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MINISTÉRIO DA SAÚDE

CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PRINCÍPIOS GERAIS EM
PRIMEIROS SOCORROS

PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE


MATERIAL COMPLEMENTAR – DISCIPLINA 22

Brasília – DF
2023 
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PRINCÍPIOS GERAIS EM
PRIMEIROS SOCORROS

PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE


E-BOOK 22

Brasília – DF
2023  
Os primeiros socorros são uma intervenção temporária e imediata
em indivíduos feridos ou que sofrem de alguma doença súbita. Eles
também envolvem a capacidade de identificar situações que podem
colocar a vida em risco e de tomar medidas para manter a vítima
viva e em condições cumpridas até que atendimento especializado
esteja disponível (KARREN, 2013).

Entre os principais objetivos dos primeiros socorros estão:

● Reconhecer situações que ponham a vida em risco;


● Intervir em situações de urgência e emergência;
● Minimizar os riscos de novas lesões ou complicações;
● Providenciar assistência especializada;

É muito importante, também, que o socorrista apresente algumas


características específicas, como ter iniciativa, ser dinâmico, saber
liderar, ter raciocínio e ação rápida, manter a calma, transparecer
tranquilidade e ser assertivo, ou seja, tomar a melhor decisão diante
dos recursos disponíveis e da situação encontrada.

Diante de situações que exigem primeiros socorros, é comum


encontrarmos as pessoas em situações extremas, como dor intensa,
medo, pânico e estresse, o que pode levá-las a ter reações
inesperadas, como comportamentos agressivos, por exemplo. Assim,
é necessário que mantenhamos o controle emocional, preservando
os sentimentos de empatia, humanização, solidariedade e respeito a
essas pessoas.

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Ao se deparar com um acidente em seu território ou em outros
espaços, fique atento(a) e faça o seguinte:

1. Observe o local do acidente à medida que se aproxima.

2. Cuide de sua segurança e da segurança das outras pessoas no


local; se necessário, peça apoio das pessoas presentes,
preferindo as que tiverem alguma experiência com esse tipo de
situação. Essas pessoas poderão: ligar para o SAMU ou outro
serviço (polícia, bombeiros); desviar o tráfego direto do local do
acidente, posicionando sinalização de segurança; manter os
espectadores a uma distância segura; auxiliar na manutenção
da ordem e da calma entre as outras pessoas.

3. Acione o serviço móvel de emergência (SAMU 192).

4. Consiga acesso até a vítima e verifique se há qualquer risco de


vida imediato. Para isso, você poderá realizar os procedimentos
de verificação dos sinais vitais (frequência cardíaca e
frequência respiratória, por exemplo), além de verificar se há
algum sangramento.

5. Forneça suporte básico de vida (SBV) às pessoas que estiverem


em risco; sempre dê prioridade de atendimento às vítimas mais
graves.

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AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA E PRIORIDADES NO ATENDIMENTO

O XABCDE do trauma corresponde a uma sequência que deve ser


seguida a partir de prioridades apresentadas pela vítima de trauma.
Cada letra tem um significado e representa uma etapa da avaliação.
Vamos conhecer um pouco mais sobre cada etapa.

X - Hemorragia Exsanguinante

O “X” significa verificar se há hemorragia e realizar uma ação para


controlá-la. Hemorragia exsanguinante corresponde a um
sangramento intenso que pode matar mais rápido do que a maioria
dos outros mecanismos de trauma. Esse tipo de sangramento pode
ser facilmente identificado pelo grande acúmulo de sangue próximo
à vítima e está associado às lesões de artérias ou veias (PHTLS, 2020).
É possível sangrar de forma grave em poucos minutos. O(a) paciente
pode perder uma quantidade significativa de sangue de ferimentos
no couro cabeludo, devido à alta concentração de vasos sanguíneos,
ou de feridas que danificam grandes vasos (PHTLS, 2020).

Diante de um trauma apresentando esse tipo de sangramento,


devemos intervir rapidamente, sendo a principal prioridade no
atendimento. Diante de uma situação de hemorragia grave, você
poderá realizar a compressão direta ou o torniquete para estancar o
sangramento. A compressão direta poderá ser realizada
comprimindo diretamente a ferida, com um pano limpo ou gazes,
com firmeza, até que o sangramento seja interrompido. Caso o
sangramento continue, poderemos realizar um torniquete. Essas
técnicas estão descritas com mais detalhes no tópico sobre
hemorragias.

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A – AIRWAY (VIAS AÉREAS)

Airway é uma palavra em inglês. Em português, significa vias aéreas.


Nesta etapa da avaliação, devemos manter as vias aéreas livres,
para que o oxigênio possa fluir para os pulmões, realizando as
manobras de abertura das vias.

Atenção! Enquanto realizamos essas manobras, temos que manter a


coluna cervical alinhada, evitando movimentá-la. Deve-se observar a
boca por dentro e, caso necessário, retirar secreções ou outros
materiais que possam estar obstruindo a passagem de ar, como
próteses (dentaduras), líquidos, vômito, sangue, fragmentos de
dentes, terra, grama, entre outros. Uma das formas de obter a
abertura das vias aéreas é fazendo a manobra de inclinação da
cabeça com elevação do queixo (em inglês, é conhecida como
manobra Chin-Lift), como apresentado na figura 1. Essa manobra é
indicada para pessoas SEM suspeita de lesão na coluna ou história de
trauma.

Figura 1. Divisões do corpo humano

Fonte: BRASIL, 2016

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Como fazer:

● Posicionar uma das mãos sobre a testa e a outra, com os


dedos indicador e médio, tocando o queixo do(a) paciente.
● Realizar movimento de elevação do queixo.
● Simultaneamente, efetuar uma leve pressão no pescoço.
● Manter a boca do(a) paciente aberta.

Outra forma de abrir as vias aéreas é realizando a manobra de


tração da mandíbula no trauma (em inglês, é conhecida como
manobra Jaw Thrust), como demonstrado na figura 2. Esta manobra
é indicada para vítimas de trauma em que há suspeita de lesão na
coluna.

Figura 2. Manobra Jaw Thrust

Fonte: BRASIL, 2016

Como fazer:

● Posicionar-se à cabeceira (atrás) do(a) paciente.


● Realizar o controle manual da coluna cervical para
alinhamento e estabilização em posição neutra, colocando as
mãos espalmadas uma de cada lado da face.
● Localizar o ângulo da mandíbula e realizar força para cima.

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B – BREATHING (BOA RESPIRAÇÃO)

A palavra breathing significa respiração em inglês. Devemos expor o


tórax (peito), mas apenas o suficiente para observarmos sua
movimentação, mantendo a vítima aquecida. Podemos avaliar a
ventilação observando se o tórax está se elevando; se apresenta
esforço ao respirar; se existem lesões ou sangramentos na região.

Problemas para respirar podem resultar em deficiência no transporte


de oxigênio, e a pessoa pode apresentar-se com uma coloração
arroxeada (chamada de cianose), principalmente, nos lábios e na
ponta dos dedos, como na figura 3. A frequência respiratória é um
bom indicativo de algum problema, de forma que ela deve estar
entre 12-20 movimentos por minuto. Caso a pessoa não esteja
respirando, você poderá realizar as manobras de Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP) que serão apresentadas a seguir.

Figura 3. Cianose (coloração arroxeada) nos dedos das mãos,


indicando deficiência na oxigenação.

Fonte: BERNARDES FILHO et al., 2014

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C – CIRCULATION (CIRCULAÇÃO)

A palavra Circulation, em inglês, quer dizer circulação. Nesta etapa,


devemos avaliar a circulação, observando se há outros
sangramentos. Também é importante observarmos se a vítima
encontra-se pálida (hipocorada) ou suando em excesso (sudoreica),
uma vez que esses sinais podem indicar queda da pressão
(hipotensão).

O pulso central e o pulso periférico, bem como a perfusão sanguínea,


deverão ser averiguados, pois o pulso acelerado pode indicar
sangramentos. Podemos verificar o pulso comprimindo com os dedos
a região da carótida (pulso central) ou dos pulsos (pulso periférico).
Nos adultos, é considerada normal uma contagem entre 60-100
batimentos por minuto (bpm).

A perfusão sanguínea corresponde ao fluxo


de sangue nos tecidos e órgãos. Podemos
avaliá-la verificando o tempo de enchimento
capilar, ou seja, o tempo necessário para que
as extremidades dos dedos recuperem o fluxo
de sangue após uma pressão aplicada com o
dedo para provocar palidez. Considera-se o
tempo de enchimento capilar normal quando
este for igual ou menor a 2 segundos.

