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Monografia de Conclusão de Curso

Projeto de pesquisa em Educação Química

PROJETO DE PESQUISA

Título do projeto
A realidade dos professores de Química da rede pública que não possuem recursos
para aulas experimentais.
Pesquisador principal: Amanda Carolina Gimenes Carvalho /
amanda.carolina@unesp.br
Pesquisador assistente: Gustavo Manoel Martines / g.martines@unesp.br
Local de Realização: Presidente Prudente
Período da pesquisa: 2023
Número de participantes da pesquisa: 10

Resumo
De acordo com o Censo Escolar de 2018, apenas 38,8% das escolas públicas
de Ensino Médio no Brasil possuem laboratórios (BRASIL, 2018). A ausência de
infraestrutura adequada para realizar práticas experimentais em escolas públicas
pode limitar a aprendizagem dos alunos e prejudicar a qualidade do ensino,
especialmente em disciplinas como a Química, que é essencial para estudantes do
Ensino Médio e ingresso nas universidades. Assim, o objetivo desta pesquisa é
identificar as dificuldades mais significativas enfrentadas pelos professores de
química em escolas públicas que não contam com laboratórios. Com isso, será
possível compreender melhor a realidade do ensino de química nesses locais, a fim
de identificar as estratégias utilizadas para suprir essa ausência. Os resultados da
pesquisa podem contribuir para o conhecimento de atividades alternativas que podem
suprir a falta dos laboratórios, ajudando a preparar futuros professores conscientes
sobre a problematização da equidade e democratização em relação ao acesso à
educação de qualidade.

Palavras-chave: aulas de química; ensino público; escolas públicas; laboratórios.

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Monografia de Conclusão de Curso ano letivo de 2023
Monografia de Conclusão de Curso
Projeto de pesquisa em Educação Química

Justificativa
O Ensino de Química é essencial para a formação de estudantes do Ensino
Médio, visto que é uma das disciplinas mais importantes para o ingresso em cursos
universitários, sendo requerido um amplo conhecimento em diversos vestibulares, e
principalmente, no ENEM. Um dos principais recursos que auxiliam o professor ao
ensinar química são as práticas em laboratórios, onde consegue-se relacionar teoria
com a prática (SALESSE, 2012). No entanto, a falta de estrutura adequada para a
realização de práticas experimentais em laboratórios nas escolas públicas pode limitar
a aprendizagem dos alunos e prejudicar a qualidade do ensino (MACÊDO, 2022).
Nesse sentido, a pesquisa se justifica pela necessidade de identificar as
principais dificuldades enfrentadas pelos professores de química da rede pública no
ensino dessa disciplina em escolas sem laboratórios e compreender melhor a
realidade do ensino de química na rede pública. A partir da análise desses dados,
será possível conhecer propostas alternativas para suprir a falta de estruturas para
realização de aulas experimentais no Ensino de Química nas escolas públicas. Além
disso, os resultados da pesquisa poderão ser úteis para conscientizar futuros
professores da área de química da realidade em que muitas escolas da rede pública
de ensino se encontram, na qual ocorre uma problemática em relação à
democratização de uma educação de qualidade.

Introdução
A Base Curricular Nacional Comum Curricular (BNCC) implementa a disciplina
de química na área da Ciência da Natureza, na qual organiza seus saberes em três
eixos: os materiais e suas propriedades, as transformações químicas e os modelos
explicativos. Esses três conhecimentos necessitam estar correlacionados de acordo
com o foco e o objetivo de interesse da disciplina (BRASIL, 2006).
Os conhecimentos químicos abordados em sala estão presentes desde a
existência da vida até a formação de objetos inanimados e da natureza, sendo assim
indispensáveis para nossa existência. Os conceitos químicos são aplicados em
diversas áreas como na medicina, alimentação, agricultura, indústrias e tecnologias.
Tendo a consciência de interpretar o impacto que a química pode causar na sociedade
é possível desenvolver a formação e autonomia humana em relação ao exercício da
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cidadania (MACÊDO, 2022).
Há três aspectos essenciais para o ensino-aprendizagem de química:
fenomenológico, teórico e representacional. O aspecto fenomenológico está
relacionado com a visão macroscópica dos conceitos e o aspecto teórico está
relacionado com a visão microscópica. Já o aspecto representacional refere-se às
simbologias utilizadas no ensino de química (fórmulas, equações e símbolos)
(MACÊDO, 2022). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Médio (PCNEM) uma aprendizagem significativa no ensino de química ocorre quando
há interações diretas dos fenômenos com os acontecimentos do cotidiano (BRASIL,
2000). “Dessa forma, os cidadãos em geral, precisam reconhecer que a química está
intimamente ligada às necessidades básicas dos seres humanos tais quais saúde,
moradia, transportes, vestuário, alimentação” (DA SILVA, 2019, p.02).
Uma pesquisa realizada com jovens do Ensino Médio constatou que os alunos
não conseguem relacionar Química com a sociedade e nem com suas vidas, como se
os alimentos, os produtos de limpeza, os produtos de higiene fossem algo
completamente fora da esfera de conhecimento da Química que estudam em sala de
aula (BRASIL, 2000). Para Yamaguchi e Nunes (2019) os obstáculos que os alunos
enfrentam no aprendizado de química estão relacionados com a falta de estrutura dos
laboratórios nas escolas, assim como o desprovimento de materiais e reagentes para
que se realizem atividades experimentais.
Segundo os dados do Censo Escolar de 2018 divulgado pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apenas 44,1% das
escolas de ensino médio contam com laboratório de ciências. Na qual somente 38,8%
das escolas de ensino médio da rede pública apresentam esse espaço (BRASIL,
2018). Salesse (2018) aponta que os laboratórios da rede pública de ensino
apresentam estrutura precária, não havendo disponibilidade dos materiais
necessários e nem equipamentos de segurança necessários, fazendo assim que os
objetivos da prática não sejam alcançados. O mesmo autor exprime a importância das
aulas práticas expondo que

