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SUMÁRIO
Figura 1.1 – Domínios de estado limite último (ELU) de uma seção transversal
– Domínio 2: flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do concreto (c < 3,5‰ e com o máximo
alongamento permitido);
– Domínio 3: flexão simples (seção subarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e com
escoamento do aço (s ≥ yd);
– Domínio 4: flexão simples (seção superarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e aço
tracionado sem escoamento (s < yd);
Na Figura 1.2,
FH = 0
Rcd – Rsd = 0
Rsd = Rcd (Equação 1.1)
MP = 0
MSd = Rcd ∙ z (Equação 1.4)
Como o braço de alavanca interno é conhecido (z = d – 0,4x), a equação 1.4 transforma-se na equação 1.5.
A equação 1.6 é uma equação do 2º grau, da forma ax² + bx + c = 0, que pode ser resolvida através
de Bhaskara.
= b² – 4ac
= (0,68fcd ∙ bw ∙ d)² – 4 ∙ (– 0,272fcd ∙ bw ) ∙ (– MSd)
= (0,68fcd ∙ bw ∙ d)² – 1,088fcd ∙ bw MSd
Introduzindo apenas um artifício matemático, que não alterará o valor numérico da expressão,
podemos reescrever o valor de .
MSd
= (0,68fcd ∙ bw ∙ d)² ∙ 1 −
0,425fcd b w d²
−b + Δ
x=
2a
MSd
(− 0,68fcd b w d) + (0,68fcd b w d)2 1 −
0,425fcd b w d²
x=
2 (− 0,272fcd b w )
MSd
(− 0,68fcd b w d) + (0,68fcd b w d) 1−
0,425fcd b w d²
x=
(− 0,544fcd b w )
MSd
(− 0,68fcd b w d) 1 − 1−
0,425fcd b w d²
x=
(− 0,544fcd b w )
MSd
x = 1,25d ∙ 1 − 1 − (Equação 1.7)
0,425 b w d2 fcd
Professor: Marcello Cherem 4
CV 8720 – Concreto Armado II
Voltando ao equilíbrio escrito na equação 1.1, e utilizando o resultado obtido na equação 1.4, a força
resultante de tração na armadura (Rsd) fica dada pela equação 1.8.
M Sd
Rsd = (Equação 1.8)
z
Pode-se reescrever a equação 1.3 isolando a incógnita mais importante do problema, a armadura
necessária (As), conforme equação 1.9.
R Sd
AS = (Equação 1.9)
σ Sd
MSd 1
AS =
z σ Sd
MSd 1
AS = (Equação 1.10)
d - 0,4x σ Sd
Por fim, no Estado Limite Último (ELU), estando a profundidade da linha neutra limitada aos domínios
2 e 3, ou seja, x ≤ x34 = 0,628d, pode-se afirmar que a tensão na armadura é a própria tensão de escoamento
(fyd). Assim, a equação 1.11 expressa a quantidade de armadura para o equilíbrio de esforços.
MSd 1
AS = ∙ (Equação 1.11)
d - 0,4x fyd
Na Figura 1.3,
FH = 0
NSd = Rcd – Rsd
Rsd = Rcd – NSd (Equação 1.12)
MP = 0
h
MSd + NSd ∙ − d' = Rcd ∙ z (Equação 1.15)
2
Na Equação 1.16,
h
MSd,fic = MSd + NSd ∙ − d' (Equação 1.17)
2
A vantagem de se utilizar tal transformação está no fato de que a equação 1.5 é análoga a já
estudada no caso de flexão simples. Sendo assim, a profundidade da linha neutra (x) pode ser facilmente
determinada pela equação 1.6.
MSd, fic
x = 1,25d ∙ 1 − 1 − (Equação 1.18)
0,425 b w d2 fcd
Voltando ao equilíbrio escrito na equação 1.12, e utilizando o resultado obtido na equação 1.16, a
força resultante de tração na armadura (Rsd) fica dada pela equação 1.19.
M Sd, fic
Rsd = – Nsd (Equação 1.19)
z
Pode-se reescrever a equação 1.14 isolando a incógnita mais importante do problema, a armadura
necessária (As), conforme equação 1.20.
