd2 = 0,6v2∙ fcd ∙ bw ∙ z ∙ sen² (cotg  + cotg )


VRd2 = 0,6v2∙ fcd ∙ bw ∙ 0,9d ∙ sen² 45°(cotg 90° + cotg 45°)

VRd2 = 0,27v2∙ fcd ∙ bw ∙ d


(ABNT NBR 6118:2014, item 17.4.2.2)
onde: α v2  1  fck
250
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.5. MODELO DE CÁLCULO I

9.5.2. Dimensionamento da armadura transversal

VSd  VRd3 = Vc + Vsw


Vc é a parcela de força cortante absorvida por mecanismo complementares ao
de treliça
Vc = 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha
neutra se situa fora da seção;
Vc = Vc0 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra
cortando a seção;
 Mo  fctm fctk,inf fctd
Vc  Vc0  1   na flexo-compressão Classe
 M  (MPa) (MPa) (MPa)
 Sd,máx 
C20 2,210 1,547 1,105
onde: Vc0 = 0,6fctd  bw  d C25 2,565 1,795 1,282
C30 2,896 2,028 1,448
fctk,inf C35 3,210 2,247 1,605
fctd  fctm  0,3  fck 2/3
γc C40 3,509 2,456 1,754
C45 3,795 2,657 1,898
fctk,inf  0,7  fctm  0,21  fck 2/3
C50 4,072 2,850 2,036
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.5. MODELO DE CÁLCULO I
9.5.2. Dimensionamento da armadura transversal
A sw
Vsw   z  fywd cotg α  cotg θ  sen α
s

Para fins práticos: z  0,9d e  = 90°


A sw
Vsw   0,9d  fywd cotg 90  cotg 45 sen 90
s

A sw
Vsw   0,9d  fywd
s
(ABNT NBR 6118:2014, item 17.4.2.3)
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.6. MODELO DE CÁLCULO II

O modelo II admite diagonais de compressão inclinadas de θ em relação ao


eixo longitudinal do elemento estrutural, com variável livremente entre 30° e 45°.
Admite ainda que a parcela complementar Vc sofra redução com o aumento de VSd.

9.6.1. Verificação da diagonal comprimida:

VSd  VRd2
Para fins práticos: z  0,9d e  = 90°
VRd2 = 0,6v2∙ fcd ∙ bw ∙ z ∙ sen² (cotg  + cotg )
VRd2 = 0,6v2∙ fcd ∙ bw ∙ 0,9d ∙ sen² (cotg  + cotg )

VRd2 = 0,54v2∙ fcd ∙ bw ∙ d ∙ sen² (cotg  + cotg )


(ABNT NBR 6118:2014, item 17.4.2.3)

onde: α v2  1  fck
250
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.6. MODELO DE CÁLCULO II
9.6.2. Dimensionamento da armadura transversal

VSd  VRd3 = Vc + Vsw


Vc é a parcela de força cortante absorvida por mecanismo complementares ao
de treliça
Vc = 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha
neutra se situa fora da seção;
Vc = Vc1 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra
cortando a seção;
 Mo 
Vc  Vc1  1   na flexo-compressão
 MSd,máx 
 

onde: Vc1 = Vc0 quando VSd ≤ Vc0


Vc1 = 0 quando VSd = VRd2, interpolando-se linearmente para valores
intermediários
 VRd2  VSd 
Interpolação: Vc1  Vc0  

 VRd2  Vc0 
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.6. MODELO DE CÁLCULO II
9.6.2. Dimensionamento da armadura transversal

A sw
Vsw   z  fywd cotg θ  cotg α  sen α
s

Para fins práticos: z  0,9d e  = 90°

A sw
Vsw   0,9d  fywd cotg α  cotg θ  sen α
s
(ABNT NBR 6118:2014, item 17.4.2.3)
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.7. ARMADURA MÍNIMA

Todos os elementos lineares submetidos a força cortante devem conter


armadura transversal mínima constituída por estribos, com taxa geométrica:
A sw fct,m
ρ sw   0,2
b w  s  senα fywk

Para fins práticos:  = 90°

Asw,mín = sw  bw  s
Taxa sw (%)
Asw é a área da seção transversal dos estribos; Classe CA-50 CA-60
s é o espaçamento dos estribos, medido C20 0,0884 0,0737
segundo o eixo longitudinal do elemento C25 0,1026 0,0855
estrutural; C30 0,1159 0,0965
C35 0,1284 0,1070
α é a inclinação dos estribos em relação ao eixo C40 0,1404 0,1170
longitudinal do elemento estrutural; C45 0,1518 0,1265
fywk é a resistência ao escoamento do aço da C50 0,1629 0,1357
armadura transversal;
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.8. RECOMENDAÇÕES DA ABNT NBR 6118:2014

O diâmetro da barra que constitui o estribo deve ser maior ou igual a 5 mm,
sem exceder 1/10 da largura da alma da viga (bw).

O espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal


do elemento estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador,
garantindo um bom adensamento da massa.

O espaçamento máximo deve atender as seguintes condições:

- se Vd ≤ 0,67VRd2, então smáx = 0,6d ≤ 30 cm


- se Vd > 0,67VRd2, então smáx = 0,3d ≤ 20 cm

O espaçamento transversal entre ramos sucessivos da armadura constituída


por estribos não pode exceder os seguintes valores:

- se Vd ≤ 0,20VRd2, então st,máx = d ≤ 80 cm


- se Vd > 0,20VRd2, então st,máx = 0,6d ≤ 35 cm
CV7710: Concreto Armado I
Professor: Marcello Cherem
9.9. COMPRIMENTO ADICIONAL DE ESTRIBOS

O comprimento total de estribos deve ser obtido através da soma perímetro


com um comprimento adicional (), que leva em consideração as curvas e o trecho de
sobreposição. b est
C = 2(best + hest) + 
Comprimento adicional de estribos hest
Estribos com gancho Estribos com gancho Estribos com
T
reto 45 interno gancho semicircular
(mm)
 (cm)  (cm)  (cm)
Estribo com gancho reto
6,3 12 10 12
8,0 13 10 12
10,0 16 9 12
12,5 20 13 19
16 25 17 24
20 31 25 39
25 39 32 49
32 50 40 63
40 62 50 78

Você também pode gostar