Aulas em laboratórios são fundamentais para uma aprendizagem


significativa, onde os conceitos científicos poderão ser aplicados no cotidiano
de cada aluno. As atividades experimentais permitem ao estudante uma
compreensão de como a Química se constrói e se desenvolve, presencia a
reação ao “vivo e a cores”. A experimentação pode ter um caráter indutivo ou

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dedutivo. No primeiro (indutivo), o aluno pode controlar variáveis e descobrir
ou redescobrir relações funcionais entre elas. Porém é no caráter dedutivo
que eles têm a oportunidade de testar o que é dito na teoria (SALESSE, 2018,
p.11).

O professor possui um papel não apenas de compartilhar, mas também de


conceder condições necessárias para que o ensino-aprendizagem ocorra (DA SILVA,
2019). O docente não precisa necessariamente fazer o uso do laboratório ou de seus
equipamentos para a realização de atividades experimentais, ele também pode utilizar
de alternativas diversificadas de ensino como a execução de experimentos acessíveis
em sala de aula (NASCIMENTO, 2020).
Para SANTOS (2022) o professor tem um compromisso de buscar novas
metodologias para que as aulas não sejam monótonas de forma que ele consiga
tornar a química, uma matéria tão complexa, um ensino essencial para obter
conhecimento através de uma forma mais prática e divertida.

Referencial teórico
Paulo Freire em sua última obra em vida intitulada Pedagogia da Autonomia
(1996) exprimiu um conjunto de proposições à construção de práticas pedagógicas
essenciais para o processo educativo (FARIA; SOUZA NETO, 2020). “A ideia é
centrada na perspectiva de valorização e respeito à cultura, ao acervo de
conhecimentos empíricos e à individualidade dos estudantes” (FARIA; SOUZA NETO,
2020, p.335). Paulo Freire (1996) defende em seu livro Pedagogia da Autonomia que
uma educação de qualidade se fundamenta no interesse do educando e os seus
saberes sempre respeitando o contexto na qual está inserido.
A pedagogia da autonomia é um conceito que revolucionou a forma como a
educação é vista em todo o mundo. Em sua obra homônima, Freire (1996) argumenta
que a educação deve ser um processo emancipatório, capaz de libertar as pessoas
das amarras da opressão e capacitá-las a serem agentes de mudança em suas
próprias vidas e em suas comunidades.
Segundo Freire (1996), a Pedagogia da Autonomia se baseia em uma relação
de diálogo e respeito mútuo entre educadores e educandos, em que ambos aprendem
juntos e são corresponsáveis pelo processo educacional. Ele enfatiza a importância
de ensinar não apenas conteúdos técnicos, mas também habilidades e valores que