R Sd
AS = (Equação 1.20)
σ Sd
MSd,fic 1
AS = − NSd
z σ Sd
MSd,fic 1
AS = − NSd (Equação 1.21)
d - 0,4x σ Sd
Por fim, no Estado Limite Último (ELU), estando a profundidade da linha neutra limitada aos domínios
2 e 3, ou seja, x ≤ x34 = 0,628d, pode-se afirmar que a tensão na armadura é a própria tensão de escoamento
(fyd). Assim, a equação 1.22 expressa a quantidade de armadura para o equilíbrio de esforços.
M Sd, fic 1
AS = − N Sd ∙ (Equação 1.22)
d - 0,4x fyd
Deve-se ter em mente que o momento fletor fictício (Msd,fic) não é um esforço interno solicitante, mas
apenas um artifício matemático para resolver o problema.
A presença da força axial de compressão (NSd) provoca um momento fictício de valor numérico
superior ao momento fletor solicitante (MSd). Como consequência desse fato, a posição da linha neutra (x),
no caso de flexo-compressão, torna-se mais profunda quando comparada ao caso de flexão simples
(tomando como base o mesmo momento fletor solicitante).
Por outro lado, a presença de uma força normal de compressão é benéfica, fazendo com que ocorra
diminuição na quantidade de armadura. Nada mais lógico, visto que o aço é destinado apenas a resistir as
forças de tração.
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A flexão simples nada mais é do que um caso particular da flexo-compressão com grande
excentricidade, obtida quando se faz NSd = 0.
EXEMPLO 1
Resolução
MSd 98 kN m
e= = = 0,35 m = 35 cm (Flexo-compressão com grande excentricidade)
NSd 280 kN
0,50
MSd,fic = 98 + 280 ∙ − 0,07 = 148,4 kN ∙ m
2
148,4 100
x = 1,25 ∙ 43 ∙ 1 − 1 − = 16,85 cm (x<0,45d, Domínio 3)
0,425 20 432 1,7857
Resolve-se analogamente ao caso de flexo-compressão, basta colocar a força normal com sinal
negativo.
h
MSd,fic = MSd – NSd ∙ − d' (Equação 1.23)
2
M Sd, fic 1
AS = + N Sd ∙ (Equação 1.24)
d - 0,4x fyd
EXEMPLO 2
Resolução
MSd 98 kN m
e= = = 0,35 m = 35 cm (Flexo-tração com grande excentricidade)
NSd 280 kN
0,50
MSd,fic = 98 – 280 ∙ − 0,07 = 47,6 kN ∙ m
2
47,6 100
x = 1,25 ∙ 43 ∙ 1 − 1 − = 4,77 cm (x<0,45d, Domínio 2)
0,425 20 432 1,7857
O leitor mais atento já deve ter percebido que no caso de flexo-compressão, com armadura simples,
o momento fictício (Msd,fic) pode ser, numericamente, grande o suficiente para provocar posições de linha
neutra indesejáveis, desrespeitando limites de norma ou colocando a seção transversal no domínio 4,
criando uma ruína sem aviso. Nesse caso, é conveniente recorrer a armadura dupla.
Figura 1.4 – Tensões e deformações na flexo-compressão com grande excentricidade e armadura dupla
Na Figura 1.4,
FH = 0
NSd = Rcd + RSd’ – Rsd
Rsd = Rcd + RSd’ – NSd (Equação 1.23)
Na equação 1.23, os valores das forças resultantes de são dadas conforme as equações 1.24 a 1.26.
MP = 0
h
MSd + NSd ∙ − d' = Rcd ∙ z + RSd’ ∙ (d – d’) (Equação 1.27)
2
É interessante reescrever a equação 1.27 conforme a equação 1.28, dividindo o problema em duas
partes.
Na Equação 1.28,
Mwd,fic é o momento fletor fictício de cálculo, resistido pelo binário concreto-armadura inferior
MSd,fic é o momento fletor fictício de cálculo, resistido pelo binário armadura superior-armadura inferior
As equações de equilíbrio continuam a ser válidas para cada uma das partes. Sendo assim, para a
parte correspondente a Mwd,fic pode-se escrever as equações 1.29 e 1.30
FH = 0
Rcd – Rs1d = 0
Rs1d = Rcd (Equação 1.29
MP = 0
Mwd,fic = Rcd ∙ z1 (Equação 1.30)
Para a parte correspondente a MSd,fic, as equações de equilibrio são escritas conforme as equações
1.31 e 1.32.
