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GUARABIRA
2022
SUMÁRIO
1 PROPOSTA
1.2 SINOPSE DA SÉRIE
1.3 TEMPORALIDADE RETRATADA
1.4 ESPAÇOS RETRATADOS (falta fazer)
1.4.1 Locais específicos
1.5 PERSONAGENS ELENCADOS
2 SINOPSE DOS EPISÓDIOS
2.1 I
2.2 II
2.3 III
3 RELATÓRIO
3.1 REFERÊNCIAS
3.2 ANEXOS
1 PROPOSTA
A Rússia que sob muitos seculos ficou a mercer de uma monarquia tzarista agora via
eclodir diante de seus olhos um processo revolucionário. É sob esse contexto de convulsão
social que nossas protagonistas se inserem. A jornalista fictícia Sonya Marmeladova, a
escritora campesina, Olga Chapír, a jornalista e ativista, Konkórdia Samóilova, também Maria
Pokróvskaia, médica e teórica da sexualide. Todas têm como ponto principal a emancipação
da mulher.
Sonya Marmeladova, uma mulher ruiva de cabelos cacheados, jornalista, passou sua
trajetória académica lendo os textos das autoras e as ouvindo em assembleia, sem saber que a
posteriori ela as entrevistaria. Conhecer essas mulheres era um de seus vastos e empolgados
sonhos.
Por volta de dezembro de 1916, Marmeladova se formou e estava a procura de um
emprego como jornalista, por indicação de uma professora, foi numa entrevista num estranho
galpão de são Petersburgo, ao bater na porta ela se deparou com diversas mulheres e lá ela se
encontrou com a intelectual Konkórdia Samóilova, uma mulher de pele negra e olhar
marcante, de codinome Natasha, suposto nome de sua entrevistadora, representava tudo o que
Marmeladova admirava, os ideias de luta e resistência. A jovem ficou nervosa ao se deparar
com aquela mulher que ela tanto leu e ouviu, suas mãos tremiam e seus lábios já estavam
secos, apesar de nervosa, ela consegue a vaga. Iniciando sua trajetória na a princípio
desengonçada e curiosa coluna, carinhosamente nomeada – Mulheres nas quais encontro
força.
Posteriormente, na sua primeira entrevista, conhece a teórica da sexualidade Maria
Pokróvskaia, dedicada ao movimento das mulheres, abdicou de seu amor e se perguntava,
teria valido a pena dedicar sua vida e seu amor, tudo em prol de uma causa? Uma entrevista
labiríntica, tensa, mas arrebatodora, abrindo a o trabalho da jornalista.
Em outubro de 1917 próximo ao marco da revolução russa, Sonya encontra com Olga
Chapír, Olga que era uma brilhante escritora sobre a causa camponesa acabou por reconhecer
Sonya Marmelavoa por sua conhecida empolgação na Assembleia de Todas Mulheres da
Russia, Sonya, invariavelmente atrasada, vai ao encontro de Olga que estava a observar as
pessoas em uma cafeteria em Oranienbaum, então se iniciou a entrevista, quase que a
contragosta de Chapir.
Conhecedora como ninguém das mazelas que afligiam as mulheres camponesas, já
havia tido em sua vida o exemplo de um pai abusivo, nunca se curvaria perante um marido
abusador, ela discorreu como começou a organizar o congresso, marco do feminismo russo,
mostrou para Marmeladova a realidade do movimento, a distância do trabalho camponês para
com o trabalho urbano e toda resistência que travou em nome da sonhada emancipação
feminina.
1.3 TEMPORALIDADE RETRATADA
O recorte temporal será delimitado entre os anos de 1916 e 1917, dividindo-se em três
momentos. Nesse sentido, cada episódio vai trazer um recorte dentro dessa temporalidade,
ambos ligados ao contexto das Revoluções Russas e suas protagonistas, a narradora, a repórter
fictícia Sonya Marmeladova e as revolucionarias Olga Chapír e sua luta por direitos femininos
no campo, também a jornalista e ativista política Konkórdia Samóilova, além de Maria
Pokróvskaia, médica e teórica da sexualidade.
No primeiro episódio será trabalhado o tempo passado, no qual será abordado o mês
de dezembro em 1916. Nesse panorama, será trabalhada uma temporalidade marcada por
reflexões e questionamentos acerca do contexto russo, que serão fundamentais para o
processo revolucionário, e através disso, a narradora Sonya Marmeladova, será retratada
lendo textos de autoria das demais protagonistas durante sua formação universitária e isso será
fundamental para a consolidação de sua mentalidade revolucionária.
No segundo episódio, será trabalhado o processo revolucionário entre os meses de
janeiro a outubro de 1917. Nesse sentido, haverá o encontro das quatro protagonistas, no qual
serão realizadas importantes discussões inerentes ao processo revolucionário que estava em
curso naquele ano. Ademais, tais discussões vão abarcar diversas temáticas como gênero,
sexualidade, trabalho urbano e a questão do campo, que estavam intimamente ligadas a
revolução.