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Ao verificar a perfusão periférica, se perceber sinais como: palidez,
queda de pressão, pulso acelerado e sangramentos, é importante
saber o que fazer.

Caso identifique sangramento externo, poderá realizar a compressão


direta. Mas se a vítima não apresenta sangramentos visíveis, e você
perceber palidez, pressão baixa, pulso acelerado, pode estar
ocorrendo um sangramento interno, não sendo possível a
visualização. Nesses casos, procure acalmar e não movimentar a
vítima, providenciando o socorro especializado o mais rápido
possível.

D – DISABILITY (DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA)

A palavra disability, em inglês, significa deficiência ou disfunção. No


acrônimo XABCDE, o “D” representa a etapa de verificar se há
disfunção neurológica.

No momento da abordagem inicial, devemos avaliar o estado


neurológico da vítima, isto é, verificar se a vítima está acordada,
sonolenta ou inconsciente. Podemos fazer isso utilizando uma escala
chamada Escala de Coma de Glasgow. Essa avaliação neurológica
simplificada tem o objetivo de descrever rapidamente o estado de
consciência da vítima e detectar possíveis alterações. Essa escala
avalia três tipos de reações dos(as) pacientes: abertura do olho
(abertura ocular); como o(a) paciente fala (resposta verbal) e
como movimenta o corpo (resposta motora).

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E – EXPOSURE (EXPOSIÇÃO E CONTROLE DA HIPOTERMIA)

A palavra exposure, em inglês, significa exposição. Representa a


etapa final da avaliação inicial, em que devemos realizar a exposição
do corpo da vítima em busca de lesões que, em um primeiro
momento, não comprometem a sobrevivência da vítima, mas
precisam de atenção.

É importante ficar atento quando da realização da exposição, pois


poderá favorecer a hipotermia (queda da temperatura) que ocorre
quando a temperatura corporal está abaixo de 35°C. Assim, sempre,
devemos ficar atentos para manter as vítimas aquecidas durante a
exposição. Um cuidado que devemos ter é realizar a exposição de
algumas partes por vez, cobrindo a parte do corpo onde já se realizou
a avaliação.

Outra situação bastante grave em que um socorrista treinado poderá


fazer muita diferença é durante uma parada cardiorrespiratória.
Sabemos que as UBS são ricas de situações e, como ponto da rede
de atenção à saúde mais próximo ao usuário, acabam por receber
muitas demandas, inclusive de urgências.

A parada cardiorrespiratória (PCR) consiste em uma emergência


cardiovascular que pode ocorrer por diversas causas (infarto do
miocárdio, infecção generalizada, crises asmáticas, intoxicações por
fumaça, entre outros) que é caracterizada pela interrupção súbita da
atividade cardíaca e respiratória, somada à ausência de consciência.
Existem quatro principais ritmos cardíacos que levam a uma PCR:
fibrilação ventricular (FV), taquicardia ventricular, atividade elétrica
sem pulso (AESP) e assistolia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2019). Para a determinação desses ritmos cardíacos, são necessários
equipamentos específicos, conhecidos como desfibriladores.

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Mas como vou saber se uma pessoa está em PCR?

Primeiro, diante de uma pessoa desacordada, faça estímulos verbais,


caso a pessoa não responda, faça estímulos físicos (pinçamento do
trapézio ou pressão na ponta dos dedos da mão).

Não havendo resposta, confira se a pessoa está respirando. Poderá


fazer isso usando o “ver, ouvir e sentir”. Faça o seguinte: aproxime seu
ouvido ao nariz da vítima, tentando sentir e ouvir a respiração,
olhando para seu tórax, tentando detectar elevação (EUROPEAN
RESUSCITATION COUNCIL, 2021). Dessa forma, concentre-se em ouvir e
sentir a respiração, ao mesmo tempo em que observa se existem
movimentos de elevação no tórax, que indicam se a vítima está ou
não respirando.

Em seguida, é necessário saber se a vítima apresenta pulso. O pulso


deve ser verificado na artéria carótida. Você poderá identificar,
facilmente, a carótida se tocar no seu próprio pescoço, ou no de
outra pessoa, logo ao lado da traqueia. No entanto, caso esteja com
dúvidas sobre o pulso, inicie as compressões mesmo sem ter a
certeza de que a pessoa está sem pulso, pois muitas vezes a
identificação da ausência do pulso em alguém em PCR poderá ser
difícil (EUROPEAN RESUSCITATION COUNCIL, 2021).

Assim, estando o(a) paciente sem responder aos estímulos (verbal e


físico) com ausência de movimentos respiratórios e/ou sem pulso,
podemos concluir que ele(a) se encontra em uma PCR e
imediatamente devemos iniciar a abordagem.

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Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2019), após identificar
a PCR, podemos utilizar os passos do C-A-B-D para guiar o
atendimento durante o Suporte Básico de Vida (SBV):

● O “C” corresponde às compressões (30 compressões). Inicie,


imediatamente, as compressões torácicas. Nesta etapa,
também, é necessário que chame ajuda, pedindo a alguém da
cena que ligue para o serviço de emergência ou SAMU. Se
estiver sozinho, coloque o telefone no viva-voz e, enquanto faz
as massagens, ligue para o serviço de emergência. Se estiver
na UBS, chame o restante da equipe.
● O “A” é a abertura das vias aéreas. Realize a abertura das vias
aéreas, podendo utilizar as manobras Jaw Thrust (com trauma)
ou Chin-Lift (sem trauma).
● O “B” se refere à boa ventilação (duas ventilações). Você
poderá realizar as ventilações com a máscara de bolso ou
ambu, como veremos a seguir.
● O “D” corresponde à desfibrilação. A desfibrilação é realizada
por equipamento específico (desfibrilador) presente em alguns
espaços públicos (como aeroportos), hospitais e Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Antes de prestar o socorro, garanta que o local esteja seguro para


você e para a vítima. Por exemplo, em acidentes em estradas, é
necessário que o local seja isolado para garantir que o socorrista
não se torne uma segunda vítima.

No recém-nascido (até 28 dias), a verificação do pulso é feita


palpando-se o pulso braquial (na face interna do braço, entre o
cotovelo e o ombro) ou femoral, uma vez que o recém-nascido
possui um pescoço curto e, muitas vezes, gordo, dificultando a
palpação do pulso carotídeo.

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Diante de uma vítima inconsciente e que não respira, mesmo na
dúvida se tem pulso ou não, chame ajuda e inicie as compressões
torácicas imediatamente, pois o principal objetivo das compressões
torácicas é provocar uma contração no coração para que o sangue
seja enviado para o cérebro, permitindo que as células cerebrais não
morram pela falta de oxigênio.

Lembre-se: na abordagem da PCR, (Passo 1) identifique a PCR; (Passo


2) chame ajuda e (Passo 3) inicie as compressões torácicas, assim
como mostrado na figura 4.

Figura 4. Abordagem inicial na PCR

Fonte: IBRAPH, 2021.

Realizando as compressões torácicas:

● Identifique o local correto. Divida o esterno, osso localizado no


meio do tórax, em duas partes. As compressões serão
realizadas na metade inferior. O peito da vítima deve estar
descoberto.

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● Coloque a mão dominante sobre o tórax e a outra mão por
cima dela. A vítima deve estar sobre uma superfície dura e
plana (maca sem colchão ou no chão).
● As compressões devem ocorrer entre 100-120 em 1 minuto, em
sincronia com as ventilações: são sequências de 30
compressões para 2 ventilações. As ventilações são
importantes, pois permitirão oxigenar o sangue que será
enviado ao cérebro, evitando a morte da vítima.
● As compressões devem ter uma força adequada e suficiente
para aprofundar o tórax em 5-6 centímetros, permitindo que o
coração bombeie o sangue. Você deve permitir o retorno total
do tórax para iniciar uma nova compressão.

Como realizar as compressões cardíacas?

● Deite a vítima no chão ou superfície dura.


● Posicione-se ao lado dela.
● Mantenha os joelhos abertos, para aumentar sua superfície de
apoio.
● Coloque as mãos sobre o tórax e comprima.
● Em adultos, realizamos 30 compressões torácicas para cada 2
ventilações.
● Em crianças, são 15 compressões para 2 ventilações. No
entanto, caso você esteja sozinho durante a prestação do
socorro, é indicado que faça 30 compressões para 2
ventilações, assim como no adulto (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2019).