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possibilitem aos alunos desenvolverem a capacidade de pensar criticamente, tomar
decisões informadas e agir de forma ética e responsável em suas vidas pessoais e
profissionais (FREIRE, 1996). Para ser um docente competente não é necessário ter
uma pós-graduação, o educador precisa conseguir propagar para os discentes os
conteúdos com clareza e excelência (SANTOS, 2022).
Silveira e Zanetic (2016) expõem que situações de diálogos com os educandos
são fundamentais que o professor insira em seu processo de ensino, e ainda precisam
construir saberes sistematizados na qual envolvem contextos teóricos e concretos
baseados numa postura pedagógica. Tornando, assim, o aluno sujeito principal no
processo de educar. “De acordo com o filósofo Antonio Faundez todo professor
deveria saber ensinar a perguntar, pois a impressão que se tem a respeito do ensino
é que o saber é sempre resposta e não há espaço para perguntas (SILVEIRA;
ZANETIC, 2016, p.70).”
O professor não deve ser o detentor exclusivo do conhecimento que se
pretende mediar para o aluno, ele necessita ser um mediador no processo de ensino-
aprendizagem. O docente tem que mediar a construção do conhecimento junto com
os alunos, em vez de educá-lo de forma vertical. É essencial que se incentive os
alunos a questionarem o conhecimento pré-estabelecido, a fim de desenvolver uma
postura crítica e reflexiva sobre o mundo. É importante que o professor estimule a
análise das informações e opiniões veiculadas pelos meios de comunicação e pela
sociedade em geral (FREIRE, 1996). O pensamento crítico é um fator importante para
a pedagogia da autonomia, de acordo com Freire (1996)

O professor não é um mero transmissor de informações, mas sim um agente


que participa ativamente do processo educativo, problematizando as
questões, criando desafios, incentivando o pensamento crítico e a ação
transformadora. Ele é um sujeito político e ético, que se preocupa com a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária, e que trabalha para
desenvolver a autonomia e a consciência crítica dos seus alunos (FREIRE,
1996, p.47).

O educador, além de colocar o aluno como sujeito no processo de educar e


de tornar-se um ser crítico, precisa compreender as necessidades e o contexto na
qual o discente está inserido reconhecendo sempre os saberes que eles carregam,
para assim potencializar e desenvolver suas habilidades (FREIRE, 1996).
Em relação à escola Freire (1996) retrata esse espaço como uma instituição

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social importante, que exerce um papel importante na formação da sociedade e na
construção de conhecimentos. Porém, o papel da escola só será eficaz se os objetivos
e métodos utilizados estejam relacionados e repensados no contexto a qual a
sociedade público-alvo está inserida.
Freire (1996) ainda indaga em seu livro o porquê discutir com os alunos a
relação dos conteúdos estudados e seus saberes com relação a experiência que os
alunos adquirem fora da escola, na sociedade. O mundo exterior não pode estar
desconectado com a escola e nem ser vista como um espaço isolado, é preciso que
ocorra um diálogo com a realidade social, política e econômica do meio. As temáticas
tratadas no estabelecimento de ensino precisam estar relacionadas com a vida dos
discentes e com a realidades que os tange (FREIRE, 1996).

Não é possível respeito aos educandos, à sua dignidade, a seu ser formando-
se, à sua identidade fazendo-se, se não se levam em consideração as
condições em que eles vêm existindo, se não se reconhece a importância dos
“conhecimentos de experiência feitos” com que chegam à escola. O respeito
devido à dignidade do educando não me permite subestimar, pior ainda,
zombar do saber que ele traz consigo para a escola (FREIRE, 1996, p.26).

Em suma, para Freire (1996), a escola e o professor devem formar não


somente alunos, mas também cidadãos críticos visando sempre respeitar a realidade
e o contexto em que vivem.
Portanto, a pedagogia da autonomia apresentada por Paulo Freire será
utilizada como referencial teórico para esta pesquisa.

Questão de pesquisa

Quais as dificuldades os professores da rede pública enfrentam no ensino de


química em escolas com a ausência de estrutura para a realização de práticas
experimentais em laboratórios, e quais estratégias os professores adotam para suprir
essa ausência?

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Objetivos
Objetivo Geral
Investigar as dificuldades enfrentadas pelos professores da rede pública no
ensino de química em escolas sem estrutura para práticas experimentais em
laboratórios e as estratégias utilizadas pelos professores para superar essa limitação.

Objetivos Específicos
- Identificar as principais dificuldades enfrentadas pelos professores no ensino
de química em escolas sem estrutura para práticas experimentais em
laboratórios.
- Avaliar o impacto da ausência de laboratórios no ensino de química e na
formação dos alunos.
- Investigar as estratégias adotadas pelos professores para suprir a falta de
laboratórios e realizar práticas experimentais em sala de aula.
- Identificar os recursos e materiais didáticos utilizados pelos professores para
enriquecer o ensino de química sem a presença de laboratórios.

Metodologia
A Pedagogia da Autonomia preza pela realocação das estratégias de ensino
de acordo com a realidade em que o aluno e a escola estão inseridos. Neste tipo de
pedagogia, Paulo Freire propõe uma abordagem educacional crítica e reflexiva,
voltada para a formação de sujeitos autônomos e críticos (SANTOS, 2022). Visto isso,
a pesquisa será realizada com uma abordagem qualitativa exploratória acerca dos
problemas e das dificuldades dos professores juntamente com suas estratégias para
contornar a falta de recursos e estruturas de laboratórios nas escolas da rede pública.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a
pesquisa qualitativa pode ser definida como o estudo de acontecimentos, no qual o
pesquisador não utiliza instrumentos quantitativos para mensurar as variáveis, mas
trabalha com informações descritivas e interpretativas baseado em observações,
entrevistas e outras técnicas que propiciam maior proximidade entre o pesquisador e
o objeto de estudo (ABNT, 2011).
A pesquisa será realizada em quatro etapas:
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- Etapa 1: Revisão bibliográfica sobre a pedagogia da autonomia e o
ensino de química em escolas sem laboratórios.
- Etapa 2: Seleção dos professores participantes da pesquisa.
- Etapa 3: Realização dos questionários abertos com os professores
selecionados.
- Etapa 4: Análise e discussão dos dados coletados.
A população-alvo será composta por professores de química que atuam em
escolas públicas sem laboratórios de química, ou professores que atuam em escolas
que possuem laboratório e não possuem recursos necessários para ministrá-las. A
amostra será selecionada por conveniência, levando em consideração a
disponibilidade dos professores em participar da pesquisa. Serão selecionados 10
professores de diferentes escolas para participar da pesquisa.
Os dados serão coletados por meio de questionários abertos, que serão
enviados aos professores de química selecionados para participar do estudo. Os
questionários serão montados pela plataforma do Google Forms e enviados por e-
mail para os professores. Os questionários abertos permitem uma coleta mais rica e
detalhada de informações, na qual os respondentes expressam suas opiniões e
pontos de vista de forma mais completa e pessoal, essa técnica de pesquisa pode ser
particularmente útil para obter insights sobre experiências pessoais e percepções
subjetivas dos participantes (MILES; HUBERMAN, 1994).
Para elaborar um questionário aberto efetivo, é importante fazer perguntas
claras e precisas que permitam que os participantes se expressem livremente, mas
também forneçam informações relevantes para a pesquisa. Além disso, é importante
garantir a confidencialidade das informações coletadas e permitir que os participantes
se expressem sem medo de retaliação ou constrangimento (BABBIE, 2016).
Nesta pesquisa serão respeitados os princípios éticos de pesquisa, garantindo
a privacidade e a confidencialidade dos participantes, na qual será solicitada a
autorização dos participantes para utilização dos dados e sua divulgação.

Local de realização da pesquisa

A pesquisa será realizada em escolas da rede pública de ensino de um


município do interior de São Paulo.

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Resultados esperados e análise dos dados


Após a aplicação dos questionários, os dados coletados serão analisados por
meio da técnica de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011; FRANCO, 2005). A análise
será feita por meio da leitura dos questionários e identificação dos principais temas
abordados. Os dados serão organizados em categorias, que representarão as
principais dificuldades enfrentadas pelos professores, as estratégias adotadas, o
impacto da falta de laboratórios e os recursos utilizados.
Segundo Bardin (2011), a Análise de Conteúdo envolve um processo de
codificação e categorização dos dados, que permite a identificação de temas e
padrões relevantes para a pesquisa. Esse processo tem como objetivo descrever o
conteúdo manifestado em um determinado conjunto de informações e,
posteriormente, classificar e interpretar esse conteúdo. A análise de conteúdo é uma
técnica de análise qualitativa que permite identificar, categorizar e interpretar as
informações coletadas (FRANCO, 2005)
Essa técnica é composta por três etapas principais, conforme descrito por
Bardin (2011) e Franco (2005):
1. Pré-análise: Nesta etapa, os dados são organizados e preparados para a
análise. Isso inclui a leitura cuidadosa do material, a definição de unidades de análise
(palavras, frases, trechos) e a elaboração de categorias que servirão como base para
a análise. A pré-análise é importante para a compreensão do contexto do material
analisado e para o estabelecimento de critérios claros para a interpretação dos dados
(BARDIN, 2011; FRANCO, 2005).
2. Exploração do material: Nesta etapa, ocorre a análise propriamente dita do
material, que é feita através da identificação das unidades de análise e de sua
classificação em categorias previamente definidas. Essa análise pode ser feita de
forma manual ou com o auxílio de software específico para análise de conteúdo, que
permite a organização e visualização dos dados. Durante a exploração do material, é
possível identificar padrões, relações e significados subjacentes aos dados (BARDIN,
2011; FRANCO, 2005).
3. Tratamento dos resultados: Na última etapa da análise de conteúdo, os
resultados são interpretados e apresentados de forma clara e objetiva, através da
elaboração de relatórios, gráficos ou tabelas. É importante que o pesquisador

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justifique suas conclusões a partir de evidências concretas encontradas no material
analisado, de forma a garantir a validade e a confiabilidade dos resultados (BARDIN,
2011; FRANCO, 2005).
Após a realização da análise de conteúdo, espera-se obter dados que permitam
compreender as principais dificuldades enfrentadas pelos professores no ensino de
química em escolas sem estrutura para práticas experimentais em laboratórios, bem
como as estratégias utilizadas para superar essas limitações. Além disso, espera-se
conscientizar sobre o impacto da ausência de laboratórios no ensino de química e na
formação dos alunos, bem como identificar as estratégias alternativas utilizadas pelos
professores para enriquecer o ensino de química em sala de aula.

Sujeitos da pesquisa e plano de recrutamento dos participantes


Os sujeitos da pesquisa serão 10 professores de química da rede pública de
ensino que lecionam em escolas com a ausência ou falta de estrutura para a
realização de aulas experimentais. O recrutamento será feito por contato direto e via
celular ou e-mail.

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Cronograma
Quadro 1- Cronograma proposta para a realização da pesquisa
2022
Etapas da 2023
Monografia
junho julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro
Revisão
Bibliográfica

Submissão e
análise do
projeto pelo
comitê de ética

Aplicação do
projeto

Coleta de dados

Análise dos
dados

Elaboração da
monografia

Defesa da
monografia
Correção da
monografia

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Referências
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15287: Informação e
documentação - Projeto de pesquisa - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
BABBIE, Earl. Métodos de pesquisa de survey. Tradução Cícero J. Silva. São Paulo:
Cengage Learning, 2016.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BRASIL, MEC. SEB. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Ciências da
Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, SEB, 2006.
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino
Médio. Brasília, DF: MEC/Semtc,1998.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep). Resumo Técnico: Censo Escolar da Educação Básica, 2018.
DA SILVA, Taynara Aparecida Ferreira et al. Escolas públicas e privadas em tauá-
ce: como anda o ensino de química?. Cadernos de Cultura e Ciência, v. 17, n. 2, p.
1-12, 2019.
DE LIMA YAMAGUCHI, Klenicy Kazumy; DA COSTA NUNES, Antônio Euder.
Dificuldade em química e uso de atividades experimentais sob a perspectiva de
docentes e alunos do ensino médio no interior do Amazonas (Coari). Scientia
Naturalis, v. 1, n. 2, 2019.
FARIA, F. L. de; NETO, A. S. A Pedagogia da Escola da Ponte: um olhar para a
avaliação e a autonomia no Ensino de Química. Debates em Educação, [S. l.], v.
12, n. Esp2, p. 351–365, 2020.
FRANCO, Maria Laura P.P. Análise de conteúdo. 2. ed. Brasília: Liber Livro Editora,
2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MACÊDO, Alane Feitosa de. Experimentos com materiais alternativos: uma
proposta didática para o ensino de cinética química, 2022.
MILES, M. B.; HUBERMAN, A. M. Qualitative data analysis: An expanded
sourcebook. 2. ed. Thousand Oaks, CA: Sage, 1994.
NASCIMENTO, Tatiane da Silva do. O ensino de química em escolas públicas e
particulares de ensino médio da cidade de Pau dos Ferros/RN. 2020.
SALESSE, Anna Maria Teixeira. A experimentação no ensino de química:
importância das aulas práticas no processo de ensino aprendizagem. 2012. 39
f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Medianeira, 2012.

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SANTOS, Vanessa da Silva. Importância das aulas práticas de Química: estudo
de caso numa escola de tempo integral. 2022. 29 f. Monografia (Bacharel em
Ciências e Tecnologia) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2022.
SILVEIRA, Marcelo Pimentel da; ZANETIC, João. Formação de professores e
ensino de química: reflexões a partir do livro serões de dona benta de Monteiro
Lobato e da pedagogia de Paulo Freire. Alexandria: Revista de Educação em
Ciência e Tecnologia, [S.L.], v. 9, n. 2, p. 61, 24 nov. 2016. Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC).
SILVEIRA, Marcelo Pimentel da.; ZANETIC, João. Formação de professores e
ensino de química: reflexões a partir do livro Serões de Dona Benta de Monteiro
Lobato e da pedagogia de Paulo Freire. Alexandria, v. 9, n. 2, p. 61–61, 24 nov.
2016.

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