No terceiro episódio, seu final será se passará no dia 8 de outubro de 2017,
considerando o marco da Revolução Bolchevique e as demandas sociais em meio ao processo
revolucionário. Nesse âmbito, será destacado o protagonismo das personagens no tocante a
essas reinvindicações, destacando a participação feminina nesse momento marcante da
história humana.
- Galpão 13:
Lugar onde ocorre a entrevista de Sonya Marmeladova, na cidade de São Petersburgo,
Rússia. Propriedade secreta no codinome de uma proprietária com o nome de Natasha,
utilizado pela jornalista Konkórdia Samóiolva com o intuito de servir para reuniões de
mulheres, entrevistas e também escrita de jornais, manifestos e outros textos. O galpão era um
espaço aberto, grande, coberto de cadeiras com um púlpito na frente, que servia como espaço
para palestras elaboradas por sua proprietária e outras feministas. Nos fundos haviam salas
isoladas com portas de madeiras levemente desgastadas, fechadas a chave. As salas contam
com uma mesa de madeira envelhecida e duas cadeiras somente, com chãos polidos e limpo.
OLGA
Nome: Olga Chapír
Idade: 32 anos
Cidade de origem: Oranienbaum, Rússia
Caracterização:
- Pele caucasiana, queimada de sol;
- Olhos castanhos;
- 1,65m de altura;
- Cabelos claros, tom loiro e ondulado; porém, sempre prefere ele preso;
- Magra, porém forte (o trabalho braçal no campo favorece a isso);
- Seu rosto obtinha traços bem marcantes, olhos cansados, quase inexpressíveis.
- O que de fato chamava atenção era suas mãos, marcadas e firmes, consequência da
intelectualidade atrelado a vida no campo.
- Utilizava sempre vestido nas cores marrom, devido a alta disponibilidade de tal material.
Perfil social:
- Calma;
- Aparenta ser cuidadosa com palavras, gestos e interação social;
- Observadora e atenta aos detalhes;
Pokróvskaia
Nome: Maria Pokróvskaia
Idade: 45 anos
Cidade de origem: Nijnilomov, Rússia
Caracterização:
- Pele clara;
- Cabelos grisalhos;
- Rosto angelical proporcional aos olhos verdes, firmes e fixos no qual despertava
curiosidade;
- 1,70 de altura
- Forte; com busto;
- Mãos delicadas
- Roupas claras, sapatos de salto baixo;
Perfil social:
- Inovadora;
- Tem uma forte presença
- Critica e assertiva, personalidade forte;
Somóiolova
Nome: Konkórdia Samóiolova
Idade: 37 anos
Cidade de origem: Irkutsk, Rússia
Caracterização:
- Pele negra;
- Cabelo crespo, preto e curto;
- Traços asiáticos, extremamente marcantes ;
- 1,65m de altura
- Seus lábios firmes destacavam seu rosto como um todo;
Perfil social:
- Bem comunicativa
- Determinada em tudo que propunha fazer
- Irônica; Pode ser insolente com altos membros da sociedade;
Marmeladova
Nome: Sonya Marmeladova
Idade: 25 anos
Cidade de origem: São Petersburgo
Caracterização:
- Pele clara;
- Cabelo ruivo e cacheado;
- 1,55 altura;
- Olhos atentos e escuros;
- Usa roupas de cores quentes;
Perfil social:
- Avoada e gentil;
- Bastante animada;
- Fala o que pensa, além de ser extremamente curiosa;
- Sempre está sorrindo;
Figura 4: Sonya Marmeladova
2.1 I
2.2 II
Maria Pokróvskaia se pegou pensando em todos os anos de sua vida em que dedicou a luta
por movimentos e resistências femininas. Tanta coisa que havia passado, tanta coisa que
perdera...Voltou ao presente e encarou a jornalista sentada a sua frente com curiosidade, afinal
sempre ouvira falar sobre o seu trabalho e agora poderia fazer parte desse grupo seleto de
mulheres que ela entrevistou. Respondeu à pergunta com a maior lucidez que sua mente
cansada podia fornecer naquele momento, e, voltou para a nuvem de pensamentos que insistia
em inebriar sua mente. Por que dedicara anos de sua vida a lutar e representar mulheres
quando ela mesma sentia constantemente medo do que estava por vir? Teria valido a pena
abdicar do seu amor por uma mulher que jamais poderia amar de novo, já que estavam
condenadas a viverem separadas em prol de uma causa? Enquanto se fazia perguntas
mentalmente, pegou uma xicara de chá em sua frente e cruzou as pernas assumindo uma
postura ereta de quem prestava atenção na mulher em sua frente. A verdade é que a pesquisa
de Sonya era muito boa, queria realmente contribuir dando entrevista, mas sentia o peso dos
anos em suas costas, afinal tinha 45 anos... 45 anos, uma boa idade, pensou. Uma boa idade
para morrer lutando pelo que acreditava e sempre acreditaria. Pela causa que moveu sua vida
até aqui e que provavelmente a guiaria até o fim dos seus dias. Encarou Sonya Marmeladova
com um olhar questionador e por fim disse: “O que deseja saber? Se tenho inimigos? Sim,
muitos. Por onde começamos? Pegue algo para anotar, isto vai demorar”.