Após 2 minutos de massagens, os socorristas devem se revezar,


para evitar o esgotamento físico. Em crianças entre 1 e 8 anos, a
massagem deverá ser realizada com apenas uma das mãos.

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● NÃO dobre os cotovelos ao massagear, pois a
compressão perderá força.
● NÃO retire as mãos do tórax entre as massagens,
pois impedirá o ritmo adequado das compressões.
● NÃO cheque o pulso ou a respiração, pois as
massagens e as ventilações não devem ser
interrompidas até a chegada do socorro
especializado, a não ser pelo revezamento entre os
socorristas a cada 2 minutos.

Anteriormente, vimos que quando nos depararmos com um adulto ou


uma criança que não responde a estímulos dolorosos e não está
respirando, já poderemos iniciar a massagem cardíaca,
independentemente de ter conseguido verificar o pulso ou não.

Também pode ocorrer de presenciarmos situações nas quais a


vítima está inconsciente, não apresenta movimentos respiratórios,
mas tem pulso, o que caracteriza uma parada respiratória, pois o
coração está batendo, mas os pulmões não estão ventilando. Nessas
situações, fazemos da seguinte forma:

● Criança: faça 1 respiração a cada 2-3 segundos (AHA, 2020).


● Adulto: faça 1 respiração a cada 6 segundos.

Permaneça acompanhando o pulso a cada 2 minutos. Caso a vítima


evolua sem pulsação, inicie o protocolo de parada
cardiorrespiratória, como visto anteriormente.

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Como fazer as ventilações?

● Máscara de bolso: acople bem a máscara no rosto da vítima,


para não permitir escape de ar, realize a manobra para abrir as
vias aéreas. Em seguida, realize as 2 ventilações.
● AMBU: Também conhecido como dispositivo
bolsa-válvula-máscara, é o equipamento mais adequado para
se realizar as ventilações. Precisa estar bem vedado ao rosto
do(a) paciente. Com os dedos polegar e indicador formando
um “C” e os demais formando um “E”, vede a máscara no rosto
da vítima, como demonstrado na figura 5.

Figura 5. Ventilação com ambu. Veja como as mãos estão


posicionadas para vedar a máscara no rosto.

Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2019.

Como visto na figura acima, o ar é impulsionado ao pulmão por meio


de uma bolsa. Diferentemente da ventilação com a máscara de
bolso, pois, nesse caso, o socorrista é quem irá injetar o ar que fluirá
aos pulmões da vítima, através de um orifício.

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Atualmente, não é recomendada a realização da respiração boca a
boca, devido ao risco de contaminação, sobretudo após a
pandemia de COVID-19. Nesse caso, não estando disponível um
dispositivo para auxiliar na ventilação (ambu ou máscara de bolso)
é indicado realizar apenas as compressões torácicas, devendo os
socorristas se revezarem a cada 2 minutos.

As compressões torácicas em crianças pequenas, menores de 1 ano


(lactentes e recém-nascido) devem ser com os dedos indicador e
médio, entre os mamilos.

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES POR CORPO ESTRANHO


(OVASCE) OU ENGASGO

A obstrução das vias aéreas por corpo estranho é mais conhecida


como engasgo e pode ocorrer de forma parcial ou total. Na
obstrução parcial, existe a passagem de um pouco de ar, e a pessoa
consegue tossir e falar, mesmo com dificuldade. Na obstrução total,
não há passagem de ar, e, neste caso, a pessoa está em risco de
morte, sendo comum realizar o sinal universal da asfixia.

Sinal universal da asfixia: é apresentado quando a vítima coloca as


duas mãos na garganta indicando que não consegue respirar.

Diante de uma pessoa engasgada, como ajudar?

- Perguntar: “você está engasgado?” e aguardar a confirmação.


- Enquanto houver tosse vigorosa, não interferir, pois a tosse é a
intervenção mais eficaz para o desengasgo, nesse momento.
- Procurar acalmar a vítima.
- Explicar que é fundamental continuar com tosse vigorosa (forte).
- Observar atentamente se está evoluindo para obstrução grave.
- Caso observe agravamento, solicitar às pessoas próximas à cena

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para chamar profissional da equipe de saúde da UBS ou ligar para o
SAMU. Caso seja possível, também, poderá levar a vítima para a UBS
ou outro serviço de saúde mais próximo.

Se obstrução grave: intervir com manobra de Heimlich, que será


explicada em seguida.

Fique atento aos sinais de obstrução grave:

- Incapacidade de falar, tossir e respirar;


- Cianose (coloração azulada ou roxa) de lábios, mãos e pés;
- Sinal universal da asfixia.

A manobra de Heimlich está indicada em casos de obstrução de vias


aéreas total, ou seja, quando não mais é possível respirar. A seguir,
veremos como realizar essa manobra.

● Explique para a vítima o que você irá fazer e coloque-se atrás


dela;
● Coloque sua mão dominante fechada logo acima do umbigo
(2 cm acima);
● Coloque a mão não dominante espalmada sobre a dominante;
● Realize movimentos para dentro e para cima, fazendo uma
pressão em direção a você, exercendo força sobre o abdome.
Realize a manobra de forma repetitiva.
● No caso de crianças que já ficam em pé, posicione-se atrás
dela, mas de joelhos, e realize a manobra.
● Ocorrida a desobstrução, cheque a perfusão periférica, a
coloração dos dedos, observando se há cianose, e a respiração.

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Figura 6. Manobra de Heimlich no adulto.

Fonte: Corpo de Bombeiros. São Paulo.

Em gestantes ou pessoas obesas, realize a compressão no tórax, na


região entre os mamilos, e não no abdome.
Em criança, posicione-a de forma inclinada sobre sua perna.
Inicialmente, com a barriga para baixo. Dê 5 batidas firmes nas
costas (entre as escápulas) com a mão. Caso ainda permaneça
engasgada, vire a criança de barriga para cima, inclinada para baixo
e apoiada em sua perna. Aplique mais 5 compressões com os dedos
indicador e médio na região entre os mamilos. Sempre observe a
boca para ver se, após as compressões, o objeto foi expelido ou se é
possível retirá-lo com os dedos.

Figura 7. Manobra para desobstrução das vias aéreas em crianças


menores de 1 ano.

Fonte: SÃO PAULO, 2011

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CORPOS ESTRANHOS

Corpos estranhos são objetos que penetram no corpo através de


qualquer orifício ou após um trauma. Os corpos estranhos podem
encontrar-se mais frequentemente nos olhos, ouvidos, nariz ou vias
respiratórias. Outra situação que poderá ser encontrada no território
ou mesmo por alguém que procure a UBS envolve objetos
encravados no corpo. São muitos os acidentes que podem resultar
nessa situação: traumas com pedaços de madeira, ferro ou, até
mesmo, facas e tesouras.

Diante de objetos encravados, o que fazer?

● Não retire o objeto, isso poderá provocar ou aumentar


sangramentos.
● Tente imobilizá-lo de forma que até 2/3 do objeto esteja fixado.
Se a lesão estiver sangrando, comprima as bordas, mas não
comprima em cima do objeto e nem o retire.

Como dissemos anteriormente, corpos estranhos (objetos) também


poderão ser encontrados nos olhos, nariz e ouvidos, situação muito
comum entre crianças.

O que fazer?

OLHOS:
● Não esfregue os olhos.
● Abra o olho com cuidado e lave de forma abundante com água
corrente, soro fisiológico ou soro para lentes de contato.
● Cubra os dois olhos com gaze, mesmo que apenas um esteja
afetado, para evitar o movimento do olho.
● Não retire objetos encravados.
● Encaminhe a vítima para o serviço de emergência
oftalmológica (PORTUGAL, 2022).

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NARIZ

● Os objetos podem ser removidos do nariz, fazendo a pessoa


inspirar pela boca, comprimir a narina que está livre e expelir o
ar pela narina obstruída, sem forçar muito, para não lesionar a
região.
● Orientar respirar pela boca.
● Nunca introduza objetos na narina, poderá introduzir ainda
mais o corpo estranho.
● Caso o corpo estranho não saia, procurar serviço de saúde
(UFPR, 2015; PORTUGAL 2022).

OUVIDOS

● Não tente retirar objetos do ouvido.