FH = 0
Rs2d – Rsd’ = 0
Rs2d = Rsd’ (Equação 1.31)
MP = 0
Msd,fic = Rsd’ ∙ z2 (Equação 1.32)
Não é possível solucionar o problema, visto que existem três incógnitas (R cd, Rsd e Rsd’) e apenas duas
equações de equilíbrio, existindo assim diversas soluções para o equilíbrio do problema.
Com a resultante de compressão no concreto (Rcd) conhecida, o momento fletor fictício resistido pelo
binário concreto-armadura inferior fica dado pela equação 1.34.
Mwd,fic = Rcd ∙ z1
Mwd,fic = 0,306fcd ∙ bw ∙ d ∙ (d – 0,4∙ 0,45d)
Mwd,fic = 0,25092fcd ∙ bw ∙ d² (Equação 1.34)
É óbvio neste instante que, se o momento fletor resistido pelo concreto é conhecido, o acréscimo
de momento (MSd,fic ) fica determinado por simples diferença, conforme equação 1.35
MSd,fic
Rsd’ = (Equação 1.36)
z2
Pode-se reescrever a equação 1.26 isolando a incógnita mais importante do problema, a armadura
necessária (As’), conforme equação 1.37.
R Sd '
AS’ = (Equação 1.37)
σ Sd '
MSd,fic 1
AS =
z2 σ Sd '
M Sd, fic 1
AS’ = ∙ (Equação 1.38)
d - d' σ Sd '
Não se pode afirmar que a deformação da armadura superior é, em valor numérico, superior a
deformação de escoamento (yd = 2,07‰) para o tipo de aço em questão (CA-50). A deformação deve ser
calculada utilizando semelhança de triângulo.
Semelhança de triângulos:
3,5 ‰ εs '
=
0,45d 0,45d - d'
0,45d − d'
s’ = 3,5‰ ∙ (Equação 1.39)
0,45d
Figura 1.7 – Deformação (sd’) na armadura comprimida
Voltando ao equilíbrio escrito na equação 1.23, e utilizando os resultados escritos nas equações 1.30
e 11.32, a força resultante de tração na armadura (Rsd) fica dada pela equação 1.40.
Pode-se reescrever a equação 1.25 isolando a incógnita mais importante do problema, a armadura
necessária (As), conforme equação 1.20.
R Sd
AS =
σ Sd
Mwd, fic MSd,fic 1
As = + − NSd ∙ (Equação 1.41)
0,82d d - d' σ Sd
Nesse caso, para a armadura inferior, a posição da linha neutra pré-fixada nos garante que a
deformação da armadura inferior é maior que a deformação de escoamento (yd), sendo assim, é correto
afirmar que a quantidade de armadura inferior pode ser obtida pela expressão 1.42.
MP = 0 FH = 0
h
MSd + NSd ∙ ( – d’) = RSd ∙ (h – 2d’) NSd = RSd + RSd’
2 RSd’ = NSd – RSd
h N M
NSd − d' RSd’ = NSd – Sd + Sd
2 MSd 2 ( h − 2d' )
RSd = +
( h − 2d' ) ( h − 2d') N Sd MSd
h RSd’ = –
NSd − d'
MSd
2 ( h − 2d')
RSd = 2 +
h
2 − d'
( h − 2d')
2
N Sd MSd
RSd = +
2 ( h − 2d')
Lembrando que as forças nas armaduras são dadas por: RSd = Sd ∙ AS
RSd’ = Sd’ ∙ AS’
N M 1 NSd MSd 1
AS = Sd + Sd
e AS’ = −
2 ( h − 2d' ) σSd 2 (h − 2d') σSd '
Como queremos aproveitar as barras de aço ao máximo e garantir que a ruína seja avisada, vamos
calcular as barras com a tensão de escoamento: Sd = Sd’ = fyd.
EXEMPLO
Aço CA-50
fyk = 500 MPa e fyd = 434,78 MPa)
Resolução:
MSd 420 KN m 1
e= = = 0,30 m < – 0,10 = 0,40 m (Flexo-Tração com pequena excentricidade)
NSd 1.400 KN 2
Figura 1.8 – Tensões e deformações na flexo-compressão com pequena excentricidade (uma armadura comprimida)
FH = 0
NSd = RCd + RSd’
RSd’ = NSd – RCd (Equação 1.43)
Na equação 1.43, os valores das forças resultantes de são dadas conforme as equações 1.44 e 1.45.