2.3 III
Olga Andréievna Chapír pegou o copo fumegante com o café em sua frente, estava
estranhamente tranquila. Passou mais uma vez o olhar pela cafeteria lotada, levou o café aos
lábios e assoprou cuidadosamente enquanto olhava um casal sorrindo e tomando seus cafés.
Espero que saiba que um dia ele irá te trair, mulher tola. Todos os homens são iguais. Olga
considerou que não costumava ser tão amarga, mas dado os últimos acontecimentos, não teria
como ser diferente. Deixou a mente vagar pelas lembranças do homem baixinho de cabelos
castanhos com alguns fios grisalhos, de olhos enganosamente gentis. Sentia falta dele.
Ultimamente pensava mais nele do que queria admitir, então fechou os olhos e tentou se
concentrar no presente, por mais doloroso que fosse. Murmurou baixinho mais para si
mesma: “Onde está a Sonya? Ela deve achar que tenho o dia inteiro para desperdiçar”.
Assim que terminou de falar, uma mulher baixinha de pele clara e cabelos ruivos como fogo,
bem curtinhos e cacheados, adentrou no espaço, ela parecia cansada, mas com uma expressão
gentil nos olhos escuros. Olga viu Sonya procurar por ela no recinto com olhos atentos e
curiosos, enquanto passava pelas pessoas e se esquivava de algumas garçonetes, e na última
mesa, a mais reservada, se encontrava Olga, com o olhar atento de quem já havia visto muita
coisa na vida, apesar da aparência tranquila e do coque bem amarrado na altura da nuca, tinha
uma aparência limpa, sóbria.
Olga observou-a sentar em sua frente e tentar procurar algo que parecia um caderno
em uma bolsa marrom escura que trazia consigo. Ótimo, uma atrapalhada. Escutou a pobre
moça falar e não parar mais, enquanto balançava a cabeça afirmando e tentando soar o mais
compreensiva possível. Sentiu pena. Será que assim como eu você já foi enganada? Será que
assim como eu você já foi boba o suficiente de acreditar que um dia o homem mais gentil que
já havia conhecido poderia ser compassivo e paciente com a vida que você havia escolhido?
A desculpa para a traição que tinha sofrido teria vindo com um longo monologo de como ela
havia abdicado de cuidar da casa e dele, como insistia em não ter filhos e se recusava a fazer
as refeições todos os dias enquanto ele ia trabalhar. Ingrata? Nunca, se existia uma qualidade
em Olga, era que sempre se lembrava de quem já havia estendido a mão, suas irmãs de causa
eram uma lembrança diária disso. Que se dane! Pensou.
Enquanto falava com a mulher sentada a sua frente sobre tudo o que mais a motivava
no mundo, lhe ocorreu que estava melhor assim, por mais que sofresse jamais se dignaria a
sentir pena de si mesma por isso, já era difícil o suficiente ser mulher numa sociedade que
pouco respeitava isso, principalmente levando em consideração que a falta de respeito partia
principalmente do sexo oposto. Iria contribuir com o que pudesse, sempre, era aquilo que
havia escolhido viver e se orgulhava disso. Lembrou de sua mãe, condenada a viver sob os
preceitos do marido opressor e de como apanhava dia após dia caso não fizesse minimamente
o que lhe era imposto. Não! Não vou me curvar jamais, vou fazer por mim e por você mãe.
Olga conhecia a vida no campo e como podia ser difícil, mas principalmente entendia que se
tornava ainda mais árdua quando você era mulher e era obrigada a casar cedo para sair das
asas de um pai abusivo para cair novamente nas teias de um marido abusador, como foi o caso
de sua mãe.
- Sonya, gostaria de conhecer algo revolucionário? Perguntou, mas não deu espaço
para uma resposta, disse: - Venha! Anda, você está prestes a se deparar com a experiencia de
uma vida. Já ouviu falar no Congresso de Mulheres, né? Obvio! Eu fui a primeira a organizar.
Levantou e decidiu abandonar a postura de mulher enganada e traída, afinal, havia
uma luta para ganhar, por mais que levasse a sua vida, iria fazer por todas as mulheres que
conseguisse o que nunca pôde fazer pela mulher que mais admirou na vida. Fitou Sonya que
se levantava apressada e observou o quão longe aquela mulher havia chegado para encontrá-
la. Lhe daria a maior e melhor entrevista que pudesse. Lhe mostraria a parte crua de um
movimento de resistência! Mostraria o quão longe ainda poderiam e iriam chegar, pois nascer
mulher era sinônimo de luta, afinal.
3 RELATÓRIO
3.1 REFERÊNCIAS:
3.2 ANEXOS
Figura 1, 2, 3, 4. Matheus Macedo do Nascimento.