● Não introduza grampo, palito, cotonete, pinças, pois poderá
introduzir ainda mais o objeto ou lesionar estruturas do ouvido,
como o tímpano.
● Se for um inseto, poderá pingar uma gota de azeite ou óleo no
ouvido, imobilizando o inseto e diminuindo o desconforto.
(PORTUGAL, 2022).
● Encaminhe ao serviço de saúde (UFPR, 2015).

LESÕES DE PELE

As lesões de pele, por serem situações de pouca gravidade, são


facilmente encontradas no cotidiano das UBS. Mas devemos ficar
atentos, pois existem alguns fatores que podem determinar a
gravidade de um ferimento, como tamanho, profundidade, sinais de
infecção e local.
No contexto dos Primeiros Socorros, é mais comum a abordagem de
ferimentos pouco extensos e superficiais. Um tipo de ferimento bem
comum na realidade da Unidade Básica de Saúde são escoriações
ocasionadas por mecanismo de abrasão.

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Como exemplo, temos os arranhões, as lesões ocasionadas por
abrasões no asfalto decorrentes de acidentes de motocicleta ou
bicicleta, abrasões em escolares, entre outras.

O que fazer diante de uma escoriação?

● Lave com água corrente para que sejam retiradas sujidades


(poeira, vidro, grama, areia, entre outros).
● Se disponível, poderá ser utilizado sabão ou sabonete líquido no
ferimento.
● Cubra com um pano limpo ou gaze. Nunca cubra com algodão
ou papel, pois, em pouco tempo, a ferida poderá secar e esses
materiais podem ficar aderidos.
● O uso de coberturas, pomadas ou óleos, só devem ser utilizados
se recomendados por profissionais da saúde.

Como saber se é preciso levar ao serviço de saúde?

● Se a ferida apresentar sangramento e não parar após


compressão por 10 minutos.
● Se o corte estiver profundo, mais de 1 centímetro.
● Se os contornos da ferida estiverem afastados.
● Se a ferida foi causada por objeto sujo ou enferrujado.
● Se o objeto estiver cravado na ferida.
● Mordida de animal ou pessoa.
● Muitas dores.
● Possibilidade de fratura.
● Sinais de infecção (vermelhidão, dor, inchaço ou pus)
(INSTITUTO INFÂNCIA SEGURA, 2022).

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Vítimas de lesão de pele deverão ser levadas à UBS para avaliação
quanto à necessidade de vacinação antitetânica. Precisamos ficar
atentos, pois algumas vezes essas feridas, embora de pequena
extensão, podem estar associadas a sangramentos importantes. Por
isso, esse tema será abordado no tópico seguinte.

HEMORRAGIAS (SANGRAMENTOS)

As hemorragias são ocasionadas por lesão de vasos sanguíneos,


veias ou artérias, configurando situações muito comuns resultantes
de acidentes, na grande maioria, com materiais perfuro-cortantes,
como facas, cacos de vidros e também em decorrência de violências,
por ferimentos por arma de fogo, infelizmente, algo cada vez mais
presente no cotidiano das UBS. A hemorragia pode ser interna,
quando o sangramento ocorrer para dentro do corpo, ou externa,
quando o sangue extravasa para o meio externo por meio de lesões
que rompem a pele.

O que fazer diante de uma hemorragia?

● Identifique o local da hemorragia e certifique-se de que não


existem objetos ou fragmentos, antes de iniciar a compressão.
● A técnica inicial para controlar uma hemorragia externa é a
pressão manual direta, aplicada diretamente em um local de
sangramento. No couro cabeludo, é comum sangrar bastante.
Nesses casos, se o ferimento for extenso, pressione nas bordas.
Caso tenha um objeto encravado na lesão, faça pressão nas
laterais, sem movimentá-lo.
● A pressão direta deve então ser colocada sobre a ferida,
utilizando-se um chumaço de gaze simples ou pano limpo, em
período em torno de 10 minutos antes de realizar o
enfaixamento, que deverá ser executado com uma
compressão firme o suficiente para impedir o sangramento.

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Não é necessário elevar o membro, pois não resulta em diminuição
do sangramento (PHTLS, 2020).
● Na impossibilidade de conter o sangramento com a
compressão direta ou o curativo compressivo, deve-se utilizar o
torniquete. Lembre-se: sempre colocar o torniquete mais
próximo das axilas e virilhas, quando sangramento em braços e
pernas (PHTLS, 2022).

Como fazer para aplicar um torniquete?

1. Identifique o sangramento e, antes de iniciar, explique o que irá


fazer ao(à) paciente, informando, inclusive, que ele(a) sentirá
dor à medida em que for apertado o membro.
2. Coloque um pano entre o material do torniquete e a pele para
protegê-la .
3. Aplique o torniquete até o início da virilha, para o membro
inferior, ou axila, para o membro superior. O material escolhido
(atadura, pedaço de tecido, fralda de pano, entre outros) deverá
ter mais de 10 centímetros de largura para não lesionar a pele.
4. Ajuste o torniquete até que o sangramento pare.
5. Fixe-o no lugar, impedindo que fique frouxo.
6. Anote o horário da aplicação. Você poderá fazer isso escrevendo
em um esparadrapo e fixando no próprio torniquete ou
escrevendo na pele da própria vítima com uma caneta.
7. Deixe o torniquete descoberto para que o local possa ser visto e
monitorado, pois devemos verificar o pulso e a perfusão
sanguínea do membro em que estiver realizando o torniquete.
No caso do braço, verificar o pulso no punho, e no caso da perna,
verificar pulso pedioso. Se o sangramento continuar, após a
aplicação do torniquete inicial, poderemos colocar um segundo
torniquete próximo ao primeiro.

25
O torniquete poderá permanecer por 120 a 150 minutos (2h-2:30h).
Você poderá utilizar o manguito insuflado (cheio) do aparelho de
medir pressão (esfigmomanômetro) para realizar o torniquete. Para
isso, prenda o manguito na perna ou no braço, próximo à axila ou à
virilha, a depender da lesão, e o encha de ar apertando a pêra. Pare
de insuflar quando o sangramento for interrompido.

Hemorragia nasal (epistaxe)

O nariz é uma região que contém muitos vasos sanguíneos. O


sangramento no nariz está relacionado a rinites, sinusites, climas ou
locais quentes e secos e, ainda, traumas. Por isso é bastante comum
as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) receberem crianças
encaminhadas das escolas com esse problema. Na grande maioria
das vezes, não representa risco, mas é importante saber conduzir
bem a situação para que se evitem complicações.

O que fazer diante de uma epistaxe?

● Acalmar a pessoa e colocá-la sentada com o tronco e a


cabeça eretos. Nunca deitar a pessoa, pois poderá piorar o
sangramento.
● Não deixar a pessoa assoar o nariz e nem engolir o sangue,
para que seja possível observar a quantidade eliminada pelo
nariz.
● Orientar não levantar a cabeça, mas sim incliná-la um pouco
para a frente.
● Pressionar a narina que sangra por um período de 15 minutos.
● Aplicar compressa fria no nariz e na face.
● Se o sangramento não parar, procurar serviço de saúde com
urgência (BRASIL, 2021).

26
ENTORSES, LUXAÇÕES E FRATURAS

A maioria das lesões traumato-ortopédicas não apresentam


gravidade. Porém, todas elas são muito dolorosas. As mais comuns
são as entorses, luxações e fraturas (abertas e fechadas). Toda
vítima de acidente com lesão traumato-ortopédica necessita,
obrigatoriamente, de atendimento especializado, sendo importante
manter o membro imóvel até a chegada do socorro ou levar a vítima
ao serviço de saúde. É importante saber imobilizar o membro, pois
isso reduz a dor percebida pela vítima. Veremos, a seguir, como se faz
a imobilização.

Entorses

São lesões dos ligamentos das articulações, onde estes esticam além
de sua capacidade normal, rompendo-se. Quando a entorse
acontece, há um estiramento (esticamento) dos ligamentos, mas
não há o deslocamento completo dos ossos da articulação.

Luxação

São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem


uma articulação é deslocada do seu lugar. Nas luxações, ocorre
distanciamento e perda de contato total ou parcial entre os ossos
que compõem a articulação afetada. Os casos de luxação ocorrem,
geralmente, devido a traumatismos, por golpes indiretos ou
movimentos articulares violentos. As articulações mais atingidas são
os ombros, cotovelos, joelhos, dedos e a mandíbula.

Quando suspeitar de lesões musculoesqueléticas fechadas


(entorses, luxações e fraturas fechadas)?