MP = 0
h
MSd – NSd ∙ ( – d’) = – RCd ∙ (0,4x – d’) (Equação 1.46)
2
Na Equação 1.47,
h
MSd,fic = MSd – NSd ∙ − d' (Equação 1.48)
2
A vantagem de se utilizar tal transformação está no fato de que a equação 1.48 é uma equação de 2º
grau. A profundidade da linha neutra (x) pode ser facilmente determinada pela equação 1.49.
MSd, fic
x = 1,25d’ ∙ 1 + 1 − (Equação 1.49)
0,425 bw (d')2 fcd
Pode-se reescrever a equação 1.45 isolando a incógnita mais importante do problema, a armadura
necessária (As’), conforme equação 1.50.
R Sd '
AS’ = (Equação 1.50)
σ Sd '
N − R cd
AS’ = Sd (Equação 1.51)
σ sd '
Não se pode afirmar que a deformação da armadura superior é, em valor numérico, superior a
deformação de escoamento (yd = 2,07‰) para o tipo de aço em questão (CA-50). A deformação deve ser
calculada utilizando semelhança de triângulo.
2‰
3,5 ‰ S’ = ∙ (x – d’)
S’ = ∙ (x – d’) 3
x x − h
7
EXEMPLO
Aço CA-50
Concreto Classe C25 (fcd = 17.857,14 KN/m²)
h 0,7
MSdfic = MSd – NSd ∙ ( – d’) = 280 – 2800 ∙ ( – 0,05) = – 560 kN ∙ m
2 2
M Sd
fic −560
x = 1,25d' 1 + 1 − = 1,25 0,05 1 + 1 − = 0,745 m
0,425 b W (d') f cd
2
2
0,425 0,25 0,05 17857,14
2‰ 2‰
Domínio 5: S’ = ∙ (x – d’) = ∙ (0,745 – 0,05) = 3,11 ‰
3 3
x − h 0,745 − 0, 7
7 7
RCd = 0,85 ∙ fcd ∙ bW ∙ 0,8 x = 0,85 ∙ 17857,14 ∙ 0,25 ∙ 0,8 ∙ 0,745 m = 2.261,61 KN
N Sd − R Cd N Sd − R Cd 2800 − 2261,61
Armadura: AS’ = = = = 12,38 cm² (4 barras de 20mm)
σ Sd ' f yd 43,48
MP = 0 FH = 0
h h
MSd – NSd ∙ ( – d’) = – RCd ∙ ( – d’) – RSd ∙ (h– 2d’) NSd = RCd + RSd + RSd’
2 2 RSd’ = NSd – RCd – RSd
h h
RSd ∙ (h– 2d’) = NSd ∙ ( – d’) – MSd – RCd ∙ ( – d’) NSd − RCd MSd
RSd’ = NSd – RCd – −
2 2
2 (h − 2d')
h h NSd − R Cd
NSd − d' R Cd − d' MSd
2 – MSd – 2 RSd’ = NSd – RCd – +
RSd = 2 ( h − 2d' )
(h − 2d') (h − 2d') (h − 2d')
N Sd − R Cd MSd
h h RSd’ = +
N Sd − d' R Cd − d' 2 ( h − 2d')
RSd = 2 – MSd – 2
h (h − 2d') 2 − d'
h
2 − d'
2 2
N − R Cd M Sd
RSd = Sd –
2 ( h − 2d')
Lembrando que as forças resultantes são dadas por: RCd = 0,85 ∙ fcd ∙ bW ∙ h
RSd = Sd ∙ AS
RSd’ = Sd’ ∙ AS’
Como escolhemos a deformação de 2‰ para resolver o problema, e sendo esta deformação menor
que a deformação de escoamento do aço CA-50 (yd = 2,07‰), logo as armaduras não escoam na ruína, e a
tensão nas mesmas é dada pela Lei de Hooke:
EXEMPLO
Aço CA-50
Concreto Classe C25 (fcd = 17.857,14 kN/m²)
Resolução: