1) O documentário descreve a cidade de Toritama em Pernambuco, que se tornou um polo de fabricação de jeans, com fábricas nas casas e jornadas exaustivas de mais de 12 horas por dia.
2) Os moradores veem o jeans como seu "ouro azul", mas dependem dele para sobreviver, trabalhando em condições precárias sem direitos trabalhistas.
3) No carnaval, a cidade fica vazia quando todos viajam para aproveitar as férias, mas muitos não conseguem din
Descrição original:
resenha do filme :estou me guardando para quando o carnaval chegar
Título original
ESTOU Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar resenha
1) O documentário descreve a cidade de Toritama em Pernambuco, que se tornou um polo de fabricação de jeans, com fábricas nas casas e jornadas exaustivas de mais de 12 horas por dia.
2) Os moradores veem o jeans como seu "ouro azul", mas dependem dele para sobreviver, trabalhando em condições precárias sem direitos trabalhistas.
3) No carnaval, a cidade fica vazia quando todos viajam para aproveitar as férias, mas muitos não conseguem din
1) O documentário descreve a cidade de Toritama em Pernambuco, que se tornou um polo de fabricação de jeans, com fábricas nas casas e jornadas exaustivas de mais de 12 horas por dia.
2) Os moradores veem o jeans como seu "ouro azul", mas dependem dele para sobreviver, trabalhando em condições precárias sem direitos trabalhistas.
3) No carnaval, a cidade fica vazia quando todos viajam para aproveitar as férias, mas muitos não conseguem din
Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar é um documentário sobre a
capital do Jeans brasileiro, localizada na cidade de Toritama, no agreste de Pernambuco. O documentário começa quando Marcelo Gomes retorna a cidade rural e percebe que ela se tornou um polo industrial, totalmente voltada a fabricação de jeans. As casas se tornaram fábricas do produto (nomeadas de facções), todas com máquinas de costura e com jornadas de trabalho exaustivas, sendo mais de 12h por dia com pausa apenas para a alimentação. No filme, os moradores relatam que o jeans é seu “ouro azul”, proporcionando a capacidade de serem seus próprios patrões. Alguns dizem que é melhor possuir esse tipo de trabalho ao morrer de fome,e por ser um trabalho fácil, qualquer um, com ou sem estudo consegue fazê-lo. A população produz 20% do jeans brasileiro. Uma costureira explica que ganha aproximadamente R$0,10 por cada bolso costurado e que é costume produzir aproximadamente 1000 ou 1500 peças ao dia. Cada fase da produção é fracionada e feita por um trabalhador diferente. Quando o carnaval se aproxima, a população inicia as vendas de seus pertences ( geladeira, TV, fogão etc) sem se preocupar com o amanhã, eles só querem sair da rotina diária e aproveitar as férias. Após retornar do litoral, voltam para o “ouro azul”, trabalham e compram tudo de novo, como se fosse um ciclo. No carnaval, Toritama fica vazia, todos vão para a praia se divertir, beber, passar um tempo com a familia, já que nos outros dias não conseguem fazê-lo. Mesmo trabalhando de forma excessiva, muitos não conseguem dinheiro para aproveitar as férias, um exemplo disso foi o Léo, que mesmo possuindo uns 3 empregos só conseguiu sair de Toritama pois obteve ajuda financeira. A população da cidade está alienada sem perceber. No filme é possível ver a infelicidade de alguns com esse trabalho exaustivo, o que os mantém é a vontade de não morrer de fome, o dinheiro e a semana do Carnaval. Por conta do capitalismo e da alienação, eles não fazem a produção por completo, não possuem nem conhecimento do valor das peças que produzem ou para quem vai, apenas são donos da força de trabalho. A falta de conhecimento sobre o valor das peças é um exemplo da Mais-Valia de Marx. Por exemplo, se a peça fabricada for vendida para uma loja de marca por R$15,00 cada e a loja venda por R$200,00 a unidade, com apenas uma peça o burguês estará lucrando R$185,00 por uma força de trabalho que custou aproximadamente R$15,00. Essas pessoas não possuem nenhum suporte de segurança ou trabalhistas, por não possuirem carteira assinada. A cidade não pode proporcionar nada além do trabalho. Alguns idosos se recusam a entrar para esse meio de trabalho, preferem criar animais ou trabalharem com agricultura, mas os mais novos não possuem muita escolha, crescem com apenas esse tipo de trabalho e em um ambiente industrial. Toritama se apegou a ideia de autonomia sem perceber que estão escravizadando a si mesmos. No final do filme, podemos vê-los tristes, após o fim do carnaval, pois apenas conhecem a felicidade no natal e no carnaval, quando esquecem que precisam trabalhar mais de 12h por dia para conseguirem um salário um pouco acima do mínimo, eles estão apenas vivendo para ideologia e estão alienados sobre o que acontece ao seu redor.