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● Dor (é o principal sintoma).
● Deformidade (a forma está diferente do normal), crepitação
(barulhos), inchaço ou coloração arroxeada no local ou
dificuldade para movimentar o membro.

O que fazer no caso de suspeita de luxação?

1. Repousar: evite forçar o membro lesionado.


2. Imobilizar: evite movimentar o membro imobilizando-o. Adiante,
veremos como realizar uma imobilização.
3. Resfriar: coloque gelo em um saco plástico e coloque no local
por 15 min. Em 1 hora poderá repetir a compressa.
4. Elevar o membro. Isso pode ajudar a reduzir o inchaço.
5. Encaminhar para atendimento especializado.

Fratura

Trata-se de uma interrupção na continuidade do osso. Ocorre


geralmente devido a queda, impacto ou movimento violento com
esforço maior que o osso pode suportar. Podem ser abertas ou
fechadas. No contexto da Atenção Primária, são muito comuns em
idosos, por isso é muito importante a prevenção de quedas nessa
faixa etária.

As fraturas podem ser:

Fratura Aberta ou Exposta: são as fraturas em que os ossos


quebrados saem do lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma
de suas partes. Este tipo de fratura pode causar infecções.

Fraturas Fechadas: são as fraturas nas quais os ossos quebrados


permanecem no interior do membro sem perfurar a pele. Poderá,
entretanto, romper um vaso sanguíneo ou cortar um nervo.

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O que fazer diante de uma pessoa com uma fratura exposta?

● Não movimente a área afetada.


● Se houver sangramento em grande quantidade, comprima as
bordas da lesão.
● Não tente colocar o osso fraturado para dentro da ferida, isso
poderá provocar o rompimento de nervos e vasos.
● Realizar a imobilização do membro conforme orientação a
seguir.
● Levar a vítima rapidamente para um serviço de traumatologia
ou que realize cirurgias.

Imobilização de membros superiores (braços) ou inferiores


(pernas)

Os ossos longos devem ser imobilizados da seguinte maneira:

1. Segure delicadamente o membro e estabilize o osso


manualmente. Estabilizar é colocar o osso em sua posição
normal, mas se ao fazer isso perceber que a disposição dos
ossos impede ou dificulta esse movimento, mantenha-o na
mesma posição.
2. Aplique a tala, imobilizando o osso e a articulação
imediatamente acima e abaixo da lesão. Você poderá utilizar
papelão, toalhas ou pedaços de madeira para fazer a
imobilização (KARREN, 2013).

Para realizar a imobilização, você poderá utilizar pedaços de madeira,


estacas, papelão, entre outros objetos rígidos. Coloque o objeto
rígido, que servirá como tala, de cada lado do membro fraturado,
amarrando-o com ataduras, panos, punhos de redes ou barbante.

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As talas deverão ter o comprimento suficiente para imobilizar as
articulações próximas acima e abaixo da fratura. Também poderá
ser colocado um pano ou outro material entre e tala e a pele,
evitando lesões e desconforto ao paciente. Mas, se houver ferimentos
no local, evite algodão, pois poderá aderir à lesão e ser de difícil
remoção.

As tipoias são indicadas em diferentes situações que exigem a


imobilização dos membros superiores, como luxações ou fraturas de
clavícula, ombro, antebraço e mão. Elas devem ser posicionadas de
maneira que o braço fique junto ao tórax e o cotovelo forme um “L”.

Caso o trauma seja nas pernas, a vítima deverá ser transportada


em maca.

Outros tipos de traumas e fraturas também poderão ser encontrados,


como de ossos da pelve (bacia), crânio (cabeça) e cervical
(pescoço). Veja a seguir.

Trauma Cranioencefálico (TCE)

Os traumas e fratura de crânio, geralmente, resultam de uma queda,


acidente de trânsito ou agressão. As fraturas cranianas podem ter
um grau variado de afundamento ou elevação e podem ser abertas
ou fechadas. Podem ser associadas a outros problemas importantes,
como a hemorragia intracraniana (dentro do crânio) e fratura de
ossos (vértebras) do pescoço (coluna cervical) (DEMETRIADES;
KOBAYASHI, 2022) .

A maioria dos traumas na cabeça (trauma cranioencefálico) não


geram problemas graves, não sendo necessário nenhum tratamento.
Porém, há aqueles que apresentam comprometimentos leves e
passageiros, como sonolência, dores e até enjoos.

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No entanto, podem ocorrer situações graves, com sangramentos
intracranianos ou lesões diretas ao tecido cerebral (HOSPITAL
ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2022).

Alguns dos sinais e sintomas que indicam maior gravidade são:

● sangramento na cabeça ou no rosto;


● saída de sangue ou líquido transparente pelo ouvido ou nariz;
● perda de consciência (desmaio, mesmo que passageiro);
● sonolência excessiva;
● náuseas ou vômitos persistentes;
● dor muito forte na cabeça;
● dificuldade para falar ou qualquer outro sintoma neurológico.
● impossibilidade de movimentar ou dor forte no pescoço.

Em casos de sonolência excessiva após trauma, não deixe a pessoa


(adulto, criança ou idoso) dormir. Se a vítima se apresenta com muito
sono, deve ser encaminhada a um serviço de saúde. Se não houver
outros sintomas e tiver sono após algumas horas, a pessoa poderá
dormir.

O que fazer diante de um trauma cranioencefálico (TCE)?

● Mantenha a calma e acalme a vítima;


● Aplique o XABCDE do trauma: inicie pela abertura das vias
aéreas e estabilização da coluna. Imobilize a coluna cervical,
utilizando as mãos espalmadas na face. Explique a importância
de manter a coluna sem se movimentar para evitar o risco de
lesões.

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● Chame o serviço especializado (SAMU ou outro serviço móvel);
● Avalie a respiração (letra B), a circulação (letra C) e o nível de
consciência (letra D): tente conversar com a vítima. Você
poderá utilizar a escala de coma de Glasgow. Poderá aguardar
o serviço especializado para concluir a etapa E (exposição e
controle da hipotermia), para evitar movimentar a vítima.
● Fique ao lado da vítima até a chegada do socorro.

Trauma de pelve (bacia)

A bacia ou pelve compreende um conjunto de ossos que liga o tronco


aos membros inferiores. As fraturas de bacia podem ocorrer devido a
traumas leves, como quedas, comuns em idosos, ou acidentes
graves, muitas vezes, envolvendo carros e motos e representam uma
situação grave, na qual a vítima deverá ser socorrida com rapidez,
devido ao risco de complicações, como a perda sanguínea em
grande quantidade.

Poderemos suspeitar de fraturas de pelve em situações em que a


vítima refere dor na região do quadril, sendo importante analisar a
situação do acidente, pois acidentes automobilísticos e quedas de
grandes alturas são mais propensas a resultar em fratura de bacia.

O que fazer diante de uma suspeita de fratura de pelve?

● Após garantir a segurança da cena, mantenha a calma e


acalme a vítima.
● Aborde a partir do XABCDE.
● Mantenha a vítima deitada, sem movimentar as pernas. Um
lençol poderá ser amarrado na pelve, para evitar a
movimentação e não piorar possíveis sangramentos.
● Chame o serviço especializado.

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Como pudemos perceber, são muitos os conhecimentos necessários
para ofertamos os primeiros socorros adequadamente, de forma a
poder ajudar as vítimas.

DESMAIOS

Também chamada de síncope, o desmaio envolve a perda repentina


e temporária da consciência devido à diminuição de sangue e
oxigênio no cérebro, estando associado a quedas de pressão
(hipotensão). A partir da diminuição de sangue no cérebro, o corpo
responde com falta de força muscular, queda do corpo e perda da
consciência.

Pode ter como causas: falta de alimentação (jejum prolongado),


estresse emocional, ambiente fechado e quente, mudanças bruscas
de posição, entre outras.

Sinais e sintomas

● Palidez;
● Suor frio;
● Fraqueza;
● Tontura;
● Visão turva e escura;
● Pulso rápido e fraco.

Mas o que podemos fazer diante de uma pessoa desmaiada?

Se a vítima estiver pálida, com a visão turva ou sentindo tontura, mas


ainda acordada (consciente):

● Sentá-la em uma cadeira ou outro local semelhante.


● Curvá-la para frente.
● Baixar a cabeça encostando o queixo no tórax.
● Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.

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Passados 2 min. faça estímulo verbal (chame) ou físico (pinçar o
ombro ou pressão na ponto dos dedos). Não é necessário jogar água
no rosto ou aproximar álcool das narinas da vítima.

Havendo o desmaio (pessoa desacordada, inconsciente):

● Use o ver, ouvir e sentir e confira se existem movimentos


respiratórios e pulso. Se estiver sem pulso e sem movimentos
respiratórios, realize manobras de RCP.
● Manter a pessoa deitada e elevar as pernas para o sangue fluir
mais rápido das pernas para o cérebro, restabelecendo o fluxo
de sangue e a chegada de oxigênio, fazendo com que recobre
a consciência.
● Afrouxar as roupas da pessoa.
● Se houver vômito, coloque a cabeça para o lado (lateralize a
cabeça), para evitar sufocamento. Mas, somente, realize essa
manobra se não houver risco de trauma na região cervical
(pescoço).
● Se recobrar a consciência: sente-a e, só após 10 minutos,
levante-a.
● Se o desmaio durar mais que 2 minutos, chame o socorro
especializado.

É importante que a vítima seja colocada deitada antes que perca


totalmente a consciência, para evitar trauma craniano com a
queda.

CRISE CONVULSIVA

A crise convulsiva, popularmente conhecida como convulsão, é uma


alteração involuntária e repentina dos sentidos, no comportamento,
na atividade muscular ou no nível de consciência.

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Está associada com a irritação ou superatividade das células
cerebrais e pode ser desencadeada por febre alta, intoxicações ou
lesões cerebrais. É um evento muito presente entre as pessoas que
vivem com epilepsia.

Como reconhecer uma crise convulsiva?

A vítima cai inconsciente e seu corpo fica tenso e ela se debate


violentamente com espasmos musculares. Também é comum a
presença de vômitos e urina involuntários. Em média, a crise dura
entre 2 a 4 minutos.

O que fazer diante de uma pessoa com crise convulsiva?

● Evitar que a vítima caia, procurando deitá-la no chão


suavemente e afastar tudo o que puder machucá-la: móveis e
objetos.
● Retirar de seu corpo objetos que possam sufocar e machucar:
colares, cachecóis, gravatas.
● Proteja o crânio com suas mãos para evitar traumas na
cabeça. Você também poderá colocar um pano embaixo da
cabeça ou objetos macios ao lado da cabeça da vítima .
● Deixar que ela se debata até os movimentos pararem. Não
tente conter os movimentos dos braços e pernas. Mantenha a
calma, pois a crise dura poucos minutos (entre 3-5 minutos) e,
na grande maioria das vezes, o paciente fica bem após a crise.
Anote o tempo da crise. Se estiver na UBS, com ajuda da equipe,
deverá ser ofertado oxigênio.
● Não tentar abrir a boca da vítima. Não tente puxar a língua e
nem colocar objetos na boca. Lembre-se que ela está
realizando contrações musculares involuntárias, inclusive com
os músculos da boca, podendo lhe morder. Caso vomite, vire a
cabeça para o lado, evitando sufocamento. Terminada a crise,

35
poderá colocá-la em posição lateral, para evitar engasgo e
sufocamento, caso vomite e ainda esteja deitada.
● Permaneça ao lado da vítima e chame socorro especializado.
● Independente de como a vítima se apresentar após a crise, ela
deverá procurar um serviço de saúde.

Enquanto você protege a cabeça da vítima com suas mãos, poderá


realizar a manobra de Jaw Thrust para também permitir a abertura
da via aérea.

● Posicionar-se próximo à cabeça do(a) paciente.


● Realizar o controle manual da coluna cervical para
alinhamento e estabilização em posição neutra, colocando as
mãos espalmadas uma de cada lado da face.
● Localizar o ângulo da mandíbula e realizar força para cima.

INTOXICAÇÕES AGUDAS E ENVENENAMENTO

Os agentes que mais comumente podem causar envenenamento


quando ingeridos são álcool, detergentes ou sabões, produtos
domésticos de limpeza, agrotóxicos, venenos para insetos e
derivados do petróleo (como querosene).
As crianças frequentemente são vítimas de envenenamento por
engolirem produtos de uso doméstico. Atualmente, também
percebemos aumentarem os casos nos quais a intoxicação é
intencional, na qual a pessoa tem a intenção de se ferir.

Toda vítima de envenenamento deve ser levada a um serviço de


saúde!

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Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas a seguir são os mais comuns em casos de


intoxicação por ingestão:

● Náusea, vômito e diarreia.


● Salivação excessiva.
● Alteração de nível de consciência, indo de desorientado à
inconsciência.
● Dor, sensibilidade, aumento do volume abdominal e/ou cãibras.
● Queimaduras ou manchas ao redor da boca, dor na boca ou na
garganta, e/ou dor ao deglutir (substâncias corrosivas podem
consumir, queimar ou destruir tecidos da boca, da garganta e
do estômago).
● Hálito ou odores corporais incomuns; odores químicos
característicos no hálito (KARREN, 2013).

Diante de uma suspeita de intoxicação, realizar uma avaliação com


atenção adicional para:

● Hálito e exame da cavidade oral: lesões corrosivas, odor,


hidratação;
● Temperatura corpórea.
● Presença de sinais de maus tratos em especial na criança e no
bebê.

Como posso ajudar alguém nessa situação?

Mantenha abertas as vias respiratórias (boca e nariz) da vítima e


verifique se a respiração, o pulso e a perfusão estão normais.
Proteja-se de lesões usando luvas para remover quaisquer pílulas,
comprimidos, cápsulas ou outros resíduos que ainda estejam na
boca da vítima.

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● Não forneça nada por via oral para diluição, a menos que tenha
sido orientado por um profissional da saúde.
● Coloque a vítima deitada sobre o lado esquerdo do corpo, a fim
de retardar a entrada da substância tóxica no intestino
delgado, no qual ocorre a passagem da maioria das
substâncias para a corrente sanguínea, podendo atrasar a
disseminação do veneno pelo corpo em até 2 horas.
● Nunca induza ao vômito, pois o vômito poderá provocar novas
lesões.
● Leve qualquer material suspeito (substâncias tóxicas,
recipientes, partes de plantas etc.) junto com a vítima para o
pronto-socorro.

MEDIDAS DE DESCONTAMINAÇÃO POR OUTRAS VIAS DE EXPOSIÇÃO

Exposição cutânea (pele): com o paciente estável, isto é com sinais


vitais na normalidade, retirar imediatamente as roupas e eventuais
resíduos sólidos por meio de escovação (escova macia), com
posterior banho, utilizando água corrente por 15 a 30 minutos. Para
substâncias gordurosas, usar água e sabão. No caso de ácidos (soda
cáustica ou ácido muriático), após a descontaminação, tratar a lesão
como uma queimadura térmica (BRASIL, 2013).

Exposição ocular (olho): iniciar a lavagem do olho com água ou soro


fisiológico, por pelo menos 15 a 30 minutos, evitando o
comprometimento do outro olho. Não utilizar colírio ou anestésico.
Posteriormente, para proteger o olho, pode ser colocada uma gaze
umedecida com soro fisiológico ou água nos dois olhos. Encaminhar
para avaliação na UBS (BRASIL, 2013).

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Exposição inalatória (pelo nariz): a vítima deve ser retirada do local
da exposição e mantida em local ventilado. Retirar roupas e realizar
lavagem corporal, se também tiver ocorrido contato com a pele
(BRASIL, 2013).

Em caso de dúvida sobre o que fazer, ligue para o


Disque-Intoxicação, criado pela Anvisa, atende pelo número
0800-722-6001. A ligação é gratuita, e o usuário é atendido por uma
das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e
Assistência Toxicológica (Renaciat).

MORDEDURAS E PICADAS

Mordeduras e picadas por animais compreendem um grande


problema de saúde pública, muitas vezes negligenciado. Anualmente,
milhares de pessoas morrem em decorrência de acidentes com
animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e aranhas
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL, 2022). Certamente,
algum componente das famílias que você acompanha já lhe relatou
um acidente com um animal peçonhento, pois esse tipo de acidente
é muito comum no contexto da Atenção Primária.

ANIMAIS PEÇONHENTOS

Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas


responsáveis por produzir veneno, além de um aparelho
especializado para inoculá-lo. Normalmente, aranhas, cobras e
escorpiões são os animais mais presentes nesses acidentes.

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Acidentes por serpentes (cobras)

No Brasil, são notificados, anualmente, cerca de 20.000 acidentes


com serpentes, sendo que menos de 1% dos(as) pacientes
acidentados(as) evolui para morte. O único tratamento eficaz para o
envenenamento por serpente é o tratamento com o soro antiofídico,
que é específico para cada tipo (gênero) de serpente. Quanto antes
for iniciada a terapia com soro, menor será a chance de haver
complicações.

Há muito mais serpentes não peçonhentas na natureza e, para essas,


não há necessidade de tratamento com soro. Desse modo, a
soroterapia sempre deve ser indicada por um médico e a aplicação
deve ser feita de acordo com a gravidade do envenenamento.

Em todo o país, os casos se concentram no período de setembro a


março, sendo a maioria das notificações procedentes das regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste. Cerca de 75% dos casos notificados são
atribuídos às serpentes do gênero Bothrops (jararaca); 7% ao gênero
Crotalus (cascavel); 1,5% ao gênero Lachesis (surucucu); 3% devidos
às serpentes não peçonhentas e 0,5% provocados por Micrurus (coral
verdadeira). Cerca de 70% dos pacientes são do sexo masculino, e a
maioria das picadas ocorre nas pernas (70%) e mão ou antebraço
(13%) e estão relacionadas com a não utilização de equipamentos
mínimos de proteção individual, tais como sapatos, botas, calças de
uso comum e luvas. O acidente crotálico (cascavel) tem a pior
evolução, apresentando as maiores taxas de mortalidade, seguido
pelo ataque de surucucu. (PARANÁ, 2021).

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O que não fazer diante de uma picada por serpente:

● Não tente matar a cobra, pois poderá ser picado (PHTLS, 2020).
Uma fotografia ou o relato de alguém que tenha visto o animal
poderá ajudar os profissionais a identificarem a espécie.
● Não tente sugar o veneno.
● Não cortar o local para realizar sangria do veneno.
● Não aplicar substâncias caseiras.
● Não aplicar compressas frias.
● Não realizar torniquete.
● Não ingerir água ou álcool (IBRAPH, 2021; PHTLS, 2020).

Acidentes por escorpiões

Acidente escorpiônico é o envenenamento provocado quando um


escorpião injeta veneno através de seu ferrão. Os escorpiões são
representantes da classe dos aracnídeos, e a maior incidência dos
acidentes ocorre nos meses em que há aumento de temperatura e
umidade. Frequentemente, a picada de escorpião é seguida de dor
(moderada ou intensa) ou formigamento, sendo necessário observar
o surgimento de outros sintomas por, no mínimo, 6 a 12 horas,
principalmente, em crianças menores de 7 anos e em idosos (BRASIL,
2009).

No Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as


seguintes espécies do gênero Tityus:

● Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) - com ampla


distribuição em todo o país, representa a espécie de maior
preocupação em função do maior potencial de gravidade do
envenenamento e por encontrar-se amplamente espalhado
pelo país, adaptando-se bem às áreas urbanas.

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● Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) - encontrado na Bahia e
regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
● Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus) - espécie
mais comum do Nordeste, apresentando alguns registros nos
estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina (PARANÁ, 2021).

Acidentes com aranhas

Os acidentes causados por aranhas são comuns, porém a maioria


não apresenta repercussão clínica. Três gêneros de aranhas são
consideradas de importância para a saúde pública (PARANÁ, 2021):

● Aranha-marrom (Loxosceles) – pica, geralmente, quando


comprimida contra o corpo, não sendo agressiva. Mede entre 1
e 3 cm. Possui hábitos noturnos e esconde-se em telhas, tijolos,
madeiras, atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés,
caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens,
porões e outros ambientes com pouca iluminação e
movimentação.
● Aranha armadeira ou macaca (Phoneutria) - Bastante
agressiva, assume posição de defesa saltando até 40 cm de
distância. O corpo pode atingir 4 cm. Ela é caçadora e tem
hábitos noturnos. Vive embaixo de troncos, palmeiras,
bromélias e entre folhas de bananeira. Em casa, aloja-se
também em sapatos, atrás de móveis, cortinas, sob vasos e
entulhos.
● Viúva-negra (Latrodectus) (Mede entre 2 e 3 cm, não sendo
agressiva. Também tem atividade noturna e hábito de viver em
grupos. Habita em arbustos, grama, cascas de coco, canaletas
de chuva ou embaixo de pedras.

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A Viúva-negra (Latrodectus) é encontrada próxima ou dentro das
casas, em ambientes sombreados, como frestas, embaixo de
cadeiras e mesas em jardins.

As aranhas Caranguejeiras, embora grandes e frequentemente


encontradas em residências, não causam acidentes considerados
graves.

O que fazer diante de um acidente com animal venenoso?

● Acalmar a vítima. Mantê-la sentada, em repouso absoluto, para


atrasar a disseminação do veneno no corpo. Idealmente, ela
deverá ser carregada, no entanto, se isso for atrasar o socorro,
ela deverá ir andando com o apoio possível (PHTLS, 2020).
● Retirar adornos, anéis, braceletes, relógios, pois poderá ocorrer
edemas (inchaços) e os objetos ficarem presos ao corpo.
● Lavar o local entre 5 e 15 minutos com água corrente com ou
sem sabão para diminuir o risco de infecção e cobrir com pano
limpo ou gaze seca.
● Transportar para a unidade de saúde ou serviço de emergência
mais próximo ou chamar o SAMU.

Quando esses acidentes envolverem crianças pequenas ou idosos


(extremos de idade), devemos ter atenção especial, pois essas
pessoas são mais suscetíveis a complicações decorrentes do veneno
inoculado.

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ANIMAIS NÃO PEÇONHENTOS

No caso de mordeduras de animais não peçonhentos, a principal


preocupação é a transmissão da raiva. A raiva é uma inflamação do
cérebro (encefalite) ocasionada por um vírus que é transmitido na
saliva do animal infectado, principalmente, pela mordedura e, mais
raramente, por arranhões ou lambeduras de mucosas.

Os animais que podem transmitir raiva são: cães, gatos, vacas,


cavalos, porcos, caprinos. Animais silvestres também podem
transmitir: guaxinins, macacos e, principalmente, morcegos.

O que devo fazer se eu for mordido ou arranhado por um animal?

● O animal agressor deve ser capturado para permanecer em


observação por 10 dias.
● A vítima deverá, imediatamente, lavar a ferida com água e
sabão abundantes (o sabão destrói o vírus).
● Encaminhar à UBS para receber orientação da equipe quanto
ao tratamento.

A prevenção da raiva humana é baseada no uso do soro e na vacina


antirrábica. Toda vez que ocorrer uma agressão por animal, deve ser
feita uma investigação completa, utilizando-se a Ficha de
Atendimento Antirrábico Humano.

CHOQUE ELÉTRICO

Choque elétrico são abalos musculares causados pela passagem de


corrente elétrica pelo corpo humano. Os danos ao corpo humano são
causados pela conversão da energia elétrica em calor durante a
passagem da eletricidade. Além de queimaduras, a passagem de
eletricidade também provoca abalos musculares, inclusive podendo
levar à PCR.

44
A gravidade depende do tipo de corrente, resistência, duração do
contato, magnitude da energia aplicada e caminho percorrido pela
corrente elétrica.

A partir de 50 volts, o corpo humano já sente os efeitos de uma


descarga elétrica, ou seja, um choque acima desse valor pode ser
fatal, dependendo do caminho que ele percorra no corpo e a sua
duração (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, 2020).

As principais consequências decorrentes do choque elétrico são as


queimaduras e a parada cardiorrespiratória.

As condutas a serem realizadas quando ocorrem acidentes com


choque elétrico são:

● Antes de iniciar qualquer procedimento, ligue para o corpo de


bombeiros ou qualquer outro atendimento especializado.
● Avaliar a segurança da cena;
● Desligar a fonte de energia;
● Se possível, interromper o contato da vítima com a fonte de
eletricidade. Você poderá usar pedaços de madeira para lhe
auxiliar, uma vez que não transmitem eletricidade.
● Se PCR, após garantir que não exista corrente elétrica passando
pela vítima, inicie RCP, iniciando pelas compressões e depois as
ventilações.

Em caso de queimaduras, abordar conforme visto no capítulo


queimaduras.

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AFOGAMENTOS

O afogamento ocorre quando há líquido nas vias aéreas de uma


pessoa, sendo essencial a intervenção rápida para garantir a
desobstrução dessas vias e, portanto, evitar a ausência de oxigênio
nos tecidos, quadro responsável pela perda de consciência e pela
PCR em poucos minutos.

O afogamento é um problema importante e ainda muito presente no


Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento
Aquático (SOBRASA), a cada 90 minutos, um brasileiro morre
afogado. Dentro dessa estatística, os homens morrem 6,8 vezes mais
do que as mulheres e 47% dos óbitos ocorrem em pessoas com até
29 anos. As crianças são as maiores vítimas dessa situação, pois
entre 1 e 29 anos de idade, o afogamento é uma das principais
causas de morte.

Embora as praias sejam um grande atrativo para turistas e o local


onde ocorre o maior número de salvamentos, o maior número de
afogamentos com morte ocorre em águas doces.

Orientações gerais e cuidados iniciais:

● O atendimento deve ser imediato, adequado e resolutivo.


● Reconheça o afogado (vítima, geralmente, na posição vertical,
com os braços estendidos lateralmente, agitados, nadando,
mas sem sair do lugar).
● Pedir que alguém chame por socorro (informar o que está
acontecendo, qual o local do incidente e informações técnicas
do evento).
● Forneça um flutuador. Poderá ser uma boia ou outro material
que flutue. Também poderá ser usada uma vara ou corda para
retirar o afogado.

46
● Mantenha a sua segurança. Tente ajudar sem entrar na água.
Somente entre na água se for seguro. Após retirar a vítima da
água, levá-la até um local seco e seguro e posicioná-la o mais
horizontal possível e distante da água.
● Se o afogado não estiver respirando, iniciar a ressuscitação
cardiopulmonar com 5 ventilações imediatamente. Se houver
respiração espontânea, coloque a vítima deitada em posição
lateral e permaneça junto até o socorro especializado chegar.
● Se mesmo após as ventilações, o paciente apresentar-se sem
respiração e sem pulso, iniciar as compressões torácicas (30
compressões para 2 ventilações), como descrito no tópico
Parada Cardiorrespiratória (PCR).

Figura 8. Cadeia de sobrevivência no afogamento

Fonte: SOBRASA, 2019

Apesar da ênfase no resgate e no tratamento, a prevenção


permanece sendo a mais poderosa intervenção e a de menor custo.
O ato de prevenir é o alicerce da efetiva redução de sua ocorrência,
atuando não só na redução da mortalidade como também na
morbidade (lesões decorrentes do afogamento).

47
Prevenção Ativa: Intervenções no ambiente aquático (restringir
acesso, sinalizar, informar, abrir posto de guarda-vidas e medidas
anti-sucção em piscinas.

Prevenção Reativa: Intervenções no comportamento de risco


(orientar, advertir e deslocar pessoas ou comunidades de locais de
risco).

QUEIMADURAS

A maioria das queimaduras fatais relacionadas a incêndio ocorrem


em países de baixa e média renda, como o Brasil, onde crianças e
idosos são a população mais vulnerável e com maior mortalidade.
Estima-se que ocorram no Brasil, anualmente, cerca de um milhão de
acidentes envolvendo queimaduras, dos quais cem mil procuram
atendimento médico, com dois mil e quinhentos óbitos relacionados
direta ou indiretamente às lesões. A maior prevalência é atribuída a
queimaduras de segundo grau, com destaque para as lesões dos
membros superiores.

Principais tipos de queimaduras:

Lesão térmica de chama - 55% - Mais comum em adultos.


Escaldação - 40% - Mais comum em crianças e idosos

O abuso infantil contribui com uma grande porcentagem de


queimaduras de imersão. Lesões intencionais de queimadura
podem ser distinguidas de lesões acidentais com base em seu
padrão e local.

(Fonte: Sociedade Brasileira de Queimaduras. Manual de queimaduras para estudantes. Derek Chaves Lopes, Isabella de Liz
Gonzaga Ferreira, Jose Adorno (Orgs). Brasília: Sociedade Brasileira de Queimaduras, 2021. 178 p.)

48
Orientações gerais e cuidados iniciais:

● Avaliar o ambiente e tomar conhecimento das situações que


envolvem cuidados especiais (risco de explosão, locais
fechados, presença de gases tóxicos).
● A determinação do tamanho da queimadura também é usada
como recurso para indicar a gravidade do paciente. O método
mais amplamente aplicado é a regra dos 9, que é regida pelo
princípio de que as principais regiões do corpo em um adulto
são consideradas 9% do total. A região genital representa 1%.
● Considera-se pequeno queimado o acometimento de menos
de 10% da superfície corporal e grande, em adultos, quando as
queimaduras chegarem a mais de 20%. Em pacientes idosos,
considera-se um grande queimado aquele com queimaduras
em mais de 10% do corpo e crianças, quando for mais de 30%
(JESCHKE et al., 2020).

Classificação das queimaduras

● Queimadura superficial (1° grau): atinge a epiderme.


● Queimadura de espessura parcial (2° grau): atinge, em graus
variáveis, a derme.
● Queimadura de espessura total (3° grau): ocorre destruição
tanto da epiderme quanto da derme e, algumas vezes, dos
tecidos abaixo da pele, como músculos, tendões e ossos.

O que fazer diante de uma pessoa queimada:

● Realize irrigação com grandes quantidades de água à


temperatura ambiente.
● Remova todas as roupas e joias, pois esses itens retêm calor e
continuarão a queimar a vítima.

49
● Não aplicar medicamentos sobre a queimadura.
● Chamar ou encaminhar para serviço especializado.

● NÃO utilizar compressas frias ou água


gelada: podem piorar a lesão.
● NÃO utilizar borra de café, pasta de
dente, manteiga, margarina ou óleos.
● NÃO estourar as bolhas.
● NÃO usar ventilador ou soprar sobre as
queimaduras.

TRANSPORTE DE VÍTIMAS

Existem algumas formas de realizar o transporte de pessoas em


situações de urgência. No entanto, é importante lembrar que as
pessoas vítimas de acidentes, como motocicleta ou queda de altura,
em que possa ter havido trauma na coluna, devem permanecer
imóveis no local e só manipuladas por pessoal treinado.

O transporte de uma vítima requer muito cuidado. Muitas lesões se


tornam piores ou são produzidas durante uma remoção mal
conduzida. Em regra, a vítima deve ser deixada no local do acidente
até a chegada de um serviço de urgência, mas há casos em que a
remoção é necessária. Nos casos em que não há suspeita de trauma
na coluna, como desmaios, mal-estar ou convulsão, os pacientes
poderão ser transportados a partir das orientações que seguem.

50
1 . Transporte tipo cadeirinha
O transporte tipo cadeirinha poderá ser utilizado:
• em situações de mal-estar, nas quais a vítima não se encontra
totalmente inconsciente, pois será necessário que ela se apoie,
com seus braços, nos ombros dos socorristas.
• na ocasião de lesões nas pernas e pés, quando a pessoa está
impossibilitada de caminhar
• para transportar vítimas de picadas por animais, pois não devem
realizar esforço físico, para que o veneno não se dissemine no
corpo mais rapidamente.

2. Transporte pelas extremidades


O transporte pelas extremidades deve realizado por dois socorristas.
Pessoas inconscientes poderão ser transportadas por esse método.

3. Transporte utilizando materiais rígidos


Também poderemos nos deparar com situações nas quais as vítimas
tenham suspeita de fratura ou lesões na coluna. É preciso estar
atento, pois todas as pessoas vítimas de acidentes automobilísticos,
quedas ou violência (espancamento, cortes por faca, ferimento por
arma de fogo) devem ser tratadas como suspeitas de lesão de
coluna.
Nesses casos, a vítima deverá ser manipulada o minimamente
possível, mas caso seja imprescindível a remoção, poderão ser
utilizados materiais rígidos para esse transporte, como uma porta, a
parte de cima de uma mesa ou uma maca sem colchão.

51
Deve-se evitar a manipulação da vítima e tirá-la de sua posição até
que se tenha ideia exata das partes do corpo que estão feridas. Caso
haja a necessidade de remoção antes do socorro especializado
chegar, tenha cuidado ao levantar a vítima, pois seu corpo deve ser
mantido em linha reta, nunca ser puxado pelos lados, e sim no
sentido da cabeça ou dos pés.

Quando no veículo, deve-se evitar freadas e acelerações bruscas,


para não provocar desestabilização da coluna vertebral da pessoa
acidentada.

52
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Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
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